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Redação

Nesta seção, iremos ajudá-lo a entender como é feita a correção d


redação e os critérios utilizados nela.
Simulados
- 2000 Apresentamos as redações do ENEM de 98, 99 e do simulado COC
- 2001 ENEM. Numa folha de papel à parte, refaça estas redações, treina
- 2002 suas competências e habilidades.
- 2003
- 2004 A redação deverá ser estruturada na forma de texto em prosa do
- 2005 dissertativo-argumentativo, a partir da proposta de um tema de o
- 2006 social, científica, cultural ou política.
- 2007
- 2008 Na redação, também serão avaliadas as cinco competências da M
- 2009 do ENEM, referidas à produção de um texto. Cada uma das
competências será avaliada numa escala de 0 a 100 pontos.
Provas e
gabaritos: Caso o participante não desenvolva o tema e a estrutura solicitad
- 1998 será atribuída a nota ZERO à competência II da redação, o que an
- 1999 correção das demais competências da redação. A nota global da
- 2000 redação, neste caso, será ZERO.
- 2001
- 2002 A nota global da redação será dada pela média aritmética das not
- 2003 (Com Áudio) atribuídas a cada uma das cinco competências específicas da reda
- 2004 (Com Áudio)
- 2005 (Com Áudio) As cinco competências avaliadas na redação são as mesmas avalia
- 2006 (Com Áudio) na parte objetiva da prova, traduzidas para uma situação específi
- 2007 (Com Áudio) produção de texto, conforme especificado a seguir:
- 2008 (Com Áudio)
- 2009 (Com Áudio)
Parte Objetiva Redação
I. Dominar a norma culta da I. Demonstrar domínio da
Site Inep - ENEM Língua Portuguesa e fazer uso norma culta da língua escrita
das linguagens matemática,
artística e científica.
II. Construir e aplicar II. Compreender a proposta
conceitos da várias áreas do de redação e aplicar conceito
conhecimento para a das várias áreas de
compreensão de fenômenos conhecimento para
naturais, de processos desenvolver o tema, dentro
histórico-geográficos, da dos limites estruturais do
produção tecnológica e das texto dissertativo-
manifestações artísticas. argumentativo.
III. Selecionar, organizar, III. Selecionar, relacionar,
relacionar, interpretar dados e organizar e interpretar
informações representados de informações, fatos, opiniões
diferentes formas, para tomar argumentos em defesa de um
decisões e enfrentar situações- ponto de vista.
problema.
IV. Relacionar informações, IV. Demonstrar
representadas em diferentes conhecimento dos
formas e conhecimentos mecanismos lingüísticos
disponíveis em situações necessários para a construçã
concretas, para construir da argumentação.
argumentação consistente.
V. Recorrer aos conhecimentos V. Elaborar proposta de
desenvolvidos na escola para solução para o problema
elaboração de propostas de abordado, mostrando respeit
intervenção solidária na aos valores humanos e
realidade, respeitando os considerando a diversidade
valores humanos e sociocultural.
considerando a diversidade
sociocultural.

Na competência I, espera-se que o participante escolha o regist


adequado a uma situação formal de produção de texto escrito. Na
avaliação, serão considerados os fundamentos gramaticais do tex
escrito, refletidos na utilização da norma culta em aspectos como:
sintaxe de concordância, regência e colocação; pontuação; flexão
ortografia; e adequação de registro demonstrada, no desempenho
lingüístico, de acordo com a situação formal de produção exigida.

O eixo da competência II reside na compreensão do tema que


instaura uma problemática a respeito da qual se pede um texto
escrito, em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo. Por meio de
tipo de texto, analisam-se, interpretam-se e relacionam-se dados
informações e conceitos amplos, tendo-se em vista a construção d
uma argumentação, em defesa de um ponto de vista.

Na competência III, procura-se avaliar como o participante, em


situação formal de interlocução, seleciona, organiza, relaciona e
interpreta os dados, informações e conceitos necessários para
defender sua perspectiva sobre o tema proposto.

Na competência IV, avalia-se a utilização de recursos coesivos d


modalidade escrita, com vistas à adequada articulação dos
argumentos, fatos e opiniões selecionados para a defesa de um p
de vista sobre o tema proposto. Serão considerados os mecanism
lingüísticos responsáveis pela construção da argumentação na
superfície textual, tais como: coesão referencial; coesão lexical
(sinônimos, hiperônimos, repetição, reiteração); e coesão gramat
(uso de conectivos, tempos verbais, pontuação, seqüência tempor
relações anafóricas, conectores intervocabulares, intersentenciais,
interparágrafos).

Na competência V, verifica-se como o participante indicará as


possíveis variáveis para solucionar a problemática desenvolvida, q
propostas de intervenção apresentou, qual a relação destas com o
projeto desenvolvido sobre o tema proposto e a qualidade destas
propostas, mais genéricas ou específicas, tendo por base a
solidariedade humana e o respeito à diversidade de pontos de vist
eixos de uma sociedade democrática.

ENEM 98

REDAÇÃO

O Que É O Que É

(...)

Viver
e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar e cantar e cantar
a beleza de ser um eterno aprendiz
Eu sei
que a vida devia ser bem melhor
e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita

(...)

Luiz Gonzaga Jr. (Gonzaguinha

Redija um texto dissertativo sobre o tema "Viver e Aprender", n


qual você exponha suas idéias de forma clara, coerente e em
conformidade com a norma culta da língua, sem se remeter a
nenhuma expressão do texto motivador "O Que É O Que É".

Dê um título à sua redação, que deverá ser apresentada a tinta e


desenvolvida na folha anexa ao Cartão-Resposta. Você poderá uti
a última página deste Caderno de Questões para rascunho.

ENEM 99

REDAÇÃO
(HENFIL. Fradim, Ed. Codecri, 1997, nº 20)

O encontro "Vem ser cidadão" reuniu 380 jovens de 13 Estados, e


Faxinal do Céu (PR). Eles foram trocar experiências sobre o cham
protagonismo juvenil.

O termo pode até parecer feio, mas essas duas palavras significam
o jovem não precisa de adulto para encontrar o seu lugar e a sua
forma de intervir na sociedade. Ele pode ser protagonista.

([Adaptado de] "Para quem se revolta e quer agir", Folha de S.Paulo, 16/11/98)

Depoimentos de jovens participantes do encontro:

• Eu não sinto vergonha de ser brasileiro. Eu sinto muito org


Mas eu sinto vergonha por existirem muitas pessoas
acomodadas. A realidade está nua e crua. (...) Tem de par
com o comodismo. Não dá para passar e ver uma criança n
rua e achar que não é problema seu. (E.M.O.S., 18 anos, Minas G

• A maior dica é querer fazer. Se você é acomodado, fica


esperando cair no colo, não vai acontecer nada. Existe mu
coisa para fazer. Mas primeiro você precisa se interessar. (
16 anos, Paraná)

• Ser cidadão não é só conhecer os seus direitos. É participa


dinâmico na sua escola, no seu bairro. (H.A., 19 anos, Amazonas

(Depoimentos extraídos de "Para quem se revolta e quer agir", Folha de S.Paulo, 16/11
Com base na leitura dos quadrinhos e depoimentos, redija um tex
em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo, sobre o tema:
Cidadania e participação social.

Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimento


adquiridos ao longo de sua formação. Depois de selecionar, organ
relacionar os argumentos, fatos e opiniões apresentados em defes
seu ponto de vista, elabore uma proposta de ação social.

A redação deverá ser apresentada a tinta, na cor azul ou preta, e


desenvolvida na folha grampeada ao Cartão-Resposta. Você pode
utilizar a última página deste Caderno de Questões para rascunho

ENEM 2000
REDAÇÃO

“É dever da família, da sociedade e do Estado


assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta
prioridade, o direito à saúde, à alimentação, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocálos
a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, crueldade e opressão”.
Artigo 227, Constituição da República Federativa do Brasil.
(Angeli, Folha de S. Paulo , 14.05.2000)

(...) Esquina da Avenida Desembargador Santos Neves


com Rua José Teixeira, na Praia do Canto, área nobre de
Vitória. A.J., 13 anos, morador de Cariacica, tenta ganhar
algum trocado vendendo balas para os motoristas. (...)
“Venho para a rua desde os 12 anos. Não gosto de
trabalhar aqui, mas não tem outro jeito. Quero ser
mecânico”.
A Gazeta, Vitória (ES), 9 de junho de 2000.

Entender a infância marginal significa entender


porque um menino vai para a rua e não à escola. Essa é,
em essência, a diferença entre o garoto que está dentro do
carro, de vidros fechados, e aquele que se aproxima do
carro para vender chiclete ou pedir esmola. E essa é a
diferença entre um país desenvolvido e um país de Terceiro
Mundo.
Gilberto Dimenstein. O cidadão de papel. São Paulo, Átic
2000. 19a. edição.

Com base na leitura da charge, do artigo da Constituição, do


depoimento de A.J. e do trecho do livro O cidadão de papel, redija
texto em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo, sobre o te

Tema:

• Direitos da criança e do adolescente: como enfrentar esse


desafio nacional?

Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimento


adquiridos e as reflexões feitas ao longo de sua formação. Selecio
organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender o
ponto de vista, elaborando propostas para a solução do problema
discutido em seu texto.

Observações:

• Lembre-se de que a situação de produção de seu texto req


uso da modalidade escrita culta da língua.
• Espera-se que o seu texto tenha mais do que 15 (quinze)
linhas.
A redação deverá ser apresentada a tinta na cor preta e
desenvolvida na folha própria.

• Você poderá utilizar a última folha deste Caderno de Quest


para rascunho.

© 2001 COC Sistema de Ensino - Ribeirão Preto

CORREÇÃO DAS PROVAS DE REDAÇÃO

As redações foram corrigidas por uma banca, composta de professores da UFPB e de


professores do Ensino Médio da rede pública, conforme previsto pela Resolução que rege o
PSS.

Saliente-se que, sendo a correção das redações tarefa que envolve uma análise criteriosa, a COPERVE
tem, por esse momento, os mesmos cuidados que dispensa à elaboração das provas.
Por essa razão, o processo de correção constituiu-se de dois momentos: treinamento dos examinadores e
correção das redações. Para o treinamento, os coordenadores selecionaram amostras de redações dos dois
gêneros solicitados na prova, com o objetivo de, nessa amostragem, trabalhar a grade de correção abaixo
apresentada, no sentido de garantir homogeneização dos critérios e atenuar a flutuação no julgamento.

CRITÉRIOS DE ASPECTOS CONSIDERADOS


AVALIAÇÃO
Adequação ao Gênero/Tema Organização textual adequada ao(s) gênero(s) / tema(s)
solicitado(s).
Coerência Textual Princípio da não-contradição, da continuidade e da progressão
do sentido entre as partes do texto.
Coesão Textual Emprego adequado dos elementos coesivos referenciadores e
seqüenciadores, que assinala a manutenção, a progressão do
sentido, e as relações lógico-semânticas entre os enunciados.
Norma Culta Escrita Usos da linguagem adequados aos diferentes gêneros
textuais/discursivos.

No treinamento, foram também estabelecidos os seguintes procedimentos:


- os professores, componentes da banca de correção, foram distribuídos em dois grupos;
- cada grupo de correção atuou sob a coordenação de dois professores;
- cada redação foi corrigida por dois examinadores pertencentes a grupos de correção distintos, sem que
nenhum deles tivesse conhecimento da nota atribuída pelo outro;
- nos casos em que se registrou diferença superior a dois pontos nas notas atribuídas, a redação foi
reavaliada pela Banca de Revisão, que atribuiu a nota final.

Encerrada a correção, os coordenadores elaboraram um documento com base nos relatórios


dos professores examinadores, abordando o desempenho dos candidatos, segundo os critérios
estabelecidos para a correção, conforme síntese a seguir.

No que diz respeito ao critério GÊNERO E TEMA, foi observado que houve um melhor
desempenho dos candidatos na questão 1 (artigo de opinião). Na questão 2 (carta), um número elevado de
candidatos demonstrou desconhecer a estrutura desse gênero, não obstante a questão apresentar a
definição e a estrutura do gênero carta[1] . Essa constatação permitiu compreender que a produção de
textos contemplando gêneros textuais merece ainda uma atenção maior da escola, visto que os candidatos
continuam presos ao modelo tradicional de redação (texto escolarizado), fato que vem comprovar o
melhor desempenho dos candidatos na questão 1.

No entanto, em relação à questão 1, foi observado que os textos produzidos apresentaram


um baixo nível de informatividade, comprometendo, assim, a argumentação textual e a progressão de
sentido. Tal fato tornou os textos repetitivos e circulares, do ponto de vista dos argumentos defendidos,
demonstrando uma visão limitada acerca do tema abordado. Quanto à questão 2, os textos produzidos
apresentaram, também, um baixo nível de desempenho (criatividade/originalidade).
Quanto aos critérios COERÊNCIA E COESÃO TEXTUAIS, observaram-se problemas
relativos ao emprego dos elementos seqüenciadores e os de referência que afetam a organização geral do
texto, interferindo na própria coerência. Nesses critérios ainda foram registrados problemas de
inadequação vocabular, ora com a criação desnecessária de neologismos, ora com o emprego indevido de
palavras já existentes, afetando também o sentido geral do texto.

Com relação ao critério NORMA CULTA ESCRITA, foi constatado que problemas
apontados em anos anteriores ainda foram recorrentes em um grande número de produções, tais como:
desvios de concordância, regência, pontuação, além de problemas de registro ortográfico, incluindo a
acentuação gráfica.

Foi verificado, ainda, que um número expressivo de candidatos revelou falta de


competência leitora, não entendendo as propostas de produção textual e os textos de apoio. Nesse sentido,
pode-se afirmar que há um grave problema de leitura interferindo na produção, isto é, há uma dificuldade
de compreensão do enunciado da questão.

Finalizada a etapa de correção, dentre os textos produzidos no PSS- 2008, a Banca


Examinadora da Prova de Redação selecionou os textos a seguir como produções que atenderam
satisfatoriamente aos seguintes critérios de avaliação: adequação ao gênero e ao tema proposto; coerência
e coesão textuais; e norma culta. Ressalte-se que foi mantida a fidelidade à escrita dos textos originais.

Questão 1

Punições para políticos corruptos

Candidata: THALITA DO NASCIMENTO SILVA - Curso: MEDICINA

Nos últimos anos, escândalos de corrupção, envolvendo políticos brasileiros, passaram a ser
noticiados, constantemente, pela mídia. Porém, recentemente, o assunto mais enfocado pelos veículos de
comunicação é a punição de políticos corruptos.

As punições aplicadas aos políticos condenados por corrupção, pelo Supremo Tribunal
Federal, compreendem o afastamento temporário do cargo, a cassação do mandato e a prisão do político
criminoso, por exemplo. Tratam-se de medidas justas, e que representam um marco na história política
brasileira: uma gradativa diminuição da impunidade nos casos de corrupção.

Felizmente, apesar de todos os obstáculos enfrentados pela justiça do Brasil, como os


grandes poderes econômicos e políticos dos réus, as punições estão sendo executadas adequadamente.
Enfim, é admirável a atuação da justiça brasileira diante dos crimes de corrupção, os quais
tanto indignam o povo brasileiro. Esperamos, não apenas, que os corruptos sejam punidos de forma
exemplar, mas também, que crimes como esses, aos poucos, possam diminuir.

Cidadã Brasileira.

Questão 1

Queremos confiar na justiça brasileira.

Candidata: ANA PAULA MESQUITA UCHOA - Curso: MEDICINA

Convivemos diariamente com notícias de corrupção em nosso país. Os escândalos são


freqüêntes e vergonhosos. Um novo caso de desvio de dinheiro público nos faz esquecer a quebra de
decoro parlamentar da semana passada, levando-nos a acreditar que a impunidade sempre vence.

Nossa esperança renasceu diante da decisão do Supremo Tribunal Federal em aceitar a


denúncia do Ministério Público no caso do “mensalão”. Esperamos que atitudes como essa representem o
início de um novo modelo para a justiça brasileira, uma vez que os políticos estão acostumados a
utilizarem suas influências em benefício próprio e saírem ilesos.

A justiça deve estar ao lado do povo brasileiro, punindo, quando necessário, os políticos
que foram escolhidos por pessoas que trabalham honestamente e pagam seus impostos.

É preciso que haja uma grande mudança na justiça brasileira. Precisamos de governantes
honestos que defendam nossos direitos e cumpram seus deveres. Os políticos corruptos devem ser
punidos severamente.

Cidadã Brasileira

Questão 2

Candidata: LAURA REGINA MANGUEIRA BARROS - Curso: LETRAS PORTUGUÊS (LIC)


JP/NOITE

João Pessoa, 19 de dezembro de 2007

Senhor Gerente da empresa Pão de Açúcar,


Falar no que faz alguém feliz é muito relativo diante do ponto de vista de cada um. O que
pode ser bom para alguém, pode não ser bom para outra pessoa, senhor gerente.

Para mim, o conceito de felicidade vem da paz interior que sinto, da consciência tranqüila,
dos deveres e obrigações cumpridos, da luta de cada dia pelos meus direitos e sonhos e a mais importante
delas e que me faz realmente feliz é olhar o semblante do meu filho dormindo.

Ser feliz não está relacionado em nada com dinheiro ou posição social e sim com o que a
vida tem de mais real a nos oferecer, a capacidade de enchergar beleza nas coisas mais simples.

Atenciosamente,

A sonhadora

Questão 2

Candidata: ANA VIVIAN FERREIRA DA COSTA - Curso: MEDICINA

Sousa, 19 de dezembro de 2007.

Caro Gerente,

O que me faz feliz é saber que existe alguém pensando em mim. É receber um telefonema
inesperado da pessoa de quem mais gosto. É estar rodeada de amigos, rindo e falando besteiras. É comer
brigadeiro pregando na panela e ouvir um bom forró. Ir à uma festa e sair com os pés machucados por ter
dançado muito. É sentir um bom perfume e ouvir eu te amo de uma pessoa bem especial. É sentir um
“frio na barriga” de ansiedade nas vésperas de encontrar o meu grande amor. É isso que me faz feliz.

A sonhadora

PSS 2008

QUESTÕES APRESENTADAS NA PROVA DE REDAÇÃO

ORIENTAÇÕES GERAIS
 Mantenha FIDELIDADE ao TEMA e ao GÊNERO solicitados em cada
questão.

 Utilize as informações fornecidas pelos textos apresentados para cada


questão. Os textos NÃO PODEM SER COPIADOS. Caso seja necessário
citar passagens desses textos, use aspas.

 Apresente letra legível, com TINTA PRETA ou AZUL.

 Faça rascunho, se necessário, nas páginas indicadas neste Caderno de


Questões. Contudo, os RASCUNHOS NÃO SERÃO CORRIGIDOS.

 Responda às questões 01 e 02 nos espaços predeterminados nas folhas de


respostas. RESPOSTA FORA DO ESPAÇO ESTABELECIDO NÃO SERÁ
CORRIGIDA.

Prova de Redação: Questão 01

A corrupção não é um fato novo na história do Brasil. O caso do “mensalão”


(escândalo da transferência de recursos a parlamentares, em 2005) é um capítulo a
mais. A decisão do Supremo Tribunal Federal, em 28 de agosto de 2007,
transformando em réus 40 (quarenta) envolvidos nesse escândalo, é um caso
inédito para o povo brasileiro.

Acerca dessa decisão, considere os fragmentos de textos:

“A histórica decisão do STF, enquadrando a “quadrilha” do mensalão, pode ser o início de mudança do
paradigma de impunidade para os poderosos, até agora vigente no País.”
(ALMEIDA, José Nobre. ISTOÉ, São Paulo, n.1975, p.14, set.2007. Seção Cartas).

“A briga não será fácil. Contra a verdadeira justiça estão o poder econômico e a influência política dos
espertalhões — os que usufruíram de seus cargos para cometer os delitos.”
(SILVA, Fábio Moreira da. ISTOÉ, São Paulo, n. 1975. p.12, set.2007. Seção Cartas).
“Ao acolher a denúncia do Ministério Público, o STF acendeu uma pequena luz no fim do túnel para a decência e
a moralidade no nosso Brasil. As casas de apostas pagavam dez por um na impunidade, diante dos últimos
acontecimentos. Pelo menos agora o caminho está aberto para a punição daqueles que tanto corromperam e
zombaram da dignidade do nosso povo.”

(SAGUIAR NETO, Habib. ISTOÉ, São Paulo, n.1975. p.12, set.2007. Seção Cartas).

A partir das idéias contidas nesses fragmentos, considere-se um leitor que deseja
expressar, em um jornal, o seu ponto de vista a respeito da atuação da justiça no
Brasil. Para tanto, redija um artigo de opinião, observando as seguintes
orientações:

• Siga a estrutura padrão de um artigo de opinião;


• Use a norma culta da língua escrita;
• Redija o texto com, no mínimo, 20 linhas e, no máximo, com 25;
• Assine seu artigo usando o pseudônimo “Cidadão(ã) Brasileiro(a)”.

C O artigo de opinião, geralmente publicado em jornais e revistas, compreende


textos “nos quais o autor expressa seu ponto de vista sobre o tema em
discussão”.
(CEREJA,William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e Interação: uma proposta de produção textual a
partir de Gêneros e projetos. 2 ed. São Paulo: Atual, 2005, p.129).

Prova de Redação: Questão 02

Leia o texto:

(Revista Veja. São Paulo, n.11, p. 35, 21 mar. 2007).

Esse texto apresenta uma série de elementos e situações que podem levar as
pessoas a se sentirem felizes. Nele, o leitor, por vezes, é interpelado sobre a
seguinte pergunta: “O que faz você feliz?”

Considerando que uma empresa realizará um concurso para premiar o(a)


candidato(a) que melhor responda, por meio de uma carta, à pergunta “O que faz
você feliz?”, e supondo que você participará desse concurso, redija seu texto,
observando as seguintes orientações:

• Siga a estrutura padrão de uma carta;


• Dirija sua carta ao gerente da empresa;
• Use a norma culta da língua escrita;
• Redija sua carta com, no mínimo, 10 linhas e, no máximo, com 15;
• Assine sua carta usando o pseudônimo “O(A) Sonhador(a)”.
C “A carta é um gênero textual que costuma apresentar uma estrutura padrão, composta de local e data,
vocativo (o nome da pessoa a quem se dirige a carta), texto e assinatura.”

(CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e Interação: uma proposta de produção
textual a partir de Gêneros e projetos. 2 ed. São Paulo: Atual, 2005, p.17).

[1] As questões de redação solicitadas na prova do PSS 2008 encontram-se apresentadas, na íntegra, ao
final desse texto.

Na redação espera-se que o candidato seja capaz de organizar idéias, estabelecer


relações, interpretar dados e fatos e elaborar hipóteses explicativas para conjuntos de
dados relativos a quaisquer áreas de conhecimento da norma culta. O candidato deve
demonstra uma boa capacidade de leitura e de elaboração de dados e argumentos.

O tema da redação é acompanhado de uma coletânea de textos que fornece informações


e perspectivas acerca de cada tema, que o candidato deve ler atentamente e utilizá-las
conforme o tema que escolher.

A redação será corrigida segundo os critérios apresentados no item 6.18 do edital e


segundo as orientações abaixo.

Adequação
· Ao tema proposto espera-se que o candidato elabore um texto cujo conteúdo mantenha
relação com o tema e com os textos da coletânea. A fuga parcial ao tema fará com que o
candidato perca alguns pontos desse item. Se o candidato fugir totalmente ao tema, terá
sua redação anulada.

· Aos elementos fornecidos pela coletânea de textos correspondentes ao tema, o


candidato deve demonstrar que sabe utilizar de forma adequada as informações
oferecidas pela coletânea. Isso significa que deverá saber identificar nos textos da
coletânea as informações e os argumentos que contribuam para a discussão e /ou
desenvolvimentos do tema proposto. Se ocorrer a simples reprodução dos textos, ou
fragmento dos textos em forma de colagem, o candidato não estará fazendo utilização
adequada da coletânea e perderá pontos. Se não utilizar nenhum elemento da coletânea,
será anulada a redação.

· Ao tipo de texto solicitado para tema o candidato deve desenvolver a redação no tipo
solicitado para o tema. Caso seja um texto dissertativo, deve identificar expor e discutir
os pontos de vista apresentados na coletânea e tirar conclusões. Caso seja um texto
persuasivo, o candidato deverá saber identificar na coletânea argumentos, pontos de
vista e opiniões que servirão de referência para construção de sua argumentação,
dirigida a um interlocutor específico. Se o candidato se afastar parcialmente do tipo de
texto solicitado pelo tema proposto, perderá pontos. Se produzir qualquer tipo de texto
que fuja totalmente aos parâmetros solicitados, terá a redação anulada.

· À modalidade escrita em língua padrão o candidato deverá demonstrar em sua redação


capacidade de exprimir-se de forma adequada ao estilo escrito e formal. Em certas
circunstâncias, poderão ser aceitas modalidades próprias de linguagem oral. Também
deve revelar bom domínio das regras gramaticais da língua culta, do sistema ortográfico
e dos recursos de pontuação.

COERÊNCIA

· Na avaliação da coerência, serão levados em conta o tipo de texto (dissertativo ou


persuasivo), clareza, a seqüenciação e a objetividade da escrita.

Coesão

· O texto deverá ser bem estruturado e coeso. Será avaliada a capacidade de empregar
adequadamente os recursos vocabulares, sintáticos e semânticos de que dispõe a língua
portuguesa, para relacionar termos ou segmentos na construção de um texto.

Aspectos morfossintáticos e semânticos do texto

· Uso adequado de aspectos morfossintáticos e semânticos do texto.

LÍNGUA PORTUGUESA

Dimensão Pragmática

1.1 Estabelecimento de relação entre texto e condições de produção.


1.2 Reflexão sobre as diferentes modalidades lingüisticas a partir do contexto dos
textos.
1.3 Percepção dos diferentes usos da língua a partir de diferentes interlocutores e
situações de comunicação.

Dimensão Semântica

2. 1 Uso e entendimento dos diferentes mecanismos que garantem a coesão textual.


2.2 Percepção de diferentes recursos lingüísticos para a construção da coerência e
progressão textuais.
2.3 Entendimento e domínio de vocabulário adequado às diferentes situações de
comunicação, tendo em vista diferentes interlocutores.
2.4 Percepção, entendimento que demonstram as diferentes intenções dos interlocutores
na construção / leitura de textos.
2.5 Percepção / entendimento e uso das diversas classes gramaticais e das possibilidades
de paragrafação de textos para estabelecimento da coerência e progressão textuais
Dimensão Formal

3.1 Percepção e uso adequado das diversas classes gramaticais como mecanismo de
coesão textual.
Uso, percepção e entendimento de diferentes elementos de articulação textual para a
construção da coesão textual.

3.3 Uso e entendimento dos aspectos sintáticos semânticos e / ou morfossintáticos (nível


vocabular lexical)
Uso e entendimento da pontuação como elemento de coesão textual e / ou recurso de
estilo.

Percepção e uso das diferentes relações sintáticas entre termos, orações e parágrafos
dentro de um mesmo texto.

Começo

Durante o tempo de escola, os professores pouco se interessaram por ensinar a pré-


escrita para depois escrever o texto, o que dificulta muito o domínio sobre o texto.

Portanto, o que se pretende com este trabalho é não só melhorar a escrita dos alunos,
mas também ajudar a outros que estejam enfrentando o mesmo problema.

Muitos alunos têm de escrever redações sobre temas absurdos, e conseqüentemente, na


maioria dos casos não conseguem a chance real, na escola, de escrever o que gostariam
e da forma como gostariam.

A maneira como a escola trata o escrever leva facilmente muitos alunos a detestar a
escrita e em conseqüência a leitura, o que é realmente um irreparável desastre
educacional.

Este trabalho propõe-se a refletir sobre como formar discentes para escrever na sala de
aula, elaborando textos criativos com o propósito de que o próprio educando, junto com
o educador, analisem as várias técnicas para aprender a desenvolver o texto, começando
pelo tema.

Há vários modos na produção de texto que podem ajudar a fazer uma boa redação,
como: clareza na coerência e coesão; leitura e escrita; pré-escrita.
Em princípio, é necessário colaborar com a turma para que a elaboração da redação se
torne clara desde do início até o final. O professor deve orientá-los sobre o que não se
pode fazer, bem como sobre o que fazer para chegar a um texto com sucesso. Porém, os
alunos devem ter iniciativa para escrever.

Todo discente tem capacidade de pensar, sentir, expressar-se na hora de escrever. No


entanto, para saber escrever precisa ler, ou seja, uma leitura atenta que o oriente sobre
como o escritor formou as idéias para que eles (estudantes) comecem a redigir e ter a
habilidade de compreender expressões ou a capacidade de ler nas entrelinhas.

Este trabalho é baseado na fundamentação teórica, referente ao tema proposto, em que,


cada livro comprova os fatos com leitura sistemática, ressaltando os pontos abordados
pelos autores pertinentes ao assunto em questão.

Explica-se como foi usado cada livro:

1. Redação Inquieta, os capítulos 1, 2, 3, 4, 6;


2. Educação pelo argumento, parte I;
3. Redação -passo a passo, algumas partes da parte I - Estilo, e também, à parte II;
4. Técnica de Redação, capítulos 6 e 7;
5. Roteiro de Redação, capítulos 1, 2, 3, 6, 7;
6. O texto na sala de aula, capítulo 4;
7. Manual e Técnicas de Redação, páginas 1 a 9;
8. Guia Prática de Redação, plano de trabalho escrito, p.27;
9. Redação e interpretação instrumental, páginas: 87, 98;
10. Por que (não) Ensinar Gramática na Escola, páginas: 49,91.

Quando se escreve ou quando se fala, é com o fim de comunicar algo; portanto na


construção de textos na sala de aula é necessário primeiro que os alunos aprendam a
pensar.

Para iniciar nossa pesquisa, apresentaremos as definições de: - texto, redação, contexto,
coerência, coesão, estrutura e a importância de saber gramática. Para ensinar tudo isso, é
bom incentivar o aluno começando com esta frase Escrever é como jogar xadrez.

Por quê? A pessoa que sabe jogar visualiza o tabuleiro para ganhar o adversário. Ela
pensará cada peça movida. Portanto, o jogo de xadrez pode ajudar os alunos a
desenvolver a lógica, do raciocínio e do problema; habilidade de memória, da
concentração e da visualização; a confiança; a paciência; a determinação; o equilíbrio; a
expressão de si mesmo, a atenção; a criatividade; a capacidade para aprender as
intenções do outro.

Porém, qual é a relação de xadrez com o ato de escrever? Para escrever, precisa-se
muito treinamento da memória para organizar as idéias.

Para ordená-las, precisa-se pensar. Como disse Bernardo (2000, p, 20), "enfrentar inclui
pensar. Pensar que escrever certamente não será uma questão de dom". No pensamento
do autor, para pôr palavras no papel é necessário antes pensar, e depois transpirar. Na
citação de Bernardo (2000, p, 54), "[...]

Escrever para aprender significa descobrir relações entre idéias, selecionar e ordenar
idéias e dados, ou ainda dar forma a experiências pelas quais passamos a fim de que
possamos compreendê-las com mais clareza". Para saber escrever, é necessário ordenar
os pensamentos e pôr as palavras certas.

Se isso acontecer, o texto ficará claro e o aluno acompanhará a leitura do autor, portanto
saberá as idéias principais dos parágrafos, ou seja, se tem unidade global é porque a pré-
escrita está bem elaborada e o aluno não se perderá na seqüência de idéias.

Quando se pensa no tema, deve-se planejar o texto, pois surgirão muitas idéias
desorganizadas que depois serão hierarquizadas e assim o escrito será compreensivo. As
idéias e o pensamento são abstratos e só irão materializar-se com a linguagem escrita.

É importante que o aluno saiba o que é uma redação. Isso o ajudará o a ter consciência
para desenvolver qualquer assunto. O professor deve estar consciente disso e colaborar
com o educando até que ele consiga escrever qualquer tema. O educador deve incentivar
o aluno a produzir sobre si mesmo antes de começar por outros escritos.

Se não sabe como iniciar uma redação efetivamente não vai saber fazer o meio e o final.
Como escreve Bernardo (2000, p, 20), "o ato de escrever é, primeiro e ante de tudo, a
questão do desejo". Desejo de se expressar, de dizer algo sobre o que pensa a respeito
dos mais diversos assuntos.

Para que esse desejo de escrever possa aflorar, o professor precisa incentivar o aluno a
escrever todos os dias e organizar as idéias, ter uma seqüência do raciocínio lógico para
não se perder do assunto. Dentro de tudo isso é importante escolher palavras-chave e
idéias principais de cada parágrafo.

Enquanto o educando não sabe redigir, o professor tem a responsabilidade de motivá-lo


para a produção das idéias e temas que o levem a querer escrever.

O educador dá primeiro o exemplo de como escrever ou ler. Nesse estágio, a motivação


é importante. Portanto, não é adequado falar para o aluno que é difícil o ato de escrever.
Para isso, o docente deve deixá-lo à vontade para eleger leituras que vai ser seu primeiro
espelho para poder produzir. De acordo com Bernardo (2000, p, 28), "[...] a idéia de que
uma pessoa que leia muito necessariamente escreve bem é falsa".
Então quem lê muito não significa que vai redigir bem. Quando o aluno tem muita
leitura, é importante analisar a leitura de como o autor planejou o texto. O educador
precisa falar para turma qual é o objetivo de ler e escrever, pois ler e escrever são dois
conceitos diferentes, visto que ler é vida e informação entendimento do significado das
palavras escritas. A seguinte citação demonstra isso:

Pela leitura você ganha experiências, você observa como um escritor tratou habilmente
uma situação difícil, como usou as palavras e as expressões, como descreveu, como
gerou expectativa, como arrancou emoções. Leia e aprenda, leia observando, como
quem observa a natureza. (BAÇAN, 1999, p.22)

Quem lê se informa do "mundo" e adquire experiências. Toda produção escrita deve ser
analisada pelo aluno: por que o autor usou tais expressões? Por que escolheu essas
palavras para dar emoção ao escrito? O educando tem que observar tudo sobre o texto
para aprender cada vez mais.

É importante dar preferência a autores de qualidade. Então para escrever o aluno deve
ter o hábito de ler constante. Segundo Baçan (1999, p. 23):

Comece lendo bons autores modernos, no gênero que você mais aprecia. Se gosta de
histórias em quadrinhos, comece com elas. Leia os cronistas de jornal, os comentários e
editoriais, que são pequenos e rápidos. Observe sempre como eles estruturam o texto,
como usam as palavras e como constróem as imagens.

Ler um fragmento de um jornal por dia para analisar o conteúdo, uma revista por
semana, um livro por mês. Isso ajudará a escrever melhor.

Quem escreve, tem a intenção de revelar-se para os outros e traçar um destino, ser
lembrado como escritor, e colocar-se no campo de batalha de trabalho com outros
escritores.

Cada escritor tem um estilo de produzir um texto, porque cada redator é único, e cada
um quer conhecer outras maneiras de pensar. Quem escreve claro, expõe as idéias de tal
modo a não permitir dúvidas quanto à interpretação.
Quando o discente aprende a escrever há duas alternativas: - uma de desejo e outra de
medo - ou seja, aquela vontade de redigir ou aquele medo de errar. Quando o educando
tem medo de pôr suas idéias no papel, por conseguinte o texto fica escuro. Para que não
fique obscuro Bernardo orienta (2000, p, 37), "no ato da redação, acho que a luta se faz
no rasgo". Ou seja, na imitação. Como fazer isso? Lendo e pondo as idéias do autor
como estavam no texto; com o tempo, o aprendiz constrói seu próprio texto, sendo a
paráfrase, seu exercício mais eficiente, até superar a escrita do outro e chegar na escrita
pessoal.

Paráfrase é uma redação escrita pelo autor, a partir de pensamentos de outra redação,
sem sair de seu conteúdo, mas usando outras palavras. Para conseguir uma paráfrase é
preciso entender todas as idéias que o autor do texto original quis transmitir, em todos
seus detalhes. Na visão de Bernardo (2000, p. 71.) "[...] antes de fazer com que alunos
redijam paráfrases é necessário fazê-los perceber a diferença entre aqueles que plagiam
o original, aquelas que o alternam e aquelas bem redigidas".

O professor tem muita responsabilidade com seus discentes de explicar o que é uma
paráfrase. E o que é uma paráfrase, se não pôr com outras palavras o que se leu? Assim
é mais produtivo para o aluno aprender a redigir.

Quando o estudante começa a escrever sem pensar, sem ler, isso o leva a uma redação
sem rumo e não chega a nada, a algo concreto. Escrever é um trabalho árduo, enquanto
um texto em desordem é um sintoma de um pensamento confuso. Ou seja, quem não
pensa bem, não escreve bem. Agora quem planeja as idéias com um propósito chegará a
um pensamento organizado.

Todo texto a ser redigido passa por uma fase de planejamento. Esse planejamento é
pessoal: há pessoas que se dão um tempo, organizam o texto mentalmente e começam a
redigi-lo; quem observa, acha que as idéias escorrem do cérebro pela ponta da caneta". (
BERNARDO, 2000, p.71).

O estudante que nunca escreveu ou que está tentando redigir pensa que o escritor fez
sem planejar. Mas não é assim. Quem planeja vai construir um texto claro.

Qualquer pessoa que quer chegar a uma meta deve planejar, pois Isso levará a
resultados positivos. A pergunta é: por que é importante planejar? É importante para
não se perder no trabalho a realizar, é preparar, um roteiro que nos ajude aprimorar
nossas idéias.

Essas não estão concretas, precisa-se plasmá-las no papel ou na mente, pois para
planejar um texto é preciso esquematizar o que você pretende dizer; essa é a base de
todo o processo, aqui o estudante precisa maior colaboração; no entanto o professor de
língua portuguesa deve dar ênfases à pré-escrita, porque é a fase que menos dá atenção
para construir uma boa redação.

O que é à pré-escrita? É o processo do autor para não se perder no caminho, antes de


começar a redigir, isto traz segurança para o começo até o final do texto, porém cada
autor age diferente. Como se expressa, Bernardo (2000, p, 64-65),

"Se o escritor deixa claro logo no início do texto como ele está organizado, fica mais
fácil para quem lê compreender qual a hipóteses a ser comprovada e como isto será
feito".

Isto comprova que para realizar uma produção de texto, o autor deve mencionar o tipo
de raciocínio, ou seja, silogístico, dedutivo, indutivo; se o escritor não revela como está
trabalhando, cabe o leitor realizá-lo.

No livro, técnica de redação, há um exemplo de como o autor tem em mente alguns


detalhes de planejar o texto:

· Quais os objetivos do texto;


· Qual é o assunto em linhas gerais;
· Qual o gênero mais adequado aos objetivos;
· Quem provavelmente vai ler;
· Que nível de linguagem deve ser utilizado;
· Que grau de subjetividade ou de impessoalidade deve ser atingido;
· Quais as condições práticas de produção: tempo, apresentação, formato. (GARCEZ,
2001, p,15)

Isso que dizer que para planejar se precisa uma lista de idéias. Pode ser em forma de
perguntas ou chuvas de idéias e mapa de idéias. Se, faz-se o discente não tem como
errar, porque levará a seqüência de pensamento até o final.

Em outras palavras:
· O tema responde à pergunta o que quero comunicar? É a identificação da idéia central
ou teses que vai a condicionar o desenvolvimento do texto;
· O propósito responde à pergunta por que vou a comunicar isso?, Para isso tem que
saber se vou informar, persuadir, explicar, instruir, descrever;
· A audiência responde à pergunta a quem vou comunicar? Para quem escrevo? ; Para
crianças, adolescentes, adultos, e assim por adiante.
· O tipo de texto a selecionar, obviamente depende das respostas às três perguntas
anteriores;
· Obtenção da informação-livros, revistas, Internet, jornais... O estudante deve saber
essa informação do professor que quando chegue a escrever não tenha nenhuma
dificuldade para redigir qualquer texto. O discente se sentirá contente por haver
conseguido redigir seu texto.

No livro técnica de redação, há algumas considerações sobre o ato de escrever. São elas:

· Fazer uma lista de palavras-chave;


· Anotar tudo o que vem à mente, desordenadamente, para depois cortar e ordenar;
· Escrever a idéia principal e as secundárias em frases isoladas para depois interligá-las;

· Construir um primeiro parágrafo para desbloquear e depois ir desenvolvendo as idéias


ali expostas. (GARCEZ, 2001, p. 17)

Se o aluno souber o que é uma palavra-chave, uma idéia principal e secundária para
depois colocá-las no primeiro parágrafo como um teste, ele conseguirá redigir.
Um exemplo:

Tema geral = assunto: Hotel

Delimitação do assunto: tema específico- Recebimento de turistas no hotel


1.Chegada de turistas;
2.Cumprimento do capitão ou mensageiro;
3.Mensageiro acompanha o turista e leva as malas ao balcão, e dirige-as na recepção;
4.Check-in e pagamento;
5. Mensageiro leva suas malas ao departamento;
6. Hóspede descansa;
7. Check-out.

Seguinte passo é ordenar as idéias , hierarquizando-as.


· Palavras-chave: mensageiro, hóspede, hotel, recepcionista, check-in, chek-out.
· Propósito: tratamento efetivo
· Audiência: pessoas que trabalham no hotel
· Tipo de texto: informativo

Idéias principais:
· Os turistas gostam do tratamento formal no hotel.
· Se receber bem, chegarão outros ao hotel.
· Dá-se calor, terá gorjeta para todos.

As idéias secundárias são conseqüências das idéias principais.


Escrever sem planejamento é ter um duplo trabalho.
Para redigir um parágrafo se precisa entender a definição.

Quando se fala de parágrafo, está-se interrelacionado de todas as partes de um tudo. Em


outras palavras tem unidade com o tema e períodos, que desenvolve uma idéia de
sentido completo e independente; para depois paragrafar.

Para fazer uma seqüência de palavras-chave, depois vem a hierarquização de idéias, ou


seja, ordená-las e selecioná-las as melhores, e colocando-as em ordem de importância.
A seguinte citação comprova isto:
[...] quando se trata de escrever um texto não-literário, há procedimentos comuns:
geração, hierarquização e ordenação das idéias. Na seleção, escolhemos o que vamos
dizer e o que não vamos dizer. Na hierarquização, decidimos a ênfase a ser dada a cada
idéia e a submissão de uma idéia à outra. Na ordenação, estabelecemos como organizar
a articulação entre as idéias. (GARCEZ, 2001, p.93)

Na hora de organizar essas informações, o redator terá em mente que pode mudar o
plano de idéias, pois, quanto mais detalhado o plano, mais fácil a redação.

oerência e coesão

Muitos estudantes se atormentam com essas duas palavras. Mas, para ser mais preciso é
necessário defini-las, pois ajudaria na compreensão dos discentes para elaborar um bom
texto. Quando se fala de texto, fala-se de unidade a qual tem relação com coerência e
coesão.

Uma definição de coerência seria unidade de sentido; e coesão, "amarrar" as idéias. Já


que a primeira depende da ordenação das idéias; ou seja, do plano do texto e o tema
proposto; também dos argumentos, é dizer, da clareza. Clareza consiste em ler o texto, e
compreender como está organizada a produção escrita.

Quando ele vai redigir, deve planejar as idéias e a intenção comunicativa; portanto, ser
claro é como ver o mar que está limpo e olhar os peixes. Então, ser claro é ser coerente
com a ordem das palavras e vocábulos, e dizer, não se contradizer, não confundir o
leitor; ou seja, não pôr enunciados desconexos.

Segundo Massaud Moisés:

A lógica externa implica clareza unívoca das palavras, isto é, estas devem significar
uma e uma só coisa; por sua vez, a clareza supõe o emprego da ordem direta: evitar-se-á
a ordem indireta abstrusa, as violentas inversões (ou hipérbato) [...] (MOISÉS, 1961,
p.145)

Isso que dizer, que o raciocínio nós levará a significados claros com emprego de sujeito
e predicado; portanto se for o contrário, predicado e sujeito essa ordem levaria a
confundir o leitor.

Ser claro é pensar para que tipo de leitor está escrevendo; ou seja, para crianças,
adolescentes, adultos, advogados, arquiteto, filósofo, etc. isso quer dizer, ser empático,
perceber como eles sentem e entendem.

Então, para escrever sobre coerência, o discente deve estar atento que não haja dois
interpretações, se ele, como leitor entende o que lê, pode continuar escrevendo. Mas, se
as informações não harmonizam umas com as outras, o texto é incoerente.

A incoerência é devido que o estudante sai da idéia principal ou palavras-chave, da


organização lógica das idéias; e do conhecimento da realidade.

Em outra citação:
[...] um texto resulta incoerente quando há falhas na continuidade de suas partes, quando
as palavras aparecem de forma gratuita. Não é raro ouvirmos alguém dizer que
determinada palavra está imprecisa, não diz com exatidão aquilo que pretendíamos
dizer. A imprecisão resulta da falta de motivação entre as palavras que se sucedem
numa cadeia em que um elo foi rompido. Para evitar isso, elas devem manter entre si
um vínculo muito estreito. (VIANA et.. al, 1998, p.18)

Quando não se organizam as idéias e as palavras adequadas para o texto, a redação fica
confusa; para isso o discente tem que ler bastante para memorizar as palavras e assuntos
de outros autores para motivar-se a si mesmo e escrever coerentemente. Para o texto ser
coerente, é necessário que haja uma ligação significativa entre diversas partes; portanto,
tudo tem que se escrever logicamente. Então, as classes de palavras, como os
substantivos e os verbos devem unidos não apenas para somar idéias, mas também para
ter base para que haja sentido no texto.

Há um processo de expansão da palavra chamado de associação. Nesta, a partir da


palavra-chave se expande o texto através de verbos na terceira pessoa do singular, por
exemplo:

chegou

o recebem
o atendem levam sua mala ficou bravo vai embora elogia a equipe

Hóspedeà chegou

O recebem
O atendem Levam sua mala Ficou bravo Vai embora Elogia
a equipe

Esta idéia e baseada no livro: Roteiro de redação, de Carlos Viana, et. al.

A segunda explicação é sobre coesão. Mas, como "amarrar" as idéias no texto, através
das ligações entre frases e parágrafos? Segundo Garcez (2001, p, 115), "quando os
mecanismos de coesão textual não são bem utilizados, seja dentro do período, seja entre
os períodos ou parágrafos, o texto se prejudica". Esses tecidos ajudam a ter relação na
hora de dar significado ao ato de escrever. É complicado relacionar todos os problemas
de coesão. Agora, para entender a coesão em profundidade:

A coesão, no entanto, não é só esse processo de olhar constantemente para trás. É


também o de olhar para adiante. Um termo pode esclarecer-se somente na frase
seguinte. Se minha frase inicial for Pedro tinha um grande desejo, estou criando um
movimento para adiante.

Só vamos saber de que desejo se trata na próxima frase: Ele queria ser médico. O
importante é cada enunciado estabelecer relações estreitas com os outros a fim de tornar
sólida a estrutura do texto. Mas não basta costurar uma frase a outra para dizer que
estamos escrevendo bem. Além da coesão, é preciso pensar na coerência. Você pode
escrever um texto coeso sem ser coerente. [...] (VIANA, et. al, 1998, p.28).

Isso quer dizer que para fazer qualquer texto, deve-se estar atento à coesão e à
coerência. A turma tem que saber como ligar a frase seguinte à anterior, ou seja, não
perder o fio do pensamento; e ainda, na frase não ter duplo sentido; para não ter
incoerência.

Segundo Garcez (2001, p, 112-114), os recursos mais importantes para coesão são:
preposições, conjunções, os pronomes pessoais, os tempos verbais; e além dessas
formas gramaticais, existem outras, como: referencial, lexical, por elipse, por
substituição.

Então, a coesão referencial é quando faz referência a alguém ou coisa do próprio texto,
e são utilizados pronomes pessoais, possessivos, demonstrativos ou expressões
adverbias; a coesão lexical é quando tem uma certa carga de redundância, ou seja,
repetição de idéias.

Isso se faz, através dos sinônimos ou expressões equivalentes conhecidas pelo leitor; a
coesão por elipse é, quando se omite como: pronomes, verbos, substantivos e frases
inteiras e estão implícitos.

Muitas vezes é marcada por vírgula; a coesão por substituição é quando substitui
nomes, verbos, períodos ou largas parcelas de texto por conectivos. Alguns exemplos:
tudo o que foi dito; diante do que foi exposto; em vista disso, a partir dessas
considerações.

No seguinte capítulo, explicarei sobre a criatividade do texto.

A criatividade do parágrafo

A criatividade é muito importante para desenvolver qualquer atividade. No que diz


respeito à escrita, para criar um parágrafo é necessário que os estudantes saibam o
conceito de parágrafo, para depois começar a construir um texto. Eles se perguntarão
como iniciar as unidades do texto, já que unidade é quando alguém escreve uma coisa
de cada vez.

Quem tem a resposta é Bernardo que disse que para começar a escrita, deve-se iniciar
pelo tema, que servirá para compreender e refletir sobre o assunto, para depois
perguntar à nossa consciência: por que o professor colocou esse tema? E também, que
acho disso?

Então, já que o aluno resolveu sobre determinada idéia principal, ele tem que saber as
diferentes combinações de como formar o parágrafo. Segundo Viana, et. al (1998, p,62-
65), há dois tipos de estruturas: simples e mistas; estas, fazem harmonizar a idéia
principal de cada parágrafo. Isto nos ajudará a ter coerência e coesão.

A estrutura simples tem várias técnicas que são: retomada da palavra-chave; por
encadeamento; por divisão; por recorte. A primeira, que é a retomada da palavra-chave,
o aluno escolhe um vocábulo da idéia principal, através desta palavra é retomada na
seguinte frase em relação à frase anterior e assim sucessivamente. Estas frases sempre
estarão retomadas pelas seguintes sem repeti-las. Se não se encontra palavra para
substituir, pode se colocar o mesmo vocábulo, mas sempre somando novas informações.

Mostrando num esquema:

Palavra-chave dentro do tema recuperar por coesão a cada frase

A segunda técnica seria por encadeamento. Encadear significa formar cadeia ou série,
ou seja, é como se houvesse uma corrida de reversão, em que o segundo período leva
para frente um vocábulo do primeiro, o terceiro do segundo; até chegar ao final do
parágrafo. Este método é importante, porque se pode escrever à vontade até onde achar
necessário. A escolha do vocábulo a ser escrito é pessoal, pois cada palavra escolhida do
período é uma opção do autor que está escrevendo.

Mostrando um esquema:

Frase2à frase1; frase3 à frase2; frase4 à frase3. E assim sucessivamente.

Outra técnica é por divisão. Divisão significa separar partes; isto funciona assim: para
separar os vocábulos do primeiro parágrafo que se desenvolve o raciocínio em duas
partes, para depois, explicá-las no seguinte parágrafo, seja no mesmo parágrafo ou
diferentes. Pode colocar as expressões como: em primeiro lugar...em segundo...por
último; por um lado...por outro lado. Na frase seguinte, explica os detalhes de cada um,
e por último, finaliza o tema. Mostrando o esquema:

No final do primeiro parágrafo citar os dois vocábulos divisão das duas palavras em
parágrafos diferentes ou frases Frase 3 escreve detalhes frase 4 finaliza o assunto.
Outra técnica é por recorte. Neste método tem uma palavra que nos leva a interpretar
vários pontos de vista. Para isso, escolhe-se um ponto de vista para ser trabalhado; daí,
usam-se exemplos para confirmar o ângulo, para depois concluir.

Mostrando o esquema:

Palavra generalizada, na frase 1 recorte-se num ângulo, na frase 2 nas


seguintes frases pôr exemplos na última frase se conclui.

Por último, a estrutura mista, que é uma combinação das anteriores: pode ser uma
retomada da palavra-chave no primeiro, segundo, terceiro, para depois mudar para
encadeamento ou por divisão depois mudar para recorte. O mais importante é não
perder a seqüência do parágrafo.

Eis, em síntese, o que você deve observar para escrever um parágrafo:

Um parágrafo é formado por vários períodos. Dentro das orações deve haver unidade,
para formar um todo, já que, em cada um, se colocará um tema e uma palavra-chave de
peso. Se essa idéia principal fosse vaga, confundiria cada unidade de pensamento.
Também se deve evitar palavras soltas, sem coesão com o assunto, pois quando se
exploram vários pensamentos, a produção de textos fica incoerente.

Um exemplo do livro Redação Inquieta aclarará como autor montou o parágrafo.


Segundo Bernardo (2000, p, 40),

"Escrever compromete mais ainda do que falar. Porque marca. Porque corre de boca
em boca, de olho em olho, à revelia de quem escreveu. Escrever é um contrato com a
verdade (ou com a mentira); um contrato com o outro e consigo mesmo. Escreveu, não
leu, pau comeu - como dizem".

Com este exemplo, responder as perguntas seguintes:

1. Quantos períodos se utilizou? R: 5


2. Todos eles referem-se ao tema? R: sim
3. Qual é a palavra de peso? R: Escrever
4. Qual dos períodos dá melhor sentido do parágrafo? R: O primeiro, que é o tema.
5. Os demais períodos referem-se ao tema? Como? R: Sim, o segundo, porque dá
explicação da importância de escrever.

O terceiro e quarto explica porque marca o que o autor quer expressar para os outros ou
para si mesmo. No quinto, quem não se informa e não lê, na hora de escrever pode errar
muita coisa. Este é um exemplo de como o escritor foi perfeito na idéia principal.
Assim, outros autores podem orientar-se na estrutura no parágrafo, que depende do
estilo.

ra montar um texto, necessita-se ter uma idéia. Dessa idéia, forma-se uma palavra; dessa
palavra, um parágrafo; esses parágrafos transformam-se num texto. Para criar um texto,
precisa-se concordar com a idéia. Isso tece em unidades do começo ao final até chegar à
produção da escrita. Na seguinte citação explica melhor:

Agora que você já domina as formas mais comuns de estruturação de um parágrafo, é


preciso pensar na estrutura global do texto, ou seja, na sua macroestrutura. Veremos
como se pode escrever uma redação coerente do princípio ao fim. O primeiro parágrafo
(parágrafo-chave) é sempre o mais importante.

Portanto, verifique se ele dá margem a uma boa expansão do tema. Nada sairá de um
parágrafo-chave mal feito, em que se amontoam várias idéias ao mesmo tempo. Na
organização de um texto, e fundamental a interligação entre os parágrafos. São eles que
conduzem nosso processo reflexivo. Funcionam como partes de um todo e devem
articular-se de forma perfeita para que a informação não se disperse. (VIANA, et. al,
1998, p.70)

É importante saber sobre a estrutura de um parágrafo, porém, também na estrutura de


transição do texto. O discente não se perderá. Do momento que surge a idéia, essa é a
primeira verdade, até chegar o último parágrafo com alegria, porém, se essa idéia é
confusa ou primeiro parágrafo, então os parágrafos estarão confusos, e não vai ser feliz
com a redação.

Segundo Viana, et. al (1998, p,70-72), há dois técnicas para montar um texto, que são:
articulação por desmembramento do primeiro parágrafo; articulação por introdução de
elementos novos a cada parágrafo.

A primeira técnica é baseada no primeiro parágrafo, que consiste escolher uma ou duas
palavras-chave; ou seja, substantivos concretos ou abstratos; para depois se prolongar
em outras palavras-chave de cada parágrafo. Eles transitam com naturalidade, até
construir a produção de texto, que é costurada a partir do parágrafo-chave. Mostrando o
esquema: parágrafo-chave é centrado numa ou dois conceitos(palavras-chave)à
prolonga-se em outras palavras para formar cada um dos parágrafosà na
conclusão,resumir o texto iniciando com coesão

O segunda técnica é baseada por encadeamento dos parágrafos, o parágrafo leva-se para
um novo conceito que será o começo do seguinte, no entanto sem perder as palavras-
chave do parágrafo principal. E, no final do texto, concluir, retomar o problema
principal do parágrafo-chave.

Mostrando o esquema:

Texto encadeadoà redigir bem o primeiro parágrafo e nos outros parágrafos seguir uma
nova palavras-chave, concluir com a retomada do parágrafo-chave.

Segundo Viana, et. al (1998, p,74-75), para construir um texto, dá-se por parágrafos que
levem a mesma unidade. Para que esta se cumpra, o primeiro parágrafo deve estar bem
definido, para depois, ser desenvolvido nos seguintes transições. Cada um é retomado
por uma palavra ou idéia que impressione na seguinte alínea. Se isso acontece, está-se
elaborando um texto harmônico em torno de um mesmo assunto.

Os autores dizem que é importante ter a idéia mentalmente. Talvez é bom um


planejamento ou listar as palavras-chave com que vai introduzir o texto. É importante
não perder de vista coerência e coesão; porém, o parágrafo final deve reconstruir toda a
produção da escrita para finalizá-lo. Para que isso se realize, leia de novo a redação, a
fim de ter uma seqüência lógica até o final.

Todo texto mostra o ponto de vista de quem o escreve. O autor tem sempre uma
proposta a ser discutida para poder chegar a uma conclusão sobre o assunto. texto deve
demostrar uma seqüência lógica, que resulte um bom domínio de sua arquitetura e do
conhecimento da realidade. Deve-se levar em conta o pensamento ordenado e a coesão
na mente sentirá resultados satisfatórios. Desde que o tema seja de seu domínio e o
estudante tenha conhecimento dos princípios de coesão e da estruturação dos
parágrafos, as dificuldades de escrever serão bem menos.

É importante que se leia tudo o que for possível sobre o tema a ser desenvolvido para
que sua posição seja firme e bem fundamentada.

Segundo a citação:

Transições são passagens de ligação - frases ou locuções, - que guiam o espírito do


leitor de um pensamento ou de um desenvolvimento a outro, dando nexo à composição.
Quando os pensamentos têm uma ligação necessária, são fáceis as transições, porque os
primeiros são fontes dos segundos e estes o desenvolvimento daqueles.

Mas, numa longa composição, são mais difíceis, porquanto as relações entre as idéias
são longínquas e abrem-se intervalos na ordem dos pensamentos. Isto, por si só, é uma
recomendação para que se evite redações longas. Quando estas relações se tornam de tal
modo remotas que há nelas incoerência e disparate, nada poderá ligar tais idéias.
Quaisquer transições, são, neste caso, esquisitas e ridículas. (BAÇAN, 1999, p.104)

Com certeza, uma coisa é um texto curto e outra é o texto longo, quando é uma redação
curta é fácil levar uma seqüência dos parágrafos com os conectivos; agora, quando é um
texto longo, se a pessoa que está escrevendo não leva em conta a coerência e coesão, as
idéias podem se afastar. Então, a transição é importante para quem está preocupado em
redigir bem.

Dessas duas técnicas, conclui-se que é importante o primeiro parágrafo-chave; então, há


várias maneiras como iniciar e terminar uma produção escrita. O propósito deste
parágrafo é chamar a atenção do leitor. Pode-se iniciar com uma definição, uma
declaração afirmativa ou negação, uma pergunta, oposição(de um lado/de outro),
citação, alusão histórica, etc. agora, para terminar ou fechar o texto há a conclusão-
proposta(solução); conclusão-síntese(resumo); conclusão- surpresa(citação).

Segundo Lucília (2001, p,108), é importante, ao concluir, ficar claro para o leitor o
encerramento da produção textual, tais como: em outras palavras; portanto; assim; em
suma; concluindo; diante desse quadro; diante do que foi dito; em vista disso podemos
concluir...

Textos criativos

Todo tipo de texto é importante para ajuda aos discentes, a fim de que eles tenham
opção para redigir. Estes textos devem ser criativos e utilizam alguma técnicas: indução,
dedução, maniqueísta, dialética. Estas técnicas serão de importância para elaborar uma
produção diferente.

Escrever não será, também, uma questão apenas de técnica. Não se escreve sem alguma
técnica, é certo. Mas, ninguém começa a escrever depois de "adquirir" a tal técnica.
Começa-se a escrever porque se deseja fazê-lo, e então, enquanto se vai escrevendo, se
vai organizando a própria técnica. (BERNARDO, 2000, p.20)

O estudante pode saber muitas técnicas, o interessante é estar motivado para escrever.
Se ele não se interessa por escrever, de nada serve essa forma de organizar o texto.

De fato, é importante conhecê-las uma por uma. A indução é um método científico de


referir, é dizer, contar ou narrar fielmente (o que se ouviu); citar; aludir (referencia
indireta). Segundo Gustavo:

O procedimento indutivo, que coleciona os fatos para sustentar a hipótese definida a


princípio, recorre à observação direta (com os próprios sentidos), à observação indireta
(ou seja, à observação e à pesquisa dos outros, através de jornais, livros e outros meios
de comunicação), e ao testemunho autorizado (ou seja, à observação e pesquisa de
pessoas que se reconhecem como autoridades e especialistas no campo do argumento
em questão).(BERNARDO, 2000, p.117)

A indução trabalha com hipóteses do tema escolhido, ou seja, do particular para o geral
e do efeito para a causa, por isso ele é apoiado na observação. Do conhecido ao
desconhecido. Muitas vezes, recorre-se a pessoas peritas no assunto que ajudaria o
trabalho científico a concluir.

De acordo com Gustavo:

Observar é movimento humano e dinâmico, colhendo fatos, cozinhando-os no


raciocínio e produzindo opiniões. Produzindo provisórias e necessárias regras de vida.
[...] o método indutivo parte da observação do efeito, ou dos efeitos, para chegar à causa
ou às causas. [...] (BERNARDO, 2000, p.49)

Quando o ser humano começa a pesquisar um determinado assunto, sua cabeça "voa",
pois, a observação é constante é ativa; coletando dados; analisando-os na lógica para
depois conclui-los. A indução é temporária, ou seja, até que cheguem outras pessoas
com hipóteses mais fortes, fazendo outras conclusões; em outras palavras, por mais que
se pesquise um assunto, nunca se chegará às finalizações definitivas.

Então, como seria uma redação indutiva na sala de aula? Inicia-se a argumentação com
fatos concretos para achar ou induzir uma norma geral que os explique. A idéia
principal ou teses aparecerá ao final do texto, a modo de conclusão, Vai-se do particular
ao geral.

Segundo Gustavo:

[...] O método indutivo tem os seus limites. Ao raciocinar a partir dos fatos, ele nos
entrega conclusões provavelmente verdadeiras, mas não necessariamente verdadeiras.
No mais das vezes, existem hipóteses alternativas àquelas com as quais nos apegamos,
indicando caminhos diversos para a solução. (BERNARDO, 2000, p. 53)

O esquema seria:

Tema + hipóteses alternativas (várias opiniões podem ser possíveis) + comprovações +


conclusão (es).

Por exemplo:

Tema: As alegrias e as tristezas sempre estão presentes na forma de viver do homem


curitibano. [particular, conhecido (concreto)]

Perguntar ao tema: por que as alegrias e as tristezas...?

Hipóteses alternativas: três argumentos (geral, desconhecido)


1. Se não tem a Deus a pessoa fica vazia
2. O homem sempre muda de caráter
3. A forma de viver depende do estado que se encontra a pessoa
Tema + hipóteses alternativas = um só parágrafo

Argumentos: três parágrafos diferentes

Conclusão (es).

As alegrias e as tristezas sempre estão presentes na forma de viver do homem


curitibano. Se ele não tem a Deus como centro, a pessoa fica vazia; portanto o homem
muda de caráter, porque a forma de viver depende do estado em que se encontra a
pessoa.

Desenvolver as três hipóteses em parágrafos diferentes.

Depois que fez a pesquisa das hipóteses (comprovações), vem a conclusão.

Segundo: a dedução é um pensamento que vai do geral para o particular, da causa para o
efeito, do desconhecido ao conhecido. Dedução é um método de inferir, ou seja, de
conclusão. Há um raciocínio chamado de silogismo, que poderia nos ajudar a deduzir.

Segundo Gustavo:

Desde Aristóteles, a forma nobre do raciocínio chama-se "silogismo". Se tentássemos


fazer a etimologia dessa palavra, mas sem consultar o dicionário apropriado, seríamos
tentados a enxergar sob ela a expressão "se-é-lógico", baseado na estrutura condicional
"seàentão", que funda a lógica e o raciocínio. Entretanto, se consultarmos o dicionário
adequado, veremos que a palavra vem de um termo grego que significa "juntar os feixes
de feno". O silogismo, portanto, é uma estrutura argumentativa que junta alfa com beta
através de í, isto é, através de um termo médio. ( BERNARDO, 2000, p. 109)

Na época de Aristóteles, havia o raciocínio dedutivo chamado de silogismo, que


procura demostrar a verdade na razão; com um significado profundo "juntar as opiniões
para chegar à conclusão". O silogismo está baseado na hipóteses. Há três proposições:
uma premissa geral, particular, e a conclusão, isto é, o termo maior; o termo menor; o
termo médio.

Segundo Bernardo (2000, p. 56) "[...] Entre as duas premissas há um termo comum,
levando a se colocar, na conclusão, o particular dentro do geral, para justamente
confirma a hipóteses, ou seja, a própria premissa geral e inicial".

Este termo médio é chamado assim, porque é o intermediário entre o termo maior e o
menor.

Começa com -todo, qualquer, sempre- para o termo maior; com -ora- para o termo
menor; com -logo, portanto, por isso-para o termo médio.

O esquema deste raciocínio:

Todo, A é B;
Ora, C é A;
Logo, C é B.
Por exemplo:

Os professores curitibanos são muitos cultos;

Ora, Pedro é um professor curitibano;

Logo, Pedro é muito culto.

Na visão de Bernardo: ( 2000, p.106), "[...] Definimos um argumento como válido


quando a sua conclusão segue necessariamente das premissas. No argumento válido,
portanto, é impossível que, sendo verdadeiras as premissas, seja falsa a sua conclusão.
[...]"

Este tipo de silogismo é válido quando as premissas gerais e particulares são válidas. Se
cada uma delas é válida e impossível ser falsa a sua finalização.

Na visão de Gustavo, o silogismo munido de provas é baseado na indução e dedução.


Apoiada em provas, certezas ou afirmações.

O esquema deste raciocínio:

Tese: indução = afirmações concretas, começando com todo. Comprovação: dedução


= hipóteses, começando com ora. Conclusão: dedução = hipóteses, começando com
logo.

Por exemplo:

Razões econômicas obrigaram à maioria das nações baleeiras; incluso Grão Bretanha,
Holanda e Estados Unidos suspenderam suas operações. Ora, cada ano o custo de
caçar baleias aumenta à medida que decresce o número destes animais. Logo, dois
países as perseguem tenazmente e aceleram a mortandade na luta contra o tempo: Japão
e a União Soviética. Seus velhos barcos duraram poucos, e o gasto cada vez maior que
implica sua reconstrução obrigam a substituí-los.
O que é a redação dedutiva? É uma redação que começa com a premissa geral,
logicamente válida, para extrair uma lei particular que sua tese expõe. Isto é, nos
parágrafos têm a idéia principal no começo. Isso é importante para o leitor, para não
estar procurando as teses.

A terceira técnica para reconhecer o texto criativo é o maniqueísmo. De acordo a


Bernardo (2000, p. 64-65) "Podemos começar a reconhecer, na dependência do sol à
terra, e da terra ao sol, da luz (calor) à escuridão (o escuro subsolo onde germina a vida)
e da escuridão à luz, do homem à mulher e da mulher ao homem. [...]"

O maniqueísmo é o dualismo que significa dois princípios: um depende do outro para


complementar-se. É o mundo dividido em dois: o bem e o mal. É o "duplo pensar" de
certo ou errado, isso ou aquilo, é ou não é.

Os dogmas se espalham no cotidiano. À força de tanta repetição, eles vêm à cabeça no


ato, no momento em que alguém toma de papel e caneta. São as sentenças emprestadas,
as idéias que nos mandaram repetir e reproduzir, papagaios e marionetes dos outros.
Estas sentenças chegam e bloqueiam o aparecimento de outras, das nossas, das idéias
que poderiam ser próprias se não fossem bloqueadas pelas alheias. (BERNARDO,
2000, p. 69)

Os dogmas são pensamentos fixos, quando o emissor transmite-o para outras pessoas.
Essas pessoas repetem dos outros, como se fosse a única idéia para concretizar; no
entanto, cada indivíduo tem sua própria idéia e abandona as alheias...

De acordo a Bernardo, (2000, p, 75), a redação maniqueísta é uma redação duvidosa, ou


seja, hipotética; Isto quer dizer, O escritor tem dificuldade de definir uma linha lógica
de raciocínio. Esta forma de pensar leva a fechar o sentido das palavras, faz uma
confusão na hora de escrever. É totalmente ilógico em suas idéias ou usa ingredientes já
prontos para a argumentação.

O contexto é tenso, ou seja, tem muitas idéias ou informações sobre o tema e não se
consegue encadeá-las; portanto não se expressa e tem preconceitos de pessoas, coisas,
lugares, atitudes, palavras; baseado em mera crença ou antipatia.

Por conseguinte, não acrescenta nada o leitor e oculta a forma dinâmica dos assuntos,
ou seja, não sabe muito sobre a questão, e escreve outras coisas não relacionadas com o
tema, pois, a ignorância sobre a realidade é grande.

O escritor pensa que é difícil resolver um problema, e pensa nas opiniões não sujeitas a
mudança.

A estrutura maniqueísta de pensar determina as coisas e as pessoas como "em si",


distribuindo-as em dois campos antagônicos de modo a um certamente eliminar o outro.
[...]... [...] a característica da redação maniqueísta é a repetição, repetição que trava os
processos, que volta sempre sobre os mesmos passos.[...]...[...] uma palavra, quando se
repete igual muitas vezes, é uma palavra que não se desenvolveu, que não se relacionou.
Daí acaba por dizer o contrário do que parece dizer. [...] (BERNARDO, 2000, p. 84-86)
Como ensinar o que é a redação maniqueísta na sala de aula?

Na cabeça dos estudantes, muitas vezes, o pensamento não está "ordenado", e quando se
faz alguma tarefa, o professor orientá-lo para que não se contradiga o que escreve; não
repetir palavras porque pode sair das idéias. Então, ensinar o que é certo ou errado.

Conclusão
confusa

O esquema desse tipo de texto seria:


teses
antíteses

Por exemplo:

Assunto: O ser político e ser político


Teses: Muitos dos políticos são corruptos e não fazem nada pela nação.
Antíteses: se fossem honrados, pensariam no povo.
Conclusão: portanto, é impossível que os políticos resolvam à situação do povo, isso
que eu acredito.

A quarta técnica para reconhecer texto criativo é a redação dialética que, segundo
Gustavo, no início a dialética era a arte de dialogar, ou seja, perguntar e obter respostas.
Depois Hegel definiu a dialética como: tese, antítese, síntese; isto é, afirmação-
negação- negação da negação; ou seja, a sínteses dos opostos. Na visão de Bernardo
(2000, p. 133), "[...] a dialética procura investigar os aspectos mais dinâmicos e
instáveis da realidade[...]"

A dialética é baseada nas pessoas que estão a favor e contra alguma idéia, e torna
interessante o diálogo que pode mudar em qualquer momento dos fatos, porque o
principal é provar algo, tanto para impugnar quanto para persuadir a simpatia do leitor
ou ouvinte. Em outra citação de Bernardo:

A dialética continua a ser a arte do diálogo - mais complexa do que na Grécia, porém
diálogo. Diálogo inclusive do homem com o objeto de sua investigação, diálogo
também dos opostos para gerarem os seus contrários - num processo tendente a romper
o maniqueísmo de escolher um dentre dois opostos, para combinar os dois opostos de
forma a produzir uma terceira entidade: a síntese. (Bernardo, 2000, p,130) A
dialética tem início na Grécia, com o diálogo instaurado pelos filósofos. Na época
antiga era o conhecimento que se baseava em perguntas e respostas. Depois o homem
melhorou o diálogo dos opostos

Esquema dialético:

Como seria uma redação dialética na sala de aula?

Apresentação = colocação do problema Tese = argumentos afirmativos Antítese =


argumentos negativos Sínteses = dizer se é contra ou a favor da apresentação +
observação final.
Por exemplo:
Tema: Religião e futebol
Apresentação: Na sala de aula é impossível falar sobre religião e futebol.
Tese: Muitos adolescentes, de várias salas gostam de religião e futebol.
Antíteses: no entanto, outras não gostam.
Sínteses: mesmo assim, todas as turmas concordarão que precisam acreditar em algo e o
jogo torna-se divertido.
No seguinte capítulo, explica-se sobre como orientar no texto aos estudantes.

As noções básicas textuais

Se o professor quer que o estudante aprenda realmente, ele necessita ensinar, de uma
maneira que todos estejam motivados a entender o processo da redação. Para isso, o
professor possibilitará aos discentes as noções básicas de um texto, pois isso os ajudará
a ter mais confiança em si mesmos. Esses primeiros passos são: o aspecto estético,
gramatical, estilístico e estrutural do texto.

No aspecto estético, fala-se do belo e da harmonia na arte e natureza; no caso da


redação, o professor orientará o discente a fazer com que escreva bonito, como: letra,
margens, paragrafação, travessão, sem rasuras. Na visão de Soares (2002, p,3),"No
aspecto estético devemos considerar a legibilidade da letra, a paragrafação, se as
margens estão regulares, o uso do travessão e a ausência de rasuras" . Por isso, é
importante rascunho, porque pode corrigir antes de passar para a folha definitiva, e
assim ter ordem. Portanto, o aluno deve ter consciência do aspecto da beleza.

No segundo aspecto, o gramatical, está-se falando de regras para falar e escrever numa
dada língua; o aluno tem que verificar no final da redação se a ortografia, acentuação,
concordância, pontuação, colocação pronominal e regência verbal estão adequados:

No sentido mais comum, o termo gramática designa um conjunto de regras que devem
ser seguidas por aqueles que querem "falar e escrever corretamente". Neste sentido,
pois, gramática é um conjunto de regras a serem seguidas. Usualmente, tais regras
prescritivas são expostas, nos compêndios, misturadas com descrições de dados, em
relação aos quais, no entanto, em vários capítulos das gramáticas, fica mais do que
evidente que o que é descrito é, ao mesmo tempo, prescrito. Citem-se como exemplos
mais evidentes os capítulos sobre concordância, regência e colocação dos pronomes
átonos. (POSSENTI, 1984, p. 31).

O discente pode levar livros de gramática para consulta, porque são muitas as regras e
não é necessário que decore todas; seria bom levar um dicionário para ajudá-lo no texto.
Mas, se o aluno tem boa memória seria mais rápido revisar o texto.
No terceiro aspecto, o estilístico, que quer dizer - arte de bem escrever - segundo
Bernardo (2000, p.114), são "os elementos de expressividade da linguagem, isto é, os
elementos capazes de impressionar, emocionar, sugestionar, convencer". Então, para
que se cumpra tudo isso, deve-se escolher as palavras adequadas ou frases que motivem
ao leitor a continuar lendo até o final do texto.

No tocante ao aspecto estilístico da redação devemos tomar cuidado com o uso de frases
longas, a repetição desnecessária de palavras, o emprego de palavras desnecessárias, o
uso inadequado do pronome "onde", o emprego repetitivo das palavras "que", "porque"
e "mas", a presença de conectivos da língua falada, e a prolixidade, a qual poderia tornar
o texto demasiadamente longo e enfadonho. (SOARES, 2002, p. 3).

Isso comprova que falar e escrever são duas palavras diferentes. Quando a pessoa
redige, tem que selecionar frases pensando no leitor, com o propósito de ser claro, para
não confundir.

No quarto aspecto, o estrutural, entendemos ser a inter-relação de todas as partes de um


todo, pois como escreve Bernardo (2000, p, 64), "cada texto sugere esquemas
diferentes". Cada estrutura textual é diferente, por exemplo: descrição, narrativa,
dissertação.

Erros de construção

De acordo com Melo (1980, p,87), quando se redige cometem-se alguns erros que
comprometem a qualidade do texto. Por exemplo: justificar-se por fazer uma má
redação; pela pobreza de nosso vocabulário, por não conseguir dar conta da
expressividade, por ter falsa simplicidade; dizer que vamos expor o próprio ponto de
vista, por enfatizar o tema dizendo que é importante e muito polêmico.

Outro problema é justificar o fato de que não sabe escrever, comunicar que na figura a
ser exposta ou o objeto a ser descrito descrever é difícil apontar suas características. Ou
para concluir a essência, fazer uma novela, história com início, meio e fim.

Segundo o autor, é necessário evitar "historinhas"; escolher e seguir um planejamento


de "pergunta/resposta" de conversa geralmente sem propósito; dirigir a escrita para uma
desgraça, com muito sangue, desespero, dor, lances de melodrama; não tomar posição,
ficar em cima do muro, querer agradar a todos, e temer a desaprovação; aceitar como
verdadeiro uma atitude de moral e palavras em geral, sentenciando a totalidade das
coisas e a todas as pessoas, sem deixar espaço para pensar, respirar, digerir, escolher.

Apresentar esses problemas ao construir o texto não acrescenta nada à hora de


desenvolver a redação, pelo contrário: atrapalha no desenvolvimento do texto.

rros de argumentação

Muitas vezes o aluno começa bem o texto, porém comete erros de argumentação; isto é,
erros de raciocínio ou provas empregadas para apoiar ou negar uma afirmação.

O discente tem que colocar atenção a cada momento de argumentar antes de passar seu
texto a limpo. Os erros produzem-se por ignorância ou inexperiência da pessoa que
argumenta. Em ocasiões, recorre-se a uma argumentação incorreta de forma consciente,
com a intenção de convencer ao destinatário da mensagem por meios racionais.

No livro, Redação Inquieta, Bernardo (2000, p,95-103) menciona falhas de


argumentação como: a confusão causa-efeito; o círculo vicioso; a estatística
tendenciosa; a fuga do assunto.

A confusão causa/efeito consiste em estabelecer como causa de um fato que aconteceu


imediatamente antes do tempo. Por exemplo: Meu pai encerrou o cachorro. Depois de
poucos dias, tinha raiva o animal. Portanto, o encerramento é o que causou a raiva.
Analisando a frase, a raiva é posta como efeito da causa "cachorro". Ora, é ilógico
afirmar que a conseqüência de encerrar o cachorro dê raiva.

O círculo vicioso consiste em fazer uma afirmação e defendê-la apresentando razões


que significam o mesmo que a afirmação original, ou seja, duas proposições que
carecem igualmente de prova. Por exemplo: o sal se dissolve porque é solúvel. Ou
provar a origem do homem pelo intelecto divino e o intelecto divino pela origem do
homem.

A estatística tendenciosa acontece quando um determinado tema é pesquisado sob a


forma de tabela, apoiado num levantamento apressado de fatos. Com esse tipo de
redação, o aluno quer terminar rápido e faz uma conclusão mal feita.Por exemplo:
Carolina é medica e não fuma; os médicos não fumam.

Algumas cobras são venenosas, logo, todas o são.

O argumento autoritário é quando se apela para as palavras de uma pessoa famosa ou


autoridade, ou seja, dá-se opinião e impressiona-se o opositor. Usam-se adjetivos
violentos e covardes. Por exemplo: Como vais pôr em dúvida minhas palavras
(diretora), se eu fui votada pela maioria dos professores?

A fuga do assunto é quando o discente faz uma frase e na seguinte se desvia da


idéia.Por exemplo: a ciência é muito importante para humanidade, a história estuda o
passado. Ou: o amor é a ferramenta do ser humano, a paixão é dolorosa.

A seguinte citação também pode ajudar:

Muitas vezes, distraídos, incorremos em erros imperdoáveis ao argumentar. Tais


enganos podem anular o que tínhamos dito anteriormente. Uma frase infeliz pode
derrubar um império!

Chamamos a atenção para as seguintes incorreções:


1. Confundir causa com conseqüência ou vice-versa;
2. Deduzir algo que não pode ser retirado daquele fato;
3. Atribuir uma frase a alguém que não seja o seu autor;
4. Fazer referência a um fato histórico de modo incorreto e/ou absurdo;
5. Deixar uma frase incompleta, interrompendo o raciocínio e introduzindo outro
assunto (trate-se da figura denominada "Anacoluto" ) (Melo, 1980, p,98)

Esta citação ajuda a reforçar as palavras de Bernardo; portanto, uma frase ou idéia mal
elaborada pode acabar com o texto.

A gramática na redação

Sabe-se que quando se fala de redação estamos falando de uma combinação de frases,
uma combinação de classes de palavras, por isso, é bom corversar com os alunos sobre
o porquê eles têm que aprender gramática na hora de redigir.

O professor é referência no momento de explicar a gramática na redação, pois a


gramática é o caminho para escrever certo. A citação de Bernardo nos mostra isso:

O que importa é ter sempre muito claro que faz parte do escrever bem fazê-lo
respeitando escrupulosamente o código. Isto deve ser lembrado aos alunos, o tempo
todo, de muitas maneiras e por todos os professores. Se todos ensinamos a ler, a
escrever e a raciocinar, parece óbvio que todos devemos ensinar a língua portuguesa,
preocupando-nos em mostrar o certo e corrigir o errado [...]. (BERNARDO, 2000, p.36)

Para escrever um texto, o aluno precisa saber a gramática e isso deve ser lembrado por
todos os educadores.

A escola deve preparar o aluno para a "vida", e se o educando pergunta "para que me
serve aprender língua portuguesa?", a resposta está em Almeida (1984, p.10) "se você
não souber falar e escrever direito, corretamente, você não arranja um bom emprego,
não consegue passar num concurso, nem uma boa colocação...". A gramática serve sim,
para elevar a auto-estima do aluno, e ele se sentirá bem com essa resposta.

Porém, se pensarmos na prática da produção de texto como uma forma criativa, quem
tem a resposta é Possenti:

[...] Para se ter uma idéia do que significaria escrever como trabalho, ou
significativamente, ou como se escreve de fato "na vida". Basta que verifiquemos como
escrevem os que escrevem: escritores, jornalistas. Eles não fazem redações. Eles
pesquisam, vão à rua, ouvem os outros, e lêem arquivos, lêem outros livros. Só depois
escrevem, e lêem e relêem, e depois reescrevem, e mostram para colegas ou chefes,
ouvem suas opiniões, e depois reescrevem de novo. A escola pode muito bem agir dessa
forma... [...] (POSSENTI, 1996, p. 49)

O professor deve ser criativo na sala de aula, porque se os escritores e jornalistas fazem
isso, por que os alunos não podem?

O professor e os alunos escolhem um tema para redigir, depois o professor pede a eles
que pesquisem em livros, Internet, pessoas que possam ajudar no assunto. Só depois o
mestre corrige. Isso seria fantástico!
Porém, apesar de a gramática dar um rumo importante para o estudante, a triste
realidade muitas vezes é outra, pois muitos alunos passam fome e o educador, sem se
importar com essa realidade, ensinam classes de palavras ou análise sintática, assuntos
que não chamam a atenção de uma criança ou jovem que passa por dificuldades. Por
isso, o educador precisa ser sensível e conhecer a turma e sua realidade antes dos alunos
estudarem a língua portuguesa.

Agora, como se sabe que a gramática é o "conjunto de regras", e que é preciso segui-
las, caso o aluno não aprenda e erre no momento de escrever, o educador terá
paciência, já que erro é quando se sai de tais regras. Como expressa Possenti (1996, p.
78), "erro é tudo aquilo que foge à variedade que foi eleita como exemplo de boa
linguagem". Para que não haja equívocos, o educando deve estar consciente de como
corrigir, para não deixar o aluno constrangido.

Explicar para o estudante que errar é bom, mas acertar é melhor. Um exemplo de uma
aula de português é a partir de uma frase, como escreve Possenti (1996, p.91), "uma
aula de gramática seria partir de uma construção e dizer a mesma coisa de todas as
formas que se puder obter, alterando o ponto de vista, ou seja, alterando a estrutura da
frase sem alterar radicalmente seu sentido". Essa é uma forma de como trabalhar a
gramática através de estruturas de frases, da qual muitos alunos iriam gostar.

Para tanto, o mestre tem que ser criativo, por exemplo:

A noite, naquele fim de mundo, cai pesadamente.


Naquele fim de mundo, a noite cai pesadamente.
A noite, pesadamente, cai naquele fim de mundo.
Pesadamente, naquele fim de mundo, a noite cai.

O vento, em movimentos bruscos, assovia agressivamente.


Em movimentos bruscos, o vento assovia agressivamente.
O vento, agressivamente, assovia em movimentos bruscos.
Agressivamente, em movimentos bruscos, o vento assovia.

O guarda tratou o garoto com ironia.


O guarda tratou-o ironicamente.
Se Deus quiser, dará uma de suas bolas ao menino.
Se Deus quisesse, daria uma de suas bolas ao menino.

A mãe pensou: se eu o ameaçar, ele pára de chorar.


A mãe pensou que, se ela o ameaçasse, ele pararia de chorar.

Considerações Finais

Em virtude dos fatos mencionados, a construção de textos criativos e a pré-escrita


ajudará o discente a ter confiança de que vai elaborar uma boa redação, pois o ato de
escrever o fará pensar sobre si mesmo e também na construção de idéias.

É bom saber técnicas, mas o mais importante é elevar a auto-estima dos educandos,
posto que se a pessoa se sente capaz de escrever, escreve.

O mestre precisa desenvolver um grau de motivação para despertar o interesse no gosto


de redigir, explicando para o estudante todos os passos necessários para a construção de
textos bem elaborados. Outro ponto a considerar é que para fazer uma produção textual
não tem como escapar da gramática, porque ela torna compreensível o texto.

E se o aluno comete erros? Vimos que, segundo alguns lingüistas como Sírio Possenti e
Gustavo Bernardo, que o papel do professor é ajudar a corrigir e reconstruir a expressão
ou palavra em que o aluno se equivocou. Desse modo, o educando se sentirá realizado.

Se o aluno tem consciência de sua redação, ele faz uma revisão dos possíveis erros, o
que auxiliará ao professor ter menos trabalho na hora de corrigir; o mestre se sentirá
orgulhoso de seu aluno.

Espero que este trabalho sirva para os professores e estudantes, pois minha intenção foi
colaborar com aqueles que se interessam pelo ensino da língua. Entretanto, deixo em
aberto a possibilidade para novos questionamentos e propostas para novas pesquisas.

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