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HENRIQUE
Por:
Prof. Fernando Esteves
E.N.I.D.H. – 2009/2010
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ÍNDICE
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1 International Maritime Organization (IMO)1
Sendo a indústria dos transportes marítimos uma actividade importante para qualquer
país e, ao mesmo tempo, uma das mais perigosas, foi sempre considerada importante a
segurança dos navios no mar. Com essa finalidade, reconheceu-se a necessidade de
desenvolver esforços no sentido de implementar legislação internacional que obrigasse
todas as nações a cumprir regras que evitassem acidentes marítimos. Assim, a partir da
2ª metade do século XIX foram adoptados vários tratados tendo como objectivo a
“segurança marítima”.
A Convenção IMO entrou em vigor em 1952 e a nova organização reuniu-se pela 1ª vez
no ano seguinte.
1
LOrganização Marítima Internacional (OMI)
2
Em 2009. Os Estados Associados são Hong Kong, Macau e as Ilhas Faroe.
3
Alguns especialistas em Direito Comunitário põem a hipótese da possível substituição da representação dos Estados-
Membros por uma única representação da União Europeia na IMO.
4
Portugal não é membro do Conselho nesta categoria para o biénio 2008/2009.
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Comité da Segurança Marítima (MSC – Maritime Safety Committee) e
Comité para a Protecção do Ambiente Marinho (MEPC – Maritime Environment
Protection Committee)
Outros Comités:
2 Convenções e Códigos
Quando a IMO se formou, já existiam algumas Convenções, tendo ficado esta
Organização responsável pela sua actualização. Como se compreende, novas
Convenções foram entretanto surgindo e, sempre que tal se justifique, novas Convenções
surgirão emanadas da IMO8.
Mas o processo de entrada em vigor de uma Convenção nem sempre é fácil. Há um longo
caminho a percorrer, desde que uma sugestão é apresentada a um Comité até que a
5
Para tentar simplificar e unificar as formalidades marítimas.
6
Mr. Efthimios E. Mitropoulos (Greece) desde 2004.
7
É uma das mais pequenas Agências das Nações Unidas.
8
A IMO é presentemente responsável por cerca de 50 Convenções e Acordos Internacionais e adoptou diversos
Protocolos e Emendas.
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Convenção seja adoptada e depois até que ela seja ratificada e finalmente entre em
vigor9.
Para dar um exemplo desta dificuldade, podemos referir a Convenção STCW-F de 1995.
Ainda não entrou em vigor, tendo sido assinada apenas por 13 países (Dinamarca,
Islândia, Kiribati, Latvia, Mauritânia, Marrocos, Namíbia, Noruega, Rússia, Serra Leoa,
Espanha, Síria e Ucrânia).
Para contornar estas situações, a IMO arranjou uma solução, que são os Códigos. A
diferença entre um Código e uma Convenção é que aquele quando é publicado indica a
data da sua entrada em vigor. Aconteceu assim com o Código ISM, tornado obrigatório
para navios tanques e de passageiros em 1998 e para os restantes navios em 2002.
Depois da entrada em vigor de um Código e se a IMO o entender, pode este vir a fazer
parte de uma Convenção. Foi o que aconteceu com o Código ISM, que é hoje o Capítulo
IX da SOLAS.
Por sua vez, o Imediato delega no Oficial de Segurança (Safety Officer) a execução das
acções práticas relativas à segurança e às doenças profissionais. Dito de outra forma, o
Oficial de Segurança organiza os diversos exercícios de segurança e as acções de
resposta ás situações de emergência, isto é, executa aquilo que foi planificado pelo
Coordenador da Segurança.
Nalguns navios pode existir apenas o Oficial de Segurança que, como é óbvio, acumula a
parte de planeamento com a de execução.
9
The adoption of a convention marks the conclusion of only the first stage of a long process. Before the convention comes
into force - that is, before it becomes binding upon Governments which have ratified it - it has to be accepted formally by
individual Governments.
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SHIPBOARD SAFETY ORGANIZATION
MASTER
SEP SHIPBOARD
SAFETY MANAGEMENT
COMMITTEE
CO-ORDINATOR TEAM
(SC) (SMT)
SAFETY
OFFICER
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O SMS cria um órgão de consulta que tem o nome de Comité de Segurança (SEP
Committee – Safety and Environment Protection Committee), constituído por:
Mesmo que um navio tenha muitos tripulantes, não interessa alargar este Comité a muitos
mais tripulantes, o que tornaria as reuniões regulares deste órgão pouco objectivas.
O Comité de Segurança reúne a intervalos regulares, devendo haver uma Agenda prévia
dos assuntos a debater, sendo no final da reunião emitido um relatório sobre o que se
passou na reunião.
Comandante,
Chefe de Máquinas,
Imediato,
1º Maquinista
A Equipa de Gestão é um órgão de cúpula e como tal tem a ver com a gestão global do
navio, onde se enquadra, como é óbvio, a segurança. Assim, esta Equipa faz o
planeamento e a monitorização da manutenção, testes e inspecções aos equipamentos
de segurança, monitoriza a segurança em geral, as doenças profissionais e as acções de
resposta ás situações de emergência.
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Grupo da Casa da Máquina (ERP – Engine Room Party),
Grupo de Combate à Emergência (ERG – Emergency Response Group). Este
Grupo é normalmente dividido em outros 2 Grupos: Grupo de Combate (FAP Front
Action Party) e Grupo de Avarias (SRP – Support & Repair Party).
Grupo de Apoio (EBG – Emergency Backup Group)
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ORGANIZAÇÃO DE BORDO PARA RESPOSTA ÀS SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA
COMANDANTE
GRUPO DO CENTRO
DE COMANDO E
CONTROLO
CHEFE
IMEDIATO MÁQUINAS
OFICIAL
SEGURANÇA 1º
MAQUINISTA
GRUPO DA
GRUPO DE GRUPO DE GRUPO DE CASA DA
APOIO COMBATE REPARAÇÕES
MÁQUINA
COMBATE DA EMERGÊNCIA
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3.2.1 Sinais de Alarme – Activação da Equipa de Combate
ALERTA (ALERT)
1. Não fumar e apagar todas as luzes desprotegidas (naked
lights).
■■■■■■■■■■■■■■ 2. Se não estiver a fazer uma operação essencial, dirigir-se
para a Ponte ou Casa da Máquina e aguardar ordens.
Toque continuo das Campainhas de
3. Se estiver numa operação essencial, ficar atento às
Alarme Geral
comunicações e aguardar ordens.
INCÊNDIO (FIRE)
(OU OUTRA EMERGÊNCIA ENVOLVENDO PERIGO DE INCÊNDIO, INCLUINDO
POLUIÇÃO)
Toque intermitente da Campainha 1. Ir buscar o colete de salvação e capacete.
de Alarme do navio, seguida de 2. Dirigir-se imediatamente ao Local de Reunião (Muster
informação relativa ao tipo e Point).
localização da emergência através
do P/A.
EMERGÊNCIA GERAL (GENERAL EMERGENCY)
■■■■
Sete ou mais apitos curtos seguidos
1. Ir buscar o colete de salvação e capacete.
de um toque longo do apito do
2. Dirigir-se imediatamente para a Estação de Embarque
navio ou campainha eléctrica,
(Lifeboat Station) ou Local de Reunião (Muster Point)*.
audível em todo o navio.
3. Aguardar ordens.
* Nota: depende da Organização.
HOMEM AO MAR & SALVAMENTO (MAN OVERBOARD & RESCUE)
■■■■ ■■■■ ■■■■ 1. Ir buscar o colete de salvação e capacete, e ir
Três apitos longos com o apito do imediatamente para o Rescue Boat ou para a Estação de
navio Embarque (Lifeboat Station)..
2. Aguardar ordens.
ABANDONO (ABANDON SHIP)
■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■
Apito curto-longo-curto da 1. Ir buscar o colete de salvação e capacete.
campainha de alarme, do apito do 2. Vista roupa adicional.
navio, do “fog horn” ou outro 3. Dirigir-se imediatamente para a Estação de Embarque
qualquer sinal sonoro que o Comte (Lifeboat Station).
possa usar para ser ouvido em 4. Seguir as ordens do Comandante da baleeira ou seu
qualquer ponto do navio. Este sinal substituto.
é seguido de ordem dada por viva
voz ou através do P/A
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NOTA
Nunca utilizar o elevador no caso da activação de qualquer destes sinais de alarme.
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LOCAL DE REUNIÃO 1A (EMERGENCY MUSTER STATION 1A)
A constituição dos grupos de emergência não é mais do que a divisão dos tripulantes
pelos diversos grupos anteriormente mencionados. Como é evidente, um navio com
poucos tripulantes, 6 por exemplo, não precisa de os dividir, enquanto que num navio de
passageiros até poderão estar divididos em várias unidades de cada grupo (por exemplo,
2 Grupos de Combate).
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Exemplo da formação de grupos num navio tanque:
Local de Reunião: 1 ou 1A
Funções: Direcção geral e coordenação da resposta do navio à emergência. Ligação com
a assistência externa. Notificações e relatórios. Manutenção de relatórios sobre o
incidente.
Composição:
Comandante – líder do grupo. Comunicações. Ligações com o exterior.
Supervisão da navegação.
1 Oficial do Convés – controla a navegação, faz registos, funções adicionais se
incumbido pelo Comandante, incluindo primeiros socorros a feridos.
Rádio Técnico (se houver) – comunicações, ajuda nos registos, funções adicionais
se incumbido pelo Comandante.
Timoneiro – leme ou funções de vigia, mensageiro entre os grupos de emergência
se os sistemas de comunicações falharem, funções adicionais se incumbido pelo
Comandante.
Local de Reunião – 2
Funções – assegurar os serviços e a operação da casa da Máquina para dar resposta à
situação de emergência. Coordenação local de resposta às emergências da Casa da
Máquina. Manutenção de registos relativos ao incidente.
Composição:
Chefe de Máquinas – líder do grupo. Assiste o Comandante na coordenação das
acções de resposta às situações de emergência do navio. Supervisiona a operação
da MPP e dos auxiliares. Assiste o imediato na Grupo de Combate à Emergência
(ERG). Assiste o Imediato na coordenação local em emergências da Casa da
Máquina. Controlo de registos da Casa da Máquina.
1º Maquinista – controlo e operação da diversas máquinas da Casa da Máquina.
Transmissão de mensagens de e para os grupos de emergência em caso de falha
de comunicações. Outras funções designadas pelo Chefe de Máquinas.
Local de Reunião – 3
Líder – Imediato
Principais tarefas do líder:
Dirigir as acções no local,
Verificar localmente as avarias e relatá-las ao Comandante, acções necessárias,
necessidades adicionais de pessoal ou equipamento para a área da emergência
(primary area).
Coordenar com o Comandante as acções do Grupo de Apoio.
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Coordenar no local com os respectivos líderes as acções do Grupo de Reparações
e do Grupo de Apoio.
Coordenação com o Chefe de Máquinas nas acções de resposta a emergências na
Casa da Máquina.
Activação dos sistemas fixos de combate a incêndio em coordenação com o
Comandante e o Chefe de Máquinas mas só depois da aprovação do Comandante.
Direcção das operações de salvamento (rescue operations), incluindo a verificação
da entrada em espaços fechados e a utilização de aparelhos de respiração
autónoma.
Outros membros deste grupo:
Contramestre,
Bombeiro (quando aplicável),
Dois marinheiros A/B (marinheiro de 1ª classe ou timoneiro)
Um marinheiro O/S (marinheiro de 2ª classe)
Tarefas principais dos membros do grupo:
As acções dos outros membros do grupo serão as dirigidas no local (on-scene) pelo líder
do grupo de acordo com as circunstâncias. Essas acções deverão cobrir o seguinte:
Verificação das avarias e acções de resposta necessárias para a área da
emergência (primary area).
Verificação das avarias e acções de resposta necessárias para as áreas
envolventes (secondary areas).
Activação dos sistemas fixos de combate a incêndio (sujeito à aprovação do
Comandante).
Fornecimento de energia ou iluminação de emergência para o local do incidente e
áreas em redor.
Corte da energia eléctrica para a área de emergência e áreas em redor.
Corte da ventilação.
Corte de combustível (sujeito à aprovação do Chefe de Máquinas e Comandante).
Transporte de equipamento necessário para combater a emergência, de acordo
com instrucções do líder do grupo.
Transporte de macas, equipamento de primeiros socorros e de ressuscitamento.
Remover acidentados do local de emergência.
Operação de extintores portáteis, mangueiras, monitores e outras aplicações de
extinção de incêndios.
Utilização do fato de bombeiro e aparelhos de respiração autónoma.
Acções de reparação e controlo de avarias.
Preparação e operação de aparelhos elevatórios de salvamento.
Mensageiros em caso de falha de comunicações.
Outras tarefas conforme instrucções do líder do grupo.
Local de Reunião – 3
Líder – 1º Maquinista
Principais tarefas do líder:
Dirigir as acções no local,
Verificar e relatar as avarias, acções necessárias, necessidades adicionais de
pessoal e equipamento nas áreas em redor da emergência (secondary areas).
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Coordenção com o Imediato nas acções conjuntas dos dois grupos.
Activação dos sistemas fixos de extinção de incêndios por ordem do Imediato (as
directed by Group leader).
Fornecimento ou corte de energia na área de emergência ou áreas em redor por
ordem do Imediato (as directed by Group leader).
Corte da ventilação por ordem do Imediato (as directed by Group leader).
Fechos das válvulas de combustível por ordem do Chefe de Máquinas.
Direcção das acções de reparação e controlo de avarias.
Local de Reunião – 4
Líder – Oficial de Segurança
2º líder (second-in-command) – um Oficial de Máquinas
Principais tarefas do líder:
Dirigir as acções no local,
Verificar e relatar as avarias, acções necessárias, necessidades adicionais de
pessoal e equipamento nas áreas em redor da emergência (secondary areas).
Relatar ao Comandante as condições verificadas, acções, avarias, etc.
Coordenação local com o Imediato (líder do ERG).
Activação dos sistemas fixos de combate a incêndio se ordenado pelo Comandante
e em coordenação com o Imediato e Chefe de Máquinas.
Salvamento e transporte de feridos.
Preparação de aparelhos elevatórios de salvamento
Quando um tripulante embarca pela primeira vez num navio ou regressa ao mesmo navio,
logo que embarca faz o chamado “Safety Tour” ou Volta de Segurança.
O “Safety Tour” tem um papel muito importante, pois destina-se os percorrer pontos de
interesse para o tripulante acabado de embarcar:
Esta primeira abordagem constituída pelo “Safety Tour” destina-se a fornecer ao tripulante
um mínimo de conhecimentos que lhe podem ser úteis se o navio tiver uma situação de
emergência nas primeiras horas ou dias do seu embarque.
Evidentemente que o tripulante vai ter um tempo (normalmente cerca de 15 dias) para ter
completado aquilo a que vulgarmente se chama a sua Familiarização do navio (em termos
de segurança). Por outras palavras, nessa parte do seu embarque e auxiliado por um
folheto (booklet), o tripulante fica conhecedor de todos os equipamentos de segurança
(meios de combate a incêndio e meios de salvação) ao seu dispor.
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Indica os tripulantes que pertencem à tripulação do bote de socorro ou da baleeira
que faz de bote de socorro e respectivas funções,
Número e localização dos Locais de Reunião (Emergency Muster Station, Lifeboat
Station, Liferaft Station, and Rescue Station, como aplicável) e as principais
funções de cada membro da tripulação numa emergência.
Funções em combate a incêndios,
Fecho de portas de incêndios e portas estanques e de todas as outras aberturas
que podem minimizar o perigo de expansão do incêndio ou de pôr em perigo a
estanquicidade ou a perda de estabilidade do navio.
Uma das formas de mais facilmente organizar a tripulação é a utilização de cores nos
Cartões de Segurança (Safety Cards) que são distribuídos aos tripulantes, do que damos
aqui um exemplo10:
Estes cartões estão óbviamente de acordo com o que está no Rol de Chamada e o facto
de serem distribuídos a cada tripulante visa o reforço dessa informação e, de certa forma,
facilitar a sua compreensão pelo tripulante.
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Tarefa (Duty) – tarefas que competem ao Tripulante em caso de emergência.
Embarcação de Salvamento (Boat #) – Baleeira ou Jangada Insuflável atribuída ao
Tripulante.
Função na Embarcação de Salvamento (Duty) – função do Tripulante durante o
abandono do navio.
Os Tripulantes a quem tiver sido atribuído este Cartão são conhecidos pelos Grupos do
“Mr. Skylight”11 . Estes Grupos estão encarregues de:
Estes Grupos são activados pelo anúncio da palavra código “Mr. Skylight” através do P/A,
para que os Passageiros não se percebam da situação.
Os Tripulantes com este Cartão pertencem aos Grupos de Emergência ou aos Guias das
Escadas (Stairway Guides).
Os Guias das Escadas estão posicionados em todas as escadas e têm como função
encaminhar os passageiros para os Locais de Reunião.
11
Palavra código a ser transmitida pelo sistema P/A
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Estes Grupos são activados pelo Sinal de Emergência Geral.
Os Tripulantes com este cartão dirigem-se aos Locais de Reunião. A sua função é
separar e organizar os passageiros nos Locais de Reunião, contá-los e prepará-los para o
abandono.
■■■■■■■■■■■■■■
UM TOQUE LONGO contínuo do Este sinal informa os Tripulantes que é o momento de
sistema geral de alarme do navio, prosseguirem para as Estações das Baleeiras e das Jangadas,
do apito do navio ou campainhas em ambos os bordos.
eléctricas
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ABANDONO (ABANDON SHIP)
Cada membro da Fire Patrol deve estar familiarizado com o arranjo geral do navio
(corredores, escadarias, localização dos camarotes, saídas de emergência, etc.).
Deve estar também familiarizado com a localização e a operação dos equipamentos que
tem à sua disposição e que terá de utilizar em caso de incêndio, bem como proceder à
sua manutenção.
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4 Bibliografia
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