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FL OR STAS

DE SALINHA S DA
«A língua é um organismo vivo que varia
conforme o contexto e vai muito além de
uma colecção de regras e normas de como
falar e escrever.»

Ataliba Castilho
LUÍS DE CAMÕES

Lisboa[?], 1524 —
Lisboa, 10 de Junho de 1580
MUDAM-SE OS TEMPOS, MUDAM-SE AS VONTADES

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,


Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Endechas à Bárbara Cativa(Escrava)
Aquela cativa
Que me tem cativo,
Porque nela vivo
Já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
Em suaves molhos,
Que pera meus olhos
Fosse mais fermosa.
Nem no campo flores,
Nem no céu estrelas
Me parecem belas
Como os meus amores.
Rosto singular,
Olhos sossegados,
Pretos e cansados,
Mas não de matar. (…)
JOSÉ EÇA DE QUEIRÓS

Póvoa de Varzim,
25 de Novembro de 1845 -
Paris,16 de Agosto de 1900
PORTUGAL ESTÁ A ATRAVESSAR A
PIOR CRISE, QUE FAZER?
Que esperar? Portugal tem atravessado crises
igualmente más: - mas nelas nunca nos faltaram
nem homens de valor e carácter, nem dinheiro ou
crédito. Hoje crédito não temos, dinheiro
também não - pelo menos o Estado não tem: - e
homens não os há, ou os raros que há são postos
na sombra pela Política. De sorte que esta crise
me parece a pior - e sem cura.

Eça de Queirós, in Correspondência (1891)


FERNANDO PESSOA

Lisboa, 13 de Junho de 1888 —


Lisboa, 30 de Novembro de 1935
Sou um guardador de rebanhos
Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Pensar numa flor é vê-la e cheirá-la


E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto, E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei da verdade e sou feliz.
ANTÓNIO ALEIXO

Vila Real de Santo António, 18 de Fevereiro de


1899 — Loulé, 16 de Novembro de 1949
QUADRAS
Julgando um dever cumprir,
Sem descer no meu critério,
Digo verdades a rir
Aos que me mentem a sério!

São parvos, não rias deles,


deixa-os ser, que não são sós:
Às vezes rimos daqueles,
que valem mais do que nós.

O mundo só pode ser


melhor do que até aqui,
quando consigas fazer
mais p'los outros que por tí!
JOSÉ RÉGIO

Vila do Conde, 17 de Setembro de 1901 —


Vila do Conde, 22 de Dezembro de 1969
CÂNTICO NEGRO
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
AGOSTINHO DA SILVA

1906-1996
CITAÇÃO
Ninguém fugirá da escola e a olhará como um
horror no dia em que a deixemos de conceber
como o lugar a que se vai para receber uma lição,
para a considerarmos como o ponto de
condições óptimas para que uma criança
efectivamente dê a sua ajuda a todos os que
estão procurando libertar a condição humana do
que nela há de primitivo; não se veja no aluno o
ser inferior e não preparado a que se põe tutor e
forte adubo; isso é o diálogo entre o jardineiro e
o feijão; outra ideia havemos de fazer das
possibilidades do homem e do arranjo da vida;
(…).
MIGUEL TORGA

São Martinho de Anta, 12 de Agosto de 1907


— Coimbra, 17 de Janeiro de 1995
UMA DISCUSSÃO NESTA SANTA TERRA PORTUGUESA
ACABA SEMPRE AOS BERROS

Não há maneira. Por mais boa vontade que tenham todos,


uma discussão nesta santa terra portuguesa acaba sempre
aos berros e aos insultos. Ninguém é capaz de expor as
suas razões sem a convicção de que diz a última palavra. E
a desgraça é que a esta presunção do espírito se junta
ainda a nossa velha tendência apostólica, que onde sente
um náufrago tem de o salvar. O resultado é tornar-se
impossível qualquer colaboração nas ideias, o
alargamento da cultura e de gosto, e dar-se uma trágica
concentração de tudo na mesquinhez do individual.

Miguel Torga, in "Diário (1940)"


EUGÉNIO DE ANDRADE

1923- 2005
POEMAS
Música, levai-me:
Onde estão as barcas?
Onde são as ilhas?

De palavra em palavra
a noite sobe
aos ramos mais altos
e canta
o êxtase do dia.
JOSÉ CARDOSO PIRES

São João do Peso, 2 de Outubro de 1925


— Lisboa, 26 de Outubro de 1998
CITAÇÕES
• O pessimismo é uma defesa contra a desilusão.

• O exílio corrói. Cria um limbo de esperanças,


uma turvação de miragens com que os
expatriados se vão envolvendo para suportar a
saudade e a derrota. Mas, mesmo assim, cada
exílio é também, não pode deixar de ser, uma
eloquente maneira de aprender coragem e
solidão.
NATÁLIA CORREIA

Fajã de Baixo, São Miguel, 13 de


Setembro de 1923 —
Lisboa, 16 de Março de 1993
FIZ UM CONTO PARA ME EMBALAR
Fiz com as fadas uma aliança.
A deste conto nunca contar.
Mas como ainda sou criança
Quero a mim própria embalar.

Estavam na praia três donzelas


Como três laranjas num pomar.
Nenhuma sabia para qual delas
Cantava o príncipe do mar.

Rosas fatais, as três donzelas


A mão de espuma as desfolhou.
Nenhum soube para qual delas
O príncipe do mar cantou.
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

Porto, 6 de Novembro de 1919 —


Lisboa, 2 de Julho de 2004
MAR
Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.

E se vou dizendo aos astros o meu mal


É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras.
JOSÉ SARAMAGO

Azinhaga, Golegã, 16 de
Novembro de 1922 — Tías,
Lanzarote, 18 de Junho de 2010
SCIENCE-FICTION I
Talvez o nosso mundo se convexe
Na matriz positiva doutra esfera.
Talvez no interespaço que medeia
Se permutem secretas migrações.
Talvez a cotovia, quando sobe,
Outros ninhos procure, ou outro sol.
Talvez a cerva branca do meu sonho
Do côncavo rebanho se perdesse.
Talvez do eco dum distante canto
Nascesse a poesia que fazemos.
Talvez só amor seja o que temos,
Talvez a nossa coroa, o nosso manto.
LÍDIA JORGE

Boliqueime, 18 de Junho de 1946 -


CITAÇÕES
• As sociedades que não seguram a justiça, criam a
desordem.

• A escrita é redentora. A escrita faz com que o


autor, independentemente do reconhecimento,
tenha uma história de vida magnífica. (...) A
literatura dir-se-ia um permanente treino da
alteridade. Os escritores são seres de liberdade e
de libertação dos outros.
GONÇALO M. TAVARES

Luanda, Angola,
1970 -
CITAÇÕES
• A melhor maneira de respeitar um autor é fazer
alguma coisa com o que ele fez. Eu adorava que
fizessem alguma coisa com o que fiz. Respeitar é
continuar, como se fosse um diálogo, uma conversa.

• Arriscar tem a ver com confiança. Uma pessoa sem


confiança vai tentar repetir, fazer igual aos outros,
não cometer erros, que é uma ideia muito
valorizada. Mas o erro está ligado à descoberta. É
fundamental não ter medo nenhum do erro. O que
é o erro? Eu tinha previsto ir numa determinada
direcção e não fui, errei. O erro é encontrar alguma
coisa, algo que se cruza com o novo, o criativo.
Os livros maus arrancam tempo, dinheiro e atenção
do público, coisas que, por direito, pertencem aos bons
livros e aos seus nobres fins.
Portanto, os livros maus não são apenas inúteis, mas
também prejudiciais. Livros maus são um veneno
intelectual: estragam o espírito.
A condição para ler obras boas é não ler obras más,
pois a vida é breve, e o tempo e as forças são limitados.

Arthur Schopenhauer, in Da Leitura e dos Livros


Webliografia
http://pt.wikipedia.org
http://www.luso-poemas.net
http://www.citador.pt

Imagem inicial
Salvador Dali, As Três Esfinges de Biquíni
FIM

EXPOSIÇÃO FLORESTAS DESALINHADAS


Escola EB 2,3 D. Nuno Álvares Pereira
Equipa da Biblioteca Escolar
9ºB
19 de Maio de 2011

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