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X V I SI M P Ó S I O N A C I O N A L D E EN S I N O D E F Í S I C A 1

“COISAS QUE GIRAM ” – A CONSERVAÇÃO DO MOMENTO ANGULAR DE FORMA


INTERATIVA

Gustavo Rubinia,b [grubini@montreal.com.br]


Eleonora Kurtenbacha,b [kurten@bioqmed.ufrj.br]
Robson Coutinho Silvaa,c [rcsilva@biof.ufrj.br]
a
Espaço Ciência Viva
b
Departamento de Bioquímica Médica, ICB, UFRJ
c
Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ

RESUMO
Constatou-se que a dinâmica das rotações costuma ser negligenciada no ensino da física
escolar. No sentido de ajudar a preencher esta lacuna a equipe do Espaço Ciência Viva
resolveu criar um módulo experimental participativo que trabalhasse os conceitos de
torque e momento angular, bem como a conservação deste, com o seu público visitante
de forma lúdica. Neste estudo, descrevemos o conceito que orientou o desenvolvimento
do módulo, assim como os experimentos que o constituem e as questões referentes à
segurança dos visitantes. O módulo atualmente está sendo reformulado e testado junto
ao público do museu, cuja reação tem sido extremamente favorável.

1. INTRODUÇÃO

O currículo da física escolar inclui o estudo da cinemática das rotações e da estática dos
corpos rígidos, entretanto a dinâmica das rotações encontra-se ausente do mesmo como podemos
verificar ao consultar alguns livros didáticos do ensino médio [1-5]. Uma notável exceção a este
quadro é o livro do Grupo de Reelaboração para o Ensino de Física [6] que faz uma interessante
abordagem do momento angular e de sua conservação a partir de elementos vivenciais e cotidianos.

A ausência deste assunto implica em uma visão limitada das três leis de Newton e acaba por
negligenciar vários aspectos da física do dia-a-dia que poderiam motivar o interesse pela área
científica. Isso significa que apenas uma pequena parcela da população brasileira, constituída pelas
pessoas que farão cursos universitários na área de ciências exatas, terá a oportunidade de entrar em
contato com este tópico.

Consciente disso, a equipe do Espaço Ciência Viva, instituição de divulgação e


desmistificação da ciência, desenvolveu um módulo participativo em seu museu de ciências com o
intuito de possibilitar o entendimento do conceito de momento angular pelo público em geral. Este
módulo, “Coisas que giram”, existe desde a abertura do museu ao público em 1987 e atualmente
está sendo reformulado e ampliado.

2. O MÓDULO “COISAS QUE GIRAM”

A equipe do Espaço Ciência Viva, ao desenvolver seus módulos, foi fortemente influenciada
pelas idéias de Frank Oppenheimer [7] sobre uma possível forma de organização de um museu de
ciências que envolvesse a psicologia da percepção. Sua proposta era a de que o museu explorasse
diversos aspectos científicos e tecnológicos em seções divididas de acordo com os sentidos
humanos: a audição, a visão, o paladar e o olfato, as sensações táteis (incluindo a percepção do
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quente e do frio) e os controles proprioceptivos que constituem a base de nosso equilíbrio,


locomoção e manipulação de objetos.

Portanto, o módulo “Coisas que giram” foi criado baseado na idéia descrita acima. Os
conceitos, ao invés de serem transmitidos, são verdadeiramente percebidos pelo visitante enquanto
este realiza as atividades propostas por monitores. Experimentos interativos são altamente atraentes
ao público em geral e neste caso há um fator extra para cativá-lo .Como o corpo humano não se
desenvolveu adequadamente para perceber os movimentos de rotação [8], os experimentos tornam-
se ainda mais atraentes e interessantes pois o visitante é constantemente surpreendido não somente
com o que vê, mas também com a maneira que seu corpo reage, intensificando o lado lúdico do
módulo.

Segundo a categorização de exibições em museus de ciência feita por Boisvert [9], o módulo
“Coisas que giram” se encaixa na definição de uma exibição de estilo 3 (exhibit style 3) devido à
necessidade de monitores para orientar o público. Módulos pertencentes a este estilo apresentam,
informações complexas e normalmente precisam de alguma explicação por parte da equipe do
museu para serem compreendidas. Os conceitos são apresentados de maneira concreta e interativa,
através de objetos reais e os módulos são desenvolvidos para promover alta interação entre o
público e os monitores. Boisvert comprovou que as exibições de estilo 3 são as que mais atraem o
público visitante, as que o mantém atraído por mais tempo e as que possibilitam o seu maior grau de
envolvimento com os experimentos.

2.1. Componentes do módulo

Giroscópio gigante

Giroscópios gigantes são produzidos a partir de adaptações de rodas de bicicletas. As


adaptações envolvem, entre outras, a introdução de manoplas laterais e proteção dos aros com
borracha ou plástico. O experimento completo consta de um giroscópio de aro 26, um giroscópio
aro de 20 e um giroscópio duplo de aro 26 (figura 1). Este último foi criado pela equipe do Espaço
Ciência Viva e permite ao visitante compreender, a partir da vivência, o conceito de conservação de
momento angular ao girar os dois giroscópios, soldados em paralelo, no mesmo sentido e em
sentidos contrários. Quando os giroscópios são girados com a mesma rapidez em sentidos contrários
o momento angular é nulo e percebe-se que a rotação de uma roda “cancela” o efeito de rotação da
outra.

Figura 1. Giroscópio duplo: dois giroscópios soldados em paralelo permitem uma melhor exploração
dos conceitos de momento angular.
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Mala maluca (mala com giroscópio embutido)

O interior de uma mala é adaptado para conter um giroscópio. O visitante ao carregar a


mala com o giroscópio em movimento terá a sensação de que a mala está reagindo ao seu comando
quando este tenta fazer uma curva.

Cadeira giratória construída sobre eixo fixo e metálico

Uma cadeira giratória (figura 2) é construída sobre um eixo fixo metálico de modo que o
giro na cadeira não interfere com o equilíbrio da mesma e foi especialmente adaptada para
minimizar os efeitos de atrito ao girar. A cadeira giratória é uma maneira segura de fazer o visitante
sentir os efeitos de conservação de momento angular. Por questões de segurança, a cadeira além de
possuir um encosto, possui também apoios para os braços e pernas do visitante.

Figura 2. Cadeira giratória: é uma cadeira especialmente adaptada para possuir um atrito mínimo.

Acessórios de segurança e de delimitação da área no museu destinada ao módulo “Coisas


que giram”

Os experimentos, acima descritos, são acompanhados dos seguintes acessórios: dois


suportes para descanso dos giroscópios, um suporte para suspensão dos giroscópios, dois halteres e
área de isolamento para o módulo “Coisas que giram”. Esta área de isolamento possui suportes
fixos no chão objetivando delimitar a área de todo o módulo, no sentido de impedir que pessoas
descuidadas possam se machucar ao se aproximarem deste.

Material teórico de acompanhamento dos módulos

O módulo possui cartazes com textos explicativos com informações sobre: funcionamento
de cada módulo, explicações sobre os fenômenos físicos envolvidos e aplicações dos conceitos
envolvidos em outras situações. Além dos cartazes, o módulo contém textos explicativos mais
aprofundados para monitores e educadores que trabalham diretamente com o público visitante do
Espaço Ciência Viva. Os textos detalham os princípios físicos, aplicações, modo de utilização,
cuidados especiais e sugestões para motivação e interação do público com o módulo.

3. COMENTÁRIOS F INAIS
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A primeira etapa de testes do módulo, após o início do seu processo de reformulação,


ocorreu durante o VIII Encontro Escola Comunidade do CEFET de Química realizado na unidade
Nilópolis em agosto de 2004. Em apenas dois dias, 244 pessoas puderam perceber por si próprias a
complexa física contida nos módulos e não é exagero dizer que todas, sem uma única exceção,
abriam um largo sorriso ao serem surpreendidas pelos experimentos.

O módulo “Coisas que giram” permite ao visitante encontrar por si mesmo explicações para
situações do cotidiano e que não são estudados na escola. É possível ao visitante relacionar a
rotação das rodas de uma bicicleta ao fato de esta não cair quando em movimento. Percebe-se
também que quando o giroscópio gira em um sentido, a cadeira giratória gira no sentido oposto para
compensar o efeito da primeira. Outra situação compreendida e vivenciada pelos visitantes é o
aumentar do giro de uma bailarina quando esta se contorce e aproxima seus braços do tronco.

Este trabalho não pretendeu discutir a necessidade ou não de incluir a dinâmica das rotações
no atual currículo da física do ensino médio, mas sim apontar que esta lacuna pode ser preenchida
de uma forma bastante interativa e lúdica pela existência de módulos experimentais em centros e
museus de ciências. Nas palavras de Frank Oppenheimer:

“Um museu não deve ser um substituto de uma escola ou sala de aula, mas
deve ser um local em que pessoas vão tanto para ensinar quanto para aprender.
Visitantes devem ser capazes de achá-lo agradável e estimulante. Acima de tudo
deve ser honesto e portanto passar a compreensão de que a ciência e a tecnologia
possuem um papel que é profundamente enraizado nos valores e nas aspirações
humanas.” (Tradução livre) [7, p.221]

Agradecimentos: Adilson Alves de Souza pela assessoria técnica na construção do módulo.


_______________
Apoio: CNPq

4. REFERÊNCIAS
[1] MÁXIMO, A.; ALVARENGA, B. Curso de Física - 3v. São Paulo: Scipione, 2000.
[2] GASPAR, A. Física – 3v. Ática, 2003.
[3] GUIMARÃES, L. A.; FONTE BOA, M. Física: Mecânica. Niterói: Futura, 2001.
[4] RAMALHO JUNIOR, F.; FERRARO, N. G.; SOARES, P. A. T. Os fundamentos da Física.
Volume 1. 7a. edição. São Paulo, Moderna, 1999.
[5] DOCA, R. H.; GUALTER, J. B.; NEWTON V. B. Tópicos de física, 1:mecânica. São Paulo:
Saraiva, 2001.
[6] GRUPO DE REELABORAÇÃO DO ENSINO DE FÍSICA. Física 1: Mecânica / GREF. São
Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1999.
[7] OPPENHEIMER, F. A Rationale for a Science Museum. In: HEIN, H. The exploratorium: the
museum as laboratory. Smithsonian Institute, 1990.
[8] TAYLOR, L. W. Physics: the pioneer science. New York: Dover, 1959. p.235.
[9] BOISVERT, D.; SLEZ, B. The Relationship between Exhibit Characteristics and Learning-
Associated Behaviors in a Science Museum Discovery Space. Science Education v.79 n.5
Sep 1995. p. 503-518.

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