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(Gallouj, Faïz. Innovation in the Service Economy: The New Wealth of Nations. Cheltenham,
UK: Edward Elgar Publishing Limited, 2002.)
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“competências do provedor dos serviços” e o das “competências do cliente”. Ademais, a
abordagem baseada em características destaca a importância do “relacionamento de serviço” na
definição do produto do serviço – um conceito até então desconsiderado, e consolida a noção de
serviço como sendo um conjunto de características. A abordagem sucede em incorporar tanto os
elementos do “triângulo de serviços” (Gadrey, 1996a, citado por Gallouj, 2002), quanto às
relações identificadas na Teoria das Convenções e, a despeito das diversidades e especificidades
dos serviços, desconecta efetivamente a inovação em serviços da visão redutora daquela
inovação baseada somente no uso da tecnologia. Em sua forma mais geral, a abordagem passa a
integrar, por meio de relações, as características de serviço ou finais [Yn], as competências
diretas do provedor do serviço [Cp], as características técnicas materiais e imateriais [Tm], e as
competências do cliente [C’q], inclusive as tácitas. A abordagem mantém-se em sintonia com o
conceito de demanda, definida por Lancaster sobre o nível das características oferecidas por um
determinado conjunto de produtos-serviços demandados, em vez da demanda pelo próprio
produto-serviço.
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trajetórias evolutivas a partir de suas interações – avaliando a natureza do produto e seus
principais componentes e tecnologias, em combinações inidimensionais, combinatórias e
evolucionárias – e incorpora a evolução de uma variável relacional ‘R’, admitindo que esta não
segue uma trajetória, no sentido delineado para as demais. Complementarmente, o autor avalia
algumas taxonomias setoriais com vista a incorporar uma “história” no comportamento da firma,
e introduzir a noção de variedade, tanto no nível estático, ou na forma, quanto no nível dinâmico,
ou seja, na multiplicidade de trajetórias. Finalmente a teoria evolucionária é conectada à
abordagem populacional, e isso fortalece o entendimento de regimes, paradigmas e trajetórias de
inovação, e possibilita o rastreamento da evolução da aceitação de técnicas e competências na
análise de um setor produtivo de uma região que é observada ao longo de um dado período.
O livro leva a cabo a difícil tarefa de convergir duas abordagens teóricas muito diferentes
da inovação em serviços: a evolucionária e a convencionalista, a partir da extensão do modelo de
Lancaster, baseado em características, sempre levando em consideração a integração da solução
para o cliente, e abordando, ao máximo, a extensão da complexidade e diversidade do “setor” de
serviços. Embora a abordagem tenha incorporado uma complexidade crescente, pode-se afirmar
que o autor construiu um modelo conceitual, metodológico e econômico apropriado para orientar
os esforços das empresas para inovar em serviços.