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B r a s i l | 2010
Realização
Campanha Nacional pelo Direito à Educação
Texto
Denise Carreira
Colaboração
José Marcelino Rezende Pinto
Assistente editorial
Maitê Gauto
Supervisão
Daniel Cara
Revisão de texto
Jandira Albuquerque de Queiroz
Ilustração
Rabiscos
Impressão
Neoband
Apoio
Save the Children – Reino Unido
DFID - Department of International Development.
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil.
Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br/ ou envie uma carta para Creative Commons, 171 Second Street,
Suite 300, San Francisco, California 94105, USA.
Carreira, Denise
Custo aluno-qualidade inicial, rumo à educação pública de qualidade no Brasil
/ Denise Carreira e José Marcelino Rezende Pinto . -- São Paulo : Global : Campanha
Nacional pelo Direito à Educação, 2007.
Bibliografia.
ISBN 978-85-260-1196-0
3
Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
Apresentação
3
Pontos cardeais:
1
O que é o CAQ
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5
Apresentação
6
Todo mundo fala que o Brasil precisa de uma educação pública, de qualidade, de
verdade. De familiares, estudantes e profissionais de educação às autoridades
públicas, passando por ativistas de movimentos sociais e ONGs (organizações
não-governamentais), empresários e empresárias, sindicalistas, pesquisadores
e pesquisadoras, há um consenso: nossa educação precisa melhorar.
A maior parte das nossas creches e escolas públicas não consegue oferecer uma
educação que permita a crianças, jovens e adultos desenvolverem suas capaci-
dades e potencialidades, apesar de existirem exceções importantes, instituições
que fazem um trabalho de referência para as redes públicas.
Nesse sentido, este pequeno livro nos ajuda a colocar o dedo em uma ferida.
Está certo, todo mundo quer qualidade. Mas, afinal, que qualidade é essa? E
quanto custa esse direito previsto na legislação brasileira e em convenções e
tratados internacionais?
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Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
1
O que é o CAQ
e para que serve ?
8
N as últimas décadas, o Brasil conquistou avanços importantes
na legislação educacional. Grande parte deles é resultado da luta
O que é o
de organizações e movimentos sociais que atuaram e atuam para direito humano
à educação ?
que o direito humano à educação pública de qualidade seja uma
realidade para todos e todas.
Mas a gente sabe que existe uma distância muito grande entre o A Declaração Universal dos Direitos
que a lei estabelece e a situação das nossas creches e escolas Humanos, de 1948, reconhece o
públicas, a maioria delas sem condições adequadas de funciona- direito humano à educação em
seu artigo 26 e estabelece que
mento: faltam vagas e profissionais, equipamentos, brinquedos,
os objetivos da educação são o
laboratórios, parquinhos, quadras esportivas, formação do profes-
pleno desenvolvimento da pes-
sorado, prédios, salários dignos, etc. Nossa, falta tanta coisa!
soa humana e o fortalecimento do
O CAQi (Custo Aluno-Qualidade inicial) vem contribuir para a respeito aos direitos humanos. Os
mudança dessa realidade com a seguinte pergunta: qual é o direitos humanos são um conjunto
de princípios comprometidos com
investimento necessário por criança (no caso das creches) ou
a garantia da dignidade humana.
por estudante (no caso das escolas) para que o Brasil cumpra a
Esses direitos são universais
legislação educacional e garanta condições para a ampliação do (para todas as pessoas), interde-
número de vagas e para a melhoria da qualidade de educação? pendentes (todos os direitos hu-
Quanto custa fazer valer esse direito? manos estão relacionados entre
si, e nenhum tem mais importân-
Como vocês sabem, os recursos atualmente gastos na educação e
cia que outro), indivisíveis (não
em outras políticas sociais (saúde, assistência social, etc.) não são
podem ser fracionados) e devem
suficientes para que a lei seja cumprida. A lógica em funcionamento ser exigidos do Estado por meio
aqui no Brasil e na maioria dos países faz com que as políticas de pressão política da sociedade
econômicas dos governos não priorizem as políticas sociais e outras e de ações jurídicas. O Brasil é
políticas que permitam garantir os direitos humanos de todas as signatário de diversos documen-
pessoas e enfrentar nossas profundas desigualdades. tos internacionais, com força de
lei, que reconhecem a todas as
Ao definir o orçamento para as áreas sociais, os governos simples- pessoas o direito humano à
mente partem do dinheiro disponível depois de já terem investido em educação. Então, vamos pres-
outras áreas e pago as dívidas e seus juros. No caso da educação, sionar para que o poder público
o certo seria verificar quantas crianças, brasileiro cumpra o que está pre-
adolescentes, jovens e adultos estão visto na lei!
matriculados, quantos ainda é preciso
matricular e qual é o investimento
necessário para ofere-
cer educação de
qualidade a todos.
É exatamente
isso o que o
CAQi propõe.
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Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
O que são
senvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos
Profissionais de Educação).
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CAQi na cabeça:
do Congresso Nacional às escolas
O que é
A partir do diálogo com diversos movimentos, organizações, gover-
nos e instituições de pesquisa, a Campanha Nacional pelo Direito à
aEducação
Educação enfrentou o desafio e, em 2006, apresentou à sociedade Básica?
e ao poder público uma proposta de custo aluno-qualidade da
educação básica. Segundo a lei, a Educação Básica é
composta pelas etapas da Educa-
Com essa proposta, a Campanha pretende estimular o debate públi- ção Infantil (creche e pré-escola),
co sobre a urgência de definição do CAQi (Custo Aluno-Qualidade do Ensino Fundamental e do Ensi-
Inicial) pelo Congresso Nacional, assumido como base da política no Médio, além das modalidades
nacional de financiamento educacional. Um passo importante foi da Educação Especial1 (para pes-
dado em novembro de 2008, quando a Campanha firmou um termo soas com deficiências), Educação
de cooperação com o CNE (Conselho Nacional de Educação), órgão Profissional, Educação de Jovens
de assessoramento do MEC (Ministério de Educação), para realizar e Adultos, Educação Indígena,
Educação do Campo e Educação à
um estudo visando à efetivação do CAQi. Foi a primeira vez que o
Distância.
CNE estabeleceu uma parceria com uma rede de organizações e
movimentos da sociedade civil para desenvolver um trabalho de
tão grande importância.
Outro objetivo é fazer com que o CAQi não se restrinja a uma proposta
Um livro
de política nacional e possa se transformar em um instrumento que
contribua para que você e sua comunidade possam influenciar o
controle social e o planejamento das políticas públicas municipais
e estaduais e de cada escola. sobre o CAQi
Agora o desafio é de que essa discussão chegue a todas as rodas No dia 29 de abril de 2008, com a
de conversa das escolas, dos lares, dos meios de comunicação, presença de diversos ativistas e or-
das universidades, dos botequins, etc. Queremos que o CAQi ganhe ganizações de educação, a Campa-
força e vida no cotidiano e que as famílias, os estudantes, os edu- nha Nacional pelo Direito à Educação
cadores e toda a sociedade saibam quanto custa uma educação lançou o livro Custo Aluno-Qualidade
de qualidade, além de que todos nós temos o direito de exigir esse Inicial: rumo à educação pública de
direito. qualidade no Brasil. Com o apoio de
ActionAid, Save the Children-Reino
Unido e Unicef (Fundo das Nações
Unidas para a Infância), o livro foi
produzido em co-edição com a Edi-
tora Global. Fruto de um processo de
cinco anos de discussões, negocia-
ções e estudos, divulga a proposta
de custo aluno-qualidade construída
1
Nesta publicação utilizaremos o termo “educação especial”, tal como determina o cap. 5 da Lei pela Campanha, com texto sistema-
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996). Contudo, é tizado por Denise Carreira e José
fundamental reforçar que a Campanha Nacional pelo Direito à Educação defende e trabalha com a
perspectiva da educação inclusiva. Marcelino Rezende Pinto.
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O Brasil investe
muito ou pouco em educação ?
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E sta é uma pergunta que sempre surge numa conversa: “Como
o Brasil investe em educação?”. Para sabermos se um país gasta
muito ou pouco em educação, em primeiro lugar, devemos conside-
rar o tamanho do desafio que aquele país enfrenta para garantir
o acesso e a qualidade da educação para seu povo. Se o desafio
é gigante, é necessário investir muito mais recursos. Segundo
as diversas pesquisas e estatísticas educacionais, o tamanho do
desafio brasileiro é enorme tanto em acesso (garantia de vaga)
quanto em qualidade.
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Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
A tabela 1 permite a comparação do gasto por aluno nas séries iniciais Tabela 1.
do ensino fundamental (o equivalente ao antigo primário) para alguns
Gasto por aluno no ensino
países selecionados. Os valores estão em US$ PPP (paridade de poder
aquisitivo, em dólares). Trata-se de uma medida internacional que primário em US$ PPP (2004)
permite comparações entre os países e que considera as diferenças País Gasto por aluno
de custo de vida entre eles e não apenas o câmbio comercial. Estados Unidos 8.200,00
Espanha 4.769,00
O último dado comparativo é de 2004 e aponta o Brasil com o valor Portugal 4.704,00
Chile 1.672,00
de 1.041 dólares PPP para a educação primária. O gasto por aluno do
Costa Rica 1.628,00
Brasil foi bastante inferior ao da Colômbia, do México, da Argentina, Argentina 1.460,00
da Costa Rica e do Chile. México 1.411,00
Colômbia 1.220,00
Comparado a países desenvolvidos, o Brasil investe por aluno cerca Brasil 1.041,00
de um oitavo do valor investido pelos Estados Unidos e menos de Uruguai 741,00
um quinto do que é gasto em Portugal e na Espanha. Panamá 725,00
Jamaica 631,00
O Custo Aluno-Qualidade inicial é um caminho para que possamos elevar Paraguai 588,00
El Salvador 472,00
esse gasto por aluno, fazendo com que o valor do Brasil fique entre o Bolívia 443,00
da Argentina e do Chile, este último líder de investimento por aluno na Peru 302,00
América Latina entre os países pesquisados pela OCDE (Organização Nicaraguá 328,00
para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico). Guatemala 201,00
Fonte: Unesco, 2004.
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Pontos cardeais:
que qualidade almejamos ?
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Depois de realizar vários encontros, seminários e pesquisas e dia-
Sugestão de logar com outros movimentos sociais e instituições acadêmicas, a
Campanha assumiu alguns “pontos cardeais” sobre o que entende
atividade ser uma educação de qualidade. Para a Campanha, uma educação
de qualidade é aquela que:
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nos Estados Unidos nem sempre será bom para o nosso país.
Podemos e devemos aprender com as experiências dos outros,
mas não podemos esquecer das nossas próprias especifici-
pontos cardeais
dades; da qualidade
• Está vinculada ao direito de acesso à educação. Queremos
mais vagas em escolas e creches e queremos também que educacional
elas tenham qualidade. Não devemos optar entre a qualidade
O que mais
e a quantidade de vagas, que são como os dois lados de uma
mesma moeda, duas faces do direito humano à educação;
• Se aprimora por meio da participação social e política. Quali-
dade pra valer é aquela que exige participação e controle você colocaria
social, ou seja, precisa estar ligada a uma institucionalidade
(comitês, conselhos, etc.) e a processos participativos e nessa LISTA
democráticos que sejam independentes da vontade política do
gestor ou da gestora em exercício. Participação e transparên-
cia nas informações são direitos do cidadão, não “bondade”
do prefeito, do governador, do secretário, do ministro ou do
Presidente da República;
• Implica políticas consistentes
de avaliação, que não podem
se limitar à medição do desem-
penho dos alunos em testes
padronizados, mas que devem
considerar a opinião dos tra-
balhadores e dos usuários
da educação, incorporando
instrumentos de avaliação in-
terna e externa das instituições
escolares;
• Exige investimentos financeiros
de longo prazo. Em outras
palavras, não adianta prometer
sem investir dinheiro para a
coisa acontecer! Se quisermos
realmente avançar em nossa
educação pública, precisamos
de mais dinheiro e aprimorar as
formas de gestão democrática
e controle social para o melhor
uso desses recursos.
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O que é necessário
para alcançar essa qualidade ?
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da história da humanidade e O
RENDA CIDADA
NIA
EMPREG
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A Campanha entende que as desigualdades devem ser reconheci-
das e enfrentadas pelas políticas educacionais como um todo (su-
perando a abordagem pontual por projetos ou programas isolados)
e que as condições para isso devem estar traduzidas também na
política de financiamento educacional. Nesse sentido, as políticas
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Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
Os insumos
Assim, é preciso reconhecer as desigualdades, considerando as
dimensões da aprendizagem e a qualidade que almejamos.
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Os insumos podem ser organizados em quatro grandes tipos:
Quem são
trabalhar. Um espaço que convide a nele permanecer e que
considere as atividades didático-pedagógicas.
Para que isso ocorra, é importante também que os profissionais
os e as das escolas sejam ouvidos por ocasião da construção, das
reformas dos prédios escolares e quando da aquisição de
profissionais equipamentos e recursos didáticos. É comum gastarem-se
de educação ? fortunas na construção e na reforma de prédio escolares sem
a garantia de sua funcionalidade.
São aqueles e aquelas que tra- É fundamental, por exemplo, que os profissionais de educação
balham na escola e nos órgãos de tenham um local de trabalho e de convivência, que o pátio
administração educacional. Os profis- tenha acesso ao sol, que haja a presença da natureza (ár-
sionais que atuam diretamente na vores, flores, horta, etc.), que o parquinho tenha brinquedos
escola abarcam os profissionais adequados para a faixa etária e com a devida manutenção,
do magistério – professores(as), entre outras preocupações primordiais.
diretores(as), coordenadores(as)
pedagógicos(as),supervisores(as), 2. insumos relacionados aos trabalhadores e às trabalhadoras
etc. – e os(as) funcionários(as) ou em educação – abrangem as condições de trabalho, os sa-
agentes escolares que garantem o
lários, o plano de carreira, a jornada de trabalho e a formação
apoio ao trabalho pedagógico (me-
inicial e continuada dos trabalhadores e das trabalhadoras
rendeiras, vigias, equipe da secre-
taria escolar, etc.).
em educação.
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Gráfico 1.
Salários de algumas profissões (em R$)
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Tabela 2.
Salários (em R$) dos professores em diversas localidades do País
LOCALIDADES NÍVEL MÉDIO CARGA HORÁRIA
Salário 1
Remuneração 2
AC – – 30 h
AL 411,50 / 823,00 – 20 h / 40 h
AM 499,00 713,47 20 h
Manaus 300,00 750,00 20 h
AP 913,62 1.781,56 40 h
BA 324,00 / 648,00 529,06 / 1.058,12 20 h / 40 h
CE 199,00 / 398,17 278,73 / 577,44 20 h / 40 h
DF* 692,15 / 1.384,29 959,66 / 2.551,59 20 h / 40 h
ES 588,20 – 25 h
GO 373,76 / 560,65 / 747,53 – 20 h / 30 h / 40 h
MA 367,35 734,71 20 h
MG 336,26 850,00 24 h
MS 390,78 / 781,55 703,40 / 1.406,79 20 h / 40 h
MT 912,00 – 30 h
PA 380,00 450,00 20 h
PB 454,89 636,85 25 h
João Pessoa 488,80 635,44 25 h
PE 266,00 / 354,00 425,60 / 566,40 30 h / 40 h
PI 420,00 / 840,00 527,61 / 1.055,22 20 h / 40 h
PR 443,02 627,64 20 h
Curitiba 620,00 – 20 h
RN 620,00 – 30 h
RJ – – 22 h e 16 h
RO 320,12 / 640,24 425,75 / 851,51 20 h / 40 h
RR 928,76 1.392,76 25 h
RS 272,70 – 20 h
SC 509,46 1.045,24 40 h
SE 393,93 590,89 40 h
Aracaju 692,65 692,65 40 h
SP (classe docente) 748,24 / 935,01 970,88 / 1.213,26 24 h / 30 h
SP (PEB I) – – 24 h / 30 h
SP (PEB II) – – 24 h / 30 h
SP capital 928,20 – 30 h
TO 877,00 – 40 h
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Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
O que é o
• o estímulo à participação da comunidade escolar, que inclui o
trabalho em equipe, a construção conjunta do projeto político-
pedagógico e a democratização da gestão da escola e dos
Projeto P olítico -
sistemas de ensino. Isso exige o fortalecimento dos conselhos
de escola, do grêmio e dos conselhos de educação e a garantia
efetiva de participação de pais e mães, alunos e profissionais; Pedagógico da
escola ?
É um documento que cada comu-
nidade escolar deve elaborar, de-
MBLÉIA
ASSETA-
finindo as prioridades e os rumos
FEIRA
SEX
que cada escola ou creche deve
perseguir para oferecer uma edu-
cação de melhor qualidade para
crianças, adolescentes, jovens
e adultos. Para sua construção,
devem ser considerados: a ava-
liação da comunidade escolar
sobre o atendimento educacio-
nal, as experiências existentes,
os sonhos e as expectativas da
população, a legislação educa-
cional e a cultura local. O projeto
político-pedagógico não deve ser
elaborado somente por um grupo
de especialistas, mas deve nascer
de um processo participativo
que mobilize toda a comunidade
• a discussão sobre os indicadores de qualidade junto com a escolar (educadores/as, familia-
comunidade aproximaria ainda mais a escola da realidade de res, estudantes, integrantes da
seus alunos, dos pais e daqueles que vivem no entorno. Abrir os comunidade, etc.) para discutir
espaços das escolas nos fins de semana, de forma organizada seus problemas e os caminhos
e articulada ao projeto pedagógico, tem sido apontada como de superação. Há soluções para a
uma importante alternativa para aproximar ainda mais a comu- melhoria da qualidade educacio-
nidade; nal que dependerão das políticas
• o fomento às práticas participativas de avaliação, incluindo públicas (que vão exigir que a co-
a avaliação conjunta da escola pelos trabalhadores e pelas munidade exerça pressão sobre
os governos), mas outras poderão
trabalhadoras em educação, pelos estudantes, pelas famílias
ser encontradas na própria comu-
e pela comunidade. As avaliações devem considerar a análise
nidade escolar.
do funcionamento das redes públicas, das secretarias e do
ministério da educação.
26
4. Insumos relacionados ao acesso e à permanência – aqueles
que devem ser assegurados pelo poder público para garantir as
condições de permanência de crianças e estudantes na creche
ou na escola. Entre eles, o material didático, o transporte esco-
lar, a merenda ou o vestuário, no caso das redes públicas que
exigem o uniforme ou a farda.
um minicenso ?
à criação e à manutenção de condições para que crianças, jovens
e adultos não só entrem na escola, mas consigam permanecer
É um processo de entrevistas com
nela até a conclusão de seus estudos. Para isso, é importante
a comunidade que permite o dia- considerar a necessidade de programas de renda mínima, como
gnóstico da situação escolar e o o Programa Bolsa-Escola.
levantamento das expectativas
Nesse sentido, pode-se, por exemplo, garantir a realização de
educacionais da população, con-
exames oftalmológicos e o acesso a óculos, o apoio a famílias que
tribuindo para o aprimoramento da
avaliação das políticas educacio- vivem em situação de desemprego ou de violência doméstica, o
nais de determinado Município ou acompanhamento mais próximo de crianças com dificuldades de
localidade. O minicenso também é aprendizagem ou questões de indisciplina, visando compreender
um instrumento fundamental para de forma mais abrangente sua situação.
a construção, a revisão ou a avalia-
ção das metas dos Planos Munici-
Além disso, a chamada escolar (ou “minicenso”) e o censo anual
pais e Estaduais de Educação. Se da população na faixa de escolaridade obrigatória são instrumentos
não for possível fazer o minicenso fundamentais para assegurar o acesso e a permanência, já que
com toda a população local, ele permitem a identificação e a localização das crianças que estão
pode ser desenvolvido por meio fora da escola e, com base nessas informações, a elaboração de
de uma amostra que represente a estratégias para trazê-las de volta ao ambiente escolar.
diversidade presente na comuni-
dade.
As condições para a ampliação da jornada escolar visando ao
período integral nas escolas também devem ser garantidas por uma
política de financiamento que fomente a jornada única do profes-
sorado (para que professores e professoras possam se fixar em
10 h
uma unidade escolar, sem ter de “pular” de escola em escola).
11 h
13 h
16 h
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!!
Só esses insumos bastam?
Bom, gente, o consenso que se estabeleceu na Campanha Nacional
pelo Direito à Educação é de que a qualidade dos processos de
ensino e de aprendizagem se relaciona à qualidade dos insumos
utilizados.
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5
Um passo rumo à qualidade:
o Custo Aluno-Qualidade inicial
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Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
P
tempos e que deve crescer à medida que melhora a qualidade
ara dar um primeiro passo, da educação pública oferecida e que a população se torne mais
a Campanha Nacional pelo exigente em relação à qualidade;
Direito à Educação optou politi- • Como já foi dito, o valor do CAQi estabelece um patamar mínimo
camente por definir os valores de qualidade de educação (abaixo dele, nenhuma creche ou
do que seria o CAQi (Custo escola pública deve ficar). Isso não quer dizer que os estados
Aluno-Qualidade Inicial). Esse e Municípios brasileiros que garantem esse valor mínimo já es-
não é o valor que garantirá a tão bem! Aqueles que já garantem o mínimo nacional precisam
qualidade sonhada para as investir valores superiores e calcular o seu CAQi do estado ou
nossas creches e escolas do Município para enfrentar os desafios educacionais de seus
públicas. O CAQi define o valor sistemas de ensino;
que possibilita alcançarmos • O valor do CAQi é calculado a partir daqueles insumos indis-
os padrões mínimos e básicos pensáveis ao desenvolvimento dos processos de ensino e
previstos na legislação educa- aprendizagem;
cional brasileira. • O valor do CAQi deve ser diferenciado em função das várias etapas
e modalidades de ensino. Isso quer dizer que o CAQi da creche é
Por que a Campanha Nacional diferente do CAQi do ensino médio, ou seja, que cada etapa da edu-
fez essa opção em vez de calcu- cação (infantil, fundamental, médio) e cada modalidade (especial/
lar o “CAQ dos sonhos”? Porque inclusiva, indígena, do campo, profissional, de jovens e adultos)
entendeu que, se fizesse isso, deve apresentar um valor de Custo Aluno-Qualidade inicial;
chegaria a um valor tão alto que • O CAQi deve assegurar um salário digno aos profissionais do
seria considerado totalmente magistério e aos demais profissionais da educação;
“inviável” pelas autoridades • O CAQi deve considerar o que o PNE (Plano Nacional de Edu-
públicas. Por isso, a Campanha cação), lei de 2001, define como parâmetros de infraestrutura e
se concentrou no cálculo do de formação docente;
valor que permitiria cumprirmos • O CAQi deve reconhecer e contribuir para o enfrentamento
o “arroz com feijão” previsto na das desigualdades existentes na educação brasileira (de
legislação. Considerando nossa renda, regionais, raciais, entre sexos, decorrente de deficiência
realidade educacional, se o CAQi ou de orientação
for cumprido, haverá uma grande sexual, etc.). Para
mudança que exigirá o aumento isso, explicare-
significativo dos recursos inves- mos mais adiante
tidos atualmente nas creches e nossa ideia de
nas escolas brasileiras. CAQi específicos
e deCAQi adicio-
Agora, vamos falar sobre alguns
nal, destinados
pressupostos que a Campanha
a aumentar o
considerou para calcular o
valor do CAQi em
Custo Aluno-Qualidade Inicial:
territórios e/ou
• O valor do CAQi não pode e regiões desfavo-
não deve ser algo parado no recidas ou junto a
tempo. Ou seja, é um valor que grupos discrimi-
deve ser revisto de tempos em nados.
30
O que mais impacta o valor do CAQi?
Na hora de calcular o Custo Aluno-Qualidade inicial, são quatro
os fatores que mais geram impactos no valor do CAQi e que estão
diretamente ligados à melhoria da qualidade da educação:
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Em relação à progressão na carreira, estabeleceu-se que o salário
final de carreira deve ser até duas vezes maior que o salário inicial,
como mostra a tabela 3. Optou-se ainda por fixar adicionais de
30% para funções de direção de escola, de 20% para coordenação
pedagógica e de 30% sobre o salário-base para os professores que
atuam na educação do campo, tendo em vista as dificuldades de
acesso e o longo tempo gasto no percurso.
Tabela 3.
Plano referencial de cargos e salários
Jornada de
Cargo ou função trabalho Salário
semanal (em horas) (em R$)
Inicial Médio Final
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Cesta de insumos:
o que uma escola de qualidade
precisa ter?
“Cesta básica
com tudo o que você precisa ter
e só o que você precisa ter.”
(Guerrilha Way, “Cesta básica 2”)
35
Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
2
Na sua versão original, o CAQi Séries Inicias tinha como referência uma escola de 1a a 4a série. Agora,
com a mudança na legislação, que ampliou o ensino fundamental para nove anos com a inclusão da
faixa etária de 6 anos, passou-se a considerar as séries iniciais do 1o ao 5o ano.
36
CAQi das séries iniciais
Faz de conta que, em vez de brincar de casinha, brincaremos de mon-
tar uma escola. Vamos imaginar uma escola “típica” para as séries
iniciais do ensino fundamental (1a a 5a série). Para a Campanha, essa
escola atenderia 480 alunos, distribuídos em 20 salas com no máximo
24 alunos3 em cada sala (para que as turmas não fiquem lotadas), e
contaria com 16 professores, sendo 50% deles com nível superior,
trabalhando 40 horas semanais.
Custos de implantação
As tabelas 4 e 5 apresentam os custos de implantação dessa escola.
O prédio teria uma área total construída de 1.175 m² e um custo estimado
de R$ 790 mil. Nele, estão previstas uma pequena quadra coberta (de
200 m²), uma biblioteca, um laboratório de ciências e um laboratório de
informática. O custo dos equipamentos e material permanente para essa
escola seria estimado em R$ 345 mil.
Tabela 4.
Estrutura do prédio de uma escola de ensino fundamental (séries iniciais)
Descrição do prédio Quantidade M²/item
Salas de aula 10 45
Salas de direção/equipe 2 20
Salas de professores 1 25
Salas de leitura/biblioteca 1 80
Refeitório 1 50
Copa/cozinha 1 15
Quadra coberta 1 200
Laboratório de informática 1 50
Laboratório de ciências 1 50
Parque infantil 1 20
Banheiros 4 20
Sala de depósito 3 15
Salas de TV/ DVD 1 30
Mecanografia 1 15
Área total 1.150 m²
Custo total R$ 773.513,00
3
Na versão original, usou-se uma razão de 25 alunos por turma em média, mas, com a inclusão das
crianças de 6 anos, optamos por reduzir essa razão para 24 alunos por turma.
37
Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
Tabela 5.
Equipamento e material permanente de uma escola de ensino
fundamental (séries iniciais)
38
Tabela 5.
per capita?
Cadeiras 240
Mesa tipo escrivaninha 10
Arquivo de aço com quatro gavetas 10
Podemos comparar o investi- Armário de madeira com duas portas 10
mento em educação analisando o Mesa de leitura 1
Mesa de reunião para a sala de professores 1
gasto por aluno por ano em difer-
Armário com duas portas para secretaria 1
entes países. Para essa medição,
Mesas para refeitório 1
utiliza-se uma moeda comum
Mesa para computador 31
chamada US$ PPP (paridade de
Mesa para impressora 2
poder aquisitivo, em dólares).
Estantes para biblioteca 25
Outra forma de medir o gasto
Quadro para sala de aula 10
é verificar quanto o gasto por
Custo total estimado (R$) R$ 345.000,00
aluno representa do PIB (Produto
Interno Bruto) por habitante de
cada país. Ao usar esse critério,
na verdade estamos avaliando Custos de manutenção e pequenos investimen-
o esforço que cada país dedica tos (CAQi das séries iniciais do ensino fundamental)
à educação de cada um de seus
estudantes. Ao fazer essa com- A tabela 6 revela que o custo por aluno obtido para essa escola foi
paração entre os países da OCDE de R$ 1.814,00. Considerando os custos com alimentação, o total
(Organização para a Cooperação
chega a R$ 1.942,00 (tudo isso em valores atualizados para 2008).
e o Desenvolvimento Econômico)
e o Brasil, verificamos que, no Comparando ao valor mínimo nacional investido atualmente pelo
mesmo ano, eles gastaram em Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
média 21% do PIB/habitante com Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação), que era
cada estudante das séries iniciais de R$ 1.137,30 em 2008, constatamos que seria necessário ampliar
do ensino fundamental, enquanto
em 70% esse valor mínimo para que o Custo Aluno-Qualidade
o Brasil gastou somente 15%. No
inicial fosse cumprido em todo o país no que se refere às séries
ensino médio, eles gastaram 27%
do PIB/habitante, enquanto o Bra-
iniciais do ensino fundamental. Em relação à educação infantil e
sil gastou 10% do PIB/habitante. ao ensino rural, a situação é muito mais dramática.
Esse fato indica que os países
ricos gastam mais, não só em ter-
mos absolutos, mas que seu es-
forço é proporcionalmente maior.
Mesmo sendo mais ricos, eles não
abrem mão de um grande esforço
educacional, pois sabem que eles
só são ricos porque priorizam a
educação para todas as crianças
e todos os jovens.
39
Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
Tabela 6.
CAQi das séries iniciais do ensino fundamental (2008)
Pessoal (professor)
Professor c/ ensino médio (40 h) 10 1.155,00 153.962,00 321,00 16,5
Professor c/ ensino superior (40 h) 10 1.733,00 230.942,00 481,00 24,8
Subtotal 384.904,00 802,00 41,3
Pessoal (outros)
Direção 1 2.252,00 30.022,00 63,00 3,2
Secretaria 1 1.155,00 15.396,00 32,00 1,7
Manutenção e infraestrutura 5 809,00 53.887,00 112,00 5,8
Coordenador pedagógico 1 2.079,00 27.713,00 58,00 3,0
Auxiliar de biblioteconomia 1 1.155,00 15.396,00 32,00 1,7
Subtotal 142.414,00 297,00 15,3
Bens e serviços
Água/luz/fone/mês 12 1.920,00 23.040,00 48,00 2,5
Material de limpeza/mês 12 480,00 5.760,00 12,00 0,6
Material didático/aluno 480 100,00 48.000,00 100,00 5,1
Projetos de ação pedagógica 480 100,00 48.000,00 100,00 5,1
Material de escritório/mês 12 480,00 5.760,00 12,00 0,6
Conservação predial/ano 1 15.470,00 15.470,00 32,00 1,7
Manutenção e reposição de equipamentos/mês 12 1.920,00 23.040,00 48,00 2,5
Subtotal 169.070,00 352,00 18,1
Alimentação
Funcionários 3 809,00 32.332,00 67,00 3,5
Alimentos (1 refeição/dia) 480 0,30 28.800,00 60,00 3,1
Subtotal 61.132,00 127,00 6,6
40
A Campanha Nacional pelo Direito à Educação produziu, em 2005,
o cálculo do CAQi para as outras etapas e atualizou o valor para
2008. A tabela 7 apresenta os valores do CAQi e a comparação com
o Fundeb, que estabelece o valor mínimo de gasto por criança/aluno
vigente atualmente no país. Abaixo do valor do Fundeb, nenhum
estado brasileiro pode ficar. Para isso, a União complementa os
recursos dos estados mais pobres para que eles não fiquem abaixo
do mínimo nacional.
Tabela 7.
Comparação entre os valores definidos pelo CAQi e os valores mínimos definidos pelo Fundeb (em reais, 2008)
CAQi 2008 (A) 4.900,00 1.900,00 1.814,00 1.788,00 1.849,00 2.774,00 2.296,00
Valor mínimo do
Fundeb (2008) (B) 1.251,00 1.024,00 1.137,00 1.251,00 1.365,00 1.194,00 1.308,00
41
Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
42
7
Como viabilizar
o CAQi?
43
Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
Gráfico 2.
Gastos em educação básica por esfera de governo
(em R$ bilhões, 1995-2005)
44
Com esse investimento baseado no CAQi, comparado a outros
países da América Latina, nosso gasto por aluno ficaria um pouco
superior ao atual gasto por aluno da Argentina e inferior ao do Chile,
que historicamente sempre investiu em educação. Ainda ficaremos
longe do investimento feito pelos Estados Unidos, pela Europa e por
vários países asiáticos, mas esse pode ser um grande passo.
Tabela 8.
Comparação* entre o CAQi, o valor mínimo do Fundeb,
valor do salário mínimo e o valor permitido para a dedução do IR
nas despesas com educação privada
45
Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
46
taxas e contribuições e empréstimos compulsórios que o povo
brasileiro paga aos governos. No entanto, os recursos que os
governos tiram para o investimento em políticas sociais (como
os previstos nas vinculações constitucionais para a saúde e a
educação) vêm dos impostos e não das contribuições sociais.
Espertamente, os governos têm ampliado a receita tributária por
meio do aumento das contribuições sociais e não por meio de
aumento de impostos, o que possibilitaria a ampliação dos re-
cursos para a educação. Um cálculo em valores de 2007 apontou
que, se a vinculação constitucional incidisse nas contribuições
sociais, conseguiríamos o recurso necessário para viabilizar a
proposta do CAQi.
TRIBUTOS
educação
47
8
O CAQi,
as modalidades e as desigualdades
49
Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
50
mesmo na zona rural. Nos anexos, você encontrará as tabelas re-
ferentes ao CAQi da educação do campo das séries iniciais e das
séries finais do ensino fundamental.
• CAQi Quilombola – este CAQi seria destinado às comunidades
negras remanescentes de quilombos. No entanto, é necessário
aprofundar o debate com organizações vinculadas a grupos
quilombolas para definir se devemos ou não utilizar o CAQi
Educação do Campo como referencial.
• CAQi Educação Profissional – Em razão da complexidade do
tema, não avançamos em conversas nem em simulações sobre
esse CAQi especificamente.
Adicional CAQi
A proposta do Adicional Custo Aluno-Qualidade inicial nasce como
resposta ao desafio de reconhecer e considerar, no financiamento,
condições que contribuam para o enfrentamento das desigualdades
existentes entre diferentes territórios ou em um mesmo território.
Para nossa discussão, o território pode ser assumido como um Mu-
nicípio, uma região de uma cidade ou estado, um bairro, etc. o que
nos interessa aqui, de forma bastante concreta, é utilizar o Adicional
como mecanismo que viabilize a dotação de mais recursos a regiões
marcadas por processos de exclusão política, econômica e social,
como, por exemplo, bolsões de pobreza existentes nas periferias
das grandes cidades ou no interior do país. Em grande parte dessas
áreas, a população negra predomina.
O debate amplia-
A
sociedade poderá
ICI
adequados e o percen-
tual a ser fixado para
o Adicional.
51
9
O CAQi na praça:
da escola aos Planos de Educação
“A estrada da vida
pode ser longa e áspera.
Faça-a mais longa e suave.
Caminhando e cantando
com as mãos cheias de sementes.”
(Cora Coralina, “Este presente”)
A Campanha Nacional pelo Direito à Educação pretende que a
discussão sobre o CAQi avance por todos os cantos do país. A intenção
é de que a proposta apresentada pela Campanha seja discutida por
muita gente, aprimorada coletivamente e encaminhada ao Congresso
Nacional para que se transforme em um projeto de lei.
4
CARREIRA, Denise. “Subsídios para a construção participativa do Plano de Educação da Cidade de
São Paulo”. Ação Educativa/Movimento Nossa São Paulo, 2008.
53
Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
54
ficando se ele já foi aprovado pelo legislativo e se ele está sendo
Como vai realmente implementado pelo governo atual, procure saber como ele
foi construído. Você, outros ativistas e organizações comprometidas
55
Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
Essas são algumas das perguntas que podem ser feitas a partir
dos insumos definidos para o CAQi. Por isso, o CAQi pode ser um
grande instrumento de controle social e de planejamento da ação
de uma escola ou de uma gestão municipal, estadual ou federal.
“Controle social” é uma expressão que significa o direito da popu-
lação de acompanhar, fiscalizar e avaliar a ação dos dirigentes/
gestores para que o atendimento de um serviço público seja o
melhor possível, tendo como base o bom uso dos recursos públicos.
O planejamento se refere à capacidade de definir metas e os pas-
sos necessários para que, em um determinado período de tempo,
se alcancem avanços no atendimento educacional oferecido à
comunidade em que atuamos. Os Planos Municipais, Estaduais e
Nacional são instrumentos de planejamento da política educacional
e uma grande conquista contra a descontinuidade das políticas
públicas que marca a realidade brasileira.
56
A qualidade dos insumos
O que é a SAM Muitas vezes, uma escola até conta com os insumos necessários,
(Semana de Ação mas a qualidade deles deixa bastante a desejar. Essa é uma reali-
dade em grande parte do nosso país. Com o objetivo de “colocar
57
10
Para abrir
outras conversas
59
Tabelas
do CAQi
Tabela 1.
Plano referencial de cargos e salários
Cargo/Função Jornada Salário (em R$)
(em horas) Inicial Médio Final
Professor nível médio (normal)
30 866,00 1.299,00 1.733,00
40 1.155,00 1.733,00 2.310,00
Adicional rural (+ 30%) 30 975,00 1.463,00 1.950,00
40 1.502,00 2.252,00 3.003,00
Professor nível superior
30 1.299,00 1.949,00 2.599,00
40 1.733,00 2.599,00 3.465,00
Adicional rural (+ 30%) 30 1.689,00 2.534,00 3.378,00
40 2.252,00 3.378,00 4.505,00
Coordenador (+ 20%) 40 2.079,00 3.119,00 4.158,00
Diretor (+ 30%) 40 2.252,00 3.378,00 4.505,00
Técnico com formação em nível médio 40 1.155,00 1.733,00 2.310,00
Trabalhador com formação em nível fundamental 40 809,00 1.213,00 1.617,00
Bibliotecário (nível superior) 40 1.733,00 2.599,00 3.465,00
Auxiliar de biblioteconomia (nível médio) 40 1.155,00 1.733,00 2.310,00
Tabela 2.
Custos de bens e serviços
Bens e serviços unidade creche pré (1a a 4a) EF (5a a 8ª)/EM
Água/luz/telefone R$/aluno-mês 18 4 3
Material de limpeza R$/aluno-mês 3 1 1
Material didático R$/aluno-ano 100 100 100
Projetos de ações pedagógicas R$/aluno-ano 100 100 100
Material de escritório R$/aluno-mês 1,5 1 1
Conservação predial % do valor do prédio 2 2 3
Manutenção e reposição de equipamentos R$/aluno-mês 4 4 4
CAQi CRECHE
Tabela 3.
Estimativa de custo de uma creche
3 turmas de 10 crianças (menos que 2 anos) +
Alunos 130 3 turmas de 12 crianças (menos que 3 anos) +
Classes 10 4 turmas de 6 crianças (de 3 anos)
Professor com ensino médio Professor com ensino superior
Total de professores 20 17 3
Número de salas de aula 10
Alunos/classe 13 (média)
Jornada do aluno 10 (horas/dia) (50 horas/semana)
Jornada semanal do professor 40 (26 horas com os alunos)
Tabela 4.
CAQi Creche
Custo unitário Custo total/ano Custo aluno/ano
Insumos Qtde (R$) (R$) (R$) % do total
Pessoal (professor)
Professor c/ ensino superior (40 horas) 03 1.733,00 69.283,00 533,00 10,1
Professor c/ ensino médio (40 horas) 17 1.155,00 261.735,00 2.013,00 38,2
Subtotal 331.017,00 2.546,00 48,4
Pessoal (outros)
Direção 01 2.252,00 30.022,00 231,00 4,4
Secretaria 01 809,00 10.777,00 83,00 1,6
Manutenção e infraestrutura 02 809,00 21.555,00 166,00 3,1
Coordenador pedagógico 01 2.079,00 27.713,00 213,00 4
Auxiliar de biblioteconomia - 1.155,00 - - -
Subtotal 90.067,00 693,00 13,2
Bens e serviços
Água/luz/fone /mês 12 2.340,00 28.080,00 216,00 4,1
Material de limpeza/mês 12 390,00 4.680,00 36,00 0,7
Material didático/aluno 130 100,00 13.000,00 100,00 1,9
Projetos de ações pedagógicas 130 100,00 13.000,00 100,00 1,9
Material de escritório/mês 12 195,00 2.340,00 18,00 0,3
Conservação predial/ano 01 12.309,00 12.309,00 95,00 1,8
Manutenção e reposição de equip./mês 12 520,00 6.240,00 48,00 0,9
Subtotal 79.649,00 613,00 11,6
(cont.)
61
Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
Tabela 4.
Alimentação
Funcionários 2 809,00 21.555,00 166,00 3,1
Alimentos (5 refeições/dia) por aluno 130 1,00 26.000,00 200,00 3,8
Subtotal 47.555,00 366,00 6,9
Custos na administração central
Formação profissional 27 500,00 13.500,00 104,00 2
Encargos sociais (20% do Pessoal) 88.528,00 681,00 12,9
Administração e supervisão (5%) 34.227,00 263,00 5
Subtotal 136.255,00 1.048,00 19,9
Tabela 5.
Descrição do prédio da creche
Descrição do prédio Quantidade M²/item
Salas de aula 10 30
Salas de direção/equipe 2 20
Salas de professores 1 15
Salas de leitura/biblioteca 1 45
Berçário 1 30
Refeitório 1 45
Lactário 1 20
Copa/cozinha 1 15
Quadra coberta 1 200
Parque infantil 1 10
Banheiros de funcionários/professores 2 10
Banheiros de alunos 10 10
Sala de depósito 3 15
Salas de TV/ DVD 1 30
Área total 915 m²
Custo total (2008) R$ 615.447,00
62
Tabela 6.
Equipamentos e material permanente da creche
Equipamentos e material permanente Quantidade EQUIPAMENTOS E MATERIAL PERMANENTE Quantidade
Esportes e brincadeira Mobiliário em geral
Colchonetes 20 Carteiras 120
Conjunto de brinquedos para parquinho 1 Cadeiras 120
Cozinha Mesa escrivaninha 10
Freezer 305 litros 1 Arquivo de aço com 4 gavetas 10
Geladeira 270 litros 2 Armário de madeira com 2 portas 10
Fogão comum lactário 1 Mesa de leitura 1
Fogão industrial 1 Mesa de reunião sala de professores 1
Liquidificador industrial 1 Armário com 2 portas para secretaria 1
Botijão de gás 13 quilos 2 Mesas para refeitório 1
Coleções e materiais bibliográficos Mesa para impressora 2
Enciclopédias 1 Mesa para computador 4
Dicionário Houaiss ou Aurélio 1 Estantes para biblioteca 4
Outros dicionários 1 Berços e colchão 30
Literatura infantil 1.200 Banheira com suporte 2
Apoio pedagógico 200 Quadro para sala 10
Equipamentos para áudio, vídeo e foto Aparelhos em geral
Retroprojetor 1 Bebedouro elétrico 2
Tela para projeção 1 Circulador de ar de parede 10
Televisor 20 polegadas 10 Máquina de lavar 1
Suporte para TV/DVD 10 Maquina secadora 1
Aparelho de DVD 10 Telefone 1
Máquina fotográfica 1 Custo total estimado R$ 122.000,00
Aparelho com CD e rádio 10
Processamento de dados
Computador para administração/ docentes 4
Impressora laser 1
Copiadora multifuncional 1
Guilhotina para papel 1
63
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CAQi PRÉ-ESCOLA
Tabela 7.
Estimativa de custo de uma pré-escola
Alunos 240
Classes 12
Professor com ensino médio Professor com ensino superior
Total de professores 12
Número de salas de aula 6
Alunos/classe 22
Jornada do aluno 5 (horas/dia) (25 horas/semana)
Jornada semanal do professor 40 (26 horas com os alunos)
Tabela 8.
CAQi Pré-escola
Custo unitário Custo total/ano Custo aluno/ano
Insumos Qtde (R$) (R$) (R$) % do total
Custos no âmbito da escola
Pessoal (professor)
Professor c/ ensino médio (40 horas) 6 1.000,00 79.980,00 303,00 14,8
Professor c/ ensino superior (40 horas) 6 1.500,00 119.970,00 454,00 22,3
Subtotal 199.950,00 757,00 37,1
Pessoal (outros)
Direção 1 2.252,00 30.022,00 114,00 5,6
Secretaria 1 1.155,00 15.396,00 58,00 2,9
Manutenção e infra-estrutura 3 809,00 32.332,00 122,00 6
Coordenador pedagógico 1 2.079,00 27.713,00 105,00 5,1
Subtotal 105.464,00 399,00 19,6
Bens e serviços
Água/luz/fone 12 1.056,00 12.672,00 48,00 2,4
Material de limpeza 12 264,00 3.168,00 12,00 0,6
Material didático 264 100,00 26.400,00 100,00 4,9
Projetos de ações pedagógicas 264 100,00 26.400,00 100,00 4,9
Material de escritório 12 264,00 3.168,00 12,00 0,6
Conservação predial 1 9.484,00 9.484,00 36,00 1,8
Manutenção e reposição de equip./mês 12 1.056,00 12.672,00 48,00 2,4
Subtotal 93.964,00 356,00 17,4
(cont.)
64
Tabela 8.
Alimentação
Funcionários 2 809,00 21.555,00 82,00 4
Alimentos (1 refeição/dia) 264 0,30 15.840,00 60,00 2,9
Subtotal 37.395,00 142,00 6,9
Tabela 9.
Estrutura do prédio da pré-escola
Descrição do prédio Quantidade M²/item
Salas de aula (mais de 20 m )2
6 30
Salas de direção/equipe 2 20
Salas de professores 1 15
Salas de leitura / biblioteca /computação 1 45
Refeitório 1 45
Copa/cozinha 1 15
Quadra coberta 1 200
Parque infantil 1 10
Banheiros de funcionários/professores 2 10
Banheiros de alunos 6 10
Sala de depósito 3 15
Salas de TV/DVD 1 30
Área total 705 m²
Custo total (IBGE) R$ 474.197,10
65
Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
Tabela 10.
Equipamentos e material permanente da pré-escola
66
CAQi ENSINO FUNDAMENTAL – SÉRIES INICIAIS
Tabela 11.
Estimativa de custo de uma escola de ensino fundamental (séries iniciais)
Alunos 480
Classes 18
Professor com ensino médio Professor com ensino superior
Total de professores 20 10 10
Número de salas de aula 10
Alunos/classe 24
Jornada do aluno: (horas/dia) 5 (25 horas/semana)
Jornada semanal do professor 40 (26 horas com os alunos)
Tabela 12.
CAQi ensino fundamental (séries iniciais)
Custo unitário Custo total/ano Custo aluno/ano
Insumos Qtde (R$) (R$) (R$) % do total
Pessoal (professor)
Professor c/ ensino médio (40 horas) 10 1.155,00 153.962,00 321,00 16,5
Professor c/ ensino superior (40 horas) 10 1.733,00 230.942,00 481,00 24,8
Subtotal 384.904,00 802,00 41,3
Pessoal (outros)
Direção 1 2.252,00 30.022,00 63,00 3,2
Secretaria 1 1.155,00 15.396,00 32,00 1,7
Manutenção e infraestrutura 5 809,00 53.887,00 112,00 5,8
Coordenador pedagógico 1 2.079,00 27.713,00 58,00 3
Auxiliar de biblioteconomia 1 1.155,00 15.396,00 32,00 1,7
Subtotal 142.414,00 297,00 15,3
Bens e serviços
Água/luz/fone/mês 12 1.920,00 23.040,00 48,00 2,5
Material de limpeza/mês 12 480,00 5.760,00 12,00 0,6
Material didático/aluno 480 100,00 48.000,00 100,00 5,1
Projetos de ações pedagógicas 480 100,00 48.000,00 100,00 5,1
Material de escritório/mês 12 480,00 5.760,00 12,00 0,6
Conservação predial/ano 1 15.470,00 15.470,00 32,00 1,7
Manutenção e reposição de equip./mês 12 1.920,00 23.040,00 48,00 2,5
Subtotal 169.070,00 352,00 18,1
(cont.)
67
Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
Tabela 12.
Alimentação
Funcionários 3 809,00 32.332,00 67,00 3,5
Alimentos (1 refeição/dia) 480 0,30 28.800,00 60,00 3,1
Subtotal 61.132,00 127,00 6,6
Tabela 13.
Estrutura do prédio de uma escola de ensino fundamental (séries iniciais)
Descrição do prédio Quantidade M²/item
Salas de aula 10 45
Salas de direção/equipe 2 20
Salas de professores 1 25
Salas de leitura/biblioteca 1 80
Refeitório 1 50
Copa/cozinha 1 15
Quadra coberta 1 200
Laboratório de informática 1 50
Laboratório de ciências 1 50
Parque infantil 1 20
Banheiros 4 20
Sala de depósito 3 15
Salas de TV/ DVD 1 30
Mecanografia 1 15
Área total 1.150 m²
Custo total R$ 773.513,00
68
Tabela 14.
Equipamento e material permanente de uma escola de ensino fundamental (séries iniciais)
69
Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
Tabela 16.
CAQi Ensino Fundamental (séries finais)
Custo unitário Custo total/ano Custo aluno/ano
Insumos Qtde (R$) (R$) (R$) % do total
Pessoal (professor)
Professor c/ ensino superior 40h) 20 1.733,00 461.885,00 770,00 40,5
Subtotal 461.885,00 770,00 40,5
Pessoal (outros)
Direção 1 2.252,00 30.022,00 50,00 2,6
Secretaria 2 1.155,00 30.792,00 51,00 2,7
Manutenção e infra-estrutura
(nível ensino fundamental) 4 809,00 43.109,00 72,00 3,8
Manutenção e infra-estrutura
(nível ensino médio) 2 1.155,00 30.792,00 51,00 2,7
Coordenador pedagógico 1 2.079,00 27.713,00 46,00 2,4
Bibliotecário 1 1.733,00 23.094,00 38,00 2,0
Subtotal 185.524,00 309,00 16,3
Bens e serviços
Água/luz/fone 12 1.800,00 21.600,00 36,00 1,9
Material de limpeza 12 600,00 7.200,00 12,00 0,6
Material didático/aluno 600 100,00 60.000,00 100,00 5,3
Projetos de ações pedagógicas 600 100,00 60.000,00 100,00 5,3
Material de escritório 12 600,00 7.200,00 12,00 0,6
Conservação predial 1 32.387,00 32.387,00 54,00 2,8
Manutenção e reposição de equip./mês 12 2.400,00 28.800,00 48,00 2,5
Subtotal 217.187,00 362,00 19,0
(cont.)
70
Tabela 16.
Alimentação
Funcionários 3 809,00 32.332,00 54,00 2,8
Alimentos (1 refeição/dia) 600 0,30 36.000,00 60,00 3,2
Subtotal 68.332,00 114,00 6
Tabela 17.
Estrutura do prédio da escola de ensino fundamental (séries finais)
Descrição do prédio Quantidade M²/item
Salas de aula 10 45
Salas de direção/equipe 4 20
Salas de professores 1 50
Salas de leitura/biblioteca 1 80
Sala do Grêmio Estudantil ou de Convivência dos Estudantes 1 45
Refeitório 1 80
Copa/cozinha 1 20
Quadra coberta 1 500
Laboratório de informática 1 50
Laboratório de ciências 1 50
Banheiros 6 20
Sala de depósito 2 30
Salas de TV/ DVD 1 50
Mecanografia 1 15
Área total 1.650 m²
Custo total (IBGE) R$ 1.079.555,00
71
Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
Tabela 18.
Equipamentos e materiais permanentes de escola de ensino fundamental (séries finais)
72
CAQi ESCOLA DO CAMPO
ENSINO FUNDAMENTAL – SÉRIES INICIAIS
Tabela 19.
Estimativa de custo de uma escola do campo ensino fundamental (séries iniciais)
Alunos 60
Classes 4
Professor com ensino médio Professor com ensino superior
Total de professores 4 2 2
Número de salas de aula 2
Alunos/classe 15
Jornada do aluno 5 horas/dia (25 horas por semana)
Jornada semanal do professor 40 (25 horas com os alunos)
Tabela 20.
CAQi escola do campo ensino fundamental (séries iniciais)
Custo unitário Custo total/ano Custo aluno/ano
Insumos Qtde (R$) (R$) (R$) % do total
Pessoal (professor)
Professor c/ ensino médio (40 horas) 2 1.502,00 40.030,00 667,00 20,7
Professor c/ ensino superior (40 horas) 2 2.252,00 60.045,00 1.001,00 31,1
Subtotal 100.075,00 1.668,00 51,8
Pessoal (outros)
Direção - - - - -
Secretaria - - - - -
Manutenção e infraestrutura - - - - -
Coordenador pedagógico - - - - -
Bibliotecário - - - - -
Subtotal - - - - -
Bens e serviços
Água/luz/fone 12 240,00 2.880,00 48,00 1,5
Material de limpeza 12 60,00 720,00 12,00 0,4
Material didático 60 100,00 6.000,00 100,00 3,1
Projetos de ações pedagógicas 60 100,00 6.000,00 100,00 3,1
Material de escritório 12 40,00 480,00 8,00 0,2
Conservação predial 1 4.910,00 4.910,00 82,00 2,5
Manutenção e reposição equip. 12 240,00 2.880,00 48,00 1,5
Subtotal 23.870,00 398,00 12,4
(cont.)
73
Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
Tabela 20.
Alimentação
Merendeira/limpeza 1 1.733,00 23.094,00 385,00 12
Alimentos (1 refeição/dia) 60 0,30 3.600,00 60,00 1,9
Subtotal 26.694,00 445,00 13,8
Tabela 21.
Estrutura do prédio de uma escola do campo ensino fundamental (séries iniciais)
Descrição do prédio Quantidade M2/item
Salas de aula com mais de 20 m2 2 45
Salas de direção/equipe 1 20
Salas de professores 1 25
Salas de leitura/biblioteca 1 80
Sala do Grêmio Estudantil ou de Convivência dos Estudantes 1 45
Refeitório 1 30
Copa/cozinha 1 15
Quadra coberta 1 125
Laboratório de informática 1 50
Laboratório de ciências 1 50
Parque Infantil 1 20
Banheiros 2 10
Sala de depósito 1 15
Salas de TV/DVD 1 30
Mecanografia 1 15
Área total 365 m²
Custo total R$ 245.506,30
74
Tabela 22.
Estrutura do prédio de uma escola do campo ensino fundamental (séries iniciais)
75
Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
Tabela 24.
CAQi escola do campo ensino fundamental (séries finais)
Custo unitário Custo total/ano Custo aluno/ano
Insumos Qtde (R$) (R$) (R$) % do total
Pessoal (professor)
Professor c/ ensino superior (40 horas) 4 2.252,00 120.090,00 1.201,00 48,7
Subtotal 120.090,00 1.201,00 48,7
Pessoal (outros)
Direção 2.252,00 - - -
Secretaria 1 1.155,00 15.396,00 154,00 6,2
Manutenção e infraestrutura 1 - - - -
Coordenador pedagógico - - - - -
Bibliotecário - - - - -
Subtotal 15.396,00 154,00 6,2
Bens e serviços
Água/luz/fone 12 400,00 4.800,00 48,00 1,9
Material de limpeza 12 100,00 1.200,00 12,00 0,5
Material didático 100 100,00 10.000,00 100,00 4,1
Projetos de ações pedagógicas 100 100,00 10.000,00 100,00 4,1
Material de escritório 12 100,00 1.200,00 12,00 0,5
Conservação predial 1 7.533,00 7.533,00 75,00 3,1
Manutenção e reposição de equip. 12 400,00 4.800,00 48,00 1,9
Subtotal 39.533,00 395,00 16
(cont.)
76
Tabela 24.
Alimentação
Funcionários 1 809,00 10.777,00 108,00 4,4
Alimentos (1 refeição/dia) 100 0,30 6.000,00 60,00 2,4
Subtotal 16.777,00 168,00 6,8
Tabela 25.
Estrutura do prédio da escola do campo ensino fundamental (séries finais)
Descrição do prédio Quantidade M2/item
Salas de aula com mais de 20 m2
2 45
Salas de direção/equipe 1 20
Salas de professores 1 25
Salas de leitura/biblioteca 1 80
Sala do Grêmio Estudantil ou de Convivência dos Estudantes 1 45
Refeitório 1 50
Copa/cozinha 1 15
Quadra coberta 1 200
Laboratório de informática 1 50
Laboratório de ciências 1 50
Parque infantil 1 20
Banheiros de funcionários/professores 1 10
Banheiros 2 10
Sala de depósito 1 15
Salas de TV/DVD 1 30
Mecanografia 1 15
Área total 560 m²
Custo total R$ 376.667,20
77
Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
Tabela 27.
CAQi Ensino Médio
Custo unitário Custo total/ano Custo aluno/ano
Insumos Qtde (R$) (R$) (R$) % do total
Pessoal (professor)
Professor c/ ensino superior (40h) 30 1.733,00 692.827,00 770,00 39,3
Subtotal 692.827,00 770,00 39,3
Pessoal (outros)
Direção 2 2.252,00 60.045,00 67,00 3,4
Secretaria 4 1.155,00 61.585,00 68,00 3,5
Manutenção e infraestrutura
(nível ensino fundamental) 4 809,00 43.109,00 48,00 2,4
Manutenção e infraestruturura
(nível ensino médio) 4 1.155,00 61.585,00 68,00 3,5
Coordenador pedagógico 2 2.079,00 55.426,00 62,00 3,1
Bibliotecário 2 1.733,00 46.188,00 51,00 2,6
Subtotal 327.938,00 364,00 18,6
Bens e serviços
Água/luz/fone 12 2.700,00 32.400,00 36,00 1,8
Material de limpeza 12 900,00 10.800,00 12,00 0,6
Material didático 900 100,00 90.000,00 100,00 5,1
Projetos de ações pedagógicas 900 100,00 90.000,00 100,00 5,1
Material de escritório 12 900,00 10.800,00 12,00 0,6
Conservação predial 1 41.063,00 41.063,00 46,00 2,3
Manutenção e reposição de equipamentos 12 3.600,00 43.200,00 48,00 2,5
Subtotal 318.263,00 354,00 18,1
(cont.)
78
Tabela 27.
Alimentação
Funcionários 4 809,00 43.109,00 48,00 2,4
Alimentos (1 refeição/dia) 900 0,30 54.000,00 60,00 3,1
Subtotal 97.109,00 108,00 5,5
Tabela 28.
Estrutura do prédio de uma escola de ensino médio
Descrição do prédio Quantidade M²/item
Salas de aula com mais de 20 m2 15 45
Salas de direção/equipe 2 30
Sala equipe pedagógica 2 30
Salas de professores 1 50
Salas de leitura/biblioteca 1 100
Sala do Grêmio Estudantil ou de Convivência dos Estudantes 1 45
Refeitório 1 80
Copa/cozinha 1 25
Quadra coberta 1 500
Laboratório de informática 1 50
Laboratório de ciências 3 50
Banheiros de alunos 8 20
Sala de depósito 2 30
Salas de TV/DVD 1 50
Mecanografia 1 15
Área total 2.080 m²
Custo total (IBGE) R$ 1.368.782
79
Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
Tabela 29.
Equipamento e Material Permanente de uma Escola de Ensino Médio
80
Sobre a Campanha Nacional
pelo Direito à Educação
A Campanha Nacional pelo Direito à Educação surgiu em 1999, impulsionada por um conjunto
de organizações da sociedade civil que participaria da Cúpula Mundial de Educação, em Dakar
(Senegal), no ano seguinte. A articulação pretendia somar diferentes forças políticas pela efetivação
dos direitos educacionais, priorizando ações de mobilização, pressão política e comunicação. Hoje,
é a articulação mais plural no campo da educação básica no Brasil. Conta com 19 comitês regionais
e mais de 200 grupos e organizações em todo o país.
Articulação institucional
Costura contínua de parcerias e alianças com diversas organizações e movimentos locais, nacionais
e internacionais para alcançar objetivos comuns.
Mobilização popular
Participação de estudantes, educadores e demais cidadãos nas ações da Campanha em todo o Brasil,
com uma base social de sujeitos políticos atuantes.
Produção de conhecimento
Subsídio técnico e político às ações por meio da realização de pesquisas de opinião, sistematização
de informações, produção e da edição de cadernos e livros, bem como outros materiais.
Comunicação
Promoção de conexão e troca entre os integrantes da Campanha, com disseminação de informações
estratégicas e divulgação de posicionamentos políticos.
81
Educação p ú b l i c a d e q u a l i d a d e : q u a n t o c u s ta e s s e d i r e i t o ?
Publicações da Campanha
DVD “Fundeb pra Valer! / Fundeb for Real!” (2009)
Em edição bilíngüe (português/inglês), o DVD contra a trajetória do tra-
balho desenvolvido pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação na
aprovação e regulamentação do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) no
Congresso Nacional.
82
Semana de Ação Mundial – Participe!
E-mail: sam@campanhaeducacao.org.br
Tel.: (11) 3159-1243
83
Coordenação geral da Campanha Comitê Diretivo Nacional
Coordenação Geral
Rua General Jardim, 660
São Paulo-SP CEP 01223-010
Tel.: (+55 11) 3159 1243
E-mail: coordenacao@campanhaeducacao.org.br
Site: www.campanhaeducacao.org.br
Blog: www.campanhaeducacao.blogspot.com
Skype: campanhaeducacaobrasil
Twiter: campanhaeduc
DF