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SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA
elleismann@gmail.com
Resumo
Esta pesquisa tem por objetivo classificar, a partir das demonstrações financeiras, as
Cooperativas de Crédito Singulares do Brasil em níveis de sustentabilidade financeira.
Diante disso foi realizada uma análise Intra-setorial a partir dos dados de 31/12/2007
disponibilizados pelo Banco Central do Brasil. Esta análise se deu a partir de indicadores
das estruturas financeiras, dos ativos e dos demonstrativos de resultados de 1439
instituições. No desenvolvimento da classificação, também se utilizou de 31
demonstrativos do ano anterior de liquidação de cooperativas de crédito liquidadas pelo
Banco Central entre 2003 e 2007. Foi desenvolvido um índice, denominado de Índice de
Sustentabilidade Intra-setorial Financeira das Cooperativas de Crédito (ISIF-Créd.), com
cinco escalas de classificação: 1-Sustentabilidade Precária; 2-Baixa Sustentabilidade; 3-
Média Sustentabilidade; 4-Alta Sustentabilidade e 5-Excelente Sustentabilidade. Foram
levados em consideração para classificação cinco indicadores, a saber: a-Tamanho; b-
Independência Financeira; c-Imobilização do Patrimônio Líquido; d-Sobras/Patrimônio
Líquido e; e-Autosustentabilidade no Período, considerando 6 níveis, sendo um acima do
ponto médio e os outros 5 em escalas percentis abaixo do ponto médio intra-setorial.
Utilizou-se do software SPSS 15.0 for windows com análises de estatística descritiva e
crosstabs. Os resultados relacionam 54 cooperativas de crédito como não sustentáveis e
150 como sendo de baixa sustentabilidade, dentre as que estavam em operação em
31/12/2007, correspondendo a 3,8% e 10,4% respectivamente das 1439 cooperativas
singulares em atividade. Dentre as 31 liquidadas, 74,2% foram classificadas em baixa
sustentabilidade e 19,4% em média sustentabilidade. A metodologia permite segregar
dentre uma grande população as cooperativas de crédito que devem ser objeto de análise
detalhada pelos órgãos reguladores, tanto o Banco Central do Brasil como as centrais das
próprias cooperativas de crédito.
Abstract
This research has for objective to classify, from the financial statements Brazilian
Cooperatives of Credit in levels of financial sustainability. Analysis of the industry from
the data of 31/12/2007 was analysed from Brazilian Central Bank database. This analysis
if gave from pointers of the financial structures, the assets and the demonstratives of results
of 1439 institutions. In the development of the classification, also it was used 31
demonstratives of the previous year of liquidation of cooperatives of credit eliminated by
the Central banking between 2003 and 2007. An index, called of Index of Financial Intra-
sectorial sustainability of the Cooperatives of Credit was developed (ISIF-Créd.), with five
scales of classification: 1-Sustainability compromised; 2-Low sustainable; 3-Average
sustainable; 4-High sustainable and 5-Excellent sustainable. Five pointers had been taken
in consideration for classification, namely: a-Size; b- Financial Independence; c-
Immobilization of the Equity; d-Leftovers/Equity and; e- Self sustainability in the Period,
considering 6 levels, being one above of the average point and the others 5 in scales
percentiles below of the sector average point. It was used of software SPSS 15.0 he will be
windows with analyses of descriptive statistics e crosstabs. The results relate 54 not
sustainable cooperatives of credit as e 150 as being of low sustainability, amongst that
they were in operation in 31/12/2007, corresponding 3.8% and 10.4% respectively of the
1439 singular cooperatives in activity. Amongst the 31 eliminated, 74.2% had been
classified in low sustainability and 19.4% on average sustainability. The methodology
allows to segregate amongst a great population the credit cooperatives that must be object
of analysis detailed by the regulating agencies, as much the Brazilian Central Bank and
central offices of the proper cooperatives of credit.
Key Words: Financial Sustainability - Credit Risk - Credit Cooperatives.
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Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009,
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural
1-INTRODUÇÃO
O aumento da oferta de crédito no Brasil é uma condição necessária para que uma
economia tenha maior desenvolvimento. Numa economia desenvolvida, é necessário fazer
fluir os recursos que sobram de agentes econômicos que não pretendem investir para
aqueles que têm projetos viáveis e que vislumbram oportunidades e não têm recursos
financeiros suficientes.
1
Utiliza-se genericamente o termo cooperativas de crédito por representarem mais de 90% da população
analisada, embora sejam incluídas também nesta análise categorias como as Sociedades de Crédito ao
Microempreendedor, dentre outras.
3
Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009,
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural
O aumento dos volumes de crédito é um fenômeno que surgiu após a estabilização
econômica, promovida a partir de 1994.
Antes do Plano Real, um dos motivos alegados para o baixo volume de crédito era
o evidente risco de poder aquisitivo. Essa possibilidade de que a variação dos níveis gerais
de preços, causada por inflação na economia, afetasse desfavoravelmente os fluxos de
caixa e o valor da empresa ou de um ativo, desestimulava a oferta de crédito.
As altas taxas de juros praticadas no Brasil, aliada às deficiências de morosidade e
de custo do sistema judiciário brasileiro quanto às cobranças de dívidas, implicavam em
riscos de crédito, que, repassados para o custo das operações de crédito ampliam o valor a
ser pago pelo cliente e desestimulam, pelo encarecimento, as operações creditícias.
Visando diminuir esse custo e ao mesmo tempo manter os retornos das operações,
desenvolveu-se no Brasil o crédito consignado. Esse tipo de empréstimo tem crescido nos
últimos anos, e é visto pelos fornecedores de crédito como de menor risco, propiciando
uma queda rápida dos juros para os tomadores, na medida em que mais agentes financeiros
passaram a utilizá-lo.
Visando aumentar a concessão de crédito no país em função do potencial desse
fator como estímulo ao crescimento econômico, atendendo ao mesmo tempo uma
exigência do setor financeiro de redução de riscos das operações creditícias, o crédito
consignado teve ampliação em seus volumes de empréstimos, como mostra o Gráfico 1.
G r á f i c o 1 - S a ld o d a s A p l i c a ç õ e s e m C r é d i t o C o n s i g n a d o n o B r a s il ( J a n e ir o /2 0 0 4 a F e v e r e i r o /2 0 0 8 )
S a ld o A p lic a ç õ e s (R $ 1 .0 0 0 ,0 0 )
4 0 .0 0 0 . 0 0 0 ,0 0
3 5 .0 0 0 . 0 0 0 ,0 0
3 0 .0 0 0 . 0 0 0 ,0 0
2 5 .0 0 0 . 0 0 0 ,0 0
R$ (em 1.000,00)
2 0 .0 0 0 . 0 0 0 ,0 0
1 5 .0 0 0 . 0 0 0 ,0 0
1 0 .0 0 0 . 0 0 0 ,0 0
5 .0 0 0 . 0 0 0 ,0 0
0 ,0 0
4
04
05
06
07
4
7
04
05
06
07
08
4
7
/0
/0
/0
/0
/0
/0
/0
/0
t/0
l/ 0
t/0
t/0
t/0
l/ 0
l/ 0
l/ 0
v/
v/
v/
v/
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n/
n/
n/
n/
ai
ai
ai
ai
ar
ar
ar
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ju
ju
se
ju
no
no
no
no
ja
ja
ja
ja
ja
m
m
m
P e r ío d o ( J a n e i r o /2 0 0 4 a j a n e i r o /2 0 0 8 )
Fonte: desenvolvido com dados do Banco Central do Brasil (Instituições Financeiras que prestam
informações para a Circular 3.240, de 2004). www.bcb.gov.br Acesso em 15/04/2008.
2 - REFERENCIAL ECONÔMICO
Capital Co nta Aq. Vendor Hot Desc. Desc. Cheque Crédito Aquisição de bens
de giro garantida de ben s mo ney du plic. promis. especial pessoal
Veículos Outros Total
1999 62,77 73,89 52,42 40,28 72,15 76,05 81,03 169,07 106,29 69,11
2000 38,40 54,74 32,93 24,08 44,69 48,41 54,27 151,47 70,85 35,01 72,75 42,78
2001 35,69 58,09 32,43 23,78 45,50 47,52 52,56 153,28 77,91 39,17 65,39 42,71
2002 38,00 66,31 35,64 26,00 49,09 50,48 51,88 159,62 85,31 46,21 69,09 48,99
2003 42,49 76,95 37,07 29,63 56,29 52,75 60,13 165,33 91,40 44,76 75,09 48,73
2004 35,94 67,09 28,13 21,85 49,94 41,15 50,52 141,49 73,55 35,70 62,07 39,26
2005 38,69 69,62 30,08 24,19 52,35 42,91 53,07 147,56 69,40 36,13 59,10 39,59
2006 33,72 67,70 26,52 20,25 51,92 38,72 51,00 144,62 62,26 33,54 58,66 36,98
2007 29,36 62,73 18,81 16,24 47,68 33,29 43,96 139,95 50,97 29,78 55,83 33,01
2008 32,83 70,22 18,49 19,35 52,27 41,10 54,32 160,78 54,06 32,69 59,91 35,82
Font e: Média calculada com bas e em dados mensais(Tabela I -Taxas de Juros das Operações Ativas), do Banco Central do Brasil.
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Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural
2.2 – Cooperativas de Crédito
1.000.000,00
800.000,00
600.000,00
400.000,00
200.000,00
0,00
Fonte: Desenvolvido a partir de dados do Banco Central do Brasil (Instituições Financeiras que
prestam informações para a Circular 3.240, de 2004). www.bcb.gov.br Acesso em 15/04/2008.
Também com base nesses relatórios enviados ao Banco Central do Brasil, segue o
Quadro 4, com informações referentes ao período de janeiro de 2004 a dezembro de 2008
do crédito aos microempreendedores.
Conforme mostra o Quadro 4, o número de contratos cresceu substancialmente no
período, passando de 5382 em janeiro de 2004 chegando a mais de 121.862 em dezembro
de 2008. O saldo da carteira, de R$ 4,5 milhões, chegou a R$ 509 milhões entre janeiro de
2004 e dezembro de 2008.
O valor médio dos empréstimos também dobrou no período, passando de R$ 587,39
para R$ 1.273,86 em dezembro de 2008.
Outro aspecto que chama a atenção é a forte concentração de prazos médios
inferiores a 6 meses. Uma questão que surge com relação a esses prazos reduzidos é se isso
se dá por conta da oferta ou da demanda. Pelo lado da oferta, a tentativa de reduzir o prazo
e renovar sistematicamente as operações, como forma de redução da exposição ao risco.
Pelo lado da demanda, são realmente necessidades de curto prazo ou o custo elevado das
operações leva os tomadores a preferirem prazos curtos?
Essa evolução mostra que o microcrédito direcionado aos microempreendedores
tem aumentado sua importância ao longo dos últimos anos.
O Quadro 4 mostra dados que demonstram que a evolução da carteira nos últimos
cinco anos saiu de menos de R$ 5 milhões para mais de R$ 500 milhões. O valor médio
dos contratos durante os meses no período janeiro/2004 a dezembro/2008 também cresceu.
Durante esse período o mínimo foi de R$ 576,77 e o máximo de R$ 998,09, com média de
R$ 748,97. No caso do prazo médio, ficou entre um mínimo de 3,14 meses e o máximo de
16,22 meses (abril/2004), com média de 5,34 meses e desvio padrão de 2,22 meses.
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Quadro 4- Microcréd ito R ecursos D irecio nado s - Micro emp reendedo r
S a ldo da Va lo r Co ntra tad o n o Q u an tid ad e
V al or M éd io P ra zo Mé dio
A n o/Mê s Ca rte ira M ês Con tra tos do
(R$) ( me ses)
(R$ 1 .00 0,0 0) (R$ 1.00 0,0 0) Mê s
j an /0 4 4.5 20 ,01 3 .16 1,3 7 5.38 2 58 7,39 3 ,70
f ev /0 4 4.9 66 ,22 6 .50 4,9 4 1 1.27 8 57 6,77 3 ,34
m ar /0 4 7.7 76 ,14 22 .79 9,9 8 3 7.68 9 60 4,94 3 ,73
a br /0 4 1 0.6 53 ,20 4 .85 3,5 3 8.02 8 60 4,57 16 ,22
m ai /0 4 1 5.3 94 ,48 13 .37 9,9 0 2 0.86 5 64 8,89 9 ,92
j un /0 4 7 2.8 52 ,67 77 .79 8,5 8 9 2.85 8 83 7,82 7 ,89
j ul /0 4 7 8.9 03 ,54 24 .52 0,7 2 3 8.22 5 64 1,48 8 ,05
a go /0 4 9 0.3 73 ,49 18 .48 8,1 2 2 4.88 0 74 3,09 12 ,78
se t/0 4 9 4.5 13 ,84 76 5,4 1 1.27 5 60 0,32 8 ,59 (*)
ou t/0 4 10 6.9 45 ,40 23 .82 0,3 6 3 7.72 0 63 1,50 3 ,17
n ov /0 4 12 2.2 86 ,79 27 .47 1,9 6 4 3.19 2 63 6,04 3 ,20
de z/0 4 13 3.7 34 ,14 26 .51 1,3 3 4 0.97 9 64 6,95 3 ,20
j an /0 5 13 2.8 89 ,65 20 .08 3,8 7 3 1.79 6 63 1,65 3 ,14
f ev /0 5 13 3.5 28 ,06 25 .22 3,8 3 3 8.63 0 65 2,96 3 ,16
m ar /0 5 13 8.5 70 ,69 27 .37 0,9 9 4 2.26 3 64 7,63 3 ,19
a br /0 5 14 1.5 28 ,47 26 .57 4,4 3 4 0.63 4 65 3,99 3 ,18
m ai /0 5 14 3.3 54 ,77 33 .40 0,7 5 4 7.40 9 70 4,52 4 ,44
j un /0 5 13 0.5 92 ,29 77 .01 1,1 8 9 1.65 7 84 0,21 6 ,43
j ul /0 5 17 0.9 46 ,27 66 .82 6,0 4 8 1.91 1 81 5,84 8 ,46
a go /0 5 19 7.2 93 ,94 45 .91 0,2 6 6 2.47 1 73 4,91 5 ,75
se t/0 5 18 5.9 99 ,85 31 .47 5,7 2 4 5.81 1 68 7,08 4 ,71
ou t/0 5 19 4.0 77 ,43 34 .11 0,7 4 5 2.34 3 65 1,68 5 ,01
n ov /0 5 21 6.1 34 ,79 37 .03 7,3 7 5 7.48 7 64 4,27 4 ,93
de z/0 5 19 7.3 83 ,60 33 .84 6,8 7 4 9.91 4 67 8,10 4 ,12
j an /0 6 19 1.6 86 ,48 24 .93 0,1 5 3 7.34 1 66 7,63 4 ,21
f ev /0 6 19 6.0 57 ,22 29 .94 8,1 2 4 4.37 6 67 4,87 4 ,14
m ar /0 6 16 9.6 08 ,49 33 .10 2,9 9 4 8.66 0 68 0,29 4 ,20
a br /0 6 17 4.4 28 ,74 32 .59 2,5 0 4 7.97 6 67 9,35 4 ,16
m ai /0 6 19 6.6 82 ,88 38 .43 1,1 9 5 0.33 6 76 3,49 5 ,24
j un /0 6 18 4.1 43 ,63 42 .38 3,9 5 6 9.43 1 61 0,45 5 ,66
j ul /0 6 23 1.3 36 ,72 81 .09 6,5 0 7 7.29 6 1 .04 9,17 6 ,98
a go /0 6 24 6.6 89 ,46 67 .88 5,0 3 7 1.14 7 95 4,15 5 ,00
se t/0 6 26 0.2 89 ,48 55 .64 4,1 9 6 0.60 4 91 8,16 4 ,11
ou t/0 6 26 6.9 53 ,75 56 .38 7,6 0 6 1.37 1 91 8,80 4 ,08
n ov /0 6 28 3.7 82 ,58 69 .53 2,7 3 7 1.68 3 97 0,00 4 ,37
de z/0 6 30 1.0 50 ,13 68 .61 5,8 4 7 3.85 4 92 9,07 4 ,10
j an /0 7 22 7.3 99 ,64 52 .86 1,4 4 6 4.66 5 81 7,47 5 ,12
f ev /0 7 22 8.3 71 ,39 57 .58 3,2 9 6 2.68 8 91 8,57 4 ,21
m ar /0 7 26 2.8 16 ,20 71 .59 5,4 5 7 9.42 7 90 1,40 5 ,23
a br /0 7 27 5.9 10 ,95 70 .46 8,9 9 7 4.08 6 95 1,18 5 ,19
m ai /0 7 27 8.4 15 ,79 70 .23 4,4 1 8 1.00 1 86 7,08 5 ,22
j un /0 7 28 7.6 91 ,73 73 .42 0,2 0 8 0.75 0 90 9,23 5 ,16
j ul /0 7 28 6.2 17 ,24 80 .54 5,1 3 8 0.69 9 99 8,09 5 ,41
a go /0 7 30 5.5 41 ,74 87 .20 1,0 4 8 3.72 4 1 .04 1,53 5 ,37
se t/0 7 30 4.9 52 ,75 77 .16 7,2 5 7 9.22 3 97 4,05 5 ,32
ou t/0 7 29 3.2 72 ,60 86 .22 2,4 8 8 0.83 4 1 .06 6,66 5 ,43
n ov /0 7 32 1.0 54 ,69 1 03 .16 5,6 9 9 3.03 6 1 .10 8,88 5 ,45
de z/0 7 35 5.0 43 ,39 1 10 .20 2,5 6 1 0 0.66 6 1 .09 4,73 5 ,55
j an /0 8 33 8.3 84 ,84 79 .08 6,0 3 7 2.05 9 1 .09 7,52 5 ,41
f ev /0 8 35 9.8 68 ,94 82 .62 1,2 9 7 5.82 8 1 .08 9,59 5 ,19
m ar /0 8 35 2.0 90 ,18 92 .62 9,2 5 8 4.93 5 1 .09 0,59 5 ,20
a br /0 8 36 6.0 17 ,95 99 .64 3,6 6 8 8.38 6 1 .12 7,37 5 ,23
m ai /0 8 37 4.2 81 ,57 99 .49 4,4 4 8 4.74 1 1 .17 4,10 5 ,24
j un /0 8 39 0.7 89 ,68 1 05 .34 6,1 7 8 9.06 1 1 .18 2,85 5 ,06
j ul /0 8 38 6.6 14 ,47 1 09 .99 2,5 0 9 4.31 7 1 .16 6,20 5 ,42
a go /0 8 40 3.8 45 ,52 1 10 .70 3,7 1 9 6.41 7 1 .14 8,18 5 ,23
se t/0 8 41 7.0 76 ,04 1 17 .19 6,7 2 9 5.23 1 1 .23 0,66 5 ,40
ou t/0 8 42 5.1 18 ,99 1 19 .14 2,2 2 9 4.11 8 1 .26 5,88 5 ,51
n ov /0 8 45 7.5 02 ,62 1 44 .44 4,2 8 1 1 1.12 0 1 .29 9,89 5 ,29
de z/0 8 50 9.5 29 ,31 1 55 .23 5,0 5 1 2 1.86 2 1 .27 3,86 5 ,18
F on te: B an co Ce ntra l d o B ra sil (20 09 )[
(*) Em set/2 00 4 um a insti tu içã o fina nce ira, qu e ti nh a re pr ese nta tivida de , rea lizou um
n úm e ro r ed uzido de em pr éstim o, fa to co nfirm ad o ju nto à IF.
8
Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009,
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural
Por outro lado, numa amplitude maior da área financeira, o cooperativismo de
crédito também tem evoluído sistematicamente não só no Brasil, como em outros países.
Schardong (2006) mostra a evolução e a representatividade do cooperativismo de crédito
em diversos países, como Alemanha, Portugal, Espanha, Estados Unidos e Canadá,
destacando a importância do sistema no fornecimento de crédito ao sistema produtivo.
Apresenta que, no Brasil, o sistema “cooperativa de crédito” tinha 2,6 milhões de
associados, R$ 23,3 bilhões em ativos e R$ 9,5 bilhões em operações de crédito.
O cooperativismo de crédito atua nas microfinanças, assim como também o fazem
outros agentes do sistema financeiro tradicional (bancos comerciais e financeiras).
Soares & Melo Sobrinho (2007, p.23) destacam a predominância do setor
financeiro tradicional quanto ao número de tomadores de crédito.
Soares & Melo Sobrinho (2007, p. 23) ainda destacam que “um importante
impecilho ao acesso das comunidades mais pobres aos mecanismos de financiamento
tradicionais, mesmo aqueles cobertos por linhas especiais de incentivo governamental aos
micro e pequenos negócios é a falta de instrumentos eficientes de garantia.
O acesso de micro e pequenas empresas (MPE) ao crédito é dificultado pela
insuficiência de garantias no volume e na natureza exigidos pelos agentes financeiros.
Pesquisa de 2004, realizada pelo Sebrae em São Paulo, indicou que 61% dos pequenos
negócios formais não têm acesso ao crédito bancário e que 40% delas apontam como causa
a impossibilidade de se oferecer as garantias exigidas (www.sebraesp.com.br).
Pelo que foi demonstrado, essas instituições prestam relevantes serviços financeiros
ao desenvolvimento econômico e social da nação, o que implica que esforços no sentido de
auxiliar na busca da identificação de problemas que possam gerar descontinuidade no setor
são importantes.
Permanente
Imobilização do PL = (02)
Patrimônio Líquido
Patrimônio Líquido
Independência Financeira = (03)
Ativo Total
10
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O cálculo da Auto Sustentabilidade encontrado na literatura relaciona o total de
entradas com as saídas (contas de resultados credoras em relação às contas de resultados
devedoras), sendo que são consideradas sustentáveis, no período, quando o indicador for
superior a 1. Isso equivale a dizer que as sobras devem ser positivas. A equação 04 mostra
esse indicador.
Contas de Resultados Credoras
Auto Sustentabilidade no Período = (04)
Contas de Resultados Devedoras
Outro indicador avaliado foi o tamanho da cooperativa, definido pelo Ativo Total.
Com isso totalizam-se os cinco indicadores utilizados na classificação.
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As análises foram desenvolvidas a partir do software SPSS 15.0 for windows com
análises de estatística descritiva e crosstabs. A equação 16 demonstra o somatório dos
pontos parciais.
n n n n n
PL PL Resultados + Sobras
ISIF - Créd = ∫
n −1
Ativo Total
+ ∫
n −1
Permanente
+ ∫
n −1
Tamanho + ∫
n −1
Resultados -
+ ∫
n −1
PL
(05)
Sendo “n” os limites superiores dos percentis e “n-1” o limite inferior. Assim, a
classificação da sustentabilidade Intra-setorial das cooperativas é assim estabelecida:
ISIF-Créd ≥ 5 são consideradas de Excelente Sustentabilidade Financeira;
ISIF-Créd ≥ 4 e <5 são consideradas de Alta Sustentabilidade Financeira;
ISIF-Créd ≥ 3,5 e <4 são consideradas de Média Sustentabilidade Financeira;
ISIF-Créd ≥ 2,5 e <3,5 são consideradas de Baixa Sustentabilidade Financeira;
ISIF-Créd ≥ 1 e <2,5 são consideradas de Não Sustentáveis Financeiramente.
4- RESULTADOS E ANÁLISES
Relação
Relação Relação Relação Contas de
Patrimônio Patrimônio Sobras/ Resultados
Líquido/Ativo Líquido/Ativo Patrimônio Credoras/
Total do Ativo Total Permanente Líquido Devedoras
N Válidos 1470 1470 1417 1470 1470
Não Válidos 0 0 53 0 0
Média 19140125,00 ,3352 71,7319 ,0270 2,3850
Mediana 4368970,810 ,3085 5,7407 ,0450 1,1128
Desvio Padrão
53890858,44 2,26425 708,58072 ,53768 45,01889
Caso fosse uma cooperativa de crédito pequena, com valor Ativo Total
inferior a R$ 256.636,34 (percentil 10%), somaria 0,2 pontos neste quesito. Assim,
tendo obtido nota máxima igual a 1,2 nos outros quatro quesitos, ainda somaria 5,0,
obtendo a classificação ISIF-Créd Excelente Sustentabilidade.
Ressalta-se que se atribuiu pesos equivalentes para os cinco fatores, apenas
criando um mecanismo em que se considera o fator tamanho, sem prejudicar a
avaliação das pequenas instituições.
Aplicando-se esses indicadores intra-setoriais aos dados de 31/12/2007 e aos
balanços do ano anterior das 31 cooperativas de crédito liquidadas, obtêm-se os
resultados apresentados no quadro 6.
Como pode ser verificado no quadro 6, das 1470 cooperativas de crédito
analisadas, 1439 estavam em atividade em 31/12/2007 e 31 haviam sido liquidadas
entre 2003 e 2006.
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Quadro 6 – Classificação em cinco níveis de sustentabilidade financeira– ISIF-Créd
do ano 2007- Cooperativas de Crédito Singulares
Classificação nos níveis de sustentabilidade financeira * Liquidadas=0 e Em Atividade=1 Crosstabulation
Liquidadas=0 e Em
Atividade=1
0 1 Total
Classificação nos Sustentabilidade Precária Count 0 54 54
níveis de % within Liquidadas=0
sustentabilidade ,0% 3,8% 3,7%
e Em Atividade=1
financeira Baixa Sustentabilidade Count 23 150 173
% within Liquidadas=0
74,2% 10,4% 11,8%
e Em Atividade=1
Média Sustentabilidade Count 6 152 158
% within Liquidadas=0
19,4% 10,6% 10,7%
e Em Atividade=1
Alta Sustentabiliade Count 2 509 511
% within Liquidadas=0
6,5% 35,4% 34,8%
e Em Atividade=1
Excelente Count 0 574 574
Sustentabilidade % within Liquidadas=0
,0% 39,9% 39,0%
e Em Atividade=1
Total Count 31 1439 1470
% within Liquidadas=0
100,0% 100,0% 100,0%
e Em Atividade=1
4
2
1
n=31 n=1439
0 1
Liquidadas=0 e Em Atividade=1
5 – CONCLUSÕES
A proposição aqui apresentada tem por base criar um mecanismo de fácil seleção
das empresas classificadas nos níveis de sustentabilidade financeiros mais baixos para
estabelecer um acompanhamento mais detalhado de suas atividades. Observa-se que esse
indicador deve ser calculado a cada ano e tem por base o universo das mais de 1.400
cooperativas de crédito singulares e similares. Trata-se de um índice de classificação Intra-
setorial, que leva em consideração as alterações nos resultados do setor a cada ano e
identifica as empresas que destoam negativamente num conjunto de indicadores relevantes
da sustentabilidade financeira.
O principal objetivo do trabalho é chamar a atenção para a necessidade de
acompanhamento da evolução do setor sob esse importante aspecto da sustentabilidade
financeira. A análise envolvendo a população de cooperativas singulares auxilia na
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evidenciação dessas enquanto unidades cooperadas, evitando que situações em que
algumas unidades com resultados positivos neutralizem os resultados negativos de outras,
o que pode ocorrer ao se analisar somente a situação das centrais das cooperativas de
crédito.
A pesquisa limita-se a fornecer um conjunto de indicadores para focalizar a análise
naquelas instituições com piores condições financeiras, tendo por base relatórios sintéticos.
As principais limitações ocorrem principalmente pela utilização desses dados sintéticos.
A partir disso, outras pesquisas devem aprofundar as análises com base em
demonstrativos financeiros analíticos, pelo menos no terceiro nível das contas e com
informações internas das instituições.
6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARMONA, C.U.M. Finanças Corporativas e Mercados. São Paulo. Atlas, 2009, 237 p.
SILVA, J.P. Gestão e Análise de Risco de Crédito. São Paulo: Atlas, 1997, 388p.
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SOARES, M. M. Microfinanças – O Papel do Banco Central do Brasil e a Importância
do Cooperativismo de Crédito/ Mardem Marques Soares, Abelardo Duarte de Melo
Sobrinho. Brasília: BCB, 2007. 170 p.
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ANEXO I
CNPJ * Liquidadas=0 e Em Atividade=1 * Classificação nos níveis de sustentabilidade financeira Crosstabulation
Classificação nos níveis de sustentabilidade financeira
Liquidadas=0 e Em Atividade=1 Total
0 1 0
Sustentabilidade Precária CNPJ 00254908 1 1
00729801 1 1
00747017 1 1
01478780 1 1
01499061 1 1
01670206 1 1
02348455 1 1
03032915 1 1
03071386 1 1
03082697 1 1
03087263 1 1
03112504 1 1
03749897 1 1
03880529 1 1
04073519 1 1
04287631 1 1
04426939 1 1
04426950 1 1
04588258 1 1
04649337 1 1
04665046 1 1
04723991 1 1
04819441 1 1
04822006 1 1
04869329 1 1
05244177 1 1
05370947 1 1
05690951 1 1
05853210 1 1
06049517 1 1
06240505 1 1
07052616 1 1
07201122 1 1
07407136 1 1
07494300 1 1
07707311 1 1
07839980 1 1
08278537 1 1
08387258 1 1
08418804 1 1
08574988 1 1
08597482 1 1
08809060 1 1
08850098 1 1
08850180 1 1
09035503 1 1
16348005 1 1
26408179 1 1
31746993 1 1
32666059 1 1
33730896 1 1
53224630 1 1
83325936 1 1
86829827 1 1
Total 54 54
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