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RESUMÃO JURÍDICO – CONSTITUCIONAL: JOÃO ANTONIO WIEGERINCK

Não é sem motivo que o Direito Constitucional figura como matéria obrigatória
em diversos concursos públicos- Esse ramo do Direito está presente em todos os
demais, norteando os interesses do Estado e das pessoas que formam seu povo.
Nenhuma carreira jurídica pode cortar seus vínculos com o ordenamento jurídico
maior, sob pena de se perderem os mais elevados anseios da espécie humana e de se
corromper a eficiência da ré pré sen tatí v idade democrática legalmente constituída.
Muito mais do que alicerce aos profissionais da ciência jurídica, o Direito
Constitucional é a voz da cidadania.

CONSTITUIÇÕES
Classificação das Constituições
1. Quanto ao conteúdo:
a) Constituição material Consiste no conjunto de regras materialmente constitucionais,
estejam ou não codificadas em um único documento.
b) Constituição formal - E aquela consubstanciada de forma escrita, por meio de um
documento solene estabelecido pelo poder constituinte originário.
2. Quanto à forma:
a) Constituição escrita - É aquela codificada e sistematizada em um texto único.
Portanto, é o mais alto estatuto jurídico de determinada comunidade.
b) Constituição não escrita - É o conjunto de regras não aglutinadas em um texto
solene, mas baseado em leis esparsas, costumes, jurisprudências e convenções (ex.:
Constituição inglesa).
3. Quanto ao modo de elaboração:
a) Constituição dogmática - Apresenta-se como produto escrito e sistematizado por
um órgão constituinte, a partir de princípios e ideias fundamentais da teoria política e do
direito dominante,
b) Constituição histórica ou costumeira - É fruto da lenta e continua síntese da
história e tradições de determinado povo.
4. Quanto à origem:
a) Constituição promulgada (popular ou democrática) - Deriva do trabalho de uma
Assembleia Nacional Constituinte composta de representantes do povo, eleitos com a
finalidade de sua elaboração (ex.: CF de 1891, 1934. 1946 e 1988).
b) Constituição outorgada - É estabelecida sem a participação popular, por meio de
imposição do poder da época (ex.: CF de 1824, 1937. I967e I969).
5. Quanto à estabilidade:
a) Constituição imutável - É aquela em que se veda qualquer alteração, tornando-se
relíquia histórica.
b) Constituição rígida - E a Constituição escrita que pode ser alterada por um
processo legislativo mais solene e dificultoso; alguns autores apontam nossa
Constituição como super-rígida,
c) Constituição flexível - Pode ser livremente modificada segundo o mesmo processo
estabelecido para as leis ordinárias. f
d) Constituição semi-rígida - É um meio-termo entre as duas anteriores, em que algu-
mas regras podem ser alteradas por um processo legislativo ordinário.
6. Quanto ã extensão e finalidade:
a) Constituição analítica - Examina e regulamenta todos os assuntos que entenda
relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado.
b) Constituição sintética Prevê somente os princípios e as normas gerais de regência
do Estado.

Resumo - Nossa atual Constituição é classificada da seguinte maneira: formal,


escrita, dogmática, promulgada, rígida e analítica.

Espécies de poder constituinte


a) Poder constituinte originário - Estabelece a Constituição de um novo Estado. Atua
tanto no surgimento de uma primeira Constituição quanto na elaboração de qualquer
Constituição posterior.
b)Poder constituinte derivado - É proveniente da própria Constituição, pois decorre de
uma regra jurídica de autenticidade constitucional. Distin-gue-se, principalmente, por
conhecer limitações constitucionais expressas e implícitas e é passível de controle de
constitucionalidade.
• Poder constituinte derivado reformador - É responsável pela alteração do texto
constitucional, respeitada regulamentação especial prevista na própria Constituição e
exercida por órgãos de caráter representativo (no Brasil, pelo Congresso Nacional).
• Poder constituinte derivado decorrente - Consiste na possibilidade que os Estados
membros têm. em virtude de sua autonomia político-administraliva, de se auto-
organiza-rem por meio de suas respectivas Constituições estaduais, sempre
respeitando a Constituição Federal.

A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO


Elementos do Estado
1. Território - Espaço físico delimitado por fronteiras naturais ou não.
2. Povo - Número determinado ou não de indivíduos que habitam o território unidos por
uma mesma língua, objetivos e cultura.
3. Soberania - Poder de um país de dizer e aplicar o Direito dentro de seu território com
efeito erga omnes.

Entidades federativas
1. União - Entidade federativa autónoma, cabe-lhe exercer as atribuições da soberania
do Estado brasileiro. Não se confunde com Estado federal, pois este c pessoa jurídica de
direito internacional. A União age em nome de toda a Federação quando representa o
país no piano internacional ou quando intervém em um Estado membro, no plano
interno.
2. Estados membros - Auto-organizam-se por meio do exercício de seu poder
constituinte derivado decorrente e, posteriormente, por meio de sua própria legislação,
O artigo 25 da Constituição Federal, em consonância com o artigo 11, capuí* do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias, permite aos Estados membros a auto-
organização, por meio de Constituições estaduais, desde que observados os princípios
estabelecidos por nossa Lei Maior.
3. Municípios - Consagrados como entidades federativas indispensáveis a nosso
sistema federativo, integram-se na organização político-administrativa cercados de
plena autonomia, A criação, incorporação, fusão e desdobramento do Município
depende de lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal,
assim como de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações interessadas, após a
divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na fornia
da lei.
4. Distrito Federal A Constituição garante ao Distrito Federal a natureza de ente
federativo autónomo, vedando-lhe a possibilidade de subdividir-se em Municípios.
Dessa forma, não é Estado membro nem tampouco Município, tendo, em regra, todas as
competéncias legislativas e tributárias reservadas aos Estados e Municípios.

Os alicerces da Federação
A forma federativa do Estado possui dois alicerces imutáveis a sua estabilidade c
funcionamento. São eles:
a) Autonomia dos entes políticos
Um ente político c autónomo quando possui as seguintes características:
• arrecadação - tribuios próprios;
• administração pública servidores concursa-dos (estáveis);
• representante do Poder Executivo eleito dire-tamente,
b)Repartição de competéncias
Cada ente político recebe da Constituição competéncias especificas para suas atividades
administrativas, legislativas e tributárias, designadas desta maneira;
• competência privativa da União - delegável aos Estados membros (art. 22);
• competência comum entre os entes políticos (art. 23);
• competência concorrente - União, Estados e Distrito Federal (an. 24).

SEPARAÇÃO DOS PODERES

PODER LEGISLATIVO
O Poder Legislativo Federal, bícameral, é exercido pelo Congresso Nacional,
que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, E fundamental que se
diferenciem os Legislativos Estadual, Distrital e Municipal, nos quais se consagra o
sistema unicameral.
O bicamcralismo do Legislativo Federal está intimamente ligado à escolha pelo
legislador constituinte da forma federativa de Estado. No Senado Federal, encontram-se
representantes de todos os Estados membros e do Distrito Federal, consagrando o
equilíbrio entre as partes da Federação.

PODER EXECUTIVO
O Poder Executivo constitui órgão cuja função típica é o exercício da chefia de Estado,
da chefia de governo e da administração geral do Estado. Entre suas funções atípicas
estão o ato de legislar e o de julgar seu contencioso administrativo.
Da mesma forma que os congressistas, o chefe do Executivo é eleito pelo povo e possuí
várias prerrogativas e imunidades. as quais são garantias para o independente e
imparcial exercício de suas funções.

Dica - Prourou-se, aqui, evitar ao máximo a transcrição de texto constitucional, pois a


matéria objetiva deve ficar no texto legal. Assim, quanto às atribuições do presidente
da República, sugere-se a leitura do artigo 84 da Constituição Federal.

PODER JUDICIÁRIO
Completando a trípariição dos poderes, em sua divisão clássica, está o Poder
Judiciário, Sua presença garante o verdadeiro Estado democrático de direito.
Exatamente por esse motivo, justifica-se a aplicação de certas garantias a seus membros
julgadores, tais como vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibí-lidade de vencimentos.
Dessa maneira, pode-se contar com um órgão independente e autónomo para guardar as
leis e garantir a ordem governamental.

Sistema de freios e contrapesos (controle externo)


Cada um dos três poderes exerce parcialmente um controle sobre as atividades
do outro. Esse procedimento tem como objetivo estabeïecer limites no exercício das
funções típicas e atípicas e nas distribuídas pela Constituição.
A Emenda Constitucional 45 estabeleceu o único procedimento que ainda
faltava ao Estado brasileiro: o controle externo do Poder Judiciário. Tal função será
exercida por meio do Conselho Nacional de Justiça. Sua composição multitacetada está
prevista no artigo 103-B do Texto Maior, Estrutura e finalidade semelhantes apresenta o
Conselho Nacional do Ministério Público, responsável pelo controle externo deste
órgão, conforme disposto no artigo 130-A da Constituição.

PROCESSO LEGISLATIVO
Processo legislativo pode ser entendido juridicamente como um conjunto de
disposições coordenadas que disciplinam procedimento a ser observado pêlos órgãos
competentes na produção e elaboração das leis e aios normativos.
Não observadas as etapas do processo legislativo, seu produto será um objeto
inconstitucional, sujeito, portanto, ao controle repressivo de constitucional idade, tanto
em sua forma difusa quanto concentrada. Esses controles serão estudados deta-
Ihadamente mais adiante.
É importante saber que o Supremo Tribuna! Federal considera, em seus
acórdãos, as regras básicas de processo legislativo previstas na Constituição Federal
como modelos obrigatórios às Constituições estaduais, declarando que o modelo
estruturador do processo legislativo, tal como delineado em seus aspectos fundamentais
pela Caria da República, itnpòe-se. como padrão normativo, de compulsório
atendimento, à observância incondicional dos Estados membros. A essa projeção
chama-se princípio do paralelismo ou da simetria constitucional.

Fase introdutória
A fim de simplificar, toma-se aqui a lei ordinária como exemplo e regra geral.
Mais adiante serão estudados os instrumentos normativos, detalhadamente.
Iniciativa de lei é a faculdade que se atribui a alguém ou a algum órgão para
apresentar projetos de lei ao Poder Legislaíivo. Esse alguém pode ser:
a)parlamentar: membros e comissões do Congresso Nacional e suas duas Casas;
b)extraparlamentar; chefe do Poder Executivo, pro-curador-geral da República, STF.
Tribunais Superiores, Ministério Público e cidadãos.
Tais projetos de lei terão início na Câmara dos Deputados, ficando o Senado
como Casa Revisora.

Fase constitutiva
Apresentado o projeto de lei ao Congresso Nacional, haverá ampla discussão e
votação nas duas Casas. Esse trabalho é chamado de deliberação parlamentar, e, caso
o projeto de lei seja aprovado nas duas Casas legislativas, o chefe do Poder Executivo
deverá participar do exercício vetando ou sancionando o projeto (deliberação
executiva).

Fase complementar
Compreende a promulgação e a publicação da lei; a primeira confere executor i
edade à norma, enquanto a segunda lhe dá notoriedade,
Promulgar é declarar a existência de uma lei e a inovação da ordem jurídica. Assim, a
promulgação demonstra um aio perfeito e acabado. A regra geral é que o próprio
presidente da República promulgue a lei, mesmo nos casos em que seu veto tenha sido
derrubado pelo Congresso Nacional.
Já a publicação significa uma comunicação dirigida àqueles que devam cumprir
a norma, cientes de sua existência e conteúdo, uma vez que ela está publicada e conta
com a eficácia que o ato lhe dá.

PRINCÍPIOS E DIREITOS CONSTITUCIONAIS


• Supremacia do texto constitucional – A Constituição é o ordenamento jurídico
soberano de um Estado, e nenhuma norma infraconstitu-cional ou internacional
pode feri-lo.

• Supremacia do interesse público sobre o privado - Estando em conflito o


interesse coletivo ante o individual, o primeiro tem pre-dominância sobre o segundo.

• Legalidade - Ninguém é obrigado e fazer ou deixar de fazer algo. senão em virtude


de lei; aqui existem exceçôes que abrangem o Direito Administrativo e o Direito
Tributário.

• Publicidade - Ninguém pode arguir o desconhecimento da lei; novamente, o Direito


Administrativo tem interpretação diversa deste princi-o, em que todo ato depende de
publicidade.

• Dignidade da pessoa humana Direito de aces-Só as condições mínimas de uma


vida digna (moradia, alimento e vestimenta) e ao livre exercicio de pensamento,
expressão, inclusive à educação.

• Impessoalidade - É vedada ao Estado a concessão de privilégios ou discriminação.

• Pessoalidade - Na medida do possível, o Direito Tutelado e a pena a ser aplicada


deverão surtir efeito sobre pessoa certa e identificada; há exceção no Direito
Tributário.

• Moralidade - A Administração Pública fica obrigada a demonstrar transparência e


probidade em seus atos, incluindo a publicação destes.

• Propriedade - O proprietário de um bem tem o direito de usar, gozar, fruir e dispor


dele de acordo com sua vontade; o bem deve ter fim social.

• Isonomia - Todos são iguais perante a lei.

• Igualdade - Os iguais serão tratados de forma igual e os desiguais de forma


desigual, na medida de suas desigualdades.

• Irretroatividade - A lei não retroagirá, salvo em Direito Penal ou sanção tributária.


Emenda constitucional
Consagrando a ideia da supremacia da ordem constitucional, o legislador
constituinte elegeu a emenda constitucional como um instrumento capaz de alterar a
Constituição Federal. Assim, ao escolher um processo legislativo especial mais
complexo do que o ordinário, acabou por classificar nossa Constituição como uma
Constituição rígida.
Uma proposta de emenda constitucional tem a seguinte iniciativa concorrente;
presidente da República; um terço, no mínimo e separadamente, dos membros da
Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; mais da metade das Assembleias
Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se cada uma delas pela maioria
relativa de seus membros.
A deliberação da proposta de emenda constitucional consiste na discussão e
votação em cada Casa do Congresso, em dois íurnos considerando-se aprovada se
obtiver cm ambas três quintos dos votos dos respectivos membros.
Não existe deliberação executiva em relação às emendas, ou seja. o prcsidcmc
da República não veta ou sanciona proposta de emenda.
Finalmente, a emenda deve ser promulgada pelas Mesas das duas Casas em
conjunto. Ainda que a Constituição seja omissa quanto à publicação, entende-se que
esta é competência do Congresso Nacional.
Em relação ao aicance, as emendas constitucionais não podem alterar as
chamadas cláusulas pétreas, presentes no artigo 60, § 4°, incisos l a IV, da Constituição
Federal.

Lei complementar e lei ordinária


A razão da existência da lei complementar se dá pelo fato de o legislador
constituinte entender que determinadas matérias, ainda que importantes, não devem ser
tratadas no texto da própria Constituição.
Pode-se dizer que existem duas diferenças básicas entre a lei complementar e a
lei ordinária. A primeira delas é uma diferença material, já que só pode ser objeto de lei
complementar a matéria expressamente prevista na Constituição Federal, enquanto as
demais matérias devem ser objeto de leis ordinárias.
A segunda diferença, também chamada de formal, refere-se ao processo
legislativo na fase de votação. Enquanto o quorum para aprovar a lei complementar é o
absoluto, o quorum que aprova a lei ordinária é o simples ou relativo.
O rito de elaboração da lei complementar segue o modelo do processo
legislativo visto na introdução deste tema.

Lei delegada
Elaborada pelo presidente da República em função de autorização expressa do
Poder Legislativo e nos limites impostos por este, constitui delegação externa da função
de legislar, possibilitando ao Executivo regulamentar assuntos mais próximos de si com
maior grau de eficiência.
Uma vez encaminhada a solicitação do presidente ao Congresso Nacional, será
submetida a votação pelas duas Casas, em sessão conjunta ou separadamente, e, se
aprovada por maioria simples, terá forma de resolução.
A resolução, por sua vez. deverá especificar os limites do ato do presidente e se
existe necessidade ou não de remessa do texto ao Congresso para análise final antes da
promulgação. Na hipótese de o presi-deníe extrapolar i>s limites impostos pelo
Legislativo, o Congresso Nacional poderá se valer de um decreto legislativo para sustar
os efeitos da lei delegada, o que não afasta a existência de eventual ADln como instru-
mento de controle da constitucionalidade.

Medida provisória
Alterado pela Emenda Constitucional 32/2001, o artigo 62 da Constituição
Federal é bem claro em definir como requisitos da medida provisória: relevância e
urgência. Assim, presentes tais requisitos, o presidente da República poderá editar
medidas provisórias com força de lei, devendo estas ser submetidas ao Congresso
Nacional imediatamente.
O Congresso Nacional, por sua vez, tem 60 dias, prorrogáveis por igual período,
para analisar o texto da medida provisória, sendo possíveis três ocorrências: aprovação
com ou sem alteração do texto, rejeição expressa ou rejeição tácita.
No caso de aprovação, a medida provisória se converterá em Sei ordinária,
sendo promulgada pelo presidente do Senado Federal, que a remeterá ao presidente da
República para publicação.
Se for rejeitada expressamente, será arquivada e caberá ao presidente do
Congresso Nacional baixar ato declarando-a ineficaz.
Se a análise não terminar no prazo de 120 dias, ficará caracterizada a rejeição
tácita, o que também acarreta a perda de eficácia da medida.
Um dos principais pontos alterados pela Emenda 32 é em relação ao alcance das
matérias a serem regulamentadas por meio de medidas provisórias. Assim, além de as
medidas provisórias não poderem regulamentar assuntos reservados ás leis com-
plementares, o atual artigo 62 traz diversas limitações novas; por isso, sugere-se um
estudo detalhado do próprio lexto da Constituição atualizada.

Decreto legislativo
Constitui espécie normativa cujo objetivo é veicular as matérias de competência
exclusiva do Congresso Nacional, basicamente previstas no artigo 49 da Constituição
Federal. O processo legislativo dessa espécie não se encontra na Constituição Federal»
pois cabe ao próprio Congresso Nacional discipliná-lo.
Os decretos legislativos são instruídos, discutidos e votados em ambas as Casas
Legislativas e, se aprovados, são promulgados pelo presidente do Senado Federal, na
qualidade de presidente do Congresso Nacional, que também determina sua publicação-
Ressalte-se, ainda, que o presidente da República nem sempre paríicipa desse processo.
Como melhor exemplo do uso dos decretos legislativos está a incorporação de
tratados internacionais no direito interno.
Isso se dá em três fases distintas:
a
1 fase - Compete privativamente ao presidente da República celebrar tratados
internacionais.
a
2 fase - O Congresso Nacional tem competência exclusiva para resolver
definitivamente sobre tratados internacionais. A deliberação do Parlamento será
realizada por meio da aprovação de um dccreto legislativo, devidamente promulgado
pelo presidente do Senado Federal e publicado.
3a fase - Edita-se um decreto do presidente da República ratificando o tratado
internacional devidamente homologado pelo Congresso Nacional.

Nota - A Emenda 45 estipula que deve ser dado aos tratados e convenções
internacionais voltados aos direitos humanos - aprovados pelo Congresso Nacional em
dois tumos em cada Casa e quorum de 3/5 em cada votação -, o sfatus de emenda
constitucional- A isso denomina-se Internacionalização do Direito Constitucional e
dos Direitos Humanos.

Resolução
É ato normaiivo do Congresso Nacional, do Senado Federal ou da Câmara dos
Deputados, destinado a regulamentar suas matérias internas ou de compeíència
privativa. Existem, porém, exceçoes em que uma resolução pode ter efeito externo
quando dispõe sobre delegação de legislar.
Exemplos de resoluções são as políticas (Senado referendando uma nomeação),
as deliberativas (ao fixar alíquotas), as de co participação na função judicial (suspensão
de lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal) e. finalmente, ato-
condiçao da função legislativa (autorização da elaboração de lei delegada).
O processo legislativo das resoluções também não se encontra no texto
constitucional. Uma vez que elas podem se originar em três fontes, apresenta-se a
premissa básica válida de forma geral: a resolução isolada de cada Casa Legislativa
somente por ela será instruída, discutida e votada, cabendo a seu presidente promulgá-la
e determinar a publicação. No caso de resolução do Congresso, a aprovação será
bicameral, cabendo a seu presidente a promulgação.

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS


Os direitos e garantias fundamentais se constituem em um amplo rol em que
estão inseridos os direitos de defesa do indivíduo perante o Estado, os direitos políticos,
os relativos à nacionalidade e os direitos sociais, dentre outros,
Os direitos fundamentais tem por finalidade proteger a dignidade humana em todas as
dimensões.
Suas principais características são:
a) Historicidade - Os direitos fundamentais possuem carátcr histórico: nasceram com o
cristianismo, perpassando pêlos direitos humanos, e hoje se encontram ainda em piena
discussão. É um processo que não possui epílogo.
b)Universalidade - Por esse critério, os direitos fundamentais são dirigidos a todos os
seres humanos.
c) Limitabilidade Os direitos fundamentais não são absolutos, podendo haver um
choque de direitos, cm que o exercício de um implicará a invasão do âmbito de proteção
do outro (ex,: choque entre o direito de informação e o de privacidade).
d)Concorrência - Por esse critério, os direitos fundamentais podem ser acumulados.
Por exemplo, o jornalista que, depois de transmitir a informação, fez uma crítica
exerceu os direitos de informação, opinião e comunicação.
e)Irrenunciabilidade - Os direitos fundamentais são irrenunciáveis, o que implica que
os indivíduos não podem deles dispor. Para assegurar o cumprimenlo dos tratados inter-
nacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja signatário, o procurador-geral da
República poderá, ern qualquer fase processual ou instância, suscitar incidente de
deslocamento de competência para a Justiça Federal, caso entenda ser pertinente.

A evolução dos direitos fundamentais


A doutrina reconhece três níveis de direitos fundamentais, a saber:
1. Direitos fundamentais de primeira geração -
São aqueles que surgem com a ideia de Estado de Direito. São os direitos de defesa do
indivíduo perante o Estado (ex.: direito à vida, à intimidade, à inviolabilidade do
domicílio).
OS DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS
O artigo 5° da Constituição Federal enuncia os direitos individuais e coletivos, que
são:
• Isonomia - Por esse princípio, o legislador e o aplicador da lei devem dispensar
tratamento igualitário a todos os indivíduos, sem distinção de qualquer natureza.
• Legalidade - A lei pode assumir três formas: a obrigação, a proibição e a
permissão. Assim, os comandos de proibição {deixar de fazer) e de obrigação
(fazer) só podem ser veiculados por lei. Apenas a lei obriga.
• Direito à vida - Com isso a Constituição proibiu a adoção de qualquer prática qne
resulte na solução não espontânea da vida. tais como a pena de morte, a eutanásia e
o aborto.
• Proibição de tortura - O constituinte preocupou-se em assegurar a higidez física c
mental dos indivíduos, proibindo a prática de tortura.
• Direito de opinião - A Constituição assegura o direito de livre manifestação de
pensamento.
• Direito de expressão - Enquanto a opinião diz respeito a uni juízo de valoro direito
de expressão consiste na possibilidade de livre manifestação de sentimentos e de
criatividade, tal como ocorre na música, na pintura, no teatro, na fotografia, etc.
• Direito de informação - Envolve o direito de passar, receber e buscar informações.
• Direito de informação jornalística - A informação jornalística é composta pela
notícia e pela crítica. A liberdade de informar só existe diante de fatos cujo
conhecimento seja importante para que o indivíduo possa participar do mundo em
que vive.
• Direito de resposta - Por esse direito, fica garantida ao indivíduo a resposta não só
em casos de ofensa à honra, mas também em qualquer situação de agravo.
• Direito de informação pública - Esse direito restringe-se aos organismos públicos
que possuem a obrigação de manter o cidadão constante-rnente informado acerca
das atividades públicas.
• Direito de intimidade e direito de privacidade - Por privacidade entendem-se os
níveis de relacionamento social que o indivíduo mantém oculto do público em geral,
tais como a vida familiar e os segredos de negócios. A intimidade implica o "eu" do
indivíduo, que tem direito de criar um espaço impenetrável mesmo aos mais
próximos (ex.; segredos pessoais e orientação sexual).
• Direito à honra - Possui dois aspectos: o da honra subjetiva e o da honra objetiva.
A primeira, em apertada síntese, implica o sentimento de auto-estima do indivíduo; a
segunda parte do parâmetro do conceito social que o indivíduo possui.
• Direito à imagem - Divide-se em imagem re-trato, que implica o direito à
reprodução gráfica (foto, desenho, filmagem), e imagem atributo, que compreende
as características do conjunto de atributos cultivados pelo indivíduo e reconhecidos
pelo conjunto social.
• Inviolabilidade de domicílio - O domicílio, para efeito de proteção constitucional,
deve ser considerado uma projeção espacial da privacidade e da intimidade,
abrangendo, assim, até uma residência ocasional.
• Inviolabilidade de correspondência - Protege o sigilo díis comunicações pessoais,
das comunicações telegráficas, de dados (inclusive informática) e das comunicações
telefónicas.
• Liberdade de profissão - Sua finalidade c proibir que o Poder Público crie normas
ou critérios que levem o indivíduo a exercer ofício ou profissão cm desacordo com
sua vontade, É norma de eficácia contida, podendo a lei infraconstitucional limita !a,
criando requisitos ou qualificações para o exercício de determinadas profissões.
• Direito de locomoção - É um direito de resistência em face do Estado, podendo o
indivíduo ir, vir, ficar ou permanecer sem que seja molestado pelo Poder Público.
Esse direito sofre várias restrições, como ern face do direito de propriedade.
• Direito de reunião - É o direito de açào coletiva que tem por objetiva a
concretização de um propósito comum aos partícipes.
• Direito de associação - É o direito de ação coletiva que, dotado de caráter
permanente, envolve a coligação voluntária de duas ou mais pessoas, tendo em vista
a realização de um objetivo comum, sob direçào única.
• Direito de propriedade - Genericamente, a propriedade é um direito subjetivo que
assegura ao indivíduo o monopólio de exploração de um bem e de fazer valer essa
faculdade contra tudo e contra todos.
• Direito de petição - Possui caráter individual ou coletivo, podendo ser exercitado
em face de abuso de poder ou de ilegalidade, independentemente do pagamento de
taxas.
• Direito de certidão - A certidão pode se referir tanto a direitos individuais quanto
coletivos perante órgãos públicos, a qualquer título que seja. mediante a
demonstração de legítimo interesse.
• Princípio da inafastabilidade da jurisdição - tísse princípio, de um lado. outorga
ao Poder Judiciário o monopólio de jurisdição e. de outro, faculta ao indivíduo o
direito de ação.
• Limites à retroatividade da lei - A retroa-tividade da lei é proibida em face do
direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada. Uma vez respeitados
esses limites, a lei pode ter efeito retroativo, desde que textualmente declarado.
• Princípio do juiz natural -Também conhecido como princípio dojuíz legal, seu
conten-dojurídico implica a necessidade de predeterminação do juízo competente,
proibindo qualquer forma de designação de tribunais ou juízos para casos
determinados.
• Princípio do devido processo legal - Possui sentido genérico material e processual.
Em sentido processual, abarca o contraditório e a ampla defesa, o direito ao juiz
natural, o direito a prévia citação, o direito à igualdade entre acusação e defesa. Da
ótica material, abrange a substância dos atos normativos, implicando a observância
da igualdade na lei.
• Princípio da presunção de inocência - Significa que ninguém será considerado
culpado até que se prove o contrário.
• Pressupostos constitucionais para a privação de liberdade -A regra é a liberdade,
e sua privação, a excepcionalidade, A privação de liberdade tem como pressupostos
a prisão em flagrante deliio e a ordem judicial fundamentada, salvo as transgressões
e crimes militares.
• Garantia constitucional do júri - É condição para a privação de liberdade
individual, para determinados crimes.
• Princípio da nâo-extradição- A extradição pode acontecer em casos em que o
estrangeiro, ou excepcionalmente o brasileiro naturalizado, comete crime no
exterior.
• Proibição da prisão civil - A prisão somente é admitida em caso de inobservância
da norma penal, salvo nos casos de inadimpl emento de obrigação alimentícia e do
depositário infiel.
2. Direitos fundamentais de segunda geração - São aqueles que traíam da satisfação
das necessidades mínimas para que haja dignidade e sentido na vida humana, Exigem
uma atividade prestacional do Estado (ex,: os direitos sociais, os económicos e os
culturais).
3. Direitos fundamentais de terceira geração -São aqueles relativos à existência do
ser humano, ao destino da humanidade, à solidariedade (ex,: direito à paz, à preservação
do meio ambiente).
Observação: alguns doutrinadores defendem a existência de uma quarta geração de
direitos ftmdarnentais. onde estariam inseridos campos como o do biodireito e a
identidade sexual.

Habeas corpus
O haheas corpits é uma açào constitucional de cunho penal e de procedimento
especial, isenta de custas, que visa a evitar ou cessar violência ou ameaça na liberdade
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Não se trata, portanto, de uma espécie
de recurso, apesar de regulamento no capítulo a ele destinado no Código de Processo
Penal.
Adentrando o detalhamento do que se toma por locomoção, verifica-se que esta
pode ser enquadrada em quatro ocorrências:
• direito de acesso e ingresso no território nacional;
• direito de saída do território nacional;
• direito de permanência no território nacional;
• direito de deslocamento dentro do pais.

Habeas data
O habeas data é uma ação constitucional de caráter civil conteúdo e riio
sumário, que tem por objeto a proteção do direito líquido c ceno do impetrante de
conhecer todas as informações e registros relativos a sua pessoa e constantes de
repartições públicas ou particulares acessíveis ao público, para eventual retificação de
seus dados pessoais.
Por meio do haheas data, objetiva-se fazer com que todos tenham acesso às
informações que o Poder Público ou entidades de caráter público (ex.: serviço de
proteção ao crédito) possuam a seu respeito.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido da
necessidade de negativa da via administrativa para justificar o ajuizamento do habeas
data, de maneira que inexistirá interesse de proceder a essa ação constitucional se não
houver relutância do detentor das informações em fornecê-las ao interessado.

Mandado de injunção
Não se confundindo com sua origem anglo-saxã. o mandado de injunção.
previsto no artigo 5°, inciso LXX1, da Constituição Federal, insere outra novidade do
Direito Constitucional.
Assim, nas ocasiões em que o exercício de um direito, de uma liberdade ou de
uma prerrogativa inerente à nacionalidade, cidadania ou soberania se tornar inviável ou
prejudicado em razão da falta de uma norma regulamentadora, aquele que se sentir
prejudicado pode fazer uso do mandado de injunção, a fim de suprir omissão do Poder
Público.
As situações fálicas e os dispositivos constitucionais que permitem a utilização
do mandado de injunção são similares aos da ação díreta de inconstitucional idade por
omissão. Contudo, o mandado de injunção destina-se às normas constitucionais de
eficácia limitada, o que significa que sempre haverá necessidade de vácuos na estrutura
legal que necessitem correrão por meio de leis ou atos normativos.
Requisitos para o mandado de injunção:
• falta de norma reguladora de um dispositivo constitucional (inércia do Estado);
• impossibilidade de exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania.

Ação popular
Adotando a previsão do artigo 5°, inciso LXXIIL da Constituição Federal,
entende-se que qualquer cidadão é legitimado para propor ação popular que vise à
anulação de ato lesivo ao património público, ou de entidade em que o Estado participe,
conlra a moralidade administrativa, o meio ambiente e o património histórico e cultural.
Sem dúvida, a ação popular constitui, ao lado de outras prerrogativas como
sufrágio c iniciativa de lei, mais um exercício da soberania popular, por meio da qual se
autoriza o povo a exercer diretamente a fiscalização do Poder Público.
Assim como o mandado de segurança, a ação popular pode ser utilizada de
forma preventiva, antes de se verificar a lesão, ou repressiva, na busca da indenizaçào
pelo dano causado.

Requisitos para a propositura de ação popular:


• requisito subjetivo: somente o cidadão tem legitimidade para propor a ação popular;
• requisito objetivo: o ato ou a falta defe deve ser comprovadamenle lesivo ao
património público.

Dica - Para quem deseja se aprofundar nas características e procedimentos dessa


ação. consultar a Lei da Ação Popular - 4.717/65.

Dispensa de advogado
Não é necessária a contratação de advogado para as ações de haheas corpus,
habeas dafa, mandado de injunção e ação popular; essas ações não possuem custas e
sucumbência.
Observação: não existe unanimidade nesse entendimento; alguns doutrinadores indicam
a necessidade de capacidade postulatória para as três últimas garantias citadas.

Mandado de segurança
Tanto na vida prática quanto nos dttftfios apresentados em provas jurídicas, é
bastante útil manter o mandado de segurança como um caminho por exclusão. Isso
significa dizer que se deve analisar se nenhuma outra garantia constitucional é aplicável
ao problema apresentado, a fim de certificar-se de que só resta um mandado de
segurança.
Utilizando esse critério, acaba por ficar mais claro o porquê da necessidade de
um advogado para assinar esse instrumento. Afinal, o fato de o indivíduo apresentar
uma situação em que apenas o mandado de segurança é cabível significa que a situação
em pauta é mais complexa tecnicamente falando.
Conforme o artigo 5°, inciso LXIX, da Constituição Federal, o mandado de
segurança está à disposição dos indivíduos que necessitam se proteger de atos ilegais ou
praticados com abuso ou desvio de poder, independentemente de serem atos
discricionários ou vincuíados.
A natureza jurídica do mandado de segurança é a de uma ação constitucional de
natureza civil, cujo objetivo é a proteção de direito líquido e certo lesado por ato ou
omissão de autoridade pública ou de pessoa jurídica nas funções do Poder Público.
Ainda que sua natureza seja civil, isso não impede que o mandado de segurança
seja usado em matéria criminal.

Podem-se enumerar três requisitos do mandado de segurança:


• ato comissivo ou omissivo de autoridade do Poder Público ou particular em sua
função;
• ilegalidade, desvio ou abuso de poder; a ilegalidade é género, do qual são espécies
ilegalidade em sentido estrito e abuso de poder;
• lesão ou ameaça de lesão a direito liquido e certo-O direito deve ser comprovado ah
initio, mediante prova documental. Todavia, em face do artigo 6° da Lei 1,533/51, é
possível pedir ao juiz que determine à autoridade coatora que traga ao processo o
documento necessário à prova.

CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE

ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADES
1. Vício formal- É a inconstitucional idade no processo de realização, de formação
da norma. Nada tem a ver com seu conteúdo, ou seja. a estrutura responsável pela
construção da norma possui falha. Essa ocorrência tem lugar no processo legislativo
e se divide em duas subespécies:
a) Vício formal subjetivo - Ocorre na fase de iniciativa do processo legislativo. Ten
do estudado a matéria e sabendo que iniciativa é a competência de alguém ou algum
órgão para solicitar ou apresentar projeto de norma, torna-se bem simples
compreender como esse vício se dá. Se um parlamentar apresentar um projeto de lei
cuja iniciativa compete exclusivamente ao presidente da República (Forças Ar-
madas, por exemplo), esse aio configurará por si só uma inconstiíucionalidade
formal subjetiva.
b) Vicio formal objetivo - Ocorre durante as demais fases do processo legislativo, ou
seja, durante a elaboração e aprovação da norma. Assim, no caso de uma norma ser
aprovada por quorum inadequado com sua espécie normativa, ou na hipótese de as
Casas Legislativas não obedecerem ao número correio de turnos para aprovação
de uma norma, cstar-se-á lidando com uma inconstitucionalidade formal objetiva.

2. Vicio material - Ocorre em virtude do conteúdo da norma, do assunto tratado por


ela. Quer dizer, independentemente do procedimento das Casas Legislativas ou de
quem teve a iniciativa da norma, esta apresenta um vício insanável em termos de
matéria, ofendendo a Consíituiçào Federal em seu texto e limitações. Pode-se
exemplificar essa subespécie por meio de uma proposta de emenda tendente a abolir
a forma federativa do Estado brasileiro ou qualquer das cláusulas pétreas presentes
no artigo 60, § 4", da Constituição Federal, Classifica-se em:
a) Vício material total - Ocorre quando a inconstitucionalidade contamina todo o texto
da norma, tornando-a completamen-te ineficaz.
b) Vício material parcial - Se apenas alguns artigos isolados da norma são in-
constitucionais e, uma vez retirados, a norma pode surtir ainda a desejada eficácia,
diz-se que o vício é parcial. Nesse caso, os artigos conflitantes são vedados pelo
legislador (preventivamente) ou em decisão judicial (repressivamente).
ESPÉCIES DE CONTROLE
Em relação ao momento de realização, o que
distingue as duas espécies de controle é o ingresso da lei ou ato normativo no
ordenamento jurídico.
• Controle preventivo - Ocorre antes da publicação da norma e seu objetivo é impedir
que qualquer norma contaminada com alguma inconstitucionalidade possa adentrar o
ordenamento jurídico, vilipendiando a Carta Maior.
• Controle repressivo - Realizado depois da publicação da norma, tem o escopo de
retirar do mundo jurídico-lcgal qualquer norma que esteja em desacordo com o texto
constitucional.

No Direito Constitucional brasileiro, em regra, foi adotado o controle de


constitucionalidade repressivojurídico ou judiciário, em que o próprio Poder Judiciário
realiza o controle da lei ou do ato normativo, já editados, perante a Constituição
Federal, para retirá-los do ordenamento jurídico, desde que contrários à Carta Magna.
Há dois sistemas ou métodos de controle de constitucionalidade repressivo
judiciário. O primeiro denomina-se concentrado ou reservado (via de ação), e o
segundo, difuso ou aberto (via de exceção ou defesa).

VIAS DE CONTROLE

Via difusa ou controle concreto


Também conhecida como via de exceção ou defesa, caracteriza-se peia
permissão a todo e qualquer juiz ou tribunal de realizar no caso concreto, a análise sobre
a compatibilidade do ordenamento jurídico com a Constituição Federal.
Na via de exceção. a pronúncia do Judiciário sobre a inconslitucionaüdade não é
feita como manifestação sobre o objeto principal da lide. mas sim sobre questão prévia,
indispensável ao julgamento do mérito. Nessa via, o que é outorgado ao interessado é
obter a declaração de ïnconstitucio-nalidade somente para o efeito de i senta-Io, no caso
concreto, do cumprimento da lei ou ato produzido em desacordo com a Lei Maior,
O controle difuso caracteriza-se, principalmente, pelo fato de ser exerci tável
apenas perante um caso concreto a ser decidido pelo Poder Judiciário. Assim, iniciada a
lide, o Poder Judiciário deverá solucioná-lo e. para tanto, incidentalmente, analisar a
constitucionalidade ou não da lei ou do ato normativo.
Além das garantias constitucionais originárias, o principal instrumento do
controle difuso é o recurso extraordinário. Endereçado ao presidente do STF, é
distribuído nos Tribunais de Justiça, estando sujeito a dois exames de admissibilidade
- um no próprio TJ e outro no STJ. Mesmo sendo admitido em ambos, ao chegar ao
STF. poderá o relator da turma, observando jurisprudência dominante daquela Corte,
extinguir o recurso em decisão monocrática, cabendo agravo em caso de incpnformismo
da parte.
É fundamental saber que o parágrafo 3ºdo artigo 102. inserido pela Emenda 45,
torna obrigatório à parte recorrente demonstrar, para a admissibilidade do recurso, a
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, ou seja, deve a parte
justificar o recurso levando em consideração os proveitos efetivos da coletividade em
caso de provimento.

Via concentrada ou controle abstrato


O Supremo Tribunal Federal tem competência para processar e julgar
originariamente a representação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal
ou estadual.
Por meio desse controle, procura-se obter a declaração de inconstitucionalidade
da lei ou ato normativo em tese, independentemente da existência de um caso concreto,
visando-se à obtenção da invalidação da lei, a fim de garantir a segurança das relações
juridicas. que não podem ser baseadas em nonnas inconstitucionais.
A declaração de inconstitucionalidade, portanto, é o objeto principal da ação, da
mesma forma que ocorre nas cortes constitucionais europeias, diferentemente do
ocorrido no controle difuso, característica básica do judicial review do sistema norte-
americano.

INSTRUMENTOS DE CONTROLE CONCENTRADO


Ação d i re t a de inconstitucionalidade (ADIn)
A finalidade da ação direta de inconstitucionalidade é retirar do ordenamento
jurídico lei ou ato normativo incompatível com a ordem constitucional Assim, não
poderá a ação ultrapassar seus fins de exclusão, do ordenamento jurídico, dos atos
incompatíveis com o texto da Constituição,
A ADIn, em virtude de sua natureza e finalidade especial, não é suscetívcl de
desistência.
Prazo- O ajuizamento da ADIn não se sujeita à observância de qualquer prazo de
natureza prescricional ou de caráter decadencial. pois os atos inconstitucionais jamais se
convalidam pelo decurso do tempo.
Procurador-geral da República - Cabe ao procurador-geral da República realizar o
exame de admissibilidade de cada ADIn proposta, a fim de verificar se os requisitos
exigidos processual e materialmente estão nela presentes. Esse exame tem como escopo
evitar o excesso de açòes com o mesmo objeto e fundamento jurídico e evitar que açòes
de cunho meramente político ingressem no Supremo Tribunal Federai.
Advogado-geral da Uião - Cabe ao advoga-do-geral da União, em açào direta de
inconstitucionalidade. a detesa da norma legal ou ato normativo impugnado,
independentemente de sua natureza federal ou estadual, pois atua como curador
especial do princípio da presunção da constitucio-nalidade das leis e atos normativos,
não lhe competindo opinar nem exercer a função fiscalizadora já atribuída ao
procurador-geral da República, mas a limção eminentemente defensiva.
Dessa forma, atuando como curador da norma intraconstitucional, o advogado-
geral da União está impedido de manifestar-se contrariamente a ela, sob pena de ofensa
frontal à função que lhe foi atribuída pela própria Constituição Federal e que configura
a única justificativa de sua atuaçào processual, nesse caso.
Legitimidade - Os autores legitimados para a propositura da ADIn encontram-se no
artigo 103 da Constituição Federal, a saber:
a) presïdente da República;
b) Mesa do Senado Federal;
c) Mesa da Câmara dos Deputados;
d) Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
e) governador de Estado ou do Distrito Federal;
f) procurador-geral da República;
g) Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
h) partidos políticos com representação no Congresso Nacional;
entidade de classe ou associação de âmbitonacional.
Ação direta de inconstitucionalidade por omissão
Trata-se de açào que visa a combater a inércia do Estado em legislar ou
regulamentar assunto previamente estipulado na Constituição Federal.
Objetivo - O objetivo pretendido pelo legislador constituinte de 1088, com a previsão
da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, foi conceder plena eficácia às
normas constitucionais que dependessem de cornplementação infraconstitucional.
Assim, tem cabimento a presente açào quando o Poder Público se abstém de um dever
que a Constituição lhe atribuiu.
Legitimidade e procedimento - São legitimadas para a propositura da ação direta de
inconstitucionalidade por omissão os mesmos nove autores legitimados para propor a
ADIn propriamente dita. previstas no artigo 103 da Constituição Federal.
O procedimento a ser seguido pela açào direta de inconstitucionalidade por
omissão é o mesmo da ação de inconstitucionalidade genérica.
É importante salientar que incxiste prazo para a propositura da presente ação.
havendo, porém, necessidade de aferir-se caso a caso a existência do transcurso de
tempo razoável, que já tenha permitido a edição da norma faltante.
Não é obrigatória a oitiva do advogado-geral da União na ação direta de
inconstitucionalidade por omissão, uma vez que inexiste ato impugnado a ser defendido.
O Ministério Público, porém, sempre deverá se manifestar, antes da análise do Plenário,
sobre a açào proposta.
É incompatível com o objeto da referida demanda a concessão de liminar.
A Constituição Federal prevê que, declarada a inconstitucionalidade por omissão
de medida para tornar efeíiva norma constiíucionaK será dada ciência ao poder
competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão
administrativo, para fazê-lo em 30 dias.

Ação declaratória de constitucionalidade (A De C)


A Emenda Constitucional 3, de 17 de março de 1993, introduziu em nosso
ordenamento jurídico constitucional uma nova espécie dentro do controle de
constitucionalidade.
Compete, portanto, ao Supremo Tribunal Federai processar e julgar,
originariamente, a ação declaratória de conslilucionalidadc da lei ou ato normativo
federal.
A ação declaratória de constitucionalidade. que consiste em típico processo
objetivo destinado a afastar a insegurança jurídica ou o estado de incerteza sobre a
validade de lei ou aio normativo federal, busca preservar a ordem jurídica
constitucional.
Nesse ponto situa-se a finalidade precípua da açào declaratória de
constitucionalidade: transformar a presunção relaíiva de constitucionalidade em
presunção absoluta em virtude de seus efeitos vinculantes.
Portanto, o objetivo primordial da açâü declaratória de constitucional idade é
transferir ao Supremo Tribunal Federal decisão sobre a consti-tucionalidnde de um
dispositivo legal que esteja sendo duramente atacado peios juizes e tribunais inferiores,
afastando-se o controle difïiso da constitucionalidade, uma vez que, declarada a consti-
tucionalidade da norma, o Judiciário e também o Execulivo ficam vinculados à decisão
proferida.
Objeto - Somente poderá ser objeto de açào declaratória de constitucionalidade a lei ou
ato normativo federal, sendo, porém, pressuposta, para seu ajuizamento. a
demonstração, juntamente com a petição inicial, de comprovada controvérsia judicial
que coloque em risco a presunção de constitucionalidade do ato normativo sob exame, a
fim de permitir ao Supremo Tribunal Federal o conhecimento das alegações em favor e
contra a constitucionalidade, bem como o modo pelo qual estão sendo decididas as
causas que envolvem a matéria.
A comprovação da controvérsia exige prova de divergência judicial, e não
somente de entendimentos doutrinários diversos, como consia de decisão do Supremo
Tribunal Federal, exigindo-se a "existência de inúmeras açÕes em andamento em juízos
ou tribunais, em que a constitucionalidade da lei é impugnada". Outra decisão da
Suprema Corte reforça essa posição e deixa claro que, nos casos do açào com decisão
materialmente jurisdicional, Lïimpòe-se que se faça comprovada, desde logo, a
existência de controvérsia em torno da validade ou não da lei ou ato normativo federal",

Nota - Também fruto da Fmenda 45, o parágrafo 2° do artigo 102 prevê que as
decisões definitivas de mérito nas ADIns e ADeCs devem produzir efeito contra todos e
vincu-lantc aos demais órgãos do Judiciário, assim como à Administração Pública
Direta e Indi-reta, nas esferas federal, estadual c municipal. Além dessas decisões, a
mesma Fmenda 45 insere a súmula vinculante com efeito impeditivo no sistema
constitucional pátrio, desde que por decisão de 2/3 dos membros do STF. Em caso de
desobediência, cabe reclamação dirigida ao STF.

Arguição de descumprimento de preceito fundamental


A Constituição Federal determina que a arguição de descumprimento de preceito
fundamental decorrente da Constituição Federal será apreciada pelo Supremo Tribunal
Federal, na forma da lei.
Trata-se, portanto, de norma constitucional de eficácia limitada, que depende de
edição de lei, estabelecendo a forma pela qual será apreciada a arguição de
descumprimento de preceito fundamental decorrente da Constituição,
O Congresso Nacional editou a Lei 9.882, de 3 de dezembro de 1999. em
complementa-ção ao artigo 102, § 1°. da Constituição Federal. A !eï regulamentou a
arguição de descumprimento de preceito fundamental da seguinte forma:
• Órgão competente para o processo e julgamento: Supremo Tribunal Federal.
• Legitimados ativos: são os mesmos co-legitimados para a propositura da ação direta
de inconstitucionalidade (art, 103, l a IX, CF), ou seja, o presidente da República, a
Mesa do Senado Federal, a Mesa da Câmara dos Deputados, as Mesas das Assembleias
Legislativas e da Câmara Legislativa, os governadores de Estado, o procurador-geral da
República, partidos políticos com representação no Congresso Nacional, o Conselho Fe-
deral da Ordem dos Advogados do Brasil e confederações sindicais ou entidades de
classe de âmbito nacional.
• Hipóteses de cabimento: a lei possibilita a arguição de descumprimento de preceito
fundamental em três hipóteses:
a) para evitar lesão a preceito fundamental resultante de alo do Poder Público;
b) para reparar lesão a preceito fundamental resultante de ato do Poder Público;
c) quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato
normativo federa!, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição,

O controle da constitucional idade de âmbito estadual


O artigo 125, § 2º, da Constituição Federal da República atribuiu às
Constituições estaduais a competência para a instituição da açao direta de
inconstitucionalidade de âmbito estadual.
Neste contexto, é impossível enumerar as características dessa ação, uma vez
que seus parâmetros devem ser estabelecidos por cada uma das unidades federadas.
Todavia, é possível relacionar algumas características estabelecidas pela Constituição
Federal, a saber:
a) a competência para conhecimento da açao é dos Tribunais de Justiça;
b)a Constituição Federal foi expressa ao vedar a legitimação para a proposítura da ação
de um único órgão;
c) campo material: normas estaduais e municipais.

ESTADO DE EXCECÃO
Intervenção federal
Quando a União intervém em algum Estado membro, ela não está agindo em seu
próprio nome, mas sim representando os interesses de toda a Federação. Logo. é a
Federação, por meio da União, que intervém nos Estados.
A regra è a não-intervenção, que pode ser quebrada em face de determinadas
condições excepcionais expressamente previstas no artigo 34 da Constituição Federal.
Há dois tipos de intervenção federal:
a) a espontânea - quando o presidente da República age de ofício;
b) a provocada - quando o presidente age, conforme o caso, de forma
discricionária ou vinculada.

Haverá intervenção espontânea quando da ocorrência de uma das hipóteses


constantes dos incisos I, II, III e IV do artigo 34 da Constituição Federal.
No que tange à intervenção provocada, o artigo 36, inciso l, da Constituição Federal
estabelece disciplina específica para a hipótese de intervenção federal, nos termos do
artigo 34, inciso IV de nossa Lei Maior, qual seja: no caso de coaçao ao Poder
Executivo e ao Poder Legislativo, a intervenção dependerá de solicitação, e, no caso de
coaçao ao Poder Judiciário, de requisição do Supremo Tribunal Federal.
Em se tratando de solicitação, o presidente da República nào estará vinculado à
decretação da intervenção federal, devendo agir com discricionariedade.
Diferentemente, quando se tratar de requisição, o presidente da República ficará
vinculado à intervenção.
Saliente-se que a intervenção federal dependerá sempre de decreto do presidente da
República, especificando a amplitude, o prazo e as condições de execução, nomeando,
quando for o caso, interventor.

Intervenção estadual
O Estado não poderá intervir nos Municípios, nem a União Federal poderá
intervir nos Municípios localizados em Territórios Federais, salvo nas hipóteses
insculpidas no artigo 35 da Constituição Federal.
Registre-se que as hipóteses previstas nos incisos I e II do artigo 35 são de
caráter espontâneo, e as dos incisos III e IV, vinculadas.

ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO


O estado de defesa e o estado de sitio são instrumentos normativos colocados à
disposição do Estado com o objetivo de deoelar situações de crise. Em outro giro, o
estado de defesa e o estado de sitio são o conjunto de faculdades públicas atribuídas ao
Poder Executivo Federal, por força da Constituição Federal, de modo a possibilitar o
exercício de poderes excepcionais para superar uma crise.
Nesse sentido, os poderes de crise devem estar
em consonância com os seguintes princípios:
a) Princípio da necessidade - A declaração dos estados de defesa c de sítio fica
condicionada ao preenchimento de pressupostos fálicos que justifiquem a decretação
(comprometimento da ordem pública e da paz social por instabilidade institucional ou
por calamidade pública).
b) Principio da temporariedade - Existe uma limitação temporal à adoçâo das
medidas necessárias para debelar a crise.
c) Princípio da proporcionalidade - As medidas adotadas devem ser proporcionais
aos fatos que justificaram a adoçâo do estado de sítio ou de defesa.
Com a adoçâo dos princípios acima explicitados, nasce um regime de legalidade
extraordinária, que, sustentado pela Constituição Federal, afasta temporariamente o
conjunto de normas jurídicas regentes das relações sociais, cedendo seu lugar às regras
excepcionais.

ESTADO DE DEFESA
Embora tanto o estado de defesa quanto o estado de sítio tenham como
pressuposto a superação de unia situação de crisen é fato que as medidas adotadas
quando da utilização do estado de defesa são menos gravosas que aquelas apropriadas
para o estado de sítio.
O estado de defesa outorga ao Executivo Federal poderes mais restritos do que
aqueles conferidos no estado de sítio. O estado de defesa pode ser decretado para
preservar ou restabelecer, em locais determinados ou restritos, a ordem pública ou a paz
social ameaçadas por iminente instabilidade ou atingidas por calamidade pública de
grandes proporções na natureza.
São pressupostos de ordem material do estado de defesa:
a) grave perturbação da ordem pública ou da paz social;
b) que a ordem pública ou a paz social nào possam ser restabelecidas pêlos
instrumentos coercitivos normais.

Já os pressupostos formais são:


a) prévia oitiva do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional;
d)decreto do presidente da República, com tempo de duração do estado de defesa, as
áreas abrangidas e quais as medidas adotadas, dentre as seguintes: restrição aos direitos
de reunião, sigilo de correspondência e de comunicação telegráfica e telefónica,
ocupação e uso temporários de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade
pública, respondendo a União pêlos danos e custos decorrentes;
c) submissão do ato. com respectiva motivação, ao Congresso Nacional em 24 horas.
Na hipótese de o Congresso Nacional não estar reunido, será convocado, no prazo de
cinco dias, com apreciação do decreto em dez dias. Eventual rejeição implicará a
imediata cessação do estado de defesa. O estado de defesa deve, necessariamente, ficar
circunscrito a uma localidade determinada, sendo vedada sua extensão a todo o país.

No estado de defesa, as garantias de proteção da liberdade do indivíduo ficam


substituídas pelas seguintes:
a) prisão por crime contra o Estado pode ser determinada pelo executor da medida. O
juiz competente será comunicado, podendo relaxá-la;
b) a comunicação da prisão será acompanhada de declaração do estado físico e mental
do preso, podendo-se solicitar a qualquer momento a realização do exame de corpo de
delito;
c) é vedada a incomunicabilidade do preso.
ESTADO DE SITIO
O estado de sítio é a medida mais gravosa, na medida ern que seu objetivo é
debelar situações aflitivas mais graves. Pode ser repressivo ou defensivo.
Estado de sítio repressivo - Tem como pressuposto material a ocorrência de comoção
grave de repercussão nacional ou a existência de fatos que demonstrem a ineficácia do
estado de defesa, Entenda-se por comoção grave aquela que não pode ser superada por
instrumento de segurança ordinário do Estado. No que diz respeito à repercussão
nacional, esse pressuposto é de singular importância, pois, a sua falta, seria a hipótese
do estado de defesa. Além disso, se depois da decretação do estado de defesa a situação
de crise não for superada, após o transcurso do prazo de 60 dias, pode-sc decretar o
estado de sítio.

No estado de sitio podem ser adotadas as seguintes medidas:


a) obrigação de permanência em localidade determinada;
b) detençâo em edifícios não destinados a essa finalidade;
c) restrições - não pode haver supressão - à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo
das comunicações e à liberdade de imprensa;
d) suspensão da liberdade de reunião; ejbusca e apreensão em domicílio sem as formali-
dades constitucionais;
f) intervenção em empresas de serviço público;
g) requisição de bens;

Saliente-se, por oportuno, que o eslado de sítio não pode ser decretado por prazo
superior a 30 dias nem renovado, a cada vez, por período superior, embora sejam
possíveis sucessivas renovações.
Estado de sítio defensivo - Seu pressuposto material é a declaração de estado de guerra
ou a resposta a agressão armada estrangeira. No estado de sitio defensivo, qualquer
garantia constitucional pode ser suspensa, podendo ser decretado por todo o tempo que
durar a guerra ou agressão armada estrangeira.
Os estados de sítio repressivo e defensivo dependem de decreto do presidente da
República, após prévia autorização do Congresso Nacional e prévia oitiva do Conselho
da República e do Conselho de Defesa Nacional, não vinculantes.
O decreto deverá conter o prazo de duração da medida, as normas necessárias a
sua execução, as garantias que ficarão suspensas, com expressa designação do
procedimento, e, por último, as áreas abrangidas.

Direito Constitucional – 6ª edição – Fervereiro/2006

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