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O documento trata de um recurso de reconsideração de punição disciplinar de 2 dias de impedimento. O recorrente alega que a punição foi fixada de forma desproporcional e desarrazoada, já que a transgressão foi classificada como leve e a pena inicial prevista para tal deveria ser menor do que a aplicada, entre advertência e 10 dias de impedimento. Pede a revisão da pena com base nos princípios da proporcionalidade e razoabilidade.
O documento trata de um recurso de reconsideração de punição disciplinar de 2 dias de impedimento. O recorrente alega que a punição foi fixada de forma desproporcional e desarrazoada, já que a transgressão foi classificada como leve e a pena inicial prevista para tal deveria ser menor do que a aplicada, entre advertência e 10 dias de impedimento. Pede a revisão da pena com base nos princípios da proporcionalidade e razoabilidade.
Drepturi de autor:
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O documento trata de um recurso de reconsideração de punição disciplinar de 2 dias de impedimento. O recorrente alega que a punição foi fixada de forma desproporcional e desarrazoada, já que a transgressão foi classificada como leve e a pena inicial prevista para tal deveria ser menor do que a aplicada, entre advertência e 10 dias de impedimento. Pede a revisão da pena com base nos princípios da proporcionalidade e razoabilidade.
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matc. 1405901, já devidamente qualificado nos autos da sindicância em referência, vem, em tempo hábil, de forma irresignado e inconformado apresentar:
RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO DE ATO
em face do ato do Sr. Cel QOBM/Comb. Corregedor do CBMDF que restou
publicado no anexo do Boletim Geral nº 88, de 10 de maio de 2011, que trouxe a solução da Sindicância Sumária nº 144/2010-CG/CBMDF, que veio a culminar na punição de 2 (dois) dias de Impedimento Disciplinar ao recorrente, por se encontrar incluso nos item 26 do Anexo I, do RDE. DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO
O prazo recursal previsto no art. 53 do Regulamento Disciplinar do
Exército para a interposição do Recurso de Reconsideração de Ato é de 5 (cinco) dias a contar da data de publicação do ato de solução. Portanto, como o ato de punição foi publicado no Boletim Geral do dia 10 de maio de 2011 (terça-feira), o prazo extende-se até o dia 16 de maio (segunda-feira). Desta forma, o presente Recurso fora interposto tempestivamente, conforme comprova a data do registro de protocolo.
DOS FATOS
O recorrente fora punido disciplinarmente com 2 (dois) dias de
Impedimento Disciplinar por ato do Sr. Ten-Cel QOBM/Comb. Corregedor do CBMDF, por não ter comparecido aos serviços de GSV dos dias 1º e 29 de maio de 2010, tendo incurso no item 26, do anexo I, e com circunstâncias atenuantes dos incisos I e II, do art. 19, do RDE. Transgressão classificada como LEVE.
Data maxima venia, não merece prosperar a conclusão a que chegou
esta autoridade no sentido da escolha e forma da punição imposta ao ora Recorrente, pelas razões abaixo elencadas.
DA PUNIÇÃO DISCIPLINAR FIXADA DE FORMA
DESSARAZOADA
No ato de solução do procedimento apuratório, na parte em que se
inicia a análise da transgressão conforme a Instrução Normativa n.º 2/2008- CG/AUD/CBMDF, esta foi classificado como Transgressão disciplinar LEVE, nos termos do art. 21, do Decreto 4.346/2002 – RDE. Em uma segunda fase de fixação foi atribuído em 2 (dois) dias de Impedimento Disciplinar a punição inicial pela infringência do item 26, do Anexo I, o qual o Recorrente fora indiciado anteriormente, somando um total de 4 (quatro) dias de Impedimento. Na fase final foram consideradas as circunstâncias atenuantes previstas nos incisos I e II, do art. 19, do RDE, resultando numa atenuante de 2 (dois) dias da sanção base, restando fixada definitivamente em 2 (dois) dias de Impedimento Disciplinar. Considerando que toda essa análise seguiu os ditames da já citada Instrução Normativa n.º02/2008, resta evidente que a definição do marco inicial da reprimenda, o citado “quantum”, previsto no art. 5º e seus incisos e parágrafo único se deu de forma desproporcional e desarrazoada, por iniciar a gradação de uma punição disciplinar classificada como LEVE em 2 (dois) dias de Impedimento, o mesmo marco inicial previsto para a gradação de transgressões classificadas como MÉDIAS, conforme consta claramente nos arts. 7º e 8º da supracitada Instrução Normativa. Conforme o art. 24 do Regulamento Disciplinar do Exército – RDE, as punições disciplinares previstas são as de I - advertência; II - o impedimento disciplinar; III - repreensão IV - detenção disciplinar; V - a prisão disciplinar; e VI - o licenciamento e a exclusão a bem da disciplina, devendo ser aplicadas a cada transgressão conforme sejam classificação na fase anterior em LEVE, MÉDIAS E GRAVES. Ainda conforme o Regulamento Disciplinar do Exército, em seu art. 37 inciso I, alínea “a”, estão prescritas as referidas gradações das punições disciplinares, em especial as classificadas como LEVES:
Art. 37. A aplicação da punição disciplinar deve obedecer às
seguintes normas: I - a punição disciplinar deve ser proporcional à gravidade da transgressão, dentro dos seguintes limites: a) para a transgressão leve, de advertência até dez dias de impedimento disciplinar, inclusive; (grifo nosso)
No parágrafo único do art. 8º da Instrução Normativa n.º 2/2008, que
versa em seu caput quanto aos limites máximos e mínimos do quantum a ser atribuído a cada transgressão classificada como MÉDIA, informa que a análise do art. 16 do RDE deverá ser efetuada pela autoridade, sendo este preponderante para definir se será aplicado o quantum inicial de 02 a 06 (seis) dias para as transgressões disciplinares, estando disposto claramente que esse critério inicial para a gradação das punições deve ser observado APENAS para as transgressões classificadas como MÉDIAS. Tendo isto posto, revela-se ainda mais latente a desarrazoabilidade da medida imposta, uma vez que no art. 7º da referida Instrução Normativa consta o mandamento de ser atribuído a uma transgressão classificada como LEVE os mesmos valores iniciais do quantum de uma transgressão MÉDIA, descritos no art. 8º, ou seja, os mesmos 02 (dois) a 06 (seis) dias de Impedimento.
DO RESGATE DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE
A aplicação da sanção disciplinar constitui exercício do jus puniendi
estatal, referente ao controle da disciplina interna do serviço público, consubstanciando-se em concreção do direito subjetivo de, após constatada uma infração, a sua responsabilidade e o quantum incidente (dosimetria da sanção), elaborar o ato administrativo que lhe dê efeitos jurídicos.
Como bem assevera o ilustre doutrinador Eurico Marcos Diniz De
Santi, em sua obra Lançamento Tributário:
"a norma não é a oralidade ou a escritura da linguagem, nem é o
ato de querer ou de pensar ocorrente no sujeito emitente da norma, ou no sujeito receptor da norma, nem é, tampouco, a situação objetiva que ela denota. Norma é uma estrutura lógico-sintática de significação, que conceptua fatos e condutas, representando-os como significações objetivas. Proposição é a significação do enunciado. Como juízo significativo que é, apresenta necessariamente uma estrutura lógica. “A proposição normativa (jurídica ou prescritiva) revela estrutura hipotética (implicacional) geral ou individual, é sua forma lógica. Tem composição dual. Suas partes, elementos que inexistem por si só, podem estar dispersos na legislação positiva, integrando corpos jurídicos dos mais diversos. Entretanto, recompondo logicamente, temos (i) hipótese ou pressuposto, parte da norma que tem por função descrever situação de possível ocorrência no mundo e (ii) tese ou conseqüente, que prescreve uma relação modalizada pelo fator relacional deôntico num de seus três modos relacionais específicos: permitido, proibido ou obrigatório”.(grifo nosso) À vista disso, ao se descumprindo determinado prescritor pelo servidor público, deve ser a aplicação da sanção, contida no descritor, tese que, em alguns casos, conforme estatuído no direito positivo, geralmente em forma de circunstância atenuantes ou agravantes, pode comportar alguma graduação de intensidade e, destarte, dosagem, levada a efeito pelo aplicador do direito. A dosimetria consiste em graduar, dentro de uma escala de amplitude e seguindo a determinados parâmetros postos por lei, a intensidade da sanção a ser aplicada ao sujeito da relação jurídica e infrator da norma jurídica primária proibitiva, com vista à individualização da sanção e à aplicação do direito ao caso concreto, potencializando ou amenizando a retribuição, a coerção e a correção estatal. No tocante ao princípio da proporcionalidade, cabe transcrever os ensinamentos de Suzana de Toledo Barros (O princípio da proporcionalidade e o controle de constitucionalidade das leis restritivas de direitos fundamentais , 3ª ed., Brasília: Brasília Jurídica, 2003, p. 31), que, ao citar Canotilho, assevera:
Como anota CANOTILHO, o princípio considerado significa, no
âmbito das leis interventivas na esfera de liberdades dos cidadãos, que qualquer limitação a direitos feita pela lei deve ser apropriada, exigível e na justa medida, atributos que permitem identificar o conteúdo jurídico do cânone da proporcionalidade em sentido amplo: exigência de adequação da medida restritiva ao fim ditado pela própria lei; necessidade da restrição para garantir a efetividade do direito e a proporcionalidade em sentido estrito, pela qual se pondera a relação entre a carga de restrição e o resultado (grifos no original).
Ainda quanto ao Princípio da Razoabilidade, ensina Fábio Pallaretti
Calcini (O princípio da razoabilidade: um limite à discricionariedade administrativa. Campinas: Millennium Editora, 2003, p. 146):
O princípio da razoabilidade é uma norma a ser empregada pelo
Poder Judiciário, a fim de permitir uma maior valoração dos atos expedidos pelo Poder Público, analisando-se a compatibilidade com o sistema de valores da Constituição e do ordenamento jurídico, sempre se pautando pela noção de Direito justo, ou justiça" Em relação ao que seja razoável, leciona Fábio Corrêa Souza de Oliveira (Por uma teoria dos princípios: o princípio constitucional da razoabilidade . Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2003, p. 92):
O razoável é conforme a razão, racionável. Apresenta moderação,
lógica, aceitação, sensatez. A razão enseja conhecer e julgar. Expõe o bom senso, a justiça, o equilíbrio. Promove a explicação, isto é, a conexão entre um efeito e uma causa. É contraposto ao capricho, à arbitrariedade. Tem a ver com a prudência, com as virtudes morais, com o senso comum, com valores superiores propugnado em data comunidade.
Com efeito, razoabilidade compreende a faculdade que tem o homem
de elaborar proposições lógicas. O termo evoca o sentido do bom senso, da prudência. Relaciona-se ao que é moderado, cometido, aceitável, desprovido de excessos. Tendo isto posto, revela-se ainda mais latente a desarrazoabilidade da medida imposta, uma vez que no art. 7º da referida Instrução Normativa consta o mandamento de ser atribuído a uma transgressão classificada como LEVE os mesmos valores iniciais do quantum de uma transgressão MÉDIA, descritos no art. 8º, ou seja, os mesmos 02 (dois) a 06 (seis) dias de Impedimento.
DA REFORMA DO ATO SANCIONADOR
No caso em exame, não obstante se apresente reprovável a conduta
imputada ao recorrente, tem-se que a aplicação da sanção de 2 (dias) de Impedimento Disciplinar deu-se mediante inobservância dos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, uma vez que a transgressão sendo classificada como LEVE, teve o mesmo quantum inicial da uma transgressão prevista como MÉDIA, desconsiderando assim, o previsto no art. 37 do RDE, o qual prevê que o início da gradação da sanção para transgressão LEVE inicia-se com a reprimenda de ADVERTÊNCIA, e não com o quantum estipulado de 02 (dois) dias de Impedimento Disciplinar, valor este que consta do art. 8º da Instrução Normativa n.º 02/2008 para as transgressões classificadas como Médias. Noutro giro, mesmo considerando em tese prática de conduta contrária ao dever militar por parte do Recorrente, a parte dispositiva do ato que restou em punição de 2 (dias) dias de Impedimento Disciplinar, está completamente dissociada da Instrução Normativa nº 02/2008-CG/AUD- CBMDF, que dispõe sobre o julgamento das transgressões disciplinares e estipula limites para a aplicação da sanção administrativa disciplinar, cria parâmetros para a definição do quantum correspondente e as respectivas gradações previstas no art. 37 do RDE. Neste sentido, se revela desmedido e sem razoabilidade o quantum imposto, pois buscou amoldar o fato em duas transgressões independentes, quando em verdade são conexas, bem como sem levar em consideração outros aspectos técnicos para o seu julgamento. Assim, não há outro amparo senão a reforma do ato punitivo, no sentido da fixação do quantum inicial se dê conforme descrito na alínea “a”, do inciso I, do art. 37, do Regulamento Disciplinar do Exército, o qual prescreve que as sanções para transgressões classificadas como LEVES iniciam-se a partir da modalidade ADVERTÊNCIA. Também há de se considerar que o Recorrente já foi inclusive punido, bem como mediante os constrangimentos a ele já impelidos inegavelmente.
DO PEDIDO
Isto posto, o Recorrente requer que seja dado provimento ao presente
Recurso de Reconsideração de Ato, para que, reformando-se o r. Ato punitivo ora hostilizado, sejam julgados procedentes os seguintes pedidos: I – conhecimento do presente recurso de Reconsideração. II – provimento integral do recurso interposto no sentido da comutação da punição anteriormente aplicada de Impedimento Disciplinar para a de ADVERTÊNCIA.