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UFPA

“ESTUDO DE CASOS PARA LIMITAÇÃO A


EXPOSIÇÃO, DO CORPO HUMANO, A CAMPOS
ELÉTRICOS, MAGNÉTICOS E
ELETROMAGNÉTICOS NA FAIXA DE
RADIOFREQUÊNCIAS ENTRE 9 kHz E 300 GHz”

THYAGO DE OLIVEIRA BRAUN GUIMARÃES

2º SEMESTRE DE 2006

CENTRO TECNOLÓGICO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO GUAMÁ
BELÉM – PARÁ
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CENTRO TECNOLÓGICO
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Thyago de Oliveira Braun Guimarães

ESTUDO DE CASOS PARA LIMITAÇÃO A


EXPOSIÇÃO, DO CORPO HUMANO, A CAMPOS
ELÉTRICOS, MAGNÉTICOS E
ELETROMAGNÉTICOS NA FAIXA DE
RADIOFREQUÊNCIAS ENTRE 9 kHz E 300 GHz

Trabalho submetido ao Colegial do curso de


Engenharia Elétrica para obtenção do grau de
Engenheiro Eletricista opção
Telecomunicações.

Orientador: Carnot Luiz Braun Guimarães

Belém
2007

II
III
Thyago de Oliveira Braun Guimarães
ESTUDO DE CASOS PARA LIMITAÇÃO A EXPOSIÇÃO, DO CORPO HUMANO,
A CAMPOS ELÉTRICOS, MAGNÉTICOS E ELETROMAGNÉTICOS NA FAIXA
DE RADIOFREQUÊNCIAS ENTRE 9 kHz E 300 GHz

Este Trabalho foi julgado em 01/03 adequado para obtenção do Grau de Engenheiro
Eletricista – Opção TELECOMUNICAÇÕES, e aprovado na sua forma final pela banca
examinadora que atribuiu o conceito EXCELENTE.
Belém, 2007.

______________________________________
Eng. Carnot Luiz Braun Guimarães
ORIENTADOR

______________________________________
Prof. Dr. Gervásio Protássio dos S. Cavalcante
CO – ORIENTADOR

______________________________________
Prof. Dr. Ronaldo Zampolo
MEMBRO DA BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________
Prof. Dr. Orlando Fonseca Silva
COORDENADOR DO CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

IV
“Dedico este trabalho a Deus, que
está ao meu lado em todos os momentos de
minha vida.”

V
AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que me ajudaram,


diretamente e indiretamente, no
desenvolvimento deste trabalho, à minha
família, que sempre me apóia, meu pai, com
sua experiência e garra, minha mãe, com seus
conselhos e princípios, minha irmã, com sua
alegria e emoção, á minha namorada,
companheira e amiga, que sempre esteve ao
meu lado em todos os momentos, a meu tio e
padrinho, que me ajudou com conhecimento e
dedicação, aos meus professores, que guiaram
meus caminhos à sabedoria, à família
Universidade Federal do Pará, a qual me deu
todo o suporte para está árdua caminhada, aos
meus companheiros de trabalho, que com
experiência e atenção aguçaram ainda mais
minha vontade de ser um profissional eficiente
e eficaz e finalmente aos meus parentes e
amigos, que sempre deram força nos
momentos em que mais precisei.

VI
RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo mostrar a aplicação dos limites de exposição à
população em geral e ocupacional, dos campos elétricos, magnéticos e densidade de potência,
os quais são originados de fontes de radiação não-ionizante como, estações de rádio base,
estações de radiopropagação de sons e imagens e estações de radiopropagação em freqüência
modulada. São apresentados conceitos da teoria eletromagnética e da interação das ondas
eletromagnéticas com a matéria, como também um histórico das normas e limites existentes
em alguns paises. No Brasil esses valores limites são fornecidos e regulados pela resolução
303 de 2002 da Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL, a qual teve como base
as diretrizes para limitação da exposição a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos
variáveis no tempo (até 300 GHz) da Comissão Internacional de Proteção à Radiação Não-
Ionizante – ICNIRP. Com a utilização de um equipamento de medição de campo, o qual
seleciona faixas de freqüências para medição, foram realizadas medidas dos campos elétricos,
campos magnéticos e densidade de potência de locais de grande interesse público. Também
foram calculados os valores de campo e de densidade de potência destes locais. Como
considerações finais, tem-se um comparativo dos valores medidos e calculados, com os
limites atribuídos para cada serviço e tipo de usuário.

Palavras-chave: Limites de exposição; Radiação não-ionizante; População em geral;


População ocupacional; Campo elétrico; Campo magnético; Densidade de
potência.

VII
ABSTRACT

The present work has as objective to show the application of the limits of exposition to
the population in general and occupational, of the electric fields, magnetic and density of
power, which are originated from sources of non-ionizing radiation, as radio stations base,
stations of broadcast of sounds and images and stations of broadcast in frequency modulate.
Concepts of the electromagnetic theory and the interaction of the electromagnetic waves with
the substance are presented, as also an existing description of the norms and limits in some
places. In Brazil, these boundary-values are supplied and regulated for resolution 303 of 2002
of the National Agency of Telecommunications - ANATEL, which had as base the guidelines
for limitation of the exposition the electric fields, magnetic and electromagnetic variable in
the time (up to 300 GHz) of the International Commission to Non-Ionizing Radiation
Protection - ICNIRP. With the use a measurement equipment of field, which selects bands of
frequencies for measurement, they had been carried through measured of the electric fields,
magnetic fields and density of power in places about great public interest. Also the values of
field and density of power in these places had been calculated. As conclusion, a comparative
degree of the measured and calculated values is had, with the limits attributed for each service
and type of user.

Key-Words: Limits of exposition; Non-Ionizing radiation; Population in general;


Occupational population; Electric field; Magnetic field; Density of power.

VIII
LISTA DE TABELAS

TABELA 3.1 – Valores de Máxima Exposição Permitida (MPE) para campos


eletromagnéticos, para ambientes não controlados indicados nas normas ANSI/IEEE C95.1-
1991...........................................................................................................................................38
TABELA 3.2 – Níveis de referência para exposição a RNI em ambientes controlados e não
controlados................................................................................................................................40
TABELA 3.3 – Restrições Básicas para exposição a CEMRF, na faixa de radiofreqüências
entre 9 kHz e 10 GHz................................................................................................................43
TABELA 3.4 – Restrições Básicas para densidade de potência, para radiofreqüências entre 10
GHz e 300 GHz.........................................................................................................................44
TABELA 5.1 – Cálculo da distância para uma pessoa a 120 m da estrutura no Ponto 01 (800
MHz Amazônia ........................................................................................................................58
TABELA 5.2 – Cálculo de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico no
Ponto 01 (800MHz Amazônia Celular)....................................................................................58
TABELA 5.3 – Valores de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico
(800MHz Amazônia
Celular)......................................................................................................................................59
TABELA 5.4 – Valores de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico
(900MHz Amazônia
Celular)......................................................................................................................................60
TABELA 5.5 – Valores de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico
(1800MHz Amazônia
Celular)......................................................................................................................................61
TABELA 5.6 – Valores de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico
(900MHz TIM).........................................................................................................................62
TABELA 5.7 – Valores de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico
(1800MHz TIM).......................................................................................................................63
TABELA 5.8 – Valores de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico
(900MHz OI)............................................................................................................................64
TABELA 5.9 – Valores de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico
(1800MHz OI)...........................................................................................................................65

IX
TABELA 5.10 – Cálculo da distância para uma pessoa em um apartamento do edifício ao
lado da estação..........................................................................................................................69
TABELA 5.11 – Cálculo de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico do
sistema irradiante de radiodifusão de sons e imagens da TV Liberal.......................................70
TABELA 5.12 – Valores de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico (TV
Liberal)......................................................................................................................................70
TABELA 5.13 – Cálculo da distância para uma pessoa em um apartamento do edifício ao
lado da estação..........................................................................................................................71
TABELA 5.14 – Cálculo de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico do
sistema irradiante de radiodifusão sonora em FM da FM Liberal............................................71
TABELA 5.15 – Valores de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico (FM
Liberal)......................................................................................................................................72
TABELA 5.16 – Cálculo de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico das
antenas indoor de 1800 MHz....................................................................................................75
TABELA 5.17 – Resultado dos cálculos e medições de densidade de potência, campo
magnético e campo elétrico das antenas indoor em 1800 MHz da Amazônia Celular.............76

X
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 2.1 – Circuito equivalente de uma antena receptora.................................................26


FIGURA 2.2 – Constante dielétrica relativa do sangue em função da freqüência...................32
FIGURA 2.3 – Condutividade específica do sangue em função da freqüência....................... 33
FIGURA 2.4 – Variação da profundidade de penetração em tecidos com a freqüência..........34
FIGURA 2.5 – Aquecimento relativo dos músculos e gordura em função da freqüência........35
FIGURA 3.1 – Limites de exposição a campo elétrico e densidade de potência em função da
freqüência de acordo com a Resolução 303 da ANATEL........................................................41
FIGURA 3.2 – Níveis de referência para exposição a campos elétricos variáveis no tempo.. 42
FIGURA 3.3 – Níveis de referência para exposição a campos magnéticos variáveis no
tempo.........................................................................................................................................42
FIGURA 4.1 – Limites para exposição a campos elétricos, para radiofreqüências acima de
100 kHz.....................................................................................................................................46
FIGURA 4.2 – Foto do Analisador de Espectro e da Sonda Isotrópica....................................49
FIGURA 5.1 – Planta de localização das estações e dos pontos de medição do primeiro
caso............................................................................................................................................50
FIGURA 5.2 – Cálculo do ângulo .........................................................................................57
FIGURA 5.3 – Gráfico com os valores de campo elétrico da faixa de 800MHz da Amazônia
Celular.......................................................................................................................................60
FIGURA 5.4 – Gráfico com os valores de campo elétrico da faixa de 900MHz da Amazônia
Celular.......................................................................................................................................61
FIGURA 5.5 – Gráfico com os valores de campo elétrico da faixa de 1800MHz da Amazônia
Celular.......................................................................................................................................62
FIGURA 5.6– Gráfico com os valores de campo elétrico da faixa de 900MHz da TIM.........63
FIGURA 5.7 – Gráfico com os valores de campo elétrico da faixa de 1800MHz da TIM......64
FIGURA 5.8 – Gráfico com os valores de campo elétrico da faixa de 900MHz da OI...........65
FIGURA 5.9 – Gráfico com os valores de campo elétrico da faixa de 1800MHz da OI.........66
FIGURA 5.10 – Planta de localização das estações e dos pontos de medição do segundo
caso............................................................................................................................................67
FIGURA 5.10 – Gráfico com os valores de campo elétrico da faixa de 174MHz – 180MHz da
TV Liberal.................................................................................................................................70

XI
FIGURA 5.11 – Gráfico com os valores de campo elétrico da freqüência 97,5MHz da FM
Liberal.......................................................................................................................................72
FIGURA 5.12 – Planta de Localização das micro-células e dos pontos de medição do terceiro
caso...........................................................................................................................................73
FIGURA 5.13 – Gráfico com os valores de campo elétrico da faixa de 180MHz da Amazônia
Celular.......................................................................................................................................76

XII
LISTA DE QUADROS

QUADRO 2.1 – Espectro de Radiofreqüências........................................................................29


QUADRO 2.2 – Freqüências e os principais efeitos biológicos...............................................30
QUADRO 5.1 – Dados da estação do primeiro caso (800MHz Amazônia Celular)................51
QUADRO 5.2 – Dados da estação do primeiro caso (900MHz Amazônia Celular)................52
QUADRO 5.3 – Dados da estação do primeiro caso (1800MHz Amazônia Celular).............52
QUADRO 5.4 – Dados da estação do primeiro caso (900MHz TIM)......................................53
QUADRO 5.5 – Dados da estação do primeiro caso (1800MHz TIM)....................................53
QUADRO 5.6 – Dados da estação do primeiro caso (900 MHz OI)........................................53
QUADRO 5.7 – Dados da estação do primeiro caso (1800 MHz OI)......................................54
QUADRO 5.8 – Dados da estação do segundo caso (174 – 180 MHz TV Liberal).................68
QUADRO 5.9 – Dados da estação do segundo caso (97,5MHz FM Liberal)..........................68
QUADRO 5.10 – Dados das micro-células do terceiro caso (1800MHz Amazônia Celular)..75

XIII
LISTA DE SIGLAS

ABRICEM Associação Brasileira de Conformidade Eletromagnética


AM Amplitude Modulada
ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações
ANSI American National Standards Institute
BWFN Beamwidth Between First Nulls
CEM Campos Elétricos, Magnéticos e Eletromagnéticos
CEMRF Campos Elétricos, Magnéticos e Eletromagnéticos, na faixa de
Radiofreqüências, entre 9 kHz e 300 GHz.
EHF Extremely High Frequency
EIRP Equivalent Isotropic Radiated Power – Potência Equivalente Isotropicamente
Irradiada
ELF Extremely Low Frequency
EMF Electric and Magnetic Fields
EMR Electric and Magnetic Radiation
ERB Estação Rádio Base
FM Freqüência Modulada
HF High Frequency
ICNIRP Internacional Commission on Non-Ionizing Radiation Protection
IEEE The Institute of Electrical and Electronics Engineers
INIRC Internacional Non-Ionizing Radiation Committee
IRPA International Radiation Protection Association
LF Low Frequency
MF Medium Frequency
MPE Máxima Exposição Permissível
OIT Organização Internacional do Trabalho
OMS Organização Mundial de Saúde
RF Radiofreqüência
RMS Root Mean Square
RNI Radiação Não Ionizante
SAR Specific Absorption Rate
SHF Super High Frequency

XIV
SLF Super Low Frequency
TV Televisão
UHF Ultra High Frequency
ULF Ultra Low Frequency
UNEP United Nations Environmental Programme
VHF Very High Frequency
VLF Very Low Frequency

XV
SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 18
2 – CONCEITOS BÁSICOS................................................................................................ 20
2.1 – Teoria Eletromagnética............................................................................................ 20
2.1.1 – Potência de irradiação ..................................................................................... 20
2.1.2 – Diretividade...................................................................................................... 21
2.1.3 – Ganho............................................................................................................... 23
2.1.4 – Impedância de uma antena ............................................................................... 23
2.1.5 – Antena em um Enlace de Comunicações ........................................................... 25
2.2 – Espectro de Radiofreqüência ................................................................................... 28
2.3 – Interação dos Campos Elétricos, Magnéticos e Eletromagnéticos com a Matéria ..... 29
2.3.1 – Materiais Dielétricos ........................................................................................ 31
2.3.2 – Constante Dielétrica dos tecidos....................................................................... 31
2.3.3 – Condutividade Específica dos Tecidos .............................................................. 32
2.3.4 – Profundidade de Penetração............................................................................. 33
2.3.5 – Taxa de Absorção Específica ............................................................................ 34
3 – NORMAS E LIMITES DE EXPOSIÇÃO A CAMPOS ELÉTRICOS, MAGNÉTICOS E
ELETROMAGNÉTICOS .................................................................................................... 37
3.1 – Norma ANSI/IEEE.................................................................................................. 38
3.2 – Norma ICNIRP........................................................................................................ 39
3.3 – Norma Nacional ...................................................................................................... 40
4 – DIRETRIZES GERAIS PARA A MEDIÇÃO................................................................ 45
4.1 – Escolha dos Pontos.................................................................................................. 45
4.2 – Procedimentos de Medição ...................................................................................... 45
4.3 – Procedimentos em Campo ....................................................................................... 48
4.4 – Instrumento utilizado............................................................................................... 49
5 – ESTUDO DE CASOS.................................................................................................... 50
5.1 – Caso 1: Compartilhamento de estrutura por operadoras de celular ........................... 50
5.1.1 – Limites de campo elétrico, magnético e densidade de potência de cada faixa de
freqüência, das operadoras do CASO 01. ..................................................................... 54

XVI
5.1.2 – Cálculo e medição dos níveis de campo elétrico, magnético e densidade de
potência nos quatro pontos, considerando a contribuição de cada setor de todas as
operadoras................................................................................................................... 56
5.1.2.1 – Faixa de 800 MHz da operadora Amazônia Celular.................................... 59
5.1.2.2– Faixa de 900 MHz da operadora Amazônia Celular..................................... 60
5.1.2.3 – Faixa de 1800 MHz da operadora Amazônia Celular.................................. 61
5.1.2.4 – Faixa de 900 MHz da operadora TIM......................................................... 62
5.1.2.5 – Faixa de 1800 MHz da operadora TIM....................................................... 63
5.1.2.6 – Faixa de 900 MHz da operadora OI............................................................ 64
5.1.2.7 – Faixa de 1800 MHz da operadora OI.......................................................... 65
5.1.3 – Considerações sobre os valores encontrados para o caso 01. ........................... 66
5.2 – Caso 2: Local multi-usuários (Transmissora de TV e Rádio FM) ............................. 66
5.2.1 – Limites de campo elétrico, magnético e densidade de potência de cada faixa de
freqüência, das operadoras do CASO 02. ..................................................................... 68
5.2.2 – Cálculo e medição dos níveis de campo elétrico, magnético e densidade de
potência originados da antena de radiodifusão de sons e imagens da operadora TV
Liberal na faixa de 174 MHz a 180 MHz ...................................................................... 69
5.2.3 – Cálculo e medição dos níveis de campo elétrico, magnético e densidade de
potência originados da antena de radiodifusão sonora em freqüência modulada da
operadora FM Liberal na freqüência de 97,5 MHz....................................................... 71
5.2.4 – Considerações sobre os valores encontrados para o caso 02. ........................... 72
5.3 – Caso 3: Micro células celulares................................................................................ 73
5.3.1 – Antena celular indoor da operadora Amazônia Celular na faixa de 1800 MHz . 74
5.3.2 – Considerações sobre os valores encontrados para o caso 03 ............................ 77
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 78
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................. 79

XVII
1 – INTRODUÇÃO

Há muito tempo se discute sobre os prováveis efeitos da radiação não-ionizante nos


seres humanos, tendo como principal fonte às estações transmissoras de radiocomunicação de
serviços de telecomunicações, vários países desenvolveram pesquisas e criaram legislações
próprias relacionadas a este assunto, neste trabalho será mostrada a legislação vigente em
alguns locais do mundo, incluindo o Brasil, tendo como enfoque principal, os valores do nível
de campo elétrico, magnético e densidade de potência que a população recebe em
determinados locais da região metropolitana de Belém.
Em 1974, a Associação Internacional de Proteção a Radiações (Internacional
Radiation Protection Association (IRPA)) organizou uma equipe de trabalho sobre Radiação
Não-Ionizante (RNI), a qual começou a investigar problemas originados pelos vários tipos de
RNI, três anos mais tarde esta equipe tornou-se a Comissão Internacional de Radiações Não
Ionizantes (International Non-Ionizing Radiation Committee (INIRC)).
A Divisão de Saúde Ambiental da Organização Mundial de Saúde (OMS) e a
IRPA/INIRC desenvolveram juntas vários documentos contendo critérios de saúde, como
parte do Programa de Critérios de Saúde Ambiental da OMS, patrocinado pelo Programa
Ambiental das Nações Unidas (United Nations Environmental Programme (UNEP)). Cada
documento inclui uma visão geral das características físicas, técnicas de medição e
instrumentação, fontes e aplicações de RNI. Estes critérios proporcionaram uma base de
dados científica para posterior desenvolvimento dos limites de exposição e dos procedimentos
relacionados a RNI.
No ano de 1992, em substituição a IRPA/INIRC, foi criada uma nova organização
científica internacional independente, a Comissão Internacional de Proteção contra as
Radiações Não-Ionizantes (International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection
(ICNIRP)), a qual tem como funções investigar os perigos que podem ser associados com as
diferentes formas de RNI, desenvolver diretrizes internacionais sobre limites de exposição a
RNI e também tratar de todos os aspectos da proteção a RNI.
Em 1998, a ICNIRP, anunciou as diretrizes que recomendam os limites de exposição à
Radiofreqüência, fornecendo grandes perspectivas de proteção para a população mundial.
Essas diretrizes vêm sendo amplamente adotadas em muitos países, se tornando padrões de
segurança mundial.

18
No Brasil, a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) é o órgão que
regulamenta o limite de exposição a RNI, o qual aderiu às normas do ICNIRP, como base
para sua regulamentação nacional. Essas normas de exposição internacionais foram
elaboradas com a finalidade de proteger os vários segmentos da população contra todos os
danos identificados, os quais são causados pela energia de radiofreqüência (RF). Cada país
adota níveis e limites próprios ou estabelecidos, à exposição de RF, de acordo com pesquisas
realizadas.
No capítulo 2 do presente trabalho será mostrada uma revisão da teoria
eletromagnética com descrição de alguns conceitos básicos e apresentação de fórmulas
fundamentais, serão apresentadas também considerações sobre a interação da radiação não-
ionizante com o corpo humano. O capítulo 3 mostrará algumas normas e limites de exposição
a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos originados de radiofreqüências. No
capítulo 4 serão apresentadas diretrizes gerais para as medições. O capítulo 5 apresentará os
procedimentos para os cálculos dos valores de campos elétricos, magnéticos e densidade de
potência das situações escolhidas para medição, apresentará também os valores medidos e
comparações desses valores calculados e medidos, com os limites atribuídos para cada serviço
de telecomunicação em questão, enfocando o atendimento aos níveis de exposição da
população geral e ocupacional à radiação não-ionizante Como parte final do trabalho teremos
conclusões a respeito da importância da abordagem do tema do presente trabalho assim como
sugestões de trabalhos futuros com o assunto em questão.

19
2 – CONCEITOS BÁSICOS

Para determinação dos níveis de referência de campo elétrico, campo magnético e da


densidade de potência, da radiação não-ionizante e apresentação da legislação vigente em
muitos paises, incluindo o Brasil, faz-se necessário uma revisão da teoria eletromagnética,
com a descrição de alguns conceitos fundamentais e determinação de algumas fórmulas
importantes.

2.1 – Teoria Eletromagnética

2.1.1 – Potência de irradiação

Em sistemas de telecomunicações ponto-a-ponto é comum desejar focalizar a potência


de transmissão em uma determinada direção onde se localiza o receptor, isto é feito para que a
eficiência do sistema aumente, pois a potência nas direções não desejadas é reduzida, como
exemplo desses sistemas pode-se citar, enlaces de microondas, comunicações via satélite e
sistemas celulares com uso de antenas diretivas.
Em outras situações onde se deseja transmitir a potência igualmente em todas as
direções em um plano horizontal, não há a necessidade de focalização da potência como é o
caso de radiodifusão e sistemas celulares com uso de antenas omnidirecionais [21].
A diretividade e o ganho são dois parâmetros muito usados, eles fornecem o quanto a
densidade de potência (vetor de Poynting) irradiada por uma antena qualquer, aumenta em
relação à densidade de potência de irradiador isotrópico, quando ambos são alimentados com
a mesma potência de transmissão [21].
A potência irradiada por uma antena é dada pela integral da densidade de potência em
uma superfície esférica imaginária em torno da antena, ou seja, a potência Pr por uma antena
qualquer é:

20
1
Pr   (| E |2  | H |2 )r 2d (2.1)
2

onde o elemento de ângulo sólido é, d  sen .d .d


Define-se intensidade de irradiação como:

1
U ( , )  Re( ExH *)r 2r´ (2.2)
2

A potência total irradiada é dada por:

Pr  U ( ,  )d (2.3)

A potência média é dada por:

1 Pr
U ave     
4 
U ( , ) d
4 (2.4)
Pr  4 .U ave

2.1.2 – Diretividade

A diretividade de uma antena fornece o valor relativo da intensidade de irradiação,


U ( , ) , da mesma em uma determinada direção, comparada com à intensidade de irradiação
de um radiador isotrópico ( U ave ) [21], e pode ser expressa pela razão:

U ( ,  ) 1
Re( ExH *).r´
U ( ,  ) r 2
2
D( ,  )   
U ave U ave Pr
2
r 4r 2

21
U ( ,  ) | F ( ,  ) |2 4
D ( ,  )    | F ( ,  ) |2
1 1 2 A
4 U ( , )d 4  | F ( , ) | d

(2.5)

onde o ângulo sólido do feixe da antena é:

2
A  | F ( , ) | d (2.6)

U ( ,  )
 A   d
Um
 A .U m   U ( ,  )d  PR
 A .U m  PR

O ângulo sólido do feixe de uma antena é o ângulo pelo qual toda a energia seria
irradiada se a intensidade de irradiação fosse constante e igual ao valor máximo Um [21], ou
seja:

PR  U m . A (2.7)

A intensidade máxima da diretividade é dada por D,

Um U 4U m
D  m 
U ave PR U m  A
4
4
D (2.8)
A

onde

22
2
A 
Aem

portanto:

4
D Aem (2.9)
2

2.1.3 – Ganho

Quando o transmissor entrega uma potência a uma antena, parte desta energia é
irradiada na forma de onda eletromagnética que chega até o receptor e a outra parte será
perdida na forma de calor como no caso das antenas filamentares, ou ainda devido à
desfocalização proveniente da rugosidade da superfície no caso das antenas parabólicas [21].
O ganho de uma antena é definido como:

G  eD (2.10)

onde a eficiência ´e´ é dada por:

PR Potência irradiada pela antena


e  (2.11)
Pin Potência de entrada na antena

O ganho está relacionado com a potência efetiva irradiada isotropicamente, levando


em consideração as perdas.

2.1.4 – Impedância de uma antena

23
Toda antena apresenta em seus terminais uma corrente e uma tensão, se pode definir e
calcular a impedância de entrada de uma antena como:

Z in  Rin  jX in (2.12)

A resistência que relaciona a potência dissipada na forma de calor mais a potência


irradiada é Rin, que é dada pela soma da resistência de irradiação. A potência Pin, isto é, a
potência entregue à mesma antena é a soma da potência dissipada no fio da antena na forma
de calor mais a potência irradiada e pode ser expressa por [21]:

1
Pin  Rin | I in |2 (2.13)
2

onde I in é o valor RMS da corrente na entrada da antena.

A potência de entrada é a soma da potência dissipada, Pohmica, e da potência irradiada,


Pr. Pode-se definir uma resistência hipotética, Rri, chamada de resistência de irradiação, a qual
está relacionada com a potência irradiada pela antena, esta potência pode ser representada
pela equação que relaciona a corrente com a resistência de irradiação, Rri, [21],

1
Pr  Rri | I in |2
2

A perda ôhmica no fio está relacionada com a resistência ôhmica pela equação:

1
Pôhmica  Rôhmica | I in |2 (2.14)
2

A equação (2.37), poderá ser escrita como:

1 1
Pin  Pr  Pôhmica  Rri | I in |2  Rôhmica | I in |2 (2.15)
2 2

A resistência de irradiação, Rri, pode ser dada por:

24
2 Pr
Rri  (2.16)
| I in |2

A resistência, Rôhmica, pode ser dada por:

2 Pôhmica 2( Pin  Pr )
Rôhmica   (2.17)
| I in |2 | I in |2

Pode-se calcular a eficiência de uma antena em função das resistências de irradiação e


da resistência ôhmica, a partir da equação (2.11):

Pr Pr
e 
Pin Pr  Pôhmica
1
Rri | I in |2
e 2
1 1
Rri | I in |2  Rôhmica | I in |2
2 2

Finalmente a eficiência é dada por:

Rri R
e  ri (2.18)
Rri  Rôhmica Rin

2.1.5 – Antena em um Enlace de Comunicações

Considera-se uma antena com impedância de entrada Z in  Rin  jX in e impedância

de carga Z L  R L  jX L , como mostrado na (FIGURA 2.1) a corrente de entrada pode ser


dada por:

25
V
I in  (2.19)
Zin  Z L

FIGURA 2.1 – Circuito equivalente de uma antena receptora [21].

Quando há casamento de impedância, isto é, Z L  Rin  jX in a potência transferida

para a carga é dada por:

1
Pr  | I in |2 RL (2.20)
2

Quando desprezamos as perdas ôhmicas ( Rôhmica  0 ) e fazemos Rin  R ri  R L ,

tem-se:

V
I in 
2 Rin
1 1 | V |2 1 | V |2
Pr  | I in | 2 R L  R ri  Rri
2 2 (2 Rin ) 2 2 4 Rri 2
2
1 | V | 2 Vrms
Pr   (2.21)
2 4 Rri 4 R ri

Segue-se:

2
Pr Vrms
Aem   (2.22)
S av 4 Rri S av

26
como Vrms  Erms .z , logo tem-se a densidade de potência em função do campo elétrico:

2
Erms
S av  (2.23)

Considerando uma antena com perdas, tem-se substituindo a equação (2.9) em (2.10),
tem-se

4
G e. Aem (2.24)
2

definindo a área efetiva, Ae, como:

Ae  eAem (2.25)

4
G Ae (2.26)
2

Para uma antena isotrópica, pode-se calcular a densidade de potência em uma distância
r usando a expressão:

PT
S ave  (2.27)
4r 2

onde PT é a potência de transmissão.


Para uma antena não isotrópica com diretividade DT na direção do máximo ganho, a
densidade de potência a uma distância r do transmissor, considerando as perdas do sistema, é
dada por:

PT GT
S ave  (2.28)
4r 2 .LT

A potência efetiva irradiada isotropicamente (EIRP) é definida como:

27
PT GT
EIRP  (2.29)
LT

Portanto, a densidade de potência será calculada pela equação (2.30):

EIRP .2,56
S (2.30)
4r 2

onde o valor 2,56 é o valor de fator de reflexão, que leva em conta a possibilidade de que
campos refletidos possam se adicionar em fase ao campo incidente direto [1].
Em se tratando de ondas planas a densidade de potência expressa em (2.30) se
relaciona com a intensidade de campo elétrico (E) e a intensidade de campo magnético (H)
[10], pela expressão:

E2
S  .H 2 (2.31)

onde  é a impedância intrínseca do meio de propagação. Para o espaço livre   377  .

2.2 – Espectro de Radiofreqüência

Com a teoria eletromagnética desenvolvida na seção anterior, a definição de espectro


de radiofreqüências faz-se necessário. O espectro de radiofreqüência é a divisão e alocação
em faixas de freqüências dos serviços de telecomunicações existentes no mundo, ele foi
padronizado internacionalmente, os grupos de radiofreqüências, com os principais exemplos
de serviços e seus comprimentos de onda são fornecidos na TABELA 2.1:

28
COMPRIMENTO
FAIXA DESIGNAÇÃO PRINCIPAIS SERVIÇOS
DE ONDA

3kHz - VLF - Very Radionavegação e Móvel


100km - 10km
30kHz Low Frequency Marítimo

30kHz - LF - Low
Telefone Fixo 10km - 1km
300kHz Frequency

300kHz - MF - Medium
Radiodifusão AM 1km - 100m
3MHz Frequency

3MHz - HF - High
Radioamador 100m - 10m
30MHz Frequency

30MHz - VHF - Very Radiodifusão de Sons e


10m - 1m
300MHz High Frequency Imagens (TV), e FM

Radiodifusão de Sons e
300MHz - UHF - Ultra
Imagens (TV) e Móvel 1m - 100mm
3GHz High Frequency
Celular

3GHz - SHF - Super Enlace de Microondas e Via


100mm - 10mm
30GHz High Frequency Satélite

EHF -
30GHz - Transmissão Via Fibra
Extremely High 10mm - 1mm
300GHz Óptica
Frequency
QUADRO 2.1 – Espectro de Radiofreqüências [24].

2.3 – Interação dos Campos Elétricos, Magnéticos e Eletromagnéticos com a Matéria

Nesta seção serão apresentados alguns conceitos da interação dos campos elétricos,
magnéticos e eletromagnéticos com a matéria, onde os mesmos são provenientes de fontes de
radiação não-ionizante.
Para que a radiação eletromagnética possa produzir algum efeito, em um tecido ou em
qualquer outra substância é necessário que haja transferência de energia desta radiação para o

29
meio, e que esta energia seja absorvida. Os efeitos desta absorção no tecido humano são de
naturezas térmicas ou não térmicas, dependendo se os efeitos são devidos à decomposição de
calor ou devido à interação direta do campo com as substâncias, sem transferência
significativa de calor. Os fatores mais importantes, para a absorção das ondas são: constante
dielétrica, condutividade, geometria, e conteúdo de água do meio [11].
A TABELA 2.2 relaciona a freqüência e os principais efeitos biológicos em função da
penetração das ondas elétricas, magnéticas e eletromagnéticas no tecido humano.

LOCAL DE PRINCIPAL
COMPRIMENTO
FREQUENCIA MAIOR EFEITO
DE ONDA
EFEITO BIOLÓGICO

Aquecimento
> 10 GHz < 3 cm Pele da superfície da
pele

Aquecimento
da pele com
10 GHz 3 cm Pele
sensação de
calor

Camadas Lentes dos


10 GHz – 3 superficiais a olhos e
3 cm – 10 cm
GHz pele e Lentes testículos são
dos olhos sensíveis
Formação de
Lentes dos cataratas e
3 GHz – 1 GHz 10 cm – 30 cm
olhos danos aos
testículos

Prejuízos aos
1.2 GHz – 150 Órgãos órgãos internos
25 cm – 200 cm
MHz internos por sobre-
aquecimento

O corpo é
< 150 MHz > 200 cm -
transparente

QUADRO 2.2 – Freqüências e os principais efeitos biológicos [10].

30
2.3.1 – Materiais Dielétricos

Sabe-se que um material dielétrico não contém cargas livres capazes de se moverem
sob a ação de um campo elétrico externo aplicado. No entanto as cargas positivas e negativas
em moléculas dielétricas podem ser separadas pela ação do campo, ocorrendo isso, o material
fica polarizado. A relação entre a intensidade do campo elétrico E, em um material dielétrico
é dado por [11]:

0E  D  P (2.32)

onde  0 é a permissividade do vácuo, D é o vetor deslocamento, associado com cargas livres

e P é o vetor polarização, associado com as cargas de polarização.


Nos dielétricos de classe A, onde o material é isotrópico e homogêneo, P é paralelo a
E, onde P   0 E sendo  a suscetibilidade elétrica. Dessa forma:

D   0 (1   ) E
(2.33)
D   r 0 E

onde  r é a constante dielétrica relativa, ou coeficiente dielétrico. O valor de  r varia com a


freqüência, a temperatura e com o material.
Uma equação similar descreve a relação entre a indução magnética B, em um meio
isotrópico, com o campo magnético externo H, tem-se:

B  K m 0 H (2.34)

onde Km e 0 são a permeabilidade magnética relativa e a do vácuo, respectivamente.

2.3.2 – Constante Dielétrica dos tecidos

31
Os valores das constantes dielétricas de diferentes tecidos dependem da constituição
dos mesmos, da freqüência e em caso de moléculas polares, também da temperatura. Em
relação à água, que é uma molécula polar, a constante dielétrica relativa é 81 para baixas
freqüências, devido à inércia rotacional dos dipolos elétricos com o campo externo [11].
A constante dielétrica relativa do sangue é mostrada na FIGURA 2.2 em função da
freqüência.

FIGURA 2.2 – Constante dielétrica relativa do sangue em função da freqüência [14].

Nos tecidos gordurosos, a constante dielétrica é baixa, assim por exemplo a 900 MHz,
um tecido adiposo com 10% de água possui  r  4 enquanto com 50% de água o mesmo
tecido possui  r  12 . Devido a esta variação com a concentração de água é difícil prever o
comportamento dielétrico dos tecidos em experiências de laboratório. A dependência com a
temperatura é da ordem de 2% / ºC [11].

2.3.3 – Condutividade Específica dos Tecidos

A condutividade dos tecidos varia de forma significativa com a freqüência para


valores acima de 1 GHz, como se observa na FIGURA 2.3, para o sangue. Este gráfico mostra
o comportamento de tecidos com alto grau de água.
Em tecidos gordurosos, existe uma dependência linear entre o conteúdo de água e a
condutividade de 4 mS/cm enquanto para outro com 60% de água a condutividade é 40
mS/cm, valores estes que sempre variam com a freqüência [11].

32
FIGURA 2.3 – Condutividade específica do sangue em função da freqüência [14].

A potência absorvida por unidade de volume, Pa, por uma onda incidente com o campo
elétrico E e um tecido de condutividade  , é dada por:

 | E |2
Pa  (2.35)
2

Por exemplo, nos tecidos com 6% de água, à freqüência de 900 MHz, a condutividade
é   4mS / cm , com 60% de água tem-se,   40mS / cm . Desta forma para a mesma
intensidade da onda incidente, a potência absorvida é 10 vezes maior para os tecidos com
maior concentração de água [11].

2.3.4 – Profundidade de Penetração

Entende-se por Efeito Skin ou Efeito Pelicular , como sendo a profundidade em uma
substância na qual a amplitude da radiação é reduzida em 1/e (37%) do valor incidente, e a
densidade de potência, em 1/e2 ou seja a 13,5%, portanto 86,5% da energia é dissipada na
película de espessura  [11].
Essa profundidade é função da substância e da freqüência da radiação incidente. A
FIGURA 2.4 mostra a dependência típica para os tecidos vivos, mostrando que  diminui
com o aumento da freqüência. A relação entre a profundidade de penetração  , com a
freqüência é dada por:

33
1
  2
    (2.36)
 f 

onde  é a resistividade .m e  é a permeabilidade magnética do tecido.

FIGURA 2.4 – Variação da profundidade de penetração em tecidos com a freqüência [14].

2.3.5 – Taxa de Absorção Específica

Uma das grandezas físicas de maior interesse na quantificação de limites básicos de


exposição às radiações eletromagnéticas é a Specific Absoption Rate (SAR) – Taxa de
Absorção Específica.
Essa grandeza representa a taxa de potência absorvida por unidade de massa e é dada
em watt por quilo W / kg  e é usada em medidas ou cálculos de corpo-presente. Ela
representa a média espacial sobre toda a massa exposta a radiações de freqüências maiores
que 10 MHz, porque para freqüências menores o conceito de SAR perde o significado, visto
que os efeitos biológicos resultantes da exposição humana, são melhores correlacionadas com
as densidades de corrente resultantes no corpo [11].
A SAR é também considerada como sendo a variação no tempo do aumento da energia
absorvida, dW num elemento de volume dV de massa dm, e densidade  , e é dado por:

34
d  dW  d  dW 
SAR     
dt  dm  dt  dV  (2.37)
 
SAR    | E |2
 2 

onde  é a condutividade da massa do corpo onde é absorvida a radiação.


Observa-se que a SAR é diretamente proporcional ao aumento local de temperatura,
responsável pelos efeitos térmicos, ou seja:

dT  1  [ºC/s] (2.38)
 SAR
dt  C p 

onde T é a temperatura e Cp é o calor específico do tecido [J/kg.ºC].


Para exposição do corpo inteiro, pode-se considerar a SAR média, porque em
diferentes locais como mãos, punhos, tornozelos e pés este valor de SAR é diferente, a SAR
será a relação entre a potência total absorvida pelo corpo e sua massa.
Na FIGURA 2.5, percebe-se que o aquecimento relativo, devido a SAR, é menor no
tecido gorduroso do que nos músculos, devido à diferença do conteúdo de água, portanto o
aquecimento do músculo decai exponencialmente com a penetração.

FIGURA 2.5 – Aquecimento relativo dos músculos e gordura em função da freqüência [14].

A dependência da freqüência da SAR pode ser dividida em três partes. Na região de


mais baixa freqüência, abaixo de 30 MHz, a energia de absorção diminui rapidamente com a
diminuição da freqüência. Os efeitos não térmicos são predominantes na região
principalmente de freqüências muito baixas (< 300 kHz).

35
Na região de ressonância, entre (30 MHz e 400 MHz), o tamanho do corpo e o
comprimento de onda são da mesma ordem de grandeza e por isso a absorção da radiação é
maior e os efeitos térmicos predominam.
Nas regiões de maiores freqüências, (> 400 MHz),  é menor, a penetração da
radiação é menor, e pode ocorrer a produção de locais sobre-aquecidos em regiões do corpo,
como por exemplo, na cabeça.

36
3 – NORMAS E LIMITES DE EXPOSIÇÃO A CAMPOS ELÉTRICOS,
MAGNÉTICOS E ELETROMAGNÉTICOS

Com a teoria eletromagnética desenvolvida anteriormente, a apresentação do espectro


de radiofreqüências e com o conhecimento sobre os conceitos da interação dos campos
elétricos, magnéticos e eletromagnéticos com a matéria, tem-se um conjunto de informações,
as quais serão de muita importância para a apresentação da legislação vigente em muitos
países, incluindo o Brasil, mostrando os limites de exposição à radiação não-ionizante nos
mesmos.
As normas de exposição internacionais são elaboradas para proteger a população em
geral e os trabalhadores ocupacionais contra os danos da radiação não ionizante, proveniente
da radiofreqüência. A população ocupacionalmente exposta compreende adultos que estão
geralmente expostos a condições conhecidas e são treinados para estarem atentos aos riscos
potenciais e tomar as precauções apropriadas. Em contraste, o público em geral consiste de
pessoas de todas as idades e estados de saúde e pode incluir grupos ou indivíduos
particularmente suscetíveis. Em muitos casos, essas pessoas não têm consciência de sua
exposição aos campos eletromagnéticos (CEM). Além do que, não se pode esperar que
indivíduos do público em geral tomem precauções para minimizar ou evitar a exposição. É
sobre estas considerações que se baseia a adoção de restrições mais rigorosas para a exposição
do público em geral, do que para a população exposta ocupacionalmente.
As restrições aplicáveis a efeitos biológicos da exposição a CEM baseiam-se em
efeitos bem fundamentados sobre a saúde e são denominadas restrições básicas. Dependendo
da freqüência, as grandezas físicas usadas para especificar as restrições básicas sobre a
exposição a CEM variam, podem ser a densidade de corrente, a SAR ou a densidade de
potência. A proteção contra efeitos prejudiciais à saúde requer que estas restrições básicas não
sejam excedidas.
Níveis de referência de exposição são fornecidos para comparação com valores
medidos de grandezas físicas. A concordância com todos os níveis de referência, garante a
concordância com as restrições básicas. No caso dos valores medidos serem maiores do que
os níveis de referência, isso não significa necessariamente que as restrições tenham sido
excedidas, mas uma análise mais detalhada torna-se necessária para avaliar a concordância
com as restrições básicas.

37
Cada país adota normas e regulamentações sobre os níveis permitidos de exposição, de
acordo com pesquisas e níveis medidos. Devido a enormes diferenças entre as normas e a
crescente preocupação pública sobre os possíveis efeitos adversos da exposição a um número
e variedade crescentes de fontes de campos eletromagnéticos, a OMS através do
“International EMF Project” iniciou um programa em 1996 com previsão de conclusão neste
ano de 2007, com a finalidade de facilitar o desenvolvimento de padrões de seguranças
internacionais [22].
Internacionalmente, como já foi mencionado, cada país através de comitês formados
por órgãos governamentais e não governamentais elaborou sua norma e regulamentações
propondo determinados limites de segurança, alguns desses regulamentos e normas serão
apresentados a seguir.

3.1 – Norma ANSI/IEEE

As normas IEEE C95.1-1991 determinam a Máxima Exposição Permissível (MPE) do


ser humano à radiação eletromagnética na faixa de freqüência entre 3kHz e 300GHz em
ambientes controlados e não controlados, a fim de prevenir efeitos adversos à saúde. Essas
normas substituem as ANSI C95.1 de 1982 e incluem informações sobre como foram obtidos
os valores recomendados e os fatores considerados [16].
A TABELA 3.1 apresenta os valores de MPE para ambientes não controlados da
C95.1-1991, em vigor nos Estados Unidos desde 1991. Desde então, estas normas receberam
uma única alteração, com a incorporação de alguns requisitos referentes a procedimento de
medida e cálculos de médias, na norma suplementar C95.1a-1998, que se encontra em vigor
desde 1999.

TABELA 3.1
Valores de Máxima Exposição Permitida (MPE) para campos eletromagnéticos, para ambientes não controlados
indicados nas normas ANSI/IEEE C95.1-1991 [22].

Densidade de
Campo Campo Tempo Médio
Potência
Faixa de Freqüência Elétrico Magnético
(V/m) (A/m) E H |E|²,S |H|²
(mW/cm²) (minutos)
3kHz – 100kHz 61,4 163 100 1000000 6 6

38
100kHz - 1,34MHz 61,4 16,3/f 100 104/f² 6 6
4
1,34MHz – 3MHz 823,8/f 16,3/f 180/f² 10 /f² f²/0,3 6
4
3MHz – 30MHz 823,8/f 16,3/f 180/f² 10 /f² 30 6
30MHz – 100MHz 27,5 158,3/f1,668 0,2 94x104/f3,336 30 0,0636f1,337
100MHz – 300MHz 27,5 0,0729 0,2 30 30
300MHz – 3GHz - - f/1500 30 -
4
3GHz – 15GHz - - f/1500 9x10 /f -
3 1,2
15GHz – 300GHz - - 10 616x10 /f -

Considera-se que o valor de f é dado em Hz. Nas freqüências entre 100 kHz e 6 GHz,
os valores de MPE, para intensidade de campos eletromagnéticos, podem ser excedidos em
ambientes não controlados se os valores da SAR média de corpo inteiro forem menores do
que 0,08 W/kg e os valores de pico não excederem 1,6 W/kg (considerando-se 1g de tecido
com o volume em forma de cubo), exceto para as mãos, punhos, pés e tornozelos, quando este
valor não deve exceder de 4 W/kg (considerando-se 10 g de tecido com o volume em forma
de cubo). De acordo com a TABELA 3.1, os limites de SAR que a C95.1 especifica devem
ser tomados num período mínimo de 30 minutos, tanto para exposição global quanto para a
local [22].

3.2 – Norma ICNIRP

Em 1998, foram publicadas as diretrizes do ICNIRP para limitar a exposição a campos


elétricos, magnéticos e eletromagnéticos variando no tempo até 300 GHz. Esse comitê foi
criado em 1992, no VIII Congresso Internacional da IRPA, para investigar os possíveis danos
à saúde relacionados a RNI e apresentar as diretrizes que limitariam a exposição a RNI e
determinariam as medidas de proteção, a ICNIRP recebeu auxilio da OMS, do Programa
Ambiental das Nações Unidas e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e suporte de
alguns governos, como por exemplo, o da Alemanha [22].
A TABELA 3.2 apresenta os níveis de referencia para exposição a RNI em ambientes
controlados e não controlados estabelecidos pela ICNIRP. Como são observáveis, os valores
limitantes para a exposição da população em geral representam 1/5 dos valores para a

39
exposição ocupacional, a qual ocorre em ambientes controlados e com utilização de
equipamentos de proteção.

TABELA 3.2
Níveis de referência para exposição a RNI em ambientes controlados e não controlados [15].

Ambiente Controlado (Exposição Ocupacional)

Campo Campo Indução Densidade


Faixa de Freqüência Elétrico Magnético Magnética de Potência
(V/m) (A/m) (mT) (W/m²)
0,065MHz – 1MHz 610 1,6/f 2/f -
1MHz – 10MHz 610/f 1,6/f 2/f -
10MHz – 400MHz 61 0,16 0,2 10
400MHz – 2GHz 3f1/2 0,008f1/2 0,01f1/2 f/40
2GHz – 300GHz 137 0,36 0,45 50
Ambiente Não Controlado (Exposição da População em Geral)
0,15MHz – 1MHz 87 0,73/f 0,92/f -
1/2
1MHz – 10MHz 87/f 0,73/f 0,92/f -
10MHz – 400MHz 28 0,073 0,092 2
1/2
400MHz – 2GHz 1,375f 0,0037f1/2 0,0046f1/2 f/200
2GHz – 300GHz 61 0,16 0,2 10

Considera-se que o valor de f é dado em Hz e que a SAR limiar é a mesma da C95.1,


para exposição de corpo inteiro (0,08 W/kg). A diferença é que, ao invés de ser 30 minutos no
tempo de exposição, a ICNIRP adota 6 minutos e o peso da amostra tomada passa a ser de
10g [22].

3.3 – Norma Nacional

No Brasil, a primeira proposta, a nível nacional, de normatizar a exposição a RNI


surgiu em julho de 1999, com a decisão da ANATEL de adotar, como referência provisória,
os mesmo limites propostos pela ICNIRP. O documento foi então traduzido para o português
pela Associação Brasileira de Compatibilidade Eletromagnética (ABRICEM). Em 02 de julho
de 2002 entrou em vigor a Resolução Nº 303 da ANATEL com o “Regulamento sobre

40
Limitação da Exposição a Campos Elétricos, Magnéticos e Eletromagnéticos na Faixa de
Radiofreqüências entre 9 kHz e 300 GHz”, que estabelece, além dos limites à exposição à
RNI, métodos de avaliação e procedimentos para licenciamento das estações de
telecomunicação. O conteúdo deste regulamento tem bases nas diretrizes da ICNIRP e nas
contribuições recebidas em decorrência de duas consultas públicas realizadas em abril e maio
de 2001. Os limites não sofreram alteração em relação aos valores determinados pela ICNIRP
[10].
A FIGURA 3.1 ilustra os limites de campo elétrico (V/m) e de densidade de potência
(W/m²), para exposição ocupacional e da população em geral, em conformidade com a
resolução 303 da ANATEL.

FIGURA 3.1 – Limites de exposição a campo elétrico e densidade de potência em função da freqüência de
acordo com a Resolução 303 da ANATEL [10].

41
FIGURA 3.2 – Níveis de referência para exposição a campos elétricos variáveis no tempo [15].

FIGURA 3.3 – Níveis de referência para exposição a campos magnéticos variáveis no tempo [15].

42
A TABELA 3.3 mostra as restrições básicas para exposição a CEMRF, na faixa de
radiofreqüências entre 9 kHz e 10 GHz. Na aplicação da mesma devem ser considerados
alguns aspectos como: a incógnita f é o valor da radiofreqüência, dada em hertz, as densidades
de corrente devem ser calculadas pela média tomada sobre uma seção transversal de 1 cm²
perpendicular à direção da corrente, para radiofreqüências até 100 kHz, as restrições básicas,
em valores de pico da densidade de corrente, podem ser obtidos multiplicando-se o valor
eficaz (RMS) por 2 , para emissões de sinais pulsados, com pulsos de duração tp, a
radiofreqüência equivalente a ser usada nas restrições básicas deve ser calculada pela
expressão f = 1/(2tp), todos os valores de SAR devem ter sua média temporal avaliada ao
longo de qualquer período de 6 (seis) minutos e no cálculo do valor médio da SAR localizada
deve ser utilizada uma massa de 10 (dez) gramas de tecido, sendo assim o valor máximo da
SAR deve ser inferior ao valor correspondente na TABELA 3.3 [4].

TABELA 3.3
Restrições Básicas para exposição a CEMRF, na faixa de radiofreqüências entre 9 kHz e 10 GHz [4].

Densidade
SAR - SAR -
de SAR -
Média do localizada
Características Faixa de Corrente localizada
corpo cabeça e
de exposição Radiofreqüências p/ cabeça e membros
inteiro tronco
tronco (W/kg)
(W/kg) (W/kg)
(mA/m²)
9kHz - 100kHz f/100 - - -
Exposição
100kHz - 10MHz f/100 0,4 10 20
Ocupacional
10MHz - 10GHz - 0,4 10 20
Exposição da 9kHz - 100kHz f/500 - - -
população em 100kHz - 10MHz f/500 0,08 2 4
geral 10MHz - 10GHz - 0,08 2 4

A TABELA 3.4 apresenta as Restrições Básicas para limitação da exposição a


CEMRF para radiofreqüências entre 10 GHz e 300 GHz, em termos de densidade de potência
da onda plana equivalente. Na aplicação da mesma devem ser considerados alguns aspectos
como: os valores de densidade de potência da onda plana equivalente indicada, os quais
representam valores médios calculados sobre 20 cm² de qualquer área exposta e num período
qualquer de 68/f 1,05 m (f é a freqüência, em GHz) e as médias espaciais máximas dos valores
de densidade de potência da onda plana equivalente, calculadas sobre 1 cm² de qualquer área
exposta, não deve ser maior do que 20 vezes os valores indicados [4].

43
TABELA 3.4
Restrições Básicas para densidade de potência, para radiofreqüências entre 10 GHz e 300 GHz [4].

Densidade de
potência da
Características de
onda plana
exposição
equivalente
(W/m²)

Exposição
50
Ocupacional

Exposição da
10
população em geral

Os municípios como Campinas, São José dos Campos, Porto Alegre, Belo Horizonte,
Criciúma e outros, já estabeleceram legislação municipal relativa à emissão de RNI pelas
antenas transmissoras, de telefonia celular e de radiodifusão, como TV e FM [22].

44
4 – DIRETRIZES GERAIS PARA A MEDIÇÃO

4.1 – Escolha dos Pontos

Para escolha dos pontos de medição, é necessário, um estudo prévio, das informações
disponíveis sobre as estações objeto de avaliação. Este estudo inclui a estimativa teórica dos
campos elétricos e magnéticos e da densidade de potência esperados nos pontos mais
importantes e de maior exposição à radiação nos setores irradiados pelas antenas
transmissoras. Os pontos mais críticos são aqueles acessíveis ao público nas proximidades das
antenas emissoras e os situados nas direções de maior ganho das antenas.

4.2 – Procedimentos de Medição

Com base nas recomendações do ICNIRP, utilizada pela ANATEL, as seguintes


diretrizes gerais foram estabelecidas para a realização das medições:

 Todas as medições devem ser efetuadas com equipamentos devidamente calibrados,


dentro das especificações do fabricante e devem abranger a faixa de radiofreqüências
de interesse. O equipamento utilizado para as medições é o medidor de faixa estreita
com a sonda isotrópica [4].
 Na demonstração do atendimento aos limites de exposição por meio de medições,
devem-se considerar as incertezas e os erros especificados pelo fabricante do
instrumento utilizado [4].
 A sonda isotrópica do equipamento deve ser posta em um local onde minimize o efeito
do corpo de qualquer pessoa próxima à mesma [18].
 Para evitar acoplamentos capacitivos e mudança da impedância dos sensores, a sonda
deve ser mantida a uma distância segura de qualquer estrutura metálica ou outros
corpos, esta distância é de 3 vezes a maior dimensão do sensor [18].

45
 No caso das estações de rádio base, a mesma deve estar com todos os seus canais RF
transmitindo no momento da medição. Se a medição não for realizada em horário de
tráfego intenso ocorrerá à necessidade de forçar a entrada de algumas portadoras para
que o tráfego nos demais canais se aproxime do máximo [18].
 No caso de antenas omnidirecionais deve ser considerado pelo menos um ponto de
medição escolhido para maximização do sinal medido e, em caso de antenas
setorizadas, nas mesmas condições, um ou mais pontos de medição em um ou mais
setores [18].
 Os valores de CEMRF medidos, quando utilizados para avaliação do atendimento aos
limites de exposição, tanto ocupacional quanto da população em geral, para
radiofreqüências até 10 GHz, devem ser a média temporal em qualquer intervalo de 6
(seis) minutos [4].
 Na avaliação do atendimento aos valores de pico indicados na FIGURA 4.1, deve ser
determinado o valor máximo do campo elétrico no local que está sendo avaliado. O
valor assim obtido deve ser inferior aos limites estabelecidos na FIGURA 4.1. Este
valor pode ser superior aos valores constantes da TABELA 3.2, desde que o valor
médio da intensidade de campo, em qualquer período de 6 (seis) minutos, seja inferior
[4].

FIGURA 4.1 – Limites para exposição a campos elétricos, para radiofreqüências acima de 100 kHz [4].

46
 Se forem efetuadas medições de faixa estreita, as componentes das polarizações
ortogonais dos campos devem ser medidas separadamente, para determinação do
campo total resultante. Em virtude das dimensões físicas das antenas normalmente
utilizadas e da necessidade de se medir campos próximos ao solo, cuidados adicionais
devem ser tomados ao se efetuar medidas de faixa estreita do nível médio do campo
espacial [4].
 Em alguns casos, devido a reflexões e à distribuição do campo próximo a antenas, as
exposições a CEMRF não são uniformes ao longo do corpo do indivíduo exposto. O
requisito de que os campos sejam avaliados em termos da média espacial é uma
tentativa para compensar esta não uniformidade [4].
 Mesmo exposições não uniformes podem ser avaliadas determinando-se a média
espacial das densidades de potência. Entretanto, casos de exposição excessivamente
não uniforme podem ocorrer, quando apenas uma determinada parte localizada do
corpo é exposta [4].
 Na avaliação da exposição, nos casos em que ela não é uniforme, considera-se que os
limites da SAR localizada não serão excedidos se o valor de pico do campo elétrico,
no local sob análise, não exceder a 25 vezes os limites de exposição constantes da
TABELA 3.2, que são valores médios no espaço e no tempo [4].
 Na realização de medições, a interação entre os CEMRF incidentes e o corpo da
pessoa efetuando as medições deve ser levada em consideração. Essa interação é mais
acentuada na faixa de radiofreqüências entre 30 MHz e 300 MHz, mas pode ocorrer
em todo o espectro. Essas interações campo-corpo podem levar a indicações errôneas
do campo real e exposição, que existiria sem o efeito perturbante do corpo [4].
 Durante as medições para demonstrar o atendimento aos limites de exposição, áreas
altamente localizadas, com campos relativamente intensos, podem ser encontradas.
Estas áreas são conhecidas como pontos quentes e são normalmente encontradas nas
imediações de objetos condutores, pelo efeito de re-radiação, ou em áreas distantes de
objetos condutores, mas nas quais existe uma concentração de campos causada por
reflexões ou feixes estreitos produzidos por antenas diretivas de alto ganho. Os pontos
quentes normalmente levam a situações de exposição não uniforme [4].
 A sonda a ser utilizada em uma determinada medição deve abranger a faixa de
freqüência que englobe as radiofreqüências das fontes emissoras relevantes. A
resposta da sonda pode ser plana para toda a faixa de radiofreqüências especificada ou
47
podem ser utilizadas sondas cuja resposta se ajuste à curva dos limites de exposição
dentro da faixa de radiofreqüências especificada. Estas últimas apresentam uma saída
que é diretamente proporcional à porcentagem do limite de exposição e são muito
úteis na avaliação de locais onde existam campos de diversas radiofreqüências [4].
 Normalmente, o elemento interno de uma sonda para medição de CEMRF é sensível
aos campos elétrico e magnético. Os sensores das sondas fazem uso de diodos ou
termopares para detectar CEMRF e usualmente são parte de um conjunto incluindo
uma antena dipolo ou um laço [4].
 Na realização de medições, deve ser obedecida distância mínima entre a fonte de
CEMRF a ser medida e a superfície mais próxima de um elemento interno da sonda,
que evite a interação ou o acoplamento entre os equipamentos medidor e emissor [4].

4.3 – Procedimentos em Campo

Antecedendo as medições propriamente ditas, cujos procedimentos e metodologias


foram descritos anteriormente, alguns passos devem ser seguidos. O primeiro é o
reconhecimento da estação transmissora. Esse reconhecimento começa pela verificação da
consistência dos dados disponíveis com as instalações encontradas em campo:

 Mapa de localização da estação;


 Dados da estação transmissora (torre, antenas, altura, setores, cálculo de EIRP por RF,
azimutes, etc.).

A confirmação da escolha dos pontos de medição passa pela avaliação sumária dos
campos eletromagnéticos presentes no local, com a sonda isotrópica, na área das antenas. Os
pontos preferenciais para a medição estão situados dentro dos lóbulos principais do diagrama
de irradiação horizontal e vertical da antena de transmissão ou em áreas pré-estabelecidas para
medição. A localização bem definida em relação ao diagrama de irradiação da antena facilita
estimar com maior precisão os valores esperados.

48
4.4 – Instrumento utilizado

Nas medições em questão, o instrumento utilizado em campo foi assim constituído:

Para medição seletiva em freqüência:

 Analisador de Espectro Portátil FSH-3 e Sonda Isotrópica, de fabricação


Rohde & Schwarz. Especificações no site do fabricante.

FIGURA 4.2 – Foto do Analisador de Espectro e da Sonda Isotrópica.

49
5 – ESTUDO DE CASOS

Neste capítulo, serão calculados os níveis de campo elétrico, campo magnético e de


densidade de potência dos sistemas de telecomunicações em 3 (três) casos e ao final de cada
cálculo serão apresentados os resultados das medições em campo.

5.1 – Caso 1: Compartilhamento de estrutura por operadoras de celular

No primeiro caso, serão mostrados os níveis de campo elétrico, dos sistemas


irradiantes de cada operadora, que compartilham a mesma estrutura, os quais os moradores
próximos à estrutura e pessoas que transitam pelo local, recebem, os pontos escolhidos para
os cálculos e medições foram os de maior fluxo ou concentração de pessoas.

PONTO 1
PONTO 4
PONTO 2

ESTAÇÕES
PONTO 3

FIGURA 5.1 – Planta de localização das estações e dos pontos de medição do primeiro caso.
FONTE: Google Maps.

50
Dados de localização da estrutura:

ENDEREÇO: Rodovia BR-316 Km 08, 1360.


COORDENADAS: Latitude: 01S22’03,79”.
Longitude: 48W22’19,93”.
ANTENAS: As antenas estão situadas em diferentes alturas da estrutura.

Todos os dados técnicos dos sistemas irradiantes das operadoras em questão foram
obtidos a partir de projetos de Radio Freqüência das Estações Radio Base junto às operadoras
e também no site da ANATEL.

Características técnicas do sistema irradiante da Amazônia Celular em 800 MHz:

SETORES 1 2 3
ANTENA DB848H90E-XY DB848H65E-SX DB848H90E-XY
FABRICANTE DECIBEL DECIBEL DECIBEL
ALTURA (m) 100 90 60
GANHO
16,3 18,1 16,3
MÁXIMO (dBi)
AZIMUTE
50 160 300
(graus)
CABO 7/8” 7/8" 7/8”
COMPRIMENTO
110 100 70
(m)
QUADRO 5.1 – Dados da estação do primeiro caso (800MHz Amazônia Celular) [2].

Características técnicas do sistema irradiante da Amazônia Celular em 900 MHz:

SETORES 1 2 3
ANTENA 739 666 739 666 739 666
FABRICANTE KATHREIN KATHREIN KATHREIN
ALTURA (m) 76 86 76
GANHO
16,2 16,2 16,2
MAXIMO (dBi)

51
AZIMUTE
50 160 300
(graus)
CABO 1 5/8” 1 5/8” 1 5/8”
COMPRIMENTO
80 80 80
(m)
QUADRO 5.2 – Dados da estação do primeiro caso (900MHz Amazônia Celular) [2].

Características técnicas do sistema irradiante da Amazônia Celular em 1800 MHz:

SETORES 1 2 3
ANTENA 741 989 741 989 741 989
FABRICANTE KATHREIN KATHREIN KATHREIN
ALTURA (m) 76 86 60
GANHO
16,5 16,5 16,5
MAXIMO (dBi)
AZIMUTE
50 160 300
(graus)
CABO 1 5/8” 1 5/8” 1 5/8”
COMPRIMENTO
80 90 65
(m)
QUADRO 5.3 – Dados da estação do primeiro caso (1800MHz Amazônia Celular) [2].

Características técnicas do sistema irradiante da TIM em 900 MHz:

SETOR 4
ANTENA 739 686
FABRICANTE KATHREIN
ALTURA (m) 98
GANHO
17,5
MAXIMO (dBi)
AZIMUTE
160
(graus)
CABO 1 5/8”

52
COMPRIMENTO
110 m
(m)
QUADRO 5.4 – Dados da estação do primeiro caso (900MHz TIM) [5].

Características técnicas do sistema irradiante da TIM em 1800 MHz:

SETORES 1 2 3
ANTENA 739 707 741 784 739 710
FABRICANTE KATHREIN KATHREIN KATHREIN
ALTURA (m) 67 m 58 m 41 m
GANHO
16,5 18 17,5
MAXIMO (dBi)
AZIMUTE
330 90 240
(graus)
CABO 1 5/8” 1 5/8” 1 5/8”
COMPRIMENTO
75 m 70 m 50 m
(m)
QUADRO 5.5 – Dados da estação do primeiro caso (1800MHz TIM) [5].

Características técnicas do sistema irradiante da OI em 900 MHz:

SETORES 2 3
ANTENA DB858DG90ESY DB858DG90ESY
FABRICANTE ANDREW ANDREW
ALTURA (m) 100 95
GANHO
17 17
MAXIMO (dBi)
AZIMUTE
120 270
(graus)
CABO 1 5/8” 1 5/8”
COMPRIMENTO
105 m 100 m
(m)
QUADRO 5.6 – Dados da estação do primeiro caso (900 MHz OI) [5].

53
Características técnicas do sistema irradiante da OI em 1800 MHz:

SETORES 1 2 3
ANTENA PCS-090 PCS-090 PCS-090
FABRICANTE ANDREW ANDREW ANDREW
ALTURA (m) 70 75 75
GANHO
17,5 17,5 17,5
MAXIMO (dBi)
AZIMUTE
50 170 290
(graus)
CABO 1 5/8” 1 5/8” 1 5/8”
COMPRIMENTO
75 80 80
(m)
QUADRO 5.7 – Dados da estação do primeiro caso (1800 MHz OI) [5].

5.1.1 – Limites de campo elétrico, magnético e densidade de potência de cada faixa de


freqüência, das operadoras do CASO 01.

Faixa de 800 MHz da operadora Amazônia Celular

E (V/m) H (A/m) S (W/m2)


Populacional 40,53 0,109 4,345
Ocupacional 88,43 0,235 21,725

Faixa de 900 MHz da operadora Amazônia Celular

E (V/m) H (A/m) S (W/m2)


Populacional 42,43 0,11 4,76
Ocupacional 92,59 0,25 23,81

54
Faixa de 1800 MHz da operadora Amazônia Celular

E (V/m) H (A/m) S (W/m2)


Populacional 58,47 0,158 9,125
Ocupacional 128,16 0,342 45,625

Faixa de 900 MHz da operadora TIM

E (V/m) H (A/m) S (W/m2)


Populacional 42,54 0,11 4,79
Ocupacional 92,83 0,247 23,94

Faixa de 1800 MHz da operadora TIM

E (V/m) H (A/m) S (W/m2)


Populacional 58,9 0,158 9,175
Ocupacional 128,51 0,343 45,875

Faixa de 900 MHz da operadora OI

E (V/m) H (A/m) S (W/m2)


Populacional 42,49 0,11 4,775
Ocupacional 92,7 0,25 23,875

Faixa de 1800 MHz da operadora OI

E (V/m) H (A/m) S (W/m2)


Populacional 58,41 0,157 9,025
Ocupacional 127,46 0,34 45,125

A seguir, serão feitos cálculos dos campos elétricos, magnéticos e densidade de


potência em quatro locais diferentes, os quais recebem a irradiação dos sistemas de

55
telecomunicações de três operadoras de celular, que compartilham a mesma estrutura, cada
uma em sua respectiva faixa de freqüência.

5.1.2 – Cálculo e medição dos níveis de campo elétrico, magnético e densidade de potência
nos quatro pontos, considerando a contribuição de cada setor de todas as operadoras.

Dados de localização do Ponto 01:

ENDEREÇO: BR-316, km 9, calçada enfrente a Prefeitura de Ananindeua .


COORDENADAS: Latitude: 01S21’59,93”.
Longitude: 48W22’19,22”.

Dados de localização do Ponto 02:

ENDEREÇO: Estrada Santana do Aura, Estacionamento do Hospital Anita


Jerosa.
COORDENADAS: Latitude: 01S22’02,17”.
Longitude: 48W22’14,98”.

Dados de localização do Ponto 03:

ENDEREÇO: Rua Júlia Cordeiro, 62.


COORDENADAS: Latitude: 01S22’06,99”.
Longitude: 48W22’27,68”.

Dados de localização do Ponto 04:

ENDEREÇO: BR-316, km 08, em frente ao Atacadão São Miguel.


COORDENADAS: Latitude: 01S22’00,87”.
Longitude: 48W22’24,56”.

56
Para calcular o valor de densidade de potência no nível do solo e conseqüentemente o
campo magnético e campo elétrico, tem-se de levar em consideração o ganho da antena que
varia de acordo com o ângulo horizontal e vertical, o cálculo do ângulo vertical será
demonstrado a seguir:

Distância da estrutura vertical

FIGURA 5.2 – Cálculo do ângulo  [1].

Neste ângulo, a antena no diagrama de irradiação vertical, apresenta um determinado


ganho, esse valor de ganho é encontrado nas especificações de cada antena nos sites de seus
respectivos fabricantes, [3], [12] e [17]. Além disso, deve-se calcular a hipotenusa, que será à
distância ‘d’ utilizada na fórmula para o cálculo da densidade de potência. Portanto:

 = arctan ((altura da antena ao solo – altura média pessoa)  (distância da estrutura vertical
até a pessoa)) (5.1)

d2 = Cat.op2 + Cat.adj2
d2 = (altura da antena ao solo – altura da pessoa)2 + (distância da estrutura vertical até a
pessoa)2 (5.2)

Será apresentado a seguir um procedimento de cálculo para a faixa de 800 MHz da


operadora Amazônia Celular no ponto 01, o mesmo será utilizado como modelo em todos os
cálculos de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico, em cada ponto,
considerando todos os setores das operadoras. Nele serão descrito todos os parâmetros
utilizados, nota-se que os valores de ganho irão variar de acordo com o ângulo encontrado,
dependendo do setor da operadora e da distância da estrutura até o ponto de cálculo. Em
relação ao modelo de cálculo, será encontrado o valor de campo para cada setor de cada
operadora, esses valores serão somados, tendo como resultado um valor total referente a cada

57
operadora, em cada ponto determinado para as medições. Em seguida, serão apresentados os
valores medidos em campo com o medidor seletivo em freqüência, o qual seleciona a faixa de
freqüência de operação de cada operadora.

- Faixa de 800 MHz da operadora Amazônia Celular

Com as equações (5.1) e (5.2), tem-se:

TABELA 5.1
Cálculo da distância para uma pessoa a 120 m da estrutura no Ponto 01 (800 MHz Amazônia Celular)

SETOR 1 SETOR 2 SETOR 3


Altura da antena ao solo(m) 100,00 90 60
Altura média(m) 1,60 1,60 1,60
Distância da antena ao indiv.(m) 120,00 120,00 120,00
Ângulo alfa(º) 39,35 36,38 25,95
Distância(m) 155,19 149,05 133,46

Com a equação (2.30), calcula-se:

TABELA 5.2
Cálculo de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico no Ponto 01 (800MHz Amazônia Celular)

PA R Â M E T R O S 1 2 3
Po tência M áxim a d o R ád io{W } 30,00 30 ,0 0 30,00
Q u antidade de R ádio s 16,00 16 ,0 0 16,00
Po tência T otal do s R ád ios Px m t {W } 48 0,00 48 0,00 48 0,00
Perd as totais n o Sistem a Lsistem a {dB } 6 ,7 4 6,53 5 ,8 9
Perd as T o tais no Sistem a Isistem a {Lin ear} 4 ,7 2 4,50 3 ,8 8
G anho d a A n ten a G antena{dB i} -5 ,8 0 -33 ,5 0 -52,5 0
G anho d a A n ten a G antena{lin ear} 0 ,2 6 0,00 0 ,0 0
eirp{W }= Px m t x G antena / Isistem a 26,74 0,05 0 ,0 0

D E N SID A D E D E P O T Ê N C IA {W /m ²} 0 ,0 002 3 0 ,0 00 00 0 ,0 000 0


C A M P O M A G N É T IC O {A /m } 0 ,0 007 7 0 ,0 00 03 0 ,0 000 0
C A M P O E LÉ T R IC O {V /m } 0 ,2 920 4 0 ,0 12 84 0 ,0 017 3

Somando a contribuição de todos os setores, tem-se no Ponto 01 para a faixa de 800


MHz da Amazônia Celular:

DENSIDADE DE POTÊNCIA {W/m²} 0,00025


CAMPO MAGNÉTICO {A/m} 0,00081
CAMPO ELÉTRICO {V/m} 0,30661

58
Com a utilização do medidor de faixa seletiva, tem-se:

DENSIDADE DE POTÊNCIA {W/m²} 0,00021


CAMPO MAGNÉTICO {A/m} 0,00075
CAMPO ELÉTRICO {V/m} 0,28169

A seguir, serão apresentados, em tabelas, os valores de campo elétrico calculados e


medidos para cada operadora em cada um dos quatro pontos determinados, e também gráficos
representando esses valores tendo como referência os limites de cada faixa de freqüência de
cada operadora.

5.1.2.1 – Faixa de 800 MHz da operadora Amazônia Celular

TABELA 5.3
Valores de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico (800MHz Amazônia Celular)

DENSIDADE DE CAMPO CAMPO ELÉTRICO


POTÊNCIA (W/m²) MAGNÉTICO (A/m) (V/m)
CALCULADO
0,00025 0,00081 0,30661
PONTO 01
MEDIDO
0,00021 0,00075 0,28169
PONTO 01
CALCULADO
0,00017 0,00068 0,25560
PONTO 02
MEDIDO
0,00016 0,00064 0,24210
PONTO 02
CALCULADO
0,00013 0,00059 0,22156
PONTO 03
MEDIDO
0,00002 0,00022 0,08288
PONTO 03
CALCULADO
0,00012 0,00057 0,21677
PONTO 04
MEDIDO
0,00012 0,00056 0,20978
PONTO 04

59
2
Faixa de 800MHz da Amazônia Celular
10
Medido
Calculado
Limite

1
10

)
m /
V (
o 0
ci 10
rt
él
E
o
p
m
a
C
-1
10

-2
10
1 2 3 4
Ponto

FIGURA 5.3 – Gráfico com os valores de campo elétrico da faixa de 800MHz da Amazônia Celular.

5.1.2.2– Faixa de 900 MHz da operadora Amazônia Celular

TABELA 5.4
Valores de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico (900MHz Amazônia Celular)

DENSIDADE DE CAMPO CAMPO ELÉTRICO


POTÊNCIA (W/m²) MAGNÉTICO (A/m) (V/m)
CALCULADO
0,00006 0,00040 0,15004
PONTO 01
MEDIDO
0,00005 0,00037 0,13829
PONTO 01
CALCULADO
0,00017 0,00068 0,25564
PONTO 02
MEDIDO
0,00017 0,00066 0,24980
PONTO 02
CALCULADO
0,00008 0,00045 0,16886
PONTO 03
MEDIDO
0,0000004 0,00003 0,01106
PONTO 03
CALCULADO
0,00022 0,00076 0,28565
PONTO 04
MEDIDO
0,00008 0,00046 0,17237
PONTO 04

60
2
Faxia de 900MHz da Amazonia Celular
10

1
10

)
m /
V(
o
ci 0
10
rt
él
E
o
p
m
a
C
-1
10

-2
10
1 2 3 4
Ponto

FIGURA 5.4 – Gráfico com os valores de campo elétrico da faixa de 900MHz da Amazônia Celular.

5.1.2.3 – Faixa de 1800 MHz da operadora Amazônia Celular

TABELA 5.5
Valores de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico (1800MHz Amazônia Celular)

DENSIDADE DE CAMPO CAMPO ELÉTRICO


POTÊNCIA (W/m²) MAGNÉTICO (A/m) (V/m)
CALCULADO
0,00005 0,00036 0,13578
PONTO 01
MEDIDO
0,00003 0,00026 0,09930
PONTO 01
CALCULADO
0,00024 0,00080 0,30334
PONTO 02
MEDIDO
0,00006 0,00039 0,14678
PONTO 02
CALCULADO
0,00007 0,00043 0,16197
PONTO 03
MEDIDO
0,00002 0,00024 0,09195
PONTO 03
CALCULADO
0,00038 0,00100 0,37788
PONTO 04
MEDIDO
0,00001 0,00014 0,05348
PONTO 04

61
2
Faixa de 1800MHz da Amazônia Celular
10
Limite
Calculado
Medido

1
10

)
m /
V(
o 0
ci 10
rt
él
E
o
p
m
a
C
-1
10

-2
10
1 2 3 4
Ponto

FIGURA 5.5 – Gráfico com os valores de campo elétrico da faixa de 1800MHz da Amazônia Celular.

5.1.2.4 – Faixa de 900 MHz da operadora TIM

TABELA 5.6
Valores de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico (900MHz TIM)

DENSIDADE DE CAMPO CAMPO ELÉTRICO


POTÊNCIA (W/m²) MAGNÉTICO (A/m) (V/m)
CALCULADO
0,00001 0,00012 0,04575
PONTO 01
MEDIDO
0,000001 0,00005 0,01723
PONTO 01
CALCULADO
0,0000005 0,00004 0,01354
PONTO 02
MEDIDO
0,00001 0,00016 0,06065
PONTO 02
CALCULADO
0,000004 0,00010 0,03869
PONTO 03
MEDIDO
0,000003 0,00009 0,03399
PONTO 03
CALCULADO
0,00000003 0,00001 0,00313
PONTO 04
MEDIDO
0,0000003 0,00009 0,03380
PONTO 04

62
2
Faixa de 900MHz da TIM
10
Limite
Calculado
Medido

1
10

)
m /
V(
o 0
ci 10
rt
él
E
o
p
m
a
C
-1
10

-2
10
1 2 3 4
Ponto

FIGURA 5.6– Gráfico com os valores de campo elétrico da faixa de 900MHz da TIM.

5.1.2.5 – Faixa de 1800 MHz da operadora TIM

TABELA 5.7
Valores de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico (1800MHz TIM)

DENSIDADE DE CAMPO CAMPO ELÉTRICO


POTÊNCIA (W/m²) MAGNÉTICO (A/m) (V/m)
CALCULADO
0,00015 0,00063 0,23775
PONTO 01
MEDIDO
0,00006 0,00040 0,15029
PONTO 01
CALCULADO
0,00040 0,00103 0,38895
PONTO 02
MEDIDO
0,00005 0,00038 0,14198
PONTO 02
CALCULADO
0,00021 0,00074 0,28051
PONTO 03
MEDIDO
0,00004 0,00033 0,12310
PONTO 03
CALCULADO
0,00056 0,00122 0,46057
PONTO 04
MEDIDO
0,00051 0,0117 0,43977
PONTO 04

63
2
Faixa de 1800MHz da TIM
10
Limite
Calculado
Medido

1
10

)
m /
V(
o 0
ci 10
rt
él
E
o
p
m
a
C
-1
10

-2
10
1 2 3 4
Ponto

FIGURA 5.7 – Gráfico com os valores de campo elétrico da faixa de 1800MHz da TIM.

5.1.2.6 – Faixa de 900 MHz da operadora OI

TABELA 5.8
Valores de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico (900MHz OI)

DENSIDADE DE CAMPO CAMPO ELÉTRICO


POTÊNCIA (W/m²) MAGNÉTICO (A/m) (V/m)
CALCULADO
0,00022 0,00077 0,28897
PONTO 01
MEDIDO
0,00018 0,00068 0,25782
PONTO 01
CALCULADO
0,00003 0,00028 0,10569
PONTO 02
MEDIDO
0,00002 0,00021 0,07770
PONTO 02
CALCULADO
0,00012 0,00057 0,21606
PONTO 03
MEDIDO
0,00008 0,00047 0,17872
PONTO 03
CALCULADO
0,00008 0,00046 0,17297
PONTO 04
MEDIDO
0,00007 0,00043 0,16248
PONTO 04

64
2
Faixa de 900MHz da OI
10
Limite
Calculado
Medido

1
10

)
m /
V(
o 0
ci 10
rt
él
E
o
p
m
a
C
-1
10

-2
10
1 2 3 4
Ponto

FIGURA 5.8 – Gráfico com os valores de campo elétrico da faixa de 900MHz da OI.

5.1.2.7 – Faixa de 1800 MHz da operadora OI

TABELA 5.9
Valores de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico (1800MHz OI)

DENSIDADE DE CAMPO CAMPO ELÉTRICO


POTÊNCIA (W/m²) MAGNÉTICO (A/m) (V/m)
CALCULADO
0,00161 0,00207 0,77961
PONTO 01
MEDIDO
0,00151 0,00200 0,75510
PONTO 01
CALCULADO
0,00050 0,00115 0,43203
PONTO 02
MEDIDO
0,00031 0,00090 0,34035
PONTO 02
CALCULADO
0,00083 0,00148 0,55880
PONTO 03
MEDIDO
0,00021 0,00075 0,28330
PONTO 03
CALCULADO
0,00037 0,00099 0,37399
PONTO 04
MEDIDO
0,00036 0,00098 0,37059
PONTO 04

65
2
Faixa de 1800MHz da OI
10
Limite
Calculado
Medido

1
10

)
m /
V(
o 0
ci 10
rt
él
E
o
p
m
a
C
-1
10

-2
10
1 2 3 4
Ponto

FIGURA 5.9 – Gráfico com os valores de campo elétrico da faixa de 1800MHz da OI.

5.1.3 – Considerações sobre os valores encontrados para o caso 01.

No primeiro caso foram realizadas medições em torno de uma estrutura, na qual se


encontram três operadoras de telefonia celular cada uma em sua faixa de freqüência de
operação correspondente, foram coletados os valores de campo elétrico em quatro locais
distantes um dos outros, em horário de grande movimentação da população, das 10 horas às
12 horas do dia 03 de fevereiro de 2007, os resultados das simulações de cálculos e das
medições deram compatíveis e bem abaixo dos limites estabelecidos pela ANATEL. O
motivo da diferença entre os valores calculados e os medidos é que na hora em quem foram
realizadas as medições o tráfego das operadoras não era completo, ou seja, nem todos os
canais estavam ocupados transmitindo sinal, e os cálculos foram realizados a partir de um
tráfego completo, onde se simula que todos os canais estão transmitindo ao mesmo tempo.

5.2 – Caso 2: Local multi-usuários (Transmissora de TV e Rádio FM)

66
No segundo caso, a intenção é mostrar os níveis de campo elétrico de cada serviço de
telecomunicação da estrutura em questão, os quais os moradores do prédio ao lado da mesma,
recebem.

PONTO DE
MEDIÇÃO
ESTAÇÕES

FIGURA 5.10 – Planta de localização das estações e dos pontos de medição do segundo caso.
FONTE: Google Maps.

Dados de localização da estação de radiodifusão de sons e imagens:

ENDEREÇO: Av. Nazaré, 350.


COORDENADAS: Latitude: 01S27’13,37”.
Longitude: 48S29’22,30”.
ANTENAS: As antenas estão situadas à 123 metros do solo.

Características técnicas do sistema irradiante de radiodifusão de sons e imagens da TV


Liberal:

ANTENA TAB-2H
FABRICANTE HARRIS
ALTURA (m) 123
GANHO (dBi) 4,94

67
CABO HF 1 5/8CU2Y
COMPRIMENTO
123
(m)
QUADRO 5.8 – Dados da estação do segundo caso (174 – 180 MHz TV Liberal) [6].

Dados de localização da estação de radiodifusão sonora em FM:

ENDEREÇO: Av. Nazaré, 350.


COORDENADAS: Latitude: 01S27’13,37”.
Longitude: 48S29’22,30”.
ANTENAS: As antenas estão situadas à 93 metros do solo.

Características técnicas do sistema irradiante de radiodifusão sonora da FM Liberal:

ANTENA FMB-4
FABRICANTE ANDREW
ALTURA (m) 93
GANHO (dBi) 5,36
CABO 3 1/8CU2Y”
COMPRIMENTO
93
(m)
QUADRO 5.9 – Dados da estação do segundo caso (97,5MHz FM Liberal) [7]

5.2.1 – Limites de campo elétrico, magnético e densidade de potência de cada faixa de


freqüência, das operadoras do CASO 02.

Estação de radiodifusão de sons e imagens da operadora TV Liberal

E (V/m) H (A/m) S (W/m2)


Populacional 28 0,073 2
Ocupacional 61 0,160 10

Estação de radiodifusão sonora em FM da operadora FM Liberal

68
E (V/m) H (A/m) S (W/m2)
Populacional 28 0,073 2
Ocupacional 61 0,160 10

A seguir, serão mostrados os resultados dos cálculos e das medições, de campo


elétrico, para dois serviços de telecomunicações cada um com sua respectiva faixa de
freqüência, tendo como ponto escolhido um apartamento do edifício na esquina da Av. Nazaré
com a Tv. Benjamin Constant, ao lado da estrutura da operadora.

Dados de localização do Ponto de medição do CASO 02:

ENDEREÇO: Av. Nazaré, Edifício Mirra, ap. 52, esquina com Tv. Benjamin
Constant.
COORDENADAS: Latitude: 01S27’11,43”.
Longitude: 48W29’20,40”.

5.2.2 – Cálculo e medição dos níveis de campo elétrico, magnético e densidade de potência
originados da antena de radiodifusão de sons e imagens da operadora TV Liberal na faixa
de 174 MHz a 180 MHz

Com as equações (5.1) e (5.2), tem-se:

TABELA 5.10
Cálculo da distância para uma pessoa em um apartamento do edifício ao lado da estação

Altura da antena ao solo(m) 123,00


Altura da pessoa ao solo(m) 30,00
Distância da antena ao indiv.(m) 83,00
Ângulo alfa(º) 48,25
Distância(m) 124,65

Com a equação (2.30), calcula-se:

69
TABELA 5.11
Cálculo de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico do sistema irradiante de radiodifusão de
sons e imagens da TV Liberal

PARÂMETROS 1
Potência M áxima do Transmissor{W } 30000
Perdas totais no Sistema Lsistema {dB} 2,50
Perdas Totais no Sistema Isistema {Linear} 1,78
Ganho da Antena Gantena{dBi} -0,30
Ganho da Antena Gantena{linear} 0,93
eirp{W }=Pxmt x Gantena / Isistema 15744,22

DENSIDADE DE POTÊNCIA {W /m²} 0,20643


CAMPO MAGNÉTICO {A/m} 0,02340
CAMPO ELÉTRICO {V/m} 8,82174

Tem-se no Ponto de medição para o CASO 02, na faixa de 174 MHz a 180 MHz da
TV Liberal:
TABELA 5.12
Valores de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico (TV Liberal)

DENSIDADE DE CAMPO CAMPO ELÉTRICO


POTÊNCIA (W/m²) MAGNÉTICO (A/m) (V/m)

0,20643 0,02340 8,82174


CALCULADO

0,14182 0,01940 7,31218


MEDIDO

Faixa de 174MHz - 180MHz da TV Liberal


30
Medido
Calculado
Limite
25

20
)
m /
V(
o
ci 15
rt
él
E
o
p
m
a 10
C

0
1
Ponto

FIGURA 5.10 – Gráfico com os valores de campo elétrico da faixa de 174MHz – 180MHz da TV Liberal.

70
5.2.3 – Cálculo e medição dos níveis de campo elétrico, magnético e densidade de potência
originados da antena de radiodifusão sonora em freqüência modulada da operadora FM
Liberal na freqüência de 97,5 MHz

Com as equações (5.1) e (5.2), tem-se:

TABELA 5.13
Cálculo da distância para uma pessoa em um apartamento do edifício ao lado da estação

Altura da antena ao solo(m) 93,00


Altura da pessoa ao solo(m) 30,00
Distância da antena ao indiv.(m) 83,00
Ângulo alfa(º) 37,20
Distância(m) 104,20

Com a equação (2.30), calcula-se:

TABELA 5.14
Cálculo de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico do sistema irradiante de radiodifusão
sonora em FM da FM Liberal

PARÂMETROS 1
Potência Máxima do Transmissor{W} 10000
Perdas totais no Sistema Lsistema {dB} 1,51
Perdas Totais no Sistema Isistema {Linear} 1,42
Ganho da Antena Gantena{dBi} -8,10
Ganho da Antena Gantena{linear} 0,15
eirp{W}=Pxmt x Gantena / Isistema 1093,96

DENSIDADE DE POTÊNCIA {W/m²} 0,01434


CAMPO MAGNÉTICO {A/m} 0,00617
CAMPO ELÉTRICO {V/m} 2,32538

Tem-se no Ponto de medição para o CASO 02, na freqüência de 97,5 MHz da FM


Liberal:

71
TABELA 5.15
Valores de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico (FM)

DENSIDADE DE CAMPO CAMPO ELÉTRICO


POTÊNCIA (W/m²) MAGNÉTICO (A/m) (V/m)

0,01435 0,00617 2,32538


CALCULADO

0,00414 0,00331 1,24933


MEDIDO

Freqüência de 97,5MHz da FM Liberal


30
Medido
Calculado
Limite
25

20
)
m /
V(
o
ci 15
rt
él
E
o
p
m
a 10
C

0
0 1 2
Ponto

FIGURA 5.11 – Gráfico com os valores de campo elétrico da freqüência 97,5MHz da FM Liberal.

5.2.4 – Considerações sobre os valores encontrados para o caso 02.

No segundo caso foram realizadas medições próximas a uma estrutura, na qual se


encontram dois sistemas de telecomunicações, um sendo uma Transmissora de Radiodifusão
de Sons e Imagens e outro sendo uma Transmissora de Radiodifusão Sonora em Freqüência
Modulada, cada uma em sua respectiva faixa de freqüência de operação, foram coletados os
valores de campo elétrico dessas duas faixas em um apartamento do edifício vizinho a
estrutura, os resultados das simulações de cálculos e das medições deram compatíveis, porém
só um pouco abaixo dos valores limites de exposição sugeridos pela ANATEL. O motivo da
diferença entre os valores calculados e os medidos é a utilização de uma aproximação do

72
valor do ganho da antena no ponto em questão para efeito de cálculo. O mesmo foi
encontrado com o auxilio dos diagramas de irradiação das antenas em questão, na página da
Internet do fabricante.

5.3 – Caso 3: Micro células celulares

No terceiro caso, serão mostrados os níveis de campos elétricos, campos magnéticos e


densidades de potências de micros células, os quais os usuários do Shopping Iguatemi em
Belém recebem.

ANTENAS E PONTOS
DE MEDIÇÃO

FIGURA 5.12 – Planta de Localização das micro-células e dos pontos de medição do terceiro caso.
FONTE: Google Maps.

Dados de Localização:

ENDEREÇO: Tv. Padre Eutíquio, Shopping Iguatemi.


COORDENADAS: Latitude: 01S27’28,74”
Longitude: 48W29’43,15”
ANTENAS: As antenas estão situadas em áreas internas do Shopping
Iguatemi.

73
Limites de campo elétrico, campo magnético e densidade de potência da faixa de 1800
MHz da Amazônia Celular:

E (V/m) H (A/m) S (W/m2)


Populacional 58,74 0,158 9,125
Ocupacional 128,16 0,342 45,625

A seguir, serão demonstrados os cálculos da intensidade de campos elétricos, campos


magnéticos e densidade de potência das micro-células, localizadas na parte interna do
Shopping Iguatemi em Belém.

5.3.1 – Antena celular indoor da operadora Amazônia Celular na faixa de 1800 MHz

Todos os dados técnicos dos sistemas irradiantes da operadora em questão foram


obtidos a partir de projetos de Radio Freqüência das Estações Radio Base junto à mesma.

Características Técnicas das micro-células:

SETORES 1 2 3
ANTENA CELLMAX-0-25 CELLMAX-0-25 CELLMAX-0-25
FABRICANTE ANDREW ANDREW ANDREW
GANHO (dBi) 3 3 3
CABO 1/2” 1/2” ½”
SETORES 4 5 6
ANTENA CELLMAX-0-25 CELLMAX-0-25 CELLMAX-0-25
FABRICANTE ANDREW ANDREW ANDREW
GANHO (dBi) 3 3 3
CABO 1/2” 1/2” ½”
SETORES 7 8 9
ANTENA CELLMAX-0-25 CELLMAX-0-25 CELLMAX-0-25

74
FABRICANTE ANDREW ANDREW ANDREW
GANHO (dBi) 3 3 3
CABO 1/2” 1/2” ½”
QUADRO 5.10 – Dados das micro-células do terceiro caso (1800MHz Amazônia Celular) [2].

Com a equação (2.30), calcula-se:

TABELA 5.16
Cálculo de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico das antenas indoor de 1800 MHz

Antenas 1 2 3
Ganho da antena(dBi) 3,00 3,00 3,00
Perdas totais do Sistema(dB) 14,54 13,56 18,62
Distância(d) 5,45 6,54 5,65
Potência total dos rádios(W) 4,27 4,27 3,16
Potência total dos rádios(dBm) 36,30 36,30 35,00
EIRP(dBm) 24,76 25,74 19,38
EIRP(W) 1,50 1,88 0,43
Densidade de Potência (W/m²) 0,01027 0,00894 0,00276
Campo Magnético (A/m) 0,00522 0,00487 0,00271
Campo Elétrico (V/m) 1,96783 1,83572 1,02086
Antenas 4 5 6
Ganho da antena(dBi) 3,00 3,00 3,00
Perdas totais do Sistema(dB) 14,32 12,81 14,76
Distância(d) 4,22 4,11 4,14
Potência total dos rádios(W) 4,27 4,27 4,27
Potência total dos rádios(dBm) 36,30 36,30 36,30
EIRP(dBm) 24,98 26,49 24,54
EIRP(W) 1,58 2,23 1,42
Densidade de Potência (W/m²) 0,01802 0,02690 0,01692
Campo Magnético (A/m) 0,00691 0,00845 0,00670
Campo Elétrico (V/m) 2,60659 3,18451 2,52572
Antenas 7 8 9
Ganho da antena(dBi) 3,00 3,00 3,00
Perdas totais do Sistema(dB) 16,81 17,57 15,76
Distância(d) 4,53 3,72 4,78
Potência total dos rádios(W) 3,16 3,16 3,16
Potência total dos rádios(dBm) 35,00 35,00 35,00
EIRP(dBm) 21,19 20,43 22,24
EIRP(W) 0,66 0,55 0,84
Densidade de Potência (W/m²) 0,00652 0,00812 0,00746
Campo Magnético (A/m) 0,00416 0,00464 0,00445
Campo Elétrico (V/m) 1,56825 1,74973 1,67721

Tem-se nos Pontos de medição para o CASO 03, na faixa de 1800 MHz da Amazônia
Celular:

75
TABELA 5.17
Resultado dos cálculos e medições de densidade de potência, campo magnético e campo elétrico das antenas
indoor em 1800 MHz da Amazônia Celular

CALCULADO Antena 1 Antena 2 Antena 3


DENSIDADE DE POTÊNCIA {W/m²} 0,01027 0,00894 0,00276
CAMPO MAGNÉTICO {A/m} 0,00522 0,00487 0,00271
CAMPO ELÉTRICO {V/m} 1,96783 1,83572 1,02086
MEDIDO Antena 1 Antena 2 Antena 3
DENSIDADE DE POTÊNCIA {W/m²} 0,00568 0,00841 0,00185
CAMPO MAGNÉTICO {A/m} 0,00388 0,00472 0,00222
CAMPO ELÉTRICO {V/m} 1,46386 1,78096 0,83594

CALCULADO Antena 4 Antena 5 Antena 6


DENSIDADE DE POTÊNCIA {W/m²} 0,01802 0,02690 0,01692
CAMPO MAGNÉTICO {A/m} 0,00691 0,00845 0,00670
CAMPO ELÉTRICO {V/m} 2,60659 3,18451 2,52572
MEDIDO Antena 4 Antena 5 Antena 6
DENSIDADE DE POTÊNCIA {W/m²} 0,01656 0,03112 0,01322
CAMPO MAGNÉTICO {A/m} 0,00663 0,00909 0,00592
CAMPO ELÉTRICO {V/m} 2,49877 3,42520 2,23256

CALCULADO Antena 7 Antena 8 Antena 9


DENSIDADE DE POTÊNCIA {W/m²} 0,00652 0,00812 0,00746
CAMPO MAGNÉTICO {A/m} 0,00416 0,00464 0,00445
CAMPO ELÉTRICO {V/m} 1,56825 1,74973 1,67721
MEDIDO Antena 7 Antena 8 Antena 9
DENSIDADE DE POTÊNCIA {W/m²} 0,00509 0,00303 0,00844
CAMPO MAGNÉTICO {A/m} 0,00367 0,00283 0,00473
CAMPO ELÉTRICO {V/m} 1,38532 1,06839 1,78347

Faixa de 1800MHz da Amazônia Celular


2
10

1
10
)
m /
V(
o
ci
rt
él
E
o
p
m 0
a 10
C

Limite
Calculado
Medido
-1
10
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Antena

FIGURA 5.13 – Gráfico com os valores de campo elétrico da faixa de 1800MHz da Amazônia Celular.

76
5.3.2 – Considerações sobre os valores encontrados para o caso 03

No terceiro caso foram realizadas medições dentro do Shopping Iguatemi, em Belém,


no qual existem antenas indoor de operadoras de telefonia celular, cobrindo a região interna
do mesmo, foram coletados os valores de campo elétrico na faixa de 1800 MHz da operadora
Amazônia Celular em locais próximos às antenas e de grande movimentação de pessoas, as
medições foram realizadas em horários de funcionamento do Shopping Iguatemi, das 10 horas
às 18 horas do dia 14 de fevereiro de 2007, os resultados das simulações de cálculos e das
medições deram compatíveis e ambos deram muito abaixo dos níveis estabelecidos pela
ANATEL.

77
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o enorme avanço tecnológico das duas últimas décadas, houve um aumento do
número de aparelhos celulares no mundo inteiro, assim como o surgimento de outros tipos de
aparelhos eletrônicos portáteis que se comunicam sem a necessidade de fio. Como
conseqüência deste fato o número de Estações de Radio Base e Estações Transmissoras de
outros Serviços de Telecomunicações também aumentou, para garantir uma cobertura melhor
do sistema, atendendo assim mais clientes.
Acompanhando este avanço, surgiu uma preocupação de órgãos internacionais e da
população em geral, a respeito da emissão de radiação não-ionizante, sendo essa originada dos
sistemas de telecomunicações. As pessoas, de modo geral, expostas a essas radiações são as
mais interessadas na busca de respostas adequadas e convincentes a respeito do limite de
exposição a que elas estão sujeitas. A maioria da população não tem conhecimento, nem
controle dos níveis irradiados por tais antenas. As autoridades, os representantes das
operadoras e as pessoas competentes devem sempre ter a maior preocupação, para garantir
que os níveis de exposição não sejam excedidos.
A intenção do trabalho foi de responder a questão acima, realizando uma revisão
literária de alguns conceitos sobre a interação das ondas eletromagnéticas com a matéria,
assim como a apresentação das normas e legislações existentes no mundo, incluindo o Brasil,
enfocando os limites de exposição aos campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos, os
quais são fontes de radiação não-ionizante.
Uma campanha de medição foi realizada em locais públicos e de grande interesse.
Também foi demonstrada no trabalho uma metodologia que é utilizada para calcular os
valores de densidade de potência dos locais em questão, conhecendo as características dos
sistemas irradiantes envolvidos.
Como sugestão para trabalhos futuros é importante a continuação de pesquisas nas
áreas relacionadas à exposição da radiação não-ionizante, como por exemplo: os efeitos
causados pela exposição contínua a essa radiação ou também estudos para a diminuição dos
limites de radiação de alguns serviços de telecomunicações. Com a conclusão neste ano do
“International EMF Project” da OMS, novas linhas de pesquisa serão desenvolvidos. Um dos
pontos que será discutido é o da diminuição dos valores limites tanto ocupacionais quanto da
população em geral, visto que os atuais podem não ser tão seguro.

78
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. AMAZÔNIA CELULAR. Modelo de Relatório de Conformidade Eletromagnética.


Belém, 2006.

2. AMAZÔNIA CELULAR. Projetos de Radio Freqüência das Estações de Radio Base.


Belém, 2006.

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