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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

Instituto de Geociências
Curso: Geografia
Professora: Mônica Cox de Britto Pereira

Relatório sobre o Trabalho de Campo no Parque Estadual da Pedra Branca e


visitação a AGROPRATA, em cumprimento a disciplina Ecologia

Autora: Sarah de Campos de Macedo Costa

NITERÓI
2010
INTRODUÇÃO

No dia 19 de junho de 2010, nós, alunos da Universidade Federal Fluminense e graduandos do


curso de Geografia, sob a disciplina de Ecologia, realizamos uma visita ao Parque Estadual da
Pedra Branca e a Associação dos Agricultores orgânicos da Pedra Branca. Podemos perceber de
perto a dicotomia Homem x Natureza, a interação que os moradores tem com o meio e
percebemos as tentativas de separá-los daquele lugar por parte das autoridades governamentais,
regidos pelo mito da natureza intocada, que diz que a preservação do natural, só terá os melhores
resultados se a interferência humana for anulada. Veremos com o decorrer do trabalho como esses
conflitos ocorrem, além de observar que o meio de melhor preservar a natureza, não é separando-a
do ser humano, mas sim, preservando-os juntos.

O PARQUE

O Maciço da Pedra Branca localiza-se na cidade do Rio de Janeiro, entre as regiões de


Recreio dos Bandeirantes, Barra da Tijuca, Camorim, Vargem Pequena, Vargem Grande, Campo
Grande, Bangu, Padre Miguel, Senador Camará, Realengo, Taquara, Jardim Sulacap, Jacarepaguá
e o restante da zona oeste, mas está localizado especificamente entre Bangu, Realengo, Padre
Miguel e Jacarepaguá. A transposição do maciço é feita pela estrada que liga o Largo de Piabas
(Recreio) à Sepetiba, a serra da Grota Funda.

A região é protegida desde 1974, quando foi criado o Parque Estadual da Pedra Branca,
com o objetivo de se preservar a Mata Atlântica, os mananciais que abastecem a região – como as
represas do Camorim e do Pau da Fome -, construções e ruínas de grande interesse histórico, como
um antigo aqueduto e sedes de fazendas coloniais. Na área do Parque e áreas vizinhas existem,
ainda hoje, importantes exemplares do patrimônio arquitetônico que relembram a história da
região. Destacam-se A Capela de São Gonçalo do Amarante, construída por Gonçalo Correia de
Sá em 1625 na localidade do Camorim; A Igreja de Nossa Senhora de Montserrat, de 1776,
edificada pelos Monges Beneditinos em Vargem Grande e a Igreja Nossa Senhora da Conceição e
São Boaventura, construída por volta de 1730 pelo dono do engenho do Rio Grande, onde hoje é
conhecido como Largo da Capela.

Possui cerca de 12.500 hectares de área coberta por vegetação típica da floresta Atlântica e
guarda o ponto mais alto da cidade do Rio de Janeiro, o pico da Pedra Branca, com 1024m de
altitude. Apesar de ser um local protegido, o maciço sofreu com invasões, poluição, erosão e
outras conseqüências da falta de atenção com a região, detentora de importantes recurso hídricos.
Este quadro começou a se modificar em 1988, quando autoridades municipais se mobilizaram para
criar a Área de Proteção Ambiental (APA) da Pedra Branca.

Atualmente, o parque possui três centros para visitação, passeios e apresentações guiadas
ao local. Guias florestais acompanham grupos interessados em caminhadas pela região
diariamente. O parque ainda oferece cursos sobre temas ligados à conservação ambiental.

PLANO DE MANEJO DO PARQUE

A pesar dos cerca de 35 anos de criação, ainda não possui Plano de Manejo. Todavia, o site
oficial do PEPB possui a relação de seus componentes e características naturais como Relevo,
Formação do Solo, Clima, Pluviosidade, Rede hidrográfica e Recursos Bióticos.

Relevo e formação do solo

Caracterizado por terrenos pré-cambrianos, representados por complexo granítico-


migmático e corpos graníticos subordinados; alguns corpos de plutônicos alcalinos de idade
Mesozóica; e recobrimentos sedimentares, notadamente holocênicos Apresenta feições
morfológicas típicas de planície costeira, com presença de morros arredondados (“meias
laranjas"). Apresenta nos níveis mais baixos os solos latossolos, mais evidentes ao longo das
vertentes meridionais do maciço. Nos níveis mais elevados e nas encostas dos vales estão os solos
podzólicos vermelho e amarelo litossol, são solos raros das vertentes montanhosas. O Parque
possui em suas vertentes inúmeras furnas e grotas de blocos graníticos, formando cachoeiras e
paisagens emolduradas pela Mata Atlântica.

Clima e Pluviosidade

Do ponto de vista climático a área é caracterizada de acordo com a Classificação de


Koppen, como:

Aw: temperatura elevada com chuva no verão e outono. Temperatura sempre maior que
20°C. Predominante nas áreas de baixadas, apresenta distribuição bastante irregular de chuvas,
com estação seca concentrada no inverno, sofrendo clara influência das frentes frias provenientes
do sul do continente.

Af: temperatura elevada sem estação seca. Temperaturas sempre maiores que 20°C.
Maior ocorrência nas encostas, apresenta melhor distribuição de chuvas, principalmente nas áreas
próximas ao mar. As encostas opostas a estas são mais quentes e menos úmidas.

Cfa: temperatura moderada com chuvas bem distribuídas e verão quente. Nos meses de
inverno há ocorrência de geadas sendo a média de temperatura neste período inferior a 16°C. No
mês mais quente as máximas são maiores que 30°C. Clima tropical de altitude, ocorrendo nas
altitudes maiores, acima da cota de 500m.

A temperatura média anual é alta, acima de 22º C, no verão varia de 30º C a 32º C,
atingindo valores absolutos próximos dos 40º C. Em locais de mata fechada, a temperatura
permanece na faixa de 25º C em dias quentes. O Inverno é ameno com médias acima de 18º C,
mas nos pontos mais altos a temperatura pode beirar os 10º C.

A pluviosidade varia de 1500 a 2500 mm, sendo os períodos mais chuvosos no verão e os
mais secos no inverno. A variação microclimática é resultante da proximidade do mar, além da
influência de núcleos urbanos em direção às encostas e do abusivo processo de desmatamento.

Rede hidrográfica

O maciço da Pedra Branca possui uma importante rede hidrográfica, já que parte dela
contribui para o abastecimento de água da região circunvizinha, destacando-se as represas do Pau
da Fome e do Camorim (século XIX), das Taxas e do Engenho Novo. Nesta área situam-se os
principais divisores das grandes bacias do município do Rio de Janeiro, são 8 bacias principais e
53 microbacias. Pode-se desta forma identificar as três grandes bacias que dividem o maciço em
suas vertentes norte (Baía de Guanabara), leste (Lagoas Costeiras) e oeste (Baía de Sepetiba). As
divisões da rede hidrográfica apresentam-se segundo diferentes serras que constituem o maciço. A
Serra do Quilombo, por exemplo, separa a bacia do rio Camorim (que deságua na Lagoa de
Jacarepaguá); dos rios Grande e Engenho Novo (que deságuam na baixada de Jacarepaguá); dos
rios Paineiras, Morto e Taxas (deságuam na baixada de Guaratiba). A Serra do Barata serve como
divisor das bacias dos rios Piraquara e Pequeno. As demais serras não apresentam rios de grande
significância. Concluindo, podemos dizer que o Maciço da Pedra Branca é o único divisor de
águas que contribui para as três macrobacias da cidade (Baía de Guanabara, Baía de Sepetiba e
Lagoas Costeiras).

A Represa do Pau da Fome, está situada a 130 metros de altitude, conduzindo o manancial
das águas do rio Grande, e juntamente com os açudes do rio da Padaria e do rio da Figueira que
vêm da serra do Quilombo, tem suas águas represadas para abastecer os habitantes desta bacia
hidrográfica até a Taquara.

Recursos Bióticos

Flora

O Parque Estadual da Pedra Branca constitui um maciço montanhoso, com cobertura


vegetal típica de Mata Atlântica. Este tipo de formação apresenta árvores de vários portes, que
alcançam entre 20 e 30 metros de altura. Há superposição de vários estratos, geralmente três
arbóreas, um arbustivo e um herbáceo, observando-se grande número de lianas, trepadeiras e
epífitas. A importância da Mata Atlântica está reconhecida a nível constitucional, sendo
juntamente com a Floresta Amazônica e outros importantes ecossistemas considerada patrimônio
nacional e reserva da biosfera.

A cobertura vegetal do Parque pode ser distribuída da seguinte maneira:

 216,2 hectares, cerca de 26% ocupado por vegetação de campo antrópico,


constituído de culturas, pastagens e macegas, onde predomina o capim colonião.
 2.156,5 hectares, cerca de 17% ocupado por Florestas Alteradas, incluindo os
bananais.
 6.920,1 hectares, cerca de 55% da área total coberta por florestas, representando a
maior mancha remanescente de Floresta Ombrófila Densa (Mata Atlântica)
contínua, entre os outros maciços florestais situados no Município.

Fauna

Que abriga grande variedade de espécies de animais que encontram habitat propício ao seu
desenvolvimento e reprodução na densa Floresta Atlântica. A sobrevivência destas espécies
encontra-se seriamente ameaçada pela intensa destruição deste tipo de formação florestal. Um
inventário da fauna indicou que existem pelo menos 220 espécies de aves, 38 de répteis, 12 de
anfíbios e 79 de mamíferos, além de espécies de peixes e invertebrados. Veremos abaixo algumas
destas espécies.

Entre os mamíferos se destacam o macaco-prego, o porco do mato, a preguiça, o furão, o


ouriço-cacheiro, o cachorro do mato, o mão-pelada, o tamanduá de colete, a paca, a cutia, os gatos
do mato e muitas espécies de morcegos.

LEIS REGULAMENTADORAS

O processo de criação desta Unidade foi iniciado em abril de 1963, pelo Decreto nº 1.634,
que declarou sua área de utilidade pública para fins de desapropriação. Somente em 1974,
contudo, após longa fase de estudos, o Parque Estadual da Pedra Branca foi criado, por meio da
Lei Estadual nº 2.377, de 28 de junho de 1974, cujos limites englobam, inclusive, as diversas
Florestas Protetoras da União, ali existentes.

Em 1988, o Município do Rio de Janeiro criou pela Lei Municipal nº 1.206, a Área de
Proteção Ambiental (APA) da Pedra Branca, acima da cota 300 metros. As autoridades municipais
resolveram transformar a área do parque em APA, para assim combater a erosão, a poluição, as
invasões, a devastação da mata e o crescente processo de favelização da área que circunda o
maciço.

A ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA.

A valorização das terras, compreendendo em parte a baixada de Jacarepaguá, induziu ao


crescimento do mercado imobiliário nas encosta. Em algumas posses, observa-se uma evolução
gradativa de ocupações rurais/residenciais, que desenvolvem através do retalhamento de lotes, por
parte das famílias de proprietários de terras, agricultores, que perderam a tradição da cultura no
vínculo econômico com as terras.

A pressão dos estabelecimentos humanos ao longo da malha urbana, interfere sobre as


áreas frágeis. Agrava-se cada vez mais com relação a quantidade de ocupações de forma
desordenada que crescem nas encostas, o que induz ao constante avanço da favelização.

Os agrupamentos de classes residenciais a exemplo: os condomínios elevam a taxa de


ocupações por área, com o aparecimento de um número já significante de empreendimentos
imobiliários de alto padrão construtivo em região valorizadas.

Apesar de o Estado, não haver dados exatos sobre o percentual de ocupantes por áreas,
estima-se que no Maciço da Pedra Branca, já existam cerca de 10.000 mil moradores, ocupando
propriedades, tanto de encostas e fundo dos vales, quanto em seu interior em confronto com
remanescentes de florestas. A zona oeste é a região do município do Rio, que mais sofreu com o
processo de ocupações nos últimos anos.

A HISTÓRIA DA OCUPAÇÃO DOS MORADORES

O que acontece é que o Parque Estadual da Pedra Branca foi criado em uma região que não
estava vazia. Como vimos acima, nas páginas anteriores, um dos motivos para o qual o Parque foi
criado era o combate de invasores, provocadores de devastação. No entanto, no interior do PEPB
a ocupação existente é datada desde os fins do século XIX, isso se os moradores não forem
descendentes dos donos das antigas construções preservadas no Parque, datadas nos séculos XVII
e XVIII.
A ocupação no Maciço da Pedra Branca, é considerada heterogênea, apresentando quatro
grupos distintos:
 Os proprietários de terras e/ou lotes rurais -ocupantes descendentes e/ou herdeiros
de terras, considerados tradicionais que correspondem a cerca de 40% das ocupações que lá estão
há mais de duas ou três gerações, sendo de origem açoriana e portuguesa.
 Os posseiros - com cerca de 30% dos ocupantes, que fixaram moradias de uso
residencial-rural, em busca de atividades econômicas antes de 1974.
 Os arrendários - com cerca de 20% dos ocupantes, que utilizam propriedades e/ou
estabelecem moradias em posses, ainda com algum tipo de atividades econômicas em sistema de
arrendamento.
 Os invasores - com cerca de 10% dos ocupantes, distribuídos em encostas e que
desenvolveram, posterior a criação do Parque (lei 2.377 de 28/06/74) ocupações desde baixo a alto
padrão construtivo. Pôr fim observa-se especulações de terras e o crescimento de ocupações
veranistas (segunda residência) que evoluem em regiões valorizadas do ponto de vista urbano.

Podemos perceber que a generalização “invasores” é descabida, uma vez que a ocupação já
era um fato consumado de comunidades nativas, tradicionais e uma outra parcela que chegara
ainda antes mesmo da data da criação do Parque.

LIMITAÇÕES E INTERDIÇÕES

Alguns dos agricultores que ali haviam se estabelecido com suas culturas, permaneceram
tiveram que adaptar sua produção às restrições impostas pelos órgãos ambientais responsáveis
pela administração do PEPB, tais como a proibição de roçar os terrenos, de fazer queimada, de
expandir as áreas cultivadas, de fazer melhoria nos caminhos ou utilizar meios de transporte mais
modernos. Toda a produção de banana e caqui do maciço da Pedra Branca é transportada ainda
hoje pelos burros que sobem e descem os caminhos íngremes do maciço. Tais restrições tornam a
agricultura no maciço bastante árdua e limitam as possibilidades de expansão da produção ou
introdução de novos cultivos.
Segundo informações dos próprios agricultores, algumas casas que não chegaram a possuir
rede elétrica e sistema de água e esgoto até antes da data de criação do Parque, continuam a não
obtê-las até os dias de hoje, apesar de já terem procurado as autoridades competentes.
Com tantas dificuldades, e sem financiamento por parte do governo, os filhos dos
agricultores, procuram outras formas de ganhar a vida, outras atividades, tornando cada vez mais
difícil a perpetuação das tradições de modo de vida e manejo da terra, além de enfraquecer a
população agrícola familiar com o êxodo de seus descendentes.

O ACESSO A TERRA
A população tradicional do que compreende o PEPB, é formada por agricultores familiares
que plantam alguns legumes e hortaliças para a sua própria subsistência, vendendo o excedente em
feiras do Rio da Prata. Por serem tolhidos de roçar e fazer uso de técnicas que possam “agredir os
componentes do parque”, como podas, limpeza de ervas daninhas, práticas necessárias para uma
melhor produção, agricultores como o “Seu Tião”, fazem constantemente mudas de caquizeiros
para que o número de árvores lhes ofereça uma maior produção, além de optar pela produção de
plantas ornamentais, utilizando-se de mudas e o uso de estufas.
A ASSOCIAÇÃO E SEU PAPEL

No período de março de 2001 a dezembro de 2003, uma parcela desses agricultores do Rio
da Prata, aderiu ao projeto desenvolvido pelo engenheiro agrônomo Ronaldo Salek - financiado
pelas ONG Rockfeller e repassado e administrado pela ONG Roda Viva – de agricultura orgânica.
Tudo começou com um curso de monitoramento da qualidade da água, que contava com a
participação de 75 alunos tendo 1ano e meio de duração. Mais tarde, houve a realização do curso
de agricultura orgânica que atraiu os agricultores do Rio da Prata. O aprendizado técnico -
cientifico, institucional e a vivência de experiências possibilitou a construção da identidade do
agricultor orgânico em oposição aos demais agricultores convencionais. É curioso, contudo, que
na prática são poucas as diferenças entre ambos, uma vez que a cultura da banana e do caqui exige
muito pouco manejo, utilização de insumos, irrigação ou agrotóxicos.
Forma-se então a Associação dos Produtores Orgânicos da Pedra Branca à partir da união
de 19 agricultores e contam atualmente com 23 membros. Estes, já faziam parte da Associação dos
agricultores do Rio da Prata (AGROPRATA), criada no ano 2000.

O PAPEL DOS AGRICULTORES NA CONSERVAÇÃO

A diferença essencial na rotina agrícola consiste na abolição das queimadas e do uso do


carbureto para amadurecer a banana e o caqui. Diante desta constatação, alguns agricultores
inseridos no projeto, se surpreenderam: nós éramos praticamente orgânicos e não sabíamos
(LEAL, 2005, P.41). Neste sentido, tornar-se orgânico, para esses agricultores do Rio da Prata,
muito mais do que uma alteração radical no seu sistema tradicional de produção, significou a
modificação de sua leitura de mundo, través da adesão a um conjunto de preceitos e valores
ligados ao ambientalismo.
Segundo um dos membros mais atuantes da Associação, a prática da conservação daquele
território já existia muito antes da criação da AAOPB, uma vez que a vivência os ensinara as
melhores práticas para o manejo das culturas, para a preservação do solo. Além do que, “ninguém
vai sujar o seu próprio quintal, o lugar onde vive”, diz Irma, membro da AGROPRATA. Desta
forma então, são realizadas reuniões com o objetivo de fortalecer os vínculos de todos os
membros, disseminação do pensamento ecológico em suas feiras e através de seus projetos como
veremos mais adiante.
A VOZ DA POPULAÇÃO LOCAL.

Apesar de todas as dificuldades, a população está muito bem organizada quando o assunto
é comunicação. Possuem alguns blogs com o papel de difundir as atividades e eventos que são
realizados. Para ganharem força, no processo de interação do projeto, os agricultores de diferentes
localidades do maciço passaram estabelecer entre si redes de comunicação, os agricultores
criaram as comunidades de Vargem Grande, Pau-da-Fome e Rio da Prata e um representante de
cada uma foi escolhido pra participar da Conferência Estadual do Meio Ambiente, sim como as
três associações de agricultores buscaram representação no conselho consultivo do Parque.
Sob outra perspectiva, O IEF, órgão estadual responsável pela administração do PEPB,
recentemente transformado em INEA, aos poucos se tornou a face mais visível do Estado para os
pequenos produtores do Parque, através da intermediação com outros órgãos públicos, tanto para a
concessão ou não de reivindicações de seus moradores, quanto para a realização de projetos. É,
portanto, através de um poder tutelar (SOUZA LIMA, 1995) que o Estado representado pelo
INEA, de forma crescente tem regulado as relações dos pequenos produtores com as demais
instituições públicas e do terceiro setor.

O CONSELHO

Em 1990, foi criado pelo Projeto de Lei 2.892/92 o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza, o SNUC que em seu artigo 5º, estabelece que o sistema de diretrizes das
UC’s tenha a participação efetiva das comunidades locais no que compreende a sua criação,
implantação e gestão. A atuação da sociedade se daria de duas formas: Por uma consulta pública,
para que a UC fosse criada e através dos conselhos gestores das UC’s. Assim sendo, o Conselho
consultivo do PEPB é formado por 42 instituições e organizações governamentais e não
governamentais (dentre elas a AGROPRATA) e conta com 80 membros.

PERSPECTIVAS E CONQUISTAS

A associação tem como objetivos:

-Ampliar o número de famílias participantes e envolver os jovens.


-Fortalecer o processo associativo e cooperativo dos produtores e agricultores.
-Atrair novos consumidores.
-Estreitar parcerias com a sociedade civil e os órgãos públicos.

Conquistas:

-Ações conjuntas - a adoção de trabalho em mutirão para manejo dos bananais, elaboração
de caldas orgânicas e compostagem são soluções para a falta de mão-de-obra, além de
fortalecerem os vínculos entre os componentes do grupo.
- Mulheres na orgânica - várias agricultoras estão desidratando banana e caqui, agregando
valor ao que produzem.

O GOVERNO

O governo do estado do Rio de Janeiro e principalmente a Prefeitura do Município do Rio


de Janeiro, são alheios as dificuldades enfrentadas pela Associação dos Agricultores Orgânicos da
Pedra Branca não oferecendo nenhum tipo de auxílio ou financiamento e atualmente o próprio
Parque está sofrendo com o descaso das autoridades. Com 12.500 há, apenas cinco fiscais
trabalham no Parque, este que até hoje, não possui um Plano de Manejo como vimos
anteriormente. Além do mais, o “rural” do município do rio de janeiro é de uma minoria
praticamente ignorada. Vejamos o quadro:

Dados Econômicos do Município do Rio de Janeiro

Fonte: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


Produto Interno Bruto (PIB) R$ 73.974.912.00,00 (2004)
Renda Per Capita R$ 12.224,00 (2004)
Principais Atividades Econômicas comércio, turismo, serviços,
construção civil e indústria
A tabela acima foi posta com o intuito de mostrar que a agropecuária apesar de existente
como nós sabemos é uma atividade sem vista de expansão, estagnada, para não dizer decadente.
PROJETOS

Veremos alguns dos Projetos dos quais a AAOPB participa e/ou é idealizadora.

1º) Projeto Profito

O Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fiocruz (Farmanguinhos) é um dos


incentivadores do Profito, projeto agroecológico com o objetivo de cultivar plantas medicinais nas
comunidades da região do Parque Estadual da Pedra Branca, no Rio de Janeiro. A meta é oferecer
alternativas de desenvolvimento sustentável com estímulo à produção local através de capacitação
dos produtores agrícolas.

O projeto, que começou em 2006 e tem duração de seis anos, conta com a participação de
três associações de agricultores e tem como público alvo 150 produtores da região das três
associações vinculadas ao projeto: Associação dos Lavradores e Criadores de Jacarepaguá
(ALCRI-JPA), Associação dos Produtores Orgânicos da Pedra Branca (APOPB), e Associação
dos Agricultores Orgânicos de Vargem Grande (AGROVARGEM). Este ano, os trabalhadores
passarão pela etapa de aprimoramento técnico e capacitação na área de produção agroecológica,
beneficiamento e comercialização de plantas medicinais. Atualmente, o projeto se encontra na fase
de monitoramento de uma área para o cultivo e a comercialização, através da cooperativa local, de
plantas medicinais baseadas nas espécies nativas. Durante dois anos, os agricultores contarão com
auxílio para fortalecer a produção local. Além disso, será criada uma Farmácia Viva, que
funcionará como pólo para as demais farmácias da região.

2ª) Pastoral do Meio Ambiente -Vicariato Oeste


A Pastoral do Meio Ambiente do Vicariato Oeste promove em datas festivas relacionadas
com a natureza, diversas atividades em prol da disseminação do pensamento ecológico, como
aconteceu no último dia 16 de junho, foi realizada uma caminhada para a manifestação do
desagravo contra o aquecimento global.

3ª) Centro Cultural

Ainda não fora executado, estando ainda em fase de planejamento. Caso efetivado, o
Centro terá como o objetivo a prática de oficinas profissionalizantes e a propagação das
tradições da comunidade.
CONCLUSÃO: O MITO DA NATUREZA INTOCADA

O Parque Estadual da Pedra Branca, criado na década de 70, com os objetivos de


preservar parte da Mata Atlântica pertencente ao município do Rio de Janeiro, evitar a ocupação
irregular e a devastação. No entanto, no interior do PEPB a ocupação existente é datada desde os
fins do século XIX, isso se os moradores, descendentes de açorianos e indígenas que ali se
instalaram, não forem descendentes também, dos donos das antigas construções preservadas no
Parque, datadas nos séculos XVII e XVIII. Pedra Branca não era só intocada, era habitada.
Sendo estes moradores pertencentes a uma comunidade tradicional, de agricultura
familiar, apesar de tentativas, não puderam ser despejados, mas sofrem com as interdições que a
criação do Parque lhes trouxe. Mesmo assim, com seus esforços para continuarem com seu
modo de vida camponês, criaram sua Associação (AAOPB) afim de fortalecer sua classe e seus
interesses e através disso, compartilhar o que já sabiam e o que aprenderam - o respeito pela
natureza e a visão ecológica - percebidos pelas suas novas práticas realizadas individualmente,
como o recolhimento do lixo deixado pelos visitantes, além da conscientização dos mesmos,
(uma vez que a fiscalização é precária), além de seus projetos sociais como a Pastoral do Meio
Ambiente e o futuro Centro Cultural.
Concluímos então que a preservação de uma área rica em recursos naturais e isenta da
ocupação humana é um equívoco. A preservação deve ser feita sim, mas juntamente com a
preservação e motivação da cultura das populações tradicionais ali já existentes, fazendo também
um trabalho de conscientização ambiental, uma vez que serão esses habitantes os melhores
aliados ao combate dos verdadeiros invasores e devastadores que possam aparecer, além de
serem parceiros na divulgação e conscientização de toda a sociedade do entorno das áreas de
preservação e de seus visitantes.
BIBLIOGRAFIA

Sites:
http://www.trilhaserumos.com.br

http://diariodorio.com/lugares-do-rio-que-quase-ningum-conhece-parque-estadual-da-pedra-
branca/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Estadual_da_Pedra_Branca
http://www.parquepedrabranca.com
http://www.mapavivo.com.br
http://www.suapesquisa.com/cidadesbrasileiras/cidade_rio_de_janeiro.htm

http://www.alegrai-vos.com/exibe_agenda_detalhes.asp?id=380

http://www.inea.rj.gov.br/unidades/pqpedra_branca.asp

http://www.jornaldasvargens.com.br

http://agroprata.blogspot.com

Anotações feitas no campo

VIANA, Davi. P.C..Monografia Gestão Participativa em Unidades de Conservação do


Estado do Rio de Janeiro. UFRRJ Seropédica, RJ.

FERNANDEZ, Annelise Caetano Fraga. O Agricultor Conservador: Impasses e


Conquistas de Pequenos Produtores em uma Área Protegida Urbana. SBS - XIV
Congresso Brasileiro de Sociologia. UFRJ.

As fotos nos anexos foram compartilhadas pelos participantes do campo.


ANEXOS

Frente da Associação No
interior da associação

Local de cultivo do “Seu Tião”


Caquizeiros e plantas ornamentais

Estufa
PROFITO Farmácia Viva.
Sítio onde se planeja a implantação Notificação de nossa visita,
do Centro Cultural no blog da AGROPRATA

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