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“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem
das obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2:8-9)
INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo é fazer uma análise bíblica sobre as diferenças entre o
“evangelho do reino” (a salvação através da fé mais as obras da Lei) e o “evangelho da
graça” (a salvação pela graça, mediante a fé somente).
PLANO DE SALVAÇÃO
Embora seja muito importante saber que Deus tem dois povos distintos: Israel e a
Igreja, isto não implica que haja dois modos de salvação. A Bíblia claramente diz que
Jesus Cristo, em Sua obra redentora, é o Único Caminho, uma vez que judeus e gentios
são descendentes do mesmo homem caído – Adão (Rm 3:23).
“Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da
nuvem, e todos passaram pelo mar... E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque
bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo” (1Co 10:1, 4).
"A Palavra da Verdade... tem divisões certas, e deve ser evidente que não se pode
ser um 'obreiro que não tem de que se envergonhar' (II Tm 2:15) sem observá-las; então,
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qualquer estudo da Palavra que ignora estas divisões será em larga escala, sem proveito
algum e confuso”. [1]
Portanto, “procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. (2Tm 2:15)
Ao compararmos o Evangelho segundo Mateus com o livro de Efésios vamos notar
a diferença óbvia entre o propósito profético de Deus (Seus planos com Israel, em
Mateus) e o propósito secreto de Deus (Seus planos com a igreja, “mistério”, em Efésios).
Vejamos, por exemplo, algo que deveria nos chamar a atenção: O Livro do Gênesis
está antes do Antigo Testamento, “antiga aliança” (que se iniciou com Moisés) e a maior
parte dos Evangelhos ainda está no Antigo Testamento, sob a “antiga aliança”.
Então, quais são as duas divisões básicas da Bíblia são?
PROFECIA (Israel)
MISTÉRIO (Igreja)
“Em contraste com isto, temos as Escrituras que dizem respeito ao povo do Senhor
desta época. Nestas, lemos sobre o MISTÉRIO, o propósito secreto de Deus para a Igreja,
o Corpo de Cristo, NOS CÉUS. Este propósito foi primeiro revelado ao Apóstolo Paulo (Gl
1:11-12; Ef 3:1-9; Cl 1:25-27)”.
Com estas idéias em mente, vamos analisar os dois tipos de evangelho: “do reino”
e “da graça”.
EVANGELHO DO REINO
de Deus, mas aos que estão de fora todas estas coisas se dizem por parábolas” (Mc 4:11).
[Nota: por isto tem muito crente confundindo as parábolas até hoje e, conseqüentemente,
confundindo a igreja com Israel...]
É importante observarmos que, durante o período que se encontra narrado nos
quatro evangelhos (tempo em que Jesus Cristo estava na Terra), os judeus estavam
vivendo sob o “evangelho do reino”, pois Jesus Cristo ainda não havia cumprido toda a Lei
(não estava tudo consumado ainda), e a igreja ainda estava sendo edificada (Mt 16:18),
sendo um “mistério” (Rm 16:25; Ef 3:1-12; 5:32; Cl 1:24-27) só revelado através do
apóstolo Paulo, o “apóstolo dos gentios” (At 9:15, 13:46-48, 18:6, 21:19, 22:21, 28:25-
29; Rm 11:13; Ef 3:1, 8; Gl 1:15-16, 2:9; 1Tm 2:7; 2Tm 1:11, 4:17).
E Ele disse ainda: “E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus” (Mt 10:7).
[grifos meus]
Este “evangelho do reino” foi anunciado aos judeus; porém, eles rejeitaram o
Messias e recusaram a Palavra de Deus. Conseqüentemente, o “reino dos céus” (o
Milênio) foi, digamos, prorrogado para quando se completasse a “plenitude dos gentios”
(Lc 21:24; Rm 11:25-27), ocasião em que terminará a “era da igreja” (dispensação da
graça), com o arrebatamento da mesma (Jo 5:24, 14:2-3; Rm 5:9; 1Co 15:51-52; Ef 5:27;
1Ts 1:10, 4:16-17, 5:9; Ap 3:10, 19:6-8, 22:20) e retornará o “evangelho do reino”, como
veremos (Mt 24:14).
Jesus contou a “Parábola da Vinha” (tratando do “evangelho do reino” - Mt 21:33-
42) aos fariseus e concluiu: “Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será
dado a uma nação que dê os seus frutos” (Mt 21:43).
Jesus, indo a caminho de Jerusalém, quando seria crucificado, contou uma parábola
aos discípulos, pois estes estavam pensando (assim como todo judeu) que, naqueles dias
“... havia de manifestar o reino de Deus” (Lc 19:11).
Os discípulos pensavam que o “reino de Deus” na Terra já seria estabelecido
naqueles dias. Tais pensamentos são os mesmos de todo judeu que pensava - e ainda
pensa até hoje - que o Messias, quando viesse, já iria reinar naqueles dias e destruir o
império romano, livrando Israel da opressão. Após a ressurreição, tornamos a ver os
discípulos indagando Jesus sobre a restauração do reino a Israel naqueles dias (At 1:6-8).
Jesus mostra, claramente, que primeiro seria a “era da igreja”, com o recebimento da
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virtude do Espírito Santo! O apóstolo Pedro, algum tempo depois, volta a explicar sobre
este assunto (At 3:19-26).
Sabedor disto, Jesus Cristo contou sobre o “reino de Deus” (para ilustrar sobre a
rejeição que estava sofrendo por parte do Seu povo), assemelhando o “reino de Deus” a
um certo homem nobre (“Jesus Cristo”) que “... partiu para uma terra remota, a fim de tomar
para si um reino e voltar depois” (Lc 19:12). [grifos meus]. Porém, seus “concidadãos”
(Nota: os judeus são “concidadãos” de Jesus Cristo, pois Ele também é judeu, pois Se
tornou Homem, através da raiz de Davi!) “... odiavam-no, e mandaram após ele
embaixadores, dizendo: Não queremos que este reine sobre nós” (Lc 19:14-15a) [grifos
meus].
Interessante observarmos que foi justamente esta frase, dita em outras palavras,
que os judeus gritaram quando crucificaram Jesus Cristo: “Mas eles bradaram: Tira, tira,
crucifica-o. Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso Rei? Responderam os principais dos
sacerdotes: Não temos rei, senão César” (Jo 19:15) [grifos meus]
Arno Froese nos diz que: “O anseio rebelde de Israel em tempos antigos, ao pedir
um rei ao profeta Samuel para ser "como as outras nações" (veja 1Sm 8:5-7), não
desapareceu simplesmente. Ao contrário, ele atingiu seu clímax 1000 anos mais tarde. Em
Jo 19:15 está escrito: "... Não temos rei, senão César!"Todo o peso da afirmação dos
antepassados, refletindo o desejo de serem parte da família das nações, de serem como
qualquer outro povo, atingiu, então, a realização... Israel ainda será confrontado com essa
afirmação quando as nações da terra se ajuntarem para batalhar contra Jerusalém!” [6]
EVANGELHO DA GRAÇA
Como vimos, o que consta nos quatro evangelhos ainda é o relato da salvação pela
fé + as obras da Lei (o “evangelho do reino”). Durante todo período em que Cristo esteve
na Terra, o “evangelho do reino” estava em vigor; pois a Lei ainda não havia sido
consumada, a igreja ainda era um “mistério” (Rm 16:25; Gl 1:11-12; Ef 3:1-12; 5:32; Cl
1:24-27) e o “evangelho da graça” era desconhecido.
Portanto, tenhamos em mente que 100% do que encontramos nos relatos
dos evangelhos está sob a lei (“evangelho do reino”) e não sob a graça
(“evangelho da graça”)!
Cristo veio cumprir a Lei. Disse Jesus Cristo: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os
profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir” (Mt 5:17). Ele disse também: “A lei e os profetas
duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega força
para entrar nele” (Lc 16:16).
Toda a Lei foi cumprida, consumada: “E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está
consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” (Jo 19:30) [grifos meus]. Isto, Ele
fez, vivendo sem pecado algum (Mt 27:24; Lc 23:4, 14, 47; Hb 7:26, 9:14; 1Pe 1:19),
cumprindo toda a “Lei e os profetas” (Mt 5:17; Lc 16:16; Jo 17:4, 19:30; Rm 10:4, 14:5,
7; Gl 3:10-13, 23-25, 5:4; Ef 2:15; Cl 2:14-16; Hb 12:2).
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Após a morte, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo, veio o Pentecoste (At 2).
Somente no Pentecoste, a igreja foi incluída no agir de Deus e, posteriormente, revelada
através do apóstolo Paulo. Com isto, entramos na “era da igreja” (dispensação da graça:
Jo 1:17; Ef 1:20-23, 3:1-9; Cl 1:25), tendo se iniciado o “evangelho da graça”. Assim, a
salvação passou a ser SOMENTE PELA FÉ (At 13:38-39; Rm 3:20-31, 4:5-8, 10:4; 2 Co
3:3-18; Gl 3:10-13, 23-25; 5:4; Ef 2:8-9; Tt 3:5-6).
“Como a LEI escrita não foi instituída até uns 80 anos após o nascimento de Moisés
(Êxodo 20), a mensagem da GRAÇA também não foi proclamada até mais ou menos uns
45 anos após o nascimento de Cristo (At 13:38-39). Como Moisés foi o dispensador da LEI
(Dt 4; Hb 8:5); da mesma forma o apóstolo Paulo foi o vaso escolhido por Deus para ser o
dispensador da GRAÇA (Ef 3:2; Cl 1:25; 1Co 3:10; Gl 1:11-12)”. [7]
Em João 1:17 lemos: "Porque a LEI foi dada por Moisés; a GRAÇA e a verdade vieram
por Jesus Cristo". [ênfases minhas].
Nesta “era da igreja” (do “evangelho da graça”), vivemos sob uma “nova aliança”,
um “novo testamento” (Mt 9:17, 26:28; Mc 14:24; Lc 22:20; Rm 10:4; 1Co 11:25; 2Co
3:6, 14; Gl 4:24-31; Ef 2:13-16; Hb 7:22, 8:6, 13, 9:15-16, 12:24).
Este Novo Testamento só teve início, obviamente, após a morte do
“Testador”, Jesus Cristo (Hb 9:15-16): “Porque onde há testamento, é necessário que
intervenha a morte do testador” (Hb 9:16).
A “antiga aliança” se tornou antiquada (Hb 8:7, 13) e, com a mudança do
sacerdócio, a Lei também mudou: “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz
também mudança da lei” (Hb 7:12).
Dave Hunt informa, também, que: “Após a Cruz e a Ressurreição, porém, Ele
[JESUS CRISTO] ordenou: ’Ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo’ (Mateus 28.19 e Marcos 16.15). Mesmo assim, o
Evangelho continua sendo ‘primeiro do judeu e também do grego’ (Romanos 1.16)”. [ênfase
e destaques meus]. [8]
19:30; Rm 10:4, 14:5, 7; Gl 3:10-13, 23-25, 5:4; Ef 2:15; Cl 2:14-16; Hb 12:2) e porque
sou igreja, e não judeu.
Como gentio, tenho as Cartas Paulinas, de Romanos a Filemon, que me serve de
instrução, mostrando a salvação SOMENTE pela fé. Paulo disse: “Mas faço-vos saber,
irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o
recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo” (Gl 1:11-12).
Entender que grande parte do período narrado nos quatro evangelhos ainda está
sob a abrangência do “evangelho do reino” é muito importante, pois muitos confundem
esta questão e não percebem o motivo por que os primeiros judeus (do período do
evangelho), ao se converterem a Jesus Cristo (após Ele ter ressuscitado), ainda
praticavam algumas coisas inerentes à Lei, pois viveram numa fase de transição do
“evangelho do reino”, para o “evangelho da graça”.
No Livro de Atos (mais especificamente em At 15), ainda vemos alguns problemas
na fase de transição da Lei para a graça. Para dirimir as dúvidas que surgiram entre os
recém-convertidos do Judaísmo para o Cristianismo (os novos irmãos em Cristo), os
apóstolos se reuniram para discutir alguns temas relevantes sobre a salvação, pois: “...
alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes
conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos” (At 15:1).
Porém, Paulo e Barnabé, tiveram não pouca discussão e contenda com eles e
resolveram subir a Jerusalém, para abordar essas questões, tão importantes, com os
apóstolos e anciãos. Este encontro ficou conhecido como o “Concílio de Jerusalém”.
“Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo que era
mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés” (At 15:5).
Como vemos, alguns fariseus que se converteram a Jesus Cristo, ainda pensavam
que os novos crentes (judeus vindos do Judaísmo) deveriam ser circuncidados, em
cumprimento da Lei (“evangelho do reino”). [Nota: o curioso é que, também ainda hoje,
7
percebemos que, quando alguns membros de seitas se convertem a Jesus Cristo, teimam
em trazer seus hábitos e práticas pagãs para dentro da igreja, tal como aconteceu na
igreja de Corinto. Daí, vemos “sessões de descarrego”, sal grosso, “maldições
hereditárias”, dentre outras heresias invadindo as igrejas!]
Coube a Pedro, primeiramente, explicar aos irmãos que na “nova aliança”, tanto
judeus, quanto gentios, ao se converterem a Jesus Cristo, são salvos pela graça, mediante
a fé SOMENTE (Ef 2:8-9), e não precisam mais cumprir as ordenanças da Lei. Vejamos: “E
não fez diferença alguma entre eles e nós [gentios e judeus], purificando os seus corações
pela fé. Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que
nem nossos pais nem nós pudemos suportar? Mas cremos que seremos salvos pela graça do
Senhor Jesus Cristo, como eles também” (At 15:9-11). [ênfase minha]
Tiago, por sua vez, levantou-se e trouxe à memória dos irmãos o fato de que os
profetas já haviam previsto que a salvação seria estendida igualmente aos gentios:
“Depois disto voltarei, e reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído, levantá-lo-ei das
suas ruínas, e tornarei a edificá-lo. Para que o restante dos homens busque ao Senhor, e todos
os gentios, sobre os quais o meu nome é invocado, diz o Senhor, que faz todas estas coisas,
conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras” (At 15:16-18).
Porém, como veremos, o próprio Tiago ainda pensou que os gentios deveriam se
abster de alimentos sufocados e do sangue de animais (questões inerentes à Lei), quando
disse: “Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a
Deus. Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do
que é sufocado e do sangue” (At 15:19-20). [grifos meus]
Este assunto foi mais bem esclarecido pelo apóstolo Paulo, na 1Co 10:23-33
(especialmente os versículos 31-33): “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra
qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus. Portai-vos de modo que não deis escândalo nem
aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus. Como também eu em tudo agrado a todos,
não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que assim se possam salvar”.
Aos Colossenses, tempos depois, Paulo voltou a lembrar: “Portanto, ninguém vos
julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos
sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” (Cl 2:16-17). E, aos
Gálatas, também, conforme se lê em Gl 5:1-14. [No adendo a este artigo, há algumas
importantes observações complementares a este assunto, para não fugir ao tema principal
aqui abordado. Vide também: Rm 14:6, 14-15, 20-23].
Conclui-se que esses costumes da Lei não são para serem observados pela igreja,
haja vista que nem os pais conseguiram suportar o jugo da mesma (At 15:10) e, em
Cristo, temos uma “nova aliança”.
Por isto, mesmo alguns crentes confundem, pois lêem, fora do contexto, alguns
versículos da Carta de Tiago, como, por exemplo: “Vedes então que o homem é justificado
pelas obras, e não somente pela fé... Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto,
assim também a fé sem obras é morta.” (Tg 2:24, 26).
Porém, não observam que o próprio Tiago, antes de dizer isto, esclarece que as
obras são FRUTOS da fé, pois a fé apenas COOPERA com as obras, pois estas servem
apenas para APERFEIÇOAR a fé, não sendo condição para a salvação, mas
CONSEQÜÊNCIA da mesma: “Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é
morta? Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o
altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé
foi aperfeiçoada. E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso
imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus”. (Tg 2:20-23). [grifos meus].
Como Jesus Cristo cumpriu toda a Lei e os profetas (Mt 5:17; Jo 19:30; Gl 3:10-13;
Ef 2:15; Cl 2:14), não é necessário acrescentar mais NADA à fé, para sermos salvos!
Paulo, por sua vez, escreveu um verdadeiro tratado sobre a Lei e a fé,
principalmente nas Cartas aos Romanos e aos Gálatas. [Nota: pois, ao que tudo indica, o
Espírito Santo sabia das dúvidas que estes assuntos iriam causar aos crentes].
Paulo deixou muito claro (após fazer uma comparação entre a Lei e a fé/graça) que
a salvação é SOMENTE pela fé e não por obras: “Sendo justificados gratuitamente pela sua
graça, pela redenção que há em Cristo Jesus... Concluímos, pois, que o homem é justificado
pela fé sem as obras da lei” (Rm 3:24, 28) [grifos meus].
Lembremos, ainda, que fomos: “... criados em Cristo Jesus para as boas obras, as
quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2:10). Assim, vemos que, até nossas
“boas obras” não são méritos nossos (são graças de Deus), pois o próprio Senhor as
preparou para nós! Oh, maravilhosa graça!...
Resumindo: [10]
Tiago 2:18 diz que as obras são necessárias para evidenciarmos aos olhos humanos
(testemunharmos aos outros) que temos a verdadeira fé, pois:
>>>> Obras que agradam a Deus são CONSEQÜÊNCIAS naturais da fé genuína e não
causas da mesma. <<<<
eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis” (2Pe 1:10). Isto só é possível, se
evidenciarmos nossa fé, através de provas externas (2Pe 1:5-9), fazendo obras dignas de
arrependimento (At 26:20), para que possamos “... andar dignamente diante do Senhor,
agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de
Deus” (Cl 1:10).
Ouvi certa vez, em uma pregação, alguém mencionar uma frase de Charles H.
Spurgeon (considerado “o Príncipe dos Pregadores”), que considero bem oportuna aqui:
“Jamais se considerem eleitos, enquanto não forem santos”.
Os verdadeiros salvos, os crentes genuínos, têm certeza da salvação, por
produzirem obras dignas de arrependimento e o fruto do Espírito, vivendo uma vida santa,
através de uma fé operosa!
A salvação deixará de ser SOMENTE pela fé, logo após o arrebatamento da igreja
(Jo 5:24, 14:2-3; Rm 5:9; 1Co 15:51-52; Ef 5:27; 1Ts 1:10, 4:16-17, 5:9; Ap 3:10, 19:6-
8, 22:20), tão logo ocorra a plenitude dos gentios (Lc 21:24; Rm 11:25; Hb 11:25-27).
Nesta ocasião, terá início a 70ª Semana de Daniel (Dn 9:24), a Grande Tribulação,
que é o “tempo de angústia para Jacó” (Jr 30:7) [Jacó = Israel], quando Deus voltará a
tratar de Seu povo Israel (versículos).
A partir do início da Grande Tribulação, a salvação voltará a ser mediante a Lei (Mt
24:14), ou seja, ‘fé + as obras da Lei’. Essa mensagem (o “evangelho do reino”) será
pregada novamente durante o período da Tribulação: “E este evangelho do reino será
pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mt 24:14).
[grifos meus]
Como Deus reservara 7000 homens que não se dobraram a Baal (1Rs 19:18; Rm
11:4), assim também o fará durante a Grande Tribulação. A mensagem do “evangelho do
reino” será pregada pelos 144.000 israelitas, que serão selados pelo Espírito Santo (Mt
24:14; Ap 7:4, 11:3, 14:1-5) e pelas "duas testemunhas", Moisés e Elias (Ap 11:3, 5-6).
Certa ocasião, Jesus Cristo disse algo inusitado aos discípulos: “... Em verdade vos
digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte sem que vejam chegado o
reino de Deus com poder” (Mc 9:1). Como sabemos que todos os discípulos daquela época
morreram, isto nos mostra que Jesus se referia a alguns deles (no caso: Pedro, Tiago e
João) que teriam o privilégio de uma “visão prévia” do “reino de Deus”.
Isto se concretizou seis dias depois, como lemos: “E seis dias depois Jesus tomou
consigo a Pedro, a Tiago, e a João, e os levou sós, em particular, a um alto monte; e
transfigurou-se diante deles; e as suas vestes tornaram-se resplandecentes, extremamente
brancas como a neve, tais como nenhum lavadeiro sobre a terra os poderia branquear. E
apareceu-lhes Elias, com Moisés, e falavam com Jesus” (Mc 9:2-4). [grifos meus]
Portanto, esses discípulos puderam antever a 2ª vinda de Jesus Cristo, bem como
as 2 testemunhas, Moisés e Elias, como ocorrerá na época do “reino de Deus” (o Milênio)
aqui na Terra!
Por ocasião da última Ceia, Jesus Cristo disse aos discípulos que só voltaria a beber
do fruto da vide no “reino de Deus”: “Em verdade vos digo que não beberei mais do fruto da
vide, até àquele dia em que o beber, novo, no reino de Deus” (Mc 14:25).
Quanto aos acontecimentos descritos em Mateus 24 e 25 (O sermão de Jesus
Cristo), lembremos que são referentes aos judeus e não à igreja, pois esta ainda não
estava visível naquele momento em que Ele falou estas coisas; pois, como vimos, ela era
um “mistério” (Rm 16:25; Gl 1:11-12; Ef 3:1-12; 5:32; Cl 1:24-27) e ainda seria revelada
10
posteriormente, pois estava ainda sendo edificada (Mt 16:18) e, somente no Pentecoste,
ela foi incluída no agir de Deus.
De modo que 100% do que encontramos nos relatos dos evangelhos está
sob a lei e não sob a graça! O arrebatamento, naquele tempo, ainda era um
mistério não revelado dos conselhos de Deus. O “evangelho da graça” ainda era
desconhecido!
Os 144.000 israelitas, bem como as duas testemunhas, serão odiados por todos
(Mc 13:13) e perseguidos (Lc 21:12). Mateus 24:9 diz que: "Então vos hão de entregar para
serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu
nome".
Muitos interpretam erroneamente esses versículos, como se estivessem se referindo
à igreja. Pensam, equivocadamente, que a igreja substituiu Israel, sendo a “Israel de
Deus”, ou “Israel Espiritual”, com base em Gl 6:16-17. Com isto, muitas pessoas
“religiosas”, de boa fé, pensam que devem trazer almas para o “reino de Deus”, trabalhar
em prol do “reino”, etc. [11]
Em Cl 1:13, lemos: “O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o
reino do Filho do seu amor”. Este “reino do Filho” (que a meu ver se refere ao “Corpo de
Cristo”, a igreja), não deve ser confundido com o “reino dos céus” (que é o “reino de
Deus” na Terra, o Milênio). O “reino dos céus” tem para o seu destino a Terra, enquanto a
igreja, um dia, será arrebatada aos céus (1Ts 4:13-18).
Eles pensam, também, que é missão da igreja “converter o mundo inteiro”,
pregando o evangelho “em todo o mundo” e que ela “governará o mundo”. Pensam que
Jesus Cristo só retornará se eles tiverem colaborado! Este absurdo é uma teologia
católico-romana (chamada “Teologia do Domínio”) e tem muito crente acreditando nisso.
[Nota: por isto, acham que a internet será a solução, que o uso de adesivos em
automóveis também é uma forma de evangelismo, etc. Outros acham que jogadores de
futebol, com camisas escritas: “Jesus te ama”, estão evangelizando (sic)...].
A Bíblia, por outro lado, ensina-nos que o sinal que precede a 2ª vinda de Cristo (e
não o arrebatamento, pois este será antes da 2ª vinda, pois é IMINENTE e não tem
nenhuma condição prévia para se efetivar), não é a pregação do evangelho “em todo o
mundo”, mas, sim, a apostasia [Nota: que, por sinal, já estamos vendo aumentar,
assustadoramente, em nossos dias]. Outro detalhe que não pode passar despercebido é
que o evangelho mencionado em Mt 24:14, como vimos, é o “evangelho do reino” (= fé +
obras) e não o “evangelho da graça” (= SOMENTE a fé).
O final do Período da Tribulação (que ocorrerá com a 2ª vinda de Cristo para julgar
as nações e reinar por mil anos) não acontecerá até que essa mensagem do “evangelho
do reino” tenha sido ouvida por todas as nações e é por meio desta mensagem que elas
saberão que o tão esperado reino literal de Jesus Cristo (o reino de Deus, o Milênio), na
Terra, está prestes a ser iniciado! Muito provavelmente, a ênfase que será dada pelos
144.000 judeus selados e pelas 2 testemunhas será a mesma dada por João Batista e por
Jesus Cristo: “Arrependei-vos, porque é chegado [finalmente] o reino dos céus”! [ênfase
minha]
O Período da Tribulação objetivará fazer a purificação (Ap 7:9; 14:4) e preparar
a conversão nacional de Israel (compare com Ez 20:37-38; Zc 13:1, 8, 9).
O endurecimento dos corações dos judeus (Is 63:17; Mt 13:15; Mc 6:52; 8:17; Jo
12:40; At 28:25-27; Rm 11:7-10, 25; 2Co 3:4, 14-16) será retirado e um remanescente
deles se converterá a Jesus Cristo (Is 10:22; 11:11, 16; Jr 50:20; Sf 3:13; Rm 9:27; 11:5),
a Quem traspassaram (Ap 1:7), reconhecendo-O como seu prometido Messias e Rei (Zc
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A justiça que é pela lei diz assim: “Ora Moisés descreve a justiça que é pela lei,
dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas” (Rm 10:5). [grifos meus]
A justiça que é pela fé diz assim: “... A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu
coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, a saber: Se com a tua boca confessares ao
Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo”
(Rm 10:8-9) [grifos meus]
“Enquanto a LEI dizia "FAÇA" e exigia justiça, a GRAÇA anuncia que a obra para a
salvação do homem já foi toda "FEITA" e dá a justiça de Deus como um presente (Rm
5:17). "Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as
riquezas da sua GRAÇA" (Ef 1:7)”. [ênfase minha] [12]
CONCLUSÃO
As palavras LEI e GRAÇA são as que melhor descrevem os dois métodos principais
pelos quais Deus tem lidado com a raça humana através das épocas. Em clara oposição
um ao outro, estes dois princípios formam um contraste extraordinário na maneira em que
Deus lida com o homem.
Não compreender a diferença que há entre LEI e GRAÇA e, conseqüentemente,
entre os dois tipos de evangelho (“do reino” e “da graça”), resulta em uma confusão
doutrinária tremenda, com conseqüências desastrosas em toda a pregação, com sérios
reflexos na vida cristã dos crentes.
Membros de seitas levam uma vida inteira, batalhando em fazer “boas obras”,
lutando para se ganhar a salvação, com esforços pessoais, mas sem qualquer resultado;
haja vista que Cristo já pagou todo o preço exigido pela santidade de Deus, como
pagamento da dívida do pecado: “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas
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ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a
na cruz” (Cl 2:14). [Vide também Ef 2:15].
A FÉ salvadora está depositada em uma Pessoa: o Senhor Jesus Cristo. Não
precisamos praticar “boas obras” para sermos salvos, pois Deus diz: "Ora, àquele que faz
qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas
àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua FÉ lhe é imputada como
justiça" (Rm 4:4-5). [ênfase minha]
>>> Boas obras devem ser praticadas sim. Porém, delas só resultam galardões e não
salvação! <<<
Enfim, se você, leitor, é membro de alguma igreja (seita) que diz ser necessário
praticar obras ou quaisquer outras ordenanças (usos e costumes, leis, promessas,
penitências, etc.), veja a exortação bíblica: “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa
sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os
rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” (Cl 2:8).
A instrução de Paulo ao carcereiro de Filipos é a CHAVE para esta questão: "Crê no
Senhor Jesus Cristo e serás salvo" (At 16:31).
Afinal, se Cristo já cumpriu todas as ordenanças da Lei (Gl 3:10-13; Ef 2:15; Cl
2:14), pra que se esforçar, tentando fazer algo que já ESTÁ CONSUMADO?
NOTAS:
ADENDO: