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Trata-se de ação penal privada e, como ocorre nas ações penais públicas, deve estar
amparada por prova pré-constituída. O ofendido, antes da propositura da queixa, deve
requerer a instauração de inquérito para ofertar justa causa à ação penal privada,
indicando materialidade e indícios de autoria, salvo se possuir indícios suficientes para
tal.
O advogado deve receber poderes especiais para propositura da queixa crime, ou seja, a
procuração deve fazer expressa menção à propositura da ação penal privada, com um
breve resumo dos fatos. Se preferir, o ofendido pode assinar a queixa juntamente com o
advogado (art. 44 do CPP).
- O problema trará o local do fato. Este será o juízo competente para se oferecer a
queixa crime.
QUEIXA CRIME
I – DOS FATOS:
Ex: No dia tal, a autora estava em sua residência, assistindo TV com amigos e
familiares, quando uma vizinha que bateu em sua porta, lhe proferiu palavras de baixo
calão, ferindo sua honra subjetiva de forma latente.
II – DO DIREITO
Explicar o direito que ampara a ação penal proposta, fundamentando com base
na lei.
EX: Pode-se constatar no caso dos autos, que a querelada ao se dirigir à residência da
querelante e lhe proferindo palavras que feriram sua honra subjetiva, incidiu nos termos
do artigo 140 do Código Penal. Conforme este diploma legal, a injúria se consuma
quando a dignidade ou o decoro de uma pessoa é ofendida e isso é observado no caso
deste processo.
III – DO PEDIDO
EX: Diante do exposto, pugna o querelante pelo recebimento da presente queixa crime
para, após a regular citação do querelado e regular processamento do feito, seja o
mesmo condenado às penas do artigo (citar o artigo que embasa o crime).
Nestes Termos
Pede Deferimento
Local, data.
Assinatura.
CONSIDERAÇÕES PERTINENTES A
RESPEITO DA CONCESSÃO DE
LIBERDADE PROVISÓRIA:
É concedida a liberdade provisória quando houver prisão em flagrante válida, mas o
indiciado/acusado não necessita ficar detido enquanto transcorre o processo. Tal se dará
quando os requisitos para a decretação da preventiva não estiverem presentes (art. 312
do CPP) e isto for observado em sede de PRISÃO EM FLAGRANTE.
A liberdade provisória sem arbitramento de fiança, conforme art. 310, parágrafo único
do CPP, é cabível sempre que os requisitos da preventiva não estiverem visíveis, sendo
válida a situação para qualquer delito. Exemplo: Se alguém for preso em flagrante por
roubo, pode o magistrado determinar a sua soltura, mediante liberdade provisória sem
fiança. DICA: Sempre que o problema falar em crime apenado com reclusão, sempre
caberá liberdade provisória sem fiança. Não precisa adentrar o mérito do instituto, basta
citar na petição: LIBERDADE PROVISÓRIA COMPROMISSADA.
Se do auto de prisão em flagrante o juiz perceber que o acusado está amparado por
alguma das excludentes de ilicitude do art. 23 do CPB, concederá liberdade provisória
com base no art. 310, caput, do CPP.
Fundamentação Legal: CF/88, art. 5º, inciso LXVI e 310 (e também ao parágrafo único)
do Código de Processo Penal. (Atenção ao artigo 321 do CPP).
I – DOS FATOS:
EX: O requerente foi preso em flagrante delito no dia tal, pela prática do crime de furto,
tendo em vista que o mesmo está sendo indiciado pelo fato de ter subtraído duas barras
de chocolate da loja “doce mais”, localizada em tal local.
II – DO DIREITO
EX: A prisão em flagrante faz presumir que o indiciado tem a personalidade voltada
para crime, devido o fato de já ter sido processado. Ora, Excelência, a personalidade de
uma pessoa deve ser atestada como “perigosa” somente quando há uma sentença penal
transitada em julgado afirmando tal situação. Não se pode manter o acusado em cárcere
com suposições de que, se solto, poderá cometer novos delitos, desestabilizando a
ordem pública. (Falar de cada um dos requisitos).
III – DO PEDIDO
EX: Ex positis, (Pelo exposto), requer o suplicante que lhe seja concedida liberdade
provisória, mediante assinatura de termo de compromisso para comparecimento a todos
os atos processuais em que for devidamente intimado, com a consequente expedição do
alvará de soltura em favor do mesmo.
Nestes Termos
Pede Deferimento
Local, data.
Assinatura.
OBS: Se, por acaso, estivermos diante de uma prisão em flagrante, sendo que nosso
cliente ainda está na delegacia, o endereçamento fica assim:
IP nº
a) materialidade do crime;
b) indícios suficientes de autoria;
Fundamentos
Nos casos de crimes dolosos punidos com reclusão; violência doméstica contra a
mulher, para garantir as medidas protetivas elencadas na lei Maria da penha; ou no
caso de réu vadio, que não ofereça elementos mínimos para que se passa efetuar a
sua correta identificação, a prisão preventiva poderá ser decretada com respaldo no
art. 312 do CPP.
Assegurar a aplicação da lei penal – se finda a instrução, a lei ter condições de ser
devidamente aplicada. Evitar a potencial fuga do acusado.
Decretação
A prisão preventiva pode ser decretada em qualquer fase do inquérito policial (não
sendo o caso de prisão em flagrante) ou da instrução criminal, tanto nos casos de ação
penal pública ou privada, desde que presente os pressupostos, fundamentos e condições
de admissibilidade previstos em lei (art. 311 CPP).
Esqueleto da Petição:
IP nº
Ou
Autos do processo nº
Fulano de Tal, (qualificar se for prisão corrente em fase de inquérito; dizer que
ele já foi devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe se já houver ação
penal), vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado infra
constituído, com fulcro no art. 316 do Código de Processo Penal, requerer:
I- DOS FATOS
Neste momento, devemos falar dos requisitos do art. 312 do CPP e fundamentar que a
prisão foi decretada com base em algum (uns) deles. Porém, devemos citar o motivo
pelo qual o motivo porventura deixou de existir.
EX: O cara foi preso e não se tem informações verdadeiras acerca do endereço onde ele
mora. A fundamentação do juiz para decretação é a possível fuga do acusado, caso seja
condenação, tendo em vista a desconfiança de o cara ter dado endereço errado quando
intimado.. Com base nisso, informamos que a defesa junta documentos que comprovam
onde ele mora, trabalha e estuda e também que ele compareceu voluntariamente a todos
os atos do processo.
II – DO DIREITO
Neste momento vamos debater e confrontar todos aqueles motivos que podem ter
ensejado a prisão, mostrando ao juízo que não há necessidade de o indiciado ficar preso.
Falar, neste momento, da liberdade como regra e dissertar acerca dos requisitos do 312
do CPP confrontando-os com os argumentos da defesa, e documentos juntados, a fim de
tornar a prisão desnecessária.
III – DO PEDIDO
Nestes Termos
Pede Deferimento
Local, data.
Assinatura.
RELAXAMENTO DE PRISÃO
Prisão em Flagrante: São hipóteses autorizadoras da prisão em flagrante por qualquer
pessoa do povo (flagrante facultativo) ou pela polícia (flagrante obrigatório):
Realizada a prisão, o detido é encaminhado pelo condutor (aquele que lhe deu voz de
prisão) à autoridade policial. Esta, por sua vez, entendendo válido o ato, lavra o auto de
prisão em flagrante. Dentro de 24 horas, encaminha cópia à autoridade judiciária
competente, que deverá verificar a regularidade da prisão, e à Defensoria Pública, nos
termos do art. 306, § 1º, do CPP, com a redação dada pela Lei 11.449/07. Neste mesmo
prazo, deverá ser entregue ao preso, nota de culpa, nos termos do art. 306, § 1º do CPP.
Se tudo estiver formalmente em ordem, o juiz mantém o flagrante, mas pode colocar o
indiciado em liberdade provisória, com ou sem fiança. Assim, agirá, se não vislumbrar
presentes os requisitos da prisão preventiva (art. 312 do CPP).
RELAXAMENTO DE PRISÃO
Ressalta-se que, caso o juiz homologue o flagrante e a defesa entenda pela existência de
ilegalidade, após pedido fundamentado, o juiz pode rever a decisão homologatória e
reconhecer a ilegalidade, relaxando a prisão E nesse caso não há a exigência de assinar
Termo de Compromisso.
TERMO DE COMPROMISSO
Como o próprio nome diz, o termo faz constar alguns deveres do preso posto em
liberdade, tais como: não viajar ou mudar de endereço sem comunicar ao juízo, não
frequentar locais desaconselháveis e comparecer a todos os atos do processo. Caso
descumpra algum desses deveres, perde o beneficio da Liberdade Provisória.
Esqueleto da petição:
IP nº
Fulano de Tal (sempre qualificar, pois é prisão em flagrante e não há processo), vem à
presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado infra constituído, com
fulcro no art. 5º, LXV da CF/88, requerer:
I – DOS FATOS:
Narrar como se deu o flagrante, ressaltando o vício que será atacado no direito.
EX: Fulano foi preso em flagrante pelo crime de roubo cometido em tal dia, em tal
lugar.
Após ser regularmente recolhido ao cárcere, teve lavrado contra si auto de prisão em
flagrante 4 dias após e prisão, assinando sua nota de culpa também no quarto dia.
II – DO DIREITO
Informar, aqui, o que diz o Código de Processo penal sobre tais prazo, transcrevendo o
artigo e contrapondo-o ao caso dos autos, logo em seguida.
Ex: O art. 306 do Código de processo penal estabelece o prazo de 24 horas para
assinatura da nota de culpa, in verbis:
Transcrever...
Ocorre, Excelência, que tal prazo não foi respeitado. Observe-se que o indiciado
somente assinou tal documento 4 dias após sua prisão, fato que torna sua prisão em
flagrante ilegal. Não obstante tal fato, a lavratura do auto se deu também em prazo
diverso ao determinado pelo citado artigo do já mencionado diploma legal, in verbis:
Transcrever...
Pode-se concluir pelo exposto que a prisão do indiciado fere garantias e dispositivos
constitucionais basilares, tais como dignidade da pessoa humana (falar a respeito),
devido processo legal (falar a respeito)... com base nisso, a prisão deve ser
imediatamente relaxada.
III – DO PEDIDO:
Nestes Termos
Pede Deferimento.
Local, data.
Assinatura.
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
É a primeira peça obrigatória da defesa num processo e DEVE ser apresentada num
prazo de 10 dias após a citação do acusado (VER ART. 396 do CPP. Se for JURI, ver o
art. 406).
Na resposta à acusação, o réu poderá arguir preliminares e alegar tudo que interesse à
sua defesa (pode sim adentrar o mérito da questão e se esta for a peça, não se esquecer
de fazê-lo), oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e
arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.
A acusação deverá arrolar até 8 testemunhas e a defesa o mesmo. Se for Júri, arrola-se
até 8 na primeira fase e até 5 para o plenário. Se for procedimento sumário ou
sumaríssimo, arrola-se até 5.
Esqueleto da peça:
Processo nº
Fulano de Tal, já qualificado nos autos da ação penal em epígrafe, vem à presença de
Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado infra constituído, com fulcro no art.
396-A (SE FOR JÚRI – 406, § 3º. – prestar atenção no parágrafo único do art. 415. Na
resposta à acusação do Júri, não se postula pela absolvição imprópria (art. 26 do CPB),
exceto se esta for a única tese defensiva. No caso da Lídia, usaríamos a tese da
desclassificação do delito em respeito a este artigo), do Código de Processo Penal,
apresentar:
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
I – DOS FATOS:
Narrar como se deram os fatos. Provavelmente, o problema trará algum dos casos de
excludente de ilicitude do art. 23 do CPB ou alguma situação do art. 397 (ou 415, se
júri) do CPP. Isso deverá ser dito neste momento.
EX: Fulano foi denunciado por crime de lesão corporal grave. Porém, deve-se atentar
para o fato de que a vítima estava com uma arma em punho para ceifar-lhe a vida do
autor do disparo, fato que motivou o réu a atirar para repelir a agressão atual que estava
a ser perpetrada contra sua própria vida, ferindo gravemente a vítima.
Se houver algum documento a ser juntado, fazer referência e requerer a juntada nos
pedidos.
II – DOS DIREITOS:
Explicar, aqui, que os fatos se deram amparados sobre a legítima defesa e bater nesta
tecla a todo instante. Falar do art. 397, I, explicando que neste caso o acusado deve ser
absolvido sumariamente (se for caso de júri, falar do art. 415).
III – DOS PEDIDOS:
Nestes Termos
Pede Deferimento.
Local, data
Assinatura
ROL DE TESTEMUNHAS
Processo nº
Fulano de Tal, já qualificado nos autos da ação penal em epígrafe, vem à presença de
Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado infra constituído, com fulcro no art.
403, § 3º, do Código de Processo Penal (SE FOR JÚRI – 411, § 4º, combinado com o
artigo 403, § 3º, ambos do CPP), do Código de Processo Penal, apresentar:
I – DOS FATOS:
Narrar, de forma sucinta, a dinâmica dos fatos. Ao final, terminar com uma frase de
impacto, ex: Entretanto, a tese acusatória não merecer prosperar”.
II – DO DIREITO
II – Do direito:
Falar que não sendo o entendimento do juízo a absolvição de lídia, que o crime deve ser
desclassificado para lesão corporal, devendo a autora ser impronunciada e os autos
remetidos ao juízo competente para julgar o feito.
Falar que de acordo com o princípio da eventualidade, caso o juízo do júri tenha reais
elementos para pronunciar a acusada, que o faça pelo caput do art. 121, afastando a
qualificadora. Sustentar que o motivo do crime não foi fútil.
OBS: Em se tratando de crimes do rito ordinário, pode-se abrir também um tópico para
pedir a fixação da pena no mínimo legal, caso se observe as atenuantes do artigo 65/66
do CPB. Se a pena for inferior a três anos, pode-se pleitear pela conversão da pena
restritiva de liberdade e restritiva de direito.
III – DO PEDIDO
Requerer neste momento a absolvição sumária (386 do CPP se rito ordinário, 415 do
CPP se for júri), tendo em vista a ausência de elementos aptos a (dizer a respeito do
motivo pelo qual se está pleiteando a absolvição). Por oportuno, não sendo caso de
absolvição sumária, postula a defesa pela impronúncia da acusada, com a remessa dos
autos ao juízo competente para julgar o feito, como reza o art. 414 do CPP (pugnar por
este artigo em caso de júri, pois o pedido é de impronúncia). Finalmente, requer a
desqualificação do delito para o previsto no art. 121, caput, c/c 14, II, ambos do CPB,
caso este juízo entenda pela pronúncia da acusada.
Nestes Termos
Pede Deferimento.
Local, data,
Assinatura.
Habeas Corpus
O habeas corpus pode ser liberatório, quando tem por âmbito fazer cessar
constrangimento ilegal, ou preventivo, quando tem por fim proteger o indivíduo contra
constrangimento ilegal que esteja na iminência de sofrer.
II - Quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;
III - Quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
V - Quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza;
O habeas corpus é um tipo de ação diferenciada de todas as outras, não só pelo motivo
de estar garantida na Constituição Federal, mas também porque é garantia de direito à
liberdade, que é direito fundamental, e por tal motivo é ação que pode ser impetrada por
qualquer pessoa, não sendo necessária a presença de advogado ou pessoa qualificada,
nem tampouco de folha específica para se interpor tal procedimento, podendo ser,
inclusive, escrito à mão.
Tal pedido liminar deve ser feito quando da impetração do writ de habeas corpus.
É importante frisar que, como já se disse, por ser a liberdade direito de suma
importância e garantido pela Constituição brasileira, os tribunais devem analisá-lo com
o maior rigor e agilidade para que nenhum dano à pessoa seja causado por atos ilegais
ou excessivos.
Importante ressaltar que a parte que interpõe a ação de habeas corpus não é a que está
sendo vítima da privação de sua liberdade, via de regra, e sim um terceiro que o faz de
próprio punho. Como a ação de habeas corpus é de natureza informal, pois qualquer
pessoa pode fazê-la, não é necessário que se apresente procuração da vítima para ter
ajuizamento imediato. Ela tem caráter informal. Portanto, a ação tem características bem
marcantes, a se ver:
Esqueleto da Petição:
I – DOS FATOS:
II – DO DIREITO:
Falar da liberdade e da ilegalidade da medida. Se for por motivo do art. 312, combatê-lo
ferrenhamente.
IV – Do pedido:
Se pediu liminar, pedir que seja deferida a liminar para concessão da ordem e imediata
soltura do paciente, cessando o ato ilegal ora combatido (ou obstrução do ato ilegal
antes de seu cometimento, se for HC preventivo) e que no mérito seja confirmada
definitivamente a liminar, concedendo a ordem impetrada para que o direito de
liberdade do impetrante seja devidamente respeitado.
APELAÇÃO
Consoante ensina GRINOVER (2001, p. 112) "Em face do extenso âmbito cognitivo do
órgão recorrido, pode este reapreciar questões de fato e de direito, ainda que julgadas
anteriormente, mormente em matéria processual penal onde o mais comum é não haver
preclusão; pode também examinar questões ainda não analisadas pelo juiz, que estejam
compreendidas na abrangência da impugnação."
Nesse passo, da análise do artigo 593, chega-se à conclusão que a apelação é um recurso
amplo pois permite a discussão de fatos e de direitos, tendo por isso um caráter genérico
sendo cabível nas sentenças definitivas ou com forças de definitivas, bem como nas
decisões do Júri, sendo, obrigatoriamente nesse caso, um recurso de fundamentação
vinculada, conforme se verá a seguir.
Cabimento da apelação
1. Sentenças condenatórias;
2. Sentenças absolutórias;
3. Nos casos do artigo 593, II do CPP.
A apelação deve sempre ser endereçada ao juízo ad quem competente. Apesar de ser
interposta em 1º grau, em face do juiz prolator da sentença, a apelação não permite, ao
contrário do recurso em sentido estrito, o juízo de retratação, ou seja, a sua apreciação
pelo prolator da decisão.
1. Quanto à extensão do inconformismo: plena (totalidade do julgado) ou
parcial (parte do julgado). Se não é identificada a parte impugnada
presume-se que houve apelação plena.
2. Quanto à forma procedimental: ordinária aquela cabível nos crimes
punidos com reclusão, quando é seguido o rito do artigo 613 do CPP ou
sumária: aquela cabível nos delitos puníveis com pena de detenção, em
que há previsão de forma procedimental abreviada (artigo 610 CPP)
3. Principal da subsidiária ou supletiva: a primeira corresponde àquela
interposta pelo Ministério Público, enquanto a segunda representa a
formulada pelo ofendido, habilitado ou não como assistente, isto porque
este exerce papel de auxiliar da acusação e só pode apelar quando o
promotor de justiça deixe de faze-lo do prazo legal (artigo 598 do CPP).
O prazo é de 15 dias e este recurso não possui efeito suspensivo (art.
598, parágrafo único, do CPP).
É cabível apelação da decisão do juiz singular, nos casos do artigo 593, I e II, do CPP.
1.
1. A decisão que extingue a punibilidade;
2. A que concede o perdão judicial;
3. As proferidas em Habeas Corpus ou revisão criminal, entre outras.
Por fim, cabe lembrar que as decisões do juiz singular que não se enquadrem nos incisos
I e II, não admitem apelação e, caso não sejam também objeto de recurso em sentido
estrito serão, via de regra, irrecorríveis.
Há casos em que as decisões previstas nos incisos I e II do artigo 593, não são atacáveis
por apelação, mas sim por recurso em sentido estrito. São exemplo dessas decisões:
1.
1. de rejeição de denúncia ou queixa (artigo 581, I);
2. a que acolhe exceção de coisa julgada, de ilegitimidade de parte ou de
litispendência (art. 581, III);
3. a decisão de impronúncia (artigo 581, IV); (Revogado pela Lei
11.689/08)
Da mesma maneira o Código de Processo penal estatui que não poderá ser usado
recurso em sentido estrito nas decisões em que seja cabível apelação. Nesses termos,
deve ser interposta apelação mesmo que a decisão seja, em outro momento processual
que não o de decisão definitiva, guerreada por recurso em sentido estrito.
Os veredictos representam a consagração da vontade popular e por isso nos países que
adotam o sistema do tribunal do júri, eles são, via de regra, irrecorríveis. Entretanto, no
Brasil admite-se o recurso de apelação da decisão do conselho de sentença, com a
limitação do mesmo ter sua fundamentação vinculada às hipóteses legais do artigo 593,
III e alíneas.
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; c)
houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; d)
for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.
O Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal não pode subsituir a vontade dos
jurados, que é soberana. Simplesmente pode anular e mandar ocorrer novo julgamento
na hipótese da alíena "d". Quanto a aplicação da pena, o Tribunal pode corrigir a
dosimetria fixada pelo juiz, sem qualquer violação a garantias constitucionais.
Ainda, as apelações do júri, por terem fundamentação vinculada, devem ser interpostas
com base em determinada alínea, do art. 593, III, CPP. A parte também não pode
interpor recurso com base em determinada alínea e nas razões do inconformismo
fundamenta-se em disposito diverso. Portanto, de acordo com MIRABETE (2002,
p. 632) " Os limites do inconformismo da parte devem ser fixados na petição ou termo
do recurso. Ao apelar deve indicar no pedido sua fundamentação ou o dispositivo legal
em que se apóia, que não pode ser modificado nas razões, salvo se ainda estiveram
dentro do quínquidio legal". Assim, nada impediria à parte, ainda no prazo legal de 5
dias, acrescentar ou modificar as matérias impugnadas e o dispositivo escolhido para
fundamentar o recurso.
Esqueleto da Peça:
Processo nº
Apelação,
Pugnando que, após recebidas as razões recursais que serão apresentadas em tempo
hábil e exercido o juízo de admissibilidade do recurso, sejam os autos remetidos ao
Egrégio Tribunal de Justiça e Territórios, para apreciação das referidas razões.
Nestes Termos
Pede Deferimento.
Data, local (muita atenção à data. Se o problema disser que você teve ciência da
sentença no dia 05 de maio, este termo DEVE ser interposto até o dia 10 de maio (são
cinco dias). O prazo começa a correr do dia seguinte e é fatal.
As razões de apelação são apresentadas até o 8º dia posterior em que este termo foi
apresentado, com base no art. 600 também do CPP).
Assinatura.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA
CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE (LOCAL DO FATO).
Processo nº
Nestes Termos
Pede Deferimento.
Data, local (muita atenção à data. Ficar atento até o último dia de prazo. Se você
apresentou o termo no dia 10 de maio, as razões devem ser apresentadas ATÉ o dia 18
de maio.
As razões de apelação são apresentadas até o 8º dia posterior em que este termo foi
apresentado, com base no art. 600 também do CPP).
Assinatura.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
Processo nº
Apelante: Nome
Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
Origem: Vara de origem.
Colenda Turma,
Inclitos Julgadores,
Egrégio Tribunal!
Narrar aqui, de forma sucinta, os fatos, falando da denúncia que condenou o apelante.
2 – Do Direito:
Falar da sentença e dos motivos pelos quais ela deve ser reformada,
3 – Do pedido: