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INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL: UMA ANÁLISE COMPARATIVA

1
Simone Wiens
2
Christian Luiz da Silva

RESUMO

O artigo faz uma reflexão sobre a teoria relativa a qualidade ambiental, fazendo uma
comparação entre 6 teses e/ou dissertações que tratam especificamente de indicadores de
qualidade ambiental. Estas teses e/ou dissertações são de diferentes centros ou instituições de
pesquisas. Cada uma delas aborda o tema e os indicadores de forma diferente. Todos os
trabalhos contribuíram, de alguma forma, para o desenvolvimento de indicadores e/ou índices.
Alguns autores utilizaram algum conceito de Desenvolvimento Sustentável, outros apenas
citaram a importância dele, sem defini-lo.Vários autores utilizam-se do método de Pressão-
Estado-Resposta para definir os indicadores/índices. Mas não se percebe muito a inter-relação
entre os indicadores na formação de índices. Neste aspecto ressalta-se a importância de ter
nos indicadores a expressão do conceito que o sustenta.

Palavras-chave: qualidade ambiental; indicadores; desenvolvimento sustentável.

1
UniFAE - Centro Universitário. E-mail: swiens25@yahoo.com.br
2
UniFAE - Centro Universitário. E-mail: christians@fae.edu
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1 INTRODUÇÃO

As discussões sobre a necessidade de observar o processo do desenvolvimento


sustentável, utilizando métodos de mensurações para tal, vem sendo tratadas há algumas
décadas. Mas as mensurações têm sido feitas e tratadas de modo individuais, sem se
preocupar com a inter-relação entre elas. Além disso, muitas vezes algumas dimensões têm
sido privilegiadas em relação às outras.
Para Sachs (1997) o conceito apresenta cinco dimensões: social, econômica,
ecológica, geográfica e cultural. Portanto, além de um processo dinâmico, o conceito também
envolve várias dimensões. E, para facilitar a compreensão desta sustentabilidade, há a
necessidade de desenvolver ferramentas que procurem mensurar a sustentabilidade.
Dahl (1997) afirma que o maior desafio dos indicadores é fornecer um retrato da
situação de sustentabilidade, de uma maneira simples, apesar da incerteza e da complexidade.
O autor ainda ressalta a diferença dos países, a questão da diversidade cultural e os diferentes
graus de desenvolvimentos como importantes fatores na construção dos indicadores.
Vários autores como Hamonnd et al. (1995)., Bell S. e Morse, S. (2003) tratam de
temas relacionados a indicadores na área de saúde, econômica, ambiental, entre outras. A
preocupação com o desenvolvimento sustentável vem aumentando, de acordo com a
necessidade de se ter um ambiente natural viável para as gerações futuras. De acordo com a
Agenda 21 (1992), o desenvolvimento sustentável deve compatibilizar a preservação do meio
ambiente, a justiça social, o crescimento econômico, a participação e controle da sociedade
como elementos para democratizar o direito à qualidade de vida. Essa preocupação leva a uma
reflexão sobre a qualidade ambiental sustentável.
O objetivo do presente artigo é avaliar comparativamente trabalhos contemporâneos
que tratem especificamente de indicadores da qualidade ambiental. Esta avaliação comparativa
envolverá a discussão sobre quais indicadores foram utilizados e a base conceitual que dá
sustentação aos mesmos.
Avaliou-se de forma comparativa 6 teses e/ ou dissertações: Silva (2002), Rufino
(2002), Badanhan (2001), Fidalgo (2003), Miranda e Texeira (2004), Mattos (2005). Estas teses
e dissertações são de diferentes centros e instituições de pesquisas, o que mostra a
multidisciplinaridade do tema, e todas pertence a base da Capes e tem como tema a qualidade
ambiental.
A forma de escolha destes trabalhos se iniciou com uma pesquisa na base Capes
sobre teses e dissertações recentes que tinham nas suas palavras-chaves indicadores,
qualidade ambiental ou desenvolvimento sustentável. Com isso surgiram em torno de 50
trabalhos. Destes, conseguiu-se obter na íntegra 6, dentre os quais tratavam especificamente
do objeto de pesquisa "Indicadores de Qualidade Ambiental".
Essa investigação é exploratória, por pretender qualificar melhor o problema de
pesquisa, e parte de uma pesquisa bibliográfica de teses e dissertações nos principais centros
de pesquisas e instituições que discutam a qualidade ambiental. A avaliação comparativa não é
3

exaustiva, por limitar-se a 6 trabalhos, mas se justifica à medida que posiciona o tema para
diferentes autores e instituições de pesquisas.
O artigo está organizado em 4 seções, incluindo esta introdução. A segunda seção faz
uma descrição das teses e/ou dissertações pesquisadas. Na terceira seção é feita uma
avaliação comparativa entre os trabalhos apresentados, com alguns pontos positivos e
negativos. As conclusões fazem parte da quarta seção apresentada neste artigo.

2 A QUALIDADE AMBIENTAL EM QUESTÃO: DESCRIÇÃO DAS TESES E/OU


DISSERTAÇÕES SELECIONADAS

Em Silva (2002), vemos que o estudo ambiental é um instrumento necessário à


preservação e gerenciamento dos recursos, pois fornece indicativos para a racionalização do
seu uso e manejo.
Ainda de acordo com Silva (2002), entende-se por boa qualidade ambiental urbana a
associação dos parâmetros físicos, químicos, biológicos, sociais, políticos, econômicos e
culturais que permitam o desenvolvimento harmonioso, pleno e digno de vida.
Para a análise da qualidade ambiental urbana, Silva (2002) utilizou o indicador
densidade – uso e ocupação do solo. Para a autora, a intensificação do uso e ocupação do
solo, através do adensamento populacional, está intimamente relacionado a demanda social.
Logo, a densidade demográfica também se constitui em importante variável para a qualidade
de vida urbana.
O estudo de Silva (2002), demonstrou que a expansão acelerada da área urbana, nos
últimos anos, causou inúmeros problemas ambientais, que vem da falta de consciência, tanto
da população local como dos órgãos administrativos.
A análise da qualidade ambiental urbana, através do indicador densidade-uso e
ocupação do solo apresentou impactos ambientais negativos causados pelo não cumprimento
do Plano Diretor dos Balneários de 1985, pela falta de fiscalização dos órgãos administrativos,
pela falta de informação à sociedade, pelo descaso dos órgãos competentes referentes as leis
ambientais e pela falta de redimensionamento das infra-estruturas necessárias. Esses aspectos
comprometem a qualidade de vida da população e a sustentabilidade urbana da Bacia
Hidrográfica da Lagoa da Conceição.
Constatou-se que o tema qualidade ambiental é bastante complexo, bem como seus
padrões e seus indicadores, pois neles estão contidos fatores subjetivos, que levam em conta a
percepção que o indivíduo tem em relação ao seu ambiente e ao seu próprio modo de vida.
Além disso, existem os fatores objetivos: econômicos, sociais, culturais e políticos, que se
manifestam distintamente no espaço, possibilitando interpretá-lo de várias maneiras.
Um outro trabalho realizado foi de Rufino (2002), sobre a Avaliação da qualidade
ambiental do município de Tubarão (SC) através do uso de indicadores ambientais, tendo
como base o modelo analítico de Pressão-Estado-Resposta (P-E-R), que é um modelo de
4

sistema de indicadores ambientais utilizado cada vez mais em escala mundial, uma vez que
consegue organizar a informação ambiental.
Tal modelo analítico implica mostrar que as atividades humanas ocasionam uma
pressão sobre o meio ambiente, podendo afetar o seu estado, onde a sociedade deve
responder com ações para reduzir ou prevenir os impactos negativos.
Foram desenvolvidos indicadores que, posteriormente foram agregados em índices de
pressão ambiental e de estado do ambiente para finalmente serem transformados em um
índice ambiental sintético colocado em uma escala de rendimento proporcionando uma
informação geral sobre a qualidade ambiental na área de estudo.
A escolha de indicadores para a avaliação da qualidade ambiental do município de
Tubarão, foi baseada no sistema de indicadores ambientais denominado Pressão-Estado-
Resposta, proposto pela Organization for Economic Cooperation and Development – OCED e
pelo trabalho realizado na Fundação Municipal do Meio Ambiente – FAEMA, de Blumenau –
SC, para avaliar o Índice de Sustentabilidade de Blumenau - ISB.
Optou-se, no trabalho pela escolha de indicadores que de alguma maneira influenciam
em quatro elementos fundamentais da natureza: ar, água, solo e cobertura vegetal,
distinguindo indicadores de pressão ambiental e de estado do meio ambiente. Estes
indicadores foram agregados e transformados no Índice de Qualidade do Meio Ambiente
(IQMA) para o município de Tubarão.
Foi realizada, no final, uma análise comparativa dos indicadores ambientais obtidos para o
município de Tubarão, com os valores preconizados na legislação ambiental vigente no país.
Considerando que a legislação ambiental vigente estabelece como padrão valores
sustentáveis para o controle do stress e da qualidade ambiental, as melhores e as piores
situações ambientais foram consideradas de acordo com a proximidade dos padrões
estabelecidos, bem como pelo comparativo dos valores estabelecidos por índices clássicos,
como os índices de qualidade da água e do ar.
No trabalho de Rufino (2002), fica evidente que os indicadores conseguem tratar e
transmitir de forma sintética a informação de caráter técnico e científico original, utilizando
apenas variáveis que melhor definem e caracterizam os objetivos em questão.
O trabalho apresentado por Badanhan (2001), tem por objetivo propor um método que
busque uniformizar o controle ambiental dos processos em uma obra de dutovias, de maneira a
conciliar as exigências dos agentes sociais, quanto à qualidade do meio ambiente e do agente
privado, quanto a sua produtividade.
O método adotado neste trabalho para determinar os Indicadores de Qualidade tem
como base, as informações levantadas junto à comunidade, os aspectos, no que diz respeito a
este tipo de obra, controlados pelos órgãos ambientais e as recomendações propostas pelos
empreendedores.
Para a determinação dos Indicadores de Qualidade Ambiental levou-se em conta a
freqüência que um determinado aspecto ambiental ocorreu como também a relevância deste
aspecto com relação a sua influência no meio ambiente.
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A relevância ambiental foi determinada de uma maneira indireta. Foi avaliada a


importância que o proprietário de uma determinada área confere a este aspecto e como a
construtora e a fiscalização reagiram a este estímulo. Esta importância se reflete na construtora
e na fiscalização, gerando pressões para a solução do problema e a sua minimização ao longo
da obra.
Como resultados tem-se como Indicador Ambiental para as frentes de trabalho, os
seguintes aspectos: Assoreamento, Danos á Infra-Estrutura, Disposição de Materiais,
Obstrução de Acesso, Entulho e Conduta Imprópria.
Para se determinar os Padrões de Qualidade Ambiental, estipulou-se o número de
ocorrências de cada indicador, levando-se em conta a extensão total da obra. Com estes dados,
estabeleceu-se uma média de ocorrência por cada um dos blocos de 10 km cada. Procedeu-se
então a uma análise levando-se em conta as características de sazonalidade e efetivo de cada
uma das equipes de trabalho, para a determinação dos Padrões relativos aos Indicadores.
Badanhan (2001), sugere ainda um refinamento, quanto aos indicadores e aos
padrões estabelecidos para se ter qualidade ambiental, por se tratar de um primeiro trabalho e
carecer de uma implementação e acompanhamento dos indicadores propostos.
O trabalho escrito por Fidalgo (2003), foi desenvolvido sob a hipótese de que é
possível analisar a etapa de diagnóstico de planejamentos ambientais a partir da definição de
critérios que possam ser quantificados, ponderados e associados ao conjunto de dados
utilizados, aos métodos empregados e aos indicadores elaborados.
Os indicadores foram reunidos e descritos segundo o modelo de classificação
tridimensional apresentado por Bakkes et al. (1994). Uma primeira se baseia nos propósitos de
uso dos indicadores, que são: avaliar as condições ambientais e as tendências em escala
nacional, regional ou global; comparar países e regiões; elaborar prognósticos; fornecer
informações preventivas; e avaliar as condições existentes em relação às metas estabelecidas.
Uma segunda classificação se baseia no assunto, ou um tema. E a terceira se baseia nas
relações de causa e efeito, como as estabelecidas no modelo Pressão-Estado-Resposta.
O termo indicador utilizado neste trabalho se refere a indicadores simples, agregados
ou índices. As informações foram consideradas indicadores quando apresentadas de forma
sistemática, para caracterizar essas áreas e diferenciá-las, sendo associadas a todas as
unidades de área definidas. Por exemplo, em um zoneamento, se a informação tipo de relevo
foi apresentada para todas as zonas definidas caracterizando-as e diferenciando-as, ela foi
considerada um indicador. No caso dela ser descrita apenas para algumas zonas, não
possibilitando, dessa forma, a diferenciação dos tipos de relevo das diversas zonas, ela não foi
considerada um indicador.
Os tipos de zonas ou de unidades de área foram considerados indicadores quando
empregados para a classificação ou caracterização dessas áreas baseadas em aspectos
ambientais relacionados à sua fragilidade ou ao seu potencial ou restrição de uso ou a outros
atributos.
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Os indicadores observados em cada diagnóstico, associados aos produtos elaborados


e uma pequena descrição e sua caracterização, foram classificados em indicadores de
pressão, estado ou resposta.
Os critérios utilizados para a análise destes indicadores foram: interpretabilidade,
caráter prescritivo e acesso ao banco de dados.

Embora o levantamento tenha permitido verificar a diversidade dos métodos


empregados nos diagnósticos e o uso integrado de diversas abordagens, a
descrição, nos relatórios, dos procedimentos adotados não se mostrou detalhada o
suficiente – não apresentou com clareza todas as etapas para o desenvolvimento
do método, os julgamentos e pressupostos envolvidos - de forma a permitir sua
compreensão e reprodução (FIDALGO, 2003).

No artigo publicado por Miranda & Teixeira (2004), são apresentados indicadores
voltados para o sistema de abastecimento e de esgotamento para a cidade de Jaboticabal/SP.
O método utilizado neste artigo foi dividido em duas etapas. Na primeira, denominada
"Escolha Restrita", foi feita uma pesquisa em literatura especializada, listando indicadores e
princípios relacionados à sustentabilidade e aos sistemas de abastecimento e de esgotamento
(SAA e SES).
Os indicadores foram associados aos princípios específicos à aplicabilidade aos SAA
e SES, gerando uma lista de indicadores para cada princípio. Com a sistematização dos
critérios de escolha, foram aplicados em uma matriz, ficando definidos os que receberam maior
ou menor pontuação.
Na segunda etapa, foi realizada a "Escolha Ampliada", com agentes do município.
Após o levantamento de indicadores relacionados ao SAA e SES, foram aplicados critérios
definidos em reuniões em uma matriz.
Como resultado final, foram definidas tendências favoráveis ou desfavoráveis à
sustentabilidade, nos referidos indicadores na escolha restrita e na escolha ampliada.
A análise dos indicadores como forma de monitoramento de políticas públicas resultou
em um conjunto de indicadores bastante satisfatório, abrangendo diversas dimensões da
sustentabilidade.
Um trabalho muito interessante para o nosso estudo, é sobre a qualidade ambiental da
Bacia Hidrográfica do Córrego de Piçarrão. Para Mattos (2005), um sistema ambiental é a
resultante das inter-relações entre os subsistemas físico-natural (natureza) e socioeconômico
(sociedade). Conciliar a compatibilidade entre as dinâmicas destes subsistemas, de modo a
conciliar a qualidade de vida e respeito aos limites de potencialidades do meio físico, é a meta
de um processo sustentável de desenvolvimento urbano.
O autor utiliza o método pressão-estado-resposta para a avaliação da qualidade
ambiental da bacia. A seleção dos indicadores foi feita utilizando os critérios de
validade/representatividade e de disponibilidade.
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No final, os indicadores foram agregados, obtendo-se Índices de Qualidade ambiental.


Para esse procedimento, foi feita uma conversão dos indicadores medidos para escala única
de valores. O Índice parcial (para cada categoria – pressão-estado-resposta) foi obtido
somando-se os valores convertidos dos indicadores daquela categoria e dividindo-se o
resultado pelo número de indicadores considerados. O Índice final foi obtido somando-se os
valores de seus índices parciais e dividindo-se o resultado por 3.

3 AVALIAÇÃO COMPARATIVA

Todos os trabalhos contribuíram, de alguma forma, para o desenvolvimento de


indicadores e/ou índices. Alguns autores utilizaram algum conceito de Desenvolvimento
Sustentável, outros apenas citaram a importância dele, sem defini-lo.
Vários autores utilizam-se do método de Pressão-Estado-Resposta para definir os
indicadores/índices. Mas não se percebe muito a inter-relação entre os indicadores na
formação de índices.
O método de Pressão-Estado-Resposta foi criado pela Organização para Cooperação
e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Nele, os indicadores são divididos em três categorias:
Indicadores de pressão: identificam as atividades humanas que podem provocar mudanças no
estado do ambiente; Indicadores de estado: descrevem a atual qualidade do sistema atual;
Indicadores de resposta: mostram as ações da sociedade em busca da melhoria da qualidade
ambiental. (OCDE, 1993).
Nesta seção, será apresentado, no quadro 1, um comparativo dos trabalhos
discorridos anteriormente.
Silva (2002), utiliza como metodologia o agrupamento dos indicadores por tipo de
atributo (funcionalidade, salubridade, paisagem urbana e sociabilidade) e se preocupam mais
com o aspecto físico, sem, no entanto, citar os critérios de sustentabilidade adotados.
Não foi utilizado um sistema específico para determinar o indicador. Além disso, não
se preocupa tanto, com a inter-relação entre as várias variáveis do desenvolvimento
sustentável.
Porém, contribuiu de forma a incentivar a sociedade a se preocupar mais com a
qualidade ambiental. Entende-se por sociedade, a população local, como os órgãos
administrativos.
Rufino (2002) utilizou como base o modelo analítico Pressão-Estado-Resposta,
proposto pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE, citando
os indicadores para uma avaliação da qualidade ambiental local.
O autor descreve o desenvolvimento sustentável, como sendo um desenvolvimento
socialmente justo, economicamente viável e ecologicamente correto. No trabalho de Rufino
(2002) é descrito o conceito de desenvolvimento sustentável, mas não existe uma relação
explícita entre as variáveis que compõem o conceito.
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O trabalho apresentado por Badanhan (2001), tem por objetivo propor um método que
busque uniformizar o controle ambiental dos processos em uma obra de dutovias, de maneira a
conciliar as exigências dos agentes sociais, quanto à qualidade do meio ambiente e do agente
privado, quanto a sua produtividade.
Badanhan (2001) cita informações sobre indicadores e padrões de qualidade
ambiental com informações levantadas junto à comunidade. Assim como Fidalgo (2003), que
apresenta critérios para uma análise de métodos e não um método para tratar indicadores.
O próprio autor do trabalho sugere um refinamento dos Indicadores e a implementação
e acompanhamento destes indicadores, por falta de um método específico para defini-los.
Fidalgo (2003) apresenta indicadores segundo o modelo de classificação
tridimensional apresentado por Bakkes et al. (1994). Uma primeira se baseia nos propósitos de
uso dos indicadores, que são: avaliar as condições ambientais e as tendências em escala
nacional, regional ou global; comparar países e regiões; elaborar prognósticos; fornecer
informações preventivas; e avaliar as condições existentes em relação às metas estabelecidas.
Uma segunda classificação se baseia no assunto, ou um tema. E a terceira se baseia nas
relações de causa e efeito, como as estabelecidas no modelo Pressão-Estado-Resposta.
O método utilizado no trabalho de Fidalgo (2003), é uma primeira formulação para a
análise da etapa de diagnóstico de planejamentos ambientais e deve ser visto como uma
ferramenta de auxílio ao planejador ou ao tomador de decisão. Sua aplicação pode resultar em
alterações necessárias para adequá-lo a situações diversas, as quais, reunidas e
sistematizadas podem contribuir com seu aprimoramento.
O que faltou no trabalho de Fidalgo (2003), foi estabelecer padrões de qualidade, que
possam ser medidos e que permitam avaliar de forma mais objetiva estes indicadores.
Miranda e Teixeira (2004), fizeram uma comparação entre os indicadores levantados
em outras literaturas para o monitoramento da sustentabilidade em sistemas urbanos de
abastecimento de água e esgotamento sanitário. É um trabalho específico para esta área. Não
trata de outras dimensões da sustentabilidade, como saúde, economia, educação e cultura.
Utiliza o conceito do CMMAD (1991), que implica na possibilidade de que as próximas
gerações possam satisfazer suas necessidades assim como as gerações atuais.
Mattos (2005) ainda cita que o desenvolvimento sustentável é um processo contínuo
que procura a interação entre dois subsistemas: o físico-natural (natureza) e o socioeconômico
(sociedade).
Um processo contínuo de busca do que um resultado final que será alcançado num
prazo determinado; processo esse que procura a compatibilização entre sociedade e natureza,
sabendo que essa envolve não só complementaridades, mas também antagonismos e conflitos,
os quais fazem parte da própria dinâmica evolutiva do sistema ambiental formado pela interação
entre esses dois subsistemas.
Para a agregação dos indicadores não utilizou um método específico. Apenas fez uma
média entre os indicadores encontrados. Para o Índice final, foram somados os índices parciais
e dividiu-se o resultado por 3.
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QUADRO 1 - AS VÁRIAS ABORDAGENS SOBRE INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL

QUAL O SISTEMA
CONCEITO DE
QUAIS INDICADORES SÃO UTILIZADO PARA
TÍTULO DO TRABALHO DESENVOLVIMENTO
ABORDADOS NO TRABALHO DEFINIR OS
SUSTENTÁVEL
INDICADORES
1) SILVA, M. L. G. da, Não apresenta conceito de Neste trabalho é apresentado o Não foi utilizado um
2002 Desenvolvimento indicador: Densidade - Uso e sistema específico.
Sustentável. Ocupação do Solo.
2) RUFINO, R. C, 2002 Desenvolvimento Indicadores de Pressão, Estado e Método Pressão-Estado-
socialmente justo, Resposta. Índice de Qualidade da Resposta.
economicamente viável e Água. Índice de Qualidade do Meio
ecologicamente correto. Ambiente (IQMA).
3) BADANHAN, L F, 2001 Não apresenta conceito de Indicador Ambiental: Informações levantadas
Desenvolvimento - assoreamento; junto a comunidade, pelos
Sustentável. - danos á infra-estrutura; órgãos ambientais e as
- disposição de materiais; recomendações
- obstrução de acesso; propostas pelos
- entulho; empreendedores.
- conduta imprópria.
4) FIDALGO, E. C. C., Não apresenta conceito de - forças impulsoras; Modelo apresentado por
2003 Desenvolvimento - forças restritivas; Bakkes et al. (1994).
Sustentável. - oportunidades;
- ameaças;
- principais problemas;
- capacidade de suporte;
- tipo de zona.
5) MIRANDA, A. B. de; Utiliza o conceito do Consumo de água per capita; Foi feita uma análise
TEIXEIRA, B. A. do N., CMMAD (1991). Índice de perdas no sistema; comparativa entre os
2004 Falta de água nas residências; indicadores.
Desconformidades com o padrão de
potabilidade; Desconformidades com
o enquadramento dos corpos
hídricos.
6) MATTOS, S. H. V. L. Um processo contínuo que Participação popular no Orçamento O método utilizado foi o
de. 2005 procura a interação entre Participativo, Prioridades definidas no de Pressão-Estado-
dois subsistemas: o físico- Orçamento Participativo ligadas à Resposta.
natural (natureza) e o melhoria da Qualidade Ambiental e
socioeconômico Diretrizes definidas pelo Plano Diretor
(sociedade). de Campinas referentes à melhoria da
Qualidade Ambiental.
FONTE: Dissertações de: Silva, Rufino, Badanhan, Fidalgo e Mattos e de um artigo de Miranda e Teixeira

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Escrever sobre indicadores de qualidade ambiental requer uma discussão sobre


desenvolvimento sustentável. E a complexidade do tema mostra que, conforme a ótica utilizada
no conceito, os indicadores finais também serão diferentes. Deve-se conhecer e especificar as
condições iniciais e históricas e as forças de retroalimentação do sistema, para compreender o
padrão dos indicadores (SILVA, 2005). Pode-se compreender como o sistema se transforma no
decorrer do tempo, mas não é possível prever a evolução dele.
Cada sistema é composto por unidades simples, porém interligadas entre si. E elas se
influenciam mutuamente à medida que o sistema evolui dinamicamente. E esta evolução é
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imprevisível. Ela depende da interação das variáveis e estas, sofrem pequenas mudanças que
podem diferir significativamente no processo.
Por este motivo, nos 6 trabalhos avaliados encontram-se indicadores diferentes,
apesar de todos citarem os mesmos como indicadores de qualidade ambiental. Os indicadores
encontrados são uma forma de representação do sistema, e por isso, a sua orientação
depende previamente de uma definição, das variáveis envolvidas e da dinamização do
processo.
Todos os trabalhos avaliados têm como resultado, algum indicador ou índice
proveitoso para o espaço determinado. Mas a variável espacial é diferente em cada um deles.
E como detalhado anteriormente, as variáveis devem estar interligadas entre si, pois se
influenciam mutuamente.
Além disso, existe a necessidade de identificar vínculos entre as variáveis para que se
possa entender o sistema como um todo. De acordo com Bellen (2005), deve-se promover uma
integração entre os diferentes campos no sentido de ampliar o entendimento do conjunto de
relações.
É necessário estabelecer as relações que existem entre as diferentes variáveis que
definem os indicadores. Entende-se por variáveis, as áreas ligadas à qualidade ambiental, ou
seja, social, econômica, cultural e espacial.
Essa inter-relação e interdependência resultam em uma análise muito rica e
diversificada e constituem um processo de desenvolvimento sustentável. De acordo com Silva
(2005, p.36),

A compreensão do corpo analítico do desenvolvimento sustentável com único é,


por conseguinte, uma forma de estabelecer uma ótica multidisciplinar de observar
um determinado processo, resultado da interação social em um determinado
espaço, com bases culturais "cultivadas", com finalidades econômicas e
obedecendo às instituições reconhecidas naquela sociedade e considerando a
manutenção do estoque ambiental existente.

A partir da identificação dessas conexões deve-se procurar soluções integradas para


problemas que estão relacionados. Alguns dos trabalhos avaliados, não apresentaram sequer
um conceito de desenvolvimento sustentável, fator que dificulta a ligação do indicador ao
conceito.
Uma das barreiras para o uso de indicadores é a grande heterogeneidade existente
entre os diversos locais. em relação a alguns elementos essenciais específicos, como estrutura
econômica, espaço geográfico, entre outros. O conceito de qualidade ambiental se altera
conforme o local avaliado.
Neste sentido, fica como proposição, a necessidade de um método de definição de
indicadores que permite validar a sua sustentação teórica.
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REFERÊNCIAS

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