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Demonstrações financeiras

Exercício de 2010
As novas etapas da grande
jornada contábil

2011
Índice

2011, o clímax da mudança


O início de uma cultura de transformação na jornada pelas IFRSs.......................4
Os desafios dos próximos fechamentos..............................................................6
As novas etapas da jornada................................................................................9
Regulamentação contábil.......................................................................................11
Regulamentações específicas por setor
Instituições financeiras e outras....................................................................... 44
Assuntos tributários................................................................................................50
Normas Internacionais de Relatórios Financeiros (IFRSs)..........................................65
Princípios contábeis norte-americanos....................................................................73
Índices de mercado............................................................................................... 83

Acesse as publicações “Normas Internacionais de


Relatório Financeiro – Modelo de demonstrações
financeiras para 2010”, “Checklist para elaboração
de demonstrações financeiras” e outros conteúdos
relevantes sobre normas contábeis em nosso site
(www.deloitte.com.br).
Bem-vindo à nova edição do
nosso Guia de DFs

A sofisticação crescente do ambiente de É com esse propósito, de apoiar as empresas


negócios e a adoção das melhores práticas na difusão dessa cultura de mudança que
corporativas são metas que o Brasil, como hoje permeia a realidade contábil brasileira,
um dos grandes emergentes a despontar no que a Deloitte apresenta a nova edição deste
cenário global do século 21, precisa continuar tradicional guia “Demonstrações financeiras
perseguindo. Parte significativa desse processo – Exercício de 2010”. Nas páginas a seguir,
em curso está ligada aos esforços dos mais estão contidas uma exposição panorâmica
diversos agentes de mercado – de empresas a das principais mudanças contábeis em
órgãos reguladores – em acelerar a integração desenvolvimento e, na sequência, as seções
da linguagem contábil brasileira aos padrões técnicas que servem de consulta geral.
internacionais.
Com esta publicação, a Deloitte, que em
O avanço do País rumo às Normas Internacionais 2011 está completando 100 anos de atuação
de Relatório Financeiro (International Financial no Brasil, reitera seu apoio a empresas
Reporting Standards – IFRSs) se mantém em e profissionais que contribuem para o
passos cada vez mais firmes, sob a liderança fortalecimento do mercado de capitais e de todo
de organizações que desejam estar sempre o ambiente de negócios no País.
sintonizadas aos parâmetros aceitos pela
comunidade de investidores internacionais.
Apesar dos progressos, porém, ainda há muito
caminho a se percorrer. Às empresas, cabe
estudar as novas normas, implementá-las e,
sobretudo, vivenciá-las, levando-as efetivamente
a compor uma cultura de transformação
contínua da corporação.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 3


2011, o clímax da mudança
O início de uma cultura de transformação

São Paulo (Bovespa), que requereu que companhias


A contabilidade brasileira vive um listadas no Nível II e no Novo Mercado apresentassem
suas demonstrações financeiras de acordo com as
momento marcante no processo de IFRSs ou com os Princípios Contábeis Geralmente
Aceitos nos EUA (US GAAP, na sigla em inglês), em
convergência aos padrões internacionais versão completa ou com nota explicativa contendo a
e desafia as empresas a se manterem reconciliação para um desses princípios.

sempre atualizadas quanto às novas O processo de convergência remonta também a outros


episódios dos últimos anos, caso da exigência do
normas, desenvolvendo uma cultura Banco Central do Brasil (BC), por meio do Comunicado
de antecipação frente às profundas nº 14.259, de 2006, para que as demonstrações
financeiras consolidadas de instituições financeiras
mudanças em curso passassem a ser preparadas com base nas IFRSs a
partir de 2010, bem como da instrução nº 457, de
2007, emitida pela Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), que determinou que as companhias abertas
Esta temporada de fechamentos de 2010/2011 apresentassem suas demonstrações financeiras
representa o clímax de um longo processo de consolidadas adotando o padrão contábil
intensos e profundos esforços, por parte dos mais internacional, a partir do exercício findo em 2010.
diversos agentes de mercado, no sentido de permitir
que a contabilidade brasileira possa agora ingressar Ainda em 2007, outro marco importante se deu na
definitivamente no século 21, convergindo, em sua jornada de modernização da contabilidade brasileira,
plenitude, às Normas Internacionais de Relatório com o advento da Lei nº 11.638, que assentou novas
Financeiro conhecidas como “IFRSs” (sigla em inglês diretrizes contábeis no País, estabelecendo como
para “International Financial Reporting Standards”). critérios para identificar as organizações consideradas
de grande porte a posse de ativos superiores a
É graças ao trabalho perseverante, empreendido ao R$ 240 milhões e/ou com receitas brutas anuais acima
longo de anos por empresas, órgãos reguladores e de R$ 300 milhões, mesmo que de capital fechado e
todos os públicos que se dedicam ao aprimoramento limitadas. Aquela legislação submeteu as organizações
das práticas contábeis no Brasil, que hoje podemos que se encaixam nesses parâmetros aos mesmos
acompanhar o movimento de companhias de capital padrões contábeis exigidos pela Lei nº 6.404, de
aberto, organizações de grande porte (mesmo 1976 – também com nova normatização estabelecida
as limitadas e as sociedades anônimas de capital pela mesma Lei. Já em 2008, seria apresentado o
fechado), instituições financeiras, seguradoras, primeiro novo conjunto de normas aplicáveis no Brasil
subsidiárias de conglomerados estrangeiros e para apresentação dos resultados financeiros, sendo
pequenas e médias empresas (PMEs) para cumprir a sucedido, no ano seguinte, por mais um grupo de
obrigatoriedade de apresentarem suas demonstrações normatizações.
financeiras referentes ao ano 2010 de acordo com o
novo padrão contábil em vigor no Brasil. Agora, em 2010/2011, chegamos ao grande momento
em que o País aplica integralmente as IFRSs, exigindo
A trajetória que permitiu que o País chegasse a esse que praticamente todo o conjunto empresarial
ponto foi longa e teve diversos momentos relevantes. brasileiro reporte suas informações contábeis dentro
Dentre eles, pode-se destacar, ainda do início da desse novo parâmetro, mais moderno, preciso e
década passada, a regulamentação de governança transparente. Ao convergir os padrões contábeis,
corporativa criada pela então Bolsa de Valores de o País absorve e passa a seguir as determinações

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na jornada pelas IFRSs

do Conselho Internacional de Normas Contábeis Este é, sem dúvida, um momento de clara transição
(IASB, sigla em inglês para “International Accounting que precisa se concretizar no dia-a-dia das empresas,
Standards Board”), entidade responsável por redigir, no caminho entre a teoria e a prática da elaboração
validar, promulgar e disseminar as IFRSs no mundo. das demonstrações financeiras deste ano. Todos
os envolvidos diretamente no tratamento dessas
O processo de convergência para as IFRSs é informações notarão que, em alguns casos, as novas
conduzido, no Brasil, pelo Comitê de Pronunciamentos demonstrações financeiras que serão apresentadas são
Contábeis (CPC), responsável local pela emissão de acentuadamente diferentes daquelas desenvolvidas
pronunciamentos contábeis correlacionados às IFRSs, em anos anteriores. O volume de informações é bem
sendo posteriormente sua adoção requerida pelo maior e demanda maior grau de julgamento, além de
Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e por órgãos prover mais transparência na exposição dos dados.
reguladores, como a CVM, o BC e a Superintendência
de Seguros Privados (Susep), entre outros. A adoção Por outro lado, é fundamental ter clareza de que esse
plena das IFRSs coloca o Brasil, de uma vez por dinâmico processo de modernização da estrutura
todas, na linguagem das transações corporativas e contábil brasileira não se restringe às demonstrações
financeiras globais. financeiras. Para incorporar efetivamente essa cultura
de transformação que a nova fase de adoção das
Na prática, esse avanço beneficia muito o ambiente IFRSs traz para o Brasil, uma nova realidade se impõe à
de negócios como um todo, ao oferecer aos agentes vida das empresas. É nesse contexto que os membros
financiadores brasileiros e estrangeiros uma melhor que integram os conselhos fiscais, de administração
compreensão dos resultados das empresas, que e de auditoria, bem como os executivos de Relações
podem obter crédito em condições menos onerosas com Investidores (RIs), precisam conhecer mais
e abrir espaço ao seu crescimento. Também passa profundamente as mudanças.
a ser fortalecida a capacidade de mensuração do
desempenho individual de cada organização, ao Quando os responsáveis pela área de RI, por exemplo,
poder analisar sua performance frente à de seus se familiarizam com os procedimentos e critérios
concorrentes domésticos e internacionais. aplicados para a elaboração das demonstrações
financeiras conforme as IFRSs, eles passam a adquirir o
Momento de inflexão conhecimento essencial para prestar esclarecimentos
Se 2010/2011 representa o momento da grande virada aos analistas de mercado. O mesmo vale para
da contabilidade brasileira, também significa um os integrantes de conselhos de administração e
momento de inflexão na curva de desenvolvimento fiscal, que, ao dominarem o tema, passam a ter
das organizações rumo à adoção do modelo contábil os elementos vitais para questionar os critérios
global. É certo que ninguém chegou ainda ao final usados pela direção da empresa na elaboração
da trajetória. Muito ao contrário, estamos todos nos das demonstrações financeiras. Isso ocorre, entre
estruturando para começar a trilhar efetivamente a outros casos, na análise da seleção e aplicação de
fase mais consistente de nossa caminhada. novas práticas contábeis até a política empregada
para a distribuição de dividendos aos acionistas.
Avançar nesses trilhos da convergência contábil implica Adicionalmente, os responsáveis por todas as áreas
uma mudança substancial na própria cultura das e competências da empresa – da tecnologia da
empresas que hoje se esforçam para cumprir as novas informação à gestão do capital humano –, precisam
normas, com a qualidade necessária e dentro dos ser envolvidos nesse processo. Todos esses atores da
prazos estabelecidos. É preciso incorporar a cultura das cena empresarial estão sendo convidados a ocupar
IFRSs, a partir da plena absorção dos novos padrões, seus espaços no palco desse clímax que o ambiente
facilitando a sua aplicação nos processos internos, com empresarial brasileiro atingiu, dentro de sua trajetória
maior agilidade e precisão na contabilidade. de adoção das IFRSs no Brasil.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 5


Os desafios dos próximos fechamentos

Embora a convergência com as IFRSs, por si só As empresas brasileiras listadas na Bolsa de Nova
representará uma mudança profunda de relatórios York (NYSE) têm pela frente um foco adicional de
financeiros existentes em 2010 e 2011, quando atenção. Desde 2007, o United States Securities and
tomados em conjunto com as outras iniciativas de Exchange Commission (SEC, sigla em inglês para
elaboração de relatórios regulamentares e fiscais Órgão Regulador do Mercado de Capitais Local),
pode-se começar a ver as mudanças ainda mais tem aceito demonstrações financeiras preparadas de
profundas e desafios para o fornecimento de acordo com as IFRSs emitidas pelo IASB de empresas
informação financeira de muitas empresas. estrangeiras sem reconciliação para práticas contábeis
norte-americanas (US GAAP). Com a convergência
Mais do que nunca, há de se elevar a eficiência com as IFRSs no Brasil, as empresas brasileiras
e eficácia dos processos e reduzir os prazos de registradas no SEC têm uma opção de arquivar suas
fechamento das informações financeiras, para demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs
superar as expectativas cada vez mais exigente dos emitidas pelo IASB, com a SEC, aliviando para muitas
reguladores e usuários de informação financeira. Isto, os trabalhos adicionais de reconciliação. A eficiência
sem dúvida, irá requerer uma atenção redobrada das proporcionada por isto é mais importante porque,
empresas para não perderem o prazo e cumprirem a partir de 2012, dentro de uma série de melhorias
adequadamente as exigências regulatórias. e aprimoramentos promovidos pela SEC, o prazo de
apresentação do relatório anual 20-F será reduzido
Na agenda de obrigações regulatórias que se de 6 para 4 meses. Portanto, já em abril de 2012, as
apresenta às organizações de capital aberto no companhias presentes no mercado norte-americano
caminho às IFRSs, é importante considerar a exigência devem arquivar o 20-F, e não mais em junho, como
da reapresentação dos resultados trimestrais (ITRs) do era permitido nos anos anteriores.
ano de 2010 e as demonstrações referentes a 2009
também em conformidade com a nova normatização. Para todas as empresas, a nova contabilidade
permitindo a comparação dos desempenhos convergente com as IFRSs se tornará a demonstração
registrados em 2010 com os períodos anteriores. financeira oficial. Isso significa que, para efeitos legais
e fiscais, demonstrações financeiras de acordo com
O Formulário de Referência anual, introduzido pela as novas normas com base nas IFRSs servirão como
Instrução CVM n º 480 de 2009 e agora em seu base para operações de capital e dividendos. Tais
segundo ano, (leia box na página 7), provavelmente informações também devem ser obrigatoriamente
vai ser significativamente afetado pela nova linguagem arquivadas na Receita Federal como parte da
contábil trazida pela convergência com as IFRSs. obrigação da empresa de apresentar as informações
Enquanto o Formulário de Referência tem sua base em contábeis no âmbito do SPED.
informações financeiras preparadas de acordo com
as novas normas de contabilidade, muitas das suas Estas iniciativas demonstram o valor que está sendo
seções, incluindo dados financeiros históricos, terão colocado na alta qualidade e nas informações
de ser adaptadas este ano. financeiras por seus usuários dentro e fora do Brasil.
As empresas devem concentrar-se além da simples
Finalmente, para as empresas de capital aberto, contabilidade da presente temporada de resultados,
há a determinação da CVM (através da Instrução para continuar os esforços na melhoria do processo de
nº 480) de que, a partir de abril de 2012, o prazo para informação financeira global, à luz destas iniciativas
publicação dos ITRs passará a ser de 30 dias (e não adicionais e mudanças no horizonte.
mais de 45 dias) após o encerramento do trimestre,
impondo às organizações ainda mais a necessidade
de se adaptarem e empregarem agilidade em seus
processos.

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A CVM 480 e o avanço da governança

O Formulário de Referência não representa uma cópia ou a simples atualização do que foi apresentado no passado,
via IAN, mas um passo importante rumo às boas práticas de governança.
A instrução nº 480 da CVM, System”, ou seja, todas as preparadas para aproveitar as contábeis, como o Lajida, está mais exposta e isso faz
de 2009, que instituiu o informações referentes ao oportunidades do mercado. deve: informar o valor das parte do jogo. Transparência
“Formulário de Referência”, emissor de valores mobiliários Na prática, isso significa que medições não contábeis; tende a gerar mais valor
documento que aposentou devem ser reunidas em um a documentação pode ser fazer as conciliações entre os para a companhia, além de
o antigo Formulário de único documento (“Shelf previamente preparada e valores divulgados e os valores ganhos de liquidez, porque
Informações Anuais (IAN), Document”) e arquivadas no atualizada pela companhia das demonstrações financeiras a percepção de risco pelo
é mais uma prova de como órgão regulador, devendo ser antes de decidir quando auditadas; e explicar o motivo investidor melhora.
toda a linguagem financeira atualizadas constantemente fará a emissão, viabilizando pelo qual entende que tal
está mudando. Mais de 400 – recomenda-se, no mínimo, um registro mais ágil da medição é mais apropriada Os conteúdos apresentados
companhias listadas na BM&F uma vez por ano. Pretende-se, operação pelo órgão para a correta compreensão devem ser verdadeiros,
Bovespa são diretamente assim, padronizar os dados regulador no momento em da sua condição financeira completos e consistentes,
atingidas pela nova regra para oferecidos aos investidores e que a organização decidir ir ao e do resultado de suas nunca induzindo o investidor
o registro dos emissores de atualizá-los tempestivamente. mercado. No modelo anterior, operações.” ao erro. Linguagem simples,
valores, ao determinar quais O novo sistema facilita a era preciso preparar um clara, objetiva e concisa
dados devem ser apresentados análise das informações prospecto completo, enviar Outros dos 22 itens é a forma a ser adotada,
via Formulário de Referência, pelos investidores e permite à CVM e aguardar 30 dias inseridos no Formulário de buscando-se uma divulgação
indicando tendências e bases comparações entre empresas para a análise, o que poderia Referência também mudam de maneira abrangente,
maduras de informações sobre similares, colaborando para resultar em eventuais pedidos significativamente a forma equitativa e simultânea para
as organizações, como as a tomada de decisões de de correções e, só depois, como as empresas passam a todo o mercado. É também
que se referem a processos investimento no mercado ter a operação aprovada. reportar suas informações e necessário que as informações
judiciais e contingências, por secundário. obrigam os gestores a criar sejam úteis à avaliação dos
exemplo. Uma das novas exigências processos de divulgação mais valores mobiliários emitidos.
Para atenderem a essa do Formulário de Referência sólidos, qualificados e precisos.
O Formulário de Referência necessidade, as empresas refere-se à necessidade Afinal, a responsabilidade Um dos pontos de atenção
não representa uma cópia devem prover maior de esclarecimentos caso pelas informações prestadas relacionados às informações
ou a simples atualização consistência às informações, as companhias publiquem recairá sobre o presidente e demandadas pelo formulário
do que foi apresentado no aperfeiçoando processos medições não contábeis, o diretor de Relações com os toca em um tema sensível: os
passado, via IAN, mas um internos para melhorar a sendo que a mais Investidores (RI), conforme critérios de remuneração. As
passo importante rumo às captura e análise dos dados, regularmente usada é o Lucro estabelece o primeiro campo regras da CVM determinam
boas práticas de governança. o que contribui para o Antes dos Juros, Imposto do formulário. que as companhias informem
Um de seus benefícios é que fornecimento das informações de Renda, Depreciação quais são os maiores valores
ele serve como uma espécie com maior qualidade e e Amortização (“Lajida”, O desafio das companhias, pagos aos executivos, a média
de prospecto permanente. Em segurança. também conhecida pela sigla de forma mais ampla, e os menores. Historicamente,
teoria, as empresas reduzirão em inglês “Ebitda”). A minuta envolve, portanto, a captura as organizações não eram
custos na elaboração de De seu lado, a CVM de instrução que dispôs e a consolidação rigorosa obrigadas a explicar aos
prospectos para promover manifestou entender que especificamente sobre a das informações por todas acionistas quais critérios
eventuais ofertas ao mercado o novo documento dá divulgação dessas informações as áreas da empresa, além utilizavam para remunerar
e terão maior agilidade para passos importantes na não contábeis, por parte da definição de critérios de seus executivos. Depois,
aproveitar as janelas de quantidade e qualidade das companhias abertas, foi divulgação, o que requer o passaram a ter de informar os
liquidez que abrem e fecham das informações que serão submetida à audiência pública, desenvolvimento de controles valores e se havia coerência
muito rapidamente. colocadas à disposição dos por decisão da CVM, entre 18 internos e a gestão de riscos, nos critérios adotados, e
investidores e do mercado de outubro e 3 de dezembro com avaliações permanentes desenvolveram indicadores
A CVM se inspirou no periodicamente. Especialistas de 2010. A instrução define sobre a estrutura operacional e metas para definir essa
modelo que a Organização enfatizam que, assim como que “caso o emissor tenha e o funcionamento desse remuneração. Informar
Internacional das Comissões acontece com o mercado divulgado, no decorrer do organismo e, principalmente, com clareza a política
de Valores (Iosco, sigla norte-americano, pela nova último exercício social, ou a capacidade de checagem remuneratória é condição
em inglês) denomina regra, as organizações deseje divulgar no formulário dos dados antes de serem essencial para o pleno
como “Shelf Registration brasileiras passam a estar mais de referência medições não apresentados. A empresa atendimento ao padrão
exigido pelo formulário.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 7


A alternativa do CPC-PME

As empresas devem avaliar, com base em seu perfil e nas suas perspectivas de crescimento, qual a melhor regra
contábil a ser aplicada ao seu caso.
Da mesma forma que as E quais são os critérios para regra contábil a ser aplicada atendimento às empresas de operação de fusão e aquisição
companhias abertas e as caracterizar uma empresa ao seu caso. A versão menor porte. A simplificação ou para obter crédito, pois
organizações de grande sujeita às regras do CPC-PME? completa deve ser uma não significa, entretanto, investidores, parceiros ou
porte em geral, as pequenas O pronunciamento opção a ser considerada, que a mudança do padrão financiadores não aceitarão a
e médias empresas (PMEs) ­CPC-PME indica que empresas principalmente pelas contábil seja tarefa fácil para contabilidade em desacordo
brasileiras também estão que são reguladas pelo empresas que estão em um as organizações. Como a com a normatização aplicável
desafiadas a ingressar na nova governo (concessionárias de movimento de expansão, estrutura conceitual do CPC- às demais empresas.
era da contabilidade. O CFC serviços públicos, instituições podendo, em pouco tempo, PME é nova, mesmo sua
homologou, em dezembro financeiras, seguradoras e ser enquadradas como de versão internacional, apesar Por outro lado – muito mais
de 2009, um conjunto de companhias abertas), bem grande porte. Neste caso, de já estar em discussão desde relevante – ao seguirem
regras simplificadas, chamado como as demais organizações toda a contabilidade feita com 2001 pelo IASB, só foi emitida o padrão internacional de
“CPC-PME”. Como a regra enquadradas na Lei base no CPC-PME terá de ser em julho de 2009. contabilidade, as PMEs passam
completa (full) das IFRSs pelo nº 11.638/07 e as empresas ajustada. O mesmo vale para a ter seus resultados melhor
IASB abrange 37 normas e de grande porte não podem quem pretende abrir capital. Portanto, há o desafio compreendidos por agentes
27 interpretações, ou cerca ser enquadradas no conceito O padrão CPC-PME não é empresarial de entender financiadores brasileiros e
de 2.600 páginas, e foram de PME. Todas as demais, sim. aplicável para quem vai entrar como aplicar o CPC-PME estrangeiros, obtendo crédito
convertidas em outras 56 Essas organizações devem na bolsa. no Brasil, sem parâmetros e e condições menos onerosas
normas e interpretações ser proativas e atentas à experiências anteriores de e abrindo espaço para o
do CPC, a simplificação da nova agenda a que estão A remoção de opções outros países, bem como crescimento. Podem, ainda,
norma, ou CPC-PME, se submetidas. complexas e de tópicos não tornar os usuários dessas seguir caminho para planos
resumiu em 230 páginas, relevantes da versão completa, demonstrações financeiras mais audaciosos de acesso
tornando-se uma opção mais As empresas devem avaliar, levando em consideração familiarizados com a nova ao mercado de capitais,
fácil, para muitas PMEs, com base em seu perfil e a relação entre custo e estrutura. Isso implica, no realizando, eventualmente,
de ser aplicada. nas suas perspectivas de benefício, representa uma futuro, que uma PME poderá o lançamento de ações em
crescimento, qual a melhor facilitação significativa para o enfrentar dificuldades numa bolsa de valores.

Os efeitos fiscais das IFRSs

Cada organização deve analisar isoladamente, conforme as suas características e do mercado em que atua,
quais são os efeitos gerados pela aplicação da nova norma contábil.
Embora a implementação vigente em 31/12/2007, efeitos gerados pela aplicação empresas. Por exemplo, Mais um ponto importante
das IFRSs implique mudanças considerando os efeitos sobre da nova norma contábil. É o CPC-PME, após ditar e complexo se relaciona
significativas nos processos ativo, passivo e resultado. importante observar que, os requerimentos para ao fato de que, embora a
internos das empresas, Depois, para recolhimento embora tente neutralizar os a alocação do preço de contabilidade societária tenha
independentemente do do Imposto de Renda e impactos das mudanças sobre compra aos valores justos mudado, a aplicação do
porte, atingindo praticamente Contribuição Social, devem os cálculos tributários, o RTT dos ativos adquiridos e RTT exige que as empresas
todas as áreas que passam a entregar a FCont e reportar na não é de aplicação tão fácil. passivos assumidos, admite mantenham também a
fornecer informações para a DIPJ os resultados ajustados a amortização do ágio apuração contábil pelo
contabilidade, suportando o decorrentes da aplicação do Alguns dos impactos mais pago pela outra empresa, antigo padrão BR GAAP. Só
resultado final, para os efeitos Regime Tributário Transitório significativos são notados, enquanto a versão completa assim é possível entender
fiscais, a mudança pode não (RTT). Os efeitos no PIS e geralmente, na mensuração das IFRSs não permite essa os resultados com base nos
ter impactos, embora existam na COFINS também devem de alguns ativos fixos, que possibilidade. Também são novos padrões, compará-
algumas diferenças entre ser analisados. Na prática, passam a ser avaliados notadas dificuldades para los aos apurados com
apresentar os resultados com devem-se neutralizar os com base nos seus valores apurar o efeito de juros sobre base no padrão anterior
base no CPC-PME ou com efeitos fiscais provocados justos, por exemplo, ativos capitais e a amortização e, assim, aplicar o RTT
base nas IFRSs na sua versão pela adoção das IFRSs, tanto biológicos e instrumentos de ativos intangíveis, entre para fins fiscais. Nesse
completa. no caso do padrão completo financeiros. Adicionalmente, outros. Todavia, qualquer que processo, a participação e
(full) para companhias abertas os componentes importantes seja a mensuração requerida o envolvimento das áreas
Já que, a partir dos resultados e empresas de grande porte, que apresentem padrões para as demonstrações responsáveis por gestão de
de 2010, é obrigatória a como no caso do CPC-PME. significativamente diferentes financeiras atuais, o lucro ou tributos, em especial, do seu
adoção do Regime Tributário de benefícios econômicos prejuízo de partida para a gestor e de sua equipe, são
de Transição (RTT), as Cada organização deve são depreciados de forma apuração do IRPJ da CSLL, em peças-chave para garantir a
empresas devem produzir a analisar isoladamente, separada. 2010, deve ser aquele que execução desse processo sem
contabilidade com base no conforme as suas seria obtido com a utilização sobressaltos.
novo padrão e compará-la características e do mercado Outro exemplo está no caso das regras contábeis em vigor
à regulamentação contábil em que atua, quais são os de aquisições de outras em 31/12/2007.

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As novas etapas da jornada

Atualmente mais de 50 normas, interpretações e isso, precisam se antecipar, entender e acompanhar


orientações já estão em vigor no País e algumas delas as fases de discussão pública dos pronunciamentos
sofreram revisões e ajustes ao longo de 2010. Entre contábeis, tanto no Brasil (via CPC), como no exterior
elas, está todo um arcabouço de pronunciamentos (via IASB). Ao se envolverem ativamente nos debates
contábeis (CPCs), baseados nos parâmetros das IFRSs, públicos das normas, com comentários e críticas, as
que agora, finalmente, torna-se um organismo vivo empresas atuam no momento correto para influenciar
na paisagem empresarial brasileira. Trabalhar sob a contabilidade futura.
essas novas regras representa efetivamente uma nova
etapa da jornada pela plena adequação aos padrões Ao mesmo tempo, essa interação estimula a absorção,
contábeis globais. pela cultura da empresa, dos novos padrões,
facilitando substancialmente a aplicação nos processos
Mais do que estudar e compreender as normas, toda internos, o que impacta em maior agilidade e precisão
organização precisa participar ativamente das etapas na contabilidade. Postergar a realização dessas tarefas,
de construção dessa estrutura regulamentar que além de dificultar todas as etapas de mudança, pode
está moldando a nova contabilidade brasileira. Para torná-las mais penosas e dispendiosas.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 9


A aplicação das IFRSs em segmentos específicos

Veja, a seguir, como o padrão contábil internacional vem sendo estabelecido para alguns grupos do ambiente empresarial, que demandam regras
ou procedimentos customizados à sua especificidade – caso das instituições financeiras, das seguradoras e das subsidiárias de empresas estrangeiras.

Instituições financeiras resultados consolidados de consolidadas seguindo o apresentação comparativa que, embora o BC não tenha,
Conforme a Resolução 3.786, 2010, comparativamente aos padrão IFRS. Ficaram definidas das demonstrações até o momento, homologado
do Conselho Monetário de 2009. Todavia, o Banco as seguintes opções a serem financeiras consolidadas grande parte dos CPCs,
Nacional, de 24 de setembro Central do Brasil (BC) conferiu adotadas como balanço de dos anos de 2010 e 2009; espera-se que essas
de 2009, as instituições a essas instituições financeiras abertura das demonstrações ou pendências regulatórias sejam
financeiras de capital aberto e a opção de apresentarem as financeiras consolidadas: resolvidas e é importante
aquelas que são obrigadas a demonstrações financeiras III – 1º de janeiro de 2008, que as organizações se
constituir comitê de auditoria consolidadas de 2010 I – 1º de janeiro de 2010, para as instituições que mantenham informadas e
pela legislação em vigor comparativamente às para as instituições optarem por fazer a acompanhem os debates dos
estão obrigadas a produzir de 2009. (1) que não apresentarem apresentação comparativa pronunciamentos contábeis,
demonstrações financeiras demonstrações financeiras das demonstrações além de se familiarizarem
consolidadas em IFRS em A Carta-Circular 3.435 do consolidadas de forma financeiras consolidadas com as normas ainda não
31 de dezembro de 2010. BC, emitida em 19 de março comparativa; (1) dos anos de 2010, 2009 homologadas pelo BC, para
Em tese, esse grupo de de 2010, esclareceu alguns e 2008. não serem surpreendidas e
instituições seria exigido a pontos sobre a elaboração II – 1º de janeiro de 2009, enfrentarem dificuldades
seguir o padrão internacional do balanço de abertura das para as instituições que Convém também lembrar a para a aplicação desses
de contabilidade para os demonstrações financeiras optarem por fazer a esse segmento empresarial CPCs no futuro.

(1) A adoção da opção de não apresentar as demonstrações financeiras consolidadas contendo informações comparativas, elaboradas de acordo com a mesma base contábil, não
permite à instituição financeira e à seguradora declarar que foram elaboradas de acordo com as IFRSs. Essa opção deve ser considerada para a preparação de demonstrações
financeiras para propósitos específicos. Com essa opção, um conjunto completo de demonstrações consolidadas de acordo com as práticas contábeis em vigor deve ser preparado.

Subsidiárias de Primeiro, porque mais de poderá impactar o cálculo Seguradoras os CPCs, para a data-base
empresas estrangeiras 150 países aplicam hoje as da base da controladora em Assim como as instituições de 31 de dezembro de
As organizações estrangeiras IFRSs como norma contábil, suas subsidiárias estrangeiras financeiras, as seguradoras 2010, sem as informações
e subsidiárias de o que viabiliza a unificação e, com isso, influenciar os também contam, neste comparativas relativas ao
conglomerados internacionais das informações para um planos de repatriamento de momento, com uma exercício anterior. Ou seja,
enquadradas na Lei 11.638, mesmo conglomerado, capital e dividendos. condição especial para o as seguradoras devem
da mesma forma que independentemente da início da apresentação das produzir seus resultados
as empresas nacionais, localidade de cada operação. As organizações cujas demonstrações financeiras de 2010 seguindo o
devem apresentar suas Sem ter de reconciliar as matrizes estão listadas na consolidadas referentes ao padrão internacional,
demonstrações financeiras demonstrações para remetê- Bolsa de Nova York também ano de 2010. mas, assim como as
de acordo com as práticas las às matrizes, as operações devem estar atentas ao instituições financeiras,
contábeis adotadas no Brasil, subsidiárias obtêm aporte calendário em curso de A Superintendência de para efeito de divulgação
que são convergentes às de eficiência, agilidade e convergência do padrão Seguros Privados (Susep) e comparabilidade, não
IFRSs. Embora as demais precisão. O uso de uma única contábil norte-americano (US emitiu, em 23 de agosto precisam apresentar as
subsidiárias, sobretudo linguagem contábil eleva, GAAP) às IFRSs. Vários dos de 2010, a Circular 408, demonstrações de anos
de capital fechado, portanto, a produtividade e temas que estão em discussão que estabelece, entre anteriores pelo padrão
que não se enquadram reduz custos. alteram a normatização nos outros dispositivos, que internacional. (1)
nessa normatização não Estados Unidos, gerando as sociedades e entidades
contem ainda com um Outro fator relevante para impactos na contabilidade por ela supervisionadas Por fim, a Circular da
arcabouço regulatório a aplicação das IFRSs na das subsidiárias, caso de deverão apresentar, a partir Susep determina que as
claramente definido contabilidade local das instrumentos financeiros, do exercício findado em 31 demonstrações financeiras
sobre a obrigatoriedade subsidiárias tem a ver consolidação e seguros, de dezembro de 2010, as individuais serão elaboradas
de apresentação de suas com o cumprimento das entre outros. demonstrações financeiras de acordo com as práticas
demonstrações financeiras obrigações fiscais do Brasil. consolidadas seguindo os contábeis que estavam
baseadas nas IFRSs, esse As informações lançadas Dominando as regras pronunciamentos emitidos em vigor e que foram
grupo de organizações tem nos livros contábeis e mundiais de contabilidade, pelo IASB na forma utilizadas para a elaboração
pela frente o desafio de se apresentadas à Receita essas empresas estarão homologada pelo CPC. das demonstrações
adaptar à norma contábil Federal, no âmbito mais seguras e respaldadas financeiras do exercício
global e tornar-se mais do Sistema Público de tecnicamente para ofertar O mesmo documento da findo em 31 de dezembro
eficiente na elaboração Escrituração Digital (SPED), as soluções mais adequadas Susep faculta a elaboração de 2009, que incorporavam
de suas demonstrações devem seguir a normatização para a apresentação de suas das demonstrações apenas os pronunciamentos
financeiras remetidas brasileira, baseada nas IFRSs. demonstrações financeiras financeiras consolidadas, emitidos pelo CPC no ano
aos controladores. A conversão para as IFRSs aos controladores. preparadas de acordo com de 2008.

10
Regulamentação contábil
Práticas contábeis brasileiras

Principais mudanças trazidas pelo Comitê contábeis que podem ser adotadas por entidades
de Pronunciamentos Contábeis – CPC nas consideradas de pequeno e médio portes, desde que
demonstrações financeiras1 no Brasil não sejam companhias abertas, emitentes de títulos
Como parte do processo de harmonização com de dívida negociados no mercado nem sociedades de
as Normas Internacionais de Relatório Financeiro grande porte de acordo com a definição contida na
(IFRSs) iniciado em 2008 e regulamentação das Lei nº 11.638/07, aprovado por resolução do CFC.
práticas contábeis alteradas a partir da edição das
Leis no 11.638/07 e nº 11.941/09 (conversão em Para as instituições financeiras e demais instituições
lei da Medida Provisória nº 449/08), (i) em 2008, autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil
14 pronunciamentos, 1 norma sobre a estrutura – Bacen, com exceção dos CPCs 01, 03, 05 e 25, que
conceitual básica e 1 orientação técnica foram foram aprovados através de resoluções do Conselho
editados pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis Monetário Nacional, os demais CPCs ainda não foram
– CPC e aprovados por deliberações da Comissão aprovados e, portanto, ainda não são aplicáveis para
de Valores Mobiliários – CVM e resoluções do essas instituições.
Conselho Federal de Contabilidade – CFC; (ii) em
2009, o CPC editou mais 26 pronunciamentos, 2 É apresentado a seguir quadro contendo os
orientações técnicas e 12 interpretações técnicas, pronunciamentos, as orientações técnicas e as
que foram aprovados por deliberações da CVM e interpretações técnicas editados pelo CPC e as
1) Os normativos emitidos resoluções do CFC; (iii) em 2010, foi editado mais um respectivas deliberações da CVM e resoluções do
pelo CPC, citados neste pronunciamento e 3 interpretações técnicas, também CFC que os aprovaram. Deve ser observado que
material, usam a expressão
“demonstrações contábeis”, aprovados por deliberações da CVM e resoluções as deliberações da CVM devem ser seguidas pelas
enquanto nos normativos da do CFC, além de serem realizadas revisões de alguns companhias abertas e as resoluções do CFC devem ser
CVM é utilizada a expressão dos pronunciamentos técnicos (CPCs), conforme seguidas por todas as outras entidades, exceto aquelas
“demonstrações financeiras”.
Essas duas expressões têm o demonstrado no quadro abaixo; (iv) foi editado sujeitas a regulamentação específica, como aquelas
mesmo significado. também, em 2009, o CPC PME, contendo as práticas regulamentadas pelo Bacen e pela SUSEP.

Pronunciamentos Técnicos
CPC no Assunto Deliberação CVM no Resolução CFC no
Editados em 2008:
– Pronunciamento Conceitual Básico 539/08 1.121/08
01 (R1) Redução ao Valor Recuperável de Ativos 639/10 1.292/10
02 (R2) Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Financeiras 640/10 1.295/10
03 (R2) Demonstração dos Fluxos de Caixa 641/10 1.296/10
04 (R1) Ativo Intangível 644/10 1.303/10
05 (R1) Divulgação sobre Partes Relacionadas 642/10 1.297/10
06 (R1) Operações de Arrendamento Mercantil 645/10 1.304/10
07 (R1) Subvenção e Assistência Governamentais 646/10 1.305/10
08 (R1) Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários 649/10 1.313/10
09 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 557/08 1.138/08
10 (R1) Pagamento Baseado em Ações 650/10 1.314/10
11 Contratos de Seguro (a) 563/08 1.150/09
12 Ajuste a Valor Presente 564/08 1.151/09
13 Adoção Inicial da Lei no 11.638/07 e da Medida Provisória no 449/08 565/08 1.152/08
14 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação (Fase I) (b) (b)

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 11


CPC no Assunto Deliberação CVM no Resolução CFC no
Editados em 2009:
15 Combinação de Negócios 580/09 1.175/09
16 (R1) Estoques 575/09 1.170/09
17 Contratos de Construção 576/09 1.171/09
18 Investimento em Coligada e em Controlada 605/09 1.241/09
19 Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture) 606/09 1.242/09
20 Custos de Empréstimos 577/09 1.172/09
21 Demonstração Intermediária 581/09 1.174/09
22 Informações por Segmento 582/09 1.176/09
23 Políticas Contábeis, Mudanças de Estimativa e Retificação de Erro 592/09 1.179/09
24 Evento Subsequente 593/09 1.184/09
25 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes 594/09 1.180/09
26 (R1) Apresentação das Demonstrações Financeiras 595/09 1.185/09
27 Ativo Imobilizado 583/09 1.177/09
28 Propriedade para Investimento 584/09 1.178/09
29 Ativo Biológico e Produto Agrícola 596/09 1.186/09
30 Receitas 597/09 1.187/09
31 Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada 598/09 1.188/09
32 Tributos sobre o Lucro 599/09 1.189/09
33 Benefícios a Empregados 600/09 1.193/09
35 Demonstrações Separadas 607/09 1.239/09
36 (R1) Demonstrações Consolidadas 608/09 1.240/09
37 (R1) Adoção Inicial das Normas Internacionais de Contabilidade 647/10 1.306/10
38 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração 604/09 1.196/09
39 Instrumentos Financeiros: Apresentação 604/09 1.197/09
40 Instrumentos Financeiros: Evidenciação 604/09 1.198/09
43 (R1) Adoção Inicial dos Pronunciamentos Técnicos CPC 15 a 40 651/10 1.315/10
PME Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas Não aplicável 1.255/09
Editado em 2010:
41 Resultado por Ação 636/10 1.287/10
Ainda não editados: (c)
34 Exploração e Avaliação de Recursos Minerais - -
42 Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária - -

12
Orientações Técnicas
OCPC nº Assunto Deliberação CVM nº Resolução CFC nº
Editada em 2008:
01 (R1) Entidades de Incorporação Imobiliária 561/08 1.154/09
Editadas em 2009:
02 Esclarecimentos sobre as Demonstrações Financeiras de 2008 Ofício-Circular 01/09 1.157/09
03 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação (b) Ofício-Circular 03/09 1.199/09
Editada em 2010:
03 Aplicação da Interpretação Técnica ICPC 02 às Entidades de Incorporação Imobiliária Brasileiras 653/10 1.317/10

Interpretações Técnicas
ICPC no Assunto Deliberação CVM no Resolução CFC no
Editadas em 2009:
01 Contratos de Concessão 611/09 1.261/09
02 Contrato de Construção do Setor Imobiliário 612/09 1.266/09
03 Aspectos Complementares das Operações de Arrendamento Mercantil 613/09 1.256/09
04 Alcance do Pronunciamento Técnico CPC 10 – Pagamento Baseado em Ações 614/09 1.257/09
05 Pronunciamento Técnico CPC 10 – Pagamento Baseado em Ações – Transações de Ações do 615/09 1.258/09
Grupo e em Tesouraria
06 Hedge de Investimento Líquido em Operações no Exterior 616/09 1.259/09
07 Distribuição de Lucros in Natura 617/09 1.260/09
08 Contabilização da Proposta de Pagamento de Dividendos 601/09 1.195/09
09 Demonstrações Financeiras Individuais, Demonstrações Separadas, Demonstrações 618/09 1.262/09
Consolidadas e Aplicação do Método de Equivalência Patrimonial
10 Interpretação sobre a Aplicação Inicial ao Ativo Imobilizado e à Propriedade para Investimento 619/09 1.263/09
dos Pronunciamentos Técnicos CPCs 27, 28, 37 e 43
11 Recebimento em Transferência de Ativos de Clientes 620/09 1.264/09
12 Mudanças em Passivos por Desativação, Restauração e Outros Passivos Similares 621/09 1.265/09
Editadas em 2010:
13 Direitos a Participações Decorrentes de Fundos de Desativação, Restauração e Reabilitação 637/10 1.288/10
Ambiental
15 Passivo Decorrente de Participação em um Mercado Específico – Resíduos de Equipamentos 638/10 1.289/10
Eletroeletrônicos
16 Extinção de passivos financeiros com instrumentos patrimoniais 652/10 1.316/10
Ainda não editada:
14 Cotas de Cooperados em Entidades Cooperativas e Instrumentos Similares – –

(a) O
 Pronunciamento Técnico tem aplicação obrigatória em 2010 apenas nas demonstrações financeiras consolidadas da Seguradoras, sendo aplicado para as demonstrações financeiras
individuais apenas a partir de 1/1/2011.
(b) O
 CPC 14 foi aprovado pela Deliberação CVM no 566/08 e pela Resolução CFC no 1.153/09. Em 2009, o CPC 14 (revisado) foi submetido a processo de audiência pública.
Em decorrência desse processo de audiência pública em conjunto com os CPCs 38, 39 e 40, foi decidido não emitir o CPC 14 (revisado), revogar o CPC 14 (mantendo sua
aplicação somente para 2008 e 2009) e transformá-lo em orientação técnica, OCPC 03 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação.
(c) Pronunciamento ainda não emitido pelo CPC, pois a norma equivalente do IASB – International Accounting Standards Board está em processo de revisão.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 13


São esperadas modificações significativas nas CPC “00” – Estrutura Conceitual para a
demonstrações financeiras para o exercício findo em Elaboração e Apresentação das Demonstrações
31 de dezembro de 2010 com adoção obrigatória Financeiras
dos pronunciamentos, interpretações técnicas e Fornece diretrizes para a preparação e apresentação
orientações técnicas editados pelo CPC. Cada uma das demonstrações financeiras, em linha com o
dessas normas apresenta determinados aspectos que Framework for the Preparation and Presentation
refletem essas modificações, visando harmonizar as of Financial Statements emitido pelo International
práticas contábeis adotadas no Brasil com as IFRSs. Accounting Standards Board - IASB. Os principais
impactos com relação à estrutura conceitual contábil
O CPC divulgou em 2010 um documento denominado brasileira até então vigente são a prevalência da
“Documentos do CPC – Destaques”, com um sumário essência econômica sobre a forma jurídica na
do conteúdo de cada pronunciamento contendo interpretação dos fatos passíveis de registro contábil
alguns itens que poderão impactar de maneira e o direcionamento das normas para serem baseadas
mais significativa as demonstrações financeiras das em princípios e não em regras.
entidades.
CPC 01 (R1) – Redução ao Valor Recuperável de
Com base nesse documento, apresentamos Ativos (Impairment)
abaixo algumas considerações sobre cada um Um ativo está desvalorizado quando seu valor
dos pronunciamentos, orientações técnicas e contábil excede seu valor recuperável. A entidade
interpretações técnicas editados pelo CPC. Essas deve avaliar no mínimo a cada exercício social, através
considerações não substituem a leitura integral das de documentação formal, se há alguma indicação
normas editadas nem tratam de outros aspectos de que um ativo possa ter sofrido desvalorização.
contidos nelas, que embora não relacionados Se houver alguma indicação, a entidade deve apurar
aqui podem impactar, de maneira relevante, as o valor recuperável do ativo e, se necessário, uma
demonstrações financeiras. provisão para ajuste ao valor de recuperação dos

14
ativos deverá ser reconhecida em contrapartida no Controladas de uma entidade consideradas
resultado do exercício. Para o goodwill (ágio por dependentes no exterior (cuja moeda funcional seja
expectativa de rentabilidade futura) e outros ativos a mesma da controladora):
intangíveis com vida útil indefinida deve ser apurado a) Foi eliminada a obrigatoriedade de ter seus ativos,
o valor recuperável no mínimo a cada exercício social, passivos e resultado integrados às demonstrações
independentemente de indicação de desvalorização. financeiras individuais da matriz; e
b) A s variações cambiais do investimento líquido em
O valor recuperável é geralmente apurado como segue: controladas dependentes no exterior deverão ser
 reportadas como receita ou despesa financeira do
Ativos cuja realização seja por recebimento ou período.
venda: o valor recuperável é o valor que a entidade
estima que provavelmente receberá, líquido das Controladas de uma entidade consideradas
despesas com vendas se for o caso, o que implicará independentes no exterior: as variações cambiais
constituição de provisão para créditos de liquidação de investimento líquido em controlada independente
duvidosa, aplicação da regra do “custo ou mercado, no exterior, cuja moeda funcional seja diferente
dos dois o menor” e outros procedimentos e/ou da controladora, devem ser registradas em conta
critérios semelhantes. específica do patrimônio líquido na investidora e
nas demonstrações financeiras consolidadas, sendo
Ativo classificado como um ativo financeiro: o valor reconhecidas no resultado apenas quando da venda
recuperável deve ser definido conforme o CPC 38. ou baixa do investimento líquido.

Ativos destinados ao uso: o maior entre o valor Quando é feita a conversão das demonstrações
líquido de venda ou o valor em uso (valor em uso é o financeiras para uma moeda de apresentação que não
valor presente dos fluxos de caixa esperados a serem é a moeda funcional, as diferenças cambiais sobre o
gerados por esse ativo). patrimônio líquido e o resultado são reconhecidas em
“outros resultados abrangentes” no patrimônio líquido
Quando não é possível determinar o valor recuperável para transferência ao resultado apenas quando da
de um determinado ativo, a entidade deve determinar baixa do investimento. Há divulgações específicas a
o valor recuperável da unidade geradora de caixa que serem feitas sobre qual a moeda funcional utilizada e
contém o ativo, já que pode ser que um único ativo sobre os ativos e passivos mantidos em outra moeda.
não tenha, sozinho, capacidade de produzir fluxos de
caixa. As perdas por desvalorização, com exceção do CPC 03 (R2) – Demonstração dos Fluxos de Caixa
goodwill, podem ser revertidas em certos casos. Alguns aspectos dessa demonstração são:

CPC 02 (R2) – Efeitos das Mudanças Definição de equivalentes de caixa: (i) tem
nas Taxas de Câmbio e Conversão de conversibilidade imediata (por exemplo, três meses
Demonstrações Financeiras ou menos, a contar da data da aquisição) em
Esclarece o registro de transações em moeda montante conhecido de caixa; (ii) estão sujeitos a
estrangeira e de operações no exterior nas um insignificante risco de mudança de valor; (iii) são
demonstrações financeiras de uma entidade no Brasil, mantidos com a finalidade de atender a compromissos
assim como o registro das variações cambiais dos de caixa de curto prazo e não para investimento ou
ativos e passivos em moeda estrangeira. Também outros propósitos; (iv) instrumentos patrimoniais que
aborda a questão de conversão das demonstrações sejam substancialmente equivalentes de caixa, como,
financeiras de uma entidade de uma moeda para por exemplo, certificados de depósito bancários que
outra. Entre as revisões realizadas sobre o CPC 02, tenham prazo definido de resgate e cujo prazo atenda
podem ser destacadas: à definição de curto prazo; e (iv) saldos bancários a

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 15


descoberto são incluídos como componente de caixa d) G
 anhos e perdas não realizados resultantes
e equivalentes de caixa se compõem parte integral da de mudanças nas taxas de câmbio de moedas
gestão de caixa da entidade. estrangeiras não são fluxos de caixa. Todavia,
o efeito das mudanças nas taxas de câmbio
Alteração da participação em controlada e em sobre caixa e equivalentes de caixa, mantidos ou
outros negócios envolvendo caixa: devidos em moeda estrangeira, é apresentado
a) Se decorrente da obtenção ou da perda de controle, na demonstração dos fluxos de caixa, a fim de
deve ser apresentada separadamente e classificada conciliar o caixa e equivalentes de caixa no começo
como atividades de investimento. e no fim do período. Esse valor é apresentado
b) A entidade deve divulgar a obtenção ou a perda separadamente dos fluxos de caixa das atividades
do controle de controladas ou outros negócios operacionais, de investimento e de financiamento e
durante o período considerando: (a) o montante inclui as diferenças, se existirem, caso tais fluxos de
total pago ou recebido na obtenção ou perda do caixa tivessem sido divulgados às taxas de câmbio
controle; (b) a parcela total de compra paga ou do fim do período.
de venda recebida em caixa e em equivalentes de e) D
 ivulgação de informações adicionais: (a) linhas
caixa; (c) o montante de caixa e equivalentes de de crédito obtidas, mas não utilizadas; (b) valor
caixa de controladas sobre o qual o controle foi dos fluxos de caixa das atividades operacionais, de
obtido ou perdido; e (d) o montante dos ativos e investimento e de financiamento para cada segmento
passivos, exceto caixa e equivalentes de caixa, das de negócio ou geográfico; e (c) montante total de
controladas sobre o qual o controle foi obtido juros, dividendos e juros sobre o capital próprio,
ou perdido. pagos e recebidos, bem como o montante total do
c) Os fluxos de caixa advindos de mudanças no imposto de renda e da contribuição social pagos.
percentual de participação em controlada que
não resultem na perda do controle devem ser CPC 04 (R1) – Ativos Intangíveis
classificados como fluxos de caixa das atividades Um ativo intangível é um ativo não monetário
de financiamento. identificável sem substância física, que deverá ser
reconhecido somente quando for provável que os
Apresentação: benefícios econômicos futuros esperados atribuíveis
a) Fluxos de caixa subdivididos em atividades ao ativo serão gerados em favor da entidade e o custo
operacionais, atividades de investimento e do ativo puder ser mensurado com segurança.
atividades de financiamento.
b) Total de juros e imposto de renda/contribuição Ativos intangíveis gerados internamente em geral
social pagos: tratamento-padrão é classificar juros não são passíveis de reconhecimento, especialmente
pagos e recebidos e imposto de renda/contribuição o ágio por expectativa de rentabilidade futura
social pagos como fluxo de caixa das atividades (goodwill), cujo reconhecimento, quando gerado
operacionais. internamente, é vedado.
c) Transações de investimento e financiamento que
não envolvem o uso de caixa ou equivalentes Os ativos intangíveis são inicialmente reconhecidos
de caixa devem ser excluídas da demonstração ao custo e podem ter vida útil definida ou indefinida.
dos fluxos de caixa. Tais transações devem ser O CPC 04 (R1) requer, ainda, que os conceitos do CPC
divulgadas nas notas explicativas. 01 (impairment) sejam aplicados aos ativos intangíveis
para avaliação de eventual necessidade de provisão
para ajuste ao seu valor recuperável.

16
Para os ativos intangíveis gerados internamente, disponíveis para uso público, o nome da controladora
gastos com pesquisas de produto, processo, mercado, do nível seguinte, se houver, deve ser divulgado. A
por exemplo, não podem ser registrados como parte entidade deve divulgar a remuneração do pessoal-
do custo do ativo. Os gastos com desenvolvimento chave da Administração no total, bem como para cada
podem ser registrados como parte do custo do uma das possíveis categorias (quer como benefícios,
ativo em algumas circunstâncias. As despesas pré- quer como outro tipo de remuneração).
operacionais não se enquadram na definição de ativo
intangível e portanto não podem mais ser ativadas. Divulgação: se tiver havido transações entre partes
relacionadas, a entidade deve divulgar a natureza do
Adicionalmente, não existe mais a figura do ativo relacionamento, as informações sobre as transações e
diferido. Entretanto, foi adotada uma regra de os saldos existentes, bem como as condições de sua
transição que permite manutenção dos ativos realização. Também deve ser avaliado se membros
registrados anteriormente, de tal forma que o saldo próximos à família (filhos, cônjuge e seus filhos,
existente em 31 de dezembro de 2008 no ativo companheiro e seus filhos e dependentes) podem
diferido que, pela sua natureza, não puder ser alocado ou não exercer influência ou ser influenciados com
a outro grupo de contas, poderá permanecer no ativo relação aos negócios da entidade.
sob essa classificação até sua completa amortização,
sujeito à análise de recuperação (impairment). CPC 06 (R1) – Operações de Arrendamento
Mercantil
O ativo intangível de vida útil indefinida não é mais Arrendamento operacional:
amortizado (como no caso do goodwill), sendo a) Não transfere substancialmente todos os riscos e
somente sujeito ao teste de impairment. benefícios inerentes à propriedade.
b) D evem ser reconhecidos como despesa na base
Divulgação: (i) segregar ativos intangíveis gerados da linha reta durante o prazo do arrendamento
internamente dos demais; (ii) divulgar a vida útil mercantil, exceto se outra base sistemática for mais
definida (informar prazos, métodos e taxas de representativa do padrão temporal do benefício
amortização) e indefinida; (iii) valor bruto, amortização do usuário.
acumulada, movimentação (adições, baixas, provisões,
reversões, etc.); (iv) segregar as classes de ativos Arrendamento mercantil financeiro:
conforme natureza e utilização; e (v) informações sobre a) Transfere substancialmente todos os riscos e benefícios
a origem desse ativo (combinações de negócios, etc.). inerentes à propriedade do ativo arrendado.
b) O  s arrendatários devem reconhecer, em contas
CPC 05 (R1) – Divulgação sobre Partes específicas, os arrendamentos mercantis financeiros
Relacionadas como ativos e passivos nos seus balanços por
Deve ser observada a relação com controle e com quantias iguais ao valor justo da propriedade
a gestão da entidade para ser considerada parte arrendada ou, se inferior, ao valor presente dos
relacionada. São partes relacionadas as vinculadas pagamentos mínimos do arrendamento mercantil,
por controle (direto, indireto, em conjunto ou determinados no início do arrendamento mercantil.
controle comum), influência significativa, parentesco c) T ransfere a propriedade do ativo para o arrendatário
ou relacionamento com pessoal-chave da entidade no fim do prazo do arrendamento mercantil.
ou de sua controladora. Os relacionamentos entre d) O  arrendatário tem a opção de comprar o ativo
controladora e controladas, ou investidor e coligadas, por um preço que se espera ser suficientemente
devem ser divulgados independentemente de ter mais baixo que o valor justo na data em que a
havido transações entre essas partes relacionadas. Se opção se torne exercível, de forma que, no início do
a entidade controladora direta e a parte controladora arrendamento mercantil, seja razoavelmente certo
final não prepararam demonstrações financeiras que a opção será exercida.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 17


e) O  prazo do arrendamento mercantil refere-se à Subsídio em empréstimo é reconhecido como
maior parte da vida econômica do ativo mesmo que subvenção governamental quando há segurança de
a propriedade não seja transferida. que a entidade cumprirá os compromissos assumidos.
f) No início do arrendamento mercantil, o valor
presente dos pagamentos mínimos do arrendamento A subvenção governamental deve ser reconhecida
mercantil totaliza pelo menos substancialmente todo como receita, ao longo do período, confrontada com
o valor justo do ativo arrendado. as despesas que se pretende compensar, em base
g) Os ativos arrendados são de natureza especializada sistemática, desde que atendidas as condições do
de tal forma que apenas o arrendatário pode usá- Pronunciamento.
los sem grandes modificações.
h) S e o arrendatário puder cancelar o arrendamento A subvenção governamental não pode ser registrada
mercantil, as perdas do arrendador associadas ao diretamente no patrimônio líquido, como era a prática
cancelamento são suportadas pelo arrendatário. contábil adotada anteriormente no Brasil. Não mais
i) Os ganhos ou as perdas da flutuação no valor justo existe essa reserva de capital, a não ser nos casos
do valor residual são atribuídos ao arrendatário. de saldos remanescentes, conforme autorização
j) O arrendatário tem a capacidade de continuar o normativa da CVM.
arrendamento mercantil por um período adicional
com pagamentos que sejam substancialmente Isenções ou reduções de tributos que tenham a
inferiores ao valor de mercado. característica ou a tipificação legal de incentivos fiscais
(como o caso das aplicações em áreas incentivadas)
Deve-se atentar para transações específicas são reconhecidas como subvenções governamentais
quando do tratamento do arrendamento mercantil no resultado das entidades, atendidos os requisitos
como terrenos, edifícios, leaseback, operação estabelecidos, e não mais no patrimônio líquido.
descontinuada, ativos mantidos para a venda, etc. Portanto, devem ser registradas pelo valor bruto do
tributo como se devido fosse, em contrapartida à
Divulgação: (i) para cada categoria de ativo, valor receita de subvenção equivalente.
contábil líquido no fim do período; (ii) conciliação
entre o total dos futuros pagamentos mínimos do Impacto especial existe no caso das subvenções, via
arrendamento mercantil no fim do período e o seu financiamentos, de pagamento de tributos com taxas
valor presente para os saldos até um ano, mais de não de mercado. Nessa situação, o ajuste a valor
um ano e até cinco anos e mais de cinco anos; (iii) presente do benefício deve ser considerado uma
pagamentos contingentes reconhecidos como despesa subvenção.
durante o período; e (iv) descrição geral dos acordos
materiais de arrendamento mercantil do arrendatário Divulgação: (i) a política contábil adotada para as
(condições de pagamento, renovação, reajustes, subvenções governamentais, incluindo os métodos
restrições, etc.). de apresentação adotados nas demonstrações
financeiras; (ii) a natureza e a extensão das subvenções
CPC 07 (R1) – Subvenção e Assistência governamentais ou assistências governamentais
Governamentais reconhecidas e uma indicação de outras formas de
A subvenção governamental, inclusive subvenção não assistência governamental de que a entidade tenha
monetária a valor justo, não deve ser reconhecida até diretamente se beneficiado; e (iii) condições a serem
que exista segurança de que: (i) a entidade cumprirá regularmente satisfeitas e outras contingências
todas as condições estabelecidas; e (ii) a subvenção ligadas à assistência governamental que tenha sido
será recebida. reconhecida.

18
CPC 08 (R1) – Custos de Transação e Prêmios CPC 10 (R1) – Pagamento Baseado em Ações
na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários Os efeitos das transações de pagamento baseado
Os gastos com emissão de ações e outros em ações deverão estar refletidos nas demonstrações
instrumentos patrimoniais não são mais registrados financeiras.
como despesas, e sim como redução do valor
captado, em conta específica (conta redutora) do A entidade deve reconhecer os produtos, ou os
patrimônio líquido; serviços, recebidos ou adquiridos em transação
de pagamento baseado em ações quando obtiver
São encargos financeiros, a serem apropriados ao os produtos ou à medida que receber os serviços.
longo do tempo, não só as despesas de juros e variação Em contrapartida, a entidade deve reconhecer o
monetária, mas também todos os gastos incrementais correspondente aumento do patrimônio líquido em
vinculados à operação da captação dos recursos, conta de instrumentos patrimoniais por pagamento
como os com viagens, consultores, advogados, baseado em ações se os produtos ou serviços forem
intermediadores, prospectos, etc. Os gastos incorridos recebidos em transação de pagamento baseado em
são reconhecidos como conta redutora do passivo, ações que será liquidada em ações (ou com outros
de modo que o passivo original corresponda ao valor instrumentos patrimoniais). No entanto, a entidade
líquido recebido, e a apropriação pelo tempo do deve reconhecer um passivo se a transação for
contrato ocorrerá pelo método da taxa efetiva de juros. liquidada em dinheiro (ou com outros ativos).

Não mais existe o reconhecimento direto no Essa norma também é aplicável nas transações com
patrimônio líquido dos prêmios nas emissões de pagamento baseado em ações entre entidades
debêntures. Estes passam a ser registrados como do mesmo Grupo. Nessa situação, nas suas
redutores dos encargos financeiros ao longo do prazo demonstrações contábeis separadas ou individuais,
das debêntures. Não mais existe essa reserva de a entidade beneficiária dos produtos ou serviços
capital, a não ser nos casos de saldos remanescentes, deve mensurar os produtos ou serviços recebidos
conforme autorização normativa da CVM. como transação com pagamento baseado em ações
liquidada em instrumentos patrimoniais ou como
Divulgação: (i) a identificação de cada processo de transação com pagamento baseado em ações
captação de recursos, agrupando-os conforme sua liquidada em caixa.
natureza; (ii) o montante dos custos de transação
incorridos em cada processo de captação; (iii) o O valor da despesa é definido pelo valor justo (valor
montante de quaisquer prêmios obtidos no processo estimado de mercado) da opção no dia do início do
de captação de recursos por intermédio da emissão contrato e é apropriado como despesa ao resultado
de títulos de dívida ou de valores mobiliários; (iv) a pelo prazo do contrato (custo de oportunidade no
taxa efetiva de juros (TIR) de cada operação; e (v) o início do contrato).
montante dos custos de transação e prêmios (se for
o caso) a serem apropriados ao resultado em cada A contrapartida da despesa nesses casos de stock
período subsequente. options deve ser registrada diretamente em conta
do patrimônio líquido. No caso de o benefício do
CPC 09 – Demonstração do Valor Adicionado – DVA contrato ser pago em dinheiro, a contrapartida
A DVA transformou-se em demonstração obrigatória deverá ser no passivo e o valor total da despesa
para as companhias abertas no Brasil, sendo opcional corresponderá à diferença entre o valor de mercado
para as demais entidades (a menos que haja exigência da ação no dia do exercício da opção e o valor que
específica de órgão regulador). A DVA não está seria o da sua integralização, caso não houvesse o
prevista nas normas internacionais de relatório pagamento em dinheiro.
financeiro (IFRSs).

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 19


O Pronunciamento se aplica também à aquisição de Entre outras exigências, o Pronunciamento requer
bens e serviços, mediante pagamento com emissão que os produtos comercializados sejam avaliados e
de ações ou cotas, com ou sem o uso de opções; classificados como produtos de investimentos e produtos
aquisição essa a ser reconhecida conforme sua de seguros. No caso de produtos de investimentos, o
natureza e regras contábeis específicas. pronunciamento a ser adotado é o CPC 38.

Divulgação: (i) a descrição de cada tipo de acordo O Pronunciamento isenta temporariamente a seguradora
com pagamento baseado em ações que vigorou em de algumas implicações dos critérios da norma contábil
algum momento do período, incluindo, para cada vigente sobre “Práticas Contábeis, Mudanças nas
acordo, os termos e as condições gerais (requisitos Estimativas Contábeis e Correção de Erros”.
de aquisição de direito, prazo máximo das opções
outorgadas e método de liquidação); (ii) a quantidade Divulgação: (i) os valores em suas demonstrações
e o preço médio ponderado de exercício das opções financeiras resultantes de contratos de seguro; e (ii)
de ações para cada um dos grupos de opções (em a natureza e a extensão dos riscos originados por
circulação no início do período, outorgadas durante contratos de seguro (riscos, políticas, processos de
o período, com direito prescrito durante o período, gestão, exposição, etc.).
exercidas durante o período, expiradas durante o
período, em circulação no fim do período e exercíveis CPC 12 – Ajuste a Valor Presente – AVP
no fim do período); (iii) para as opções de ações em Não existe uma norma equivalente emitida pelo
circulação no fim do período, a faixa de preços de IASB pois o conceito de registro das transações pelo
exercício e a média ponderada da vida contratual seu valor presente é tratado em outras normas, que
remanescente; (iv) avaliar as divulgações previstas também foram editadas no Brasil.
no CPC 10 (R1) quando a entidade tiver mensurado
o valor justo dos produtos ou serviços recebidos Ativos não monetários, receitas e despesas são
indiretamente, para outros instrumentos patrimoniais normalmente afetados por esses ajustes, com efeitos
outorgados durante o período, para os acordos com de redução deles (compra de imóveis a prazo, venda de
pagamento baseado em ações que tenham sido ativos a médio e a longo prazo, etc.), algumas vezes com
modificados durante o período e para a entidade efeitos relevantes, não só no caso de certas transações
que tiver mensurado diretamente o valor justo dos na atividade imobiliária, mas em outras também.
produtos ou serviços recebidos durante o período.
A aplicação do conceito de ajuste a valor presente
CPC 11 – Contratos de Seguro resulta no reconhecimento de receitas e despesas
Aplicado no Brasil às companhias seguradoras financeiras no decorrer do tempo, até a realização
(aplicação obrigatória em 2010 apenas nas final do recebível ou liquidação do exigível.
demonstrações financeiras consolidadas da
Seguradoras, sendo aplicado para as demonstrações Impostos diferidos ativos e passivos não podem ser
financeiras individuais apenas a partir de 1º de janeiro ajustados a valor presente.
de 2011 por determinação da Superintendência de
Seguros Privados – SUSEP). Mas deve-se atentar Divulgações específicas sobre os elementos
para o fato de que pode haver contratos que se patrimoniais afetados, as taxas utilizadas, as premissas
configurem, na essência, como contratos de seguro, tomadas para a definição dessas taxas e outras
mesmo entre entidades não seguradoras. informações são exigidas.

20
Principais considerações para o calculo do AVP: CPC 13 – Adoção Inicial da Lei nº 11.638/07 e
a) Deve ser calculado no momento inicial da operação. da Medida Provisória nº 449/08
b) Deve ser utilizada taxa de desconto que reflita Não comentado por ter seus efeitos cessados.
a natureza, os prazos e os riscos relacionados à
transação. CPC 14 – Instrumentos Financeiros:
c) A aplicação do AVP deve ser realizada inclusive para Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação
saldos que não estejam mais em aberto, mas que (revogado a partir de 2010)
afetaram o resultado. Esse documento foi substituído, a partir de 2010,
d) Saldos de tributos (estaduais e federais) apresentam pelos CPCs 38, 39 e 40. Portanto, está em vigência
características específicas que devem ser avaliadas apenas até o final de 2009. Por outro lado, visando
conforme o CPC 12 (R1). atender às entidades com operações financeiras não
e) T ributos federais atualizados pela taxa SELIC são complexas, foi emitida a OCPC 03, que praticamente
equivalentes ao valor presente e, portanto, não repete seu teor e que entra em vigor a partir da
requerem ajuste adicional. cessação da vigência deste CPC 14.
f) Não se aplica o valor presente ao Programa de
Recuperação Fiscal – REFIS e a outros parcelamentos CPC 15 – Combinação de Negócios
devido às incertezas no cumprimento de todas Pronunciamento aplicável para transações que
as condições (Instrução CVM nº 346/00); apenas envolvam combinação de negócios, definida como
divulgar em nota explicativa. uma operação, ou outro evento, por meio do qual um
g) Empréstimos, financiamentos e mútuos com adquirente obtém o controle de um ou mais negócios,
encargos diferentes das atuais taxas de mercado independentemente da forma jurídica da operação.
não estão sujeitos ao AVP.
Diversas definições e conceitos novos trazidos implicam
Divulgação: (i) descrição pormenorizada do item grande modificação nas práticas contábeis brasileiras:
objeto da mensuração a valor presente, natureza • Sempre haverá um adquirente, ou seja, tem de
de seus fluxos de caixa (contratuais ou não) e, se existir uma entidade que obtenha o controle da
aplicável, o seu valor de entrada cotado a mercado; adquirida ou que mais se assemelhe a isso.
(ii) premissas utilizadas pela administração, taxas • Tem de haver alocação do preço de compra, na data
de juros decompostas por prêmios incorporados e da aquisição, do valor justo aos ativos e passivos
por fatores de risco (risk free, risco de crédito, etc.), identificáveis, inclusive intangíveis.
montantes dos fluxos de caixa estimados ou séries de • Para incorporação ou fusão de sociedades, em que haja
montantes dos fluxos de caixa estimados, horizonte a efetiva mudança de controle, e que a transação não
temporal estimado ou esperado, expectativas em seja entre entidades sob controle comum, a entidade
termos de montante e temporalidade dos fluxos adquirente deve ajustar a posição patrimonial da
(probabilidades associadas); (iii) modelos utilizados adquirida na data de aquisição para refletir seus ativos
para cálculo de riscos e inputs dos modelos; (iv) breve e passivos tais como reconhecidos e mensurados em
descrição do método de alocação dos descontos e conformidade com o CPC 15. A contrapartida desse
do procedimento adotado para acomodar mudanças ajuste é na conta “Ajustes de avaliação patrimonial”.
de premissas da Administração; (v) propósito da • Preço de compra: além de eventual valor pago
mensuração a valor presente, se para reconhecimento em caixa ou equivalente de caixa, também inclui
inicial ou nova medição e motivação da Administração contraprestação contingente avaliada a valor justo e
para levar a efeito tal procedimento; e (vi) outras exclui custos da transação, ativos de indenização e
informações consideradas relevantes. direitos readquiridos, mensurados separadamente.
• Ágio por expectativa de rentabilidade futura
(goodwill): é a parcela residual após a alocação do
preço de compra referida no item anterior.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 21


• Mais-valia: é a diferença entre o valor justo e o valor para conferir aos proprietários da controladora
contábil dos ativos e passivos do negócio adquirido legal o mesmo percentual de participação societária
e é reconhecida em conta própria a ser baixada da entidade combinada que resulta da aquisição
conforme a baixa desses ativos e passivos. Esses reversa. O valor justo calculado dessa forma pode
valores passam a compor o valor contábil do negócio ser usado como o valor justo da contraprestação
adquirido e não se denominam mais como ágio. transferida em troca do controle da adquirida
• Deságio: se houver e for comprovado, deve ser contábil. As demonstrações financeiras consolidadas
reconhecido no resultado da entidade adquirente. preparadas após uma aquisição reversa são emitidas
Aqueles saldos que não puderem ser classificados em nome da controladora legal (adquirida contábil),
como redução do saldo de algum ativo ou como porém descritas em notas explicativas como sendo
passivo relacionado à entidade adquirida devem ser uma continuação das demonstrações financeiras
baixados e registrados a crédito de lucros (prejuízos) da controlada legal (adquirente contábil), com um
acumulados, por mudança de prática contábil ajuste – deve-se ajustar retroativamente o capital
(consultar a ICPC 09 sobre regras de transição para legal do adquirente contábil para refletir o capital
os deságios em aberto na data de adoção inicial do legal da adquirida contábil.
CPC 15).
• Participação dos não controladores: opcionalmente Divulgação: (i) dados da empresa adquirida; (ii)
para cada aquisição pode ser avaliada ao valor data da aquisição; (iii) percentual votante adquirido;
justo ou pelo valor proporcional de participação (iv) descrição de como se compõe o ágio; (v)
nos ativos líquidos na data da combinação de apresentação do valor justo; e (vi) outras informações
negócios, deve ser demonstrada como componente relevantes que forem necessárias.
do patrimônio. As transações societárias entre
acionistas, após a combinação de negócios, e que CPC 16 (R1) – Estoques
não alteram a situação de controle da adquirida são Este pronunciamento determina a obrigação do
registradas diretamente no patrimônio líquido sem uso do conceito de volume normal de produção na
efeitos no resultado. alocação dos custos fixos na atividade de produção
• Em aquisição feita em etapas: a combinação ocorre de bens ou de serviços, que é aquele que se espera
na etapa em que se dá a aquisição do controle. O atingir, em média, ao longo de vários períodos, ou
adquirente reavalia sua participação anterior na de períodos sazonais, e, em circunstâncias normais,
adquirida pelo valor justo na data de aquisição do levando-se em consideração a não-utilização da
controle e reconhece no resultado do período o capacidade total instalada resultante da manutenção
ganho ou a perda resultante. Aquisições posteriores planejada, das férias coletivas programadas, etc.
são consideradas transações entre sócios, com
eventuais diferenças entre os valores pagos e valores Os custos fixos relativos à capacidade não utilizada,
de livros, impactando diretamente o saldo de em virtude de volume de produção inferior ao normal,
conta específica no patrimônio líquido, de maneira devem ser registrados como despesas no período em
semelhante a “ações em tesouraria”, não gerando que são incorridos, não podendo ser alocados aos
mais goodwill ou ganho por compra vantajosa. estoques.
• Aquisição reversa: ocorre quando a entidade que
emite os títulos é identificada como a adquirida para O uso do critério “último a entrar, primeiro a sair –
fins contábeis. O valor justo, na data de aquisição, UEPS” (ou “LIFO” em inglês) para avaliação de estoques
da contraprestação transferida pelo adquirente não é permitido. Não se pode utilizar margem de lucro
contábil pela sua participação na adquirida deve estimada para cálculo do valor líquido de realização, e
ser baseado no número de instrumentos de não é permitido redução ao valor realizável líquido de
participação societária (quantidade de ações, por matérias-primas e materiais de consumo quando for
exemplo) que a controlada legal deveria ter emitido previsível que os produtos acabados, em que eles serão

22
utilizados, serão vendidos pelo custo ou acima do CPC 18 – Investimento em Coligada e em
custo. Exigência da aplicação dos mesmos princípios Controlada
aos estoques de serviços em andamento. O conceito de coligada é um investimento em
entidade sobre a qual se tenha influência significativa,
Divulgação: (i) políticas contábeis, incluindo formas presumindo-se a existência dessa influência se a
e critérios de valoração utilizados; (ii) classificação participação for de, pelo menos, 20% do capital
dos estoques em grupos (almoxarifado, matéria- votante.
prima, produto em processo e produto acabado);
(iii) estoques em que a expectativa de realização seja Todo investimento em coligada e em controlada
maior do que um ano da data do balanço; (iv) valores (nesse caso nas demonstrações financeiras
reconhecidos no resultado do exercício em razão de individuais da controladora), é avaliado pelo
provisão da não-realização dos estoques, ou pela método de equivalência patrimonial, com base em
reversão de uma provisão constituída; e (v) valores demonstrações financeiras preparadas sob as mesmas
dos estoques penhorados que foram dados como práticas contábeis adotadas pela investidora.
garantia de uma obrigação.
É obrigatória a consolidação das demonstrações
CPC 17 – Contratos de Construção financeiras quando da existência de controlada,
Quando a conclusão do contrato de construção puder independentemente de a controladora ser companhia
ser confiavelmente estimada, a receita, e a despesa aberta ou não, com raríssimas exceções.
associada ao contrato de construção, devem ser
reconhecidas tomando como base a proporção do Nas demonstrações financeiras individuais da
trabalho executado até a data do balanço, ou seja, controladora, a diferença entre o valor de aquisição
o lucro deve ser reconhecido proporcionalmente à de um investimento e o valor contábil conforme o
execução do trabalho. Mas, se houver expectativa de patrimônio líquido da adquirida é segregada em
prejuízo, ele deve ser reconhecido na sua totalidade duas parcelas, considerando, para essa divisão,
estimada imediatamente no resultado, antes mesmo o valor justo dos ativos e passivos proporcionais
da execução completa do trabalho. adquiridos e o valor do goodwill – ágio decorrente
de rentabilidade futura. A parte do goodwill não é
Quando o encerramento de contrato de construção amortizada e a outra é baixada proporcionalmente
não puder ser confiavelmente estimado, a receita é aos ativos e passivos que lhe deram origem, mas
reconhecida até o ponto em que for provável que ambas são apresentadas no balanço patrimonial
os custos incorridos do contrato serão recuperados, como parte do investimento, sem que haja qualquer
e os custos do contrato devem ser reconhecidos registro nos ativos, inclusive no ativo intangível, nas
como despesa no período em que são incorridos, ou demonstrações financeiras individuais.
seja, não há reconhecimento do lucro até que essa
incerteza seja retirada. O Pronunciamento não permite ao investidor deixar
de aplicar o método de equivalência patrimonial
Divulgação: (i) o montante do contrato reconhecido quando sua coligada ou controlada estiver operando
como receita do período; (ii) os métodos usados para sob severas restrições, as quais afetam sua capacidade
determinar a receita do contrato reconhecida no de transferir fundos ao investidor, caso este continue
período; (iii) os métodos usados para determinar a a ter influência significativa sobre tal coligada ou
fase de execução dos contratos em curso; e (iv) para controle sobre a controlada. A aplicação do método
contratos em curso, divulgar a quantia agregada de de equivalência patrimonial cessa somente após
custos incorridos e lucros reconhecidos (menos perdas o investidor perder a influência significativa ou o
reconhecidas) até a data e a quantia de adiantamentos controle.
recebidos e a quantia de retenções.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 23


O resultado da equivalência patrimonial corresponde coligada e da controlada utilizadas para aplicação
à participação da investidora no resultado da coligada do método de equivalência patrimonial, quando
e da controlada. A participação sobre as mutações divergentes das do investidor, e as razões pelo uso de
patrimoniais na investida derivadas de outros data ou período diferente; (v) a natureza e a extensão
resultados abrangentes reconhecidos diretamente de quaisquer restrições significativas; (vi) a parte
no patrimônio líquido da investida deve também ser não reconhecida nos prejuízos da coligada, quando
reconhecida diretamente no patrimônio líquido da for o caso; (vii) informações financeiras resumidas
investidora e, não, no resultado. das coligadas e controladas cujos investimentos não
foram contabilizados pelo método de equivalência
Os investimentos em coligadas e em controladas patrimonial, individualmente ou em grupo; (viii) a
contabilizados pelo método de equivalência excepcionalíssima situação que possa fazer com que
patrimonial devem ser classificados como ativos o lucro líquido e/ou o patrimônio líquido do balanço
não circulantes, no subgrupo Investimentos. A parte individual da controladora não sejam os respectivos
do investidor nos resultados do período dessas valores de seu balanço consolidado, quando este
coligadas e controladas (demonstrações individuais) é elaborado conforme as normas internacionais
e o valor contábil desses investimentos devem ser de contabilidade, como é o caso de alguma
evidenciados separadamente. A parte do investidor determinação ou permissão legal para o balanço
nas eventuais operações descontinuadas de tais individual que não se aplique à demonstração
coligadas e controladas também deve ser divulgada consolidada (por exemplo, o ativo diferido); (ix)
separadamente. a parte do investidor nas alterações dos outros
resultados abrangentes contabilizados pela coligada e
Os resultados decorrentes de transações de venda pela controlada deve ser reconhecida pelo investidor
de ativos do controlador (incluindo suas controladas) também como outros resultados abrangentes
para uma controlada (transações descendentes) e no diretamente no patrimônio líquido; e (x) passivos
sentido inverso (transações ascendentes) devem ser contingentes devem ser divulgados conforme
totalmente eliminados. CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos
Contingentes.
No caso de o patrimônio líquido da coligada tornar-se
negativo, o prejuízo só é reconhecido pela investidora Aspectos complementares são tratados na ICPC 09.
na extensão em que a investidora se responsabilize,
legalmente ou por obrigação não formalizada, em CPC 19 – Investimento em Empreendimento
fazer pagamentos a terceiros por conta da coligada. Controlado em Conjunto (Joint Venture)
No caso dessa situação em controlada, a controladora No Brasil as controladas em conjunto
reconhece, em seu balanço individual, provisão por conta obrigatoriamente devem adotar a consolidação
desse patrimônio líquido negativo a fim de ter o mesmo proporcional, não podendo adotar a alternativa de
resultado líquido e o mesmo patrimônio líquido que equivalência patrimonial como é permitida na norma
forem apresentados pelas demonstrações consolidadas. internacional (veja projeto de mudança do IASB na
página 72).
Divulgação: (i) o valor justo dos investimentos
em coligadas e controladas para os quais existam O Pronunciamento descreve diversas modalidades
cotações de preço divulgadas; (ii) informações para empreendimentos controlados em conjunto,
financeiras resumidas das coligadas e controladas; que não apenas participação no capital social de
(iii) as razões pelas quais foi desprezada a premissa uma investida. Assim, pode haver empreendimentos
de não-existência de influência significativa, quando controlados em conjunto quando se compartilham
for o caso; (iv) a data de encerramento do exercício apenas determinados ativos ou determinadas
social refletido nas demonstrações financeiras da operações.

24
No controle conjunto apenas de operações, os ativos CPC 20 – Custos de Empréstimos
pertencem diretamente aos empreendedores, que Os custos de empréstimos vinculados à aquisição,
reconhecem seus próprios ativos e suas próprias à construção ou à produção de ativos que
obrigações; cada um reconhece a receita e a despesa demandam um período de tempo substancial para
que lhe cabem no empreendimento. No caso de ficarem prontos, para seu uso ou venda, formam
ativos controlados em conjunto, cada empreendedor parte do custo de tais ativos. Custos de outros
reconhece a parte que lhe cabe nos ativos, nos empréstimos são reconhecidos como despesa
passivos e nas receitas e despesas do empreendimento e incluem as variações cambiais decorrentes de
controlado em conjunto. empréstimos em moeda estrangeira à medida que
elas são consideradas como ajustes, para mais ou
Na consolidação proporcional, o empreendedor para menos, do custo dos juros.
reconhece como seu ativo, seu passivo, sua receita e
sua despesa a parte que lhe cabe nesses elementos Com a aprovação do CPC 20, todas as entidades
na entidade controlada em conjunto, inexistindo a devem determinar a importância dos encargos
participação dos não controladores. As mutações na financeiros qualificáveis para a capitalização dos
forma de outros resultados abrangentes, reconhecidas custos, aplicando-se uma taxa de capitalização aos
diretamente no patrimônio líquido da entidade gastos com o ativo, na medida em que os recursos
controlada em conjunto, são reconhecidas também, de empréstimos são tomados para fins gerais e
na parte que lhe cabe em cada empreendedor, como usados para obter um ativo qualificável.
seu outro resultado abrangente e, não, no resultado.
À medida que a entidade toma emprestados recursos
No caso de alienação de ativos da investidora para a especificamente com o propósito de obter um ativo
controlada em conjunto, a investidora não reconhece qualificável, deve determinar o montante de custos
como lucro realizado a parte proporcional que detém dos empréstimos elegíveis para capitalização como
de participação na investida até a baixa do ativo nesta; sendo aquele incorrido sobre esses empréstimos
o mesmo se aplica no sentido inverso. durante o período necessário para completar a
aquisição, a construção ou a produção do ativo.
Divulgação: Além do método utilizado para
reconhecer o investimento nas entidades controladas À medida que a entidade toma recursos emprestados
em conjunto, deve-se divulgar: (i) passivos de maneira genérica e usa-os com o propósito de
contingentes; (ii) o valor total dos compromissos obter um ativo qualificável, a entidade deve utilizar
relacionados à sua participação em empreendimentos uma taxa de capitalização com base na média
controlados em conjunto, compromissos de aporte ponderada dos custos de empréstimos aplicáveis aos
de capital do empreendedor em relação à sua empréstimos da entidade que estiveram vigentes
participação no empreendimento controlado em durante o período.
conjunto; (iii) lista e a descrição das participações
em empreendimentos controlados em conjunto A entidade deve suspender a capitalização dos custos
relevantes, e a dimensão da relação de propriedade de empréstimos durante períodos extensos nos quais
nas participações mantidas em entidades controladas as atividades de desenvolvimento do ativo qualificável
em conjunto; e (iv) evidenciar a parte que lhe cabe são interrompidas e finalizar a capitalização dos custos
no montante total dos ativos circulantes, ativos de empréstimos quando substancialmente todas as
não circulantes, passivos circulantes, passivos não atividades necessárias ao preparo do ativo qualificável
circulantes, receitas e despesas do empreendimento para seu uso ou venda pretendidos estiverem
controlado em conjunto. concluídas.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 25


Divulgação: (i) o total de custos de empréstimos do período corrente e do período acumulado do
capitalizados durante o período; e (ii) a taxa de exercício social anterior com o qual se comparam.
capitalização usada na determinação do montante dos
custos de empréstimo elegível à capitalização. CPC 22 – Informações por Segmento
Aplicável apenas às companhias abertas ou em via de
CPC 21 – Demonstrações Financeiras se tornarem abertas.
Intermediárias
Com base no pressuposto de que qualquer Segmento operacional é um componente da entidade
usuário que leia as demonstrações financeiras que desenvolve atividades de negócio das quais pode
intermediárias também terá acesso às demonstrações obter receitas, e incorrer em despesas, cujos resultados
financeiras anuais mais recentes, nenhuma das operacionais são regularmente revistos pelo principal
notas explicativas das demonstrações financeiras gestor das operações da entidade e para o qual haja
anuais deve necessariamente ser repetida (mas sim informação financeira individualizada disponível.
atualizada, se for relevante) nas demonstrações
financeiras intermediárias, exceto quando se referem A entidade deve divulgar separadamente as
a explicações de eventos e a alterações que são informações sobre receita, lucro e ativos de cada
significativas para o entendimento das mudanças segmento operacional desde que superados os
da posição financeira e de desempenho da entidade parâmetros mínimos quantitativos determinados:
desde o final do último período de reporte. a) A receita do segmento operacional representa
10% ou mais da receita total (receita combinada),
A entidade deve aplicar as mesmas políticas contábeis incluindo vendas para clientes externos e vendas ou
aplicadas nas demonstrações financeiras anuais, com transferências entre os segmentos e/ou entre partes
exceção das mudanças de políticas contábeis feitas relacionadas.
depois das últimas demonstrações anuais. b) O valor absoluto do lucro/prejuízo do segmento
operacional é igual ou superior a 10% do maior
A frequência dos relatórios não deve afetar a valor absoluto entre o lucro combinado de todos
mensuração dos resultados anuais, com exceção do os segmentos operacionais que reportam lucro
impairment sobre o goodwill. ou prejuízo combinado de todos os segmentos
operacionais que reportam prejuízo ou ativos
O conteúdo mínimo de uma demonstração contábil identificáveis do segmento operacional são iguais
intermediária consiste nas seguintes demonstrações ou superiores a 10% dos ativos combinados de
completas ou condensadas: balanço patrimonial, todos os segmentos operacionais.
demonstração do resultado, demonstração do
resultado abrangente, demonstração das mutações do Informações geográficas também devem ser
patrimônio líquido e demonstração dos fluxos de caixa, disponibilizadas por país, ou grupo de países,
acompanhados de notas explicativas selecionadas. relativamente a receitas e ativos. Se forem relevantes
as informações por região geográfica dentro do
O balanço patrimonial intermediário deve ser Brasil, e se essas informações forem utilizadas
comparado com o do final do exercício social anterior; gerencialmente, as mesmas regras de evidenciação
as demonstrações do resultado e do resultado devem ser observadas.
abrangente devem se referir ao período intermediário
corrente e ao acumulado desde o início do exercício Segmentos identificados separadamente devem
e serem comparadas com as de iguais períodos do totalizar pelo menos 75% da receita consolidada.
exercício social anterior; e as demonstrações das
mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa Segmentos adicionais podem ser identificados fora
devem conter pelo menos as informações acumuladas dos critérios quantitativos.

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Os segmentos que historicamente têm atendido período corrente como de períodos futuros. Por
aos indicadores quantitativos devem ainda ser exemplo, a mudança na estimativa de créditos de
apresentados separadamente caso a Administração liquidação duvidosa afeta apenas os resultados
espere que continuem tendo importância significativa. do período corrente e, por isso, é reconhecida no
período corrente. Porém, a mudança na estimativa da
Informações comparativas devem ser reapresentadas vida útil de ativo depreciável, ou no padrão esperado
quando um novo segmento é adicionado no exercício de consumo dos futuros benefícios desse tipo de
corrente. ativo, afeta a depreciação do período corrente e de
cada um dos futuros períodos durante a vida útil
Não há número máximo de segmentos; porém, o remanescente do ativo.
limite prático é dez.
Retificação de erro: sua retificação implica efeitos
CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudança de retrospectivos, onde as demonstrações comparativas
Estimativa e Retificação de Erro precisam ser reapresentadas (a não ser que seja
Mudança de políticas contábeis: a entidade deve impraticável).
alterar uma política contábil apenas se a mudança
for exigida por Pronunciamento, Interpretação ou Aplicação impraticável: ocorre quando a entidade
Orientação; ou resultar em informação confiável e não pode aplicar as mudanças depois de ter feito
mais relevante nas demonstrações financeiras sobre os todos os esforços razoáveis nesse sentido. Para
efeitos das transações, outros eventos ou condições um período anterior em particular, é impraticável
acerca da posição patrimonial e financeira, do aplicar retrospectivamente a mudança em política
desempenho ou dos fluxos de caixa da entidade. contábil ou fazer a reapresentação retrospectiva
para corrigir um erro se: (a) os efeitos da aplicação
Aplicação retrospectiva: quando uma mudança retrospectiva ou da reapresentação retrospectiva
na política contábil é aplicada, retrospectivamente, não puderem ser determinados; (b) a aplicação
a entidade deve ajustar o saldo de abertura de cada retrospectiva ou a reapresentação retrospectiva exigir
componente do patrimônio líquido afetado para premissas baseadas no que teria sido a intenção
o período anterior mais antigo apresentado e os da Administração naquele momento passado; ou
demais montantes comparativos divulgados para cada (c) a aplicação retrospectiva ou a reapresentação
período anterior apresentado, como se a nova política retrospectiva exigir estimativas significativas de
contábil tivesse sempre sido aplicada. valores e se for impossível identificar objetivamente a
informação sobre essas estimativas.
Mudança de estimativas contábeis: a estimativa
envolve julgamentos baseados na última informação CPC 24 – Evento Subsequente
disponível e confiável. Por exemplo, podem ser Evento subsequente é o que ocorre entre a data
exigidas estimativas de: créditos de liquidação final do período contábil a que se referem as
duvidosa; obsolescência de estoque; valor justo demonstrações financeiras e a data na qual é
de ativos financeiros ou passivos financeiros; vida autorizada a emissão das mesmas. A divulgação
útil de ativos depreciáveis ou do padrão esperado dessa data nas demonstrações financeiras é
de consumo dos futuros benefícios econômicos obrigatória.
incorporados nesses ativos; e obrigações decorrentes
de garantias. O evento subsequente que evidencia condição já
existente na data final do período contábil a que
Aplicação prospectiva: a mudança em uma se referem as demonstrações financeiras obriga ao
estimativa contábil pode afetar apenas os resultados reconhecimento de seus efeitos nesse balanço (notícia
do período corrente ou os resultados tanto do de falência de devedor, por exemplo).

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 27


O evento que evidencia condição criada após a data final Passivo contingente: (i) obrigação não provável,
do período contábil a que se referem as demonstrações portanto não é provisionada; (ii) se de probabilidade
financeiras não provoca ajuste nesse balanço, a não classificada como possível, a divulgação de nota
ser que vinculado à descontinuidade da entidade. explicativa a respeito é obrigatória; e (iii) se de
probabilidade dada como remota, não há a
Divulgação: (i) divulgar a data em que foi concedida necessidade de nenhum provisionamento ou mesmo
a autorização para emissão das demonstrações de divulgação em nota explicativa.
financeiras e quem forneceu tal autorização; (ii)
atualizar a divulgação de suas demonstrações A obrigação à data do balanço pode ser de ordem legal
financeiras de modo que reflitam as informações ou contratual, ou então não formalizada (construtiva).
recebidas após o período contábil a que se referem Nesse caso a entidade assume voluntariamente
as demonstrações financeiras, mesmo quando as determinada obrigação perante terceiros, divulga essa
informações não afetam os valores reconhecidos obrigação e tem, nesses terceiros, criada a expectativa
nessas demonstrações; e (iii) divulgar cada categoria do recebimento do benefício.
significativa de eventos subsequentes ao período
contábil quanto à natureza do evento e à estimativa Ativo contingente não é registrado contabilmente.
de seu efeito financeiro ou uma declaração de que Apenas divulgado montante quando a probabilidade
tal estimativa não pode ser feita, por exemplo: de êxito for provável.
combinação de negócios importante após o período
contábil, a alienação de uma subsidiária importante, Na maioria dos casos as reformas ou manutenções,
anúncio de plano para descontinuar uma operação, mesmo aquelas não anuais, não se constituem
compras importantes de ativos, classificação de ativos provisões para esse fim, já que não existe obrigação
como mantidos para venda, operação descontinuada, legal ou construtiva na data do balanço. Em tais
destruição por incêndio de instalação de produção situações, o ativo que sofre a reforma ou a manutenção
importante após o período contábil, anúncio ou início deve ser depreciado separadamente pelo período dessa
da implementação de reestruturação importante, reforma ou manutenção, e o gasto da reforma ou
transações importantes envolvendo ações ordinárias manutenção deve ser ativado, para depreciação pelo
subsequentes ao período contábil, alterações período subsequente até o próximo gasto.
extraordinariamente grandes nos preços dos ativos ou
nas taxas de câmbio após o período contábil, alterações Provisões para programas de desligamento voluntário
nas alíquotas de impostos ou na legislação tributária, não podem ser efetuadas enquanto não divulgados
assunção de compromissos ou de contingência passiva tais planos e criada a expectativa válida por parte dos
significativa e início de litígio importante, entre outros. empregados. Não são reconhecíveis como provisões
estimativas de gastos por reestruturação societária e
CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e semelhantes.
Ativos Contingentes
A provisão (obrigação de prazo ou valor incerto) é Divulgação: (i) a movimentação ocorrida no período
contabilizada quando uma obrigação existente na contábil corrente, não sendo requeridas informações
data do balanço for provável que o pagamento venha comparativas; (ii) para cada provisão relevante divulgar
ocorrer, e quando é possível sua mensuração; se não breve descrição da natureza da obrigação, cronograma
for possível a mensuração, deve ser feita apenas a esperado de quaisquer desembolsos, indicação das
divulgação. incertezas sobre o valor ou o cronograma desses
desembolsos, e o montante de qualquer reembolso
esperado, indicando o valor do ativo que porventura
tenha sido reconhecido; e (iii) em casos extremamente
raros, uma divulgação pode prejudicar a empresa

28
em uma disputa com outras partes. Nesses casos a Demonstrações do resultado abrangente: no
empresa deve divulgar a natureza geral da disputa Brasil é obrigatório que as demonstrações do
juntamente com o fato de que as informações não resultado abrangente e do resultado do período
foram divulgadas, com a devida justificativa. sejam apresentadas separadamente (Lei nº 6.404/76).
Devem ser apresentadas partindo do “lucro do
CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações exercício”. Os componentes dos outros resultados
Financeiras abrangentes podem ser apresentados líquidos de
O conjunto completo de demonstrações imposto ou podem ser apresentados brutos, com uma
financeiras inclui: rubrica única para a dedução do imposto. Exemplos
i) Balanço patrimonial; que fazem parte dos componentes de outros
ii) Demonstração do resultado; resultados abrangentes: (i) ganhos e perdas atuariais
iii) Demonstração do resultado abrangente; em planos de pensão com benefício definido; (ii)
iv) Demonstração das mutações do patrimônio ganhos e perdas derivados de operações no exterior
líquido; (CPC 02); (iii) Ajuste de Avaliação Patrimonial – AAP
v) Demonstração dos fluxos de caixa; relativo a ganhos e perdas na remensuração de ativos
vi) Demonstração do valor adicionado (esta quando financeiros disponíveis para venda (CPC 38); (iv)
exigida legalmente); e AAP relativo à efetiva parcela de ganho e perda de
vii) Notas explicativas. instrumentos de hedge de fluxo de caixa (CPC 38);
e outros.
As demonstrações financeiras do exercício devem
ser apresentadas de maneira comparativa com as do Itens não operacionais e itens extraordinários:
exercício anterior. é vedada a utilização deles. A única segregação
permitida é a relativa ao resultado das operações
É obrigatória a segregação entre circulante e não descontinuadas.
circulante no caso dos ativos e passivos.
Balanço patrimonial: apresentação de três
Covenants:, quando a entidade não cumprir um balanços patrimoniais, incluindo o balanço de
compromisso acordado de empréstimo de longo abertura e dois períodos para as demais peças
prazo até a data do balanço, com o efeito de o passivo contábeis. Esse requerimento é necessário quando
se tornar vencido e pagável à ordem do credor, o a entidade aplica uma política contábil
passivo é classificado como circulante, mesmo que retroativamente, ou procede à reapresentação
o credor tenha concordado, após a data do balanço de itens das demonstrações financeiras, ou ainda
e antes da data da autorização para emissão das quando procede à reclassificação de itens de
demonstrações financeiras, em não exigir pagamento suas demonstrações financeiras.
antecipado como consequência do descumprimento
do compromisso. Compensações: ativos e passivos e receitas e
despesas não devem ser compensados, a não
Participação dos não-controladores: deve ser ser que seja requerido ou permitido por algum
apresentada no balanço consolidado como parte do pronunciamento ou interpretação.
patrimônio líquido após o subtotal do patrimônio
líquido dos proprietários da entidade controladora.
O mesmo tratamento deve ser dado ao resultado, e
o resultado do período e o resultado abrangente do
período devem, após sua mensuração, evidenciar a
parcela dos proprietários da entidade controladora
e a parcela dos não-controladores.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 29


CPC 27 – Ativo Imobilizado do valor contábil no início e no fim do exercício,
O imobilizado deve ser reconhecido pelo custo demonstrando adições, ativos classificados como
de todos os fatores necessários a colocá-lo em mantidos para venda, aquisições por meio de
condições de utilização, mensurados sem a inclusão combinações de negócios, aumentos ou reduções
dos encargos financeiros inerentes a transações decorrentes de reavaliações, provisões para perdas
financiadas, com exceção dos encargos financeiros de ativos, reconhecidas no resultado, e reversão de
durante a construção (ver CPC 20). perda por desvalorização de ativos.

Reavaliação: não é mais permitida no Brasil, mas CPC 28 – Propriedade para Investimento
podem ser mantidos os valores reavaliados se Propriedade para investimento: é o imóvel (terreno
efetuados enquanto a reavaliação era permitida. ou edifício) mantido para obtenção de rendas ou para
valorização do capital, e não para uso na produção
Revisão da vida útil: é obrigatória a revisão, pelo ou no fornecimento de bens ou serviços, ou para
menos anual, dos parâmetros que levaram à definição finalidades administrativas ou para venda no curso
do valor periódico da depreciação. ordinário do negócio. Deve ser classificado como
investimento, e não como imobilizado, e deve ser
Componentização: cada ativo com custo relevante inicialmente mensurado pelo custo.
precisa ser segregado para depreciação própria.
Mensuração: a entidade escolhe, daí em diante, o
Impairment: avaliar os indicadores de impairment método do valor justo ou o método do custo, de
pelo menos uma vez por ano (ver CPC 01). maneira consistente ao longo do tempo. Se utilizado
o método de custo, aplicam-se as regras do ativo
Venda de imobilizados usados: geralmente não faz imobilizado e deve ser divulgado o valor justo em
parte das receitas da entidade, sendo reconhecido nota explicativa. Se utilizado o método do valor justo,
no resultado diretamente o ganho ou a perda com suas variações são reconhecidas diretamente no
essa alienação, a não ser quando essas receitas forem resultado.
relevantes e forem parte normal do negócio. Nesse
caso, a alienação de imobilizados é receita de venda, Imobilizado usado parte para uso, e parte para
e o valor contábil líquido baixado é custo do item renda ou valorização, só pode ser subdividido em
vendido. imobilizado e investimento se puderem ambas as
partes ser vendidas separadamente.
Peças de reposição: são geralmente consideradas
como estoque e baixadas ao resultado quando Divulgação: (i) é aplicado o método do valor justo
consumidas, exceto quando: (i) houver expectativa ou o método do custo; (ii) caso seja aplicado o
de uso por mais do que um período; e (ii) associadas método do valor justo, se e em que circunstâncias
diretamente a um item específico do imobilizado, os interesses em propriedade mantidos em
devendo então ser registradas como parte do referido arrendamentos operacionais são classificados e
item. contabilizados como propriedade para investimento;
(iii) os métodos e pressupostos significativos
Divulgação: (i) dos critérios de mensuração utilizados aplicados na determinação do valor justo de
para determinar o valor contábil bruto; (ii) dos propriedade para investimento, incluindo declaração
métodos de depreciação utilizados e das vidas úteis afirmando se a determinação do valor justo foi ou
ou das taxas de depreciação utilizadas; (iii) do valor não suportada por evidências do mercado ou foi
contábil bruto e da depreciação acumulada (mais mais ponderada por outros fatores (que a entidade
as perdas acumuladas por desvalorização) no início deve divulgar) por força da natureza da propriedade
e no fim do exercício; e (iv) de uma reconciliação e da falta de dados de mercado comparáveis; e

30
(iv) as quantias reconhecidas no resultado para Divulgação: (i) a entidade deve divulgar o ganho
lucros de rendas de propriedade para investimento, ou a perda do período corrente em relação ao valor
gastos operacionais diretos (incluindo reparos e inicial do ativo biológico e do produto agrícola e,
manutenção) provenientes de propriedades para também, os decorrentes da mudança no valor justo,
investimento que tenham gerado rendas durante menos a despesa de venda dos ativos biológicos;
o período, a alteração cumulativa no valor justo e (ii) as demonstrações financeiras devem divulgar
reconhecido nos resultados e outras. a natureza das atividades envolvendo cada grupo
de ativos biológicos do período e estimativas não
CPC 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola financeiras de quantidades físicas.
Ativo biológico: é definido como um animal e/
ou planta vivos. Produção agrícola é definida como CPC 30 – Receitas
produtos obtidos dos ativos biológicos. Reconhecimento de receita: A receita deverá
ser reconhecida pelo valor justo que se espera ser
Exemplos de ativos biológicos, produto agrícola e
recebido ou que foi recebido, líquido de descontos
produtos resultantes do processamento depois da colheta
comerciais. Trocas de produtos ou serviços similares
Ativos Produto Produtos resultantes do
biológicos agrícola processamento após a colheita não geram receita. No entanto, trocas para produtos
Carneiros Lã Fio, tapete ou serviços não similares geram receita.
Árvore de uma
Madeira Madeira serrada, celulose
plantação Venda de produtos: reconhecimento quando: (i)
Fio de algodão, roupa houver transferência dos riscos e prêmios decorrentes
Algodão
Açúçar, álcool da propriedade das mercadorias; (ii) o vendedor não
Plantas Cana colhida
Café limpo em grão, moído,
Café
torrado retiver o envolvimento gerencial contínuo sobre a
Gado de leite Leite Queijo
propriedade nem o controle efetivo das mercadorias
Porcos Carcaça Salsicha, presunto
vendidas; (iii) o valor da receita puder ser medido
com segurança; (iv) for provável que os benefícios
econômicos associados a transações serão recebidos
Mensuração: devem ser mensurados pelo seu pelo vendedor; e (v) os custos incorridos e a incorrer
valor justo, deduzido das despesas com vendas. associados a transações puderem ser medidos com
Os produtos agrícolas colhidos também são segurança.
mensurados ao valor justo, no momento da colheita,
líquido das despesas com vendas, no momento da Venda/Prestação de serviço: reconhecimento
colheita. Após a colheita, o ativo passa a ser avaliado quando: (i) o valor da receita puder ser medido
segundo o CPC 16, ou outro pronunciamento mais com segurança; (ii) for provável que os benefícios
adequado. Os ganhos e as perdas decorrentes da econômicos associados a transações serão recebidos
variação do valor justo, líquidos das despesas com pelo vendedor; (iii) o estágio de andamento puder ser
vendas, são reconhecidos no resultado do exercício. medido com segurança na data do balanço; e (iv) os
Para os raros casos em que não for possível mensurar custos incorridos e a incorrer associados a transações
o valor justo, deve ser mensurado ao custo, menos puderem ser medidos com segurança. Quando o
qualquer depreciação e perda por irrecuperabilidade desfecho da operação que envolver a prestação de
acumuladas. serviços não puder ser estimado confiavelmente, a
receita somente deve ser reconhecida na medida
Outros gastos com ativos biológicos: manutenção, em que sejam recuperáveis os gastos incorridos.
crescimento, engorda, etc. dos ativos biológicos são Se o recebimento for diferido e o acordo constituir
despesas do período ou formam parte do custo. efetivamente uma transação de financiamento, o
valor justo da receita é calculado a valor presente.
A diferença entre o valor justo e o valor nominal da

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 31


retribuição é reconhecida como receita de juros com o Programas de fidelização de clientes: a parcela
passar do tempo. No momento da transação as contas atribuída como bônus deverá implicar o diferimento
a receber e a receita de vendas são registradas por seu da receita relativa a esse bônus. Por exemplo:
valor presente. a cada dez passagens vendidas, uma gratuita
adicional será emitida, a receita de dez passagens
Produtos Serviços corresponde à prestação do serviço de transporte
de onze viagens, e a receita total das dez deverá ser
Evidência de distribuída pelas onze.
Implícito Implícito
contratação
Permuta de bens e serviços de mesma natureza
e valor: não há reconhecimento de receita; esta só
Trasferência
Percentual de
ocorre quando da permuta de bens e serviços de
de riscos e Entrega
benefícios conclusão natureza diferente.

Divulgação: atentar para: (i) as políticas contábeis


Mensuração Mensuração
adotadas para o reconhecimento das receitas e
Preço os métodos utilizados para determinar a fase de
confiável confiável
conclusão de transações que envolvam a prestação
de serviços; e (ii) o montante de cada categoria
Mensuração Passível de
significativa de receita reconhecida durante o período,
Mensuração
confiável cobrança confiável incluindo as receitas provenientes de venda de bens,
prestação de serviços, juros, royalties e dividendos, e
o montante de receitas provenientes de trocas de bens
Juros e royalties: reconhecimento quando: (i) for ou serviços incluídos em cada categoria significativa
provável que os benefícios econômicos associados de receita.
a transações serão recebidos pelo vendedor; e (ii) o
valor da receita puder ser medido com segurança. CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para
Venda e Operação Descontinuada
Dividendos: reconhecimento quando: (i) for Ativo não circulante mantido para a venda: se
provável que os benefícios econômicos associados realmente for recuperado pela sua venda e não mais
a transações serão recebidos pelo vendedor; (ii) o pelo seu uso, inclusive tendo iniciado o processo dessa
valor da receita puder ser medido com segurança; alienação de maneira que seja improvável a mudança
e (iii) o direito do acionista em receber o dividendo dessa decisão, então o ativo deve ser transferido para
for estabelecido. o ativo circulante, pelo menor valor, entre seu valor
líquido contábil e seu valor justo, líquido das despesas
Componentes identificáveis na transação: havendo com vendas.
mais de um componente identificável de uma única
transação, deve ser refletida sua substância. Por outro Ativos a serem abandonados nunca são classificados
lado, pode ser necessário tratar dois componentes como “destinados à venda”, pois não haverá transação
ou transações como um só, como quando a entidade de venda; portanto, seus valores contábeis somente
vende bens e celebra, no mesmo momento, acordo poderão ser recuperados através do uso contínuo.
para recomprá-los em data posterior. Nesse caso, a Poderiam enquadrar-se em operações descontinuadas
receita de venda e a transação de compra não devem quando eventualmente abandonados.
ser registradas.

32
Operação descontinuada: um componente da Imposto de renda diferido passivo: deve ser
entidade baixado (por venda ou não), ou que está reconhecido para todas as diferenças temporárias
classificado como um ativo não circulante mantido tributáveis, com atenção especial para:
para venda, desde que represente uma importante a) Reconhecimento inicial do ágio, à medida que,
linha de negócios da entidade destinada a ser em períodos subsequentes, surgir uma diferença
descontinuada. Deve ser segregado na demonstração temporária entre as bases fiscal e contábil do ágio,
do resultado, dos resultados derivados desse por ele ser dedutível para fins fiscais, o imposto de
componente durante o período, incluindo o obtido renda diferido passivo deverá ser registrado.
na baixa, líquidos dos tributos, em uma única linha, b) T ransações com investimentos em subsidiárias, em
para segregação dos resultados das operações que que a controladora possa controlar o momento da
continuam. reversão da diferença temporária e é provável que
essa diferença não será revertida em um futuro
Divulgação: próximo.
Ativos mantidos para a venda: (i) ativos não
circulantes (ou ativos/passivos de grupos para Imposto de renda diferido ativo: deve ser
alienação) são demonstrados separadamente dos reconhecido para todas as diferenças temporárias
demais ativos/passivos; (ii) ativos e passivos não devem dedutíveis e prejuízos fiscais desde que seja provável
ser compensados; (iii) dispensa para controladas que haverá lucro tributável futuro contra o qual
recém-adquiridas; e (iv) períodos anteriores não são poderá ser utilizada a diferença temporária dedutível
reclassificados. ou compensado o prejuízo fiscal, a menos que o ativo
fiscal diferido decorra de reconhecimento inicial de
Operação descontinuada: apresentar um valor ativos/passivos outros que não de combinações de
único na demonstração do resultado abrangendo empresas, os quais no momento da transação não
o total de: (i) lucro ou prejuízo após impostos da tenham afetado o lucro contábil ou tributável.
operação descontinuada; (ii) ganhos ou perdas após
impostos, reconhecidos na mensuração a valor Anualmente, o imposto de renda diferido ativo
justo menos custos de venda, ou na alienação; (iii) deverá ser revisado e reduzido na medida em que
composição em notas explicativas sobre a receita, for constatado que não é provável que haverá lucro
despesas e lucro ou prejuízo antes de impostos de tributável futuro suficiente para sua utilização.
operações descontinuadas e despesa de imposto Subsequentemente, essa redução poderá ser revertida
de renda correspondente aos ganhos ou às perdas caso seja concluído que a ocorrência de lucro
reconhecidos na mensuração a valor justo menos tributável.
custos de venda, ou alienação dos ativos ou
grupos para alienação que constituem a operação Divulgação: (i) a despesa ou receita de imposto de
descontinuada e a despesa de imposto de renda renda corrente e diferido deverá ser reconhecida na
correspondente; e (iv) reapresentação de divulgações demonstração do resultado, exceto nos casos de
para os períodos anteriores. transação ou evento reconhecido diretamente no
patrimônio líquido e combinação de empresas; (ii) o
CPC 32 – Tributos sobre o Lucro imposto de renda (ativo ou passivo) corrente deverá
Imposto de renda corrente: (i) deve ser calculado ser compensado no balanço patrimonial somente se a
às taxas determinadas pela legislação de cada país; empresa tiver o direito legal ou a intenção de liquidar
(ii) deve ser registrado pelos valores os quais se espera pelo líquido; (iii) o imposto de renda diferido (ativo e
que serão liquidados; e (iii) a provisão deverá ser passivo) sempre deverá estar classificado no grupo de
contabilizada no passivo e as antecipações no ativo. ativos e passivos não correntes.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 33


CPC 33 – Benefícios a Empregados Benefícios por desligamento: a entidade reconhece
Benefícios a empregados são todas as formas de o passivo e a despesa quando, e somente quando,
remuneração concedidas por uma entidade em a entidade estiver comprometida a cessar o
troca dos serviços prestados pelos empregados, e vínculo empregatício de empregado, ou grupo de
precisam ser contabilizados, por competência, tendo empregados, antes da data normal de aposentadoria
como contrapartida, conforme o recebimento, os ou oferecer benefícios por desligamento como
serviços prestados pelos empregados. Isso inclui os resultado de uma oferta para encorajar a saída
benefícios de curto prazo (férias, 13º salário, etc.), os voluntária e devem ser descontados a valor presente
de longo prazo (licenças remuneradas por quinquênio, quando o prazo para o pagamento superar 12 meses.
gratificações por desempenho, etc.) e os pós-emprego
(complementação de aposentadoria, assistência Divulgação: o montante registrado no resultado do
médica na aposentadoria, etc.). exercício deve ser o custo do serviço corrente, o custo
dos juros, o retorno esperado de quaisquer ativos
Contribuição definida: a obrigação legal ou do plano e sobre direitos de reembolso, os ganhos
construtiva está limitada à quantia que a empresa e as perdas atuariais, o custo do serviço passado,
aceita contribuir para o fundo; em consequência, o o efeito de quaisquer reduções ou liquidações e
risco atuarial e o risco de investimento recaem no qualquer efeito sobre o limite do ativo mencionado
empregado. anteriormente a não ser que seja reconhecido fora
da demonstração do resultado. Deve-se divulgar o
Benefício definido: a obrigação da empresa número de empregados, benefícios por desligamento
patrocinadora é prover os benefícios acordados com (quando relevante), métodos e premissas, entre outros
os empregados atuais e antigos; portanto, o risco descritos no CPC 33.
atuarial e o risco de investimento recaem parcial ou
inteiramente na empresa patrocinadora. São utilizadas CPC 34 – Exploração e Avaliação de Recursos
técnicas atuariais e estimativas acerca de variáveis Minerais
demográficas e variáveis financeiras que influenciarão Documento não emitido pelo CPC por não abranger
o custo do benefício e os valores projetados dos todas as fases da indústria do minério e por não ser de
benefícios. Os valores são descontados pelo “Método aplicação obrigatória pelo IASB.
de Crédito Unitário Projetado” para determinação do
valor presente da obrigação de benefício definido. CPC 35 – Demonstrações Separadas
Esse é o passivo atuarial em cada balanço a ser Demonstrações separadas são demonstrações
comparado com o valor justo dos ativos do plano opcionais para situações em que a avaliação
nessa mesma data. Essas informações determinam os em coligadas, em controladas e em controladas
ganhos e as perdas a serem reconhecidos no período em conjunto, feita por equivalência patrimonial
a complementar as despesas com as contraprestações nas demonstrações financeiras individuais, bem
do empregador, eventuais obrigações no seu passivo como quando da elaboração de demonstrações
por descasamento entre aqueles ativos e passivos e, consolidadas, não revela ou evidencia da maneira mais
em certas circunstâncias, reconhecimento como ativo adequada como a Administração visualiza o negócio.
do direito de recebimento futuro ou de redução nas Nestes casos, esses investimentos são avaliados pelo
contraprestações futuras. Em certas circunstâncias, em valor justo, ou até mesmo pelo custo.
virtude da escolha da política contábil, admite-se um
“corredor” representado por uma faixa de variação Divulgações: informações específicas são exigidas,
para não obrigar a um excesso de volatilidade no conforme CPC 35.
reconhecimento desses descasamentos entre ativos do
plano e obrigação atuarial.

34
CPC 36 (R1) – Demonstrações Consolidadas resultados abrangentes consolidados). É destacada
Apresentação das demonstrações financeiras no balanço e nas demonstrações do resultado e do
consolidadas é obrigatória (as exceções são raríssimas, resultado abrangente.
mesmo para sociedades não abertas e limitadas).
A controladora pode deixar de apresentar as Transações sobre participação societária entre as
demonstrações financeiras consolidadas somente se, entidades consolidadas: são tratadas como transações
além de permitido legalmente: (i) a controladora é de capital entre os sócios (como se fossem “ações
ela própria uma controlada (integral ou parcial) de em tesouraria”) e não geram ágio por expectativa de
outra entidade, a qual, em conjunto com os demais rentabilidade futura (goodwill) nem ganho por compra
proprietários, incluindo aqueles sem direito a voto, vantajosa (“deságio”). As contrapartidas afetam as
foram consultados e não fizeram objeção quanto à participações dos não-controladores.
não-apresentação das demonstrações financeiras
consolidadas pela controladora; (ii) os instrumentos Perda de controle sobre uma controlada: se após a
de dívida ou patrimoniais da controladora não são perda de controle, e considerando que a participação
negociados em mercado aberto; (iii) a controladora remanescente no investimento não é classificada
não registrou e não está em processo de registro como uma coligada, o investimento é ajustado a
de suas demonstrações financeiras na Comissão de valor justo e tratado como instrumento financeiro em
Valores Mobiliários ou outro órgão regulador, visando conformidade com o CPC 38.
à emissão de algum tipo ou classe de instrumento
em mercado aberto; e (iv) a controladora final (ou Divulgação: (i) a natureza da relação entre a
intermediária) da controladora disponibiliza ao público controladora e a controlada, inclusive sobre o poder de
suas demonstrações financeiras consolidadas em voto em relação à controlada, conforme CPC 36(R1);
conformidade com os Pronunciamentos Técnicos do (ii) a data de encerramento do período abrangido pelas
Comitê de Pronunciamentos Contábeis. demonstrações financeiras da controlada utilizadas e
os motivos quando diferentes; (iii) restrição significativa
Procedimentos de consolidação: (i) saldos e (resultante de contratos de empréstimos ou exigência
transações entre empresas do mesmo grupo devem de órgãos reguladores, por exemplo); e (iv) qualquer
ser completamente eliminados; (ii) as datas das ganho ou perda decorrente da perda do controle da
demonstrações financeiras das controladas não controlada, detalhando a transação.
podem ter mais do que dois meses de diferença em
relação à data das demonstrações financeiras da CPC 37 (R1) – Adoção Inicial das Normas
controladora; (iii) todas as empresas dentro do grupo Internacionais de Contabilidade (IFRS)
devem usar as mesmas práticas contábeis; e (iv) as Este CPC deve ser aplicado em conjunto com o CPC
receitas e despesas de uma controlada são incluídas 43. Deve ser aplicado quando a entidade adota as
nas demonstrações consolidadas da data de aquisição IFRSs pela primeira vez por meio de uma declaração
até a data na qual a controladora cessa o controle da explícita e sem reserva de cumprimento das IFRSs.
controlada. Não devem ser aplicadas diferentes versões de IFRSs
vigentes. A entidade pode aplicar uma nova IFRS,
Eliminações: são eliminados todos os saldos de ainda não obrigatória, somente quando essa IFRS
investimentos, de recebíveis e de exigíveis entre elas permitir sua aplicação antecipada, porém condicionada
no balanço, bem como todas as receitas e despesas de à aprovação de Pronunciamento correlacionado pelo
operações também entre elas. Comitê de Pronunciamentos Contábeis e, quando
aplicável, condicionada à aprovação prévia pelo
Participação dos demais investidores nas órgão regulador a que a entidade esteja subordinada,
controladas: deve fazer parte do patrimônio líquido quando esse órgão requerer a adoção das IFRSs para
e do resultado líquido consolidado (bem como dos as entidades reguladas.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 35


Exceções durante a adoção inicial da IFRS: algumas Instrumento financeiro disponível para venda:
isenções foram permitidas pelo CPC quanto à adoção quando não puder ser classificado como: (a)
inicial da IFRS. As diferentes situações são tratadas nos empréstimos e contas a receber (recebíveis), (b)
apêndices e nas guias de implementação anexados ao investimentos mantidos até o vencimento, ou (c) ativos
CPC 37 (R1). financeiros pelo valor justo por meio do resultado.
Deve ser mensurável ao valor justo, mas a diferença
Divulgação: o CPC 37 (R1) requer divulgações entre o custo amortizado e o valor justo é reconhecida
que expliquem como a transição das políticas como outro resultado abrangente diretamente no
contábeis que vinham sendo seguidas para as IFRSs patrimônio líquido até sua baixa ou reclassificação.
afetou a posição financeira (balanço patrimonial), Reclassificações entre as categorias acima são
o desempenho financeiro (resultado e resultado permitidas em casos excepcionais.
abrangente) e os fluxos de caixa da entidade.
Derivativo: é um instrumento financeiro cujo valor se
CPC 38 – Instrumentos Financeiros: altera em virtude de mudança em outros parâmetros,
Reconhecimento e Mensuração como taxa de juros especificada, preço de ação, preço
Instrumentos financeiros mensurados pelo valor de mercadoria, taxa de câmbio, índice de preços
justo por meio do resultado: aqueles mantidos ou outras variáveis, exige baixo investimento inicial
para negociação ou assim designados. O valor justo e é liquidado em data futura. Todos os derivativos
pode ser avaliado pela existência de preços cotados são avaliados a valor justo e suas mutações são
em mercado ativo e, caso o mercado para um reconhecidas no resultado.
instrumento financeiro não estiver ativo, a entidade
estabelece o valor justo usando uma técnica de Derivativo embutido: instrumento híbrido que
avaliação. O CPC 38 traz orientações específicas a inclui um contrato principal não derivativo e outro
serem seguidas nesses casos. As alterações do valor derivativo. Pode ser necessário que ele seja segregado
justo são reconhecidas diretamente no resultado do e mensurado à parte conforme sua natureza e
período. característica.

Instrumento financeiro mantido até o vencimento: Desreconhecimento de ativo financeiro: ocorre


seus pagamentos ou recebimentos são fixos ou quando a entidade vende, desconta ou transfere um
determináveis com vencimentos definidos e a ativo financeiro , só podendo baixá-lo se transferir
entidade tem intenção positiva e a capacidade de substancialmente todos os riscos e benefícios da
manter até o vencimento . Deve ser registrado pelo propriedade do ativo financeiro e se não mantiver
custo amortizado (“curva do título”), com os ajustes envolvimento continuado com ele. Caso contrário,
reconhecidos no resultado, e está sujeito ao teste de a entidade deve manter os instrumentos financeiros
impairment. no ativo e tratar o valor recebido como empréstimo.
A essência da transação é que deve ser retratada
Instrumento financeiro como empréstimos e contabilmente.
recebíveis: vinculado a pagamentos ou recebimentos
fixos ou determináveis, não cotado em mercado ativo Renegociações de dívida: caso haja mudanças
e não destinado a ser vendido imediatamente, ou no substanciais nos termos do contrato original, passam
curto prazo. Deve ser reconhecido inicialmente a valor a representar, em essência, uma nova dívida.
presente e subsequentemente avaliado pelo custo Nesse caso, qualquer ganho ou perda apurado na
amortizado. renegociação deve ser reconhecido tempestivamente
no resultado do exercício.

36
Contabilização de hedge: conforme mencionado CPC 39 – Instrumentos Financeiros:
anteriormente, todo instrumento derivativo deve ser Apresentação
registrado ao valor justo por meio do resultado. Em A classificação do instrumento financeiro deve ser
situações específicas a entidade tem opção de adotar com base na essência e não na forma do instrumento
a contabilização de hedge, que significa designar um financeiro, devendo este ser classificado no momento
ou mais derivativos como instrumentos de hedge de da emissão.
forma que as mudanças em seu valor justo sejam uma
compensação, parcial ou total, das mudanças no valor Instrumento financeiro passivo: o emissor é
justo ou fluxos de caixa de um item protegido.Para obrigado a entregar caixa ou outro ativo financeiro,
aplicação deste conceito é requerida documentação ou o detentor tem o direito de exigir caixa ou
detalhada preparada pela entidade antes da data da outro ativo financeiro. Um exemplo disso são ações
designação da relação de hedge. preferenciais obrigatoriamente resgatáveis.

Item protegido (hedge): é um ativo, passivo, Instrumento financeiro patrimonial: não há


compromisso firme ou transação futura prevista que obrigação da entidade de entregar caixa ou outro
expõe a empresa ao risco de mudanças no valor justo ativo financeiro, nem de trocar ativos ou passivos
ou mudanças nos fluxos de caixa futuros. financeiros em condições desfavoráveis. É necessário
que o instrumento possa ser liquidado em ações ou
Instrumentos de hedge: é um derivativo designado cotas da própria empresa (ações preferenciais não
cujo valor justo ou fluxo de caixa se espera que resgatáveis, por exemplo).
compense as mudanças no valor justo ou nos fluxos
de caixa de um item protegido. Instrumento financeiro composto: a entidade
emissora deve avaliar se o instrumento possui tanto
Eficácia do hedge: é a proporção em que mudanças características patrimoniais quanto de dívida. Nesse
no valor justo ou fluxo de caixa, atribuíveis a um caso, deve segregar os dois elementos e apresentá-
item protegido, são compensadas pelo instrumento los separadamente. Exemplo desse tipo de situação
de hedge. Deve ser testada e mensurada, conforme ocorre com debênture conversível em um número fixo
critérios definidos neste CPC. de ações.

As operações de hedge podem ser classificadas em Ativos e passivos financeiros somente podem ser
três categorias: compensados, para serem apresentados pelo seu
a) hedge de valor justo: as variações no valor justo valor líquido, quando a entidade tiver o direito
do instrumento de hedge (derivativo), e do item de compensá-los e possuir a intenção de liquidar
objeto de hedge, devem ser reconhecidas no pelo valor líquido, ou de liquidar o ativo e passivo
resultado quando de sua ocorrência e de forma simultaneamente.
concomitante;
b) hedge de fluxo de caixa: as variações no CPC 40 – Instrumentos Financeiros:
instrumento de hedge devem ser contabilizadas Evidenciação
no patrimônio líquido (ajustes de avaliação As principais divulgações requeridas para todos os
patrimonial), devendo lá permanecer até o instrumentos financeiros são:
momento da realização do item objeto de hedge a) Valor justo dos instrumentos financeiros,
(venda projetada, por exemplo); e segregados por níveis segundo o maior ou menor
c) hedge de investimento no exterior: a variação do grau de influência da Administração na sua
valor justo do instrumento de hedge também é determinação, conforme os níveis:
contabilizada em conta de patrimônio líquido. Nível 1: preços negociados (sem ajustes) em
mercados ativos para ativos idênticos ou passivos;

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 37


Nível 2: inputs diferentes dos preços negociados participações não controladoras e dividendos
em mercados ativos incluídos no Nível 1 que são preferenciais) pela média ponderada da quantidade
observáveis para o ativo ou passivo, diretamente de ações em circulação no período.
(como preços) ou indiretamente (derivados dos
preços); e Resultado por ação diluído: calculado
Nível 3: inputs para o ativo ou passivo que não ajustando-se o resultado do período acrescido do
são baseados em variáveis observáveis de mercado valor dos dividendos após impostos e dos juros
(inputs não observáveis). registrados no período relacionados a potenciais
b) Métodos e técnicas utilizados para cálculo do valor ações ordinárias com efeito de diluição (como opções,
justo. bônus de subscrição e títulos conversíveis) e por
c) Ativos financeiros usados como garantia. outras eventuais variações do resultado decorrentes
d) Garantias financeiras. da conversão de potenciais ações ordinárias com
e) Descumprimento de compromissos contratuais. efeito de diluição. Esse resultado ajustado é dividido
f) Tabela de liquidez. pela média ponderada da quantidade de ações
g) Vencimento dos recebíveis. em circulação no período acrescido do número de
h) Derivativos embutidos em instrumentos financeiros ações que seriam emitidas na conversão de todas as
compostos. potenciais ações ordinárias com efeito de diluição.
i) Natureza e extensão dos riscos oriundos dos
instrumentos financeiros. Divulgação: deve ser divulgado, com igual destaque
j) Elementos componentes do resultado, como na demonstração do resultado, o resultado por ação
receitas, despesas, ganhos e perdas. básico e diluído.
k) Risco de crédito e moeda de cada classe de
instrumento financeiro. CPC 42 – Contabilidade e Evidenciação em
l) Divulgações qualitativas e quantitativas sobre Economia de Alta Inflação
os riscos oriundos dos instrumentos financeiros, Pronunciamento não emitido, no aguardo de
derivativos ou não (riscos de liquidez, de crédito, de aperfeiçoamentos no original do IASB.
mercado: juros, câmbio, preço de commodities e
outros, e uma análise de sensibilidade para todas CPC 43 (R1) – Adoção Inicial dos
as empresas são exigidos). Pronunciamentos Técnicos CPC 15 a 40
m) Evidenciações detalhadas também são necessárias Determina que a entidade deve, primeiramente,
para as operações de hedge para cada categoria fazer a aplicação do CPC 37 às suas demonstrações
de hedge realizada. consolidadas quando adotar tais normas internacionais
pela primeira vez e, a seguir, a entidade deve transpor,
CPC 41 – Resultado por Ação para suas demonstrações individuais, todos os
Aplicável apenas às companhias abertas ou em via ajustes que forem necessários, ou pelos quais optar,
de se tornarem abertas. na aplicação do CPC 37, a fim de obter o mesmo
patrimônio líquido em ambos os balanços patrimoniais
Resultado: o lucro por ação é reportado para o (consolidado e individual), observadas as exceções
resultado atribuível aos acionistas da entidade descritas no CPC 43 (R1):
controladora, para o resultado de operações a) A manutenção pela entidade de saldo no ativo
continuadas atribuível aos acionistas da controladora e diferido, nos termos do CPC 13, é permitida
para quaisquer operações descontinuadas. pela legislação brasileira vigente, mas não
permitida em relação às normas internacionais
Resultado por ação básico: calculado dividindo-se de relatório financeiro (IFRSs). Assim, os
o resultado do período atribuído aos acionistas referidos saldos deveriam ser eliminados das
da entidade controladora (após a dedução das demonstrações financeiras consolidadas, uma vez

38
que essa permissão não foi acolhida pelo CPC A entidade cujas demonstrações financeiras estiverem
36 – Demonstrações Consolidadas, no qual as em conformidade com este Pronunciamento deve
demonstrações consolidadas brasileiras devem ser fazer uma declaração explícita e sem reservas
consideradas como estando de acordo com as IFRSs dessa conformidade nas notas explicativas. As
conforme emitidas pelo IASB. demonstrações financeiras não devem ser descritas
b) A s demonstrações contábeis individuais de como em conformidade com este Pronunciamento a
entidades com investimento em controlada ou não ser que estejam em conformidade com todos os
empreendimento controlado em conjunto avaliado requerimentos dele.
pela equivalência patrimonial de acordo com o
exigido pela legislação brasileira vigente não são Quando comparado com os CPCs esta norma omite
consideradas, com esse método de avaliação, como alguns tópicos que são aplicáveis apenas às entidades
estando conformes com as normas internacionais cuja aplicação deste pronunciamento está proibida
de contabilidade. (ex:lucro por ação, informação por segmento,
seguro) e não permite a opção de algumas políticas
As demonstrações financeiras separadas, contábeis previstas no CPCs com objetivo de reduzir
eventualmente apresentadas por opção da entidade, a complexidade na adoção (ex: escolha de política
devem também ser preparadas a partir das contábil para propriedades para investimentos, certas
demonstrações individuais, admitidas como ajustes, opções para instrumentos financeiros). Por consequência
unicamente, as determinadas pela modificação há redução nos requerimentos de divulgação.
do método de avaliação dos investimentos em
controladas, coligadas e empreendimentos ICPC 01 – Contratos de Concessão
controlados em conjunto. Possíveis setores afetados por essa interpretação:
distribuidoras de energia, empresas de saneamento
Divulgações específicas são exigidas quando da básico, concessionárias de rodovias e ferrovias, entre
aplicação do pronunciamento. outras.

CPC PME – contabilidade para pequenas e Infraestrutura da concessão: deixa de ser ativo
médias empresas imobilizado da concessionária e passa a ser
Aplicação: demonstrações financeiras para fins gerais representada por um ativo intangível e/ou ativo
de empresas de pequeno e médio portes (PMEs), financeiro quando os ativos, objetos de concessão,
compostas por sociedades fechadas e sociedades não são ativos imobilizados sob genuíno controle da
que não sejam requeridas a fazer prestação pública concessionária. Por serem bens públicos, de fato não
de suas contas, ou seja, não inclui: (i) as companhias são ativos imobilizados da concessionária, mas do
abertas, reguladas pela CVM; (ii) as sociedades de poder concedente.
grande porte, como definido na Lei nº 11.638/07; e
(iii) as sociedades reguladas pelo Banco Central do Ativos intangíveis versus ativos financeiros: quando
Brasil e pela Superintendência de Seguros Privados e os ativos representam o direito de acessar e explorar
outras sociedades cuja prática contábil é ditada pelo o ativo, mas não o ativo imobilizado em si, entende-se
correspondente órgão regulador com poder legal para que a entidade adquire o direito de exploração, que
tanto. As PMEs muitas vezes produzem demonstrações se caracteriza como ativo intangível e é amortizado de
financeiras apenas para o uso de proprietários- acordo com a sua vida útil para a entidade, vida útil
administradores ou apenas para o uso de autoridades essa limitada ao prazo da concessão (concessionária,
fiscais ou outras autoridades governamentais. por exemplo). Em outras circunstâncias, caso haja
Demonstrações financeiras produzidas apenas a garantia legal ou contratual por parte do poder
para esses propósitos não são, necessariamente, concedente de sua recuperação e de tal forma que lhe
demonstrações financeiras para fins gerais. dê essa caracterização, esses valores, então, possuem

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 39


característica de ativos financeiros. Quando parte do Enquadramento conforme CPC 30: o comprador
valor investido for ressarcível pelo poder concedente, tem apenas possibilidade limitada de influenciar no
ela se destaca do ativo intangível e deve ser registrada projeto do imóvel (como, por exemplo, a possibilidade
como instrumento financeiro, reconhecido conforme de selecionar um projeto entre um leque de opções
o CPC 38. especificadas pela entidade ou especificar apenas
pequenas variações do projeto básico), é um contrato
Divulgação: o concessionário deve divulgar ao fim de venda de bens de acordo com o alcance do CPC
de cada período: (i) descrição do contrato; (ii) termos 30. Nos exemplos ilustrativos da ICPC 02 pode ser
significativos do contrato que possam afetar o valor, encontrada situação em que a receita é reconhecida
o prazo e a certeza dos fluxos de caixa futuros (por na entrega das chaves.
exemplo, período da concessão, datas de reajustes nos
preços e bases sobre as quais o reajuste ou a revisão Com objetivo de auxiliar a aplicação desta ICPC foi
serão determinados); (iii) natureza e extensão; (iv) editada a OCPC 04 comentada adiante.
direitos de uso de ativos especificados; (v) obrigação
de prestar serviços, receber serviços, construir itens ICPC 03 – Aspectos Complementares das
da infraestrutura da concessão, entregar o direito Operações de Arrendamento Mercantil
de receber ativos especificados no final do prazo Especifica, mais detalhadamente, as condições
da concessão e outros direitos e obrigações (por exigidas para determinação de um contrato ser de
exemplo, grandes manutenções periódicas); (vi) arrendamento mercantil, ou de conter dentro dele
mudanças no contrato ocorridas durante o período; operação de arrendamento mercantil.
e (vii) como o contrato de concessão foi classificado:
ativo financeiro e/ou ativo intangível. Duas análises básicas são efetuadas: (i) uma com relação
a ativo específico; e (ii) outra com relação à efetiva
Outras divulgações sobre o total da receita, lucros transferência da capacidade de utilização do ativo.
ou prejuízos do período, etc. devem ser consideradas
conforme rege este CPC. Essa ICPC trata também da separação contábil,
quando o pagamento da contraprestação de
ICPC 02 – Contrato de Construção do Setor arrendamento incorpora outros elementos que não
Imobiliário apenas o arrendamento, tais como fornecimento de
A entidade deve avaliar cada contrato, para matérias-primas, manutenção, etc.
determinar o momento em que um contrato de
construção de imóvel se enquadra no alcance do ICPC 04 – Alcance do Pronunciamento Técnico
CPC 17, que apropria receitas conforme o andamento CPC 10 – Pagamento Baseado em Ações
da obra (ou em conformidade com o CPC 30, que Trata do caso específico de situação em que é difícil,
apropria a receita basicamente quando da entrega do ou impossível, segregar adequadamente os bens, ou
bem ou durante a execução do serviço, conforme a serviços recebidos, como pagamento baseado em ações.
circunstância).
ICPC 05 – Pronunciamento Técnico CPC 10 –
Enquadramento conforme CPC 17: quando o Pagamento Baseado em Ações – Transações de
comprador é capaz de especificar os principais Ações do Grupo e em Tesouraria
elementos estruturais do projeto do imóvel (quer Quando uma entidade recebe serviços e o pagamento
ou não o comprador exerça essa possibilidade). é efetuado com ações de outra empresa do mesmo
Nesse caso, a receita e o custo são reconhecidos grupo econômico, o registro da despesa é cabível na
pelo percentual de evolução da obra (se houver a entidade que efetivamente recebe os serviços. Se os
transferência do controle, dos riscos e dos benefícios serviços forem distribuídos a duas ou mais entidades,
da propriedade de imóvel durante a construção). cada uma reconhece a parte que lhe compete.

40
ICPC 06 – Hedge de Investimento Líquido em ICPC 09 – Demonstrações Financeiras
Operação no Exterior Individuais, Demonstrações Separadas,
Detalha, especificamente, o tratamento das operações Demonstrações Consolidadas e Aplicação do
em que a entidade efetua investimento líquido no Método de Equivalência Patrimonial
exterior, e parcial ou totalmente contrata operação de Detalha aspectos importantes contidos nos CPCs 15,
hedge com relação à moeda desse investimento. Trata 18, 19, 35 e 36. Os principais aspectos são:
também da contínua verificação da eficácia do hedge. a) Goodwill (ágio por expectativa de rentabilidade
futura): este CPC aborda o cálculo e a
ICPC 07 – Distribuição de Lucros in Natura contabilização do ágio. Aborda a situação rara
Dividendos in natura: uma entidade distribui aos desse tipo de ativo quando com vida útil definida,
seus acionistas ou sócios, ou a detentores de títulos ágio em incorporação de entidades com, ou sem,
especificados como patrimoniais (ações, cotas, etc.), entidade “veículo”, quando eram anteriormente
lucros na forma de ativos que não são o próprio caixa. independentes ou não, incorporação reversa e
operações semelhantes.
Quando o lucro é distribuído in natura, a obrigação b) G anho por compra vantajosa (“deságio”).
é reconhecida na data da efetiva aprovação da c) C
 ombinações de negócios: registro dos ajustes
distribuição, pelo valor justo dos ativos a serem ao valor justo (diferença entre o valor justo e o
entregues. A diferença entre esse valor e o valor contábil valor contábil dos ativos e passivos adquiridos,
anterior de tais ativos é reconhecida no resultado da reconhecida como lucro na aquisição).
entidade, na data da liquidação da obrigação. d) P articipação de não controladores: podendo ser
avaliada com base no valor justo dos ativos e
ICPC 08 – Contabilização da Proposta de passivos adquiridos na combinação de negócios,
Pagamento de Dividendos ou com base no valor justo dessas mesmas
Reconhecimento dos dividendos: devem ser participações, detalhando a forma de contabilização
reconhecidos como passivo somente se atenderem das operações de compra e venda de ações ou cotas,
aos critérios de obrigação presente na data das entre as empresas de mesmo grupo econômico
demonstrações financeiras. Sendo assim, os (variações na porcentagem de participação), e que
dividendos que forem declarados pela assembleia são tratadas semelhantemente às operações com
geral, ou por outro órgão competente, de acordo instrumentos próprios (ações em tesouraria).
com as formalidades previstas no estatuto social, ou e) Lucros não realizados: detalha o tratamento dos
equivalente, antes da data-base das demonstrações lucros não realizados entre investidora e coligada,
financeiras atendem aos requisitos de obrigação entre controladora e controlada, e entre investidora e
presente e, portanto, se não pagos, devem figurar no controlada em conjunto, bem como da equivalência
passivo da entidade como obrigação. patrimonial sobre outros resultados abrangentes
(reconhecidos na investidora também diretamente
Por outro lado, se não houver deliberação da em seu patrimônio líquido) e das situações especiais
assembleia geral antes da data-base das demonstrações quando da aplicação inicial dos CPCs.
financeiras, somente o dividendo mínimo obrigatório
atenderá à condição de obrigação presente na data das ICPC 10 – Interpretação sobre a Aplicação
demonstrações financeiras. A parcela da proposta dos Inicial ao Ativo Imobilizado e à Propriedade
órgãos da Administração à assembleia de acionistas, para Investimento dos Pronunciamentos
que exceder a esse mínimo obrigatório, deve ser Técnicos CPCs 27, 28, 37 e 43
mantida no patrimônio líquido, em conta específica Detalha sobre a contabilização e divulgação dos
de reserva de lucros, como por exemplo “Dividendo Pronunciamentos sobre imobilizado e propriedade
adicional proposto”, até a deliberação definitiva que para investimento, bem como da adoção inicial dos
vier a ser tomada pelos acionistas. CPCs e das IFRSs.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 41


Vida útil: obrigação da revisão periódica determinada ICPC 12 – Mudanças em Passivos por Desativação,
pelo CPC 13, item 54, a ser efetuada durante o Restauração e Outros Passivos Similares
exercício social iniciado a partir de 1º de janeiro de O custo futuro de limpeza de um sítio faz parte do
2009, cuja aplicação em 2009 foi excepcionalizada; custo do ativo construído caso esse passivo exista e seja
deverá ser efetuada na abertura do exercício social mensurável. A provisão, em contrapartida, é constituída
iniciado a partir de 1º de janeiro de 2010. pelo seu valor presente dos desembolsos futuros
estimados, gerando: (i) o ativo; (ii) um encargo de
Deemed cost (custo atribuído): quando a entidade depreciação periódico; (iii) o passivo; e (iv) os encargos
identificar bens ou conjuntos de bens de valores financeiros a serem reconhecidos ao longo da vida útil
relevantes ainda em operação, e que apresentem do bem, com base na taxa efetiva de desconto.
valor contábil substancialmente inferior ou superior
ao seu valor justo essa interpretação incentiva que A Interpretação estabelece que variações posteriores
na adoção do CPC 27 seja adotado, como custo na provisão, que não pela apropriação dos descontos
atribuído (deemed cost), esse valor justo. Os efeitos a valor presente, devem ser ajustadas ao imobilizado,
devem ser contabilizados na abertura do primeiro se este for avaliado pelo custo. Se tiver havido
exercício social em que se aplicar o CPC 27, sendo reavaliação desse imobilizado no passado, o ajuste
as demonstrações contábeis apresentadas para fins é na reavaliação se houver redução do passivo,
comparativos ajustadas para considerar este novo ou no resultado, se houver incremento. Em certas
custo atribuído. circunstâncias específicas os ajustes são no resultado.

A Deliberação CVM nº 619/09 aprova e torna ICPC 13 – Direitos a Participações Decorrentes


obrigatória adoção da ICPC 10 pelas companhias de Fundos de Desativação, Restauração e
abertas e exige que quando não for adotado, na Reabilitação Ambiental
avaliação inicial do ativo imobilizado e da propriedade Essa interpretação trata de duas questões: (i) como
para investimento, o “custo atribuído”, previsto a entidade (contribuinte) deve contabilizar a sua
nos itens 20 a 29 da ICPC 10, que esse fato seja participação em um fundo de desativação, restauração
divulgado em nota explicativa às suas demonstrações e reabilitação ambiental; e (ii) quando a entidade tiver
financeiras, indicando as razões que justificaram a não obrigação de fazer contribuições adicionais, como, por
adoção. exemplo, no caso de falência de outro contribuinte,
como essa obrigação deve ser contabilizada.
ICPC 11 – Recebimento em Transferência de
Ativos dos Clientes ICPC 15 – Passivo Decorrente de Participação
Quando uma entidade recebe ativos para prestar em um Mercado Específico - Resíduos de
serviços aos clientes (outsorcing para processamento Equipamentos Eletroeletrônicos
de dados, com entrega de computadores, linha de A Interpretação IFRIC 6 foi emitida pelo IASB para uma
transmissão que a entidade constrói e entrega à situação específica da União Europeia. Devido ao fato
fornecedora de energia, etc.), deve reconhecê-los em que muitas empresas brasileiras que têm investimentos
seu balanço conforme a transferência substancial dos societários naquela região precisam aplicá-la, e suas
riscos e benefícios inerentes a tais ativos. investidoras no Brasil precisam reconhecer seus efeitos
para fins de equivalência patrimonial e consolidação
A contrapartida é reconhecida diretamente no das demonstrações contábeis, o CPC deliberou emitir a
resultado, ou como passivo para apropriação futura, ICPC 15 baseada na referida IFRIC 6. Esta Interpretação
conforme os serviços a serem prestados tenham, ou fornece orientação sobre o reconhecimento,
não, preços especiais por causa dessa transferência. nas demonstrações contábeis de fabricantes, de
Se houver preço especial, há o diferimento para passivos por gerenciamento de resíduos previstos
complementação da receita no futuro. na Diretiva da União Europeia sobre Resíduos de

42
Equipamentos Eletroeletrônicos em relação às vendas OCPC 02 – Esclarecimentos sobre as
de equipamentos residenciais históricos. Demonstrações Financeiras de 2008
Não comentado por terem cessado seus efeitos.
ICPC 16 – Extinção de passivos financeiros com
instrumentos patrimoniais OCPC 03 – Instrumentos Financeiros:
Esta Interpretação trata da contabilização por Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação
uma entidade quando as condições de um passivo Esse documento é a reprodução, com pequenos
financeiro são renegociadas e resultam na emissão de ajustes, do CPC 14, emitido em 2008 e substituído
instrumentos patrimoniais da entidade ao seu credor em 2009 pelos CPCs 38, 39 e 40 (com vigência
para a extinção total ou parcial do passivo financeiro. iniciada em 2010 consoante determinação dos órgãos
A entidade deve remover um passivo financeiro (ou reguladores que os aprovaram). Esta Orientação tem o
parte de passivo financeiro) de seu balanço patrimonial objetivo de servir como documento de consulta para
quando, e apenas quando, for extinto, de acordo com as entidades que não tenham instrumentos financeiros
o item 39 do CPC 38. complexos e que não precisem detalhadamente
desses outros Pronunciamentos.
Quando instrumentos patrimoniais próprios emitidos
para o credor para extinguir a totalidade ou parte de OCPC 04 – Aplicação da Interpretação
um passivo financeiro são inicialmente reconhecidos, Técnica ICPC 02 às Entidades de Incorporação
a entidade deve mensurá-los pelo valor justo dos Imobiliária Brasileiras
instrumentos patrimoniais emitidos, a menos que o Esta Orientação diz respeito ao que se depreende
valor justo não possa ser mensurado. Se o valor justo e se interpreta a partir da ICPC 02, considerando
dos instrumentos patrimoniais próprios emitidos não as principais características e peculiaridades do
puder ser mensurado, os instrumentos patrimoniais ambiente econômico e jurídico em que opera o setor
próprios devem ser mensurados pelo valor justo do imobiliário brasileiro. O objetivo desta Orientação
passivo financeiro extinto. é o de auxiliar na análise de se os contratos de
construção se enquadram mais adequadamente
OCPC 01 (R1) – Entidades de Incorporação no alcance do Pronunciamento Técnico CPC 17 –
Imobiliária Contratos de Construção ou do Pronunciamento
Detalha tratamentos contábeis relativos a gastos Técnico CPC 30 – Receitas e assim auxiliar na definição
com comissão de vendas, propaganda, estande, pelos preparadores das demonstrações contábeis
apartamento-modelo e comercialização, entre outros do momento do reconhecimento da receita com a
gastos específicos e inerentes dessa atividade. Detalha incorporação ou construção de imóveis.
o tratamento dos custos de construção, inclusive
encargos financeiros durante essa fase.

Aborda o registro das permutas de imóveis


(normalmente terreno por uma unidade habitacional),
obrigando ao reconhecimento da operação como
compra e venda, e consequente ganho ou perda.

Tópicos especiais estão discutidos, como ajustes a


valor presente de recebíveis, provisão para garantias,
baixa de recebíveis por transferência, classificação no
resultado e outros.

Divulgações específicas são exigidas.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 43


Regulamentações específicas por setor
Instituições financeiras e outras

Banco Central do Brasil – BC instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central


Resolução n° 3.836, de 25 de fevereiro de 2010 do Brasil que tenham clientes pessoas físicas ou
Essa Resolução autorizou a emissão de Letras pessoas jurídicas classificadas como microempresas,
Financeiras por bancos múltiplos, bancos comerciais, com a atribuição de atuar como canal de comunicação
bancos de investimento, sociedades de crédito, entre essas instituições e os clientes e usuários de
financiamento e investimento, caixas econômicas, seus produtos e serviços, inclusive na mediação de
companhias hipotecárias e sociedades de crédito conflitos, revogando as Resoluções n° 3.477/07 e
imobiliário com prazo mínimo de 24 meses para o n° 3.489/07, que tratavam deste assunto.
vencimento e com valor unitário nominal superior
a R$ 300 mil. Resolução n° 3.853, de 29 de abril de 2010
Essa Resolução dispõe sobre a elaboração de
Resolução nº 3.846, de 25 de março de 2010 demonstrações financeiras intermediárias consolidadas
Altera a Resolução nº 3.792, de 24 de setembro de para as instituições financeiras constituídas sob
2009, que dispõe sobre as diretrizes de aplicação dos a forma de companhia aberta e as obrigadas a
recursos garantidores dos planos administrados pelas constituir comitê de auditoria, que divulgarem
entidades fechadas de previdência complementar. essas demonstrações financeiras intermediárias,
devem observar os pronunciamentos emitidos pelo
Resolução n° 3.849, de 25 de março de 2010 International Accounting Standards Board – IASB,
Essa Resolução altera as normas anteriormente traduzidos para a língua portuguesa por entidade
existentes sobre o componente organizacional de brasileira credenciada pela International Accounting
ouvidoria para as instituições financeiras e demais Standards Committee Foundation – IASC Foundation,
e: (a) faculta sua apresentação comparativa para o
exercício de 2010; (b) deve ser observada a efetiva
data de vigência dos pronunciamentos emitidos pelo
IASB; (c) a adoção antecipada de pronunciamentos
está condicionada à previsão normativa específica; e
(d) dispensa a divulgação do balanço de abertura.

Resolução n° 3.895, de 29 de julho de 2010


Essa Resolução adia para 1º de janeiro de 2012
a adoção, pelas instituições financeiras e demais
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central
do Brasil, dos procedimentos para classificação,
registro contábil e divulgação de operações de
venda ou de transferência de ativos financeiros de
que trata a Resolução nº 3.533, de 31 de janeiro de
2008, sendo vedada, a partir dessa data, a aplicação
antecipada dos mencionados procedimentos.

Resolução n° 3.919, de 25 de novembro de 2010


Essa Resolução altera e consolida as normas sobre
cobrança de tarifas pela prestação de serviços
pelas instituições financeiras e demais instituições
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil,
que deve estar prevista em contrato firmado com o
cliente ou usuário ou ter tido o serviço autorizado

44
ou solicitado pelo cliente/usuário, padronizando a tiverem instituído, até a efetiva extinção dos créditos
lista de serviços prioritários e seus fatos geradores, tributários correspondentes, em conformidade com
e regulamenta a prestação de serviços e a cobrança o disposto no Pronunciamento Técnico CPC 25, e dá
de tarifas e anuidades sobre os cartões de crédito outras providencias.
emitidos pelas instituições financeiras e demais
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central Carta-Circular nº 3.435, de 18 de março de 2010
do Brasil. Essa Resolução entra em vigor a partir de 1° Essa Carta-Circular esclarece acerca das datas dos
de março de 2011. balanços de abertura a serem utilizadas quando
da elaboração das primeiras demonstrações
Resolução n° 3.921, de 25 de novembro de 2010 financeiras consolidadas preparadas de acordo com
Essa Resolução dispõe sobre a política de os pronunciamentos emitidos pelo International
remuneração dos administradores das instituições Accounting Standards Board – IASB.
financeiras e demais instituições autorizadas a
funcionar pelo Banco Central do Brasil, produzindo Carta-circular nº 3.445, de 26 de abril de 2010
efeitos a partir de 1° de janeiro de 2012. Essa Carta-circular dispensa a publicação da coluna de
valor acumulado da Demonstração das Variações nas
Resolução n° 3.933, de 16 de dezembro de 2010 Disponibilidades de Grupos, pelas Administradoras de
Essa Resolução autorizou o Banco Nacional de Consórcio, e dá outras providencias.
Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES a emitir
Letras Financeiras. Conselho de Gestão da Previdência
Complementar – CGPC
Circular nº 3.484, de 2 de fevereiro de 2010 Recomendação CGPC nº 02, de 27 de abril de 2009
Essa Circular determina que as Administradoras de Dispõe sobre a adoção da Supervisão Baseada em
Consórcios apliquem o Pronunciamento Técnico Risco – SBR no âmbito da Secretaria de Previdência
CPC 25, emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Complementar em relação à supervisão das entidades
Contábeis – CPC, em 26 de junho de 2009, no fechadas de previdência complementar e dos planos
reconhecimento, mensuração e divulgação de de benefícios por elas administrados, e dá outras
provisões, contingências passivas e contingências providências. Esta Recomendação entra em vigor na
ativas. data de sua publicação.

Circular nº 3.501, de 16 de julho de 2010 Resolução CGPC nº 29, de 31 de agosto de 2009


Essa Circular altera as normas anteriormente existentes Dispõe sobre os critérios e limites para custeio das
sobre o componente organizacional de ouvidoria das despesas administrativas pelas entidades fechadas de
administradoras de consórcios. previdência complementar, e dá outras providências.
Esta Resolução entra em vigor em 1º de janeiro de
Circular nº 3.503, de 26 de julho de 2010 2010. Revogam-se a partir de 1º de janeiro de 2010 a
Essa Circular consolida o conteúdo mínimo exigido no Resolução CPC nº 01, de 9 de outubro de 1978, e as
relatório semestral do responsável pela ouvidoria e demais disposições em contrário.
revoga a Circular nº 3.370/07.
Resolução CGPC nº 28, de 26 de janeiro de 2009
Carta-circular nº 3.429, de 11 de fevereiro de 2010 Dispõe sobre os procedimentos contábeis das
Essa Carta-circular determina que as instituições entidades fechadas de previdência complementar e
financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar dá outras providências. Esta Resolução entra em vigor
pelo Banco Central do Brasil devem reconhecer em seu em 1º de janeiro de 2010. Revogam-se a partir de 1º
passivo as obrigações tributárias objeto de discussão de janeiro de 2010 as Resoluções CGPC nº 5, de 30 de
judicial sobre a constitucionalidade das leis que as janeiro de 2002, nº 10, de 5 de julho de 2002, nº 17,

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 45


de 28 de março de 2006 (“que trata da substituição Instrução PREVIC nº 2, de 18 de maio de 2010
e da recontratação do auditor independente pelas Dispõe sobre os procedimentos de preenchimento e
entidades fechadas de previdência complementar”), envio de informações dos investimentos dos planos
nº 25, de 30 de junho de 2008, o artigo 2º da administrados pelas entidades fechadas de previdência
Resolução CGPC nº 22, de 25 de setembro de 2006, complementar e dá outras providências. Esta Instrução
e os artigos 12 e 13 da Resolução CGPC nº 23, não se aplica aos planos de assistência à saúde a que
de 6 de dezembro de 2006. se refere o artigo 76 da Lei Complementar nº 109, de
29 de maio de 2001, registrados na Agência Nacional
Secretaria de Previdência Complementar ou de Saúde Suplementar – ANS.
Superintendência Nacional de Previdência
Complementar – PREVIC Instrução PREVIC n° 01, de 13 de abril de 2010
Instrução PREVIC nº 7, de 9 de novembro de 2010 Dispõe sobre procedimentos relativos ao recolhimento
Instala a Comissão de Mediação, Conciliação da Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência
e Arbitragem da Superintendência Nacional de Complementar – TAFIC. Esta Instrução entra em vigor
Previdência Complementar – CMCA e aprova o seu na data de sua publicação.
regulamento. Esta Instrução entra em vigor na data de
sua publicação. Instrução SPC nº 34, de 24 de setembro de 2009
Estabelece normas específicas para os procedimentos
Instrução PREVIC nº 6, de 8 de setembro de 2010 contábeis das entidades fechadas de previdência
Disciplina a realização de consultas e audiências complementar, define a forma, o meio e a
públicas pela Superintendência Nacional de periodicidade de envio das demonstrações contábeis
Previdência Complementar – PREVIC. Esta Instrução e dá outras providências. Esta Instrução entrará em
entra em vigor na data da sua publicação. vigor em 1º de janeiro de 2010. Fica revogada, quando
da entrada em vigor desta Instrução, a Instrução SPC
Instrução PREVIC nº 5, de 10 de agosto de 2010 nº 25, de 21 de julho de 2008.
Institui a súmula vinculante administrativa no
âmbito da Superintendência Nacional de Previdência Superintendência de Seguros Privados – SUSEP
Complementar – PREVIC (Súmula PREVIC). Esta Circular SUSEP nº 394, de 30 de outubro de 2009
Instrução entra em vigor na data de sua publicação. Dispõe sobre o prazo de aceitação da proposta de
seguros, contados a partir da data de seu recebimento,
Instrução PREVIC nº 4, de 6 de julho de 2010 para o ramo de seguros rurais com subvenção
Disciplina o encaminhamento de consultas econômica dos prêmios que será de 45 dias.
à Superintendência Nacional de Previdência
Complementar – PREVIC e dá outras providências. Circular SUSEP nº 395, de 3 de dezembro de 2009
Esta Instrução entra em vigor na data de sua Estabelece a codificação dos ramos de seguro e
publicação, com aplicação imediata às consultas dispõe sobre a classificação das coberturas contidas
pendentes de análise, a estas não se aplicando em planos de seguro, para fins de contabilização.
o prazo estabelecido no artigo 13. Fica revogada a
Instrução SPC nº 27, de 8 de dezembro de 2008. Circular SUSEP nº 401, de 25 de fevereiro de 2010
Define o conceito de custo de emissão e dispõe sobre
Instrução PREVIC nº 3, de 29 de junho de 2010 os critérios de cobrança do custo de apólice, fatura e
Dispõe sobre o Termo de Ajustamento de Conduta endosso.
– TAC no âmbito do regime de previdência
complementar operado por entidades fechadas de
previdência complementar. Esta Instrução entra em
vigor na data de sua publicação.

46
Circular SUSEP nº 404, de 25 de março de 2010 Carta circular SUSEP/CGSOA nº 1, de 31 de março
Permite que as entidades abertas de previdência de 2010
complementar e as sociedades seguradoras Determina que as sociedades e entidades
adotem, na estruturação dos planos com cobertura supervisionadas pela SUSEP devem preparar as
por sobrevivência, tábua biométrica elaborada demonstrações financeiras adaptadas às novas regras
por instituição independente, com reconhecida contábeis que serão publicadas ao longo do ano de
capacidade técnica, cujo critério de elaboração e 2010, somente para a data base de 31 de dezembro
atualização tenha sido previamente aprovado pela de 2010, sem quaisquer efeitos comparativos com
SUSEP. o exercício anterior, de 2009.

Circular SUSEP nº 406, de 29 de junho de 2010 Resolução CNSP nº 205, de 18 de novembro


Estabelece a obrigatoriedade das sociedades de 2009
seguradoras, resseguradoras locais, sociedades de Dispõe sobre o propósito e modalidades de seguro
capitalização e entidades abertas de previdência habitacional e sobre a adequação das condições
complementar, relativamente aos fatos contábeis contratuais e nota técnica atuarial desse seguro às
ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2009, do envio disposições dessa Resolução.
de sua escrituração mercantil, em versão digital, ao
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED. Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS
Resolução Normativa nº 203, de 1 de outubro
Circular SUSEP nº 408, de 23 de agosto de 2010 de 2009
Determina que as sociedades e entidades Determina que as administradoras de benefícios
supervisionadas pela SUSEP devem: que atuarem na condição de estipulante de plano
a) apresentar suas demonstrações financeiras coletivo deverão constituir ativos garantidores
individuais referentes às datas base de 30 de junho conforme disposto nesta Resolução, cujo montante
e 31 de dezembro de 2010 elaboradas de acordo será obtido por um percentual de referência incidente
com as normas contábeis que foram utilizadas para sobre as receitas dos contratos coletivos em que a
as demonstrações financeiras do exercício findo em administradora de benefícios atuar como estipulante,
31 de dezembro de 2009; de forma a representar em valores monetários o risco
b) publicar, a partir do exercício findo em 31 de de inadimplência assumido.
dezembro de 2010, inclusive, as demonstrações
financeiras consolidadas elaboradas de acordo com Resolução Normativa nº 206, de 3 de dezembro
os pronunciamentos emitidos pelo International de 2009
Accounting Standards Board – IASB, na forma Dispõe sobre a alteração na contabilização das
homologada pelo Comitê de Pronunciamentos contraprestações e prêmios das operações de planos
Contábeis – CPC, facultando, excepcionalmente de assistência à saúde na modalidade de preço pré-
para a data base de 31 de dezembro de 2010, estabelecido, devendo estes serem obrigatoriamente
a apresentação das demonstrações financeiras apropriados pelo valor correspondente ao rateio
comparativas; e diário – pro rata dia – do período de cobertura
c) Aplicar o CPC nº 11 – Contratos de Seguros às individual de cada contrato, a partir do primeiro
demonstrações financeiras consolidadas, a partir da dia de cobertura. A parcela das contraprestações
data-base de 31 de dezembro de 2010, inclusive, e e prêmios correspondente aos dias do período de
às demonstrações financeiras individuais, a partir de cobertura referentes ao mês subsequente deve ser
1º de janeiro de 2011. contabilizada como faturamento antecipado. Os
saldos registrados no passivo referentes à provisão
de riscos ou provisão de prêmios não ganhos – PPNG
deverão ser revertidos, e os seus ativos garantidores

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 47


passarão a lastrear a provisão de eventos ocorridos e Resolução Normativa nº 227, de 19 de agosto
não avisados – PEONA e a de eventos a liquidar com de 2010
operações de assistência à saúde. Dispõe sobre as novas regras de constituição,
vinculação e custódia dos ativos garantidores das
Resolução Normativa nº 207, de 22 de dezembro Provisões Técnicas, especialmente da Provisão de
de 2009 Eventos /Sinistros a Liquidar.
Dispõe sobre a alteração do Plano de Contas Padrão
da ANS para as operadoras de planos de assistência à Resolução Normativa nº 238, de 3 de novembro d
saúde, a partir de 1º de janeiro de 2010. e 2010
Altera a data-base de envio do Relatório de
Resolução Normativa nº 208, de 22 de dezembro Procedimentos Previamente Acordados sobre as
de 2009 informações econômico-financeiras do DIOPS,
Estabelece que eventual insuficiência de ativos elaborado por auditor independente registrado na
garantidores da Provisão de Risco em 31 de dezembro Comissão de Valores Mobiliários, para a partir de
de 2009 será considerada insuficiência de ativos junho de 2011.
garantidores da PEONA e da provisão de Eventos a
Liquidar com Operações de Assistência à Saúde. Instrução Normativa IN DIOPE nº 35, de 7 de
outubro de 2009
Resolução Normativa nº 209, de 22 de dezembro Define os ajustes por efeitos econômicos no
de 2009 patrimônio da operadora a ser considerado no critério
Estabelece novos critérios de manutenção de Recursos estabelecido para Margem de Solvência e Patrimônio
Próprios Mínimos, Dependência Operacional e Mínimo Ajustado – PMA.
constituição de Provisões Técnicas a serem observados
pelas operadoras de planos privados de assistência à Instrução Normativa IN DIOPE nº 36, de 23 de
saúde, a partir de 1º de janeiro de 2010. dezembro de 2009
Regulamenta a utilização do novo plano de
Resolução Normativa nº 212, de 19 de janeiro de contas padrão da ANS, disposto pela Resolução
2010 Normativa – RN n.º 207, de 22 de dezembro de 2009.
Dispõe sobre a obrigatoriedade do envio eletrônico,
em conjunto com o DIOPS, do Relatório de Revisão Instrução Normativa IN DIOPE nº 37, de 23 de
Limitada sobre as informações econômico-financeiras, dezembro de 2009
elaboradas por auditor independente registrado na Incorpora à legislação de saúde suplementar as
Comissão de Valores Mobiliários, para as datas base diretrizes dos Pronunciamentos Técnicos emitidos
estabelecidas nesta Resolução. pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC e
aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade –
Resolução Normativa nº 224, de 28 de julho CFC, e determina sua observância pelas operadoras
de 2010 de planos de assistência à saúde. Os Pronunciamentos
Altera o formato de relatório requerido na Técnicos aprovados pelo CFC no ano de 2008 devem
Resolução Normativa nº 212/10, passando a ser observados nas demonstrações contábeis relativas
exigir, juntamente com o DIOPS, o envio de um ao exercício social de 2009. Para as demonstrações
Relatório de Procedimentos Previamente Acordados contábeis relativas ao exercício social de 2010, serão
sobre as informações econômico-financeiras, observados, além desses pronunciamentos técnicos,
elaborado por auditor independente registrado na os Pronunciamentos Técnicos aprovados pelo CFC
Comissão de Valores Mobiliários, bem como, altera no ano de 2009, exceto o CPC nº 11 – Contratos de
a data-base do primeiro relatório para o terceiro Seguro, que será objeto de regulamentação específica
trimestre de 2010. da ANS.

48
Instrução Normativa IN DIOPE nº 38, de 28 de Instrução Normativa IN DIOPE nº 42,
dezembro de 2009 de 7 de junho de 2010
Define os ajustes por efeitos econômicos no patrimônio Dispõe sobre a contabilização de valores aplicados
da operadora a ser considerado para fins de Margem na aquisição de Ativo Intangível – Marca pelas
de Solvência e Patrimônio Mínimo Ajustado – PMA. operadoras de planos privados de assistência à saúde.

Instrução Normativa IN DIOPE nº 39, de 24 de Instrução Normativa IN DIOPE nº 43, de 5


fevereiro de 2010 de julho de 2010
As Operadoras de Planos de Assistência à Saúde, Determina que as operadoras de planos de assistência
classificadas nas modalidades Cooperativas Médicas à saúde classificadas nas modalidades de Cooperativas
e Cooperativas Odontológicas, que na Assembleia Médicas e Cooperativas Odontológicas poderão
Geral Ordinária relativa ao exercício social de 2009 não reconhecer os eventos incorridos e avisados
deliberarem pela transferência para seus cooperados da decorrentes de consultas médicas e odontológicas
responsabilidade de pagamento das Obrigações Legais, com médicos e dentistas cooperados, desde que em
e tendo sido contabilizada na época tal obrigação assembléia geral de cooperados delibere que não
em contra partida de Lucros e Prejuízos Acumulados, haverá o pagamento de consultas aos médicos e
poderão, excepcionalmente, transferi-los da conta de aos dentistas cooperados. As Cooperativas Médicas
Lucros ou Prejuízos Acumulados para o Ativo Realizável e Odontológicas que adotarem essa possibilidade,
a Longo Prazo. A faculdade que trata o esta instrução somente poderão efetuar a distribuição de sobras aos
poderá ser praticada no exercício social de 2009. cooperados com base em demonstrações contábeis
apuradas semestralmente e devidamente revisadas por
Instrução Normativa IN DIOPE nº 40, de 10 de auditores independentes registrados na Comissão de
março de 2010 Valores Mobiliários.
Determina: a) que as Demonstrações Financeiras
deverão ser publicadas até 25 de abril do exercício Instrução Normativa IN DIOPE/DIDES nº 3,
subsequente, isentando as operadoras de pequeno de 19 de outubro de 2010
porte de publicação; b) que as Demonstrações Determina que as operadoras de planos de assistência
Financeiras deverão ser enviadas à ANS até 31 de à saúde devem proceder ao registro contábil do
março do exercício subsequente; c) outras disposições montante devido de ressarcimento ao SUS, no
na preparação e apresentação das demonstrações momento do recebimento da notificação dos Avisos
financeiras. de Beneficiários Identificados (ABI), pelo montante
total cobrado. Relativamente às parcelas devidas de
Instrução Normativa IN DIOPE nº 41, de 30 de Ressarcimento ao SUS para as quais a operadora
março de 2010 tenha apresentado à ANS pedido de impugnação,
Determina que as operadoras de planos privados a operadora deverá contabilizar apenas o montante
de assistência à saúde, classificadas na modalidade dos valores impugnados multiplicado pelo percentual
de cooperativas odontológicas, devem registrar os histórico de impugnações indeferidas. O percentual
montantes constantes dos orçamentos de planos histórico de impugnações indeferidas, a ser
de tratamento apenas quando do encaminhamento observado pelas operadoras no exercício de 2010,
para elas do conhecimento do término do referido será disponibilizado pela DIDES na página da ANS
tratamento. O registro desses montantes devem ser na Internet. Os valores contabilizados deverão estar
efetuados como Provisão para Eventos/Sinistros a registrados no passivo circulante ou não circulante a
Liquidar em contrapartida à conta Eventos/Sinistros débito do resultado do exercício.
Conhecidos ou Avisados de Assistência Odontológica
ou eventos/ Sinistros em Corresponsabilidade
Assumida de Assistência Odontológica.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 49


Assuntos tributários
Principais temas editados em 2010

Thin Capitalization Nos termos dos artigos 24 e 25 da referida Lei, os


Com o advento da Medida Provisória nº 472, juros pagos ou creditados por fonte situada no Brasil
publicada em 16 de dezembro de 2009, foi a pessoa física ou jurídica, vinculada residente ou
introduzida no Brasil a regra conhecida como thin domiciliada no exterior, somente serão dedutíveis,
capitalization, já em vigor em vários países, buscando para fins de determinação do lucro real e da base de
evitar elisão fiscal através do endividamento excessivo cálculo da CSLL, quando se verifique constituírem
em detrimento de capitalizações. despesa necessária à atividade, no período de
apuração, atendendo aos seguintes requisitos:
Tal regra provocou alterações substanciais no I – no caso de endividamento com vinculada no
tratamento tributário de juros pagos ao exterior para exterior, não constituída em país ou dependência
fins de dedutibilidade da base de cálculo do Imposto com tributação favorecida ou sob regime fiscal
de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ e da Contribuição privilegiado, que tenha participação societária
Social sobre o Lucro Líquido – CSLL. na pessoa jurídica residente no Brasil, o valor
do endividamento com a pessoa vinculada no
Em 11 de junho de 2010 foi sancionada a Lei exterior, verificado por ocasião da apropriação dos
nº 12.249/10, que converteu a referida Medida juros, não seja superior a duas vezes o valor da
Provisória em Lei, mantendo a maioria das regras participação da vinculada no patrimônio líquido da
instituídas pela Medida Provisória nº 472/09, mas pessoa jurídica residente no Brasil;
que também alterou e acrescentou determinadas II – no caso de endividamento com vinculada no
disposições importantes. exterior, não constituída em país ou dependência
com tributação favorecida ou sob regime fiscal
privilegiado, que não tenha participação societária
na pessoa jurídica residente no Brasil, o valor
do endividamento com a pessoa vinculada no
exterior, verificado por ocasião da apropriação
dos juros, não seja superior a duas vezes o
valor do patrimônio líquido da pessoa jurídica
residente no Brasil;
III – em qualquer dos casos previstos acima, o valor
do somatório dos endividamentos com pessoas
vinculadas no exterior, não constituídas em país
ou dependência com tributação favorecida ou sob
regime fiscal privilegiado, verificado por ocasião
da apropriação dos juros, não seja superior a
duas vezes o valor do somatório das participações
de todas as vinculadas no patrimônio líquido da
pessoa jurídica residente no Brasil; e
IV – o valor total do somatório dos endividamentos
com todas as entidades situadas no exterior, em
país ou dependência com tributação favorecida
ou sob regime fiscal privilegiado, não seja superior
a 30% do valor do patrimônio líquido da pessoa
jurídica residente no Brasil.

50
Os valores do endividamento e da participação da Paraíso Fiscal e Regime Fiscal Privilegiado
vinculada no patrimônio líquido, conforme descritos Com a introdução da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro
acima, serão apurados pela média ponderada mensal. de 1996, verificou-se a existência concomitante
dos conceitos de países com tributação favorecida
Verificando-se excesso em relação aos limites (“paraísos fiscais”) com o de regime fiscal privilegiado.
fixados, o valor dos juros relativos ao excedente será Em essência, a classificação de um país como sujeito
considerado despesa não necessária à atividade da à tributação favorecida está vinculada à soberania,
empresa e não dedutível para fins do IRPJ e da CSLL. ao passo que o conceito de regime fiscal privilegiado
pode abranger parcelas territoriais de um país e
Quanto à vigência e eficácia das referidas regras, a estruturas ou operações ali usuais, que contemplem
Lei nº 12.249/10 estabelece em seu artigo 139, alínea regimes tributários diferenciados, sem, no entanto,
d, que os dispositivos previstos nos artigos 24 e 25 referir-se ao território como um todo.
entram em vigor em 16 de dezembro de 2009.
Entretanto, cumpre-nos ressaltar que há uma Posteriormente, a Instrução Normativa nº 188, de 6 de
discussão jurídica com relação à aplicabilidade da agosto de 2002, trouxe uma relação de 53 jurisdições
lei a partir de referida data, à luz dos princípios classificadas pela Receita Federal como regimes com
constitucionais de vigência da Lei Tributária. tributação favorecida. E a Lei nº 11.727, de 23 de
junho de 2008, introduziu o conceito de regime fiscal
Além do princípio da anualidade, há outro dispositivo privilegiado para fins de aplicação das regras de Preço
constitucional que limita a aplicação imediata  de de Transferência e ampliou o conceito de paraísos fiscais.
Medida Provisória quando esta dispuser sobre
impostos, qual seja, o artigo 62, § 2º, que estabelece Em 7 de junho de 2010, a Receita Federal divulgou,
que uma Medida Provisória que implique instituição através da Instrução Normativa nº 1.037, uma nova
ou majoração de impostos só produzirá efeitos no lista com as jurisdições consideradas Países com
exercício financeiro seguinte se houver sido convertida Tributação Favorecida (Black List), revogando a
em lei até o último dia daquele em que foi editada, Instrução Normativa nº 188 e introduzindo ainda uma
o que levaria à interpretação de que referidas regras lista de Regimes Fiscais Privilegiados (Gray List).
somente produziriam efeitos em relação ao IRPJ a
partir de 1º de janeiro de 2011, já que a Medida Quanto às implicações fiscais, tanto as entidades
Provisória nº 472/09 só foi convertida em Lei em da Black List quanto as da Gray List estão sujeitas
junho de 2010. às regras de Preço de Transferência e ao limite de
dedutibilidade de até 30% do patrimônio líquido para
Já com relação à CSLL, aplica-se o princípio da fins de subcapitalização (Thin Capitalization).
noventena ou da anterioridade nonagesimal, prevista
no artigo 195, § 6º, da Constituição Federal, que Em 24 de junho de 2010, a Instrução Normativa
determina que as contribuições sociais só poderão nº 1.045/10 alterou alguns pontos da redação da
ser exigidas depois de decorridos 90 dias da data Instrução Normativa nº 1.037/10. Para as Holdings
da publicação da lei que as houver instituído ou estabelecidas na Dinamarca ou nos Países Baixos o
modificado, não se lhes aplicando o disposto no regime privilegiado passou a ser aplicável somente
artigo 150, III, b. àquelas que não exercessem “atividade econômica
substantiva”. Entretanto, por meio dos Atos
Como a exigência da conversão em lei (artigo 62, Declaratórios Executivos RFB nº 10, nº 11 e nº 22,
§ 2º, da Constituição Federal) não se aplica às as autoridades fiscais brasileiras temporariamente
contribuições, pela observância do prazo nonagesimal, suspenderam o efeito de enquadramento na Gray
as novas regras deveriam produzir efeitos em relação à List para os Países Baixos e a Espanha e na Black List
CSLL a partir de 17 de março de 2010. para a Suíça.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 51


Outros Pagamentos a Paraísos Fiscais ou Para utilizar-se da dedutibilidade dessas despesas,
Regimes Fiscais Privilegiados a empresa fica obrigada a controlar contabilmente
A Lei nº 12.249/10 (conversão da Medida Provisória os gastos com custeio da prorrogação da licença-
nº 472/09) determina como dispêndios indedutíveis maternidade ou da licença à adotante, identificando
as importâncias pagas, creditadas, entregues, de forma individualizada os gastos por colaboradora
empregadas ou remetidas a qualquer título, direta que requeira a prorrogação. O valor total das despesas
ou indiretamente, a pessoas físicas ou jurídicas, decorrentes da remuneração da trabalhadora pago no
residentes ou constituídas no exterior e submetidas período de prorrogação de sua licença-maternidade
a um tratamento de país ou dependência com registrado na escrituração comercial deverá ser
tributação favorecida ou sob regime fiscal adicionado ao lucro líquido para fins de apuração do
privilegiado, salvo se houver: lucro real e da base de cálculo da CSLL.
a) a identificação do efetivo beneficiário da entidade
no exterior, destinatário dessas importâncias; Variação Cambial
b) a comprovação da capacidade operacional da A Instrução Normativa RFB nº 1.079, de 3 de
pessoa física ou entidade no exterior de realizar a novembro de 2010, regulamentou as regras para
operação; e opção do regime de tributação da variação cambial,
c) a comprovação documental do pagamento do previsto na Medida Provisória nº 2.158, de 24 de
preço respectivo e do recebimento dos bens e agosto de 2001, incluindo o previsto no artigo 137 da
direitos ou da utilização de serviço. Lei nº 12.249, de 15 de dezembro de 2009.

Empresa Cidadã – Decreto nº 7.052/10 e Assim, a partir do ano-calendário 2011, a pessoa


Instrução Normativa RFB nº 991/10 jurídica poderá optar pelo regime de caixa ou
O Decreto nº 7.052, de 23 de dezembro de 2009, de competência para a tributação das variações
regulamentou o Programa Empresa Cidadã, instituído monetárias; contudo, a opção pelo regime de
pela Lei nº 11.770, de 9 de setembro de 2008, competência deverá ser exercida em janeiro ou no
destinado a prorrogar por mais 60 dias a duração início das atividades e comunicada à Secretaria da
da licença-maternidade (inicialmente de 120 dias). Receita Federal do Brasil por intermédio da Declaração
A pessoa jurídica tributada com base no lucro real de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF,
que aderir a esse Programa poderá deduzir do relativa ao mês de adoção do regime, não sendo
imposto de renda devido a partir de 1º de janeiro admitida DCTF retificadora, fora do prazo de sua
de 2010, em cada período de apuração, o total da entrega, para a comunicação da opção pelo regime
remuneração da colaboradora pago no período de de competência.
prorrogação de sua licença-maternidade, vedada
a dedução como despesa operacional, conforme Ademais, adotada a opção pelo regime de
disposto na Instrução Normativa nº 991, de 21 de competência, o direito de sua alteração para o regime
janeiro de 2010. de caixa, no decorrer do ano-calendário, é restrito
aos casos em que ocorra elevada oscilação da taxa de
A pessoa jurídica poderá aderir ao Programa câmbio comunicada mediante a edição de Portaria
Empresa Cidadã mediante Requerimento de Adesão do Ministro de Estado da Fazenda e devidamente
formulado em nome do estabelecimento matriz, pelo declarada em DCTF, no mês em que ocorrer a
responsável perante o Cadastro Nacional da Pessoa comunicação da Portaria Ministerial.
Jurídica – CNPJ. A partir de sua adesão, poderão
se utilizar desse benefício as trabalhadoras que
requeiram a prorrogação do salário-maternidade até
o final do primeiro mês após o parto.

52
e-LALUR Escrituração Fiscal Digital – PIS/COFINS
Com o advento da Instrução Normativa RFB nº 989, A Instrução Normativa RFB nº 1.052, de 5 de julho
de 22 de dezembro de 2009, tornaram-se obrigatórias de 2010, instituiu a Escrituração Fiscal Digital da
a escrituração e entrega do Livro Eletrônico de Contribuição para o PIS/PASEP e da Contribuição para
Escrituração e Apuração do Imposto sobre a Renda o Financiamento da Seguridade Social – COFINS
e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (EFD-PIS/COFINS).
(e-LALUR) pelas pessoas jurídicas que apuram IRPJ e
CSLL através do regime do lucro real. Este novo modelo contribui para a modernização do
acompanhamento fiscal e uniformiza o processo de
O e-LALUR deve ser apresentado pela matriz, escrituração, que deverá ser assinado digitalmente
devendo nele estarem refletidas todas as operações pelo representante legal da empresa ou procurador
que impactam direta ou indiretamente, imediata ou constituído e transmitido, via Internet, ao ambiente
futuramente a composição da base de cálculo dos SPED até o quinto dia útil do segundo mês
referidos tributos. subsequente a que se refira a escrituração, inclusive
nos casos de extinção, incorporação, fusão e cisão
O livro eletrônico deve ser entregue até o último total ou parcial da empresa.
dia útil de junho do ano subsequente ao atual
calendário, por meio de aplicativo a ser disponibilizado Estão obrigadas à entrega da EFD-PIS/COFINS as
oportunamente pela Receita Federal do Brasil. Nas seguintes empresas:
hipóteses de cisão total ou parcial, incorporação, I – em relação aos fatos geradores ocorridos a
fusão ou extinção, o e-Lalur deverá ser entregue no partir de 1º de abril de 2011, as pessoas jurídicas
último dia útil do mês subsequente ao evento, exceto sujeitas a acompanhamento econômico-tributário
para os eventos especiais ocorridos no período entre diferenciado, nos termos da Portaria RFB nº 2.923,
1º de janeiro de 2010 e 30 de abril de 2011, quando de 16 de dezembro de 2009, e sujeitas à tributação
deverá ser entregue até o último dia útil de junho. do imposto sobre a renda com base
no lucro real;
Ele deve ser assinado digitalmente por meio do II – em relação aos fatos geradores ocorridos a partir
Certificado Digital e a sua apresentação dispensa de 1º de julho de 2011, as demais pessoas jurídicas
a escrituração do Livro de Apuração do Lucro Real sujeitas à tributação do imposto sobre a renda com
– LALUR no modelo e normas estabelecidas na base no lucro real;
Instrução Normativa SRF nº 28/78 e a utilização do III – em relação aos fatos geradores ocorridos a
Programa Validador e Assinador da Entrada de Dados partir de 1º de janeiro de 2012, as demais pessoas
para o FCont, para os fatos ocorridos a partir de 1º de jurídicas sujeitas à tributação do imposto sobre a
janeiro de 2010. renda com base no lucro presumido ou arbitrado;
IV – em relação aos fatos geradores ocorridos a
A Receita Federal do Brasil divulgará o layout do partir de 1º de janeiro de 2012, para as pessoas
livro eletrônico. A pessoa jurídica obrigada à sua jurídicas referidas nos §§ 6º, 8º e 9º do artigo 3º da
apresentação que não o fizer no prazo estará sujeita a Lei nº 9.718/98, e na Lei nº 7.102/83.
multa de R$ 5.000,00 por mês-calendário ou fração.
Fica facultada, ainda, a entrega da EFD-PIS/COFINS às
demais pessoas jurídicas não obrigadas pela Instrução
Normativa RFB nº 1.052, em relação aos fatos
contábeis ocorridos a partir de 1º de abril de 2011.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 53


Caso a EFD–PIS/COFINS não seja apresentada no Ademais, é importante mencionar que o layout do
prazo, a pessoa jurídica obrigada à sua apresentação arquivo .xml que suporta a NF-e passará a ter nova
estará sujeita a multa de R$ 5.000,00 por mês- versão (2.0) obrigatória a partir de abril de 2011,
calendário ou fração. nos termos do Ato COTEPE/ICMS nº 36, de 24 de
novembro de 2010.
A Receita Federal pronunciou-se, por meio de Ato
Declaratório Executivo COFIS nº 31, de 8 de julho de Já o novo prazo para cancelamento da NF-e, de 24
2010, quanto ao layout da EFD–PIS/COFINS. horas, entra em vigor em 1º de janeiro de 2012,
nos termos do Ato COTEPE/ICMS nº 35, de 24 de
Escrituração Fiscal Digital – EFD – Bloco G da novembro de 2010.
e-CIAP
O Ato COTEPE nº 38, de 19 de setembro de 2009, Novo Regulamento do Imposto sobre Produtos
instituiu na escrituração fiscal digital os registros Industrializados – RIPI/2010
pertinentes ao Controle de Crédito de ICMS do Ativo Em 16 de junho de 2010, foi publicado o Decreto
Permanente (CIAP), criando o Bloco G. O respectivo nº 7.212 com o fim de regular o Imposto sobre
bloco será obrigatório a partir de janeiro de 2011 Produtos Industrializados – RIPI/2010, de que trata
para as empresas que se apropriam do Imposto sobre a Lei nº 4.502/64.
Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS relativo
às aquisições de ativo imobilizado. O RIPI/2010 revogou o regulamento anterior (Decreto
nº 4.544/02), vigente desde 27 de dezembro de 2002.
Nota Fiscal Eletrônica – NF-e
Ao longo de 2010, tivemos a publicação dos Crédito Presumido de IPI
Protocolos ICMS nº 82, nº 85 e nº 191, alterando A Medida Provisória nº 471/09, posteriormente
o Protocolo ICMS nº 42/09, estabelecendo novas convertida na Lei nº 12.218, de 30 de março
atividades econômicas obrigadas à utilização da de 2010, permitiu às empresas instaladas nas
NF-e e prorrogando o prazo de outras, seja em razão Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e que sejam
de CNAE ou do destinatário da mercadoria ou do montadoras e fabricantes de veículos automotores
produto. (Lei nº 9.440/97, artigo 1º, § 1º) apurar crédito
presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados
A NF-e é um documento de existência apenas digital, – IPI, como ressarcimento das contribuições de
emitido e armazenado eletronicamente, com o que tratam as Leis Complementares nºs 7, de 7 de
intuito de documentar, para fins fiscais, operações setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970,
de circulação de mercadorias ou uma prestação de e 70, de 30 de dezembro de 1991, no montante
serviços, ocorrida entre as partes. Sua validade jurídica do valor das contribuições devidas, em cada
é garantida pela assinatura digital do remetente mês, decorrente das vendas no mercado interno,
(garantia de autoria e de integridade) e pela recepção, multiplicado por:
pelo Fisco, do documento eletrônico, antes da I – 2 (dois), no período de 1º de janeiro a 31 de
ocorrência do fato gerador. dezembro de 2011;
II – 1,9 (um inteiro e nove décimos), no período
Os Protocolos nº 82, nº 85 e nº 191 entraram em vigor de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2012;
em 16 de junho de 2010, 14 de julho de 2010 e 1º de III – 1,8 (um inteiro e oito décimos), no período
dezembro de 2010, respectivamente. de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2013;
IV – 1,7 (um inteiro e sete décimos), no período
de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2014; e
V – 1,5 (um inteiro e cinco décimos), no período
de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2015.

54
O mesmo dispositivo legal ampliou o prazo para o Manutenção do Crédito de IPI
aproveitamento do crédito presumido de IPI, para os A Lei nº 12.113, de 9 de dezembro de 2009, assegurou
empreendimentos industriais instalados nas áreas de a manutenção do crédito de IPI em razão do imposto
atuação da Superintendência do Desenvolvimento pago no desembaraço aduaneiro referente a automóvel
da Amazônia – SUDAM e Superintendência do de passageiros originário e procedente de países
Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, a ser integrantes do Mercado Comum do Sul – MERCOSUL,
deduzido na apuração desse imposto, incidente nas saído do estabelecimento importador de pessoa jurídica
saídas de produtos classificados nas posições 8702 fabricante de automóveis da posição 87.03 da Tabela de
a 8704 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados –
Produtos Industrializados – TIPI. TIPI com a isenção de que trata a Lei nº 8.989/95.

A apuração do crédito presumido, que estava prevista Ressarcimentos de Créditos de PIS, COFINS e IPI
para se encerrar em 31 de dezembro de 2010, foi A Receita Federal do Brasil disciplinou, através da
prorrogada para 31 de dezembro de 2015, com a Instrução Normativa RFB nº 1.060, de 3 de agosto de
alteração do disposto no artigo 1º, § 3º, da Lei nº 2010, o procedimento especial para o ressarcimento
9.286/99 pelo artigo 2º, § 1º, da Lei nº 12.218/10. de créditos de PIS, COFINS e IPI apurados sobre
bens, mercadorias, insumos e serviços relacionados a
De outro lado, a Medida Provisória nº 512, de 25 de receitas de exportação.
novembro de 2010, também estabeleceu a possibilidade A Instrução Normativa RFB nº 1.060/10 entrou em
de crédito presumido de IPI para as empresas de que vigor na data da sua publicação e estabelece regras a
trata o crédito de IPI da Medida Provisória nº 471/09. serem seguidas pelas entidades para o ressarcimento
Segundo a Medida Provisória nº 512/10, o crédito dos créditos, inclusive em relação à antecipação de
presumido será o equivalente ao resultado da aplicação 50% do montante do crédito.
das alíquotas do artigo 1º da Lei nº 10.485, de 3 de
julho de 2002, sobre o valor das vendas no mercado Substituição Tributária do IPI
interno, em cada mês, dos produtos constantes dos A Instrução Normativa RFB nº 1.081, de 4 de
projetos de que trata o caput, multiplicado por: novembro de 2010, revogou a Instrução Normativa
I – 2 (dois), até o 12º mês de fruição do benefício; SRF nº 260/02 e consolidou o disciplinamento sobre o
II – 1,9 (um inteiro e nove décimos), do 13º ao 24º mês regime especial de substituição tributária do IPI.
de fruição do benefício;
III – 1,8 (um inteiro e oito décimos), do 25º ao 36º mês Legislação Aduaneira
de fruição do benefício; Com o intuito de atualizar, sistematizar e consolidar as
IV – 1,7 (um inteiro e sete décimos), do 37º ao 48º normas e os procedimentos aplicáveis às operações
mês de fruição do benefício; e de comércio exterior, expedidos após a edição do
V – 1,5 (um inteiro e cinco décimos), do 49º ao 60º Regulamento Aduaneiro trazido pelo Decreto nº
mês de fruição do benefício.  6.759, de 5 de fevereiro de 2009, foi publicada a
Portaria SECEX nº 10, que passou a vigorar a partir de
Os benefícios, decorrentes da apuração do crédito 25 de maio de 2010.
presumido de IPI, ficam condicionados à realização
de investimentos em pesquisa, desenvolvimento e
inovação tecnológica na região, inclusive na área
de engenharia automotiva, correspondentes a, no
mínimo, 10% do valor do crédito presumido apurado.
Foi vedado o aproveitamento cumulativo do crédito
presumido estabelecido na Medida Provisória nº
512/10 e Medida Provisória nº 471/09.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 55


Entre outras inovações trazidas pela Portaria SECEX III – o IPI incidente na saída do estabelecimento
está a instituição do registro de exportação, somente industrial ou equiparado quando a aquisição no
no SIXCOMEX Exportação, em ambiente WEB. mercado interno for efetuada por estabelecimento
Desde 1º de dezembro de 2010, todos os registros industrial de pessoa jurídica beneficiária do REPENEC;
de exportações deverão ser realizados pela página IV – o IPI incidente na importação quando a importação
eletrônica do Ministério do Desenvolvimento, for efetuada por estabelecimento industrial de
Indústria e Comércio Exterior, conforme publicado pessoa jurídica beneficiária do REPENEC;
na Portaria SECEX nº 26, que alterou a Portaria V – o Imposto de Importação – II quando os referidos
SECEX nº 10. bens ou materiais de construção forem importados
por pessoa jurídica beneficiária do REPENEC. 
REPENEC
O artigo 1º da Medida Provisória nº 472/09, Os benefícios de que trata o REPENEC poderão ser
convertida posteriormente na Lei nº 12.249, de 11 usufruídos pelo período de cinco anos, a contar da data
de junho de 2010, instituiu o Regime Especial de de habilitação da pessoa jurídica titular do projeto.
Incentivos para o Desenvolvimento de Infraestrutura
da Indústria Petrolífera nas Regiões Norte, Nordeste As suspensões, listadas acima, convertem-se em
e Centro-Oeste (REPENEC). alíquota zero após a utilização ou incorporação do
bem ou material de construção ao estádio.
São beneficiárias do REPENEC as pessoas jurídicas,
estabelecidas e domiciliadas nas Regiões Norte, Nordeste RECOMPE
e Centro-Oeste, que tenham projetos aprovados, até O artigo 7º da Medida Provisória nº 472/09,
31 de dezembro de 2010, para implantação de obras convertida posteriormente na Lei nº 12.249, de 11
de infraestrutura nos setores petroquímico, de refino de de junho de 2010, instituiu o Regime Especial de
petróleo e de produção de amônia e ureia a partir do Aquisição de Computadores para o Uso Educacional
gás natural e não adotem como regime de tributação (RECOMPE), com o objetivo de promover a inclusão
o lucro presumido, arbitrado ou SIMPLES NACIONAL. digital nas escolas das redes públicas de ensino
federal, estadual, distrital ou municipal.
Aos beneficiários do REPENEC ficam suspensos, no
caso de venda no mercado interno ou de importação São beneficiárias do RECOMPE as pessoas jurídicas
de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, habilitadas que exerçam atividades de fabricação
novos, e de materiais de construção para utilização dos equipamentos de informática e programas de
ou incorporação, inclusive os serviços, em obras de computador neles instalados, bem como a prestação
infraestrutura destinadas ao ativo imobilizado: de serviços de assistência técnica e que seja vencedora
I – a exigência da contribuição para o PIS/PASEP e da do processo de licitação.
Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social – COFINS incidentes sobre a receita da
pessoa jurídica vendedora, bem como sobre a
prestação de serviços efetuada por pessoa jurídica
estabelecida no país, quando a aquisição dos
bens ou serviços for efetuada por pessoa jurídica
beneficiária quando a aquisição for efetuada por
pessoa jurídica beneficiária do REPENEC;
II – a exigência da contribuição para o PIS/PASEP–
Importação e da COFINS–Importação quando
a importação for efetuada por pessoa jurídica
beneficiária do REPENEC;

56
Aos beneficiários do RECOMPE ficam suspensos: RETAERO
I – o IPI incidente sobre a saída do estabelecimento O artigo 29 da Medida Provisória nº 472/09,
industrial de matérias-primas e produtos convertida posteriormente na Lei nº 12.249, de 11
intermediários destinados à industrialização dos de junho de 2010, instituiu o Regime Especial para a
equipamentos de informática, quando adquiridos Indústria Aeronáutica Brasileira (RETAERO).
por pessoa jurídica habilitada ao regime;
II – a contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS São beneficiárias do RETAERO as pessoas jurídicas
incidentes sobre a receita decorrente da: habilitadas perante a Receita Federal do Brasil e,
a) venda de matérias-primas e produtos preponderantemente, fornecedoras de partes,
intermediários destinados à industrialização dos peças, ferramentais, componentes, equipamentos,
equipamentos de informática, quando adquiridos sistemas, subsistemas, insumos e matérias-primas,
por pessoa jurídica habilitada ao regime; ou que prestem serviços a serem empregados na
b) prestação de serviços, por pessoa jurídica manutenção, conservação, modernização, reparo,
estabelecida no País, à pessoa jurídica revisão, conversão e industrialização das aeronaves
habilitada ao regime, quando destinados aos classificadas na posição 88.02 da NCM. Ademais, as
equipamentos de informática. pessoas jurídicas não podem adotar como regime de
III – o IPI, a contribuição para o PIS/PASEP– tributação o lucro presumido, arbitrado ou SIMPLES
Importação, a COFINS–Importação, o Imposto NACIONAL.
de Importação e a Contribuição de Intervenção
no Domínio Econômico, destinada a financiar o Aos beneficiários do RETAERO ficam suspensos, no
Programa de Estímulo à Interação Universidade– caso de venda no mercado interno ou de importação
Empresa para o Apoio à Inovação incidente sobre: dos bens e serviços discriminados anteriormente e
a) matérias-primas e produtos intermediários destinados ao ativo imobilizado, bem como na venda
destinados à industrialização dos equipamentos ou importação de serviços de tecnologia industrial
de informática, quando importados diretamente básica, desenvolvimento e inovação tecnológica,
por pessoa jurídica habilitada ao regime; assistência técnica e transferência de tecnologia:
b) o pagamento de serviços importados I – a exigência da contribuição para o PIS/PASEP
diretamente por pessoa jurídica habilitada ao e da COFINS incidentes sobre a receita da
regime, quando destinados aos equipamentos pessoa jurídica vendedora, bem como sobre a
de informática.  prestação de serviços efetuada por pessoa jurídica
IV – o IPI incidente sobre os equipamentos de estabelecida no país, quando a aquisição dos
informática saídos da pessoa jurídica beneficiária bens ou serviços for efetuada por pessoa jurídica
do RECOMPE diretamente para as escolas da rede beneficiária do RETAERO;
pública de ensino. II – a exigência da contribuição para o PIS/PASEP–
Importação e da COFINS–Importação quando
Após a incorporação ou utilização dos bens ou dos a importação for efetuada por pessoa jurídica
serviços adquiridos ou importados com os benefícios beneficiária do RETAERO;
do RECOMPE, a suspensão de que trata o regime III – o IPI incidente na saída do estabelecimento
converte-se em alíquota zero. industrial ou equiparado, quando a aquisição no
mercado interno for efetuada por estabelecimento
Os benefícios de que trata o RECOMPE poderão ser industrial de pessoa jurídica beneficiária do
usufruídos até 31 de dezembro de 2011. RETAERO;
IV – o IPI incidente na importação, quando efetuada
por estabelecimento industrial de pessoa jurídica
beneficiária do RETAERO.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 57


A habilitação ao RETAERO pode ser realizada em até II – a exigência da contribuição para o PIS/PASEP–
cinco anos a contar da data de vigência da Lei e a Importação e da contribuição para a Seguridade
fruição do benefício depende da comprovação da Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros
efetiva prestação do serviço para produção, reparo ou Serviços do Exterior – COFINS–Importação,
e manutenção de aeronaves classificadas na posição quando a importação for efetuada por pessoa
88.02 da NCM. Os benefícios poderão ser usufruídos jurídica beneficiária do RECOM;
pelo período de cinco anos, a contar da data de III – o IPI incidente na saída do estabelecimento
habilitação. industrial ou equiparado, quando a aquisição no
mercado interno for efetuada por pessoa jurídica
As suspensões, listadas acima, convertem-se beneficiária do RECOM;
em alíquota zero após o emprego, utilização ou IV – o IPI incidente na importação, quando a
exportação dos bens com tributação suspensa ou dos importação for efetuada por pessoa jurídica
que resultaram de sua industrialização. beneficiária do RECOM; e
V – o Imposto de Importação – II, quando os referidos
RECOM bens ou materiais de construção forem importados
Em 27 de julho de 2010, com o fim de incentivar por pessoa jurídica beneficiária do RECOM. 
as obras em estádios de futebol a serem utilizados
durante a Copa das Confederações FIFA 2013 e da As suspensões, listadas acima, convertem-se em
Copa do Mundo FIFA 2014, foi instituído o Regime alíquota zero após a utilização ou incorporação do
Especial de Tributação para Construção, Ampliação, bem ou material de construção ao estádio.
Reforma ou Modernização de Estádios de Futebol
(RECOM), por meio da Medida Provisória nº 497. Os benefícios de que trata o RECOM terão vigência
entre a data de publicação da Medida Provisória nº
São beneficiárias do RECOM as pessoas jurídicas 497/10 e 30 de junho de 2014.
não tributadas pelo lucro presumido ou arbitrado
ou incluídas no SIMPLES NACIONAL, que tenham Regime Aduaneiro Especial – REPETRO
projetos aprovados para seus estádios de futebol O Decreto nº 7.296, de 10 de setembro de 2010,
com a utilização prevista nas partidas oficiais dos acrescentou dispositivos ao Decreto nº 6.759/09,
campeonatos supramencionados. dispondo que o REPETRO somente será utilizado por
pessoa jurídica habilitada pela Secretaria da Receita
Aos beneficiários do RECOM ficam suspensos, no caso Federal do Brasil. Ademais, o Decreto também dispõe
de venda no mercado interno ou de importação de sobre as hipóteses de pessoas jurídicas passíveis de
máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, requerer a habilitação na Receita Federal do Brasil.
novos, e de materiais de construção para utilização
ou incorporação no estádio de futebol, bem como de Ponto Eletrônico
venda ou importação de serviços: A Portaria nº 1.510, de 21 de agosto de 2009, emitida
I – a exigência da contribuição para o PIS/PASEP pelo Ministério do Trabalho e Emprego, disciplinou o
e da COFINS incidentes sobre a receita da uso do registro eletrônico de ponto e a utilização do
pessoa jurídica vendedora, bem como sobre a Sistema de Registro Eletrônico de Ponto – SREP, visando
prestação de serviços efetuada por pessoa jurídica ao controle da jornada de trabalho dos empregados.
estabelecida no país, quando a aquisição dos
bens ou serviços for efetuada por pessoa jurídica Estarão sujeitos ao registro eletrônico de ponto todos
beneficiária do RECOM; os empregadores já obrigados ao registro manual
da jornada de trabalho de seus empregados, em
conformidade com o artigo 74, § 2º, da Consolidação
das Leis do Trabalho.

58
A referida Portaria estabeleceu como prazo para início A Portaria nº 451, de 23 de setembro de 2010,
da utilização do registro eletrônico da jornada de dispôs sobre a publicação dos índices de frequência,
trabalho 12 meses após a publicação dela, devendo, gravidade e custo, por atividade econômica,
portanto, o sistema ter sido integralmente implantado considerados para o cálculo do RAT, com vigência
em 21 de agosto de 2010. para o ano 2011.

Em decorrência da dificuldade de implantação do Medida Provisória nº 472/09 – Demais Assuntos


sistema eletrônico de ponto houve a necessidade de Tributários 
emissão de nova Portaria pelo Ministério do Trabalho O governo federal, por meio da Medida Provisória nº
e Emprego para alteração do prazo de implantação 472/09, convertida na Lei nº 12.249, de 11 de junho
do sistema. Por meio da Portaria nº 1.987, de 18 de de 2010, instituiu alterações diversas à legislação
agosto de 2010, alterou-se o prazo para utilização tributária. A seguir, listamos as principais alterações
obrigatória do Registrador Eletrônico de Ponto, impostas pela Medida Provisória nº 472/09, com
anteriormente previsto para 21 de agosto de 2010, exceção daquelas já apontadas anteriormente:
passando a ser obrigatório a partir de 1º de março I – amplia a vigência dos benefícios fiscais para as
de 2011. empresas aprovadas no Programa de Inclusão
Digital de 31 de dezembro de 2009 para 31 de
Risco de Acidente do Trabalho – RAT – dezembro de 2014;
Alteração da Tabela II – reduz a zero a alíquota do imposto de renda
O Decreto nº 6.957/09, em seu Anexo V, promoveu incidente na fonte e da CIDE, bem como dispõe
a revisão de enquadramento de risco das alíquotas sobre a não-incidência do PIS–Importação e
RAT, com aplicabilidade a partir da competência da COFINS–Importação, sobre as importâncias
janeiro de 2010. pagas, creditadas, entregues, empregadas ou
remetidas ao exterior a título de remuneração de
Dessa forma, a partir da competência janeiro de serviços vinculados aos processos de avaliação da
2010, as empresas tiveram de rever o enquadramento conformidade, metrologia, normalização, inspeção
no RAT (1%, 2% ou 3%) em conformidade com sanitária e fitossanitária, homologação, registros
sua atividade preponderante, a fim de verificar se a e outros procedimentos exigidos pelo país
alíquota permaneceria a mesma ou seria reduzida ou importador sob o resguardo dos acordos sobre
majorada. medidas sanitárias e fitossanitárias (SPS) 
e sobre barreiras técnicas ao comércio (TBT),
Fator Acidentário de Prevenção – FAP ambos do âmbito da Organização Mundial do
O FAP é o fato acidentário de prevenção, aplicado Comércio – OMC;
às alíquotas de 1%, 2% ou 3% da tarifação coletiva III – inclui os dispositivos eletrônicos semicondutores,
por subclasse econômica, incidentes sobre a folha de montados e encapsulados diretamente sob placa
salários das entidades para custear aposentadorias de circuito impresso (chip on board), classificada
especiais e benefícios decorrentes de acidentes de nos códigos 8534.00.00 ou 8523.51 da Tabela
trabalho. de Incidência dos Impostos sobre Produtos
Industrializados – TIPI, entre os itens sujeitos
A Previdência Social, por meio da Resolução CNPS ao benefício fiscal de que trata o PADIS (Lei nº
nº 1.316, de 31 de maio de 2010, promoveu alterações 11.484/07);
na Resolução CNPS nº 1.308/09, que dispõe sobre a
nova metodologia do FAP.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 59


IV – institui a possibilidade da redução da alíquota do XI – amplia a possibilidade de liquidação dos débitos
Imposto sobre Operações Financeiras – IOF a zero, parcelados, nos termos da Medida Provisória nº
nos casos de aquisições de máquinas, aparelhos, 470/09, com os saldos de prejuízo fiscal e base
instrumentos, equipamentos e ferramentas negativa apurados até 31 de dezembro de 2009.
computacionais (software), para incorporação ao
seu ativo imobilizado, e insumos importados por Subvenções para Estímulo à Inovação
pessoa jurídica beneficiária do PADIS; Tecnológica
V – inclui as empresas que explorem a atividade de O artigo 1º da Medida Provisória nº 497/10
securitização de créditos imobiliários, financeiros e desonerou da tributação de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS
do agronegócio no rol das entidades obrigadas à as subvenções governamentais de que tratam
tributação pelo lucro real; os artigos 19 da Lei nº 10.973/04 e 21 da Lei nº
VI – institui a aplicação de multa de 75% sobre a 11.196/06. Portanto, os recursos disponibilizados
parcela do imposto a restituir informado pelo pela União, pelas agências de fomento de ciências e
contribuinte pessoa física, na Declaração de Ajuste tecnologia e pelas ICTs para promover e incentivar o
Anual, que deixar de ser restituído por infração à desenvolvimento de produtos e processos inovadores,
legislação tributária, quando comprovado dolo ou inclusive para o pagamento da remuneração de
má-fé; pesquisadores, titulados como mestres ou doutores,
VII – amplia a base de cálculo do PIS–Importação e empregados em atividades de inovação tecnológica,
da COFINS–Importação de 8% para 15%, sobre não serão base de cálculo para os tributos
o valor pago, creditado, entregue, empregado e especificados.
remetido a título de prêmios de resseguro cedidos
ao exterior; Consequentemente, o emprego dos recursos
VIII – isenta do imposto de renda na fonte, de 1º de decorrentes das subvenções governamentais
janeiro de 2011 até 31 de dezembro de 2015, os não constituirá despesas ou custos para fins de
valores pagos, creditados, entregues, empregados determinação da base de cálculo do IRPJ e da
ou remetidos para pessoa física ou jurídica CSLL, nem dará direito à apuração de créditos da
residente ou domiciliada no exterior, destinados contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS. 
à cobertura de gastos pessoais, no exterior, de
pessoas físicas residentes no País, em viagens de Os valores das despesas ou dos custos já considerados
turismo, negócios, serviço, treinamento ou missões na base de cálculo do IRPJ e da CSLL, em períodos
oficiais; anteriores ao do recebimento da subvenção, deverão
IX – possibilita a prorrogação, em um ano, dos atos ser adicionados ao lucro líquido no período do
concessórios de drawback cujos prazos máximos recebimento da subvenção, bem como os créditos de
tenham sido prorrogados nos termos do artigo PIS/PASEP e da COFINS, deverão ser estornados.
4º do Decreto–Lei nº 1.722, de 3 de dezembro de
1979, com vencimento em 2010, ou nos termos Fundo Nacional do Idoso
do artigo 13 da Lei nº 11.945, de 4 de junho de A Lei nº 12.213, de 20 de janeiro de 2010, instituiu
2009; o Fundo Nacional do Idoso, destinado a financiar os
X – estabelece a multa isolada de 50% sobre o valor programas e as ações relativos ao idoso com vistas a
do crédito objeto de pedido de ressarcimento assegurar os seus direitos sociais e criar condições para
indeferido ou indevido, bem como sobre o crédito promover sua autonomia, integração e participação
oriundo de declaração não homologada, salvo no efetiva na sociedade.
caso de falsidade da declaração apresentada pelo
sujeito passivo, quando a multa será de 100%
(regulamentado pela Instrução Normativa RFB nº
1.067/10); e

60
O novo dispositivo legal alterou o disposto no passou a ser vedada a negociação dos certificados.
artigo 12 da Lei nº 9.250/95, no que se refere à
dedutibilidade das despesas com doações aos Fundos Certificação de Entidades Beneficentes de
Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da Assistência Social
Criança e do Adolescente nas apurações do lucro real Em 30 de novembro de 2009, publicou-se no Diário
e da base de cálculo da CSLL, bem como quanto à Oficial a Lei nº 12.101, regulamentada pelo Decreto
possibilidade de dedução do IRPJ devido. nº 7.237, de 2010, para dispor sobre o processo de
certificação das entidades beneficentes de assistência
Portanto, nos moldes do que já era estabelecido social para obtenção da isenção das contribuições
para as doações aos Fundos Municipais, Estaduais e para a seguridade social.
Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente,
a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto de Medida Provisória nº 497/10 – Demais Assuntos
renda devido, em cada período de apuração, o total Tributários 
das doações feitas aos Fundos Nacional, Estaduais O governo federal, por meio da Instrução Normativa
ou Municipais do Idoso devidamente comprovadas, nº 497/10, instituiu alterações na legislação tributária.
vedada a dedução como despesa operacional.  A seguir, listamos as principais alterações instituídas
pela Medida Provisória nº 497/10, com exceção das
A dedução deverá ser somada às efetuadas aos discutidas anteriormente:
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente, em I – a aquisição no mercado interno ou a importação,
cada período de apuração, para fins de avaliação do de forma combinada ou não, de mercadoria
limite de 1% do direito de dedução do IRPJ devido. equivalente à empregada ou consumida na
industrialização de produto exportado poderá ser
Fundo de Financiamento ao Estudante do realizada com isenção do Imposto de Importação e
Ensino Superior – FIES com redução a zero do IPI, da contribuição para o
Em 15 de janeiro de 2010, foi publicada a Lei nº PIS/PASEP e da COFINS, da contribuição para o PIS/
12.202, que trouxe alterações à legislação do FIES PASEP–Importação e da COFINS–Importação;
(Lei nºº10.260/01), inclusive em relação à utilização II – para efeitos de adimplemento do compromisso de
dos créditos de Instituto Nacional do Seguro Social – exportação nos regimes aduaneiros suspensivos,
INSS oriundos dos certificados. destinados à industrialização para exportação, os
produtos importados ou adquiridos no mercado
Até antes da publicação da nova lei, os créditos de interno com suspensão do pagamento dos tributos
INSS gerados pelo FIES somente podiam ser utilizados incidentes podem ser substituídos por outros
para liquidação de débitos da própria Previdência produtos, nacionais ou importados, da mesma
Social, sendo facultada a negociação dos certificados espécie, qualidade e quantidade, importados ou
com outras pessoas jurídicas. adquiridos no mercado interno sem suspensão do
pagamento dos tributos incidentes, nos termos,
De acordo com o disposto no artigo 1º da limites e condições estabelecidos pelo Poder
Lei nº 12.202, que alterou o § 3º do artigo 10º da Executivo;
Lei nº 10.260/01, não havendo débitos de caráter III – o Imposto de Importação incidente na importação
previdenciário, os certificados poderão ser utilizados de partes, peças, componentes, conjuntos e
para o pagamento de quaisquer tributos administrados subconjuntos, acabados e semiacabados, e
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, e pneumáticos fica reduzido em:
respectivos débitos, constituídos ou não, inscritos ou a) 40% até 31 de julho de 2010;
não em dívida ativa, ajuizados ou a ajuizar, exigíveis ou b) 30% até 30 de outubro de 2010;
com exigibilidade suspensa, bem como de multas, de c) 20% até 30 de abril de 2011; e
juros e de demais encargos legais incidentes. Ademais, d) 0% a partir de 1º de maio de 2011.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 61


IV – altera a lista dos códigos NCM sujeitos à Antes da Medida Provisória nº 510/10, as obrigações
suspensão do pagamento de PIS/PASEP e da tributárias dos consórcios eram de responsabilidade
COFINS incidente sobre a receita bruta da venda no das empresas consorciadas, na proporção da
mercado interno; participação de cada entidade no consórcio.
V – altera a lista dos códigos NCM sujeitos à
apuração de crédito presumido para desconto da Adicional sobre a Receita Líquida Operacional
contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS; De acordo com o previsto na Lei nº 12.111, de 9 de
VI – reduz para zero as alíquotas da contribuição para dezembro de 2009, regulamentada pelo Decreto
o PIS/PASEP e da COFINS, incidentes sobre a receita nº 7.204, de 2010, desde 1º de janeiro de 2010, as
bruta decorrente da venda, no mercado interno, concessionárias e permissionárias de serviços públicos
de serviços de transporte ferroviário em sistema de de distribuição de energia elétrica estão obrigadas
Trens de Alta Velocidade – TAV, assim entendido ao recolhimento, até 31 de dezembro de 2012, do
como a composição utilizada para efetuar a adicional de 0,30% sobre a receita líquida operacional.
prestação do serviço público de transporte
ferroviário que consiga atingir velocidade igual ou Os recursos deverão ser recolhidos ao Tesouro
superior a 250 km/h; e Nacional para ressarcimento de Estados e Municípios
VI – amplia de 31 de dezembro de 2013 para 31 que tiverem eventual perda de receita decorrente da
de dezembro de 2014 a tributação à alíquota arrecadação de ICMS incidente sobre combustíveis
de 1% aos projetos de incorporação de imóveis fósseis utilizados para geração de energia elétrica,
residenciais de interesse social, no âmbito do ocorrida nos 24 meses seguintes à interligação dos
Programa Minha Casa Minha Vida. respectivos Sistemas Isolados ao Sistema Interligado
Nacional – SIN.
Regras para Tributação de Bens de Viajantes
O Decreto nº 7.213, de 15 de junho de 2010, trouxe, IOF – Operações de Câmbio e Relativas a Títulos
entre outras, alterações significativas em relação ou Valores Mobiliários
às regras de tributação para os bens trazidos por Em 5 e 19 de outubro de 2010 foram publicados
viajantes provenientes do exterior para ingresso com a os Decretos nº 7.323 e nº 7.330, respectivamente,
bagagem acompanhada e desacompanhada no Brasil. alterando a alíquota do IOF sobre algumas operações
de câmbio.
As novas regras estabelecidas pelo Decreto foram,
posteriormente, regulamentadas pela Portaria MF nº Em conjunto, os Decretos introduziram as seguintes
440, de 30 de julho de 2010, e Instrução Normativa alterações ao regulamento do IOF (Decreto nº
RFB nº 1.059, de 2 de agosto de 2010. 6.306/07), em relação às operações de câmbio:
a) as liquidações de operações de câmbio para
Tributação dos Consórcios remessa de juros sobre o capital próprio e
Desde 28 de outubro de 2010, estão em vigor as dividendos recebidos por investidor estrangeiro,
novas regras relativas ao cumprimento de obrigações referentes às aplicações de que tratam os incisos
tributárias por consórcios. De acordo com a Medida XXIV, XXV, XXVI e XXVII do regulamento do IOF,
Provisória nº 510/10, que estabeleceu as novas regras, serão tributadas à alíquota zero;
os consórcios cumprirão as respectivas obrigações b) as liquidações de operações de câmbio contratadas
tributárias sempre que realizarem negócios jurídicos a partir de 19 de outubro de 2010 por investidor
em nome próprio, inclusive na contratação de pessoas estrangeiro, para ingresso de recursos no País,
jurídicas e físicas, com ou sem vínculo empregatício. inclusive por meio de operações simultâneas, para
aplicação no mercado financeiro e de capitais,
excetuadas as operações de que tratam as letras
“c” e “d”, serão tributadas à alíquota de 6%;

62
c) inclusão do inciso XXV no § 1º do artigo 15 do O Decreto nº 7.011 dispôs que será cobrado IOF, à
regulamento, prevendo a tributação à alíquota de alíquota de um inteiro e cinco décimos por cento, na
2% para as liquidações de operações de câmbio cessão de ações que sejam admitidas à negociação
contratadas, a partir de 5 de outubro de 2010, por em bolsa de valores localizada no Brasil, com o fim
investidor estrangeiro, relativas a transferências específico de lastrear a emissão de depositary receipts
do exterior de recursos para aplicação no País negociados no exterior.
em renda variável realizada em bolsa de valores
ou em bolsa de mercadorias e futuros, na forma O valor da operação a ser considerado para fins
regulamentada pelo Conselho Monetário Nacional de apuração da base de cálculo deverá ser obtido
– CMN, excetuadas operações com derivativos que multiplicando-se o número de ações cedidas pela sua
resultem em rendimentos predeterminados; cotação de fechamento na data anterior à operação
d) inclusão do inciso XXVI no § 1º do artigo 15 do ou, no caso de não ter havido negociação nessa data,
regulamento, prevendo a tributação à alíquota de pela última cotação de fechamento disponível.
2% para as liquidações de operações de câmbio,
contratadas a partir de 5 de outubro de 2010, para Imposto de Renda Incidente sobre os
ingresso de recursos no País para aquisição de Rendimentos e Ganhos Líquidos Auferidos nos
ações, por investidor estrangeiro, em oferta pública Mercados Financeiro e de Capitais
registrada ou dispensada de registro na Comissão Em 7 de abril de 2010, foi publicada a Instrução
de Valores Mobiliários ou para a subscrição de Normativa RFB nº 1.022, posteriormente alterada pela
ações, desde que, nos dois casos, as companhias Instrução Normativa RFB nº 1.043, consolidando e
emissoras tenham registro para negociação das regulamentando a legislação do imposto sobre a renda
ações em bolsas de valores; incidente sobre os rendimentos e ganhos auferidos nos
e) inclusão da previsão de tributação à alíquota zero mercados financeiros e de capitais, por investidores
nas liquidações de operações de câmbio para fins residentes ou domiciliados no País e no exterior.
de retorno de recursos aplicados por investidor
estrangeiro no mercado financeiro e de capitais, O novo normativo da RFB consolidou a legislação do
nas operações de que tratam as letras “b”, “c” e Imposto de Renda Retido na Fonte – IRRF, bem como
“d”; revogou as Instruções Normativas que tratavam do
f) as liquidações de operações de câmbio contratadas mesmo tema.
a partir de 19 de outubro de 2010 por investidor
estrangeiro, para ingresso de recursos no País, DIMOF
inclusive por meio de operações simultâneas, Com o objetivo de manter maior controle sobre as
para constituição de margem de garantia, inicial operações do mercado de câmbio, a Receita Federal
ou adicional, exigida por bolsas de valores, de do Brasil alterou o disposto na Instrução Normativa
mercadorias e futuros, serão tributadas à alíquota RFB nº 811, de 28 de janeiro de 2008, ampliando a
de 6%. obrigatoriedade da Declaração de Informações sobre
Movimentação Financeira (DIMOF) para as instituições
IOF – Operações Relativas a Títulos ou Valores autorizadas a realizar operações no mercado de
Mobiliários câmbio.
Em 19 de novembro de 2009, publicou-se no Diário
Oficial da União o Decreto nº 7.011, que introduziu Portanto, as instituições autorizadas a operarem no
o artigo 32A no Decreto nº 6.306/07 (Regulamento mercado de câmbio deverão declarar até o último
do IOF). dia de fevereiro de 2011 as aquisições de moeda
estrangeira, as conversões de moeda estrangeira em
nacional e as transferências de moeda estrangeira e de
outros valores para o exterior.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 63


Acompanhamento econômico–tributário e especial no ano 2011. As principais mudanças estão
A Portaria RFB nº 2.356/10 estendeu o relacionadas à alteração de alguns limites.
acompanhamento econômico-tributário diferenciado
às pessoas físicas. Segundo a Portaria, as pessoas O acompanhamento diferenciado de pessoas jurídicas
físicas objeto de acompanhamento diferenciado e de pessoas físicas consiste no monitoramento da
serão indicadas pela Comac, com base em critérios arrecadação, na análise do comportamento econômico-
objetivos e parâmetros técnicos. tributário e no tratamento diferenciado
às ações, pendências e passivo tributário relacionados
Outra alteração está relacionada às pessoas jurídicas aos contribuintes.
que serão objeto do acompanhamento diferenciado.
Estão sujeitas as pessoas jurídicas resultantes de cisão, Já o acompanhamento especial de pessoas jurídicas
total ou parcial, incorporação e fusão, para os eventos consiste na execução de todas as ações necessárias
informados a partir de dois anos-calendário anteriores para assegurar tratamento prioritário e conclusivo às
ao ano de acompanhamento. demandas e pendências relacionadas a determinadas
pessoas jurídicas indicadas ao acompanhamento
A Portaria RFB nº 2.357/10 alterou parâmetros para a diferenciado.
indicação das pessoas jurídicas a serem submetidas a
acompanhamento econômico-tributário diferenciado Com relação ao acompanhamento diferenciado, as
alterações mais significativas foram:

Portaria nº 2.923/09 Portaria nº 2.357/10


Receita bruta anual, no ano-calendário 2008, superior a Receita bruta anual, no ano-calendário 2009, superior a
R$ 80.000.000,00 (oitenta milhões de reais); R$ 90.000.000,00 (noventa milhões de reais);
Débitos declarados nas DCTFs, relativos ao ano-calendário 2008, Débitos declarados nas DCTFs, relativos ao ano-calendário 2009,
superiores a R$ 8.000.000,00 (oito milhões de reais); superiores a R$ 9.000.000,00 (nove milhões de reais);
Massa salarial informada nas GFIPs, relativas ao ano-calendário Massa salarial informada nas GFIPs, relativas ao ano-calendário
2008, superior a R$ 11.000.000,00 (onze milhões de reais); ou 2009, superior a R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais); ou
Total anual de débitos declarados nas GFIPs, relativas ao Total anual de débitos declarados nas GFIPs, relativas ao
ano-calendário 2008, superior a R$ 3.500.000,00 (três milhões ano-calendário 2009, superior a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões
e quinhentos mil reais). de reais).

Já com relação ao acompanhamento especial, as


principais alterações estão descritas abaixo:
Portaria nº 2.923/09 Portaria nº 2.357/10
Receita bruta anual, no ano-calendário 2008, superior a Receita bruta anual, no ano-calendário 2009, superior a
R$ 370.000.000,00 (trezentos e setenta milhões de reais); R$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais);
Débitos declarados nas DCTFs, relativos ao ano-calendário 2008, Débitos declarados nas DCTFs, relativos ao ano-calendário 2009,
superiores a R$ 37.000.000,00 (trinta e sete milhões de reais); superiores a R$ 40.000.000,00 (quarenta milhões de reais);
Massa salarial informada nas GFIPs, relativas ao ano-calendário Massa salarial informada nas GFIPs, relativas ao ano-calendário
2008, superior a R$ 45.000.000,00 (quarenta e cinco milhões de 2009, superior a R$ 51.000.000,00 (cinquenta e um milhões de
reais); ou reais); ou
Total anual de débitos declarados nas GFIPs, relativas ao Total anual de débitos declarados nas GFIPs, relativas ao
ano-calendário 2008, superior a R$ 15.000.000,00 (quinze ano-calendário 2009, superior a R$ 17.000.000,00 (dezessete
milhões de reais). milhões de reais).

64
Normas Internacionais de Relatório
Financeiro (IFRSs)

International Financial Reporting Standards – IFRSs A orientação incluída na IFRS 9 sobre a classificação
IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (revisada) e mensuração de passivos financeiros não apresenta
Em 28 de outubro de 2010, o IASB emitiu uma versão alterações para os critérios de classificação contidos
revisada da IFRS 9 – Financial Instruments, mantendo atualmente na IAS 39. Em outras palavras, passivos
os requerimentos para classificação e mensuração financeiros continuarão a ser mensurados, no total ou
de ativos financeiros conforme versão publicada em em parte, pelo custo amortizado ou pelo valor justo
novembro de 2009 e incluindo orientação sobre a por meio do resultado (fair value through profit or loss
classificação e mensuração de passivos financeiros. – FVTPL). O conceito de separar derivativos embutidos
Como parte da reestruturação da IFRS 9, o IASB do contrato principal também permanece inalterado.
também copiou para a norma revisada a orientação Passivos financeiros mantidos para negociação
sobre baixa de instrumentos financeiros e o respectivo continuam a ser mensurados pelo FVTPL, e todos os
guia de implementação contidos na IAS 39 – Financial demais passivos financeiros são mensurados pelo custo
Instruments: Recognition and Measurement. amortizado, exceto quando a opção pelo valor justo é
aplicada, usando o critério existente na IAS 39.

Entretanto, existem duas diferenças se comparada à


IAS 39:
• A apresentação dos efeitos de mudanças no valor
justo atribuíveis ao risco de crédito do passivo; e
• A eliminação da isenção de mensurar pelo custo os
derivativos passivos a serem liquidados pela entrega
de instrumentos de patrimônio não cotados.

Essa versão revisada conclui a primeira fase do projeto


do IASB de substituir a sua norma sobre instrumentos
financeiros (IAS 39). As demais fases (impairment e
hedge accounting) ainda precisam ser finalizadas.

Apresentação dos efeitos de mudanças no valor


justo atribuíveis ao risco de crédito do passivo
A orientação revisada sobre o risco de crédito de
um passivo não é aplicável para todos os passivos
mensurados pelo FVTPL. Passivos financeiros mantidos
para negociação, como os derivativos passivos, assim
como as obrigações por empréstimos e contratos de
garantia financeira que são designados sob a opção de
valor justo, continuarão a ser mensurados pelo valor
justo com todas as mudanças sendo reconhecidas no
resultado. Para todos os demais passivos financeiros
designados pelo FVTPL usando a opção de valor justo,
essa orientação é aplicável e requer o reconhecimento
da parcela das mudanças no valor justo do passivo,
atribuíveis às mudanças no risco de crédito, em outros
resultados abrangentes (Other Comprehensive Income
– OCI), e reconhecimento no resultado da parcela
remanescente da mudança no valor justo.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 65


Entretanto, se o reconhecimento em OCI das A IFRS 9 revisada mantém a orientação existente na
parcelas das mudanças no valor justo atribuíveis às IFRS 7 – Financial Instruments: Disclosures sobre
mudanças no risco de crédito criar ou aumentar um como separar a mudança no valor justo de um passivo
descasamento contábil, a entidade apresenta toda atribuível ao risco de crédito. A IFRS 7 permite duas
a mudança no valor justo no resultado. Ao avaliar o opções:
descasamento contábil, a entidade deve determinar ––A mudança no valor justo não atribuível às
se espera que os efeitos da mudança no risco de mudanças no risco de mercado (tais como as
crédito do passivo serão compensados no resultado mudanças na taxa referencial de juros, o preço de
pela mudança no valor justo de outro instrumento instrumento financeiro de outra entidade, o preço
financeiro mensurado pelo FVTPL. Tal expectativa de uma commodity, uma taxa de câmbio, ou um
deve ser baseada na relação econômica entre as índice ou taxa de inflação); ou
características do passivo e do outro instrumento ––Um método alternativo que melhor represente o
financeiro. Essa determinação é feita pela entidade risco de crédito.
no reconhecimento inicial e não é reavaliada
subsequentemente. A entidade deve divulgar em O método utilizado para mensurar as mudanças
notas explicativas a metodologia utilizada ao fazer no valor justo decorrente de mudanças no risco de
tal determinação. crédito deve ser divulgado.

A norma inclui orientação adicional para a Eliminação da isenção de mensurar pelo custo os
diferenciação entre risco de crédito e risco de derivativos passivos
desempenho específico do ativo (por exemplo, o risco A parte da IFRS 9 que trata de ativos financeiros
de que as condições de um ativo individual ou um removeu a isenção da IAS 39 de mensurar pelo
grupo de ativos não sejam cumpridas e, dessa forma, custo os instrumentos patrimoniais não cotados e os
o emitente é liberado dos valores da obrigação que é respectivos derivativos ativos quando o valor justo
vinculada a esses ativos). A norma fornece exemplos não possa ser mensurado confiavelmente. Quanto
de risco de desempenho específico do ativo. essa parte foi publicada, foi mantida a isenção de
mensuração pelo custo para derivativos passivos que
A orientação revisada proíbe que os valores serão liquidados pela entrega de instrumentos de
atribuíveis ao risco de crédito reconhecidos em patrimônio não cotados, quando o seu valor justo não
OCI sejam reclassificados para o resultado (ou pudesse ser mensurado confiavelmente (por exemplo,
seja, “reciclados”), mas permite transferências uma opção lançada em que, no exercício, a entidade
para outros componentes do patrimônio líquido. entregaria ações não cotadas ao detentor da opção).
Isso é relevante se uma entidade baixa um passivo Entretanto, a orientação agora revisada também
financeiro antes da data de vencimento por um valor remove essa isenção de mensuração pelo custo de
diferente do determinado contratualmente. Nessa forma que todos os derivativos, sejam ativos ou
situação, qualquer valor residual em OCI pode ser passivos, sejam mensurados pelo valor justo.
transferido para outros componentes do patrimônio
líquido (por exemplo, lucros acumulados) com Adoção e transição
divulgação dos valores transferidos e da razão para A versão revisada da IFRS 9 tem a mesma data de
a transferência. Diferentemente, se uma entidade adoção obrigatória que a sua versão anterior, 1º de
efetua o pagamento do débito conforme os termos janeiro de 2013. O IASB divulgou sua intenção de ter
contratuais na data do vencimento, não existirão a mesma data de adoção obrigatória para todas as
valores para serem reciclados, pois não haverá efeito fases da nova norma sobre instrumentos financeiros.
líquido acumulado das mudanças no risco de crédito A versão revisada permite a adoção antecipada,
do passivo. mas se uma entidade decide aplicar a orientação
relativa à classificação e mensuração de passivos

66
financeiros antecipadamente, ela deve também aplicar Modificação da IAS 12 sobre impostos diferidos:
qualquer outro requerimento da IFRS 9 que tenha recuperação dos ativos subjacentes
sido anteriormente finalizado naquele momento. Em 20 de dezembro de 2010, o IASB emitiu a
Atualmente, isso iria requerer que uma entidade modificação da IAS 12 – Income Taxes denominada
que deseja adotar antecipadamente a orientação Deferred Tax: Recovery of Underlying Assets. A IAS
para passivos financeiros da IFRS 9 também adote 12 requer que uma entidade mensure os impostos
antecipadamente a orientação para ativos financeiros. diferidos relativos a um ativo dependendo se a
A razão para requerer a aplicação das fases anteriores entidade espera recuperar o valor contábil do ativo
é reduzir a potencial falta de comparabilidade entre através do uso ou da venda. Quando um ativo é
entidades. A norma revisada deve ser aplicada mensurado pelo modelo de valor justo da IAS 40
retrospectivamente de acordo com a IAS 8. – Investment Property, pode ser difícil e subjetivo
avaliar se a recuperação do ativo será através do
Modificação da IFRS 7 para Melhorias nos uso ou da venda.
Requerimentos de Divulgações sobre Transferências
de Ativos Financeiros A modificação apresenta uma solução prática para
Em 7 de outubro de 2010, o IASB emitiu a o problema, introduzindo a presunção de que a
modificação da IFRS 7 – Financial Instruments: recuperação do valor contábil das propriedades para
Disclosures contendo melhorias que aumentam os investimentos será, normalmente, através de venda.
requerimentos de divulgações sobre transferências
de ativos financeiros. Não foi alterada a orientação Como resultado das modificações, a SIC–21 – Income
para a baixa de ativos financeiros que consta na Taxes – Recovery of Revalued Nondepreciable Assets
IAS 39 – Financial Instruments: Recognition and não será mais aplicável para propriedades para
Measurement., que foi copiada para a versão investimento mantidas ao valor justo.
revisada da IFRS 9 – Financial Instruments, conforme
mencionado acima. As modificações devem ser adotadas obrigatoriamente
para exercícios iniciados em ou após 1º de janeiro de
As modificações na IFRS 7 requerem melhorias 2012 e a adoção antecipada é permitida.
no atual nível de divulgação quando um ativo
é transferido mas não é baixado, e introduz novas Modificação da IFRS 1 sobre a eliminação de datas
divulgações para ativos que são baixados, mas fixas para adotantes pela primeira vez das IFRSs
a entidade continua a ter uma exposição contínua Em 20 de dezembro de 2010, o IASB emitiu a
ao ativo após a venda. O objetivo das mudanças modificação da IFRS 1 – First-time Adoption of
é permitir melhor entendimento da relação entre International Financial Reporting Standards (IFRSs)
os ativos financeiros transferidos e as obrigações que trata da eliminação de datas fixas para adotantes
financeiras e riscos associados com esses ativos. Essas pela primeira vez das IFRSs. As modificações
divulgações incluídas pelas modificações à IFRS 7 são substituem a data fixa de aplicação prospectiva de
similares às atualmente requeridas pelos princípios de 1º de janeiro de 2004 para a data de transição para
contabilidade geralmente aceitos nos Estados Unidos as IFRSs, de forma que os adotantes pela primeira
(US GAAP). vez das IFRSs não tenham de aplicar os requerimentos
de baixa da IAS 39 retrospectivamente.
As modificações devem ser adotadas
obrigatoriamente para exercícios iniciados em ou A modificação deve ser adotada obrigatoriamente
após 1º de julho de 2011 e a adoção antecipada para exercícios iniciados em ou após 1º de julho de
é permitida. Não são requeridas divulgações para 2011 e a adoção antecipada é permitida.
qualquer período apresentado que inicia antes da data
de adoção obrigatória das modificações.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 67


Melhorias para as IFRSs 2010 emitidas através do processo anual de melhorias, que
Em 6 de maio de 2010, o IASB emitiu documento é designado para efetuar melhorias necessárias, mas
chamado Melhorias para as IFRSs 2010 (Improvements não urgentes às IFRSs.
to IFRSs 2010), incorporando alterações em sete A tabela a seguir resume todas as melhorias efetuadas
normas. Esse é o terceiro conjunto de alterações em normas e interpretações existentes:

Norma Objeto da modificação Detalhe Adoção e transição


IFRS 1 – Mudanças de políticas contábeis Esclarece que, se uma entidade que adota as IFRSs pela primeira vez mudar Adoção obrigatória para
First-time Adoption no ano da adoção suas políticas contábeis ou o uso das isenções na IFRS 1 após a publicação de exercícios iniciados em ou
of International demonstrações financeiras intermediárias, de acordo com a IAS 34 Interim após 1º de janeiro de 2011. A
Financial Reporting Financial Reporting, mas antes que suas primeiras demonstrações financeiras adoção antecipada é permitida.
Standards anuais de acordo com as IFRS sejam emitidas, ela deve explicar essas mudanças
e atualizar as reconciliações entre os princípios de contabilidade anteriores e as
IFRSs. Os requerimentos na IAS 8 não se aplicam a essas mudanças.
Reavaliação como custo Esclarece que é permitido para uma entidade que adota as IFRSs pela primeira vez Adoção obrigatória para
atribuído utilizar o valor justo decorrente de um evento específico como custo atribuído na exercícios iniciados em ou
data de mensuração, ou seja, na data em que o evento ocorreu, mesmo que o após 1º de janeiro de 2011. A
evento tenha ocorrido após a data de transição para as IFRSs, desde que o evento adoção antecipada é permitida.
tenha ocorrido durante o período coberto por suas primeiras demonstrações
financeiras de acordo com as IFRSs. Qualquer ajuste resultante deve ser reconhecido
diretamente no patrimônio na data de mensuração. Esse ajuste não deve ser
reconhecido na data de transição para as IFRSs e a entidade continua obrigada a
estabelecer uma base de mensuração nessa data que esteja de acordo com as IFRSs.
Uso do custo atribuído para Especifica que uma entidade que adota as IFRSs pela primeira vez pode optar por Adoção obrigatória para
operações sujeitas a preços utilizar o valor contábil de itens do ativo imobilizado ou ativo intangível que são exercícios iniciados em ou
regulados ou foram usados em operações sujeitas a preços regulados. Essa opção pode ser após 1º de janeiro de 2011. A
feita para cada item individualmente. adoção antecipada é permitida.
IFRS 3 – Mensuração de participações Especifica que a opção de mensurar as participações não controladoras, tanto pelo Adoção obrigatória para
Business não controladoras seu valor justo quanto pela parcela proporcional da participação não controladora exercícios iniciados em ou após
Combinations sobre os ativos líquidos identificáveis da adquirida na data da aquisição, é aplicável 1º de julho de 2010. Deve ser
(2008) somente para as participações não controladoras que são efetivas e garantem aos aplicada prospectivamente
titulares uma parcela proporcional dos ativos líquidos da adquirida no evento de a partir da data em que a
uma liquidação. Todos os outros componentes das participações não controladoras entidade adotar a IFRS 3
devem ser mensurados pelo seu valor justo na data da aquisição, a menos que (2008). A adoção antecipada é
outra base de mensuração seja requerida pelas IFRSs. permitida.
Pagamento de prêmios Especifica que os requerimentos atuais de mensurar os prêmios do adquirente Adoção obrigatória para
baseados em ações não que substituem os pagamentos baseados em ações da adquirida de acordo com exercícios iniciados em ou após
substituídos ou substituídos a IFRS 2 na data de aquisição (“mensuração baseada em mercado”) são aplicáveis 1º de julho de 2010. Deve ser
voluntariamente também para as transações de pagamentos baseados em ações da adquirida que aplicada prospectivamente
não são substituídos. a partir da data em que a
Especifica que os requerimentos atuais de alocar a mensuração baseada em entidade adotar a IFRS 3
mercado de prêmios substituídos entre a contrapartida transferida na combinação (2008). A adoção antecipada é
de negócios e a despesa de remuneração do período após a combinação de permitida.
negócios é aplicável para todos os prêmios substituídos, independentemente se o
adquirente é obrigado a substituí-los ou se o faz voluntariamente.
Requerimentos de transição Esclarece que a IAS 32 – Financial Instruments: Presentation, a IAS 39 – Financial Adoção obrigatória para
para contrapartidas Instruments: Recognition and Measurement e a IFRS 7 – Financial Instruments: exercícios iniciados em ou após
contingentes de uma Disclosures não se aplicam para contrapartidas contingentes que surgiram de 1º de julho de 2010. A adoção
combinação de negócios que combinações de negócios cuja data de aquisição seja anterior à aplicação da IFRS antecipada é permitida.
ocorreu antes da data de 3 (2008).
adoção obrigatória da IFRS 3
(2008)

68
Norma Objeto da modificação Detalhe Adoção e transição
IFRS 7 – Esclarecimentos sobre Encoraja divulgações qualitativas no contexto das divulgações quantitativas Adoção obrigatória para
Financial divulgações requeridas para auxiliar os usuários a formar uma visão geral da natureza e exercícios iniciados em ou
Instruments: extensão dos riscos decorrentes dos instrumentos financeiros. após 1º de janeiro de 2011.
Disclosures Esclarece o nível requerido de divulgações sobre risco de crédito e garantias A adoção antecipada é
detidas e fornece isenção para divulgações de empréstimos renegociados. permitida.
IAS 1 – Esclarecimento sobre a Esclarece que uma entidade pode apresentar a análise dos outros resultados Adoção obrigatória para
Presentation demonstração das mutações abrangentes por item, tanto na demonstração das mutações do patrimônio exercícios iniciados em ou
of Financial do patrimônio líquido líquido quanto nas notas explicativas às demonstrações financeiras. após 1º de janeiro de 2011.
Statements A adoção antecipada é
permitida.
IAS 27 – Requerimentos de transição Esclarece que as modificações feitas pela IAS 27 (2008) na IAS 21 – The Effects Adoção obrigatória para
Consolidated and decorrentes das modificações of Changes in Foreign Rates, IAS 28 – Investments in Associates e IAS 31 – exercícios iniciados em ou após
Separate Financial introduzidas pela IAS 27 (2008) Interests in Joint Ventures devem ser adotadas prospectivamente (com exceção 1º de julho de 2010. A adoção
Statements (2008) do parágrafo 35 da IAS 28 e do parágrafo 46 da IAS 31, que devem ser adotados antecipada é permitida.
retrospectivamente).
IAS 34 – Eventos e transações Dá ênfase ao princípio na IAS 34 de que as divulgações sobre eventos e Adoção obrigatória para
Interim Financial significativos transações significativos em períodos intermediários devem atualizar as exercícios iniciados em ou
Reporting informações relevantes que foram apresentadas nas demonstrações financeiras após 1º de janeiro de 2011.
anuais mais recentes. A adoção antecipada é
Esclarece como aplicar esse princípio em relação a instrumentos financeiros permitida.
e seus valores justos.
IFRIC 13 – Valor justo de créditos de Esclarece que o valor justo de créditos de prêmio deve considerar: Adoção obrigatória para
Customer Loyalty prêmio – o valor dos descontos ou incentivos que seriam oferecidos aos clientes exercícios iniciados em ou
Programs em uma transação em que os créditos de prêmio não seriam concedidos após 1º de janeiro de 2011.
em uma venda inicial; e A adoção antecipada é
– quaisquer perdas de direito dos clientes esperadas (ex: créditos não permitida.
resgatados dentro do prazo determinado).

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 69


IASB Practice Statement IASB Exposure Drafts – ED
Practice Statement sobre os comentários da Exposure Draft sobre a contabilização de
Administração arrendamentos (leases)
Em 8 de dezembro de 2010, o IASB emitiu um Practice Em 17 de agosto de 2010, o IASB e o FASB
Statement sobre os comentários da Administração. publicaram um ED conjunto sobre a contabilização
Esse Practice Statement não é uma IFRS, mas introduz de arrendamentos. As propostas irão afetar
uma estrutura conceitual não obrigatória para a significativamente a contabilização dos contratos de
apresentação dos comentários da Administração arrendamento, tanto para os arrendatários quanto
que acompanham demonstrações financeiras para os arrendadores.
preparadas de acordo com as IFRSs. Embora esse
Practice Statement tenha sido desenvolvido para Os arrendatários reconheceriam ativos e passivos
entidades públicas (companhias abertas), também para todos os arrendamentos – arrendamentos
pode ser aplicado para outras entidades que preparam operacionais e as classificações de arrendamento
demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs que constam no modelo de contabilização atual da
que incluem os comentários da Administração. IAS 17 seriam eliminados. Para os arrendamentos
que são atualmente classificados como operacionais,
Esse Practice Statement determina princípios, seriam registrados pelos arrendatários como um
características qualitativas e elementos que ativo representado pelo direito de uso do item e um
são necessários para fornecer aos usuários das passivo financeiro de mesmo valor pela obrigação
demonstrações financeiras informações úteis para a do pagamento das contra prestações, desta forma
tomada de decisões. Os comentários da Administração a despesa de aluguel seria substituída por despesa
devem fornecer a visão da Administração sobre o de amortização do ativo e despesa de juros pela
desempenho, posição e desenvolvimento da entidade atualização do passivo financeiro. Estimativas de
de uma forma que suplementa e complementa aluguéis contingentes, de garantia de valor residual
as informações apresentadas nas demonstrações e multas para opções de prazo seriam reconhecidas
financeiras. como parte do passivo de arrendamento utilizando
uma abordagem do resultado. Aluguéis durante os
A forma e o conteúdo dos comentários da períodos de renovação seriam incluídos como parte
Administração devem ser claros e diretos, refletindo do passivo de arrendamento com base no maior
a natureza do negócio, as estratégias utilizadas e o prazo possível que é “mais provável do que não” de
ambiente legal e regulatório no qual a entidade opera. ocorrer. A reavaliação das estimativas dos pagamentos
Eles devem focar as informações mais importantes de arrendamento e períodos de renovação seria
e devem evitar informações genéricas que não requerida se fatos e circunstâncias indicarem que
se relacionam com a prática ou circunstâncias da seriam uma mudança significativa.
entidade ou que duplicam divulgações efetuadas nas
demonstrações financeiras. Os arrendadores aplicariam um entre dois modelos:
a abordagem de obrigação de desempenho ou uma
O Practice Statement pode ser adotado nos abordagem de baixa, dependendo se o controle e
comentários da Administração de forma prospectiva a todos, exceto um valor trivial, os riscos e benefícios do
partir de 8 de dezembro de 2010. ativo subjacente são transferidos para o arrendatário.
Divulgações mais extensas serão requeridas, tanto
para arrendatários quanto para arrendadores. São
esperadas também consequências significativas nos
impostos diferidos associadas com a adoção das
propostas.

70
As regras de transição propostas requerem aplicação É esperada alteração na época do reconhecimento de
retrospectiva para arrendamentos existentes e, receita para muitas entidades em diversas indústrias
portanto, ajustes nos períodos comparativamente e atividades. Especificamente, algumas entidades
apresentados. que aplicam o método do “estágio de conclusão”
(percentage of completion – POC) podem ser
O período de comentários foi encerrado em 15 de requeridas a reconhecer a receita quando o produto
dezembro de 2010, sendo esperado que a norma final é entregue ao cliente. Por outro lado, entidades que
seja publicada em junho de 2011. O ED não especifica atualmente diferem o reconhecimento da receita, pois
uma data de adoção obrigatória. existem incertezas significativas sobre a capacidade
de pagamento do cliente, poderão provavelmente
Arrendatários e arrendadores devem iniciar a avaliação reconhecer a receita antes e por um valor diferente.
de como as propostas afetariam suas demonstrações
financeiras, a estruturação de operações futuras Outras modificações esperadas são:
envolvendo contratos de arrendamentos, os índices (a) a forma de alocação do preço da transação aos
e as métricas utilizados, cláusulas restritivas em elementos em acordos de múltiplos elementos;
contratos de empréstimos e financiamentos, políticas (b) uma perda pode ter de ser reconhecida no início
contábeis e sistemas de informação. do contrato para elementos específicos, mesmo
que no total o contrato seja lucrativo;
Exposure Draft sobre reconhecimento de receita (c) entidades que oferecem garantia serão requeridas
Em 24 de junho de 2010, o IASB e o FASB a diferir parte da receita no início do contrato; e
publicaram um ED conjunto sobre receitas de (d) divulgações mais extensas serão requeridas.
contratos com clientes. Esse ED é o próximo passo
no desenvolvimento de uma norma inteiramente As entidades devem avaliar como as propostas
nova sobre reconhecimento de receita. O objetivo afetariam suas demonstrações financeiras, a
é desenvolver uma norma sobre reconhecimento estruturação de contratos com os clientes, os índices
de receita que seja geral, completa e baseada em e métricas utilizados, cláusulas restritivas em contratos
princípios, que possa ser aplicada consistentemente de empréstimos e financiamentos, políticas contábeis
para transações complexas em uma gama variada de e sistemas de informação.
indústrias e atividades.
O período de comentários foi encerrado em 22 de
Similar às orientações atuais das IFRSs, o ED propõe outubro de 2010, sendo esperado que a norma final
um modelo baseado em contratos com clientes, com seja publicada em junho de 2011. O ED não especifica
o reconhecimento da receita quando os produtos e/ uma data de adoção obrigatória, mas requer aplicação
ou serviços são transferidos para o cliente (ou seja, retrospectiva.
quando o cliente obtém o controle dos produtos ou
serviços). O ED apresenta os seguintes indicadores
para determinação se o controle foi transferido
para o cliente, mas enfatiza que nenhum deles é
individualmente determinante e que alguns nem
sempre serão relevantes:
• O cliente tem uma obrigação incondicional de pagar;
• O cliente possui a propriedade legal;
• O cliente possui a posse física; e
• O desenho ou a função do produto ou serviço é
específico para o cliente.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 71


Exposure Draft sobre participações em Espera-se que a norma final seja publicada no final de
empreendimentos em conjunto (joint ventures) janeiro de 2011.
Em 13 de setembro de 2007, o IASB publicou ED
propondo a substituição da IAS 31 Interests In Joint Ao editar o pronunciamento CPC 19 – Investimento
Ventures por uma nova norma a ser denominada em Empreendimento Controlado em Conjunto
“Joint Arrangements”. O IASB limitou a abrangência (Joint Venture), o Comitê de Pronunciamentos
desse projeto para a eliminação da opção de Contábeis eliminou a alternativa de apresentação
utilizar o método da consolidação proporcional pelo método de equivalência patrimonial dos
no reconhecimento da participação em entidade investimentos em empreendimentos em conjunto.
controlada em conjunto e para a consideração A publicação dessa nova norma pelo IASB poderá
da definição de um acordo em conjunto ( “joint exigir modificação no CPC 19.
arrangement”) e das diferenças entre uma entidade
sujeita a controle comum (“joint venture entity”) Outros projetos do IASB
e as participações diretas em ativos e passivos A tabela a seguir resume alguns dos principais
de um acordo em conjunto. projetos do IASB que estão em discussão. A
expectativa é que eles sejam concluídos durante
o primeiro semestre de 2011.

Projeto Resumo
Consolidação O IASB está desenvolvendo um único modelo de consolidação aplicável para todas as entidades que será
baseado no conceito de controle e que melhora as divulgações sobre as entidades que são e que não são
consolidadas. Espera-se que a norma final seja publicada no final de janeiro de 2011.
É esperada também para 2011 a publicação de um ED separado sobre companhias de investimento, como parte
do projeto abrangente de consolidação, que deve abordar a se os investimentos mantidos por companhias de
investimentos devem ser mensurados pelo seu valor justo ao invés de serem consolidados.
Mensuração pelo O IASB está desenvolvendo um único guia para todas as mensurações pelo valor justo, para clarificar a sua
valor justo definição, melhorar as divulgações, e aumentar a convergência para os US GAAP. O projeto aborda como
mensurar pelo valor justo, mas não quando. Espera-se que a norma final seja publicada no primeiro trimestre de
2011.
Instrumentos O projeto do IASB para instrumentos financeiros irá substituir a IAS 39 e está sendo abordado em fases:
financeiros classificação e mensuração, redução ao valor recuperável (impairment), contabilização de coberturas (hedge
accounting), e compensação de ativos e passivos financeiros. Um ED sobre contabilização de coberturas (hedge
accounting) foi publicado em dezembro de 2010 e EDs sobre redução ao valor recuperável (impairment) e
compensação de ativos e passivos financeiros devem ser publicados em janeiro de 2011. Espera-se que todas as
fases sejam concluídas em junho de 2011.
Contratos de Um ED sobre contratos de seguros foi publicado propondo uma única norma que todas as entidades
seguro seguradoras, em todas as jurisdições, podem aplicar consistentemente para todos os tipos de contrato.
Esse é um dos projetos prioritários do IASB e espera-se que a norma final seja publicada em junho de 2011.
Passivos (IAS 37) O IASB está desenvolvendo uma nova norma para substituir a IAS 37, que aborda os passivos de prazo ou valor
incertos que não estão no alcance de outra norma. Um ED deve ser publicado no segundo semestre de 2011.
Benefícios Foi publicado um ED propondo a eliminação da opção de diferir o reconhecimento de determinados ganhos e
pós-emprego perdas atuariais (“método do corredor”). Também são propostas modificações na mensuração e desagregação
dos diversos componentes das despesas de benefícios. A conclusão dessas modificações é planejada para o
primeiro trimestre de 2011.

72
Princípios contábeis norte-americanos

Financial Accounting Standards Board – FASB Comentários na proposta ASU foram recebidos até
setembro de 2010.
Contingências

FASB Adia a Data Efetiva para Divulgações sobre Para companhias abertas, as alterações propostas
Perdas Contingentes seriam efetivas para exercícios encerrados após 15
Essa norma afeta todas as entidades. de dezembro de 2010, e períodos intermediários e
períodos anuais nos exercícios subsequentes. Para
Em 27 de outubro de 2010, o FASB esclareceu que a companhias fechadas, a proposta seria efetiva para o
proposta de divulgações para determinadas perdas primeiro exercício iniciado após 15 de dezembro de
contingentes não será efetiva para as demonstrações 2010, e para períodos intermediários em exercícios
financeiras referentes ao exercício de 2010, conforme após o primeiro exercício anual.
originalmente proposto. O Board discutirá e revisará
a data efetiva durante as próximas deliberações
relacionadas ao projeto. Valores a Receber

FASB Emite Proposta de ASU sobre Contabilização


FASB Propõe Orientação para Expansão de de Reestruturações de Dívidas do Tipo Troubled
Divulgações sobre Determinadas Perdas Contingentes Debt Restructurings pelos Credores
Essa norma afeta todas as entidades. Essa norma afeta todas as entidades.

Em 20 de julho de 2010, o FASB emitiu proposta O FASB emitiu uma proposta de ASU para
de ASU para: (1) expandir o escopo de perdas esclarecer quando uma modificação de dívida deve
contingentes sujeitas a divulgações para incluir ser considerada como troubled debt restructuring.
determinadas contingências classificadas como perdas A proposta não é uma resposta direta ao problema
remotas; (2) aumentar as divulgações quantitativas e que tem dominado a imprensa de negócios nos
qualitativas sobre a “natureza, magnitude potencial, últimos tempos. No entanto, alterações nas
e momento potencial (se conhecido)” de perdas condições dos empréstimos ou reestruturação
contingentes; e (3) para companhias abertas, requerer de dívidas podem ter consequências contábeis
uma reconciliação das movimentações dos valores relevantes caso sejam consideradas como troubled
reconhecidos como perdas contingentes. debt restructurings.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 73


O ASU proposto seria efetivo para períodos 715–80, para aumentar significativamente o nível
intermediários e anuais encerrados após 15 de junho de divulgações quantitativas e qualitativas que
de 2011. A aplicação retrospectiva seria requerida para um empregador seria requerido a fazer sobre sua
certas divulgações. Comentários foram recebidos até participação em planos multipatrocinados, incluindo
13 de dezembro de 2010. os efeitos em sua demonstração dos fluxos de caixa.
Os requerimentos de divulgação entrariam em vigor
FASB Aprimora Divulgações sobre Qualidade de nos exercícios encerrados a partir de 15 de dezembro
Créditos de Recebíveis e Registro de Perdas com de 2010, exceto para companhias fechadas, cujos
Créditos requerimentos entrariam em vigor nos exercícios
Essa norma afeta todas as entidades. encerrados a partir de 15 de dezembro de 2011.
Divulgações comparativas seriam requeridas apenas
Em 21 de julho de 2010, o FASB emitiu o ASU prospectivamente.
2.010–20, que altera o ASC 310, exigindo divulgações
mais robustas e detalhadas sobre a qualidade de Comentários no proposed ASU foram aceitos até 1º de
crédito de recebíveis e a respectiva provisão para novembro de 2010.
perdas com créditos. O objetivo de reforçar essas
divulgações é melhorar a compreensão dos usuários
das demonstrações financeiras sobre: (1) a natureza Problemas com Moedas Estrangeiras
do risco de crédito associado com os recebíveis, e (2) EITF Suspende Discussões sobre a Contabilização
a avaliação da Administração da entidade sobre esses de Múltiplas Taxas de Câmbio de Moedas
riscos quando da elaboração das estimativas das perdas Estrangeiras (Issue 10–B)
e as razões para as alterações em tais estimativas. Este tópico afeta entidades com subsidiárias
estrangeiras em países que possuem múltiplas taxas
Para as companhias abertas, as divulgações de câmbio.
alteradas e adicionadas relacionadas a informações
do fechamento de um período de reporte serão Na reunião de setembro de 2010, o Task Force decidiu
efetivas para períodos encerrados em ou após 15 de postergar qualquer deliberação adicional sobre se
dezembro de 2010. No entanto, as divulgações que seria apropriado usar diferentes taxas de câmbio
incluem informações para as atividades que ocorrem para: (1) remensuração de uma transação em moeda
durante um período de referência serão efetivas para estrangeira, e (2) tradução de uma demonstração
o primeiro período intermediário ou anual com início financeira de subsidiária estrangeira. No alcance
após 15 de dezembro de 2010. Essas informações dessa conclusão, o Task Force notou que essa
incluem: (1) a movimentação da provisão para perdas discussão foi iniciada no contexto da Venezuela e
com créditos para cada período, e (2) as divulgações antes de a economia da Venezuela ser considerada
sobre as modificações dos valores a receber. hiperinflacionária. Considerando que este contexto
não é mais atualmente aplicável, as deliberações sobre
essa discussão foram suspensas.
Benefícios pós-emprego

FASB Propõe Divulgações sobre a Participação do Implicações sobre a Contabilização de Variação


Empregador em Planos Multipatrocinados Cambial de Moedas Estrangeiras Decorrentes de
Este tópico afeta entidades não governamentais que Recentes Ações do Governo na Venezuela
participam em planos multipatrocinados. Este tópico afeta entidades com operações na
Venezuela.
Em 1º de setembro de 2010, o FASB emitiu um
proposed ASU, com o objetivo de melhorar a Ações recentes tomadas pelo governo da
transparência através de uma alteração no ASC Venezuela para centralizar a compra e venda de

74
moedas estrangeiras no país poderiam resultar em Na reunião do Board em 29 de setembro de 2010, o
implicações contábeis. Novos regulamentos podem FASB ratificou a decisão do exposure.
afetar as taxas que as entidades podem usar para
transações de conversão de moedas estrangeiras A decisão do exposure será publicada para
na Venezuela. Potenciais preocupações contábeis comentários.
incluem implicações em remensuração, consolidação e
desconsolidação, classificação no balanço patrimonial,
Arrendamentos Mercantis
e a necessidade para as entidades afetadas de
fornecer divulgações adicionais. FASB e IASB Emitem Proposta de Orientação sobre
Contabilização de Arrendamentos
FASB Emite ASU para Problemas com Moedas Este tópico afeta todas as entidades.
Estrangeiras
Este tópico afeta entidades com operações na Em 17 de agosto de 2010, o FASB e o IASB emitiram
Venezuela. um exposure draft – ED sobre a contabilização de
arrendamentos mercantis. O ED, emitido pelo FASB
Em 11 de maio de 2010, o FASB emitiu ASU 2010–19, como uma proposta de ASU, define uma nova forma
que codifica o anúncio feito pelo staff da SEC em de registro, tanto para contabilidade dos arrendatários
18 de março de 2010, denominado EITF meeting. quanto para a dos arrendadores, além de eliminar
O ASU fornece a visão do staff da SEC sobre certos o conceito de arrendamento operacional. O ASU
problemas de moedas estrangeiras relacionados a proposto, se finalizado, permitirá a convergência das
investimentos na Venezuela. Esse problema está normas contábeis do FASB e do IASB, nas áreas mais
relacionado à qualificação da Venezuela como significativas, referente aos contratos de arrendamento.
economia hiperinflacionária.
Não há uma data efetiva para que o ASU proposto
O ASU entrou em vigor em 18 de março de 2010. entre em vigor. Ambos os Comitês planejam definir
a data efetiva de entrada em vigor somente após
revisarem os comentários ao ED e após considerar
Intangíveis – Ágio e Outros todos os outros projetos conjuntos que deverão ser
FASB Ratifica a Decisão do Exposure em Como finalizados no próximo ano.
o Valor Contábil de Uma Unidade de Reporte
Poderia Ser Calculado na Realização do Passo 1 do Comentários sobre o ASU proposto devem ser
Teste de Impairment do Ágio (Issue 10–A) apresentados até 15 de dezembro de 2010.
Este tópico afeta entidades que avaliam o impairment
do ágio através do ASC 350–20.
Resultado Abrangente

Na reunião de setembro de 2010, o Task Force concluiu FASB Emite Proposta de Orientação sobre
no exposure que: (1) uma entidade deveria usar uma a Apresentação de Resultados Abrangentes
premissa de patrimônio quando realizasse o Passo 1 do (Comprehensive Income)
teste de impairment do ágio, e (2) se uma unidade de Este tópico afeta as entidades que reportam itens de
reporte tem saldo contábil negativo ou zero, a entidade resultado abrangente.
deve acessar, em bases de fatores qualitativos, tais
como aqueles listados no ASC 350–20–35–30 (esses Em 26 de maio de 2010, o FASB submeteu à audiência
fatores não são exaustivos), se é mais provável que não pública uma proposta de ASU que irá alterar o
que um impairment do ágio existe (exemplo: se é mais ASC 220 (Statement 130), exigindo que todos
provável que não que um impairment do ágio existe, o os componentes do resultado abrangente sejam
Passo 2 deve ser realizado). divulgados em uma demonstração única. O ASU

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 75


proposto será aplicável para todas as entidades que reconhecimento de receita. O ED, publicado pelo FASB
elaboram um conjunto completo de demonstrações como uma proposta de ASU, fornece às entidades
financeiras, o qual contempla o balanço patrimonial, um único modelo abrangente para ser utilizado na
os resultados operacionais e os fluxos de caixa. divulgação de informações financeiras a respeito
Além disso, as companhias de investimento de valores e do momento para reconhecimento de
(investment companies), os planos de pensão de receitas provenientes de contratos de fornecimentos
benefício definido e outros planos de benefícios aos de produtos ou serviços a clientes. A essência
empregados que estão isentos da obrigatoriedade de da proposta do ASU é que uma entidade deve
elaborar a demonstração dos fluxos de caixa estariam “reconhecer receita que represente a transferência
dentro do escopo dessa nova orientação. de produtos ou serviços para os clientes em valores
que reflitam os montantes que a entidade recebe,
De acordo com o ASU proposto, a entidade deveria: ou espera receber, pela troca daqueles produtos
1. Informar o resultado abrangente e seus e serviços”. No contexto do ASU proposto, uma
componentes em uma demonstração única (deve entidade deveria:
ser exibida de forma destacada, assim como os • Identificar o(s) contrato(s) com um cliente;
outros conjuntos completos de demonstrações • Identificar as diferentes obrigações a serem
financeiras), dividido em duas sessões: (a) lucro cumpridas em um contrato;
líquido, e (b) outros resultados abrangentes. • Determinar o preço da transação;
2. Mostrar um total para cada sessão do lucro líquido • Alocar o preço da transação para as diferentes
e dos outros resultados abrangentes. obrigações a serem cumpridas; e
3. Mostrar cada componente do lucro líquido e de • Reconhecer receita quando a entidade satisfaz cada
outros resultados abrangentes nas demonstrações obrigação a ser cumprida.
financeiras.
Comentários sobre o ED foram recebidos até 22
Em 27 de maio de 2010, o IASB também emitiu de outubro de 2010. O objetivo do FASB é emitir o
um ED sobre a apresentação de outros resultados pronunciamento final no segundo trimestre de 2011.
abrangentes que irá alterar a IAS 1. As propostas Atualmente o ED não tem data efetiva.
do ED do IASB são praticamente as mesmas que as
disposições do ASU proposto pelo FASB. FASB Emite ASU sobre o Método de Eventos
Importantes (Milestone) no Reconhecimento de
Comentários sobre o ASU proposto foram Receita
apresentados até 30 de setembro de 2010. O Comitê Este tópico afeta entidades que possuem contratos de
pretende emitir o ASU final no primeiro semestre pesquisa ou desenvolvimento envolvendo entregáveis
de 2011. O FASB planeja alinhar a data efetiva desse (deliverables) ou unidades contábeis (units of
ASU com o ASU proposto referente a instrumentos accounting) para as quais o vendedor satisfaz suas
financeiros (este também emitido em 26 de maio de obrigações ao longo do tempo, e todo ou parte
2010). do valor do contrato é contingente a algum evento
importante.

Reconhecimento de Receitas Em 29 de abril de 2010, o FASB emitiu o ASU 2010–17,


FASB Emite Proposta de ASU sobre o qual estabelece um modelo de reconhecimento
Reconhecimento de Receitas de receitas para o valor contingente, o qual é
Este tópico afeta todas as entidades. devido apenas quando algum evento futuro incerto,
referido como eventos importantes, é completado.
Em 24 de junho de 2010, o FASB, em conjunto O escopo do ASU é limitado a contratos de pesquisa
com o IASB, emitiu um exposure draft – ED sobre ou desenvolvimento e requer que uma entidade

76
reconheça o pagamento referente ao evento
importante, na sua totalidade, no período recebido, Na reunião de março de 2010 da Emerging Issues Task
se o evento importante atender a todos os critérios Force – EITF, o grupo de trabalho chegou ao consenso
necessários para ser considerado substantivo. No final para: (1) limitar o escopo dessa orientação a
entanto, entidades não estariam impedidas de fazer contratos de pesquisa ou desenvolvimento, e (2)
seleção de política contábil para aplicar outra política requerer que essa orientação seja atendida por uma
contábil apropriada que resulte no diferimento de entidade, para que esta possa aplicar o método de
parte do valor de contrato. evento importante (reconhecer pagamento referente
ao evento importante, na sua totalidade, no período
O ASU é efetivo para exercícios (e para os períodos recebido). No entanto, o grupo de trabalho esclareceu
interinos daqueles exercícios) iniciados em ou depois que, mesmo se os requerimentos dessa edição sejam
de 15 de junho de 2010. Aplicação antecipada é atendidos, entidades não estariam impedidas de
permitida. Entidades poderão aplicar essa orientação fazer seleção de política contábil para aplicar outra
prospectivamente para eventos importantes política contábil apropriada que resulte no diferimento
completados depois da adoção. No entanto, aplicação de parte do valor de contrato. O grupo de trabalho
retroativa para todos os períodos também é permitida. também chegou ao consenso de não limitar o escopo
dessa orientação a contratos com uma única unidade
FASB Sanciona Minuta de Exposição sobre entregável, como proposto pela minuta de exposição.
Método de Evento Importante (Milestone) no Consequentemente, essa orientação será aplicável
Reconhecimento de Receita (Issue 08-9) para eventos importantes em contratos com múltiplas
Este tópico afeta entidades que celebram contratos unidades entregáveis envolvendo transações de
de pesquisa ou desenvolvimento envolvendo pesquisa ou desenvolvimento.
entregáveis (deliverables) ou unidades contábeis
(units of accounting) para as quais o vendedor Em reunião de 31 de março de 2010, o FASB ratificou
satisfaz suas obrigações ao longo do tempo e toda o consenso final do EITF edição 08-9.
ou uma parte do valor do contrato é contingente a
algum evento importante. O consenso final será efetivo para exercícios (e para os
períodos interinos daqueles exercícios) iniciados em ou
O objetivo desta edição é estabelecer um modelo de depois de 15 de junho de 2010. Aplicação antecipada
reconhecimento de receitas para o valor contingente, é permitida. Entidades poderão aplicar essa orientação
o qual é devido apenas quando algum evento prospectivamente para eventos importantes
futuro incerto, referido como evento importante, completados depois da adoção. No entanto, aplicação
é completado. Mais especificamente, um evento retrospectiva para todos os períodos também é
importante é definido como um evento que resulta permitida.
em consideração adicional, cuja realização no início
do contrato é substancialmente incerta, e cuja
realização é baseada ou decorre da performance do Mensuração e Divulgação de Valor Justo

vendedor. Em algumas situações, o valor total do FASB Propõe Guidance sobre Mensuração e
contrato, o qual é contingente à realização de evento Divulgação de Valor Justo
importante, é reconhecido como receita no período Este tópico afeta todas as empresas.
em que a incerteza (contingência) é completada. Esse
modelo contábil é referido como Método de Evento Em 29 de junho de 2010, o FASB emitiu uma proposta
Importante. de ASU sobre mensuração e divulgação de valor justo,
resultado do projeto conjunto do FASB e IASB para
desenvolver um framework único sobre valor justo.
De acordo com a proposta, os requerimentos de

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 77


mensuração e divulgação de valor justo do US GAAP Recentemente, surgiram diversos questionamentos
serão praticamente idênticos aos da IFRS. A proposta sobre a implementação do ASU 2010-06, que alterou
de ASU traria alterações na forma de aplicação do o ASC 820 (anteriormente denominado Statement
ASC 820 sobre a mensuração do valor justo. Por 157). O ASU foi emitido em janeiro de 2010 em
exemplo, a referida proposta: resposta aos pedidos dos usuários das demonstrações
1. Esclarece a aplicação dos conceitos de highest-and- financeiras de informações adicionais sobre as
best-use e valuation-premise. mensurações a valor justo. Algumas determinações do
2. Permite o tratamento excepcional da aplicação ASU 2010-06 tornaram-se efetivas para os períodos
dos princípios de mensuração de valor justo em interinos encerrados em 31 de março de 2010, para
transações nas quais o ativo financeiro e o passivo empresas que possuíam requerimentos de reportes
financeiro possuem posições compensatórias trimestrais. O ASU determina que:
(offsetting positions) quanto aos riscos de mercado • Uma reporting entity está requerida a divulgar
ou riscos de crédito da contraparte quando eles são separadamente os montantes e as razões das
gerenciados através da exposição líquida aos riscos transferências significativas: (1) entre o Nível 1 e
mencionados. Nível 2 da hierarquia de valor justo, e (2) entradas e
3. Inclui orientação sobre a mensuração de valor saídas do Nível 3 da hierarquia de valor justo.
justo dos instrumentos classificados no patrimônio • Uma reporting entity não é mais permitida a adotar
líquido. a prática de registrar as entradas no Nível 3 no
4. Elimina o uso de fatores de bloqueio (blockage início do período de reporte e as saídas do Nível
factors) em todos os níveis da hierarquia de valor 3 no final do período de reporte. Ao contrário,
justo. a reporting entity tem de divulgar, e seguir uma
política consistente, para determinação de quando
A proposta também requer, para todas as as entradas e saídas devem ser registradas.
mensurações recorrentes a valor justo de Nível 3, a • O nível de desagregação de divulgação para
divulgação de análise de sensibilidade da incerteza contratos de derivativos sujeitos ao ASC 820,
relacionada aos inputs não observáveis, a menos que alterado pelo ASU 2010-06, pode diferir
outro pronunciamento (que não o ASC 820) permita daquelas divulgações determinadas pelo ASC 815
a exclusão de tal divulgação. (anteriormente denominado Statement 133).
• A reporting entity não é requerida a divulgar
Adicionalmente, em 29 de junho de 2010, o IASB informações quantitativas sobre as premissas
publicou um exposure draft – ED que corresponde (inputs).
a uma reexposição limitada do ED de maio de 2009
sobre mensuração a valor justo. Esse novo ED sobre FASB Emitiu ASU para Aprimorar as Divulgações
a proposta de divulgação da mensuração da incerteza sobre Mensuração de Valor Justo
é idêntico ao ASU proposto pelo FASB. Este tópico afeta todas as empresas.

Comentários à proposta de ASU foram aceitos até Em 21 de janeiro de 2010, o FASB emitiu
7 de setembro de 2010. O FASB e IASB deliberarão ASU 2010-06, que alterou o ASC 820, para
conjuntamente sobre o assunto. O objetivo do FASB é adicionar novos requerimentos de divulgação sobre
emitir o ASU definitivo no primeiro trimestre de 2011. transferências, entradas e saídas dos Níveis 1 e 2 e
divulgações em separado sobre compras, vendas,
Considerações sobre Reportes Financeiros emissões e liquidações relacionadas a mensurações
Relacionados à Implementação dos Requerimentos de Nível 3. O ASU também esclareceu questões de
de Mensuração e Divulgação de Valor Justo divulgação sobre o nível de desagregação e premissas
Requeridos pelo ASU 2010-06 e técnicas de valorização utilizadas na mensuração
Este tópico afeta todas as empresas. de valor justo. Adicionalmente, o ASU alterou a

78
orientação sobre as divulgações de plan assets dos mensurados ao custo amortizado de acordo com US
planos de benefícios pós-emprego dos patrocinadores GAAP, como, por exemplo, instrumentos mantidos até
sujeitos ao ASC 715, para requerer que as divulgações o vencimento (ou HTM), investimentos em instrumentos
fossem realizadas por classes de ativos em vez de de dívida e determinados passivos financeiros, seriam
principais categorias de ativos. mensurados a valor justo no balanço patrimonial. As
mensurações a valor justo também seriam aplicáveis
Entretanto, ao contrário do ASU proposto, o ASU final a investimentos em instrumentos patrimoniais,
não incluiu o requerimento para a divulgação de análise como ações ou cotas de empresas que não são
de sensibilidade. O FASB considerará em conjunto negociadas no mercado e que atualmente são objeto
com o IASB a divulgação de análises de sensibilidade de mensuração com base no custo histórico e alguns
como parte do novo projeto de convergência de dos investimentos que atualmente são mensurados de
mensuração e divulgação de valor justo. acordo com o método de equivalência patrimonial.

O ASU é efetivo para o primeiro período de reporte Comentários a essa proposta foram recebidos até
(incluindo os períodos interinos) iniciados após 15 30 de setembro de 2010. Ainda não há previsão
de dezembro de 2009, exceto para o requerimento para a data de entrada em vigor da proposta. O
de divulgar separadamente (on a gross basis) as FASB decidirá a data de entrada em conjunto com a
atividades de compras, vendas, emissões e liquidações avaliação dos comentários recebidos à proposta.
do Nível 3, que serão efetivas para exercícios iniciados
após 15 de dezembro de 2010, e para períodos FASB Emite Orientação sobre ASC 815 –
interinos incluídos nesses exercícios. A adoção Exceção ao Escopo para Derivativos Embutidos
antecipada é permitida. Relacionados a Crédito
Aplicável a todas as entidades.

Instrumentos Financeiros Em 5 de março de 2010, o FASB emitiu a atualização


FASB Emite Proposta de ASU sobre a ASU 2010-11, que endereça a aplicação da exceção
Contabilização de Instrumentos Financeiros ao escopo da norma que trata de derivativos
Aplicável a todas as entidades que possuem embutidos, ASC 815-15-15-8 e 15-9 (anteriormente
instrumentos financeiros. referida como parágrafo 14B do Statement 133).
Essa alteração afeta primordialmente as entidades
Em 26 de maio de 2010, o FASB submeteu à audiência que possuem ou emitem instrumentos financeiros
pública uma proposta de ASU da contabilização que contêm derivativos embutidos relacionados a
de instrumentos financeiros. Essa alteração propõe risco de crédito (incluindo entidades que consolidam
um novo modelo para a contabilização de ativos e entidades de interesse variável que emitem
passivos financeiros e endereça: (1) reconhecimento instrumentos financeiros que contêm derivativos
e mensuração, (2) impairment, e (3) contabilização embutidos relacionados a risco de crédito), mas
de hedge. A proposta altera significativamente a as alterações podem impactar a contabilização de
contabilização de vários instrumentos financeiros, vários tipos de investimentos. No entanto, outras
incluindo investimentos em instrumentos patrimoniais entidades que não tenham derivativos relacionados
e de dívida, investimentos em ações que não sejam a risco de crédito também podem se beneficiar das
negociadas no mercado, empréstimos, compromissos medidas de transição previstas no ASU. Essas medidas
relacionados a empréstimos, cauções, contas a de transição permitem que as entidades apliquem
pagar, contas a receber, derivativos e outras dívidas. em caráter excepcional a opção de mensurar os
Adicionalmente, essa proposta expande o uso investimentos em ativos decorrentes de secutirização
das mensurações a valor justo nas demonstrações de acordo com o valor justo, independentemente se
financeiras. Instrumentos que são atualmente esses ativos contêm derivativos embutidos.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 79


Essa alteração é efetiva para 1º de julho de 2010.
Adoção antecipada é permitida para qualquer Consolidações
trimestre iniciado após 5 de março de 2010. FASB Emite ASU com o Objetivo de Adiar
Statement 167 para Alguns Tipos de Fundo de
Pagamentos Baseados em Ações Investimentos
FASB Emite um ASU Relacionado aos Efeitos Este tópico afeta investimentos em fundos mútuos,
Decorrentes de o Preço de Exercício de Um Plano fundos money market, fundos hedge, private equities
de Remuneração em Ações Ser Determinado na e fundos venture capital.
Moeda em que as Ações São Negociadas
Afeta todas as entidades que possuem planos de Em 25 de fevereiro de 2010, o FASB emitiu o
opções em ações com preços de exercício em moedas ASU 2010-10, que altera certos requerimentos do
que são diferentes da moeda funcional da entidade e Statement 167 (codificado como ASC 810-10).
da moeda utilizada no pagamento dos funcionários. O ASU adia a aplicação do Statement 167 para
investimentos detidos pela companhia para reportar
Em 16 de abril de 2010, o FASB emitiu a atualização em determinadas entidades desde que todas as
ASU 2010-13, que modifica o ASC 718. De acordo condições abaixo sejam atendidas:
com a redação atual do ASC 718, se um plano de • A entidade possui todos os atributos detalhados no
pagamento baseado em ações for indexado a um ASC 946-10, parágrafos 15-2 (a)-(d), ou faz parte
fator diferente das ações da entidade, esse fator de uma indústria cuja prática é consistente com os
precisa ser uma condição de aquisição (mercado, princípios de mensuração do ASC 946 (incluindo
desempenho ou serviço); caso contrário, esse o reconhecimento de variações de valor justo
instrumento não deve ser classificado como um correntemente na demonstração do resultado) para
instrumento patrimonial, mas como um passivo. a elaboração dos relatórios financeiros,
No entanto, a norma atual provê duas exceções • A companhia a reportar não possui uma obrigação
à classificação como passivo, a primeira quando explícita ou implícita de financiar perdas da entidade
o preço de exercício é denominado na moeda que poderiam ser potencialmente significativas
funcional de uma subsidiária e a segunda é quando a essa entidade. Essa condição deve ser avaliada
o preço de exercício é denominado na moeda em considerando a estrutura legal do investimento
que os funcionários são pagos. Essa atualização visa detido pela companhia, o desenho e o propósito da
esclarecer que para os planos de remuneração em entidade, e qualquer garantia oferecida por partes
ações, em que o preço de exercício é determinado na relacionadas à companhia, e
moeda do mercado em que uma parcela substancial • A entidade não é uma entidade securitizadora, uma
dos instrumentos da entidade for negociada, esse entidade de financiamentos com lastros em ativos,
fator também representa uma exceção à necessidade ou uma entidade que foi anteriormente considerada
de ser uma condição de aquisição. Portanto, uma uma qualified special-purpose entity.
entidade não deve classificar esse plano como um
passivo se esse instrumento se qualifica para ser Em adição, a aplicação do Statement 167 está adiada
classificado como um instrumento patrimonial. para investimentos de uma companhia em entidades
que são requeridas a cumprir ou a operar de acordo
Essa alteração é efetiva para trimestres ou exercícios com os requerimentos similares àqueles incluídos na
iniciados em ou após 15 de dezembro de 2010 e será Regra 2a-7 do Investment Company Act de 1940,
aplicada prospectivamente. aplicável a fundos de money market registrados.

80
O ASU endereça preocupações de que o modelo de
consolidação em desenvolvimento conjunto pelo FASB Lucro por Ação

e IASB possa resultar em uma conclusão diferente FASB Emite Orientação sobre a Contabilização de
em relação a consolidações para gestores de ativos Distribuição a Acionistas com Componentes em
e que gestores de ativos consolidando determinados Caixa e Ações
tipos de fundos não proveriam informações úteis Este tópico afeta entidades que efetuam distribuições
aos investidores. O ASU também edita alguns a seus acionistas na forma de ações e caixa.
requerimentos do parágrafo B22 do FIN 46 (R),
alterado pelo Statement 167, para alterar como o Em 5 de janeiro de 2010, o FASB emitiu o ASU 2010-01,
tomador de decisões ou o provedor de serviços que codificou o consenso obtido no EITF Issue 09-E.
determina se sua taxa (fee) é um interesse variável. O ASU oferece orientação sobre a contabilização de
distribuições aos acionistas com componentes de ações
O ASU é efetivo na abertura do primeiro exercício e caixa, esclarecendo que no cálculo do lucro por
que se iniciar após 15 de novembro de 2009, e para ação a entidade deve considerar a parcela em ações
períodos intermediários contidos no primeiro período como uma emissão de ações (stock issuance) e não
anual. Sua aplicação antecipada não é permitida. como dividendos pagos em ações (stock dividends),
de acordo com o ASC 505 e com o ASC 260. Em
FASB Emite ASU sobre Entidades de Interesse outras palavras, a entidade incluirá as ações emitidas
Variável ou emissíveis como parte da distribuição no cálculo do
Este tópico afeta todas as entidades. lucro por ação básico, de maneira prospectiva.

Em 23 de dezembro de 2009, o FASB emitiu o O ASU é efetivo para períodos intermediários e


ASU 2009-17, que codificou o Statement 167 e anuais findos em ou após 15 de dezembro de 2009,
revisou o FIN 46 (R). As alterações no ASU 2009-17 e deve ser aplicado retrospectivamente para todos os
substituem o cálculo quantitativo baseado nos riscos períodos anteriores.
e benefícios pela determinação de qual companhia,
se alguma, possui um interesse financeiro
controlador na entidade de interesse variável, Eventos Subsequentes

através de uma abordagem focada na identificação FASB Finaliza ASU sobre Eventos Subsequentes
de qual companhia possui: (1) o poder de direcionar Este tópico afeta todas as entidades.
as atividades da entidade de interesse variável que
mais significativamente afetam a performance Em 24 de fevereiro de 2010, o FASB emitiu o
econômica dessa entidade, e (2) a obrigação de ASU 2010-09, que modifica o ASC 855 para endereçar
absorver perdas, ou o direito de receber benefícios certas questões de implementação relacionadas aos
oriundos dessa entidade. O ASU também requer requerimentos de divulgação dos procedimentos de
divulgações adicionais sobre o envolvimento da eventos subsequentes. O ASU:
companhia e a entidade de interesse variável, bem • Adiciona definição do termo SEC filer ao Glossário
como sobre qualquer modificação significativa Master do ASC.
na exposição a riscos que venha a resultar desse Requer: (1) SEC Filers, e (2) conduit debt obligors para
envolvimento. conduit debt securities que são negociados em um
mercado aberto a “avaliar os eventos subsequentes
O ASU 2009-17 é efetivo na abertura do primeiro até a data em que as demonstrações financeiras forem
exercício que se iniciar após 15 de novembro de 2009. emitidas”. Todas as outras entidades são requeridas a
Sua aplicação antecipada não é permitida. “avaliar os eventos subsequentes até a data em que
as demonstrações financeiras estejam disponíveis para
serem emitidas”.

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 81


Isenta os SEC filers de divulgação de até que data os divulgação do ASC 932 apenas como resultado da
eventos subsequentes foram avaliados. modificação do ASU sobre a definição de atividades
• Remove a definição de “entidade pública” do significativas de produção de petróleo e gás. Essas
Glossário do ASC 855. entidades podem adotar o ASU para períodos anuais
• Adiciona definição do termo “demonstrações com início em ou após 31 de dezembro de 2009.
financeiras revisadas” para o Glossário Master do ASC. A adoção antecipada não é permitida.

Para todas as entidades (com exceção dos conduit


debt obligors), o ASU é aplicável imediatamente para Assuntos SEC

as demonstrações financeiras que estão: Alteração do Manual de Reporte Financeiro da SEC


1) emitidas ou disponíveis para serem emitidas, ou (Financial Reporting Manual – FRM)
2)revisadas. Para conduit debt obligors, o ASU é aplicável Este tópico afeta os SEC registrants.
para os períodos interinos e anuais encerrados após 15
de junho de 2010. Portanto, entidades (com exceção Em 1° de outubro de 2010, a divisão de Finanças
dos conduit debt obligors) que estão atualmente Corporativas da SEC publicou uma atualização
emitindo ou revisando suas demonstrações financeiras para seu FRM. As atualizações principais ocorreram na
devem levar em consideração essa orientação quando orientação sobre o Regulamento S-X, a Regra
da preparação dessas demonstrações financeiras. 03-09 (relacionada aos investimentos avaliados pelo
método de equivalência patrimonial), a Regra 3-10
(em relação às considerações do Garantidor) e a Regra
FASB Atualiza os Requerimentos de Divulgação e 3-16 (relacionada às emissões dos SEC registrants
Estimativa de Reservas de Petróleo e Gás
de títulos garantidos por títulos de suas afiliadas).
Este tópico afeta entidades do setor de petróleo e gás. As seções atualizadas são aquelas designadas
como (Última atualização: 30 de junho de 2010) e,
Em 6 de janeiro de 2010, o FASB emitiu o ASU 2010-03, que consequentemente, não refletem a Reforma Dodd
alinha a estimativa atual das reservas e dos requerimentos Frank Wall Street e o Ato de Proteção ao Consumidor.
de divulgação do ASC 932 com os requerimentos da
SEC Final Rule 33-8995, que foi emitida em dezembro SEC Aconselha Registrants para Melhorar
de 2008. Revisões-chave para o ASC 932 incluem: Divulgação sobre Hipoteca e Atividades
• Expansão das divulgações requeridas para Relacionadas à Execução de Hipotecas ou
investimentos pelo método de equivalência Exposições aos Riscos de Execução
patrimonial. Este tópico afeta os SEC registrants.
• Revisão da definição das atividades de produção de
petróleo e gás para incluir recursos não tradicionais Em 29 de outubro de 2010, a divisão de Finanças
em reservas. Corporativas da SEC publicou em seu site a carta Dear
• Modificação da definição de reservas provadas de CFO sobre a contabilização e divulgação de questões
petróleo e gás para modificar os preços utilizados no relacionadas com os riscos potenciais e custos associados
cálculo das reservas estimadas. a hipotecas e a atividades relacionadas à execução de
• Fornecer orientações sobre a “área geográfica” no hipotecas ou exposições aos riscos de execução. O
que diz respeito à divulgação de informações sobre propósito da carta, que foi enviada para várias companhias
reservas significativas. abertas, é lembrar os registrants de suas obrigações de
divulgação relacionadas com: (1) MD&A sob o Item 303
O ASU 2010-03 é aplicável para entidades com do Regulamento S-K, (2) procedimentos legais sob o Item
períodos anuais de reporte findos em ou após 31 103 do Regulamento S-K e instruções para os Formulários
de dezembro de 2009, exceto para as entidades 10-Q e 10-K, e (3) a orientação do ASC 450-20 sobre
que passaram a estar sujeitas aos requerimentos de contingências com perda provável ou possível.

82
Índices de mercado

Taxas de Câmbio
Dólar x real

2009 2010
Último dia do mês Último dia do mês
Compra Venda Médio Compra Venda Médio
Janeiro 2,3154 2,3162 2,307 1,8740 1,8748 1,780
Fevereiro 2,3776 2,3784 2,313 1,8102 1,8110 1,841
Março 2,3144 2,3152 2,314 1,7802 1,7810 1,786
Abril 2,1775 2,1783 2,206 1,7298 1,7306 1,756
Maio 1,9722 1,9730 2,061 1,8159 1,8167 1.813
Junho 1,9508 1,9516 1,957 1,8007 1,8015 1.806
Julho 1,8718 1,8726 1,933 1,7564 1,7572 1,770
Agosto 1,8856 1,8864 1,845 1,7552 1,7560 1,759
Setembro 1,7773 1,7781 1,820 1,6934 1,6942 1,719
Outubro 1,7432 1,7440 1,738 1,7006 1,7014 1,683
Novembro 1,7497 1,7505 1,726 1,7153 1,7161 1,713
Dezembro 1,7404 1,7412 1,750 1,6654 1,6662 1,694

Euro x real

2009 2010
Último dia do mês Último dia do mês
Compra Venda Médio Compra Venda Médio
Janeiro 2,96739 2,9691 3,05488 2,60171 2,60297 2,54009
Fevereiro 3,01990 3,02116 2,96283 2,46531 2,46694 2,52010
Março 3,07653 3,07828 3,02293 2,40611 2,40755 2,42419
Abril 2,88083 2,88254 2,91479 2,30253 2,30394 2,35818
Maio 2,78770 2,78934 2,82088 2,23500 2,23653 2,27290
Junho 2,73833 2,73985 2,74269 2,20315 2,20431 2,20591
Julho 2,67010 2,67145 2,72227 2,29280 2,29420 2,26512
Agosto 2,67770 2,67910 2,63262 2,22489 2,22608 2,27002
Setembro 2,59960 2,60107 2,65249 2,30912 2,31038 2,25371
Outubro 2,56860 2,57030 2,57554 2,36536 2,36664 2,33918
Novembro 2,62477 2,62620 2,57584 2,23520 2,23642 2,3336
Dezembro 2,50582 2,50732 2,55241 2,21182 2,21304 2,2313

Fonte: Deloitte (a partir de dados públicos)

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 83


Índices de Inflação
IGP-M – Índice Geral de Preços – Mercado

2009 2010
Últimos Últimos
Valor Mês (%) Ano (%) Valor Mês (%) Ano (%)
12 meses (%) 12 meses (%)
Janeiro 409,782 -0,44 -0,44 8,15 407,049 0,63 0,63 -0,67
Fevereiro 410,849 0,26 -0,18 7,86 411,843 1,18 1,82 0,24
Março 407,808 -0,74 -0,92 6,27 415,734 0,94 2,78 1,94
Abril 407,181 -0,15 -1,07 5,38 418,917 0,77 3,56 2,88
Maio 406,885 -0,07 -1,14 3,64 423,885 1,19 4,79 4,18
Junho 406,486 -0,10 -1,24 1,52 427,489 0,85 5,68 5,17
Julho 404,718 -0,43 -1,67 -0,67 428,150 0,15 5,85 5,79
Agosto 403,253 -0,36 -2,02 -0,71 431,445 0,77 6,66 6,99
Setembro 404,945 0,42 -1,61 -0,40 436,423 1,15 7,89 7,77
Outubro 405,129 0,05 -1,57 -1,31 440,829 1,01 8,98 8,81
Novembro 405,548 0,10 -1,46 -1,59 447,206 1,45 10,56 10,27
Dezembro 404,499 -0,26 -1,72 -1,72 450,301 0,69 11,32 11,32

IGP-DI – Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna

2009 2010
Últimos Últimos
Valor Mês (%) Ano (%) Valor Mês (%) Ano (%)
12 meses (%) 12 meses (%)
Janeiro 404,244 0,01 0,01 8,05 402,425 1,01 1,01 -0,45
Fevereiro 403,737 -0,13 -0,11 7,50 406,826 1,09 2,11 0,77
Março 400,353 -0,84 -0,95 5,86 409,399 0,63 2,76 2,26
Abril 400,530 0,04 -0,90 4,74 412,341 0,72 3,50 2,95
Maio 401,232 0,18 -0,73 2,99 418,811 1,57 5,12 4,38
Junho 399,966 -0,32 -0,04 0,76 420,241 0,34 5,48 5,07
Julho 397,393 -0,64 -1,68 -1,00 421,154 0,22 5,71 5,98
Agosto 397,758 0,09 -1,59 -0,53 425,788 1,10 6,87 7,05
Setembro 398,738 0,25 -1,35 -0,65 430,453 1,10 8,04 7,95
Outubro 398,575 -0,04 -1,39 -1,76 434,882 1,03 9,16 9,11
Novembro 398,857 0,07 -1,32 -1,76 441,754 1,58 10,88 10,75
Dezembro 398,407 -0,11 -1,43 -1,43 (*) 1,11 (*) (*)

Fonte: Deloitte (a partir de dados públicos)


(*) Dados públicos não disponíveis até a data de preparação deste material

84
IPC-DI/FGV – Índice Geral de Preços – Mercado

2009 2010
Mês (%) Ano (%) 12 meses (%) Mês (%) Ano (%) 12 meses (%)
Janeiro 0,83 0,83 5,92 1,29 1,2900 4,4002
Fevereiro 0,21 1,05 6,15 0,68 1,9788 4,8899
Março 0,61 1,66 6,32 0,86 2,8558 5,1505
Abril 0,47 2,14 6,05 0,76 3,6375 5,4540
Maio 0,39 2,53 5,54 0,21 3,8551 5,2650
Junho 0,12 2,65 4,87 -0,21 3,6370 4,9180
Julho 0,34 3,00 4,67 -0,21 3,4194 4,3429
Agosto 0,20 3,22 4,73 -0,08 3,3367 4,0513
Setembro 0,18 3,39 5,00 0,46 3,8120 4,3421
Outubro 0,01 3,40 4,55 0,59 4,4245 4,9473
Novembro 0,26 3,67 4,21 1,00 5,4687 5,7219
Dezembro 0,83 0,83 5,92 (*) (*) (*)

INPC/IBGE – Índice de Preços ao Consumidor

2009 2010
Valor Mês (%) Ano (%) 12 meses (%) Valor Mês (%) Ano (%) 12 meses (%)
Janeiro 2994,15 0,64 0,64 6,43 3124,76 0,88 0,88 4,36
Fevereiro 3003,43 0,31 0,95 6,25 3146,63 0,70 1,59 4,77
Março 3009,44 0,20 1,15 5,92 3168,97 0,71 2,31 5,30
Abril 3025,99 0,55 1,71 5,83 3192,10 0,73 3,05 5,49
Maio 3044,15 0,60 2,32 5,45 3205,83 0,43 3,50 5,31
Junho 3056,93 0,42 2,75 4,94 3202,30 -0,11 3,38 4,76
Julho 3063,96 0,23 2,99 4,57 3200,00 -0,07 3,31 4,44
Agosto 3066,41 0,08 3,07 4,44 3197,82 -0,07 3,24 4,29
Setembro 3071,32 0,16 3,23 4,45 3215,09 0,54 3,80 4,68
Outubro 3078,69 0,24 3,48 4,18 3244,67 0,92 4,75 5,39
Novembro 3090,08 0,37 3,86 4,17 3278,09 1,03 5,83 6,08
Dezembro 2994,15 0,64 0,64 6,43 (*) (*) (*) (*)

Fonte: Deloitte (a partir de dados públicos)


(*) Dados públicos não disponíveis até a data de preparação deste material

Demonstrações financeiras – Exercício de 2010 85


TJLP – Taxa de Juros de Longo Prazo SELIC

TJLP (% ao ano) SELIC mensal (%)


2008 2009 2010 2008 2009 2010
Janeiro 6,25 6,25 6,00 Janeiro 0,93 1,05 0,66
Fevereiro 6,25 6,25 6,00 Fevereiro 0,80 0,86 0,59
Março 6,25 6,25 6,00 Março 0,84 0,97 0,76
Abril 6,25 6,25 6,00 Abril 0,90 0,84 0,67
Maio 6,25 6,25 6,00 Maio 0,88 0,77 0,75
Junho 6,25 6,25 6,00 Junho 0,96 0,76 0,79
Julho 6,25 6,00 6,00 Julho 1,07 0,79 0,86
Agosto 6,25 6,00 6,00 Agosto 1,02 0,69 0,89
Setembro 6,25 6,00 6,00 Setembro 1,10 0,69 0,85
Outubro 6,25 6,00 6,00 Outubro 1,18 0,69 0,81
Novembro 6,25 6,00 6,00 Novembro 1,02 0,66 0,81
Dezembro 6,25 6,00 6,00 Dezembro 1,12 0,73 (*)

Fonte: Deloitte (a partir de dados públicos)


(*) Dados públicos não disponíveis até a data de preparação deste material

86
Oc
“Deloitte” refere-se à sociedade limitada estabelecida no Reino Unido “Deloitte Touche Tohmatsu Limited” e sua rede de firmas-membro, “Os
cada qual constituindo uma pessoa jurídica independente. Acesse www.deloitte.com/about para uma descrição detalhada da estrutura Fin
jurídica da Deloitte Touche Tohmatsu Limited e de suas firmas-membro.
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