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Elefante no telhado

Roteiro de Haroldo Paraguassú e Nathalia Rech


de um conto de Carlos Soares

Porto Alegre, Fevereiro de 2010.


Cena 1. NECROTÉRIO MUNICIPAL/INT/NOITE

Há uma maca com uma pessoa deitada, não se pode ver seu
rostou, apenas os pés destapados. Dois médicos homens que
fazem plantão no necrotério conversão enquanto se preparam
para iniciar a autópsia no corpo. Eles falam à respeito do
cadáver enquanto colocam a roupa cirúrgica.

Homem 1 – Chegou agora pouco, o encontraram atirado na rua,


estava nu, chegaram até a pensar que fosse um moribundo
qualquer.
Homem 2 – Mas afinal, de quem se trata.
Homem 1 – Era um juiz importante, da Vara Criminal. Parece
que participou de casos famosos, como do Paulão traficante
sabe? Os policiais ficaram assustadíssimos quando
reconheceram ele na rua. Todos o conheciam, era famoso.
Homem 2 – Nossa, já vou começar por uma celebridade.
Homem 1 – Calma aí, por enquanto você só vai
observar..chegará a sua hora.

Os dois médicos acabam de se preparar e rumam para a mesa


de autópsia. O médico 1 liga o gravador de som, enquanto o
dois, que é aprendiz, observa atento. A câmera ainda não
mostra o corpo. Ela vai se afastando aos poucos enquanto o
Juiz morto começa a falar.

Juiz – Eles não sabem de nada, é covardia falar de um


morto. Ainda mais depois do que eu passei.
Corte

Cena 2 RUA/EXT./DIA

Inicia imagens do flashback do juiz. A viatura da polícia


está o atendendo na rua, são 7h da manhã, tem muitas
pessoas ao seu redor.
Um dos policiais se abaixa e pega uma fotografia que
descansa na mão do morto. É uma imagem de uma mulher de
olhos azuis, linda, sua mulher. Ele pega a foto, se levanta
e olha para frente, onde está a casa do juiz.

Ele continua narrando.

Juiz – Ver minha vida virar um zoológico assim, sem eu


puder fazer nada, pelo contrário, virando mais uma atração.

Dá um close no rosto dele no chão, enquanto morre, olha


fixamente para cima de um telhado, que é o da sua casa.
Mostra o telhado em close.
Juiz – Eu podia jurar que havia um elefante naquele
telhado, eu poderia jurar. Vocês vão ver, e me dizer se
isso é verdade. Tenho certeza, estou certo.

Corte.

Cena 3 TRIBUNAL/INT./DIA

Está ocorrendo uma sessão. Ela está chegando ao fim, o Juiz


declama a sessão encerrada, e é aplaudido pelo lado direito
da plateia.

Corte de Continuidade

Juiz sai pelo corredor, e é interrompido por um grupo de


jornalistas. Um deles o faz uma pergunta.

Jornalista – Meretíssimo, você pode nos contar o que


ocorreu lá dentro?

Juiz – Mais uma vez se sucedeu o punho forte do Estado.


Muito obrigado, sem mais declarações.

Entra em off, a voz do Juiz.

Imagens dele almoçando, andando pela cidade.

Juiz – Nesses tempos tudo ocorria bem, nesse mesmo dia, em


outra sessão, na qual substitui um amigo que enfartara,
conheci minha mulher.

Juiz – A senhora não gostaria de transformar em consensual,


a litigiosa, já que seu (ex) marido concorda?

Mulher - Excelência, o que meu advogado disser, eu assino!

Imagem de um outro tribunal. Há uma mesa. Um ex-marido da


mulher dele, é uma julgamento de separação de bens, grita
sem parar em um lado da mesa, enquanto policiais vem acudi-
lo. Grita desgraçada, mentirosa e coisas do tipo, enquanto
isso, o juiz fica olhando para a mulher sorrindo e ela
olhando para ele feliz, closes lentos nas faces de cada um.
O juiz comenta algo.

JUIZ – Você pode ter certeza de que não terá mais


problemas. Tudo vai ficar bem.

MULHER – Sim, chega de problemas.

Corta.
Cena 4 TRIBUNAL/EXT/DIA

O Juiz sai junto com a mulher. Dá para ela um cartão seu.

Juiz – Só no caso de ele tentar te incomodar. Me de uma


ligada se isso ocorrer.

Mulher – E se ele não me incomodar?


Juiz – Dê-me uma ligada igual.

Juiz em off, atualmente – Nessa época, eu nem poderia


imaginar que ela já iria viver embaixo do mesmo teto.

Cena 5 RUA DA FAMÍLIA/EXT/DIA

Flashback pouco antes de ele morrer. Está na rua,


bagunçado, barba por fazer, aspecto de maluco.
JUIZ atualmente - Nessa época não saberia acreditar na
loucura que ela me traria, no bicho que viria a ser.

JUIZ – Há um elefante do telhado! (Grita)

Aparece câmera no telhado olhando para ele.

Para as pessoas na rua e diz que há um elefante no telhado


de sua casa.

Corte de Continuidade

Ele está com binóculo tomando chá e avistado o “elefante”


do telhado.

Corte de continuidade

Ele está no chão e repete a mesma frase.

Começa a sentir dores fortes no peito, já é de noite, e cai


morto.

Cena 6

Flashback pra quando começou a namorar sua esposa.


Imagens deles em casa, e cozinhando, ganhando o Pablito.

JUIZ ATUALMENTE – Tivemos nossos tempos felizes. EU e


Esther, e Pablito também. Consegui ele em uma apreensão de
animais ilegais, feita por um amigo meu, policial Adolfo.
Me devia uns favores. A idéia era que Ésther não ficasse
muito tempo sozinha, já que o trabalho me tomava muito
tempo.

Cena 7 CASA/INT./DIA

Flashback do Juiz retornando para casa após um dia de


trabalho.

JUIZ Atualmente – Então eu percebi que o presente alcançou


seu objetivo primordial, naquele dia ela não estava
sozinha.

Juiz abre a porta de casa, e trás sacolas nas mãos.


Pretende fazer um jantar para sua esposa. Começa a
desensacar as coisas na cozinha e de já, escuta sons
estranhos. Vai até o quarto, abre a porta devagar, e
percebe que a mulher está na como com alguém que está
embaixo das cobertas e ele não avista. Olha para seu
semblante, ela está feliz, ritmando para um orgasmo. Não se
contem e entra no quarto.

JUIZ ANTIGAMENTE - Ésther! Como você pode! Quero ver a


cara do desgraçado que eu vou matar!

O Juiz puxa a coberta e a câmera se concentra no seu rosto.


Permanece nele, e dá um close quando dá mais um grito.

JUIZ ANTIGAMENTE – Pablito! O que...mas como?

Corte de Continuidade

O Juiz entra na cozinha pega uma garrafa de vinho, não


consegue abrir, quebra o agrgalo na parede.

Corte de Continuidade

O Juiz sai porta a fora. Não fala com a mulher, está em


choque. Ela grita por detrás da janela da sala, tenta abrir
a porta da saída e encontra-lo na área, mas ele trancafiou
a porta.

MULHER – Godinho...deixa eu conversar contigo, você não


entende, me desculpe por favor! Godinho!

O Juiz está sentado em posição de pânico na área. Bebe a


garrafa até o fim e a joga fora. Fica olhando para as suas
mãos, acaba pegando no sono.

CENA 8 CASA/EXT./DIA
Ele acorda com barulhos pesados.(Sons de marteladas) É o
barulho do “elefante” que está no telhado. Tenta dormir
mais, mas não consegue.

JUIZ ANTIGUAMENTE – Só pode haver um elefante no telhado!

Ele se levanta, se distância para tentar enxergar a origem


do barulho.

JUIZ ANTIGUAMENTE – Ai meu deus, um elefante....

Cena 9 – AVENIDA IPIRANGA /EXT./DIA

Juiz está andando pela avenida, tira a gravata, a joga


longe. Dá a sua carteira para um mendigo na rua. Pisa em
poças de água, olha para um espelho mas não enxerga
reflexo. Olha para uma banca de revista onde tem
publicações de revistas masculinas e sobre como obter o
sucesso. Sua atenção é desviada por uma mulher falando com
seu cachorro nas suas costas.

Começa off Juiz atualmente – Eu deveria ter percebido


antes. Existiam sinais.

Flashback imagens do macaco mandando beijo para sua mulher


em casa, dos dois rindo sozinhos na sala dele, ajudando ela
na cozinha com ingredientes. Fazendo carinho nela com o
rabo enquanto viam tevê.

JUIZ atualmente – Só falta as pessoas dizerem, lá vai o


juiz que perdeu a mulher para um macaco.
Porque a evolução nos tirou justo o rabo?

Imagem do JUIZ antigamente na rua, colocando a mão sobre o


cóccix.

CENA 11 – CASA/EXT./DIA
Juiz está em cima de uma árvore, olhando para o telhado,
vendo o elefante.

JUIZ atualmente – Eu não entendia. Eu ainda a amava. Pouco


havia para se fazer.

CENA 12 – NECROTÉRIO MUNICIPAL/INT./NOITE

O médico 1 está mexendo no corpo, recém abriu a barriga.


Faz uma cara de surpreso, e sai para chamar o outro médico
que está na área fumando.

Médico 2 – O que foi?


Médico 1 – Você tem que ver isso.
Os dois vão em direção ao corpo.
Médico 1 (olhando para o outro) – A causa da
morte...intoxicação aguda. Esse cara comeu um cacho inteiro
de bananas...

JUIZ em Off: Viu, eu estava certo sobre o elefante.

FIM

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