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Coleção CIEE 114

Aquecimento global e
sustentabilidade
Antonio Carlos de Mendes Thame
Sede
Rua Tabapuã, 540 - Itaim Bibi - São Paulo/SP - cep 04533-001

Espaço Sociocultural – Teatro CIEE


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www.ciee.org.br
Coleção CIEE 114

Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE

Aquecimento global e
sustentabilidade

São Paulo

2010
C389a CENTRO DE INTEGRAÇÃO EMPRESA-ESCOLA - CIEE
Aquecimento global e sustentabilidade / Centro de Integração
Empresa-Escola – São Paulo : CIEE, 2010.
49 p. (Coleção CIEE ; 114)

Palestra proferida por Antonio Carlos de Mendes Thame durante
o Fórum Permanente de Debates do CIEE sobre a Realidade Brasilei-
ra, realizada no auditório Ernesto Igel e Mario Amato do CIEE em 24
de setembro de 2009.

ISBN: 978-85-63704-01-6

1. C. c. da Terra - Aquecimento Global 2. Sustentabilidade


3. Silva, Ruy Martins Altenfelder 4. Bertelli, Luiz Gonzaga
5. Souza, Paulo Nathanael Pereira de 6. Thame, Antonio Carlos de
Mendes I. Título II. Série
CDU : 550
SUMÁRIO

A importância da conscientização
ambiental.................................................... 7
Ruy Martins Altenfelder Silva

Questão ambiental: uma temática atual...... 11


Luiz Gonzaga Bertelli

Conduta ética em defesa do


meio ambiente . .......................................... 13
Paulo Nathanael Pereira de Souza

Aquecimento global e
sustentabilidade.......................................... 23
Antonio Carlos de Mendes Thame

Debates....................................................... 53

Homenagem de encerramento..................... 61
A importância
A importância da da
conscientização
conscientização
ambiental
ambiental

Ruy Martins Altenfelder Silva


Advogado, presidente voluntário do Conselho de
Administração do Centro de Integração Empre-
sa-Escola – CIEE, vice-presidente da Academia
Paulista de História – APH, presidente da Acade-
mia Paulista de Letras Jurídicas – APLJ e do Con-
selho Superior de Estudos Avançados da FIESP.
Coleção CIEE 114

A
lém do reconhecido papel de agente integrador,
comprovado pelo encaminhamento de milhares
de jovens estudantes para estágio e programas de
aprendizagem, o Centro de Integração Empresa-Escola
- CIEE desenvolve inúmeras atividades, com o intuito de
ampliar o conhecimento sobre temas em alta no país. O Fó-
rum Permanente de Debates sobre a Realidade Brasileira
é uma dessas iniciativas, uma vez que visa à compreensão
aprofundada de assuntos relevantes, tanto no cenário na-
cional, quanto internacional.

A presente obra, fruto de uma


palestra extremamente provei-
tosa ministrada pelo deputado
A presente
Antonio Carlos de Mendes Tha-
obra chama a me durante este fórum, chama
atenção para a atenção para uma temática de
uma temática discussão fundamental na atua­
lidade e que só começou a ser
de discussão
discutida nos últimos 50 anos: a
fundamental questão ambiental.
na atualidade e
que só começou É evidente que o assunto apre-
ciado por Mendes Thame tem
a ser discutida
fundamental importância no ce-
nos últimos 50 nário mundial da atualidade.
anos: a questão Afinal, os últimos dados apresen-
ambiental. tados por organismos internacio-
nais revelam que o planeta dá
sinais claros de exaustão, devido

8
ao uso inadequado dos recursos naturais e da destruição de
ecossistemas, tornando-se urgente a união global em torno
de soluções que amenizem os efeitos negativos desse des-
respeito histórico do homem com o meio ambiente.

Espera-se que este livro resulte em novos debates e re-


flexões aprofundadas sobre a questão ambiental, bem como
na conscientização das pessoas quanto à necessidade de fa-
zer uso responsável dos recursos naturais.

Aquecimento global e sustentabilidade 9


Questão
Questão ambiental:
ambiental: uma
uma temática atual
temática atual

Luiz Gonzaga Bertelli


Presidente executivo do Centro de Integração
Empresa-Escola – CIEE, presidente da Academia
Paulista de História – APH, diretor e conselheiro
da Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo – FIESP.
Coleção CIEE 114

H
á 10 anos, o Centro de Integração Empresa-Escola
- CIEE realiza o Fórum Permanente de Debates
sobre a Realidade Brasileira, um evento de fun-
damental importância para o entendimento de temáticas
relevantes no âmbito nacional.

Esta obra, que resulta de um desses encontros, traz ex-


celente aula sobre aquecimento global e sustentabilidade,
uma temática em voga na atualidade, dada a situação ur-
gente de se encontrar soluções para os problemas ambien-
tais enfrentados por todos os países do mundo.

A abordagem do deputado Antonio Carlos de Mendes


Thame que, além de desempenhar de forma ética sua ati-
vidade política, possui conhecimento e experiência no as-
sunto tratado neste livro, é extremamente enriquecedora
no que tange à ampliação da reflexão sobre o papel e a res-
ponsabilidade de cada cidadão na preservação ambiental.

Espero que esta obra seja muito proveitosa a todos os


leitores interessados neste tema que, como o próprio Men-
des Thame ressalta, é paradoxalmente recente na história
da humanidade, já que o homem está há tanto tempo no
planeta, fazendo uso indevido dos recursos naturais.

Boa leitura!

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Conduta
Condutaética
ética emem
defesa
defesado meio
do meio
ambiente
ambiente

Paulo Nathanael Pereira de Souza


Acadêmico, educador, presidente emérito do
Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE e
presidente da Academia Paulista de Educação.
Coleção CIEE 114

E
sta é mais uma obra resultante do Fórum Permanente
de Debates sobre a Realidade Brasileira, realizado pelo
Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE. Nesses
encontros periódicos, reúnem-se grandes conferencistas para
discutir e esclarecer problemas gravíssimos e intrincados que
estão na base das dificuldades que este país atravessa em seu
impulso para um futuro maior e melhor.

Antes de abordar a experiência profissional e a atuação de


Antonio Carlos de Mendes Thame, palestrante que apresen-
tou o tema “Aquecimento Global e Sustentabilidade”, assunto
originador do presente livro, é relevante destacar o importante
papel desempenhado pelo CIEE no campo educacional e no en-
caminhamento de jovens ao mercado de trabalho.

O CIEE não é escola, mas tem um compromisso inarre-


dável com a educação dos brasileiros, que busca cumprir
da forma que lhe é apropriada. A entidade mantém o mo-
vimento de estagiários, o preparo de aprendizes, cursos es-
peciais para o público jovem em geral, discussões e semi-
nários, e tem um prédio-escola no centro da cidade de São
Paulo para facilitar o acesso do jovem que mora na extrema
periferia e precisa ter atendimento e treinamento na sua
preparação para o trabalho.

Desde o seu nascimento, o CIEE não pára de crescer, e os


seus diversos filhotes nos outros estados do Brasil mantêm
a tradição da matriz em São Paulo, cumprindo seu papel de
forma magnífica, estendendo a todos os cantos do país os
benefícios e serviços que a entidade oferece e pratica.

14
É necessário ressaltar o papel de
educador e historiador da educa- A educação
ção brasileira desempenhado pelo
técnica no Brasil
CIEE. Afinal, coube à entidade con-
solidar a primeira solução para um nunca teve muito
problema histórico do Brasil. Trata- prestígio, pois,
se da separação absoluta da educa- infelizmente,
ção, ao longo dos séculos, entre ge-
este foi um
ral e técnica.
país que nasceu
A educação técnica no Brasil escravocrata.
nunca teve muito prestígio, pois,
infelizmente, este foi um país que
nasceu escravocrata. E não presti-
giar o trabalho manual é próprio da psicologia das coletivi-
dades que tiveram escravos, já que esse tipo de atividade
não cabia ao homem livre. Assim, ao longo do período da
Colônia e do Império, verifica-se, no Brasil, a ausência da
educação técnica.

Em primeiro lugar, não havia mercado para a educação


técnica, já que o escravo assumia todos os postos de traba-
lho. Em segundo lugar, não havendo mercado, é evidente
que não havia emprego e, assim, ninguém estudaria espe-
rando ser empregado.

Essa situação só se alterou após a proclamação da Re-


pública, quando se deu o início de uma nova era através
da urbanização e da industrialização, que exigiam do tra-
balhador uma formação mais complexa e ampla. Uma vez
que os processos de trabalho e produção estavam profun-

Aquecimento global e sustentabilidade 15


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damente ligados à tecnologia, era


necessária a formação técnica para
Essa educação o trabalhador ou a economia brasi-
geral estava leira não teria a mão de obra de que
condicionada necessitava.

aos interesses
A educação brasileira era apenas
estreitos das para a elite. Era destinada às famí-
famílias que lias de alto nível econômico e social.
a utilizavam. Somente os filhos dos grandes fa-
zendeiros, dos grandes latifundiá­
O resto da
rios, dos altos funcionários da coroa
população não portuguesa e da corte imperial po-
tinha acesso a diam estudar. Somente essas famí-
escolas. lias dispunham de recursos econô-
micos suficientes para financiar o
estudo.

Para esses cidadãos, as escolas não eram necessárias. As


famílias tinham seus próprios professores e tutores dentro
de casa. Tratava-se de uma educação elitista, só disponível
a quem tivesse um tio padre, por exemplo, que lhe desse
uma formação suficiente para que, quando atingisse a idade
apropriada, tomasse um navio para a Europa para buscar
a formação superior. Era assim que funcionava a educação
brasileira. Ela não era técnica, mas sim geral.

Todavia, essa educação geral estava condicionada aos inte-


resses estreitos das famílias que a utilizavam. O resto da po-
pulação, ainda que livre em seu status social, não tinha acesso
a escolas. Quando tinha, tratava-se de escolas que somente

16
preparavam para um curso superior. Assim, quem não conse-
guisse chegar a um curso superior havia perdido todo o tempo
que gastou na educação geral, na chamada paideia.

Havia, então, um nó na educação a ser desfeito. Necessi-


tava-se unir educação geral e técnica. A educação completa,
chamada de integral pelas leis brasileiras, só teria sentido se
fosse possível juntar a paideia com o tecnicismo da escola.

Quem desempenhou esse papel de forma marcante no


Brasil foi o CIEE. Empresários e educadores de São Paulo
se uniram e tiveram a ideia de criar estágios de forma ma-
ciça para todos aqueles que estudavam na escola secundá-
ria da época, equivalente hoje ao ensino médio, e na escola
superior. Era preciso propiciar a esses estudantes alguma
familiaridade com o “fazer”, e não somente a sabedoria dos
conceitos, ligada ao “saber”.

Foi assim que nasceu essa contribuição imensa na figura do


estagiário nos postos de trabalho de
empresas e órgãos governamentais. É
o indivíduo que sai da sala de aula e Havia, então, um
convive, por um ou dois anos, com a
cultura empresarial. Assim, ele perce-
nó na educação
be como tudo acontece no âmbito da a ser desfeito.
produção econômica e como toda a or- Necessitava-se
ganização é articulada para que essa unir educação
produção exista. E isso funciona. Daí
a importância do estagiário.
geral e técnica.

Essa ideia cresceu e, hoje, o Bra-

Aquecimento global e sustentabilidade 17


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sil tem mais de dez milhões de estudantes colocados no


mercado de trabalho. É preciso ressaltar que 65% deles
conseguem ser empregados na mesma organização onde fi-
zeram o estágio. O restante muda de local de trabalho ou
trabalha por conta própria, mas todos aprovam o estágio.
Pesquisas realizadas pela InterScience demonstram que
99% aprovam o estágio como o caminho certo de entrada no
mercado de trabalho.

Resumidamente, o CIEE conseguiu estabelecer essa im-


portante ponte entre um universo e outro e, a partir daí,
a educação foi objetivando resultados cada vez mais qua-
lificados, uma vez que essa formação que junta o fazer e o
conhecer é uma verdadeira qualificação.

Ao criticar os resultados da educação no Brasil de hoje,


que são negativos, sempre questiono qual é seu principal
problema. Quase sempre se conclui
que há falta de aplicação prática da
Essa ideia cresceu teoria ensinada. O professor deveria
ser formado no sentido de, ao ensi-
e, hoje, o Brasil
nar um conceito, ser capaz de, ime-
tem mais de diatamente, aplicá-lo na vida práti-
dez milhões ca de seus alunos.
de estudantes
Este exemplo é adequado para es-
colocados no
clarecer o conceito. Certa vez, em um
mercado de congresso de matemática, participei
trabalho. de uma grande reunião com brasilei-
ros e pessoas de outros países. Pergun-
tei àquele auditório se os professores

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presentes ensinavam o Teorema de
Pitágoras a seus alunos. Foi um le-
O professor deveria
vantamento de braços unânime: cla-
ramente todos o ensinavam.
ser formado no
sentido de, ao
Em seguida, perguntei quais de- ensinar um conceito,
les haviam conseguido ensinar a
ser capaz de,
seus alunos para que serve o Teore-
ma de Pitágoras. Ninguém levantou
imediatamente,
a mão. Nenhum deles havia sido aplicá-lo na vida
preparado para isso. Os cursos de prática de seus
pedagogia no Brasil são uma piada.
alunos.
Os resultados dessa situação apa-
recem hoje, quando estão sendo feitas
as avaliações do PISA. Nessas avaliações, participam mais de
60 países. Elas são organizadas pela OCDE da Europa, para
verificar os resultados da educação no mundo. No ano passado,
o Brasil ficou em 52º lugar. Podem estar certos de que neste
ano o resultado será pior.

Mas há um lado positivo: o CIEE fez o seu dever. Ele


abriu essa possibilidade no Brasil, de o aluno ter um pouco
de praticidade em seus conhecimentos, vendo aquela teoria
da sala de aula sendo aplicada nos processos de produção e
de distribuição da vida econômica.

Não se pode perder a oportunidade de destacar a contri-


buição do CIEE, não só o de São Paulo, mas, como foi visto,
também os vários CIEEs autônomos presentes nos diversos
Estados do Brasil.

Aquecimento global e sustentabilidade 19


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Após apreciar o importante pa-


pel desempenhado pelo CIEE no
Mas há um lado campo educacional, parte-se para
positivo: o CIEE a apresentação do conferencista,
deputado Antonio Carlos de Men-
fez o seu dever.
des Thame, que abordou o conteúdo
Ele abriu essa deste livro. Hoje, ele é presidente
possibilidade no da Executiva Estadual do PSDB de
Brasil de o aluno São Paulo e também deputado fede-
ral por esse partido, já em seu quin-
ter um pouco de
to mandato. É professor licenciado
praticidade em seus do Departamento de Economia da
conhecimentos. ESALQ, a Escola Superior de Agri-
cultura Luiz de Queiroz, de Piraci-
caba, onde se formou. É advogado
pela PUC de Campinas.

Na Câmara Federal, é membro das Comissões de Rela-


ções Exteriores e Defesa Nacional, da Comissão de Agri-
cultura e Pecuária e da Comissão de Abastecimento e De-
senvolvimento Rural. Participa ainda da Comissão Mista
Permanente sobre Mudanças Climáticas e do Conselho de
Ética e Decoro Parlamentar.

Deve-se a ele o primeiro projeto de lei obrigando a im-


plantação do biodiesel no país. Representou o Brasil em
vários congressos internacionais ligados à energia e a mu-
danças climáticas e também no Fórum Mundial de Água,
na Bélgica, Turquia, Polônia e diversos outros países.

Além disso, preside a Frente Parlamentar Pró-Biocom-

20
bustíveis e presidiu a CPI da Biopirataria, que tratou do
tráfico de animais e plantas silvestres, bem como do desvio
de material genético e da exploração e do comércio ilegal de
madeiras nobres, assuntos estes que caracterizam a pirata-
ria dos tempos modernos.

Foi o primeiro presidente do Comitê de Bacias Hidro-


gráficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, e também
fundador e presidente da Associação dos Municípios Cana-
vieiros do Estado de São Paulo. Ocupou a Prefeitura de Pi-
racicaba de 1993 a 1996, onde foi responsável por uma ad-
ministração que ainda hoje deixa saudades. Foi secretário
de Estado de Recursos Hídricos,
Saneamento e Obras em São Paulo
em 1999.
Representou o
Este deputado merece dois des- Brasil em vários
taques: primeiro, mercê de sua congressos
formação científica, é uma das
internacionais
maiores autoridades do Brasil em
sustentabilidade climática e econô- ligados à energia
mica, e coloca essa cultura a servi- e a mudanças
ço de seus mandatos, o que signifi- climáticas e também
ca a serviço de seus eleitores. É um
no Fórum Mundial
deputado sério, por mais que estes
dois termos, hoje, não se encaixem de Água, na Bélgica,
muito na opinião dos brasileiros. Turquia, Polônia
Mas é exceção, e é por isso que me- e diversos outros
rece respeito e saudações.
países.
Além de sua formação e atuação

Aquecimento global e sustentabilidade 21


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científica, o deputado é um exemplo de ética no exercício


de seu mandato. Hoje, essa é uma palavra que está muito
desmoralizada, para a qual não existe respeito.

Quem não se importa com a ética diz que se trata de um


termo do tempo de Aristóteles e que, naquele tempo, era
normal haver ética. Mas, atualmente, não há mais lugar
para ela, porque o mundo mudou. Bem, mudou, mas não
seria necessário mudar para pior. Porém, infelizmente, foi
o que aconteceu.

No Brasil, já houve muita ética no Parlamento. Mas, de


algum tempo para cá, houve mudanças e parece que será
necessário um bom tempo para que as coisas voltem aos
trilhos. Mas há aqueles que são teimosamente otimistas e
têm a ética como uma das suas re-
ferências na ação parlamentar. Um
deles é o Thame.
É uma das maiores
autoridades Nunca houve notícia de alguma
ação inconveniente, de alguma pos-
do Brasil em
tura duvidosa ou de algum negócio
sustentabilidade escuso que se ligue a seu nome. São
climática e duas coisas que o distinguem: sua
econômica, e capacidade científica e sua ética na
ação parlamentar. Neste livro, essa
coloca essa cultura
é a personalidade que vai falar sobre
a serviço de seus as políticas públicas e mudanças cli-
mandatos. máticas e a crise de alimentos.

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Aquecimento
Aquecimento Global e
Global e
Sustentabilidade
Sustentabilidade

Antonio Carlos de Mendes Thame


Deputado estadual e presidente do Diretório
Estadual do Partido da Social Democracia
Brasileira - PSDB.
Coleção CIEE 114

E
ste livro trata de um tema paradoxalmente recente
na história da humanidade: as questões ambien-
tais.

É paradoxalmente recente porque é verdadeiramente


um paradoxo. Nas últimas décadas, a ciência tem demons-
trado que o ser humano está no planeta há centenas de
milhares de anos, e os hominídeos há mais de um milhão de
anos. No entanto, só nos últimos 50 anos é que se começou
a discutir questões ambientais.

Foi necessário que a Terra desse sinais de exaustão, mos-


trasse que os ecossistemas e serviços ambientais estavam
sofrendo, que o homem está utilizando os recursos além da
capacidade de autorrecuperação, para que as pessoas co-
meçassem a se preocupar com
questões ambientais. Durante
Nas últimas todo o período anterior, nunca
havia existido essa preocupação,
décadas, a ciência
porque aparentemente tudo es-
tem demonstrado tava indo muito bem.
que o ser humano
está no planeta Nos últimos 50 anos, a situ-
ação se inverteu. Começou-se a
há centenas de
perceber que havia uma série de
milhares de anos, e problemas relacionados à capa-
os hominídeos há cidade da Terra em continuar
mais de um milhão oferecendo os serviços ambien-
tais de suporte, de fornecimento
de anos.
de alimentos e fibras e, atual-
mente, de energia. Serviços de

24
regular o clima, de oferecer
remédios através de fárma-
cos, em suma, todos aqueles A primeira vez
controles que a natureza rea- que a humanidade
liza estavam começando a de-
se reuniu para
monstrar sinais de exaustão.
discutir questões
A primeira vez que a huma- ambientais de uma
nidade se reuniu para discutir forma organizada
questões ambientais de uma
foi em 1972, em
forma organizada foi em 1972,
em Estocolmo. Lá, a ONU Estocolmo.
aprovou a Declaração de Esto-
colmo e o plano de mudanças
climáticas, o PINUMA, que existe até hoje. Naquela épo-
ca, foram detectados os seguintes problemas ambientais:
destruição acelerada de florestas, perda de solos agricul-
táveis, diminuição da capacidade pesqueira, notadamente
em áreas costeiras, desaparecimento de espécies animais e
vegetais e escassez localizada de água.

Desde então, muito pouco mudou. Atualmente, além


desses, há outros dois problema ambientais. Primeiro, a es-
cassez generalizada de água. Praticamente todos os países
do mundo passam por dificuldades com o abastecimento de
água. Também apareceu um novo problema, o aquecimento
global, que não foi detectado em 1972.

A escassez de água é notória. Todos estão vendo os gran-


des rios se transformando em rios, os rios se transformando
em riachos, os riachos se transformando em filetes de água

Aquecimento global e sustentabilidade 25


Coleção CIEE 114

e os filetes desaparecendo. A água está faltando não só em


lugares com o Oriente Médio, mas em países como os EUA.
Hoje, o rio Colorado já não chega mais até o mar.

No Brasil, há problemas de abastecimento de água em


nove das regiões metropolitanas. Uma delas é São Paulo.
Quando falta chuva já há preocupação com o sistema Can-
tareira, temendo que ocorra de novo o que aconteceu em
2001, quando foi feito racionamento para evitar o rodízio.

O problema do aquecimento global surgiu com a primei-


ra revolução industrial, depois de uma das grandes inven-
ções da humanidade, o motor a vapor, que exigiu a queima
de lenha ou carvão.

Noventa anos depois, veio a 2ª revolução industrial,


quando foi descoberto o uso da energia elétrica e foram in-
ventados os motores a combustão
interna. São motores desse tipo que
A partir de movem os veículos até hoje. Con-
tam com vários aperfeiçoamentos,
então, a situação
evidentemente, mas foram criados
se complicou em meados do século XIX.
ainda mais: além
da lenha e do A partir de então, a situação se
complicou ainda mais: além da le-
carvão, passou-
nha e do carvão, passou-se a quei-
se a queimar mar petróleo e gás. Inicia-se, então,
petróleo e gás. a construção de uma sociedade car-
bonária, em que é necessário emitir
gás carbônico para produzir toda

26
essa energia. A queima destes
quatro combustíveis produz
Na era pré-
uma emissão contínua de gás
carbônico que vai sendo acu- industrial, a
mulada na atmosfera. concentração era
de 280 ppm, e,
Assim, a concentração de
em 2000, chega a
gás carbônico na atmosfera
começa a crescer. Passa de 380 ppm. Ou seja,
280 ppm, na época da 1ª re- está se chegando
volução industrial, para 310 a quase 400 ppm
ppm em 1960. A partir de en-
de concentração
tão, a curva empina. Depois
da 2ª Guerra Mundial houve de gás carbônico
um processo de conurbação, (CO2) na atmosfera.
ou seja, a concentração da po-
pulação nas grandes cidades,
uma migração rural-urbana
muito grande. Vivendo nas cidades, a população precisa de
energia para transportes e o seu consumo aumenta muito.

Na era pré-industrial, a concentração era de 280 ppm,


e, em 2000, chegou a 380 ppm. Ou seja, está se chegando a
quase 400 ppm de concentração de gás carbônico (CO2) na
atmosfera.

Um gráfico do IPCC, Painel Intergovernamental de Mu-


danças Climáticas, que faz a correlação entre o aquecimen-
to da Terra e a concentração de CO2 na atmosfera, eviden-
cia que, a partir do momento em que a concentração de CO2
empina, a temperatura da Terra também sobe. Ela subiu

Aquecimento global e sustentabilidade 27


Coleção CIEE 114

quase 0,8 graus centígrados nos últimos 100 anos.

É preciso enfrentar essa situação e o IPCC apresenta vários


cenários para isso. O otimista supõe que seja feito tudo o que
é necessário para reduzir a emissão de gases do efeito estufa
para que a temperatura da Terra não continue subindo. Para
que o aumento da temperatura não ultrapasse 1,8 ºC nos pró-
ximos 100 anos, é necessário reduzir as emissões de gases do
efeito estufa em no mínimo 25% até 2020, ou 50% até 2050, em
relação à emissão observada em 1990.

Essa é uma tarefa imensa, uma verdadeira revolução


ambiental. Fala-se em um aumento de 1,8ºC, porque se tem
um aumento da temperatura já acumulado de 0,8 graus
centígrados e, mesmo com toda essa redução hipotética, no
futuro a concentração acumu-
lada de gás carbônico ainda
Estes valores de fará a temperatura subir em
25% até 2020 e mais um grau nos próximos
100 anos.
50% até 2050
correspondem ao Na melhor das hipóteses,
limite de emissão estes valores de 25% até 2020
de gás carbônico e 50% até 2050 correspondem
ao limite de emissão de gás car-
em um nível que bônico em um nível que será
será naturalmente naturalmente absorvido pelos
absorvido pelos ecossistemas, pelos sumidouros,
ecossistemas. que são os oceanos e as florestas.
Acima desses limites, acumula-
se mais gás carbônico na atmos-

28
fera e aumenta-se o efeito estufa
e o aquecimento global. Deve ser feita uma
É necessária uma nova re-
terceira revolução:
volução energética. Como vis- a descarbonização
to, a primeira revolução foi a da atmosfera.
descoberta do motor a vapor. A Será preciso
segunda revolução energética,
90 anos depois, foi a da eletri-
mudar a forma de
cidade e do motor de combus- viver, consumir e,
tão interna. consequentemente,
produzir.
Deve ser feita uma terceira
revolução: a descarbonização
da atmosfera. Será preciso
mudar a forma de viver, consumir e, consequentemente,
produzir.

É importante examinar a matriz energética atual. A pro-


duzida pela biomassa inclui a lenha, a biomassa tradicio-
nal, presente ainda principalmente em alguns lugares da
África e outros países. É uma energia obtida da queima de
pedaços de madeira.

Há uma pequena parte que é biomassa moderna, repre-


sentada pelo etanol, e o Brasil é um dos pioneiros nesse
campo. Também tem um pouco de energia solar, ainda co-
meçando. Ainda tem a energia nuclear em alguns países,
inclusive no Brasil, como a usina em Angra dos Reis.

No setor hidrelétrico, o Brasil é um dos países mais

Aquecimento global e sustentabilidade 29


Coleção CIEE 114

adiantados. O país ainda tem o gás natural, do qual boa


parte é importada da Bolívia, embora se tenha também
uma disponibilidade própria desse combustível.

O petróleo é o maior setor, o grande fornecedor atual de


energia. A civilização mundial tem como base a energia ob-
tida a partir do petróleo.

Existe uma utilização pequena de outros tipos de ener-


gia, como a geodésica e a eólica e, finalmente, o carvão, que
é ainda baratíssimo em termos relativos e tem uma produ-
ção muito grande, com uma participação ainda muito ex-
pressiva na matriz energética.

O que é preciso fazer nos


próximos cem anos? Atuar
em diversas frentes. Ampliar
O petróleo é a produção de biomassa, de
o maior setor, biocombustíveis, bem como
aumentar tremendamente a
o grande
produção de energia solar. A
fornecedor atual partir da metade desse perío­
de energia. do, por volta de 2050, será
A civilização preciso acabar com o uso de
energia nuclear pelos motivos
mundial tem
que serão vistos adiante.
como base a
energia obtida a A energia hidrelétrica tem
partir do petróleo. limitações naturais, e não
é possível aumentar muito
sua utilização. Ela depende

30
da capacidade das quedas
d’água. A energia obtida do
A biomassa é
gás natural deve ser man-
tida ou diminuída. Já a do matriz limpa, a
petróleo tem que ser muito energia solar é
reduzida, porque as jazidas totalmente limpa
irão se reduzir muito. E,
e a hidrelétrica
finalmente, diminuir bas-
tante, de uma forma muito é absolutamente
expressiva, a utilização do limpa.
carvão.

Essa matriz energética


pretendida é totalmente diferente da atual. É limpa. A bio-
massa é matriz limpa, a energia solar é totalmente limpa e
a hidrelétrica é absolutamente limpa. Há, ainda, um resí-
duo de problema com o petróleo e o carvão.

Aqui, vale ressaltar uma afirmação de Nicholas Stern,


um economista inglês. Ele não é um ambientalista, mas um
economista, que foi diretor do Fundo Monetário Internacio-
nal. A pedido do Tony Blair, ele elaborou um documento que
ficou conhecido como “Relatório Stern”.

Nesse relatório, ele concluiu que “as mudanças climá-


ticas advêm da mais grave falha de mercado da história
do capitalismo”. Essa afirmação não parece estranha? Será
que o capitalismo falha? As forças de mercado falham?

Aprende-se que existe uma mão invisível que, em função


da demanda e da oferta, faz com que o mercado chegue ao

Aquecimento global e sustentabilidade 31


Coleção CIEE 114

ponto ótimo. Existe até o ótimo dos ótimos, que é o ótimo


de Pareto, em que todos ganham! Como pode o mercado
falhar?

Acontece que o mercado não leva em conta as externa-


lidades, que são os efeitos colaterais. Se a emissão de gás
carbônico não é cobrada, ninguém cobra do industrial o es-
trago que ele está gerando. Portanto, ele não coloca esse
custo na sua planilha de produção, ou seja, não computa
esse malefício no custo de produção.

A teoria econômica tradicional afirma que, no sistema


capitalista, as forças de mercado, de uma forma sempre in-
teligente, procuram os insumos mais baratos para produzir
da melhor forma possível e vender os melhores produtos
pelo menor preço de merca-
do e, dessa forma, ganhar a
concorrência e maximizar o
Por que se
lucro.
escolheria uma
energia eólica ou Na prática, o carvão é o in-
uma energia solar sumo mais barato para pro-
dução de energia. Então, ele
fotovoltaica, que
é o escolhido. Por que se esco-
são caras, se existe lheria uma energia eólica ou
o carvão que é uma energia solar fotovoltaica,
mais barato para que são caras, se existe o car-
vão que é mais barato para a
a produção de
produção de energia elétrica?
energia elétrica? Utiliza-se o mais barato, já que
ninguém está cobrando pelos

32
malefícios da emissão de CO2.
Dessa forma, foi criada a civili-
O Estado atua em
zação carbonária.
duas vertentes:
A única forma de corrigir na legislação e
distorções do mercado é atra- nos investimentos
vés de uma atuação do Estado.
públicos. Ele
Os últimos leilões da ANEEL,
a Agência Nacional de Energia pode fazer leis
Elétrica, feitos recentemente que induzam
para o fornecimento de energia uma mudança
a partir de 2012, foram ganhos
comportamental.
por empresas que vão fornecer
energia elétrica a partir de usi-
nas termoelétricas, uma boa
parte delas movidas a carvão
ou a gás.

Elas colocaram o preço mais baixo, porque pretendem


utilizar o insumo mais barato. Não havia no edital uma
vantagem, alguma condição que desse vantagens para
quem oferecesse uma energia nova. Assim, ganhou a ener-
gia mais barata.

Só se enfrenta o mercado se for colocado nesses leilões


algum dispositivo, alguma exigência que seja uma condicio-
nante para que esse tipo de energia ganhe a concorrência.

O Estado atua em duas vertentes: na legislação e nos in-


vestimentos públicos. Ele pode fazer leis que induzam uma
mudança comportamental. E também pode fazer investi-

Aquecimento global e sustentabilidade 33


Coleção CIEE 114

mentos para transformar proble-


mas em soluções, para criar tec-
Naquela época, o nologias novas, para conseguir
custo da produção avançar nessa substituição da
de um litro de energia suja pela limpa.

álcool era o
Observe um exemplo de atua-
dobro do custo da ção do governo na parte das leis.
produção de um No Brasil, tem-se o exemplo do
litro de gasolina. Proálcool. Em meados da década
de 1970, o governo fez uma brutal
intervenção no mercado, em duas
famílias de leis: leis de incentivo
e leis mandatórias.

Entre as leis mandatórias, obrigatórias, estava a mistu-


ra de 20% de álcool à gasolina. Hoje, o percentual obrigató-
rio de mistura é de 25%.

As leis de incentivos previam o financiamento subsidiado


das destilarias e os subsídios à produção do álcool. Naquela
época, o custo da produção de um litro de álcool era o dobro
do custo da produção de um litro de gasolina, e o governo
bancava a diferença para que o álcool ficasse 20% mais ba-
rato na bomba, para o consumidor. Foi previsto, também,
um imposto menor para o carro a álcool para estimular o
consumo. Foi assim que começou o Proálcool.

As leis de incentivo vigoraram entre 10 e 13 anos. E a lei


mandatória perdurou ininterruptamente até hoje, obrigan-
do a mistura do álcool à gasolina, e garantiu um mercado

34
cativo para o álcool. Assim, essa legislação induziu a im-
plantação de uma curva de aprendizagem.

Foi isso que garantiu que o Brasil, hoje, pudesse ser um


grande produtor de biocombustíveis, no caso, etanol. Na-
quela época e até poucos anos depois, em 1980, um barril de
álcool custava 105 dólares. O custo de produção foi caindo
até que, no finalzinho do século passado, antes do ano 2000,
estava em 30 dólares o barril.

Ocorreu uma incorporação imensa de tecnologia na área


industrial e na área agrícola, permitindo produzir muito
mais cana-de-açúcar por hectare, bem como uma produção
muito maior de álcool por batelada.

Hoje, há 7 milhões de veículos flex, 26 bilhões de litros


de etanol produzidos por ano, 25%
de mistura do etanol na gasolina e
mais de 50% do consumo de gasoli- Ocorreu uma
na no país substituídos por etanol
incorporação
produzido em apenas 1% das terras
agricultáveis do Brasil, em 3,4 mi- imensa de
lhões de hectares. Isso foi consegui- tecnologia na área
do com uma intervenção do governo industrial e na área
no mercado.
agrícola, permitindo
É preciso dar ênfase a essa ques- produzir muito mais
tão porque em muitas palestras cana-de-açúcar por
sobre aquecimento global, no final, hectare.
jogam em cima dos consumidores a
responsabilidade por tomar medi-

Aquecimento global e sustentabilidade 35


Coleção CIEE 114

das, como economizar água, mudar as formas de consumo,


deixar os aparelhos em stand by etc. Uma somatória de me-
didas que supõem sempre que toda a culpa é do cidadão.

É correto que todos passem a incorporar preocupações am-


bientais na estratégia de vida, no comportamento. Mas, se
tudo isso for feito, se todas as empresas do país passassem a
ser sustentáveis, mesmo assim o resultado seria insuficiente
se não houvesse uma decisiva atuação do governo.

O Estado tem o poder, através das leis, de induzir com-


portamentos. Cansa ouvir pessoas falarem que é necessário
substituir todas as lâmpadas incandescentes por lâmpadas
fluorescentes ou leds. Ótimo! Se todos fizerem isso, real-
mente a economia de energia será brutal.

Mas como impor isso a uma pessoa carente? Como exigir


que ela vá ao supermercado e deixe de comprar uma lâmpada
incandescente, que custa R$ 3,00, para comprar uma fluores-
cente, que custa R$ 9,00? Ela não fará isso. Ela teria que trocar
20 lâmpadas da sua casa, que custam,
cada uma, R$ 9,00. Não será possível.
É correto que todos
Na Alemanha, por exemplo, foi fei-
passem a incorporar
ta uma reforma tributária ecológica.
preocupações Assim, a energia suja foi sobretaxada
ambientais na e foram dados vigorosos subsídios para
estratégia de vida, aqueles que utilizam energia limpa.
Foi sobretaxado o que era considera-
no comportamento.
do perdulário em energia e isentou-se
de tributos aquilo que era considerado

36
ecologicamente conveniente em de-
terminado momento da história do
O Brasil tem que
país. Os resultados foram fantásticos.
seguir esse caminho
O Brasil tem que seguir esse ca- e fazer leis de
minho e fazer leis de incentivo em incentivo em uma
uma reforma tributária ecológica.
reforma tributária
Agora, é necessário analisar os
ecológica.
pontos positivos do etanol para o
país. Ele apresenta uma vantagem
em saúde pública, porque sua mistura à gasolina elimina a
necessidade do uso do chumbo tetraetila, que ainda é usado
em alguns países e é altamente cancerígeno.

Existe também uma redução na produção de gases do


efeito estufa, já que o etanol não produz CO2. Por outro
lado, ele ajuda a balança comercial brasileira, já que cada
barril de álcool produzido é um barril de petróleo importa-
do a menos, ou um barril que sobra para exportar, se o país
for autossuficiente.

Existe, ainda, a possibilidade de cogeração de energia


elétrica. É possível queimar o bagaço para produzir energia
elétrica e, com isso, afastar o risco de um “apagão” como
ocorreu em 2001. Sem contar o aspecto da segurança geopolí-
tica, uma vez que o Brasil fica menos dependente do petróleo
que vem dos países árabes, regiões sempre conturbadas.

Finalmente, o fato mais importante: um milhão de em-


pregos são criados no país.

Aquecimento global e sustentabilidade 37


Coleção CIEE 114

Os países tropicais podem, teori-


Se forem misturados camente, transformar-se em plata-
formas de exportação de biocombus-
apenas 5% de álcool
tíveis. Se forem misturados apenas
à gasolina em todo 5% de álcool à gasolina em todo o
o mundo, tem-se um mundo, tem-se um consumo fantás-
consumo fantástico, tico, um total de 60 bilhões de litros
por ano. Para toda essa produção,
um total de 60
seria necessária uma área de ape-
bilhões de litros nas 8,6 milhões de hectares.
por ano.
Se for adicionado o dobro, che-
gando a uma mistura de 10% à ga-
solina, ter-se-ia um consumo de 120 bilhões de litros por
ano. Portanto, existe um mercado potencial fantástico no
mundo para os países pobres produzirem biocombustíveis e
venderem para os países ricos.

É importante ressaltar que, hoje, os países tropicais pas-


sam por inúmeras dificuldades no mercado internacional.
Os países africanos, por exemplo, não conseguem exportar
algodão para os Estados Unidos, em virtude de todas as
barreiras impostas para impedir a importação desses pro-
dutos naquele país.

Na prática, o mercado internacional é paradoxal. Os paí­


ses ricos dão subsídios para seus agricultores não produzi-
rem. Por exemplo, eles pagam para que seus agricultores
utilizem apenas 70% da área disponível e deixem 30% sem
cultivar, para evitar excesso de produção e queda de preço
do produto.

38
Enquanto isso, países pobres desejam o contrário. Que-
rem produzir o máximo para pagar suas dívidas externas,
suas importações. Mas não conseguem vender seus produ-
tos no mercado internacional, tamanhas são as barreiras
que as nações ricas impõem para proteger seus mercados
internos em virtude de seus fortes lobbies.

No entanto, os biocombustíveis podem representar uma


oportunidade para esses países pobres tropicais, porque os
países ricos vão precisar desse produto. O petróleo irá se
tornar cada vez mais escasso. Vejam que essa crise trouxe
uma diminuição do preço do petróleo, que caiu de 140 dóla-
res por barril para 40. Mas o valor do barril já está subindo
novamente e está em 60 dólares.

A tendência é que o petróleo vá se tornando cada vez


mais escasso e seja destinado à produção de substâncias
em que não tem substituto, como
é o caso da petroquímica. Por ou-
tro lado, a energia que movimen-
ta os veículos pode ser substituída Enquanto isso,
pela advinda da biomassa e dos países pobres
biocombustíveis líquidos. desejam o contrário.
Querem produzir
É preciso lembrar que os car-
ros existentes atualmente pos- o máximo para
suem um tanque para combustí- pagar suas dívidas
vel líquido, que também pode ser externas, suas
usado para combustível em forma
importações.
de gás, mas há uma preocupação
muito grande quanto ao uso do

Aquecimento global e sustentabilidade 39


Coleção CIEE 114

gás em carros. Há um certo receio


intrínseco de que se está andando
Os carros existentes em um equipamento perigoso, por
melhor que ele seja projetado no
atualmente possuem
sentido de evitar qualquer acidente.
um tanque para
combustível líquido, Em suma, esse é um imenso
que também pode mercado para os países que conse-
guirem produzir biocombustíveis.
ser usado para
Porém, para que isso aconteça, exis-
combustível em te um grande desafio. O mundo está
forma de gás. de olho nessa produção de biocom-
bustíveis porque deseja que ela seja
feita de uma forma sustentável.

O que significa produzir biocombustíveis de forma sus-


tentável? Em 1987, foi elaborado o relatório Brundtland,
coordenado por uma ministra da Noruega, denominado
“Nosso Futuro em Comum”. Nele, foi definido o conceito de
“desenvolvimento sustentável” como aquele que permite
produzir no presente, sem prejudicar a capacidade das fu-
turas gerações de usufruírem os mesmos serviços ambien-
tais disponíveis atualmente.

Isso quer dizer que desenvolvimento sustentável é aque-


le no qual as demandas do presente são atendidas sem
comprometer a capacidade das futuras gerações de tam-
bém proverem suas próprias necessidades.

Essa condição é obtida com o tripé composto por uma


produção que considere aspectos econômicos, sociais e am-

40
bientais. Não adianta atender apenas um ou dois deles. É
necessário atender a todos para que a produção seja consi-
derada sustentável.

No caso dos biocombustíveis, é preciso considerar ques-


tões sociais como, por exemplo, a dignidade do trabalho.
Não se pode admitir usineiros que utilizem trabalho escra-
vo, infantil ou trabalhadores sem carteira assinada. Esse é
o primeiro quesito que deve ser atendido.

Depois, há aspectos econômicos. Quando se produz ál­


cool de milho, o recurso utilizado
deixa de ser empregado na produ-
ção de alimentos. Assim, o preço do
milho sobe. Nessa situação, o pro- Desenvolvimento
blema ambiental está sendo substi- sustentável é
tuído por um problema de seguran-
ça alimentar.
aquele no qual
as demandas
Por último, é fundamental ter um do presente são
balanço energético favorável. Para atendidas sem
se produzir um litro de biocombus-
tível, não se pode gastar um litro de
comprometer a
petróleo. Além disso, também é ne- capacidade das
cessário comprovar que não se está futuras gerações de
desmatando para aumentar a área também proverem
de plantio do biocombustível.
suas próprias
Analisando o caso brasileiro quan- necessidades.
to ao balanço energético, a produção
de álcool de cana apresenta um resul-

Aquecimento global e sustentabilidade 41


Coleção CIEE 114

tado fantástico, de 9 para 1. Com um


Analisando o litro de gasolina ou diesel, são produ-
zidos 9,3 litros de álcool de cana. O tri-
caso brasileiro
go apresenta um balanço de 2 para 1.
quanto ao balanço Um litro de petróleo produz 2 litros de
energético, a etanol de trigo. O caso da beterraba é
produção de álcool praticamente idêntico.

de cana apresenta
No caso do milho dos Estados
um resultado Unidos, o balanço é de 1,4 para 1.
fantástico, de 9 O volume de combustível produzido
para 1. é pouco superior ao de combustível
consumido. É quase um empate.
Mesmo assim, defende-se essa pos-
sibilidade, porque o processo vai passando por uma curva
de aprendizagem e, no futuro, a produção tende a ficar mais
eficiente.

No caso das florestas, a produção brasileira de cana se


concentra em São Paulo e no Nordeste. A distância de São
Paulo até a região amazônica é de 2.500 km. Do Nordeste
até a Amazônia são 2.000 km. São distâncias equivalentes
à de Moscou a Paris. Não há nenhuma razão para preocu-
pações com desmatamento.

Porém, pode haver uma questão indireta, uma vez que a


cana cresce na área de pastagem e esta última muda-se para a
Amazônia. Isso realmente pode ocorrer em alguns casos, mas
não é o que está sendo registrado nos últimos anos.

O Estado de São Paulo já promoveu um zoneamento

42
agrícola. É o primeiro Estado do país a fazer isso. Existem
regiões onde se pode plantar cana, que são adequadas para
essa atividade. Por outro lado, há regiões onde é possível o
plantio de cana com limitações ambientais. São necessários
cuidados com água e outros aspectos.

Em outras regiões, é muito difícil conseguir uma aprovação


ambiental, porque existem graves restrições, e ainda outras
onde é proibido o plantio de cana.

Por outro lado, há a questão das pastagens. O Brasil tem


um rebanho de 200 milhões de cabeças. Pouco mais de uma
cabeça por habitante. São 190 mi-
lhões de brasileiros e 207 milhões
de cabeças de gado.
No caso das
Isso acontece em uma área de 200 florestas, a
milhões de hectares, resultando em
produção
praticamente um animal por hecta-
re. Em São Paulo, há 14 milhões de
brasileira de cana
cabeças em uma área de 10 milhões se concentra em
de hectares, ou seja, uma produtivi- São Paulo e no
dade de 1,4 cabeça por hectare. É um
Nordeste.
pouco mais alta que a do Brasil, em-
bora não seja tão elevada.

Porém, esse pouco significa uma diferença de 40%: de 1,0


para 1,4. Se a média brasileira fosse 1,4, seriam liberados de
50 a 70 milhões de hectares para a agricultura em geral. Essa
área poderia ser destinada ao plantio de cana, arroz, feijão,
soja, amendoim etc.

Aquecimento global e sustentabilidade 43


Coleção CIEE 114

Portanto, a tendência nos Es-


tados mais avançados é de que a
O Brasil tem um agricultura avance nas áreas
rebanho de 200 degradadas, ou de pastagens
milhões de cabeças. destruídas, ou de pastagens com
produtividade muito baixa. A taxa
Pouco mais de
nacional de 1,0 é média, e portan-
uma cabeça por to, existem lugares onde a taxa é
habitante. São menor que 1,0.
190 milhões de
Quanto à sustentabilidade do
brasileiros e 207
ponto de vista social, o país tem
milhões de cabeças um milhão de novas vagas de
de gado. empregos criadas pelo setor ca-
navieiro. Observa-se um maior
número de contratos de trabalho
formais no setor agrário, há tribunais do trabalho muito
ativos, um Ministério Público do Trabalho extremamente
atuante, além de uma legislação trabalhista e uma fiscali-
zação permanente.

Os europeus são muito criteriosos em relação a esses aspec-


tos para fornecer certificações. Eles procuram confirmar que
há uma legislação efetiva. Se houver casos de abusos detecta-
dos que forem realmente punidos, é sinal de que há uma legis-
lação proibindo as transgressões na área social e trabalhista.
Existem países que não possuem essa legislação.

Quanto à produtividade econômica, a produção de grãos


no Brasil vem crescendo. Portanto, a cana não está impe-
dindo que ocorra expansão. Ela passou de menos de 60 mi-

44
lhões de toneladas em 1970, para 130 milhões de toneladas
em 1997. Além disso, ocorreu um aumento brutal na pro-
dutividade, que passou de 1.500 kg por hectare para 2.800
kg por hectare. O aumento da produtividade foi muito mais
significativo do que a ampliação da área plantada.

Nos Estados Unidos, foi proibida a expansão da produção


do etanol de milho porque concluíram que ela está afetando
o preço da tortilla, ou seja, da comida, que é prioritária em
relação à produção de energia. O que estiver sendo produzido
continua assim, porém não será mais possível ampliar a área
de produção do etanol de milho.

Voltando à questão da matriz energética, o Brasil tem


que sair dessa situação em que está.

Sabe-se que a implantação da


energia eólica no Nordeste é antie-
conômica. Isso porque ela é mais Os europeus são
cara que outras formas de energia. muito criteriosos
Portanto, o mercado a abomina.
em relação a
É preciso um subsídio do governo
como, por exemplo, isentar a pro- esses aspectos
dução das hélices de IPI. É preciso para fornecer
intervir no mercado durante alguns certificações. Eles
anos. Porém, a cada ano, com cer-
procuram confirmar
teza, será inventada uma forma de
tornar a produção mais barata. que há uma
legislação efetiva.
O mesmo ocorre com a produção
dos dois tipos de energia solar. Tem-

Aquecimento global e sustentabilidade 45


Coleção CIEE 114

se energia solar para esquentar água do banho nas residên-


cias, recolhida por um painel que fica no telhado da casa. Um
outro tipo é a fotovoltaica, que acumula a energia solar em
uma bateria. Essa energia acumulada fornece corrente elétri-
ca para a rede de eletricidade da residência.

A cada dia ocorrem novas descobertas. Na edição de


abril de 2009 da revista da Fapesp, foi publicado um ar-
tigo informando que pesquisadores paulistas descobriram
a possibilidade de substituir o silício das placas utilizadas
na produção de energia fotovoltaica por um pigmento de
uma planta da família do mamão. Isso representa uma eco-
nomia de 80% no custo do silício, que é um dos elementos
mais caros na produção daquele material.

A cada ano, vai sendo incorporado


mais conhecimento e, de repente, atin-
Sabe-se que a ge-se um ponto-limite a partir do qual
implantação da não é mais necessário o subsídio. En-
tão, torna-se possível competir com o
energia eólica
carvão ou petróleo. A partir desse pon-
no Nordeste é to, a atividade passa a ser economica-
antieconômica. Isso mente viável.
porque ela é mais
Porém, a energia nuclear não tem
cara que outras
essa característica. Depois que a usina
formas de energia. é montada, não há curva de aprendi-
Portanto, o mercado zagem. Só após 30 anos, quando for
a abomina. o momento de atualizar a tecnologia,
será possível falar em ganho de produ-
tividade. Não se consegue melhorar o

46
processo gradualmente para se produ-
zir cada vez mais barato.
A energia nuclear
Finalmente, têm-se os trópicos de não tem essa
Câncer e de Capricórnio. Entre eles característica.
estão os países tropicais, de clima Depois que a
quente. São os mais pobres do pla-
usina é montada,
neta, que incluem países da América
Central, América do Sul, toda a Áfri- não há curva de
ca e outros na Ásia. aprendizagem.
Só após 30 anos
Esses países têm uma oportuni-
será possível falar
dade excepcional de produzir bio-
combustíveis e vender para os paí­ em ganho de
ses do norte, mais frios. São 100 produtividade.
países da região tropical que pode-
riam abastecer com biocombustíveis
200 nações, enquanto hoje são apenas 20 países petrolífe-
ros que fornecem combustíveis para o mundo inteiro.

Desse modo, estar-se-ia cooperando, ajudando a promover


a paz mundial, porque é nesses países mais pobres que se en-
contram a maior taxa de crescimento demográfico, os maiores
índices de pobreza, as maiores incidências de doenças, o maior
número de pessoas com problemas de saneamento básico e
passando fome.

É também nesses países mais pobres que são recrutados os


jovens que não têm nenhuma esperança de futuro e, por isso,
aceitam ser terroristas suicidas. Eles não têm nenhuma opor-
tunidade e enxergam os países ricos como aqueles que lhes

Aquecimento global e sustentabilidade 47


Coleção CIEE 114

tiram todas as chances de ter uma vida melhor.

Se for encontrada nos biocombustíveis uma forma de


produzir de maneira sustentável, sem agredir o meio am-
biente, sem criar problemas trabalhistas, sem substituir os
alimentos, que são os três grandes desafios, esses países
pobres podem ter uma oportunidade revolucionária.

Na primeira revolução energética, quando foi criado o mo-


tor a vapor, quais países se saíram bem? Os que tinham carvão
e lenha.

Na segunda revolução industrial, com a utilização da


energia elétrica e do motor a combustão interna, saíram
ganhando os países que tinham
petróleo, gás e carvão. Até hoje,
São 100 países a Inglaterra e a Austrália vivem
da região tropical muito bem com as imensas jazi-
que poderiam das de carvão que possuem.

abastecer com Agora, na terceira revolução in-


biocombustíveis 200 dustrial, acabou o petróleo. Será
nações, enquanto necessário reduzir seu uso, porque
hoje são apenas 20 não será mais possível continuar
envenenando a atmosfera. O car-
países petrolíferos vão, mesmo que ainda exista em
que fornecem grande quantidade, não será mais
combustíveis para o usado. Mesmo havendo muito pe-
mundo inteiro. tróleo e carvão, não será mais pos-
sível continuar produzindo desse
jeito.

48
Os países pobres poderão emer- Na primeira
gir como potências tropicais se ti-
revolução
verem o discernimento de produ-
zir de forma sustentável. Se for energética, quando
para destruir floresta ou substi- foi criado o motor a
tuir alimentos, ter trabalho escra- vapor, quais países
vo ou infantil, será inútil porque
se saíram bem?
não será possível exportar.
Os que tinham
Os países ricos irão exigir cer- carvão e lenha.
tificados de que a produção está
sendo conduzida de forma susten-
tável. Mas não podem ser, na verdade, barreiras disfarça-
das para impedir a importação. Elas devem ser baseadas
em evidências científicas e ser medidas com clareza para
evitar subjetividades.

Concluindo, pode-se dizer que os biocombustíveis podem


se expandir em todo o mundo. O mercado ainda é muito
pequeno. As medidas obrigatórias, mandatórias, como essa
da mistura de álcool à gasolina, podem criar um mercado
cativo mundial para estimular o desenvolvimento tecnoló-
gico e a produção em larga escala de biocombustíveis nos
países pobres emergentes.

Além disso, os biocombustíveis representam uma oportu-


nidade para os países tropicais, que possuem terra, água, sol,
temperatura, mão de obra, potencial para melhorias genéticas
e incorporação de novas tecnologias. O seu livre comércio pode
ser um vigoroso estímulo para a paz mundial.

Aquecimento global e sustentabilidade 49


Coleção CIEE 114

Ainda é tempo de evitar a tragédia do aquecimento glo-


bal. Recentemente, um cientista de Harvard afirmou, em
uma pesquisa, que se os dinossauros tivessem sido avisa-
dos a tempo sobre um fenômeno meteorológico que poderia
colocar em risco a continuidade da espécie, não teria adian-
tado, porque eles não conseguiriam fazer nada.

Mas se os seres humanos, dotados de raciocínio e inteli-


gência, com conhecimento científico disponível - mesmo que
algumas soluções sejam antieconômicas do ponto de vista de
mercado, mas que estejam à disposição dos melhores centros
de pesquisa do mundo -, estivessem sendo alertados de algum
fenômeno ambiental que pudes-
se colocar em risco a qualidade de
Os biocombustíveis vida das futuras gerações e nada
representam uma fizessem, estariam agindo de uma
forma mais irracional que os pró-
oportunidade para
prios animais.
os países tropicais,
que possuem O cientista continua dizendo
terra, água, sol, que os seres humanos não estão
sendo alertados. As pessoas estão
temperatura, mão
sendo bombardeadas pela im-
de obra, potencial prensa todos os dias em relação a
para melhorias dois fenômenos ambientais sérios
genéticas e e letais: a escassez de água doce e
o aquecimento global.
incorporação de
novas tecnologias. Assim, ou se tomam esses pro-
blemas como uma responsabili-
dade atual e incorporam-se essas

50
preocupações ao comportamento, ou
corre-se o risco de perder a oportuni-
As pessoas
dade de continuar vivendo na Terra.
Arrisca-se a não dar continuidade a
estão sendo
essas condições que propiciam o fu- bombardeadas pela
turo de descendentes. É preciso in- imprensa todos os
corporar essas preocupações ao coti-
dias em relação a
diano.
dois fenômenos
Só que o comportamento não se ambientais sérios
pauta por preocupações, mas sim e letais: a escassez
por princípios e valores, sendo es-
de água doce e o
tes últimos fatos valorizados por
uma sociedade em determinado
aquecimento global.
momento da sua história. E esses
valores são incorporados à consci-
ência. Se as preocupações ambientais forem transformadas
em valores, consegue-se mudar o comportamento.

Mudando o comportamento cotidiano, automaticamente


se começa a ter preocupação com os vizinhos. Passa-se a
cobrar dos vizinhos o mesmo tipo de responsabilidade, por
exemplo, com o desperdício de água.

As pessoas começarão a se preocupar com empresas,


forçando-as a serem sustentáveis. Vão pressionar os go-
vernantes, aqueles que ocupam cargos públicos, cargos ele-
tivos, a terem posições consistentes, para que incluam na
agenda política as questões ambientais.

Vontade política não nasce por geração espontânea. Ela

Aquecimento global e sustentabilidade 51


Coleção CIEE 114

é decorrente da pressão da sociedade organizada. E para


existir essa pressão da sociedade organizada é necessário
um processo contínuo de conscientização ambiental.

Prestem atenção a essa frase de James Lovelock:

“Não sei se ainda é tempo de ficar buscando desenvol-


vimento sustentável ou se só nos cabe tentar encontrar
uma ´saída sustentável´ para essa imensa encrenca em
que nos metemos”.

Para finalizar, uma frase de Leonardo Boff:

“Desta vez não haverá uma Arca de Noé que salvará al-
guns e deixará os demais morrerem. Ou nos salvamos
todos ou ninguém sobreviverá”.

É importante que as pessoas se lembrem que a Bíblia diz


que, na primeira vez, foi com água e, na segunda, será com
fogo. Então, não tem jeito. Mais cedo ou mais tarde vai acabar
tudo. Mas a Bíblia também diz: “virá o tempo em que os huma-
nos não farão dano e nem causarão ruína à Terra”.

Depende de cada um, da responsabilidade, do respeito


intergerações, da solidariedade com pessoas que ainda nem
nasceram. São filhos dos netos que dependem do comporta-
mento atual para terem condições de usufruir de um lugar
para viver como se tem hoje.

52
DEBATES

Aquecimento global e sustentabilidade 53


Coleção CIEE 114

Antonio Carlos
DEBATES
Trevisan Consultoria
Primeiramente, gostaria de fazer uma provocação: a substituição do pe-
tróleo pela agroenergia do etanol ou do biodiesel é importante mas, se
utilizarmos uma matemática simples, algo não bate.
Calculamos, na Trevisan, que o Brasil irá produzir, neste ano, 26 bilhões
de litros de etanol, que significam aproximadamente 50 horas de con-
sumo de petróleo no mundo. Ou seja, para substituirmos esses quase 86
milhões de barris de petróleo consumidos por dia, será necessária uma
área de cultivo muito grande. Como isso poderia ser conseguido?
Além disso, existe o aspecto de que não aproveitamos esse resíduo, o
CO2, para geração de energia e nem mesmo procuramos realizar uma
captação dele em algum sumidouro. Ele é simplesmente desperdiçado.
A Petrobrás tem um projeto interessante para injetar o CO2 em campos
esgotados ou mesmo em campos em produção, o que permite aumentar
a produção do petróleo. Essa não poderia ser uma saída?
A segunda pergunta: sabemos que essa produção de agroenergia, sobretudo
do etanol, mas mesmo de outras plantas, demanda muita água. Temos um
problema sério de água, como o senhor mesmo colocou.
Ora, sabemos que a China importa muita soja do Brasil porque lá há
muita falta de água. Dessa forma, estamos, na verdade, exportando
água dentro da soja. Como iremos conseguir água para fazer a produção
dessa agroenergia? Como conciliar esses dois números?

Antonio Carlos de Mendes Thame


Não é possível contestar essa análise aritmética. Realmente, se tiver-
mos um aumento extraordinário na produção de biocombustíveis vamos
conseguir substituir apenas 5% do petróleo.
Porém, o que se deseja é tentar substituir os aditivos. O aditivo é algo
que se mistura na gasolina para aumentar a octanagem, ou seja, a po-
tência de explosão. Antigamente, utilizava-se o chumbo tetraetila, que é
altamente cancerígeno.
Ele foi substituído na maioria dos países pelo MTBE ou pelo ETBE. O
MTBE é um éster que quando percola as partículas do solo, vai para o
subsolo, onde atinge os lençóis freáticos. Às vezes, chega até abaixo do

54
basalto, alcançando os aquíferos.
Nos Estados Unidos, a produção de etanol foi iniciada porque se perdeu
um aquífero inteiro no estado de Iowa devido ao MTBE. O governador
Tommy Thompson formou, então, uma coalizão de governadores para
produzir etanol com a matéria prima que estava disponível, no caso,
o milho, mesmo que a produção fosse extremamente antieconômica,
como é até hoje.
Agora, eles estão chegando à conclusão de que assim não pode continuar.
Eles precisam encontrar uma outra solução, porque o dano ambiental do
MTBE é muito grande. Mesmo assim, o mundo ainda utiliza amplamente
o MTBE hoje.
Em alguns lugares, como em Caracas ou em Taipé, ainda se usa o chum-
bo tetraetila, porque a produção de MTBE não é suficiente. Assim, utili-

DEBATES
zam o pior aditivo que existe, o chumbo.
Portanto, aumentar a produção do biocombustível não significa imaginar
que será possível substituir todo o petróleo por ele. Espera-se que ocorra
uma corrida para uma produção mais econômica, no mínimo com carros
mais eficientes, como é o objetivo dessa nova resolução do Obama.
Nos Estados Unidos, a partir de 2012, somente será possível produzir veículos
que façam, no mínimo, 15 km por litro. Portanto, esse costume tipicamente
americano de utilizar carros grandes, que fazem 5 km por litro, como era o
caso do Galaxie e do Landau, aqui no Brasil, terá que mudar.
Se somarmos a eficiência com o aumento da produção, acredito que os
países tropicais possam produzir biocombustível para exportar para os
países ricos.
Em terceiro lugar, teremos, um dia, o etanol ou o biodiesel produzidos a
partir da celulose obtida de gravetos, do bagaço etc. É o chamado etanol
celulósico.
Rompendo-se a camada de lignina, que fica por cima da molécula de
celulose, é possível se obter esse etanol. O problema é como quebrar
essa crosta, mas as pesquisas estão bastante avançadas.
Para demonstrar que se trata de uma luta de Davi contra Golias, vejam
que em São Paulo há um programa da Codistil, uma empresa particular,
com a Fapesp. Somando o que as duas estão investindo, temos 180 mi-
lhões de reais, que equivalem a 90 milhões de dólares.

Aquecimento global e sustentabilidade 55


Coleção CIEE 114

Nos Estados Unidos, houve um jantar reunindo os formandos de uma


DEBATES
universidade. De uma forma geral, esses formandos são, hoje em dia,
empresários bem sucedidos que continuam muito ligados à universida-
de. Após o jantar, passaram o livro de doações e foi obtido um bilhão de
dólares para financiar pesquisa de etanol celulósico.
Eles têm consciência de que, se conseguirem atingir esse objetivo con-
quistarão um avanço mundial. Nesse caso, não se está falando em um
barril de 30 dólares, mas de 10 dólares, de combustível obtido com gra-
vetos, com lixo. Será possível produzir biocombustível a partir de qual-
quer material. Essa será a grande revolução que se espera.
Há um artigo muito interessante na Folha de S. Paulo, de um articulista
científico, que apresentou cálculos de quanto será necessário das ener-
gias alternativas para substituir o petróleo.
No caso dos painéis solares, ele calculou que seria necessário cobrir a
Terra inteira de painéis. No caso da energia eólica, seria necessário colo-
car as hélices em todos os lugares.
Ele conclui que é necessário investir em tecnologias novas. As atuais não
serão de forma alguma suficientes, exceto se recorrermos de uma forma de-
sesperada à energia nuclear, o que ninguém quer, pelos riscos que ela traz e
pelo fato de até hoje nenhum país ter conseguido resolver definitivamente a
questão dos depósitos de rejeitos e precisamos escapar disso.

Gleuber Martino
O senhor disse que São Paulo é um Estado pioneiro em várias atividades,
em vários incentivos à política ambiental. Temos uma grande frota de
carro flex no Brasil e São Paulo possui uma grande parte dela.
Não seria possível começarmos a trabalhar no Estado pela diminuição
do IPVA para os carros flex, para revigorar a frota e existir um maior
incentivo à produção e consumo de carro a álcool? Isso está ao alcance
dos governos estaduais. Na minha opinião, São Paulo também poderia
ser pioneiro nisso.

Antonio Carlos de Mendes Thame


Sou plenamente favorável ao incentivo via desconto no IPVA. Eu mesmo
já apresentei um projeto de lei para considerar o carro flex como um

56
carro a álcool.
Na verdade, o carro flex é um carro a gasolina que usa álcool. Quando foi in-
ventada a tecnologia dos veículos flex, os engenheiros automotivos ficaram
com medo de fazer um carro a álcool que pudesse utilizar gasolina porque
haveria o risco de que o motor explodisse. A área de explosão do álcool é
menor que a da gasolina e, por isso, haveria esse risco.
Assim, fizeram um carro a gasolina que pode ser movido a álcool, porém
gastando proporcionalmente mais combustível. Por exemplo, o Astra movido
a álcool gastava menos combustível que um Astra flex com álcool.
O carro flex é um veículo a gasolina que tem um seguro para a falta de
combustível, como aconteceu em 1978. Em uma situação dessas, ele
pode também funcionar com álcool.
Portanto, sou favorável a que o carro flex tenha o mesmo IPVA que o

DEBATES
antigo carro a álcool, com um valor menor, para estimular suas vendas.

Nelson Alves
Conselheiro do CIEE
Inicialmente, gostaria de dizer que se pudermos participar desse movi-
mento em prol da continuidade da Terra, certamente tudo vingará ao
longo do tempo.
Não sei até onde os órgãos internacionais estão preocupados como al-
guns de nós, brasileiros, já que a China tem apresentado um programa
de desenvolvimento baseado na força motriz oriunda de materiais onde
o CO2 ainda está presente.
Por outro lado, perguntaria se não existe nos institutos internacionais
preocupação em procurar saber o porquê disso e conduzir o assunto. Por
que não se incentivar, no caso específico do biodiesel, também outras li-
nhas, embora algumas sejam até mesmo antieconômicas, como no caso
da força eólica?
Temos os exemplos dos países europeus. A Holanda está, até hoje, viva
devido à força eólica, em um nível abaixo do mar.
Portanto, acho que algo deve ser feito no sentido de que as comunida-
des europeias e mundiais possam realmente realizar mudanças.

Aquecimento global e sustentabilidade 57


Coleção CIEE 114

Antonio Carlos de Mendes Thame


DEBATES
Eu sou favorável ao Carbon Tax, o imposto sobre a produção de CO2.
No final do século passado, defendíamos a cobrança pelo uso da água.
Era um sofrimento porque as pessoas não entendiam a ideia e a viam
apenas como mais um custo, mais um imposto. Conseguimos, finalmen-
te, convencer o Horácio Piva da Fiesp e o Fábio Meireles da Faesp.
Mostramos para ambos que a cobrança pelo uso da água não era um
incremento arrecadatório, mas sim um elemento de gestão. Não iríamos
cobrar praticamente nada de quem devolvesse a água limpa, apenas o
custo da fiscalização.
Mas cobraríamos caro de quem usa a água para nela jogar seus efluen-
tes. Essa pessoa estaria fazendo um ato deletério e, portanto, caberia a
ela pagar pelo estrago feito, pela DBO da recomposição.
Dez anos depois, a cobrança pelo uso da água já está implantada em
dois comitês de bacias: o Comitê do Piracicaba, Capivari e Jundiaí e o
Comitê do Paraíba do Sul. Certamente, isso será visto com naturalidade.
Quem polui paga.
Mesmo que polua pouco, dentro dos limites legais, se houve um malefí-
cio à sociedade, não há porque socializar o estrago e o poluidor privati-
zar os lucros. Quem causa malefício arca com isso.
Hoje, há uma situação semelhante em relação ao Carbon Tax nessa linha
que o senhor colocou. Quem emite CO2 tem que pagar. Se fizermos isso,
teremos um grande avanço.
Diversos países já estão implantando essa sistemática, ainda de uma
forma tímida. Em alguns países, só no caso da aviação; em outros, no
caso da marinha mercante. Mas estão iniciando essas cobranças. Quem
emite CO2 paga. Se não emite, tem subsídio.
O dinheiro arrecadado com a cobrança do Carbon Tax não fica no caixa
do governo. Ele é colocado para desenvolver novas energias ou subsi-
diar a implantação de energias limpas. Dessa forma, damos um brutal
avanço na construção da sociedade nova.

Jorge Luis dos Santos


Lamentavelmente, o ser humano, a bordo da espaçonave Terra, não tem
a característica de ter ações preventivas. Colocamos o cadeado na porta

58
depois que fomos assaltados e a espaçonave está perdendo a condição
de nos transportar pelo Universo em torno do sol. Isso aconteceu real-
mente nos últimos cem anos, quando apareceu toda essa tecnologia e
sua evolução.
Pergunto o que pode ser feito para melhorar esse aspecto preventivo?
Os Estados Unidos não assinaram o acordo em Kioto. Será que essa
atitude do presidente Obama, que representa uma postura mais proa-
tiva por parte dos americanos em relação a esse problema, trará algum
benefício para a humanidade?
Essa decisão tem que ser realmente tomada agora, porque a mídia infor-
ma que o gelo está derretendo nos polos, o nível do mar está subindo,
enfim, estão acontecendo coisas que não são muito visíveis, mas que
com o passar do tempo resultarão em problemas sérios, de forma muito

DEBATES
mais acelerada.
O vice-presidente Gore também apresentou um filme que é muito inte-
ressante e importante, porém pouco divulgado.
Temos que trabalhar muito rápido nessa questão e quero publicamente
convidá-lo para fazer essa palestra no Conselho Regional de Administra-
ção para que possamos, também, divulgar tudo isso junto aos adminis-
tradores, nossos companheiros que são formadores de opinião.

Antonio Carlos de Mendes Thame


Eu também acho que é preciso ser rápido. Estávamos imaginando que
nos Estados Unidos aconteceria como na Austrália.
A Austrália não assinou o Protocolo de Kioto. Quando chegaram as
eleições, os candidatos dos dois partidos, o trabalhista e o conservador,
prometeram que iriam assinar o Protocolo se ganhassem. O trabalhista
ganhou e assinou no dia seguinte.
Imaginávamos que Obama também iria assinar, embora na campanha
nenhum dos dois houvesse prometido isso. Mas o Obama está tomando
medidas concretas como, por exemplo, quando aceitou que cada Estado
tomasse suas próprias medidas sobre o tema, ao contrário do Bush, que
as contestava.
Os republicanos diziam que assumir metas de redução da emissão de
gases do efeito estufa era competência privativa da União. O Obama

Aquecimento global e sustentabilidade 59


Coleção CIEE 114

mudou essa postura, e o Schwarzenegger colocou metas ousadas para a


DEBATES
Califórnia, que estão em vigor. Já é um grande avanço. Se mais estados
fizerem isso, será um grande passo.
De qualquer forma, se eles não assinarem o novo protocolo, de Cope-
nhague, em dezembro, será uma grande decepção. O mundo inteiro es-
pera uma mudança de 180 graus na política dos Estados Unidos.
A China, o Brasil e os outros países emergentes ficaram de fora do Pro-
tocolo de Kioto. Isso, segundo o Goldemberg, foi um grande equívoco.
Mesmo que fosse uma meta pequena, eles deveriam também ser cobra-
dos para que todos mostrassem que estavam solidários. Agora, é mais
difícil incluí-los.

Plateia
Comente a inclusão de disciplinas de educação ambiental nas escolas.

Antonio Carlos de Mendes Thame


A inclusão das disciplinas de educação ambiental em geral, não só essa
parte de sustentabilidade, já está aprovada, por um projeto do Fábio
Feldmann, de 1990.
Porém, elas não são obrigatórias. A escola pode, se quiser, colocá-las na
grade. Inúmeras instituições de ensino já incluíram essas matérias no
currículo.
À medida que questões relacionadas à sustentabilidade passarem a fa-
zer parte dos vestibulares, as escolas preparatórias, inclusive os cursi-
nhos, passam a ensinar os jovens de uma forma muito mais responsável
em relação ao assunto.

60
Homenagem de
encerramento

Durante a cerimônia de encerramento deste Fórum


de Debates sobre a Realidade Brasileira, o conselheiro
do Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE, Nelson
Alves, entregou ao ilustre palestrante, Antonio Carlos de
Mendes Thame, o Troféu Integração, concedido pelo CIEE,
que expressa a filosofia e os objetivos da instituição, não-
governamental e filantrópica, mantida pelo empresariado
brasileiro.

Nelson Alves, conselheiro do CIEE, entrega o Troféu Integração a


Antonio Carlos de Mendes Thame.

Aquecimento global e sustentabilidade 61


COLEÇÃO CIEE
Coleção CIEE-01 (esgotado) Coleção CIEE-12 (esgotado) Coleção CIEE-24 (esgotado)
Estágio - investimento produtivo As alternativas de emprego para Brasil: saídas para a crise
Publicação Institucional do CIEE o mercado de trabalho Alcides de Souza Amaral
Walter Barelli
Coleção CIEE-02 (esgotado) Coleção CIEE-25 (esgotado)
A globalização da economia e Coleção CIEE-13 (esgotado) A educação e o
suas repercussões no Brasil Redução tributária - urgência nacional desenvolvimento nacional
Ives Gandra da Silva Martins Renato Ferrari, Alcides Jorge Costa e José Goldemberg
Ives Gandra da Silva Martins
Coleção CIEE-03 (esgotado) Coleção CIEE-26 (esgotado)
A desestatização e seus reflexos Coleção CIEE-14 (esgotado) A crise dos 500 anos: o Brasil e
na economia A contribuição do 3º Setor para o a globalização da economia
Antoninho Marmo Trevisan desenvolvimento sustentado do País Rubens Ricupero
Seminário do 3º Setor
Coleção CIEE-04 (esgotado) Coleção CIEE-15 (esgotado) Coleção CIEE-27 (esgotado)
Rumos da educação brasileira Os rumos do Brasil até o ano 2020 A língua portuguesa: desafios
Arnaldo Niskier Ronaldo Mota Sardenberg e soluções
Arnaldo Niskier, Antonio Olinto,
Coleção CIEE-05 (esgotado) Coleção CIEE-16 (esgotado) João de Scantimburgo, Ledo Ivo
As perspectivas da economia As perspectivas da indústria brasileira e Lygia Fagundes Telles
brasileira e a atual conjuntura nacional Simpósio CIEE/ABL
Maílson da Nóbrega Carlos Eduardo Moreira Ferreira
Coleção CIEE-28 (esgotado)
Coleção CIEE-06 (esgotado) Coleção CIEE-17 (esgotado) Propostas para a retomada do
Plano Real: situação atual As novas diretrizes para o ensino médio desenvolvimento sustentável
e perspectivas Guiomar Namo de Mello nacional
Marcel Solimeo e Roberto Luís João Sayad
Troster Coleção CIEE-18 (esgotado)
Formação de especialistas para Coleção CIEE-29 (esgotado)
Coleção CIEE-07 (esgotado) o mercado globalizado O novo conceito de filantropia
COLEÇÃO CIEE

Os desafios da educação Luiz Gonzaga Bertelli II Seminário do 3º Setor


brasileira no século XXI
Simpósio CIEE/O Estado de S. Paulo Coleção CIEE-19 (esgotado) Coleção CIEE-30 (esgotado)
A educação brasileira no limiar As medidas governamentais
Coleção CIEE-08 (esgotado) do novo século de controle de preços
Os cenários possíveis para Simpósio CIEE/O Estado de S. Paulo Gesner de Oliveira
a economia em 98 Coleção CIEE-20 (esgotado)
Luís Nassif A formação da nacionalidade brasileira Coleção CIEE-31 (esgotado)
João de Scantimburgo A crise brasileira: perspectivas
Coleção CIEE-09 (esgotado) Antônio Barros de Castro
O fim da escola Coleção CIEE-21 (esgotado)
Gilberto Dimenstein A educação ontem, hoje e amanhã Coleção CIEE-32 (esgotado)
Jarbas Passarinho O futuro da justiça do trabalho
Coleção CIEE-10 (esgotado) Ney Prado
O peso dos encargos sociais Coleção CIEE-22 (esgotado)
no Brasil A universidade brasileira e Coleção CIEE-33 (2ª ed./esgotado)
José Pastore os desafios da modernidade Perspectivas da economia e do
Paulo Nathanael Pereira de Souza desenvolvimento brasileiro
Coleção CIEE-11 (esgotado) Hermann Wever
O que esperar do Brasil em 1998 Coleção CIEE-23 (esgotado)
Marcílio Marques Moreira Os novos rumos do real: previsões Coleção CIEE-34 (esgotado)
para a economia brasileira após a O que esperar do Brasil na
mudança da política cambial virada do século
Juarez Rizzeri Eduardo Giannetti
Coleção CIEE-35 (esgotado) Coleção CIEE-46 (esgotado) Coleção CIEE-57 (esgotado)
O ensino médio e o estágio Necessidades profissionais Desenvolvimento social,
de estudantes para o século XXI previdência e pobreza no Brasil
Rose Neubauer Norberto Odebrecht Roberto Brant

Coleção CIEE-36 (esgotado) Coleção CIEE-47 (esgotado) Coleção CIEE-58 (esgotado)


Perspectivas da cultura brasileira O trabalho no Brasil: novas A paixão pela poesia
Miguel Reale relações x leis obsoletas Arnaldo Niskier, Carlos Nejar,
Almir Pazzianotto Pinto Ledo Ivo, Lygia Fagundes Telles
Coleção CIEE-37 (esgotado) e Mário Chamie
Política pública de qualificação Coleção CIEE-48 (esgotado)
profissional O futuro da aviação comercial
no Brasil Coleção CIEE-59 (esgotado)
Nassim Gabriel Mehedff Rumos da educação no Brasil
Ozires Silva
Coleção CIEE-38 (esgotado) Simpósio CIEE/O Estado de S. Paulo
Perspectivas da economia brasileira Coleção CIEE-49 (esgotado)
para além da conjuntura Desafios da economia brasileira e Coleção CIEE-60 (esgotado)
Gustavo Franco suas perspectivas para 2001 Reforma tributária: solução
Clarice Messer ou panacéia?
Coleção CIEE-39 (esgotado) Osíris de Azevedo Lopes Filho
As empresas e a capacidade Coleção CIEE-50 (esgotado)
competitiva brasileira O Brasil no terceiro mundo Coleção CIEE-61 (esgotado)
Emerson de Almeida Cristovam Buarque Os atentados em Nova York e os
interesses internacionais do Brasil
Coleção CIEE-40 (esgotado) Coleção CIEE-51 (esgotado) Flávio Miragaia Perri
A globalização e a economia brasileira O mercado de capitais no Brasil:
Antônio Carlos de Lacerda desafios e entraves para seu Coleção CIEE-62 (esgotado)
desenvolvimento Lei de responsabilidade fiscal:
Coleção CIEE-41 (esgotado) Humberto Casagrande Neto esperanças e decepções
A dignidade humana e Diogo de Figueiredo Moreira Neto
a exclusão social Coleção CIEE-52 (esgotado)
III Seminário do 3º Setor O voluntariado no Brasil Coleção CIEE-63 (esgotado)
IV Seminário do 3º Setor A saúde no novo conceito
Coleção CIEE-42 (esgotado) de filantropia
Recomendações para a retomada Coleção CIEE-53 (esgotado)
Revolução de 32: um painel Antônio Jacinto Caleiro Palma
do desenvolvimento
Aloizio Mercadante histórico
Simpósio CIEE/APH/IRS Coleção CIEE-64 (esgotado)
Fundamentos da política econômica
Coleção CIEE - Especial (esgotado) do governo Lula
Guia prático do CADE Coleção CIEE-54 (esgotado)
Os reflexos da economia global Guido Mantega
A defesa da concorrência no Brasil no desenvolvimento brasileiro
Coleção CIEE-43 (esgotado) Luciano Coutinho Coleção CIEE-65 (esgotado)
O CADE e a livre concorrência O Banco Central e a defesa da
Coleção CIEE-55 (esgotado) concorrência no mercado financeiro
no Brasil As condições necessárias
Seminário CIEE/Correio Braziliense Gustavo Loyola
para o Brasil crescer
Coleção CIEE-44 (esgotado) Delfim Netto Coleção CIEE-66 (esgotado)
Profissões em alta no mercado Enxergando o amanhã com
Coleção CIEE-56 (esgotado) os olhos de hoje
de trabalho Globalização e hipercompetição:
Luiz Gonzaga Bertelli Gaudêncio Torquato
a sociedade das organizações
Coleção CIEE-45 (esgotado) e o desafio da mudança Coleção CIEE-67 (esgotado)
Democracia no Brasil: pensamento Thomaz Wood Jr. Juventude, escola e empregabilidade
social, cenários e perfis políticos V Seminário do 3º Setor
Gaudêncio Torquato
Coleção CIEE-68 (2ª Edição) Coleção CIEE-77 (esgotado) Coleção CIEE-87 (esgotado)
Educação: Velhos Problemas, Valorização imobiliária Brasil: competitividade e
Novas (?) Soluções Nelson Baeta Neves mercado global
Paulo Nathanael Pereira de Souza Marcos Prado Troyjo
Coleção CIEE-78 (esgotado)
Coleção CIEE-69 (esgotado) As metas inflacionárias no Brasil Coleção CIEE-88 (esgotado)
Cobrança de impostos ameaça o Paulo Picchetti A arte de empreender:
futuro da filantropia o respeito aos limites do
VI Seminário do 3º Setor Coleção CIEE-79 (esgotado) ser humano
A qualidade dos estágios e sua Eduardo Bom Angelo
Coleção CIEE - Especial (esgotado) importância socioprofissional
2ª Ed. revista e ampliada Seminário CIEE-SEMESP Coleção CIEE-89 (esgotado)
Guia prático do CADE A educação brasileira e a
A defesa da concorrência no Brasil Coleção CIEE-80 (esgotado) contribuição das entidades
Desafios da administração de uma de filantropia
Coleção CIEE-70 (esgotado) Roberto Teixeira da Costa
grande metrópole (São Paulo)
A importância do estágio na
Walter Feldman
formação do aluno do ensino médio Coleção CIEE-90 (esgotado)
Antônio Ruiz Ibañez Coleção CIEE-81 (esgotado) A situação atual da educação
A realidade educacional brasileira brasileira
Coleção CIEE-71 (esgotado) Paulo Tafner
Antônio Cândido, Guerreiro da e o desenvolvimento do País
Educação - Prêmio Professor Roberto Cláudio Frota Bezerra
Coleção CIEE-91 (esgotado)
Emérito 2003 O desenvolvimento das
CIEE/O Estado de S. Paulo Coleção CIEE-82 (esgotado)
Os entraves para o desenvolvimento economias japonesa e asiática
Coleção CIEE-72 (2ª edição) nacional e as recomendações para Yuji Watanabe
Educação e saber sua superação
Paulo Nathanael Pereira de Souza Abram Szajman Coleção CIEE-92 (esgotado)
A contribuição da Embraer no
COLEÇÃO CIEE

Coleção CIEE-73 (2ª edição) Coleção CIEE-83 (esgotado) desenvolvimento da indústria


O pressuposto da ética na O cenário econômico latino- aeronáutica brasileira
economia, nas empresas, americano e seus reflexos Luís Carlos Affonso
na política e na sociedade no mercado acionário
Ruy Martins Altenfelder Silva Alfried Karl Plöger Coleção CIEE-93 (esgotado)
A nova fase da crise brasileira
Coleção CIEE-74 (esgotado) Coleção CIEE-84 (esgotado) Oliveiros da Silva Ferreira
Empregabilidade Jornalismo político: uma visão
VII Seminário CIEE - Gazeta do Brasil Coleção CIEE-94 (esgotado)
Mercantil do 3º Setor Murilo Melo Filho Inventário da educação
brasileira e recomendações
Coleção CIEE-75 (esgotado) Coleção CIEE-85 (esgotado) para seu aperfeiçoamento
Analfabetismo: proposta para A política monetária brasileira e seus Seminário
a sua erradicação reflexos no desenvolvimento do país
Jorge Werthein Josué Christiano Gomes da Silva Coleção CIEE-95 (esgotado)
Negociações agrícolas
Coleção CIEE-76 (esgotado) Coleção CIEE-86 (esgotado) internacionais
Educação, estágio e Tecnologia, Economia e Direito: Marcos Sawaya Jank
responsabilidade fiscal visão integrada e multissetorial
das prefeituras José Dion de Melo Teles Coleção CIEE-96 (esgotado)
Ives Gandra da Silva Martins, Um século de sindicalismo
Marcos Nóbrega, Luiz Gonzaga no Brasil
Bertelli e Paulo Nathanael Pereira Almir Pazzianotto
de Souza
Coleção CIEE-97 (esgotado) Coleção CIEE-107 (esgotado)
A atual situação da educação O mercado de trabalho paulista
brasileira - medidas para o e a capacitação profissional
seu aperfeiçoamento Guilherme Afif Domingos
Samuel de Abreu Pessôa
Coleção CIEE-108 (esgotado)
Coleção CIEE-98 (esgotado) O papel do Ministério Público
O futuro do abastecimento em relação a entidades do
energético no Brasil e no mundo Terceiro Setor: filantrópicas
Carlos Alberto de Almeida e de assistência Social
Silva e Loureiro Airton Grazzioli

Coleção CIEE-99 (esgotado) Coleção CIEE-109 (esgotado)


Reflexões sobre a conjuntura Olhando para o Brasil do futuro:
nacional perspectivas e debates
Geraldo Alckmin Emílio Odebrecht

Coleção CIEE-100 (esgotado) Coleção CIEE-110 (esgotado)


Presença da universidade no Para melhor entender nosso País
desenvolvimento brasileiro: uma de hoje e de amanhã
perspectiva histórica Carlos Alberto Sardenberg
Simpósio
Coleção CIEE-111
Coleção CIEE-101 (esgotado) A defesa nacional e a situação atual
O estabelecimento de um modelo das forças armadas brasileiras
de sustentabilidade ambiental no General Alberto Mendes Cardoso
Estado de São Paulo
Xico Graziano Coleção CIEE-112
Células-tronco: O que poderão
Coleção CIEE-102 (esgotado) representar?
O papel dos Tribunais de Contas Mayana Zatz
na Educação Brasileira
Antônio Roque Citadini Coleção CIEE-113
Perspectivas do setor
Coleção CIEE-103 (esgotado) de habitação
Os desafios da administração João Crestana
de uma metrópole
Gilberto Kassab Coleção CIEE-114
Aquecimento global
Coleção CIEE-104 (esgotado) e sustentabilidade
A Caixa Econômica Federal e Carlos Alberto de Mendes Thame
suas atividades no país
Carlos Gomes Sampaio de Freitas

Coleção CIEE-105 (esgotado)


A ética no Brasil: a cabeça
dos brasileiros
Alberto Carlos Almeida

Coleção CIEE-106 (esgotado)


A necessidade dos seguros
para o desenvolvimento
sustentável brasileiro
Luiz Carlos Trabuco Cappi
COLEÇÃO CIEE 10? Aquecimento global e sustentabilidade
Antonio Carlos de Mendes Thame

Textos e debates extraídos da palestra proferida


em 24/09/2009, no auditório Ernesto Igel e
Mario Amato do CIEE, em São Paulo/SP.

Planejamento e produção editorial


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CONSELHO CONSULTIVO

Adhemar César Ribeiro José Vicente


Ana Maria Vilela Igel Liz Coli Cabral Nogueira
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Antoninho Marmo Trevisan Marcos Troyjo
(Mandato de 16/4/2009 a 15/4/2012) Antonio Garbelini Júnior Mauro Chaves
Carlos Eduardo Moreira Ferreira Ney Prado
Élcio Aníbal de Lucca Ozires Silva
Flávio Fava de Moraes Ricardo Melantonio
Gaudêncio Torquato Rogério Amato
Presidente
Gesner de Oliveira Sebastião Misiara
Ruy Martins Altenfelder Silva
Ivette Senise Ferreira Tácito Barbosa Coelho Monteiro Filho
João Guilherme Sabino Ometto Wander Soares
Vice-Presidentes
João Monteiro de Barros Neto Wilson João Zampieri
Antonio Penteado Mendonça
Joaquim Pedro Villaça de Souza Campos Yvonne Capuano
Antonio Jacinto Caleiro Palma
Wálter Fanganiello Maierovitch
CONSELHO FISCAL
Conselheiros Titulares Suplentes
Hermann Heinemann Wever César Gomes de Mello Luiz Eduardo Reis de Magalhães
José Augusto Minarelli Humberto Casagrande Neto Roberto Cintra Leite
Orlando de Almeida Filho Norton Glabes Labes Sidney Storch Dutra

PRESIDENTES EMÉRITOS

Alex Periscinoto Júlio César de Mesquita


Antonio Jacinto Caleiro Palma Laerte Setúbal Filho
Herbert Victor Levy Filho Paulo Nathanael Pereira de Souza
João Baptista Figueiredo Júnior Pedro Luiz de Toledo Piza
FUNDADORES
MEMBROS HONORÁRIOS
Aloysio Gonçalves Martins
Clóvis Dutra Adib Jatene João Monteiro de Barros Filho
Geraldo Francisco Ziviani Amauri Mascaro Nascimento José Feliciano de Carvalho
José Franklin Veras Viégas Antonio Candido de Mello e Souza José Pastore
Mario Amato Antônio Hélio Guerra Vieira Laudo Natel
Paulo Egydio Martins Clarice Messer Leonardo Placucci
Térbio de Mattos Dorival Antônio Bianchi Luiz Augusto Garaldi de Almeida
Edevaldo Alves da Silva Nelson Alves
Evanildo Bechara Nelson Vieira Barreira
Guilherme Quintanilha de Almeida Paulo Emílio Vanzolini
Ives Gandra da Silva Martins Paulo Nogueira Neto
Jarbas Miguel de Albuquerque Maranhão Ruy Mesquita
João Geraldo Giraldes Zocchio
PRESIDENTE EXECUTIVO
Luiz Gonzaga Bertelli
MEMBROs beneméritos

Antonio Ermírio de Moraes Lázaro de Mello Brandão


Da carteira da escola para
a carteira de trabalho.
O Aprendiz Legal é um programa voltado à preparação de jovens para o mundo do
trabalho. Referência nacional em estágios, com 10 milhões de bolsas-auxílio concedidas
aos estudantes, nos seus 46 anos de fundação, o CIEE utiliza sua experiência também para
auxiliar as empresas ao cumprimento da Lei de Aprendizagem (10.097/2000).

RINO COM

Tire suas dúvidas sobre a Lei de Aprendizagem


Atendimento às Empresas

(11) 3046-8222 www.ciee.org.br

Sede: Rua Tabapuã, 540 – Itaim Bibi


São Paulo – SP – CEP 04533-001 ESTAGIÁRIOS e APRENDIZES
Esta obra, que resulta de uma palestra extremamente pro-
veitosa ministrada pelo deputado do PSDB, Antonio Carlos
de Mendes Thame, destaca uma temática polêmica e fun-
damental para a atualidade, que só começou a ser discutida
nos últimos 50 anos: a questão ambiental.

O assunto tratado por Mendes Thame tem fundamental


importância no cenário mundial. Afinal, os últimos dados
apresentados por organismos internacionais revelam que o
planeta apresenta sinais claros de exaustão, devido ao uso
inadequado dos recursos naturais e da destruição de ecossis-
temas, tornando-se urgente a união global em torno de so-
luções que amenizem os efeitos negativos desse desrespeito
histórico do homem com o meio ambiente.

Nesse sentido, Mendes Thame apresenta a situação atual


do debate a respeito de questões ambientais no âmbito dos
organismos mundiais, bem como revela os principais desa-
fios a serem encarados por todos os países para garantir a
sustentabilidade do planeta, por meio do desenvolvimento,
principalmente, de novas fontes energéticas limpas.

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