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c  (do latim soma, que quer dizer corpo e aesthesia, que significa sensibilidade) é a capacidade

que homens e animais tem de receber informações sobre as diferentes partes do seu corpo. Essas informações podem
ser referentes ao meio ambiente ou ao próprio corpo do animal e nem todas se tornam conscientes. Embora não
tenhamos consciência de todas as informações recebidas pelo organismo, estamos sujeitos a diversos tipos de
estímulos provenientes do meio. A detecção de um estímulo propriamente dito é denominada sensação e a interpretação
do estímulo que envolve a consciência é chamada de percepção. O sistema somestésico divide-se em um subsistema
epicrítico e um protopático.
Sistema epicrítico- É preciso, rápido, discriminativo e apresenta uma representação espacial detalhada.
Submodalidades Tato fino- Percepção das características dos objetos que tocam a pele. Propriocepção consciente-
Localizar a posição e movimento das diferentes partes do corpo sem utilizar a visão.
Sistema protopático- É grosseiro, lento e impreciso. Submodalidades Termossensibilidade- Percepção da
temperatura do ambiente e de objetos. Dor- Percepção de estímulos fortes e capazes de lesar o organismo.
Existem receptores sensoriais em todos os órgãos do corpo, embora a pele seja o ³órgão somestésico´ por
excelência. Os receptores são estruturas histológicas especializadas para melhor detectar os diferentes estímulos que
incidem sobre a pele (ou os órgãos internos), compostos pela extremidade de uma fibra nervosa, que pode estar livre ou
associada a células não-neurais, formando um ³mini-órgão´. As fibras que emergem desses mini-órgãos podem ser
mielinizadas ou não, e vão se juntando em filetes nervosos e nervos periféricos, até finalmente penetrar no SNC através
das raízes dorsais da medula ou através de alguns nervos cranianos diretamente no encéfalo. Os corpos celulares que
dão origem a essas fibras ficam localizados nos gânglios espinhais: são eles os neurônios primários do sistema
somestésico. Em ambos os subsistemas (epicrítico e protopático), o neurônio primário estabelece contato sináptico com
o neurônio secundário em algum nível do SNC (na medula ou no tronco encefálico), e o axônio deste geralmente cruza a
linha média antes de estabelecer contato com o neurônio de terceira ordem. Desse modo, a representação somestésica
do SNC é quase sempre contralateral: o hemisfério cerebral esquerdo recebe informações do lado direito do corpo e
vice-versa. A informação codificada dos estímulos ambientais, então, pode ser conduzida ao tálamo, onde estão os
neurônios de terceira ordem, cujos axônios projetam diretamente às regiões somestésicas do córtex cerebral. Muitas
fibras proprioceptivas secundárias seguem outro caminho: mantêm-se do mesmo lado projetando diretamente ao
cerebelo, onde se encontram os neurônios de terceira ordem. Neste caso, os neurônios de terceira ordem formam
circuitos intracerebelares e não projetam às regiões somestésicas do córtex cerebral. Além disso, muitas fibras
nociceptivas de segunda ordem estabelecem contato com neurônios do tronco encefálico, e estes iniciam uma
seqüência numerosa de sinapses que dirigem a informação dolorosa a diversas regiões cerebrais.

 
 
Receptores sensoriais são estruturas responsáveis pelo contato do corpo com o mundo externo. São órgãos e
células especializados capazes de transformar um tipo de energia em energia eletroquímica comum (potencial de ação),
inteligível ao sistema nervoso. Cada receptor é específico, dotado de sensibilidade máxima para determinada forma de
energia (baixo limiar de resposta para seu tipo específico e alto limiar para os demais tipos). As informações táteis,
proprioceptivas, termossensíveis e de dor ± as quais constituem a somestesia ± são trazidas por receptores de
diferentes tipos. São, funcionalmente: 1. mecanorreceptores (informações táteis e proprioceptivas); 2. termorreceptores;
3. nociceptores (de dor).
1. Sensíveis a estímulos mecânicos contínuos ou vibratórios, relacionados ao controle motor e funções
orgânicas.
2. Sensíveis a variações térmicas em torno da temperatura corporal, situados na pele e em menor número no
hipotálamo (o qual é referido como centro de controle da temperatura corpórea).
3. Sensíveis a estímulos diversos, geralmente intensos, os quais sejam potencialmente danosos (nocivos).
O sistema somestésico tem receptores distribuídos por todo corpo. Diferentes tipos de estímulo são
processados contemplando as diferentes modalidades somestésicas que combinadas provocam sensações complexas.
É preciso ficar claro que as percepções são construídas internamente segundo regras inatas e limitações do Sistema
Nervoso Central, o qual extrai apenas certas informações dos estímulos, desprezando outras (a maioria delas inclusive!),
interpretando-as com base na experiência passada.
O processo de conversão da forma de energia recebida em descarga neural passa por duas etapas básicas:
transdução do estímulo e codificação neural. A energia (estímulo) que chega aos receptores leva a uma despolarização
ou hiperpolarização local da membrana celular do receptor. A transdução consiste na absorção da energia externa
seguida pela geração de um potencial bioelétrico (gerador ou receptor). A codificação é a evocação de uma descarga de
potenciais de ação (a partir do potencial bioelétrico) os quais representam de fato a informação trazida pelo estímulo,
incluindo aí suas características de intensidade e duração.
Para que efetivamente se realize a sensibilização do receptor, o estímulo deve ser adequado (capaz de ativar o
receptor). Considera-se o limiar de ativação como absoluto ou diferencial. Limiar absoluto é a intensidade mínima do
estímulo capaz de desencadear um potencial receptor. Limiar diferencial é a diferença de intensidade minimamente
perceptível entre dois estímulos.
Como supracitado, os diversos tipos de energia captados são convertidos em um tipo de energia comum,
eletroquímica, igual para todos os estímulos. O organismo diferencia os potenciais de ação levando em conta os
atributos do estímulo (modalidade, intensidade, duração e localização) os quais conferem a especificação necessária.
‡ Modalidade é definida principalmente pelo "Código da Linha Marcada" - também chamado "Lei das Energias
Específicas": cada feixe nervoso termina em um ponto do sistema nervoso central e o tipo de sensação sentida quando
uma fibra nervosa é estimulada é determinado pelo ponto para o qual ela se dirige. A maioria dos receptores sensoriais é
maximamente sensível a um tipo de energia de estímulo que confere especificidade. A excitação de um certo receptor
provoca invariavelmente a mesma sensação, no entanto a excitação pode ser realizada de diferentes formas.
Exemplificando: uma forte pressão realizada sobre os olhos fechados pode levar a impressões visuais, ainda que não
tenha havido estímulo luminoso. O estímulo é mecânico, todavia os escotomas cintilantes percebidos invariavelmente
ocorrem por estimulação dos fotorreceptores. A modalidade depende, pois, do órgão sensorial. O estímulo ao receptor
pode ser diverso, a sensação enviada pelo receptor no entanto é sempre a mesma.
‡ Intensidade do estímulo é determinada por dois "códigos". O Código da população, definido pelo número de
receptores estimulados e o Código da Freqüência, definido pela freqüência dos potenciais de ação em cada fi
bra
estimulada (e ainda pela amplitude). Há proporcionalidade entre os códigos e os estímulos: quanto mais intensos estes,
mais freqüentes e numerosos aqueles; limitados pela capacidade de transdução das células e as propriedades de
condução dos axônios. A intensidade, portanto, depende da magnitude do estímulo.
‡ Duração é definida por receptores de adaptação rápida e lenta. Antes de especificá-los, convém definir
"adaptação". Essa característica nada mais é que a diminuição da resposta (potencial) dado um estímulo persistente. É
um mecanismo comum, e decorre da inativação de canais de Na+ e Ca2+ e ainda da ativação de canal de K+. Os
receptores de adaptação rápida definem o início e o término do estímulo, já os de adaptação lenta respondem durante
todo o estímulo.
‡ Localização é codificada pela distribuição de neurônios ativos entre o total de neurônios sensoriais. As
informações são trazidas por diferentes fibras, e a concentração de receptores é maior nos locais mais sensíveis como
as pontas dos dedos e os lábios, conferindo maior capacidade discriminativa.
A resolução espacial do receptor é definida pelo campo receptivo: área em que o estímulo ativa o receptor
sensorial. Quanto menores os campos receptivos, maior a resolução (precisão). Considerando a somestesia, tais
campos se localizam na pele e em órgãos internos.
A seguir alguns exemplos de receptores, localização destes e principal função:
þ Terminações livres: localizadas em todo o organismo, são de adaptação lenta e têm múltiplas funções.
Trazem informações táteis (tato protopático, grosseiro), dor, termossensibilidade e propriocepção.
þ Corpúsculos de Meissner e Pacini: localizados na derme, são de adaptação rápida. Especialmente
concentrados nos lábios, dedos e demais regiões sensíveis. Identificam texturas por serem sensíveis a estímulos
vibratórios lentos e rápidos (Meissner e Pacini, respectivamente).
A termossensibilidade é referida por receptores de frio e calor (nas temperaturas suportáveis) e por receptores
de dor (nociceptores) nas temperaturas extremas em que pode ocorrer lesão tecidual. Os termorreceptores estão
distribuídos em número relativamente pequeno ao longo da pele, portanto tal sensibilidade é mais facilmente percebida
quando todo corpo (ou grande parte) está submetido a variações de temperatura.

 
Em poucas palavras, podemos dizer que o tato é a forma com a qual, "pegamos" o mundo pelas sensações da
pele. Tendo em vista isso, podemos lembrar que a pele é o maior órgão do corpo humano, possuindo em toda a sua
extensão terminações nervosas livres e terminações nervosas fechadas, dentro dos chamados corpúsculos táteis.
Existem diversos corpúsculos táteis, específicos para diferentes impressões, além das terminações nervosas
livres anteriormente ditas, dos quais podemos citar o corpúsculo de Meissner. Esse corpúsculo é um tipo de receptor do
tato com sensibilidade especial, contendo uma terminação nervosa longa e encapsulada, que excita uma grande fibra
nervosa sensorial mielinizada. Ele é encontrado nas partes não-pilosas da pele (denominadas de pele globra), sendo
muito abundantes nas pontas dos dedos, nos lábios e em outras regiões da pele, onde há alta capacidade de
discernimento das características espaciais das sensações táteis.
Os neurônios táteis de segunda ordem do sistema epicrítico situam-se nos núcleos da coluna dorsal e no
núcleo principal do trigêmeo, ambos no tronco encefálico; já os do sistema protopático, situam-se no corno dorsal da
medula e no núcleo espinhal do trigêmeo. Todos os neurônios táteis de segunda ordem projetam seus axônios para o
tálamo contralateral, onde estão as células de terceira ordem. Estas, por sua vez, projetam para as regiões
somestésicas do córtex cerebral. O tato epicrítico e o tato protopático permanecem separados até o tálamo, constituindo
vias ascendentes distintas, e isso é verdade tanto para a sensibilidade do corpo como para a da cabeça.
No caso do tato epicrítico, as fibras que emergem dos núcleos da coluna dorsal cruzam para o lado oposto
reunindo-se com as que derivam do núcleo principal do trigêmeo. Os dois conjuntos permanecem lado a lado, formando
um feixe achatado localizado perto do plano mediano do tronco encefálico, chamado lemnisco medial. O lemnisco medial
termina no núcleo ventral posterior do tálamo, de onde emergem as radiações talâmicas, cujas fibras deixam o
diencéfalo pela cápsula interna penetrando na substância branca cortical para terminar no giro que margeia o sulco
central, no lobo parietal. Nessa região cortical é encontrada a área somestésica primária. No caso do tato protopático, as
fibras do feixe espinotalâmico reúnem-se com as que emergem do núcleo espinhal do trigêmeo para formar o lemnisco
espinhal, vizinho do lemnisco medial. As fibras táteis do lemnisco espinhal terminam também no núcleo ventral posterior
do tálamo, após esse estágio sináptico as informações são enviadas a S1. No lemnisco espinhal trafegam também as
fibras que conduzem as sensibilidades térmica e dolorosa.


 
 
A propriocepção é um tipo de sensação somática mecanorreeptiva a qual se correlaciona com a posição
corporal.
As sensações proprioceptivas podem ser divididas em dois subtipos: sensação de posição estática, que
significa a percepção consciente da orientação das diferentes partes do corpo relacionadas entre si, e sensação de
velocidade de movimento, também chamada de cinestesia ou propriocepção dinâmica.
A porção cerebral anterior ao sulco central e que constitui a metade posterior do lobo frontal é chamado de
córtex motor, e está relacionada quase inteiramente ao controle das contrações musculares e dos movimentos corporais.
ma parte significativa deste controle motor ocorre em resposta aos sinais somatossensoriais recebidos das porções
sensoriais do córtex, os quais mantêm o córtex motor informado a cada instante sobre as posições e os movimentos das
diferentes partes do corpo.
Além do componente consciente a propriocepção tem também um forte componente inconsciente que faz parte
dos sistemas de controle da motricidade.
As fibras aferentes proprioceptivas originadas no corpo seguem a seguinte ordem: a fibra sensitiva tem seu
soma situado no gânglio espinhal, seus prolongamentos centrais trafegam pelo feixe da coluna dorsal até os núcleos
grácil e cuneiforme, onde se situam os neurônios de segunda ordem. Daí em diante, as fibras secundárias unem-se às
do núcleo principal do trigêmio no lemnisco medial, até atingirem o núcleo ventral posterior do tálamo, onde fazem
sinapses com os neurônios de terceira ordem. Já as fibras que se originam na cabeça, seus somas pertencem a
neurônios primários situados no gânglio trigêmio e as suas terminações sinapticas contactam os neurônios de segunda
ordem situados no núcleo principal desse nevo craniano.
Os somas das fibras aferentes que se originam na cabeça pertencem a neurônios primários situados no
gânglio trigêmeo, e as suas terminações sinápticas contactam os neurônios de segunda ordem situados no núcleo
principal desse nervo craniano. Já os somas das fibras que se originam no corpo estão situados nos gânglios espinhais,
e seus prolongamentos centrais trafegam pelo feixe da coluna dorsal até os núcleos grácil e cuneiforme, onde se situam
os neurônios de segunda ordem. Daí em diante, as fibras secundárias unem-se às do núcleo principal do trigêmeo do
lemnisco medial, até atingirem o núcleo ventral do tálamo, onde fazem sinapses com os neurônios de terceira ordem. A
região cortical que recebe as informações proprioceptivas é a área 3 do giro pós-central do lado oposto. A organização
estrutural e as características funcionais das vias proprioceptivas são semelhantes às do tato fino, e portanto fazem
parte do sistema somestésico epicrítico.
Muitas das fibras primárias que constituem o sistema de propriocepção consciente emitem ramos colaterais
logo ao entrar no SNC, os quais atingirão o cerebelo e outras estruturas rombencefálicas participantes do sistema de
propriocepção inconsciente. Desse modo, as mesmas informações codificadas pelos proprioceptores musculares,
tendinosos e articulares são utilizadas pelo sistema nervoso simultaneamente para produzir percepção e para exercer o
controle da motricidade.

c   
Os termorreceptores se encontram distribuídos por toda a superfície cutânea, as mucosas e as paredes das
vísceras digestivas e respiratórias. Essa distribuição não é homogênea.
Os corpos dos neurônios primários estão situados nos gânglios espinhais e no gânglio trigêmeo, e as fibras
que emergem desses gânglios fazem sinapses com os neurônios situados no corno dorsal da medula ou no núcleo
espinhal do trigêmeo. Os neurônios de segunda ordem da medula emitem axônios que cruzam a linha média na própria
medula, e a seguir trafegam pela coluna ântero-lateral até o tronco encefálico, onde se encontram com os axônios
originários do núcleo espinhal do trigêmeo oposto para formar o lemnisco espinhal, que se projeta até o tálamo. No
tálamo, os neurônios termossensíveis de terceira ordem situam-se no núcleo ventral posterior, misturados aos neurônios
táteis, e seus axônios emergem do núcleo pelas radiações talâmicas para terminar na área S1 do córtex cerebral. Por
sua organização anatômica, as vias de sensibilidade térmica fazem parte do sistema somestésico protopático. Ainda são
pouco conhecidas as propriedades funcionais dos neurônios e das regiões talâmicas que processam informações
térmicas provenientes da pele.

 
Dor é um fenômeno complexo que envolve sensações e mecanismos fisiológicos, comportamentais e
psicológicos importantes; uma experiência altamente pessoal, variável, influenciada por fatores culturais e cognitivos. A
informação dolorosa é captada por receptores nociceptivos, que respondem a sinais físicos como calor, frio, pressão,
substâncias químicas endógenas. Os receptores nociceptivos transmitem os impulsos nervosos para a medula espinhal.
Para o envio da informação dolorosa para os centros da dor no cérebro existem duas vias, o trato
espinoreticulotalâmico, de condução lenta e cursa medialmente no tronco cerebral, e o trato espinotalâmico, de
condução rápida e cursa lateralmente no tronco cerebral, são chamados de sistema protopático ou da coluna ântero-
lateral.
A dor possui dois componentes o perceptivo-discriminativo, discriminável no tempo, espaço e quanto à
intensidade, e o aversivo-cognitivo-emocional ou racional, que associa o sistema nociceptivo a reações defensivas e
emocionais.
Os corpos dos neurônios primários da dor localizam-se, nos gânglios espinhais e no gânglio trigêmeo. A
maioria dos neurônios de segunda ordem, situa-se no corno dorsal da medula e no núcleo espinhal do trigêmeo, onde
recebem as sinapses dos aferentes de primeira ordem e de outros aferentes, formando pequenos circuitos locais de
grande importância para a percepção final da dor.
Os neurônios de segunda ordem da dor emitem axônios dentro da medula que cruzam para o lado oposto, nos
mesmos segmentos em que entraram os aferentes primários, e se incorporam ao feixe espinotalâmico situado na coluna
ântero-lateral da medula. O feixe espinotalâmico ascende por toda a medula até o tronco encefálico, onde se encontra
com as fibras nociceptivas de segunda ordem do núcleo espinhal do trigêmeo para formar o lemnisco espinhal. Até este
ponto, as fibras da dor rápida estão misturadas às da dor lenta, embora alguns anatomistas façam distinção entre um
feixe chamado neospinotalâmico, que conduziria ao tálamo os impulsos nociceptivos da dor rápida, e outro chamado
paleospinotalâmico ou espino-retículo-talâmico, que conduziria os impulsos nociceptivos da dor lenta ao tálamo
passando através da formação reticular. Outras fibras desse sistema nociceptivo mais antigo terminariam em regiões do
tronco encefálico (formação reticular, grísea periaquedutal) encarregadas de promover reações comportamentais e
fisiológicas à dor. Os impulsos da dor rápida são veiculados diretamente a dois núcleos talâmicos (posterior e ventral
posterior), onde estão os neurônios de terceira ordem cujos axônios projetam ao córtex somestésico primário. A via
³direta´ da dor rápida explica as suas características fisiológicas principais: estrita correlação com o estímulo e precisa
localização espacial.
As características da dor lenta são proporcionadas pelas propriedades do trajeto de suas fibras. As fibras de
primeira ordem têm terminações muito extensas e ramificadas, que de um lado podem se estender até a órgãos
diferentes e de outro convergir para os mesmos neurônios. As fibras secundárias se dirigem não apenas ao tálamo e à
S1 para nos dar consciência deles, mas também a diversas outras regiões do SNC que controlam os fenômenos
vegetativos e emocionais.
Algumas fibras de segunda ordem projetam aos neurônios da formação reticular, encarregada de criar um
estado fisiológico e psicológico de alerta no indivíduo. Outras fibras projetam ao hipotálamo, onde estão situados
neurônios secretores ou controladores da secreção hormonal das glândulas endócrinas e neurônios que participam do
controle do funcionamento das vísceras. Outras fibras ainda projetam a núcleos do sistema límbico, alguns deles
situados também no tálamo, criadores de diferentes reações comportamentais e subjetivas de conteúdo emocional.
Neste caso, as informações nociceptivas acabam chegando também a uma região cortical diferente da área
somestésica, responsável pelo conteúdo emocional de uma experiência dolorosa. Trata-se do córtex cingulado anterior.

  
A termossensibilidade, que pode ser consciente ou inconsciente, tem como principal fundamento biológico o
controle da temperatura corporal para que esta não se afaste do nível ótimo para as reações químicas das células. Para
os dois componentes, conscientes e inconscientes são os mesmos receptores que transduzem e codificam as
informações de termossensibilidade, com o diferencial que o componente inconsciente utiliza além desses, receptores
especiais localizados no sistema circulatório e até no próprio cérebro.
Em geral, os termorreceptores são terminações livres distribuídas não homogeneamente (existem áreas com
maior concentração e áreas com menor) pela superfície cutânea, mucosas e paredes das vísceras digestivas e
respiratórias e que detectam mudanças de temperatura dos tecidos (afastamento dos valores normais, em torno de 36-
37 °C) gerando potenciais receptores despolarizantes. Quando a temperatura corporal decresce , ficando entre 10 e
35°C são os receptores para o frio que são ativados. Já para a faixa de 30 a 45°C são os receptores para o calor que
atuam. Percebe-se que existe uma faixa em que ambos estão ativos, entre 30 e 35°C. No entanto, nessa faixa, a
resposta difere no sentido da variação térmica , ou seja, se a temperatura aumenta ou diminui a partir de um valor inicial.
Para que a sensação térmica seja interpretada como frio ou calor, os potenciais gerados precisam percorrer um
certo trajeto, que é o seguinte: Depois de gerado, o potencial receptor é codificado em salvas de potenciais de ação na
membrana adjacente aos terminais e conduzidos ao longo de fibras A delta e C, que são fibras finas e com pouca ou
nenhuma mielina, em direção a um gânglio espinhal ou ao gânglio trigêmeo no tronco encefálico , onde estão os corpos
dos neurônios primários. A seguir, as fibras que emergem desses gânglios fazem sinapses com neurônios situados no
corno dorsal da medula ou no núcleo espinhal do trigêmeo. Então, os neurônios de segunda ordem da medula emitem
axônios que cruzam a linha média e a seguir trafegam pela coluna antero-lateral até o tronco encefálico onde encontram
os axônios originados do núcleo espinhal do trigêmeo oposto formando o lemnisco espinhal, que se projetapara o
tálamo. No tálamo, mais especificamente no núcleo ventral posterior, misturados aos neurônios táteis, se situam os
neurônios de terceira ordem da via de termossensibilidade. Os axônios desses neurônios emergem pelas radiações
talâmicas e terminam na área S1 do córtex cerebral.
Na regulação da temperatura agem ainda os termorreceptores centrais, localizados em grande quantidade no
hipotálamo anterior e na região pré óptica. Assim, a termorregulação póde ser considerada um servomecanismo natural,
no qual o ponto de ajuste fica em torno de 37°C, os termorreceptores periféricos e centrais constituem o sistema de
retroação , o hipotálamo é o integrador e o controlador é múltiplo, sendo formado pelo SNA, sistema endócrino e sistema
neuromuscular e a variável controlada é a temperatura. Para ilustrar a importância do hipotálamo no controle da
temperatura, verificou-se que animais que tiveram o hipotálamo anterior lesado ficaram hipertérmicos , ou seja, era como
se não conseguissem mais perder calor . Já quando as lesões se localizavam na região posterior, ocorria o inverso, os
animais tornavam-se incapazes de se aquecerem e a temperatura corporal tendia a igualar-se a do ambiente.


A área de Broca e área de Wernicke.
Em 1861,o neurologista francês Paul Broca identificou um paciente que era quase totalmente incapaz de falar e
tinha uma lesão nos lobos frontais, o que gerou questionamentos sobre a existência de um centro da linguagem no
cérebro. Mais tarde, descobriu casos nos quais a linguagem havia se comprometido devido a lesões no lobo frontal do
hemisfério esquerdo. A recorrência dos casos levou Broca a propor, em 1864, que a expressão da linguagem é
controlada por apenas um hemisfério, quase sempre o esquerdo. Esta visão confere com resultados do procedimento de
Wada, no qual um hemisfério cerebral é anestesiado. Na maioria dos casos, a anestesia do hemisfério esquerdo, mas
não a do direito, bloqueia a fala. A área do lobo frontal esquerdo dominante que Broca identificou como sendo crítico
para a articulação da fala veio a ser conhecida como área de Broca.(BEAR, 2002)
Em 1874, o neurologista Karl Wernicke identificou que lesões na superfície superior do lobo temporal, entre o
córtex auditivo e o giro angular, também interrompiam a fala normal. Essa região é atualmente denominada área de
Wernicke. Tendo estabelecido que há duas áreas de linguagem no hemisfério esquerdo, Wernicke e outros começaram
a mapear as áreas de processamento da linguagem no cérebro e levantaram hipóteses acerca de interconexões entre
córtex auditivo, a área de Wernicke, a área de Broca e os músculos requeridos para a fala.
"O modelo neurolingüístico de Wernicke considerava que a área de Broca conteria os programas motores de
fala, ou seja, as memórias do movimentos necessários para expressar os fonemas, compô-los em palavras e estas em
frases. A área de Wernicke, por outro lado, conteria as memórias dos sons que compõem as palavras, possibilitando a
compreensão." (LENT, 2002, p. 637) Assim, se essas duas áreas fossem conectadas, o indivíduo poderia associar a
compreensão das palavras ouvidas com a sua própria fala.
Atualmente, o modelo de Wernicke teve que ser corrigido quando se observou que pacientes com lesões bem
restritas à porção posterior do giro temporal superior (a área de Wernicke) apresentavam na verdade uma surdez
lingüística e não uma verdadeira afasia de compreensão. A área de Wernicke seria, então, responsável pela
identificação das palavras e não da compreensão do seu significado.
ï   

Damos o nome de afasia a alguns dos distúrbios da linguagem falada causados por acidentes vasculares
cerebrais na sua fase aguda. Entretanto, nem todos os distúrbios da linguagem podem ser chamados de afasia. São
chamados de afasia apenas aqueles que atingem regiões realmente responsáveis pelo processamento da linguagem e
não distúrbios do sistema motor, do sistema atencional, e outros que seriam apenas coadjuvantes do processo. Ao
contrário de um doente que não consegue falar devido a paralisia de um nervo facial, os portadores de afasia podem
apresentar problemas de linguagem sem ter qualquer problema no funcionamento muscular facial.
Segundo Lent (2002), as afasias são classificadas em afasia de expressão, de compreensão e de condução,
de acordo com os sintomas do paciente e com a região cerebral atingida.
A afasia de Broca é também chamada de afasia motora ou não-fluente, já que as pessoas têm dificuldade em
falar mesmo que possam entender a linguagem ouvida ou lida. Pessoas com esse tipo de afasia têm dificuldade em
dizer qualquer coisa, fazendo pausas para procurar a palavra certa (anomia). A marca típica da afasia de Broca é um
estilo telegráfico de fala, no qual se empregam, principalmente, palavras de conteúdo (substantivos, verbos, adjetivos),
além da incapacidade de construir frases gramaticalmente corretas (agramatismo). É provocada por lesões sobre a
região lateral inferior do lobo frontal esquerdo.
A afasia de compreensão ou afasia de Wernicke atinge uma região cortical posterior em torno da ponta do
sulco lateral de Sylvius do lado esquerdo. Os pacientes não conseguem compreender o que lhes é dito. Emitem
respostas verbais sem sentidos e também não conseguem demonstrar compreensão através de gestos. A
pesar de
possuir uma fala fluente, ela também não tem sentido pois não compreendem o que eles mesmos dizem. Enquanto na
afasia de Broca, a fala é perturbada, mas a compreensão está intacta, na afasia de Wernicke, a fala é fluente, mas a
compreensão é pobre.
A afasia de condução é provocada por lesão do feixe arqueado, feixes que conectam a área de Broca com a
área de Wernicke. Os pacientes seriam capazes de falar espontaneamente, embora cometessem erros de repetição e
de resposta a comandos verbais.
Afasia é apenas uma das desordens que resulta de lesões do cérebro. Neurologistas catalogaram um grande
número de desordens. Abaixo temos uma pequena lista de algumas delas:
± Alexia: inabilidade adquirida de compreender a linguagem escrita.
± Agrafia: inabilidade adquirida de produzir linguagem escrita apesar da presença da linguagem
oral, da leitura e de controle de movimentos normal
± Apraxia: inabilidade de ter movimentos propositais apesar da compreensão normal das
instruções, da força, do reflexo e da coordenação normais.
± Agnosia visual: perda da habilidade de reconhecer ou identificar a presença de objetos, apesar
nas funções visuais estarem intactas. ma forma específica da agnosia visual foi registrada como propagnosia,
inabilidade de reconhecer faces.
± Síndrome da negligência: a tendência a ignorar coisas numa região particular do espaço
ignorando o módulo sensorial responsável pelos estímulos provenientes daquela região. Pacientes com uma
forma dessa síndrome chamada síndrome da negligência unilateral ignoram as informações provenientes do
lado esquerdo ou direito do corpo e podem até esquecer de barbear essa parte do rosto ou de vestir esse lado
do corpo.
v
 

A neuroplasticidade refere-se à capacidade do sistema nervoso de alterar algumas das propriedades morfológicas e
funcionais em resposta a alterações do ambiente, é a adaptação e reorganização da dinâmica do sistema nervoso frente
as alterações.
A plasticidade nervosa não ocorre apenas em processos patológicos, mas assume também funções
extremamente importantes no funcionamento normal do indivíduo.
Graças a esta capacidade é que, crianças que sofreram acidentes, às vezes gravíssimos, com perda de massa
encefálica, déficits motores, visuais, de fala e audição, vão se recuperando gradativamente e podem chegar à idade
adulta sem seqüelas.
Formas de plasticidade:
- Regenerativa: consiste no recrescimento dos axônios lesados.É mais comum no sistema nervoso periférico.
- Axônica ou plasticidade ontogenética: ocorre de zero a 2 anos de idade, é a fase crítica, fundamental para
desenvolvimento do SN.
- Sináptica: Capacidade de alterar a sinapse entre as células nervosas.
- Dendrítica: Alterações no número, no comprimento,na disposição espacial e na densidade das espinhas
dendríticas,ocorre principalmente nas fases iniciais do desenvolvimento do indivíduo.
- Somática:Capacidade de regular a proliferação ou morte de células nervosas.Somente o sistema nervoso
embrionário é dotado dessa capacidade.

   
O grau de plasticidade neural varia com a idade do individuo. Durante o desenvolvimento o sistema nervoso é
mais plástico, principalmente as fases denominadas de períodos críticos que é mais susceptível a transformações.
Ao nascimento os órgãos do sistema nervoso já estão praticamente formados anatomicamente, embora
as sinapses não estejam estabelecidas. Daí a importância da maturação nervosa para a aprendizagem: aprender
significa ativar sinapses normalmente não utilizada.

    
    
   
A lesão promove no SNC vários eventos simultâneos: Num primeiro momento, as células traumatizadas
liberam seus aminoácidos e neurotransmissores, os quais, em alta concentração, tornam os neurônios mais excitados e
mais vulneráveis à lesão.
Neurônios muito excitados podem liberar o neurotransmissor glutamato, o qual alterará o equilíbrio do íon
cálcio e induzira seu influxo para o interior das células nervosas, ativando varias enzimas que são tóxicas e levam os
neurônios à morte, o que é chamado de excitotoxicidade.
Após o evento lesivo, ocorre também a ruptura de vasos sanguíneos e/ou isquemia cerebral, diminuindo os
níveis de oxigênio e glicose, que são essenciais para a sobrevivência de todas as células.
A falta de glicose gera insuficiência da célula nervosa em manter seu gradiente transmembrânico, permitindo a
entrada de mais cálcio para dentro da célula, ocorrendo um efeito cascata.
A lesão promove, três situações distintas: uma em que o corpo celular do neurônio foi atingido e ocorre a
morte do neurônio, sendo, neste caso, o processo irreversível; o corpo celular esta integro e seu axônio esta lesado ou o
neurônio se encontra em um estagio de excitação diminuído.

    
    
   
As variáveis que afetam a recuperação funcional são: localização de lesão; extensão e severidade do
comprometimento neuropsicológico, etiologia e curso de progressão do processo patológico, idade de inicio, tempo
transcorrido desde de o inicio do quadro, variações na organização cerebral das funções, condições ambientais, estilo de
vida, fatores agravantes internos ou externos.

    
 
A reorganização neural é um objetivo preliminar da recuperação neural para facilitar a recuperação da função e
pode ser influenciada pela experiência, comportamento, prática de tarefas em resposta as lesões cerebrais.
m consenso na literatura sobre a plasticidade cerebral é que o aprendizado de determinada atividade ou a somente
prática da mesma, desde que não seja simples repetição de movimentos, induza mudanças plásticas e dinâmicas no
sistema nervoso central (SNC).

    


O SNC é altamente ³plástico´ essa característica permanece durante toda a vida,em condições normais ou
patológicas. O córtex motor pode reorganizar-se em resposta ao treinamento de tarefas motoras especializadas depois
de uma lesão isquêmica localizada.
Acredita-se que regiões corticais não lesadas assumam a função perdida da área danificada. O fisioterapeuta
irá atuar treinando as funções motoras para prevenir futuras perdas de tecido de áreas corticais adjacentes à lesada,e
direcionar o tecido intacto a assumir a função do tecido danificado.
‡ Os exercícios estimulam a sinaptogênese e promover crescimento de espinhos dendríticos no córtex.
‡ O exercício pode então aumentar a neurogênese ,a plasticidade sináptica e o aprendizado.

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Nas primeiras horas após lesão tão logo o paciente esteja estável.Deve-se iniciar com exercícios físicos
passivo e ativo-assistido e ativo de intensidade leve e moderada afim de reduzir eventos vasculares
tromboembólicos,pneumonias,escaras, etc.


 
O aprendizado motor utiliza memória não- declarativa (adquirida em virtude de treinamento).
Assim para aprender um ato motor é necessário treinar inúmeras vezes e de diversas maneiras determinada ação para
que esta se fixe.

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Com a perda da função de uma área do cérebro atingida pelo AVC, o paciente não consegue mover o membro
mais afetado, compensa usando o outro.
Após um certo tempo, quando os efeitos da lesão não estão mais presentes e ocorreram readaptações no
cérebro, os movimentos poderiam ser recuperados, no entanto, o paciente já ³aprendeu´ que aquele membronão é mais
funcional.

  : O cérebro humano está constantemente sofrendo alterações e este é um dos motivos que dificulta
o entendimento de seus mecanismos, como a regulação da neuroplasticidade após a lesão. Por isso mais pesquisas,
precisam ser realizadas para uma melhor compreensão das mudanças plásticas durante a recuperação das funções
nervosas.

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