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2010
SUMÁRIO
SUMÁRIO..................................................................................................................................3
1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS ............................................................................................4
2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO...................................................................5
2.1 Localização e características.............................................................................................5
2.2 Clima.................................................................................................................................8
2.3 Geologia e solos..............................................................................................................10
2. 4 Vegetação.......................................................................................................................12
2.5 Hidrografia......................................................................................................................14
3 DESCRIÇÃO DO LOCAL....................................................................................................16
3.1 Rede de drenagem...........................................................................................................17
3.2 Perfil longitudinal...........................................................................................................18
4 OBRAS DE BIOENGENHARIA APLICADAS EM TALUDE DO ARROIO GAMBÁ. . .19
4.1 Apresentação do problema..............................................................................................19
4.2 Proposta geral..................................................................................................................21
4.3 Descrição detalhada das operações.................................................................................22
4.4 Obtenção dos materiais...................................................................................................24
..............................................................................................................................................24
4.5 Descrição das espécies utilizadas ...................................................................................24
4.5.1 Cephalanthus glabratus (Cham. & Schlecht.) K. Schum........................................24
4.5.2 Salix X rubens Shrank.............................................................................................26
4.5.3 Schinus terebinthifolius Raddi.................................................................................27
4.5.4 Calliandra tweedii Benth .........................................................................................28
4.5.5 Sebastiania schottiana (Müll. Arg.) Müll. Arg.........................................................29
4.5.6 Hedychium coronarium J. König.............................................................................32
4.7 Custo de implantação......................................................................................................34
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................35
REFERÊNCIAS........................................................................................................................36
1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
2.2 Clima
2. 4 Vegetação
2.5 Hidrografia
A Região Hidrográfica do Uruguai abrange a porção norte, noroeste e oeste do
território sul-rio-grandense (FIGURA 7), com uma área de aproximadamente 127.031,13 km²,
equivalente a 47,88% da área do Estado. Sua população total está estimada em 2.416.404
habitantes, que equivale a 23,73% da população do Estado, distribuídos em 286 municípios,
com uma densidade demográfica em torno de 19,02 hab./km² (Pró Rio Uruguai).
A região possui, alem do Arroio Gambá, diversos outros afluentes do Rio da Várzea
podendo ser citados o Rio Góis, Rio Lageado Grande, Rio Turvo e Arroio Sarandi.
3 DESCRIÇÃO DO LOCAL
Com base nos dados levantados, foi construído o perfil longitudinal do Arroio Gambá
(FIGURA 10). Pode-se notar que o Arroio possui uma declividade maior em sua parte inicial,
onde estão as primeiras nascentes, e a declividade diminui ao passo que chega mais perto de
desaguar no Rio da Várzea.
Segundo Durlo e Sutili (2005), as espécies que, quando adultas, adquirem grande porte
não são as melhores para estabilização das margens, especialmente quando estas já se
encontram em processo de corrosão e desbarrancamento, como é o caso. Seu peso e efeito de
alavanca que exercem sobre as margens, especialmente na ocorrência de ventos fortes, as
tornam muitas vezes prejudiciais a estabilização. Alem disso, na ocorrência de grandes
enchentes, tais árvores constituem uma barreira física ao livre escoamento da água, podendo
agir como um mecanismo de apreensão de materiais que descem a corrente, formando
barragens temporárias.
Pode-se notar no local um grande problema envolvendo árvores de médio e grande
porte, as quais estão caídas para dentro do Arroio ou com potencial de cair, principalmente os
indivíduos da espécie exótica Morus nigra (Amora-Preta). Esta espécie é uma das mais
abundantes no local e muitas delas estão caídas, como podemos observar na FIGURA 12.
Principalmente nos locais onde há presença de curvas, no raio externo, está ocorrendo
a corrosão do talude na parte mais baixa, ao nível da água. No raio interno ocorre o acúmulo
de sedimentos, formando bancos de areia, como podemos ver na FIGURA 13 e no esquema
da FIGURA 14. Com a corrosão, o peso do talude e dos troncos das árvores, ocorre o
processo de desmoronamento.
A esteira viva será implantada apenas nos 20 metros do arroio que compõem a curva,
nos 163 metros restantes apenas serão feitas a limpeza e o plantio de estacas e mudas. As
estacas e mudas devem ser plantadas inclinadas no sentido do curso de água, para que com as
cheias, a correnteza não cause danos às mesmas.
Primeiramente será feita a limpeza do arroio que passa na propriedade, esta operação
incluiu, retirada das árvores caídas no leito, árvores com potencial de cair e materiais
presentes na margem (galhos, lixo) que impeçam o livre fluxo da água, esta operação utilizará
mão de obra humana e algumas máquinas e ferramentas. Um operador irá conduzir a
motosserra para fazer os cortes necessários e a retro-escavadeira auxiliará na retirada das
árvores presentes no leito, com uma corrente ou espia. A retirada dos materiais vegetais inclui
a remoção de touceiras, galhos, plantas e troncos que se encontram dentro do leito ou em suas
margens como daqueles materiais que representam ameaça potencial.
Para a contenção dos animais será feita uma cerca a fim de que não se aproximem da
área a ser recuperada. A cerca será construída 30 metros distantes da margem do arroio
conforme prevê a legislação. Para o apoio da cerca deverão ser utilizados moirões com dois
metros de altura (0,5 m enterrados e 1,50 m aflorando), diâmetro médio de 20 cm e arames
quatro mm existentes na propriedade, o gasto será apenas com mão de obra.
A retro-escavadeira ira suavizar a declividade (2:1) no trecho da curva onde será feita
a obra. Esta operação tem por objetivo facilitar a confecção da esteira viva e melhorar o
centro de gravidade do talude, aumentando a estabilidade do mesmo.
Após a limpeza e a suavização do talude poderá ser iniciada a construção da esteira
viva. De acordo com Durlo e Sutili (2005), as bases das estacas devem ser enterradas no solo,
a uma profundidade de aproximadamente 20 cm adentrando o curso de água. O restante do
seu comprimento deve ser fixado bem junto ao talude, com auxílio de arames ou varas
maiores.
Para a fixação da esteira viva será utilizado pedras entre 20-30 cm de diâmetro que
serão colocadas na sua base (enrocamento), as pedras utilizadas serão retiradas do leito do
arroio e proximidades. O restante da esteira viva poderá ser bem fixada com pilotos e arames.
Serão utilizados pilotos de 10 cm de diâmetro e 120 cm de comprimento na base da obra para
sustentação, e pilotos de 7 cm de diâmetro por 100 cm de comprimento para fixação dos
arames. O sistema vai ser composto por quatro carreiras de arame prendendo os ramos, com
um piloto a cada 2 metros de distância.
Será utilizado um grande número de ramos a fim de deixar a esteira bem densa, assim
garantindo a proteção do talude até o enraizamento dos mesmos. As estacas e mudas serão
plantadas na parte superior do talude, na direção da correnteza, desta forma diminuindo o
impacto da água e facilitando sua estabilização no local.
A manutenção da esteira viva em condições de clima normal deverá acontecer a cada
45 dias num período de até dois anos, no caso de estiagem deve-se irrigar com regador todos
os dias, já no caso de excesso de chuva deve se observar se não houve nenhum dano a esteira
viva ou até mesmo se não foi levada pela correnteza. Outro importante fator são as formigas
cortadeiras que devem ser controladas e monitoradas para que não destruam as mudas e
estacas.
Seguindo os passos descritos acima e não ocorrendo nenhuma anormalidade climática,
a esteira viva terá sucesso e será de grande ajuda na estabilização do local. Uma observação
importante é que ao longo da margem restante do arroio serão plantadas mudas das espécies
selecionadas.
Os exemplares arbóreos de Salix sp. são conhecidos como salgueiros, salso, chorões;
as formas arbustivas, de uso tradicional em artesanato e cestaria, são denominadas de “vime”.
Trata-se de um cruzamento de duas espécies européias, S. alba e S. fragilis, o qual foi
introduzido no Brasil há mais de meio século dispersando-se pelos Estados de São Paulo,
Paraná, Santa Catarina e Rio grande do Sul (Moura, 2002).
A espécie híbrida (FIGURA 17), herdou características vantajosas adaptada para
suportar a força das correntezas durante as cheias, sendo cultivada em margens de cursos
d’água (Hörand et al., 2002, Apud Denardi 2007).
O vime é de fácil propagação vegetativa e crescimento rápido no Sul do Brasil, a
espécie pode atingir 16 m de altura. Suas folhas são estreitas, de margens finamente serreadas
e coloração verde-acinzentada até dourada (FIGURA 18). Os ramos são normalmente de
coloração vermelha (Lupion, 2004).
As gemas, de 3 a 7 cm de comprimento, surgem praticamente no mesmo tempo que as
folhas.
Material de consumo
Combustível (p/motosserra) Litro 2 2,89 5,78
Óleo 2 t Litro 0,2 8,00 1,60
Óleo lubrificante p/correia Litro 0,5 5,00 2,50
Total 9,88
Serviços
Dias de serviço Pessoa/dia 8 30,00 240,00
Retro-escavadeira Hora 4 55,00 220,00
Limpeza do Arroio Pessoa/dia 3 30,00 90,00
Planejamento (projeto) Unidade 1 2000,00 2.000,00
Total 2.550,00
TOTOL GERAL 4.771,68
*Referências: U$ 1,00 = R$ 1,773; salário mínimo R$ 510,00
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a realização das pesquisas para elaboração do projeto, podemos afirmar que a
utilização das técnicas de bioengenharia são eficientes na estabilização dos taludes marginais
dos rios e córregos em geral, além de serem ecologicamente corretos, mantendo um ambiente
o mais próximo do natural possível, diferenciando-se de outras obras apresentadas como
soluções para problemas de instabilidade de encostas.
Podemos concluir que existe uma grande variedade de espécies aptas a serem
utilizadas na recuperação de áreas degradas, porém algumas dessas espécies necessitam de
pesquisas para comprovar seu potencial. Deve-se dar preferência as espécies existentes no
local, pois estas já estão adaptadas ao ambiente.
No local de estudo observou-se a ocorrência de corrosão e desmoronamento no raio
externas das curvas e acúmulo de sedimentos no raio interno das curvas, o que caracteriza
uma situação degradação.
Estudando as técnicas possíveis de serem aplicadas para solução do problema chegou-
se a conclusão que a obra da esteira viva, juntamente com a suavização da inclinação do
talude, o plantio de estacas e mudas, a limpeza do leito e o cercamento da obra, são as
melhores alternativas em custo benefício para a situação encontrada no local.
REFERÊNCIAS
FLORA DO RIO GRANDE DO SUL. 2008. Por: Jair Gilberto Kray. Família Euphorbiacea.
Sebastiania schottiana (Müll. Arg.) Müll. Arg. Disponível em;
http://www6.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=297. Acesso em: 20 nov. 2010
SONEGO, C.; BACKES, A.; SOUSA, A.. Descrição da estrutura de uma Floresta
Ombrófila Mista, RS, Brasil, utilizando estimadores não-paramétricos de riqueza e
rarefação de amostras. Disponível em: http://www.scielo.br. Acesso em 18 de out. 2010.
STRECK, E. V. et al. Solos do Rio Grande do Sul. 2. ed. Porto Alegre: EMATER/ RS, 222
p, 2008.
SUTILI, F. J. Bioengenharia de solos no âmbito fluvial do Sul do Brasil. 2007. 95f. Tese
( Doutorado em Engenharia Civil e Perigos Naturais) – Universidade Rural de Viena, Viena,
2007.
ZANG, N.; TONIAL, T. M.; RITTERBUCH, M. A.. Análise dos Fragmentos da Cobertura
Arbórea na Bacia do Rio da Várzea utilizando imagens CBERS-2 e Fragstats. Disponível
em: http://marte.dpi.inpe.br/col/dpi.inpe.br/sbsr@80/2006/11.15.13.32/doc/1219-1225.pdf.
Acesso em 24 nov. 2010.