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Este artigo aborda a função da propriedade como sendo uma instituição jurídica formada para responder
a uma necessidade econômica, como conseqüência de haver transformações no entendimento e
definição de seu objetivo.
INTRODUÇÃO
II – O DIREITO A PROPRIEDADE
Nessa ordem, o novo Código Civil proclama que o direito de propriedade deve
ser exercido em consonância com as suas finalidades econômica e social e de modo que
sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em Lei especial, a flora, a fauna, as
belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como
evitada a poluição do ar e das águas. (artigo 1228, §1º - CC.); e que são defesos os atos que
não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela
intenção de prejudicar outrem (§ 2º).
O referido diploma criou uma nova espécie de desapropriação, determinada pelo
Poder Judiciário na hipótese de o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse
ininterrupta e de boa fé, por mais de cinco anos, de considerável numero de pessoas, e estas
nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados
pelo juiz de interesse social e econômico relevante (§ 4º).
Nesse caso, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário (§ 5º). Trata-
se de inovação de elevado alcance, inspirada no sentido social do direito de propriedade e
também no novo conceito de posse, qualificada por Miguel Reale, como posse – trabalho.
Inúmeras Leis impõem restrições ao direito de propriedade (Código de
Mineração, Código Florestal, Lei de Proteção do Meio Ambiente), além das limitações
decorrentes do direito de vizinhança e de cláusulas impostas nas liberalidades. Todo esse
conjunto, no entanto, acaba traçando o perfil atual do direito de propriedade no direito
brasileiro, que deixou de apresentar as características de direito absoluto e ilimitado, para
se transformar em um direito de finalidade social.
O artigo 1231 do Código Civil considera pleno ou ilimitado e exclusivo a
propriedade, até que prove em contrário. É limitada quando pesa sobre ela ônus real, como
no caso de usufruto e de outros direitos reais sobre coisas alheias, em virtude do
desmembramento dos direitos elementares do proprietário usar, gozar, etc) ou quando é
resolúvel (sujeito à resolução).
É plena quando o proprietário concentra em suas mãos todos os direitos
elementares mencionados no artigo 1228. O artigo 1229 limita a extensão da propriedade
pelo critério utilidade, até onde lhe for útil. Não pode o proprietário opor-se a trabalhos
realizados por terceiros a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse
algum em impedi-los.
A restrição de cunho social. Acrescenta o artigo 1230 que a propriedade do solo
não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia
hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais que
constituem propriedade distinta do solo para efeito de exploração ou aproveitamento (CF,
artigo 1276, Código de Mineração, artigo 84).
Em seu artigo 5º, inciso XXII a Constituição Federal elenco que a propriedade
atenderá a sua função social. A função social de propriedade é um conceito que dá a esta
um atributo coletivo, não apenas individual. Significa dizer que a propriedade não é um
direito que se exerce apenas pelo dono de alguma coisa, mas também que esse dono exerce
em relação a terceiros. Ou seja, a propriedade, além de direito de pessoa, é também um
encargo contra essa, que fica constitucionalmente obrigada a retribuir, de alguma forma,
ao grupo social, um benefício pela manutenção e uso da propriedade.
A Função Social como relata Uadi Lamêgo Bulos, a partir da lição de Stefano
Rodotá, afirma que são três os aspectos da função social da propriedade: a) privação de
certas faculdades do proprietário; b) criação de condições para o exercício da propriedade;
c) obrigação de exercer certos direitos elementares de domínio.
VI – A DESAPROPRIAÇÃO DA PROPRIEDADE
No novo Código Civil, este determina que o direito de propriedade deve ser
exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam
preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, à flora, a fauna, as
belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como
evitada a poluição do ar e das águas (artigo 1228, §1º).
- por interesse social, que é um argumento vasto, mas dentro do qual cabem
argumentos que sustentem que a propriedade, por qualquer motivo, será mais bem
aproveitada se transferida ao patrimônio público do que se mantida sob o poder do
particular. É, dessa forma, uma desapropriação com argumento social, como ocorre na
desapropriação para reforma agrária.
No novo Código Civil, registra que o proprietário pode ser privado da coisa, nos
casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social (artigo
1228, § 3º).
Este inciso abre uma exceção à regra da penhorabilidade dos bens dados em
garantia de financiamentos. Como o pequeno proprietário subsiste do que colhe e produz
em sua terra, tolerar a penhora desta para o pagamento de dividas seria op mesmo que
condenar o pequeno colono à fome ou à marginalização das favelas nas cidades grandes.
Para isso, o constituinte fixou que a pequena propriedade rural não é penhorável.
- a propriedade deve ser classificada como pequena nos termos da Lei – essa Lei,
hoje, é o Estatuto da Terra (Lei nº 4504/64), combinada com a Lei nº 8629/93);
- deve ser produtiva;
CONCLUSÃO