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História do Paraná

Conhecendo sua História


O registro de nascimento e a certidão de identidade são documentos que servem para identificar as
pessoas e que todos os brasileiros devem possuir.
Eles nos trazem informações importantes sobre as pessoas. Para que você conheça melhor esses
documentos, pegue seu registro de nascimento , faça de conta que a carteira de identidade abaixo é sua e
copie os dados necessários para o seu preenchimento.
O Tempo pode ser medido
A vida de um município, de um país ou estado pode ser representada em uma linha de tempo, Para isso
precisamos aprender alguns termos referentes a contagem de tempo, tais como:
Década = 10 anos
Quartel = 25 anos
Cinqüentenário = 50 anos
Século = 100 anos
Milênio = 1000 anos
A cronologia, ciência da contagem do tempo, é uma das invenções do homem, que sentia necessidade de
controlar o tempo,
Com isso criou variados calendários, como o chinês, o judeu ou outros.
O calendário que usamos é chamado Cristão, porque os anos são contados a partir do nascimento de
Cristo.
Assim, se uma pessoa nasceu em 1980, dizemos que ela nasceu 1980 anos depois do nascimento de
Cristo.
Crie sua linha de tempo,
Todo mundo tem uma história, você mesmo, os animais, as cidades, os países, etc...
A história do Paraná faz parte da história do Brasil. Nosso país, tomado oficialmente pelos portugueses
em 1500, foi colônia de Portugal até 1822, quando foi proclamado a Independência. O Brasil adotou o
regime monárquico que se estendeu até 1889, ano da proclamação da república.
A chegada dos europeus
O descobrimento do Brasil foi conseqüência das viagens marítimas de portugueses e espanhóis, que
percorreram os oceanos antes desconhecidos.
Essas viagens eram conhecidas como as Grandes Navegações e resultaram na descoberta de novas terras.
Alguns anos antes de o Brasil ser descoberto, o rei de Portugal e o rei da Espanha uniram-se para dividir
entre os dois países as terras que ainda não eram conhecidas pelos europeus. Eles fizerem um acordo,
chamado de TRATADO DE TORDESILHAS.
Segundo esse tratado, uma linha imaginária serviria de limite as possessões dos dois países. As terras
situadas a oeste de Tordesilhas pertenceriam a Espanha e as situadas a leste, a Portugal.
Se condicionarmos ao atual território brasileiro, o meridiano de Tordesilha atravessaria as atuais cidades
de Belém (PA) e Laguna (SC).
Observe que a grande maioria das terras paranaense originalmente eram espanholas. Por isso, logo após o
descobrimento do Brasil, os espanhóis, com medo de perderem essas terras para os portugueses
começaram a ocupar nosso interior.
Portugal toma posse do Brasil
Em 1500, o rei de Portugal, D. Manuel, reuniu uma esquadra com o duplo objetivo de organizar um
entreposto comercial nas índias e tomar posse das terras ocidentais pelo tratado de tordesilhas. Seu
comandante era Pedro Álvares Cabral. Em 22 de abril de 1500, a esquadra de Cabral chega ao nosso
litoral e oficializou a posse portuguesa das novas terras. A partir desse momento, o Brasil passou a ser
colônia de Portugal.
Os primeiros donos da terra
No século XVI, quando chegaram ao Paraná, os índios europeus encontraram várias nações indígenas.
Cada uma dessas nações eram divididas em tribos. A nação Tupi predominava no litoral, e suas principais
tribos em nosso Estado eram os Tinguis, os Carijós, os Caiuás, os Guarapuabas e os Iratens. As tribos da
nação Jê ocupavam a região do planalto. As principais eram os Caingangues ou Coroados e os Botocudos.
Os índios viviam da caça, da pesca e da coleta de alimentos. Algumas tribos praticavam uma agricultura
simples, plantando principalmente o milho, mandioca, abóbora e batata doce. O trabalho agrícola era
normalmente feito pelas mulheres. Algumas tribos desenvolviam um bonito trabalho de cerâmica e
cestaria.
Há mais de 7 mil anos, os índios desbravaram as terras que formam hoje nosso Estado, abrindo um
sistema de caminhos denominados Peabiru, que cortava o Paraná em várias direções.
Dos indígenas também herdamos nomes de rios e cidades que até hoje conservamos como: Rio Iguaçu,
Paranaguá, Umuarama, Goio Erê.
Nos séculos XVII, os europeus foram gradativamente ocupando as terras indígenas. Esse contato levou à
destruição dos nativos ou à perda de sua identidade cultural, já que eles eram obrigados a abandonar
muito de seus costumes para assimilar os hábitos dos brancos.
A ocupação das terras paranaenses
De acordo com o tratado de tordesilhas, a maior parte do Paraná cabia à Espanha.
Enquanto os portugueses iniciaram a ocupação pelo litoral, os espanhóis vieram pelo interior, através do
vale do rio Paraná e dos caminhos do Peabiru. Os portugueses ocuparam o território de forma lenta,
porém contínua e sempre em expansão, ao contrário dos espanhóis que a partir de 1640, foram se
deslocando em direção ao Paraguai, pressionados pelas expedições portuguesas.
A ocupação portuguesa.
Logo após tomar posse do Brasil, o governos português enviou à colônia algumas expedições para
reconhecer e defender o novo território.
A primeira dessas expedições navegou pelo litoral brasileiro em 1501 identificando os acidentes
geográficos e dando nome a eles. Há indícios de que os primeiros europeus a chegarem em nosso Estado
fossem náufragos e deportados das expedições realizadas entre 1501 e 1519, cujo comandante era Gaspar
Lemos.
Em 1530, D. João III, rei de Portugal enviou ao Brasil a expedição de Martin Afonso de Souza, entre
outras coisas para dar início a colonização, esta percorreu o litoral brasileiro.
A primeira expedição portuguesa ao interior do Paraná foi a de Francisco Chaves e Pero Lobo, enviados
por Martin Afonso de Souza em busca de ouro e prata. Foi destroçada por indígenas na década de 1530 e
jamais retornou.
As Capitanias Hereditárias
Em 1534, o rei de Portugal introduziu o sistema de capitanias hereditárias, com a finalidade de facilitar a
administração do Brasil. A colônia foi dividida em 15 lotes, doados a 12 donatários, que, apesar de terem
poder total sobre elas, não eram seus proprietários.
As terras paranaenses estavam distribuídas em duas capitanias.
Uma foi doada a Martin Afonso de Souza, São Vicente, região compreendida entre a Barra da Baia de
Paranaguá e Bertioga (SP)
A outra foi doada a Pero Lopes de Souza, chamada Sant’Ana, que descia da barra de Paranaguá até onde
fosse legitima, pelo limite do tratado de Tordesilha, a ocupação portuguesa.
Deste modo, a capitania de São Vicente correspondia em nosso Estado, ao município de Guarapuava,
Antonina, Paranaguá, e parte de Morretes. A capitânia de Sant’Ana correspondia aos municípios de
Matinhos, Guaratuba e parte de Morrestes.
Por vários motivos as capitanias fracassaram e Portugal introduziu o Governo Geral. Os governadores
gerais deveriam promover a pacificação dos índios, favorecer o povoamento e desenvolver
economicamente a colônia.
Costa do Pau Brasil – Costa do Ouro e Prata
Descoberto o Brasil, realizadas as primeiras expedições e fundados os primeiros núcleo de povoamento,
em São Vicente, em Pernambuco e na Bahia, viviam os portugueses, contudo, frustradas as suas
expectativas de fácil localização de metais e pedras preciosas.
Encontram no estrato, os paus ricos em tintas que passaram a derrubar e a enviar para a metrópole. Aos
portugueses logo vieram juntar-se, na exploração da madeira do litoral brasileiro, outros europeus,
principalmente franceses. Desta maneira antes de tornar-se uma economia do açúcar, a economia
brasileira foi uma economia da madeira.
O início da colonização efetiva, por Martin Afonso de Souza, fizera surgir também, em São Vicente, o
primeiro engenhos de açúcar, e o Brasil que fora apenas madeira, torna-se o complexo escra-açúcar.
Tanto pelas madeiras, como pelo açúcar e pelo tráfico de escravos, a presença de colonizadores efetiva-se
apenas ao longo da costa.
Contudo, desde o descobrimento do rio do Prata, o litoral de São Vicente para o sul, "a costa do ouro e
prata", era visitada principalmente por espanhóis, atraídos pelas notícias de riquezas no Prata e no
Ocidente (espanhóis de Buenos Aires)
No final do século XVI, os vicentinos percorriam o litoral da capitania à procura de índios. Da mesma
maneira o planalto curitibano seria também percorrido pelos sertanistas que escravizavam indígenas e
procuravam metais.
O próprio Gabriel de Lara teria participado de movimentos que objetivavam escravizar índios carijós, na
região do Taquarí, antes de sua fixação em Paranaguá.
A escravização de indígenas e a constante procura de metais teriam por conseqüência, ainda na primeira
metade do século XVII, a ocupação portuguesa de terras do litoral e do primeiro planalto paranaense.
Procura de índios e minas
O índio foi, no sul do Brasil, o braço de trabalho sobre o qual foi possível a colonização e o
estabelecimento das instituições de fundo português.
O índio, e mais tarde o negro, tanto no período da escravidão, como no período do aldeiamento, era a
mão-de-obra que sustentava todas as estruturas superiores da sociedade colonial.
- nos trabalhos domésticos;
- nas derrubadas e lavouras;
- nas jornadas de minas e na condução de cargas;
- contra índios que deveriam ser caçados;
- nos serviços públicos de estradas;
- nos transportes de munição;
- na condução de mercadorias
- na construção de fortalezas.
Já no final do século XVI, em 1586, os moradores de São Vicente, Santos, São Paulo, pediam ao capitão-
mor a organização de bandeiras para caçar índios carijós dos territórios hoje paranaenses e catarinenses.
Nas últimas décadas do século XVII, já estavam extintos as tribos de índios livres dos sertões ao alcance
dos paulistas. Restavam apenas, para sustentar as populações do sul, os índios aldeados sob a direção dos
jesuítas, dos carmelita, dos franciscanos e dos clérigos seculares. Esses índios eram cedidos aos paulistas
para execução de todos os trabalhos da comunidade mediante um salário que a lei estipulava. Os próprio s
índios aldeados, submetidos a uma escravidão disfarçada encaminhavam-se para a extinção. Alguns dos
aldeados visitados pelo Ouvidor Pardinho, nos princípios do século XVIII, obrigavam apenas velhos
imprestáveis para os serviços que deles se exigia.
Não se pode afirmar quando se deu a substituição do escravo índio pelo escravo negro no sul do Brasil,
mas pode-se perceber a ocorrência de um período intermediário, durante o qual a falta de escravos
acarretou transformações drásticas.
É no início dessa situação, quando chegava ao final do processo da extinção dos carijós dos sertões
paranaenses e catarinenses, que os paulistas iniciaram dois grandes movimentos a procura de mais índios
no oeste do atual Paraná, na região de Guaíra, e a procura de ouro no leste do Paraná, na região de
Curitiba e Paranaguá.
A ocupação Espanhola
Durante os anos de 1541 e 1542, os espanhóis fizeram a primeira travessia de leste para oeste, chegando
até o rio Paraná. Para a época, foi um empreendimento audacioso, no qual o capitão espanhol D. Álvaro
Nuñez de Vaca, nomeado governador do Paraguai, dirigiu-se a Assunção por via terrestre. Foi uma
viagem de 10 meses de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, atravessando todo o território do
Paraná, até Assunção, no Paraguai. Durante essa viagem foram descobertas as cataratas do Iguaçu.
Em 1554, Diego de Vergara fundou a povoação de Ontivieris, que se situava próximo de onde é hoje a
cidade de Faz do Iguaçu. Mais tarde esse povoação foi transferida por Ruy Dias Melgarejo para foz do rio
Piquiri, com o nome de cidade Real de Guariá, posteriormente transformada em redução Jesuíta.
Atualmente corresponde ao município de Guaíra.
Em 1576, o mesmo Ruy Melgarejo fundou, na confluência do rio Corumbataí com o Ivaí, Vila Rica do
Espírito Santo de Fênix. Com o estabelecimento dessas povoações, os caminhos do Peabiru. Estes
poderiam cair em mãos dos portugueses, por causa das expedições em busca de índios e metais preciosos
empreendidas em território espanhol.
Além das razões de necessidade da posse efetiva da terra e do impedimento da passagem para os metais
preciosos, a ocupação espanhola do Guairá, foi sem dúvida, motivada ainda, pela presença de milhares de
índios, que procuraram desde logo explorar. Fora já adotado, em outras regiões de colonização, e assim
espanhola, o sistema de "encomiendas", e assim os moradores da cidade Real e de Vila Rica, procuraram
também reduzi-los a servidão.
Aos "encomiendados" cabia lavrar a terra caçar e pescar para os seus senhores, além de prestar serviços
na construção de habitações e outros. Era porém, na coleta da erva-mate, nos grande s ervais nativos da
região, que a mão-de-obra indígena constituía a grande e única força de trabalho existente. Os índios,
contudo reagiram.
As Reduções Jesuítas
Com o objetivo de conter as revoltas indígenas, o governo espanhol confiou aos padres da Companhia de
Jesus a tarefa de pacificação dos índios. Para tanto, os jesuítas transformaram as aldeias indígenas em
reduções.
Os padres José Lataldino, Simão Maceta, Lorenzana e Francisco de São Martinho, foram os primeiros a
entrar na região, com o novo objetivo, iniciando a obra catequética. As reduções de nossa Senhora de
Loreto e de Santo Inácio foram as primeiras estabelecidas no médio Paranapanema, em 1610, Via de
regra, procurou-se a proximidade dos rios Paranapanema, Tibagi, Ivaí, Piquiri e Corumbataí para os
grandes aldeiamentos.
Foram estabelecidos pelos jesuítas, no Guairá, os seguintes núcleos.
Os índios aldeados nas reduções, eram na sua maioria guaranis, porém, havia outros, entre os quais os
tupis e carijós.
As reduções foram organizadas na base de vida comunitária. Suas atividades econômicas foram
principalmente á coleta de erva-mate que os padres exportavam, divulgando o uso da erva do Paraguai
entre os espanhóis do Prata. Tinham plantações de mandioca, milho e outras, praticavam lavouras
coletivas. As terras eram todas de uso comunitário. A criação de gado era realizada em regime de
compascuo.
Os homens dedicavam-se principalmente às atividades do setor primário (agricultura e pecuária) enquanto
as mulheres eram orientadas para as artes. O artesanato das reduções, com a produção de tecidos de
algodão e de lã, alcançou qualidade. Foram os índios carpinteiros, tecelões, ferreiros, estatuários,
fundidores.
O aldeamento produzia o necessário para a sua subsistência, exportando os excedentes da sua produção
agrícola e pecuária, além da erva-mate. Os seus produtos concorriam como de maior importância dos
artigos de exportação.
As aldeias eram também objeto de planejamento urbano e arquitetônico. Eram divididas em quadras e
davam nas praças situadas no centro da povoação. A igreja, os depósitos e o cemitério, geralmente em um
único lado, enquanto nos demais estavam os edifícios com as habitações para as famílias indígenas. As
casas, em forma simétrica eram feitas de taipa, com tetos de duas águas.
Os indígenas levantavam-se cedo para o trabalho, para o qual seguiam depois do mate. Os empregados na
lavoura reuniam-se diante da igreja e seguiam juntos para o campo. Os operários das manufaturas
dirigiam-se para as respectivas oficinas. As mulheres para os teares. As crianças para a escola.
A educação era também comunitária, ministrada pelos padres que enfatizavam sua influência sobre a
infância e a juventude.
Mas não demorou muito e começou o declínio das reduções. Tanto os espanhóis quanto os portugueses
contribuíram para que isso acontecesse.
Os espanhóis, por que não conseguiam evitar as fugas dos índios escravizados pelo branco para as
reduções. Onde ficavam livres. Os portugueses por que temiam que os padres jesuítas espanhóis
pudessem ampliar os limites da divisa das terras espanholas, invadindo terreno português.
O contato entre brancos e índios modificou alguns hábitos de ambos as culturas. O branco aprendeu a
língua dos índios, adquiriu o hábito de dormir em redes ou no chão, de tomar banho todos os dias, etc. O
índio, por sua vez, aprendeu, entre as coisas, a ler e escrever, a língua dos brancos e a ter fé na religião
cristã.
Os Bandeirantes destoem às reduções
Foi por volta de 1629, que os portugueses e os bandeirantes paulistas resolveram acabar com as reduções,
provocando verdadeiras guerras.
Os portugueses queriam conquistar a região ocupada pelas reduções, pois assim poderiam expandir seus
limites, tornando-se os legítimos donos das novas terras.
As primeiras entradas que chegaram ao Paraná, vindas de São Paulo, foram as de Jerônimo Leitão, Jorge
Correa, Manuel Soeiro e João Pereira de Souza. Datam de 1585 e tinham como finalidade o
aprisionamento de indígenas. A partir de 1607 várias entradas penetrando no interior do Paraná a maioria
delas acompanhavam o curso do rio Ribeiro, indo em direção ao centro do Estado, onde hoje se situa, as
cidades de Ponta Grossa, Castro, Tibagi, Reserva e Cândido de Abreu.
Iniciaram assim as bandeiras e expedições particulares que procuravam capturar os índios e vendê-los
como escravos às outras capitanias, para trabalharem principalmente na colheita da cana; procuravam
também mais terras e ainda queriam impedir que os espanhóis avançassem em direção ao atlântico.
Após os ataques bandeirantes e a destruição das reduções, bem como do abandono das povoações
espanholas, focou o Ocidente do Paraná em completo esquecimento, por mais de um século, pois que,
sem o ouro e sem os índios, não mais atraia a atenção.
Organizações da comunidade tradicional
O Paraná assim como outras localidade brasileiras, teve ciclos ou períodos na sua história em que uma
atividade econômica se destacava mais do que as outras.
Cada uma destas atividades criou empregos, produziu riquezas e contribuiu para o desenvolvimento do
nosso Estado.
O ciclo da economia paranaense
O Ciclo do ouro ou da mineração
Como já foi visto, o povoamento do Paraná começou pelo litoral. Isso aconteceu porque era muito mais
fácil chegar por mar as terras que, no futuro, formariam, o estado do Paraná. Além disso, a partir do
século XVII foram descobertas várias minas de ouro e pedras preciosas no litoral.
A descoberta do ouro e das pedras preciosas atraiu muitas pessoas que estavam atrás de riqueza fácil e
que acabaram por povoar o litoral e o primeiro planalto, fundando cidades como: Paranaguá, Curitiba,
Morretes e Antonina.
A busca de ouro e pedras preciosas também levou à descoberta de novos caminhos entre o litoral e
Curitiba. Esses caminhos eram usados para enviar ouro e pedras preciosas para o governo português.
A carência de gêneros, numa população que se formou subitamente, e que se dedicava exclusivamente à
cara do ouro, criou tremendos problemas de abastecimento, que raiaram pelo drama da fome. A
organização desse abastecimento foi o grande problema enfrentado pelo governo colonial na primeira
parte do século XVIII.
O ciclo da pecuária ou tropeirismo
Com o declínio do ciclo do ouro. E aproveitando as ótimas pastagens, o gado que a princípio era criado
solto e só para cobrir as necessidades alimentícias dos povoados, começou a ser criado em fazendas e a
ser comercializado, transformando-se na principal atividade econômica.
E com isso se inaugurou uma nova fase de atividades econômicas dos habitantes do Paraná e do sul de
São Paulo: o tropeirismo. Consistia o negócio em ir comprar as mulas no Rio Grande, no Uruguai, na
Argentina, conduzi-las em tropas, numa caminhada de três meses pela estrada de Viamão, inverná-las por
alguns meses nos campos do Paraná, e vendê-las na grande feira anual de Sorocaba, onde vinham
comprá-las paulistas, mineiros e fluminenses.
O ciclo das tropas começa em 1731 e se esgota na década de 1870, usando as construções das estradas de
ferro do café, em São Paulo, desvalorizam o muar como meio de transporte.
O comércio do gado fez com que aparecessem os "caminhos de gado", sendo o mais importante deles a
Estada da Mata, que ia de Rio Grande do Sul até a cidade de Sorocaba, no estado de São Paulo.
O ciclo do gado transformou bastante o nosso Estado, modificando não apenas a economia, mas também
o modo de vida das pessoas, que passaram a ser mais ligadas ao campo do que aos povoados, as vilas e
cidades.
A condução do gado de um lugar para o outro fez também com que surgisse os pousos, locais onde os
tropeiros paravam para descansar e se abastecer.
Nesse período surgiram cidades como: Castro, Ponta Gross, Lapa, Palmeira, Jaguaraíva.
Começou nesse ciclo também a agricultura, para alimentar o gado, eles produziam o milho, depois
introduziu-se as plantações de feijão e trigo.
O tropeiro desempenhava por conta própria o trabalho de correio, numa época em que o mesmo era
praticamente inexistente no interior. O tropeiro era o homem que trazia as notícias dos últimos
acontecimentos aos vilarejos por onde passava, era também o portador de bilhetes, recados e o
instrumento diário de muitos negócios.
O Paraná e a Independência do Brasil
Nesta época as terras do Paraná faziam parte da capitania de São Paulo, a qual devido a sua extensão, foi
dividida em duas comarcas. A comarca do sul teve sede em Paranaguá até 1812, quando esta foi
transferida para Curitiba.
Em 1811, desejando um governo próprio o governo de Paranaguá enviou uma representação a D. João. O
líder desse movimento emancipacionista foi Pedro Joaquim Correia de Sá. Foram feitas várias tentativas
junto à Corte, no Rio de Janeiro, mas o movimento fracassou.
Em 1821, houve uma nova tentativa de obter a emancipação da comarca, que então se chamava comarca
de Curitiba e Paranaguá. Os defensores da emancipação iniciaram um movimento que ficou conhecido
como Conjura Separatista. Mais uma vez, o movimento não trouxe resultado positivo, embora o ideal da
emancipação não tivesse desaparecido. Nessa luta destacaram-se o tropeiro Francisco de Paula e Silva
Gomes e o Coronel Manuel Francisco Correia Júnior.
Como você pode observar, o sete de setembro não alterou a situação política do Paraná.
A emancipação política do Paraná
No período regêncial, duas rebeliões que ocorreram no sul do Brasil tiveram influências na história do
Paraná. Uma delas foi a Revolução Farroupilha, que se estendeu de 1835 a 1845, no Rio Grande do Sul.
Esse movimento inicialmente defendia a autonomia das províncias que constituíam a Monarquia. Depois
adquiriu um caráter separatista, ou seja, propunha a separação do território gaúcho do resto do Brasil.
O segundo movimento rebelde estourou em São Paulo em 1842. Era a Revolução Liberal, que pretendia a
volta do Partido Liberal ao poder central.
O governo temia que os paranaenses, apoiando os revolucionários gaúchos, que já atingiam Santa
Catarina, ocasionassem a união dos dois movimentos e, consequentemente, a soma das duas forças. Foi
prometido a emancipação da comarca de Curitiba e Paranaguá, em troca de sua neutralidade. A proposta
foi aceita.
Finalmente em 29 de agosto de 1853, foi criada a província do Paraná e instalada pelo seu primeiro
presidente, Zacarias de Goes Vasconcelos, em 19 de dezembro de mesmo ano. Curitiba tornou-se
definitivamente a capital do Paraná em 26 de julho de 1854, então se fazia necessário organizá-la.
Curitiba era ma pequena cidade, quase uma simples vila, sem quaisquer serviços públicos, nem edifícios
próprios para a administração provincial. Com a chegada do presidente da província e do pessoal
administrativo, outras construções começaram a aparecer como a Câmara Municipal, o Tesouro, o quartel
da força militar, a cadeia.
Embora sede de comarca desde 1812 e a cidade desde 1842, em 1854 era ainda preciso fazer de Curitiba
uma cidade de fato, capaz de polarizar a nova província.
Por outros lados a instrução, pública ou particular, era a mais desfavorável em toda a província. Apenas
615 paranaenses em 1854 freqüentavam em escolas públicas cursos de primeiras letras, e a grande
maioria no litoral, sobretudo em Paranaguá. Em Curitiba apenas funcionavam cadeiras consideradas de
ensino secundário, de Latin e de Francês, com 11 alunos no total. A população da província era entretanto
de 62 mil habitantes. Medidas deveriam ser tomadas, não apenas para instalação de novos cursos, mas
também para o melhor aproveitamento dos já existentes.
As estradas da províncias encontravam-se intransitáveis e dificultavam a colonização da província e o
transporte de produtos agrícolas. Sentindo a urgência de ligar Curitiba ao litoral, o presidente decidiu
fazer vários estudos para a construção de estrada. Tomou inclusive a decisão de construir a Estrada da
Graciosa, ao lado do já existente Caminho da Graciosa, para ligar Curitiba ao porto de Antonina.
A evolução da Província
Entre a instalação da província do Paraná e a proclamação da República (1889), vários presidentes se
sucederam no governo do Paraná. Dentre eles podemos destacar:


○ Francisco Liberato de Matos (1857 – 59), que incentivou a imigração européia e criou
uma linha de navegação entre Antonina e Paranaguá.

○ André de Pádua Fleury (1864-66), que forneceu água potável à população de Curitiba e
fez estudos para uma ligação fluvial entre o Paraná e a província de Mato Grosso.

○ João José Pedrosa (1880-81), que ordenou a construção do Teatro São Teodoro, depois
chamado de Teatro Guaira, e incentivou a cultura de trigo, café e algodão.
A Desagregação da Sociedade Tradicional
A conjuntura da época trazia um rápido processo de empobrecimento para os fazendeiros. Sua riqueza era
cada vez mais nominal.
A fazenda, com as estruturas que sobre ela se criaram, não cumpria mais a função de integrar uma
comunidade no conjunto nacional, e logo depois, nem a de manter as grandes famílias empobrecidas
dentro do contexto social da província e do Estado.
A baixa renda da propriedade, o aumento dos núcleos familiares da sociedade fazendeira, ao mesmo
tempo em que chegava ao capítulo final da ocupação das terras de campo com uma resultante de todas
esses situações, dissociou-se a família da propriedade. Os membros novos da grande família se viam
forçados a procurar outras fontes de renda, ao menos suplementar, diferente da renda da terra.
O ciclo da erva-mate
Com o tempo, a pecuária foi perdendo o lugar de primeira atividade econômica do Estado, sendo
substituída pela produção de erva-mate.
A erva-mate é uma planta nativa do Paraná. Conhecida e usada pelos índios era e, é até hoje, muito
apreciada. Chegou a ser o principal negócio da Província do Paraná através da sua exportação para a
Argentina e Uruguai, o que proporcionou altos lucros para nosso estado.
Além disso, a comercialização da erva-mate fez com que surgissem novos caminhos como a estrada da
Graciosa (1871) e a estrada de ferro Curitiba – Paranaguá (1885). O porto de Paranaguá ganhou novo
impulso com a exportação da erva-mate.
Ciclo da madeira
Esse ciclo aconteceu ao mesmo tempo que o da erva-mate. Teve inicio no litoral, com a exploração do
cedro, da peroba e da canela-preta.
Com a construção da estrada da Graciosa e a estrada de ferro Curitiba – Paranaguá, o pinho do Paraná
passou a ser exportado para todo o Brasil e até para o exterior.
O ciclo da madeira trouxe grande desenvolvimento ao nosso Estado através do aumento do número de
estradas, desenvolvimento dos rios Paraná e Iguaçu e do aparecimento de novos cidades como Palmas,
Campo Mourão.
Por outro lado a extração da madeira de forma desordenada também provocou um grande
desmamamento, que modificou o nosso paisagem e alterou o equilíbrio ecológico da região.
O Ciclo do Café
Durante muito tempo, o café foi a atividade econômica mais importante não só para o Paraná como
também para o Brasil.
A plantação do café no Paraná teve início em 1920, mas só em 1960 é que nosso Estado liderou a
produção de café no país.
Desde o início o café do a riqueza do Brasil. Porém, só com a descoberta da Terra-Roxa, no norte do
Paraná, é que a lavoura cafeeira ganhou um grande impulso, principalmente com a vida de agricultura
paulista e mineiros.
Essa ocupação ocorreu em três fases. A primeira delas durou de 1860 a 1920, foi ocupado o chamado
"norte velho" compreendendo a divisa do nordeste com o Estado de São Paulo indo até a cidade de
Cornélio Procópio.
Cidades como Jacarezinho, Tomazina, Santo Antônio da Platina foram fundados nesta época.
A Segunda fase, conhecida como "norte velho" (1920 – 1950) fez a ocupação de Cornélio Procópio até o
rio Ivaí. Nesse período foram fundado as cidades de londrina, Cambé, Rolândia, Maringá, Apucarana.
Na última fase, denominada "norte novíssimo" (1950 – 1960) foi povoada a região entre os rios Piquerí e
Ivaí, com fundação de cidades como Umuarama, Xambre, rondo, Cruzeiro do Oeste.
Com o café surgiram novas indústrias, houve um aumento da imigração, com estrangeiros de várias
nacionalidades vindo trabalhar na lavoura além de terem surgido novas estradas, para auxiliar, a
transporte da produção.
A Proclamação da república
O Brasil foi governado pelo Imperador D. Pedro II, de 1840 a 1889. D. Pedro II representava a
monarquia, sistema de governo em que o poder do rei ou imperador passa de pai para filho, por tempo
indeterminado,
Seu governo foi muito importante para nossa história, pois foi uma época de muitas realizações. Conheça
algumas:


○ Criação de várias escolas primárias e obrigatoriedade do ensino primário para toda a
população;

○ Desenvolvimento da cultura do café;

○ Grande atividade comercial entre o Brasil e outros países;

○ Instalação das primeiras usinas de eletricidade;

○ Surgimento das primeiras estradas de ferro;
O Movimento republicano
Em 1870, com a fundação do partido republicano, começou no Brasil um movimento para que o país
deixasse de ser uma monarquia e se transformasse numa república. Nas repúblicas, é o povo que escolhe
seus governantes, que ficam no poder por um tempo determinado. Essa posição era defendida por homens
como Deodoro da Fonseca, Benjamim Constant, Rui Barbosa, Quintino Bocaiúva, Silva Jardim entre
outros.
Cada vez mais o movimento republicano foi crescendo. A abolição da escravatura, em 13 de maio de
1888, prejudicou os velhos fazendeiros, que deixaram de Ter mão de obra escrava e, por isso, começaram
também a apoiar o partido republicano.
O Paraná e a república
Em 15 de novembro de 1889, os militares proclamaram a república no Brasil. Apoiados pela classe média
urbana, por cafeicultores e intelectuais, os militares organizaram um governo provisório, presidido pelo
Marechal Deodoro da Fonseca. Em 24 de fevereiro de 1891, foi promulgada a primeira constituição
republicana brasileira, que estabelecia a república como forma de governo, o presidencialismo e o
federalismo (as províncias foram transformadas em estados, que tinham autonomia política, econômica e
administrativa).
No passado republicano somente ganharam força em 1888, quando o líder político local, Vicente
Machado, aderiu à campanha republicana que agitava o país.
A primeira constituição paranaense foi aprovada em 1891, no governo de Generoso Marques dos Santos.
Anexo
Constituições Brasileiras
a.
a.
b. 1824 – Império
c. 1824 – Com a Assembléia fechada, a pressão de alguns deputados e expulsão de
outros, D. Pedro I nomeou um grupo de 10 pessoas para fazer uma constituição que
lhe agradasse. A 25 de março de 1824 ele outorgou – isto é, impôs - ao Brasil a sua
primeira constituição.
Essa constituição dava plenos poderes ao imperador. Estabelecia 4 poderes: Os três
primeiros: Executivo, legislativo e judiciário, o quarto poder – o poder moderador –
foi feito especialmente para o imperador, e lhe permitia nomear o ministério, dissolver
a Assembléia, nomear os presidentes das províncias, etc. Os senadores eram vitalícios.
Só poderiam votar quem ganhasse no mínimo 100.000 reis por ano, tivesse mais de 25
anos da idades e fosse do sexo masculino. Só poderia ser candidato a deputado quem
ganhasse no mínimo 400.000 reis por ano, tivesse mais de 25 anuais. Em resumo, a
constituição de 1824 estabelecia um governo de poucos, que representava apenas os
mais ricos do sociedade.
Durante 67 anos manteve o catolicismo como religião oficial.
Inspirada no liberalismo do início do século XIX.
d. 1891 – Primeira constituição republicana
Promulgada em 24 de fevereiro de 1891, e foi elaborada por um congresso constituinte (representantes
escolhidos pelo povo)
Esta constituição estabeleceu três poderes.


○ Executivo – exercido pelo presidente da república;

○ Legislativo – exercido pelo congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado);

○ Judiciário – exercido pelo Supremo Tribunal Federal
Estabeleceu entre os direitos do cidadão:


○ Igualdade de todos perante a lei;

○ Liberdade religiosa;

○ A inviolabilidade do lar e o sigilo da correspondência;

○ O livre exercício de qualquer profissão;

○ A liberdade de associação e de manifestação de pensamento;

○ O ensino leigo (não religioso) nas escolas públicas.
Para votar e ser votado, o cidadão já não precisava Ter renda mínima anual. Bastaria ser maior de 21
anos e do sexo masculino, desde que não fosse mendigo ou analfabeto.
Inspirada no modelo norte americano.
a.
a.
b. 1934 – 1937 – Segunda constituição republicana
c. Promulgada em 16 de julho de 1934 por uma Assembléia Nacional Constituinte eleita
pelos brasileiros alfabetizados maiores de 18 anos (inclusive as mulheres) . Foi uma
constituição bem mais preocupada com os problemas sociais: educação, trabalho, etc.
Previa eleições diretas para presidente, com exceção do atual Getúlio Vargas que foi
eleito pela constituinte para exercer o mandato até 3 de maio de 1939.
Na constituinte que elaborou a constituição de 1934 eram numerosos os representantes
da classe média e dos trabalhadores brasileiros. Por isso mesmo fizeram uma
constituição mais voltada para os interesses do povo. Pela primeira vez colocou-se um
capítulo sobre a educação e a cultura, instituindo, entre outras coisas, o ensino
secundário e o superior também deveriam ser gratuitos para todos, o que nunca
acontece. Outro aspecto importante desta constituição foi a defesa dos trabalhadores.
Inspirada na constituição espanhola.
d. 1937 – 1945 – Terceira constituição republicana (imposta)
Com o apoio das Forças Armadas no dia 10 de novembro de 1937 Getulio Vargas instalou o Estado
Novo, assim permanecendo no poder. Estabeleceu a ditadura Vargas.
AZ nova constituição estava pronta e foi "dada" ao país no mesmo dia e concedia ao ditador grandes
poderes. Entre os quais:


○ Poder fechar o Congresso Nacional

○ Poder acabar com os partidos políticos

○ Poder acabar com a liberdade de impressa, por meio da censura prévia;

○ Poder nomear os interventores nos estados

○ Poder governar até que fosse realizada uma consulta popular – um plebiscito – para
ver se os brasileiros aprovavam ou não o Estado Novo (isso nunca aconteceu)
Foi inspirada na constituição polonesa
a.
a.
b. 1946 – Quarta constituição republicana
Promulgada em 18 de setembro de 1946, representa um avanço democrático em relação a anterior.
Restabeleceu eleições diretas para a escolha dos governadores em todos os níveis: presidente,
governadores e prefeitos. Foram mantidas as eleições para senadores, deputados federais, estaduais e
vereadores.
Voltou a consagrar as liberdades já expressas na Constituição de 1937 que haviam sido suspendidas em
1937.


○ igualdade de todos perante a lei;

○ Liberdade de manifestação de pensamento, sem censura, a não ser em espetáculos e
diversões publicas;

○ Inviolabilidade do sigilo de correspondência;

○ Liberdade de consciência, de crença e de exercício dos cultos religiosos;

○ Liberdade de associação para fins lícitos;

○ Inviolabilidade da casa como asilo do indivíduo;

○ Prisão só em flagrante delito ou por ordem escrita da autoridade competente;

○ Garantia ampla da defesa do acusado
Sofreu mais de 2 emendas e cerca de 40 atos complementares.
0

a.
a.
b. 1967 – Quinta do período republicano
c. Promulgada em 24 de janeiro de 1967. Dava grandes poderes ao presidente da
república
d. 1969 – Nova versão da constituição de 1967.
Promulgada em 17 de outubro de 1969, essa nova versão permitia apenas ao presidente da república
propor leis sobre:


○ Matéria financeira

○ Criação de cargos, funções ou empregos políticos

○ Fixação ou modificação dos efetivos das Forças Armadas

○ Organização administrativa ou judiciária, matéria tributária e orçamentária;

○ Serviços públicos e a administração do Distrito Federal;

○ Servidores públicos da união;

○ Concessão de anistia relativa a crimes políticos.
Estabeleceu-se que o AI-5 continuaria em vigor, assim como os demais atos posteriores baixados.
Em abril de 1977 o Presidente Gaisel introduziu novas emendas a constituição reformando o poder
Judiciário, refazendo a organização eleitoral. E veio através da emenda a lei do divórcio.
a.
a.
b. 1988 – Constituição atual
A Assembléia constituinte eleita pelo povo em 15 de novembro de 1986 começou seus trabalhos em 1º de
fevereiro de 1887;
Foi promulgada em 5 de outubro de 1988. Apresentou numerosas vantagens aos trabalhadores. Entre as
quais:


○ Salário;

○ Direito de greve

○ Jornada de trabalho;

○ Aposentadoria;

○ Licença a maternidade
Outras mudanças consideradas importantes:


○ voto facultativo entre 16 e 18 anos;

○ Estabelecimento de segundo turno nas eleições para presidente, governadores,
prefeitos (mais 200.000 habitantes);

○ Restrições dos impostos em favor dos Estados e Municípios;

○ A garantia por parte do Estado de benefícios e proteção às empresas brasileiras.

○ Limite de 12% ao ano para as taxas de juros;

○ Proibição da comercialização de sangue e seus derivados;

○ Fim da censura a rádio, televisão e cinema.

○ Proteção ao meio ambiente

○ Mandato de 5 anos para presidente da república.
A República Brasileira
A Revolução Federativa
Em 1892, quando Floriano Peixoto governava o Brasil, estourou no Rio Grande do Sul a Revolução
Federalista. Foi um dos mais sangrentos episódios da história do Brasil, que acabou envolvendo vários
estados, inclusive o Paraná.
O grupo dos republicanos gaúchos, liberado pelo presidente do estado riograndense, Júlio Castilhos, havia
elaborado uma constituição estadual autoritária e centralizadora. O grupo dos federalistas, liderado por
Silveira Martins, se opunha a Júlio de Castilhos e defendia a mudança da constituição.
O presidente Floriano Peixoto ficou do lado de Júlio de Castilhos, e os federalistas tiveram o apoio da
marinha, que estava rebelada.
Em setembro de 1893, o almirante Custódio de Melo revoltou-se na baia de Guanabara. Em seguida, com
alguns navios de guerra, tomou o litoral de Santa Catarina e atacou o Paraná em três frentes: Paranaguá,
Tijucas e Lapa.
A "Tomada de Paranaguá" deu-se em janeiro de 1894. A cidade não apresentou resistência, e a ocupação
ocorreu sem grandes combates. Também "Tijucas" foi ocupada com facilidade.
Apesar da resistência a cidade da "Lapa" foi tomada pelos federalistas em 1893. Em seguida, eles
invadiram Curitiba. O então presidente do Paraná, Vicente Machado, transferiu para Castro a capital da
província.
Os federalistas ficaram em Curitiba aproximadamente dois meses; enquanto isso, o Marechal Floriano
Peixoto organizava as tropas em São Paulo. Gradativamente, os federalistas foram sendo derrotados, até
que em 1895 depuseram as armas, aceitando a anistia decretada pelo presidente da República.
O contestado (1912-1916)
Desde a criação da província o Paraná, em 1853, seus dirigentes questionavam os limites estabelecidos,
sobretudo com Santa Catarina. Essa divergência levou ao surgimento da Questão do Contestado. O termo
contestado deriva do verbo contestar, questionar e passou a designar a região que foi objeto de disputa
entre Santa Catarina e Paraná.
Em 1890, um grupo de catarinenses solicitou ao governo brasileiro uma definição de limites entre os dois
estados. Não obtendo resposta, os catarinenses resolveram entrar com uma ação judicial, reivindicando a
pose da região situada ao sul dos rios Negro e Iguaçu.
Por duas vezes o governo deu ganho de causa a Santa Catarina, mas o Paraná adiou a execução da
sentença.
Paralelamente a essa questão de limites, em 1910, o Brazil Railway Company, uma empresa norte-
americana, concluiu a estada de ferro que ligava o estado de São Paulo ao Rio Grande do Sul. Em
seguida, cumprindo um dos termos do contrato, a companhia deu inicio a colonização de uma faixa de 15
quilômetros de cada lado da via férrea. Não levou em conta , porém, o fato de essa área já pertencer a
pequenos proprietários e lavradores, que ficaram descontentes com a interferência da companhia em suas
terras.
Pouco depois, a Lumber, poderosa madeireira estrangeira ligada a Brazil Railway Company, estabeleceu-
se na zona sob contestação. Essa companhia tinha autorização para explorar a madeira da região, desde
que a coloniza-se.
A atividade dessa empresa, porém, afastava cada vez mais a possibilidade de um acordo entre o Paraná e
Santa Catarina, pois ambos queriam apossar-se da região de terras muito férteis, que apresentava grande
potencial de desenvolvimento. Enquanto os dois aguardavam uma decisão do governo federal, um fato
novo, que veremos a seguir, complicou a situação.
No século XIX, durante o Segundo Reinado, os habitantes do planalto, tanto paranaense como
catarinense, conviveram por muitos anos com João Maria de Agostini, monge italiano que pregava um
catolicismo rudimentar, mas que conquistou a confiança das pessoas simples que aí habitavam e adquiriu
fama de milagreiro. Da mesma forma que tinha aparecido, João Maria sumiu, ficando porém, com a fama
de santo. No período republicano, outro "monge" com o mesmo nome passou a atuar na região situada
entre os rios Iguaçu e Uruguai.
O término da construção da estrada de ferro. Em 1910, deixava desempregados cerca de 8 mil
trabalhadores, oriundos de vários estados brasileiros. Os donos das fazendas começaram a ficar
preocupados com essa massa de desocupados, que, para sobreviver, invadia as propriedades vizinhas.
Nesse momento, na região de Campos Novos, surgiu mais um "monge", na realidade um desertor do
exército paranaense que se dizia irmão de João Maria. A população pobre e desempregada, via nele um
curandeiro e profeta. Em 1912, o "monge" José Maria conseguiu reunir em Taquaruçu, no município de
Curitibanos, grande número de seguidores.
Os fazendeiros e proprietários locais, preocupados com esse grupo, mandaram uma força policial para
afastá-lo. Com muito custo, José Maria e seus seguidores saíram da região, atravessaram o rio Peixe e
foram para os Campos do Irani, que sob controle do governo do Paraná.
A reação dos paranaenses não se fez esperar. A ordem do governo do Paraná para desocupação da área
foi imediata. No dia 22 de outubro de 1912, soldados paranaenses atacaram o acampamento dos rebeldes.
Travou-se uma luta sangrenta, na qual morreram José Maria e também o comandante das tropas
paranaenses.
A derrota dos paranaenses repercutiu no Brasil todo. Os homens de José Maria retornaram para a região
catarinense de Campos Novos. Surgiu entre eles um novo líder, Eusíbio dos Santos, e também um boato
de que o "monge" José Maria iria ressuscitar e levá-los a vitória.
Vária foram as tentativas de destruir o reduto de Taquaraçu, todas fracassadas. Somente em 1914, quando
uma parte dos rebeldes se retirou para Caraguatá, é que o acampamento de Taquaraçu foi destruído. Uma
epidemia de Tifo obrigou os rebeldes a abandonar Caraguatá e formar novos redutos.
Decidindo dar fim ao movimento, o governo federal assumiu o comando das operações, e os redutos
rebeldes foram sendo gradativamente destruídos.
Em outubro de 1916, foi assinado a Convenção de limites entre Santa Catarina e o Paraná. Do total da
área disputada, estimada em 47.800 Km², o Paraná ficou com 20.310 Km² e Santa Catarina, com 27.510
Km².
O Paraná Contemporâneo
Após o golpe militar de 1964, os governadores do Paraná foram: Paulo Pimentel, Haroldo Leon Pires,
Pedro Viriato Parigot de Souza, Emílio Gomes, Jaime Canet Júnior, Ney Braga, José Richa, Álvaro Dias,
Roberto Requião, Mário Pereira e Jaime Lerner.
De 1964 até nossos dias, o Paraná sofreu grandes transformações, como a conclusão de rodovias
importantes; a construção de usinas hidrelétricas; a conclusão da Estrada de Ferro Central do Paraná; a
construção da Ferroeste; a implantação da Cidade Industrial (área industrial) em Curitiba; a implantação
de Pólos Industriais em : Ponta Grossa, Londrina, Maringá, Cascavel, etc; a transformação das faculdades
estaduais em universidades.
Com essas mudanças, o Paraná deixou de ser unicamente agrícola e rural, para tornar-se agroindustrial e
urbano. Nossa economia hoje é baseada na industrialização de produtos agropecuários, e a maios parte da
população mora em cidades.
Nos últimos anos as crises econômicas e políticas provocaram descontentamento em vários setores da
sociedade brasileira, a ponto de aparecer em alguns estados, inclusive no Paraná, movimentos d caráter
separatista. No oeste de santa Catarina e oeste e sudoeste do Paraná surgiu um movimento que se
propõem a criação do Estado do Iguaçu. A idéia não é nova, uma vez que o território do Iguaçu já existiu
na década de 1940. Na década de 1960, outras manifestações separatistas foram sufocadas pelos governos
militares. Outro movimento que defende a segurança de Rio Grande do Sul, Santa catarina e Paraná do
restante do restante do Brasil chama-se "O Sul é meu País".
O Paraná de Itaipu, da Volvo, da Rodovia do Café, da Ferroeste, das Universidades Estaduais é fruto de
transformações ocorridas ao longo do tempo e que exigem, além do dinheiro para concretizá-las,
empenho dos governantes.
Contudo temos ainda muitas questões com que nos preocupar: os sem – terras, os sem - tetos, a
exploração dos bóia-frias, o menor abandonado, a delinqüência, o problema das famílias que foram
retiradas de suas terras por causa de hidrelétricas e até hoje não receberam ma indenização justa do
governo, a marginalização dos indígenas, a desvalorização do professor e da educação, etc.
Algumas pessoas declararam não gostar de política e não se interessar por ela. Elas talvez estejam se
esquecendo que a política é muito importante e nossas vidas. É por intermédio dela que podemos Ter
boas escolas. Boa assistência médica, bons salário, etc.
No período das eleições, observe os candidatos. Verifique se tem capacidade para exercer o cargo que
pretendem, se na vida diária e nos negócios mantém boas relações com seus empregados e se respeitam o
meio ambiente.
Como o país se organiza
A organização facilita bastante nossas vidas, quando conseguimos nos organizar, as tarefas são mais bem
executadas e de modo mais rápido, fazendo o tempo render.
Do mesmo modo, é preciso que haja organização para que o município, o estado, o país possam funcionar
da melhor forma possível.
A própria divisão de um país em estados e municípios é um modo de organização: é a sua organização
política. Assim, temos: Brasil é o nosso país, Paraná o nosso estado e Cascavel o nosso município. Mas
sozinha essa divisão pouco representa: é preciso que seja acompanhada de leis que determinem quais são
os direitos e deveres do país, dos estados, dos municípios e dos cidadãos para que a vida em sociedade
seja harmoniosa.
A constituição
O documento mais importante que regulamenta a nossa vida em sociedade é a Constituição Federal, estão
as diretrizes básicas que orientam todos os que vivem no Brasil. Nossa atual Constituição federal foi
promulgada em 5 outubro 1988.
O governo do Paraná
O Paraná, como todos os estados brasileiros, é governado por leis federais, estaduais e municipais.
As leis federais são válidas em todo o território nacional. As estaduais devem ser cumpridas dentro dos
limites dos estados, e as leis municipais, dentro dos limites de cada município.
Cada estado brasileiro tem sua própria constituição, na qual estão expressos os direitos e os deveres de
seus habitantes. Contudo, as constituições estaduais não podem conter dispositivos que contrariem a
Constituição federal.
Nossa atual constituição estadual foi promulgada em 3 de outubro de 1989.
Para governar o estado, o município e o país existem três poderes, que tem as atividades definidas pela
Constituição federal.
Veja no Quadro Brasil Paraná Cascavel
Poder Executivo - Presidente - Governador - Prefeito
- Vice Presidente da - Vice governador - Vice Prefeito
república - Secretários de estado - Secretários Municipais
- Ministério do Estado

Poder Legislativo - Senadores - Deputados Estaduais - Vereadores


- Deputados Federais

Poder judiciário - Juizes - Juizes e Não tem poder judiciário


desembargadores próprio. O estado designa
- Ministros (tribunais
(tribunais de estado) um juiz de direito para
federais)
alguns municípios
Taxas e Impostos
Os governos federal, estadual e municipal constróem escolas, creches, pavimentam ruas, abrem estradas,
criam linhas de ônibus, restauram prédios públicos e muitas outras coisas.
Para executar todas essas obras, é necessário dinheiro. O dinheiro que o governo utiliza vem dos
impostos, das taxas e das contribuições de melhoria.
As microregiões do Paraná
Para que os estados brasileiros pudessem ser mais bem administrados, o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) agrupou os municípios em microregiões homogêneas.
Cada micro-região é composta por municípios que apresentam clima, relevo, vegetação e atividades
econômicas semelhantes.
O Paraná possui 371 municípios, que foram agrupados em 39 microregiões homogêneas. Cada micro-
região possui uma sede.
Veja no mapa onde estão localizadas os municípios de cada microregião.
Uma Sociedade Mesclada
Nossa sociedade é formada por uma grande mistura de elementos étnicos e culturais. O território
paranaense, ocupado inicialmente pelos indígenas, foi colonizado pelos portugueses e, em seguida, pelos
espanhóis. No final do século XVIII e começo do século XIX, chegaram os negros que vieram trabalhar
na condição de escravos. Mais tarde vieram os imigrantes. Índios, negros e brancos de várias
nacionalidades, todos deixaram suas marcas em nossos costumes, hábitos, tradições e em nossa formação
social.
Escravidão no Paraná
A escravidão no Paraná, embora não tão intensa quanto a do nordeste e em Minas gerais, existiu em
muitas atividades, iniciando-se na mineração. Com a decadência da mineração, a força do trabalho
escravo concentrou-se na pecuária, na agricultura e na exploração da erva-mate.
A mão-de-obra escrava foi muito importante na exploração da erva-mate, pois os negros é que moviam os
engenhos de saque e pilão, até serem substituídos por máquinas.
No dia 13 de maio de 1988, como resultado da luta dos negros e da sociedade brasileira na época e de
outros interesses econômicos deu-se a abolição dos escravos. Eles, livres, viram-se em grandes
dificuldades, pois ficaram de uma hora para a outra sem casa e sem trabalho, já que estavam
despreparados para qualquer outro tipo de atividade.
Apesar da luta pela igualdade de direitos, a discriminação racial existe até hoje tanto nas ofertas de
emprego e salários quanto em relação a cor.
A Chegada dos Imigrantes
Os alemães foram os primeiros imigrantes a chegar ao Paraná, em 1829, fixando-se na região do rio
Negro.
Em meados do século XIX, a industrialização na Alemanha provocou a saída em massa de imigrantes, já
que o uso de máquinas diminuiu a necessidade de mão-de-obra. Para os desempregados a possibilidade de
emigrar era uma forma de garantir a sobrevivência. Ao lado disso, o Brasil precisa de substitutos para os
escravos e de colonos para as áreas ainda despovoadas. Assim adotou uma política favorável a imigração.
Chegando no Paraná, os alemães encaminharam-se para as regiões de Curitiba, Castro, Rolandia, Entre
Rios, Palmeira e Ponta Grossa. Aos poucos, integraram-se ao estado, introduzindo novas técnicas
agrícolas e dedicando-se a profissão urbanas, no comércio e na indústria.
Em época próxima a vinda dos alemães, as guerras e a crise econômica na Itália levaram muitos italianos
a imigrar para outros países, incluindo-se entre estes o Brasil.
No nosso Estado os italianos estabeleceram-se principalmente em Curitiba, Colombo, Largo e Alexandro.
Introduziram o plantio da uva e a fabricação do vinho. Também investiram nos transportes, e é por isso
que grande [arte das transportadoras pertence a descendentes de italianos.
Os italianos, porém não marcaram nossa economia apenas na agricultura, mas também em várias
indústrias graças ao conhecimento técnico que trouxeram de sua terra natal.
O Paraná também recebeu imigrantes de outras nacionalidades. Os poloneses fixaram-se em União da
Vitória, Rio Negro, Curitiba, Campo Largo, Contenda, Araucária, Lapa, São Matheus do Sul, Malet, São
João do Triunfo e Irati. Os holandeses fixaram-se em Castro, Carambeí e Arapoti e investiram na pecuária
leiteira e em indústrias. Os ucranianos contribuíram para a colonização das regiões de Prudentópolis,
Guarapuava. Malet, União da Vitória e Lapa. Os sírios-libaneses dedicaram-se ao comércio nos centros
urbanos, e os Japoneses foram para Assaí, Cambará, Uraí, Ubaiti, Tomazina, Londrina, Bandeirantes,
Castro e Arapongas, trabalhar na agricultura.
Também a migração interna foi importante para o nosso estado. Gaúchos, catarinenses, paulistas,
mineiros e nordestinos adotaram o Paraná como lugar ideal para formar e criar suas famílias.
Como resultado dessa intensa migração, temos no Paraná um pouquinho de cada região. Do nordeste, nos
forrós, do Rio Grande do Sul, nos CTGs, da Polônia, nas carroças puxadas por cavalos, da Itália, nos
restaurantes e nas pizzarias, da Alemanha, nas festas do chope, etc.
Nossa Herança
Inicialmente nosso estado foi formado por índios, espanhóis, portugueses, africanos, alemães, italianos,
holandeses, sírios-libaneses e tantos outros. Todos eles contribuíram para nossa formação étnico-cultural,
ou seja, para nossas características físicas, nossos hábitos, nossas tradições e nosso sotaque.
Muitos povos, muitas culturas
Inicialmente nosso estado foi ocupado pelo mais legítimo dos paranaense: o índio. De sua língua
herdamos o nome de muitas de nossas cidades.


○ Umuarama (local ensolarado de onde os amigos se encontram)

○ Guaratuba (local cheio de garças)
Também nomes de rios


○ Iguaçu (rio grande)

○ Ivaí (rio das frutas

○ Paraná (rio do pouso)
Os índios também nos legaram entre outros, o hábito de tomar chimarrão, o hábito de tomar banho diário,
a técnica da coivara (uma das etapas da queimada) e o cultivo de alguns produtos agrícolas como o milho
e a mandioca.
Logo que o portugu6es veio para o Brasil, trouxe o negro para trabalhar como escravo. Ocupando-se
inicialmente da agricultura e mais tarde da mineração, o negro deu sua contribuição para a cultura
brasileira. No Paraná, essas influências também se manifestaram.


○ Em palavras como moleque, cachimbo, quindim, quiabo;

○ Na macumba e nos rituais do candomblé e da umbanda;

○ Em pratos como mocotó, a feijoada, o quibebe;
Dentre os brancos, vamos destacar os portugueses, com quem aprendemos a língua e a religião, e de
quem herdamos o tipo de roupa que vestimos, de estilo europeu, os costumes em geral e a organização
política.
Os açorianos, habitantes da ilha dos Açores, também marcaram profundamente a cultura paranaense.
Vieram para o nosso litoral logo após o descobrimento do Brasil e trouxeram técnicas de pesca, caça,
danças e comidas (peixe seco, peixe defumado)
os imigrantes exerceram influência decisiva sobre a cultura paranaense. Dos italianos herdamos o
costume de comer pizza. E muitas famílias adotaram ainda o costume de comer no café da manhã polenta
fria, queijo, salame e tomar um copo de vinho. O modo expancionista e alegre dos italianos está
incorporado aos paranaense no jogo de bocha, de truco, na produção e no consumo de vinho.
Paraná; terra do pinheiro e da original
Até pouco tempo uma das melhores cerveja do país era a Original, feita em Ponta Gross, onde se realiza
uma das mais famosas festas do Paraná – a München Fest. Festa do chope acontece na maioria das
cidades paranaenses.
Cerveja, chope, alegria sadia, indústria e pecuária leiteira são alguns dos hábitos que nos foram
transmitido pelos alemães, que também nos ensinaram a gostar de música clássica.
Nossa Cultura
Dos açorianos herdamos alguns costumes que mante-se até hoje, outros sofreram adaptações à vida
moderna.
A embarcação típica do pescador paranaense é a canoa, entalhada em tronco de madeira de boa qualidade,
como o guapivuru. A canoa era em geral construída junto ao tronco da árvore corta, precisando portanto
ser transportada para as águas. Para isso, o proprietário da canoa organizava um "mutirão, depois do qual
era servido o barreado, comida típica do litoral.
O mutirão acontecia assim: no dia anterior, o caiçara e sua mulher iniciavam o preparo do barreado:
colocavam carne bovina de Segunda (mais barata) em uma panela de barro, junto com temperos, toucinho
e água. Depois lacravam a panela com grude ou farinha de mandioca, para que não soltasse vapor, e a
colocavam em fogo brando por 24 horas.
Depois de transportar e "batizar" a canoa, os participantes soltavam fogos para chamar os familiares dos
companheiros que os tinha ajudado, dançavam e fandango – sapateado feito com tamancos e
acompanhado de viola – e então, abriam a panela, iniciando a refeição. Quando esta terminava, começava
o baile.
Outra tradição do nosso litoral é a festa da Tainha. Festa é relacionada à temporada de pesca desse peixe.
Acontece nos meses de março, abril de maio, quando as tainhas sobem do Rio Grande do Sul em direção
a Santa Catarina e ao Paraná. Os caiçaras se preparam para a pesca, observando, nos morros da ilha do
mel, os cardumes se aproximarem da entrada da baía de Paranaguá. É impressionante ver que a enorme
distância esses caiçaras distinguem as tainhas dentro da água e a acompanham o movimento dos
cardumes.
Quando um cardume se aproxima da paia, o vigia, de cima do morro, indica com brados a movimentação
dos peixes para os companheiros, que saem de canoa estendendo a rede. Uma vez lançada a rede, os
pescadores, novamente por meio de brados, chamam seus familiares para ajudar a puxar a rede para a
beira da praia.
Os peixes são então repartidos entre o dono da rede, o dono da canoa e todos aqueles que ajudaram a
puxar a rede.
Também é comum os pescadores fazerem fogueiras na beira da praia para se aquecerem e preparar a
moqueca paranaense – peixe enrolado numa folha de bananeira e assado na areia debaixo de uma
fogueira.
A pesca da tainha é chamada de festa porque se repete muitas vezes durante esses meses. Assim,
enquanto esperam o brado do companheiro avisar sobre novos cardumes, todos os caiçaras ficam na beira
da praias, jogando futebol e truco.
Muitas coisas poderiam ser contadas a respeito do litoral paranaense, pois é a região do estado de
ocupação mais antiga. Também foi área de mineração de ouro. Nessas regiões, as histórias de
assombração eram muito comuns e tinham a finalidade de afastar os curiosos das zonas de extração.
Nosso Estado – Nossas regiões
É muito comum no Paraná dizermos: sou do norte...., vou para o litoral..., minha família mora no
sudoeste. Essas expressões indicam como nós paranaenses, gostamos de dividir nosso estado, sem nos
preocupar com a divisão oficial.
Tradicionalmente dividimos o estado em quatro regiões: Norte, Oeste e Sudoeste, Sul e Litoral.

Norte: os paranaenses dos pés vermelhos


Abrange toda a parte norte do estado situada entre os rios Itararé, Paranapanema e Paraná. É a região da
terra roxa. Solo avermelhado e muito fértil, que estimulou a cafeicultura e deu origem a expressão "pés
vermelhos".
Entre o fim do século passado e meados do atual, houve a expansão da cafeicultura paulista no Paraná.
Com a participação de migrantes vindos de São Paulo e do Nordeste e também de emigrantes de
estrangeiros. Atualmente, é uma região de policultura, pecuária, usinas de açúcar e álcool, agroindústrias
(óleo comestível, fiação de algodão), etc.
Em todo o norte, encontramos "um clima agradável, um povo muito simpático e cidades arborizadas,
limpas e bem organizadas, com coleta de lixo, água tratada, telefones que funcionam e... muitas festas
comunitárias, o ano todo. As mais conhecidas são a Festa do Texas (espécie de rodeio) em Jacarezinho; a
Festa dos Cítricos em Paranavaí e a Festa das Confecções em Cianorte.
Em Assaí e Uraí, os imigrantes Japoneses organizam muitas festas com elementos folclóricos de seu país
de origem. São imigrantes paranaenses de olhos puxados, pés vermelhos e coração brasileiro.
O Oeste e Sudoeste: o Paraná Gaúcho
É o Paraná do "TU", e não do "você". É o Paraná da bombacha, do chimarrão, dos CTGs, do Grêmio e do
Internacional. É a terra do espeto corrido, do vinho e dos rodeios criolos.
Tudo isso por que foi colonizado por descendentes de italianos e alemães que vieram do Rio Grande do
Sul.
A construção de Itaipú, no Rio Paraná; e de outras hidroelétricas, no rio Iguaçu, também estimulou a
ocupação dessa área por muitos barrageiros e que decidiram ficar depois do término das obras.
A imigração do sírio-libanes é outro fator de ocupação de Faz do Iguaçu. É uma área que apresenta
grande produção agrícola, enorme rebanho bovino e indústrias ligadas ao beneficiamento e à
transformação de produtos agropecuários.
Sul: O Paraná do Leite Quente
É o Paraná onde se pronuncia bem o "e" no final das palavras.
A ocupação da região se deu por meio da mineração, da criação de gado, da extração de madeira, erva-
mate e da agricultura.
É uma região de contraste climático: enquanto as temperaturas no vale Ribeira são geralmente superiores
a 18ºC, em Palmas no inverno, neva.
Sua economia está baseada na extração e no beneficiamento da erva-mate, na mineração, na agricultura e
na pecuária – principalmente de gado leiteiro.
Litoral: o Berço do Paraná
É o Paraná das praias e da floresta atlântica. Foi ai que o Paraná nasceu. A mineração e depois a
agricultura foram os principais fatores de ocupação. A região atualmente desenvolve pequena atividade
pesqueira, artesanato, agricultura de cana-de-açúcar, banana e mandioca. Também se criam búfalos nos
municípios de Antonina e Guaraqueçaba.
O turismo e o comércio são muito importantes, principalmente nas áreas de verão. A atividade econômica
mais importante do litoral, contudo são as exportações que ocorrem através do porto de Paranaguá.
Folclore
Folclore é toda manifestação cultural de um povo expressa em crenças, lendas, superstições, provérbios,
danças, festas, canções e costumes.
O Folclore no Paraná
O folclore do Paraná apresenta manifestações semelhantes às observadas nos demais Estados Sulinos do
Brasil. Na sua essência, as tradições, costumes, linguajar, comidas, que são encontradas entre as famílias
mais tradicionais e no interior do Paraná, são tipicamente portuguesas.
Nas crenças, superstições, nos ritos religiosos, somam-se várias influências, é certo, notadamente as do
negro africano. Nas técnicas e artesanato. Pelo seu caráter mais dinâmico, há contribuições de diferentes
culturas estrangeiras e mais remotamente, do próprio indígena brasileiro. A sabedoria popular também
segue este esquema.
A Literatura e a Linguagem Popular
As máximas, provérbios, ditados, adágios verdadeiros depositários de ética, moral e filosofia passam de
pai para filho e norteiam a conduta. Dando-lhes conhecimentos rudimentares de psicologia humana,
adverte-os quanto ao perigo e conseqüências de ações irrefletidas, ensina várias regras de comportamento.
Também transmite conhecimentos práticos sobre os mais variados tesouros da sabedoria popular.
Aos provérbios junta-se as frases feitas, as expressões, as advinhas e numerosas formas de linguagem,
como as réplicas, apodos, xingamentos, apelidos, pragas, eufemismo, desfemismo e fórmulas de
felicitações, cumprimentos, juramentos, etc. Como por exemplo
Provérbios:


○ Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura;

○ Quem tem boca vai a Roma

○ Quem não tem cão caça com gato

○ Casa de ferreiro, espeto de pau

○ Quanto mais alto o galho, maior o tombo
Xingamentos


○ Não amole!

○ Vá às favas!

○ Vá pró inferno!

○ Vá plantar batatas!

○ Vá pró diabo que te carregue!

○ Vá lamber sabão!
Réplicas
- Quem fochica o rabo espicha, que, se importa o rabo entorta.
Apodos
- Guri lambari quer apanhar pule aqui?
Eufemismo


○ Descansou (morreu)

○ Pessoa de cor (preto)
Disfemismo


○ Carola (beato)

○ Esticou as canelas (morreu)

○ Bichas (vermes)
Apelidos, alcunhas


○ Cabeças chatas (nordestinos)

○ Barriga verde (catarinense)

○ Milico (militar0

○ João pão (padeiro chamado João)

○ Nariz de folha (intrometido)
Fórmulas sociais


○ Deus te guie

○ Deus te crie

○ Vou indo mas mais ou menos

○ Meus cumprimentos

○ Tudo de bom pra você
Juras


○ Por Deus do céu!

○ Raio que me parta!

○ Palavra de honra!
Ditos


○ O que arde cura, o que aperta segura

○ Quem vai ao ar perde o lugar

○ O incomodado que se mude

○ Enfie a carapuça
A literatura oral e a linguagem podem ser recreativas, principalmente quando dirigida as crianças. Elas
usualmente visam outras finalidades além de divertir. Procuram o desenvolvimento do raciocínio
(advinhas, perguntas e contos armadilhas); da memória (parlendas, jogos de dedos); de novos
conhecimentos (fórmulas imitativas, contos etiológicos, jogos de dedos); da linguagem (trava-língua); da
religiosidade, moral e sentimentos afetivos (orações, quadrinhas, fábulas e exemplos.
As histórias de fadas e os contos cômicos (Pedro Malasartes) servem para divertir, mas são auxiliares da
disciplina e até usados para fazer dormir, como alguns contos acumulativos e certos abicês.
Fórmulas essencialmente recreativas são as fórmulas de entrada e saída de jogos, às fórmulas de escolha,
de início e fim de histórias, etc. Vejamos alguns exemplos:
Adivinhas


○ O que é uma coisa?

○ Desce correndo e sobe chorando? (balde de água)
Parlendas
Um, dois, batata com arroz
Três quatro, feijão no prato,
Cinco, seis, olha o freguês
Sete, oito, olha o biscoito
Nove, dez, olha os pastéis
Trava – língua


○ Um tigre, dois tigres, três tigres...
Um ninho de magafagafos
7 magafagafinhos tem
quem os desmafagafar
bem desmagafador será
Prece


○ Santo anjo do senhor, meu zeloso guardador...
Canto Acumulativo
- Andei, andei e cansei
Cansei e parei
Parei e pensei
Pensei e sentei
Sentei e deitei
Deitei e sonhei
Sonhei que andei
Andei e cansei ... etc...
Fórmulas de jogos entrada
- Cobra cega de onde vem?
Do castelo de Belém
Que trazes de lá?
Cravo e canela
Me dá um?
Não?
Então toma!
- Somos gente que vieram do Oriente... etc...
Fórmulas de jogos de escolha


○ Um, dois, três, quatro
Quantos pelos tem o gato
Acabado de nascer
Um, dois, três, quatro
Estórias


○ Era uma vez...

○ No tempo em que os bichos falavam

○ Acabou feliz para sempre

○ Acabou-se a história, morreu a vitória, quem quiser que conta outra
Mas dentro da literatura oral, sem dúvidas, os "causos" (estórias de assombração, de tesouro enterrado, de
caçadores e de pescadores) e as lendas, que revelam mais profundamente o modo de sentir do povo.
A Literatura Escrita
A literatura oral, passa a ser escrita quando aparece imprensa ou manuscrita nos bares, botequins ou
vendinhas, sob a forma de fórmulas de não vender fiado, como por exemplo:
- Fiado, só amanhã
Os panos de parede, tão comuns nos lares paranaenses, vem bordados com ponto de cruz ou com outras
técnicas mais aprimoradas, trazendo sempre frases relativas à felicidade, paz, prosperidade ou
hospitalidade do lar. Os bordados, além de palavras ou frases completas, reproduzem flores, imagens,
objetos, ingênuos motivos, com traçado rudimentar, por vezes deformados. Também as palavras não
conhecem regras gramaticais, mas revelam o requinte literário e artístico da dona de casa, por mais
inculta e humilde que seja.
A literatura popular escrita também aparece nos pára-choques e borrachas protetoras dos pneus traseiros
dos caminhões. Retratam uma filosofia de vida bem marcante de grande parte da população.
Certos epitáfios de túmulos são uma tradição de saber folclórico, dentro da sua ingenuidade e
autenticidade.
A chamada literatura de "cordel", onde os poetas e repentistas conseguem imprimir as suas produções,
não é muito comum no Paraná.
O que mais chama a atenção é a dicção paranaense, que fala de maneira descansada, com "e" e "o" finais
abertos, pronunciando foneticamente as palavras.
Procura evitar a gíria, mas a sua conversão, tão cheia de modismos, dá a impressão de pobreza de
linguagem. Vejamos quantas expressões poderemos, com facilidade, anotar em uma hora de palestra.
... quer ver que... veja bem... Sabe como é... espere lá... pois é...escute... Pois é... espere aí... Escute... lá..
veja só... olhe aqui... fora de brincadeira... que engraçado.... mais aí... daí... agora, tem o seguinte... vem
cá... o caso é que... isso é demais... não tem nada a ver... será que... eu sei que... está pensando que... mas,
como eu ia dizendo...
Como podemos ver são expressões de uso oral que servem para ligar frases ou para acentuar seu sentido,
porém perfeitamente dispensáveis
O Folclore Musical
O folclore musical está presente nas brincadeiras infantis, desde as canções de roda aos brinquedos
cantados, parlendas e pequenas canções para o desenvolvimento da linguagem e do raciocínio.
As canções de roda ou cirandas são variantes daquelas cantadas em todo o Brasil, apresentando por vezes
variações de letra, melodia, andamento ou ritmo, o que as torna bem diferenciadas das cirandas de outros
estados.
Os brinquedos cantados incluem o "bom-barqueiro", o "mata-tiro", a "senhora dona condessa", o
"escravos de Jó", o Chiquinho do Maranhão", e outras mais.
As modas, toadas, romance desafio
A viola sertaneja acompanha as "toadas", "modas", "romances" e "desafios", onde a alma do caboclo
extravasa toda a sua ternura, angústia, lirismo, seu senso de humor, sua filosofia da vida. Belas páginas
musicais tem nossos competidores eruditos produzido, inspirados na música dos cablocos paranaenses.
Foi Brasílio Itiberê, compositor nascido em Paranaguá, um dos primeiros músicos brasileiros a aproveitar
temas melódicos do folclore nacional. Na sua conhecida peça pianística "sertaneja" incluiu o popular
"balaio", meu bem, balaio", antiga canção paranaense.
Bento Mussurunga, paranaense de Castro, compôs, violino ou orquestra, que encerram ritmos ou temas
ouvidos na sua infância, entoados pelos violeiros da sua terra natal.
O Fandango
O Fandango é a música dos bailes caipiras. Música, letra e coreografia de autoria dos caboclos, tocada,
cantada e dançada por eles.
Esses fandangos são freqüentemente assinalados em várias zonas do Paraná, em vias de extinção,
conhecidos só das pessoas mais idosas.
Sua coreografia variada e difícil, exige técnica, atenção, agilidade, preparo e calçados especiais para o
sapateado.
As mulheres falseiam arrastando os pés, atentas às evoluções, numa atitude inexpressiva, enquanto os
homens num ritmo certo, seguindo o acompanhamento das violas e dos pandeiros. Sua atitude é máscula
e um pouco rude, deselegante.
A melodia e os versos entoados no fandango, pelos violeiros e pelo coro, contem originalidade, lirismo e
humor, levando-nos a admirar a imaginação e a sensibilidade do nosso caboclo.
Vejamos a poesia de algumas marcas de fandangos recolhidos por nossos folcloristas.
- Lajeana
Abri meu peito e vereis
Meu coração como está
Todo feito em pedacinhos
Sem se poder ajuntar
- Tiraninha
Meu amor falei baixinho
Que as paredes tem ouvidos
Os amores mais encobertos,
Estes são os mais sabidos
O "A" quer dizer amor
Que eu firme te consagrei
Alma, vida, coração
Nas tuas mãos eu entreguei
- Cana Verde
Abaixai-vos, Serra Verde (Serra do Mar)
Que eu quero ver a cidade (Curitiba)
Quero ver o meu amor
Senão morro de saudade
O Boi-de-mamão e a cangadas
São dramatizações sempre acompanhadas de contos e instrumentos.
O boi-de-mamão é uma variante do "bumba-meu-boi", com características locais acentuadas, semelhantes
ao "boi-de-mamão catarinense. Este tem sua culminância no carnaval. Nas cidades paranaenses de
Antonina e Paranaguá ainda aparece no carnaval, sob a forma de cortejo. Na forma de auto ou
dramatização, foi recolhido na colônia Maria Luzia, relatado por Fernando Correa de Azevedo.
Neste auto vários personagens surgem em cena, anunciando cada qual por sua vez pela cantoria dos
músicos, que se acompanham de suas violas, rabecas e pandeiros.
O cortejo avoluma-se e exibe-se dando voltas pela apresentação, rodeado pelas assistentes. Estes
divertem-se a valer com as brincadeiras dos personagens cômicos, o "Velho e a Velha", e com os sustos
provocados pelos arremessos dos animais fantásticos, como o Bernunça e o Barrão e com o próprio boi.
O ponto culminante deste auto cômico é a cena da morte do vaqueiro Mateus, que recebe violenta
chifrada do boi, seguido de sua ressurreição, graças ao Doutor, que vem trazido pelo Cavalinho.


○ O senhô dotô
O senhô Girão (cirurgião)
Venha cura Mateus, ó maninha,
tá morto no chão
O personagem mais popular é o Bernunça, entidade quadrúpede coberta de barba de pau, com enorme
boca que abre e fecha procurando engolir as crianças. Neste auto ela aparece acompanhada de animais
semelhantes, de quem os cantores dizem:
- Aqui esta nossa Bernunça
que viemo apresentá
Ela brinca muito bem
Ela é a muiés do Barão
A "congada" sobrevive na cidade da Lapa, autêntico auto na sua forma de enredo popular. Trata de
assunto religioso e profano sendo legado no ciclo do Natal, particularmente no dia 26 de dezembro,
incorporando à festa de São Benedito, comemorada naquela data.
O enredo, semi-erudito, de motivação africana, procura reviver as embaixadas, autrora trocadas entre
portugueses e soberanos africanos, ou entre os próprios soberanos da África entre si. O auto é cantado e
acompanhado de instrumentos de percussão (tambores) e uma rabeca, às vezes aparecendo a sanfona.
A dança de São Gonçalo e as Folias do Divino e de Reis
São danças e cantos religiosos, podemos incluir a dança de "São Gonçalo" e as "folias do Divino e de
reis" no folclore musical.
As danças de "São Gonçalo", são conhecidas em várias regiões do Paraná, constituem a manifestação
religiosa coletiva mais freqüente entre nossos caboclos.
Nessa dança os pares realizam complicadas evoluções diante um altar erguido a São Gonçalo. O canto e
"puxado" pelo "mestre" e pelo "contramestre", acompanhadas de suas novas violas, e seguidos pelas
"cantadeiras" e que os auxiliam nos cantos foram-se duas filas de homens e mulheres, que dançam com
devoção e seriedade, de olhos fitos no santo ou no chão fazendo uma série de mesuras cada vez que
passam em frente do altar.
Essa dança é executada como pagamento de promessas, geralmente em casos de doenças curadas.
Atravessa a noite repetindo-se as "voltas" cada vez que novos "romeiros" entram na dança rodadas de
café com pão e outras "misturas" oferecem breve descanso aos músicos. A reza do terço é indispensável e
completa a Romaria de São Gonçalo.
As quadrinhas abaixo foram completadas em maio de 1968 perto de Adrianópulis:
_Na hora de Deus começa
Padre, filho, Espírito Santo
Por ser o primeiro verso
Que neste mistério canto.
São Gonçalo do Amarante
Filho de Virgem Maria
Nos livrai por esta noite
E amanhã por todo o dia
Madalena escreveu
Uma carta pra Jesus Cristo
O portador que levou
Foi o padre São Francisco
As "folias do Divino Espírito Santo" ocorrem 40 dias após a semana santa culminando no mês de julho
após as andanças dos "foliões" no seu peditório pela região, a pé ou com auxílio de canoas, se por mar ou
pelos rios. Necessariamente compõe-se de porta – bandeira e dos músicos, tocando de casa em casa, de
localidade em localidade.
Durante a peregrinação aceitam toda sorte de esmolas. Pedem pousada cantando e se despedem e
agradecem também cantando, entoando cantos próprios de folias e pedindo bênçãos para os donos da
casa.
As "folias de reis" desenvolvem-se de 3 a 6 de janeiro, personificando os Reis Magos e com o intuito de
angariar oferendas, conforme manda a tradição. A cantoria é realizada à noite, pelos sítios e moradas
próximos ao povoado. Dia 6 retornam e são recebidos nas casas da vila, terminando, a devoção com
louvores cantados, em presépio armado na igreja ou noutro local.
Na cidade de Castro, são as famílias mais tradicionais que interpretam a folia de Reis. Ricamente
vestidos, os foliões são recebidos, com prazer, nas casas que visitam, entoando seus cânticos. A tradição
leva as famílias a acreditarem que a maldição cai sobre aqueles que se negarem a receber os "Reis
Magos".
Vejamos alguns versos duma Festa do Divino recolhidas em julho de 1956 em Guaratuba:
Peditório:
- Senhora dona da casa
está com poder na mão,
pede enfeite para o andor,
pede prenda pró leilão.
Agradecimento:
A oferta desta casa
foi aceita lá na glória
a Trindade vai levar
às mãos de Nossa Senhora
Despedida:
_ O divino se despede
se despede e vai-se embora
vai deixar sua benção
na casa que você mora.
Entrada na igreja:
_ Deus vos salve, casa santa
onde Deus fez a morada
onde está o "cális" bento
e a hóstia consagrada.
Outros folguedos e festas populares

As cavalhadas
As "cavalhadas são reminiscências da reconquista da Península Ibérica e da expulsão dos mouros,
espetáculos eqüestres muito comuns no Brasil – colônia. São levadas de tempos em tempos em
Guarapuava e Palmas, estando em vias de extinção.
No início apresentam diálogos, desafios, que são trocados entre as "embaixadas" representantes dos
mouros e cristãos, que entrarão em luta quando começar o espetáculo eqüestre. Montados em cavalos,
simulam combates em singulares evoluções em conjunto ou lutas individuais.
Distinguem-se pelos trajes e suas cores e emblemas. Os cavalos mouros são simbolizados pela cor
vermelha e tem como emblema o crescente. Os cristãos usam a cor azul e seu emblema é a cruz. As lutas
terminam sempre com a derrota e conversão dos mouros.
Na parte final desse folguedo dramatizado, a festa de confraternização consta de provas de destreza
pessoal, demonstração com pistola, espadas e lanças, estando os cavaleiros sempre montados ("sorte das
cabeças").
A "sorte das argolinhas" eles passam a galope entre dois postes, onde esta esticado um cordel que sustenta
uma argolinha de prata. Quando conseguem fisgá-las com a lança, levam-na triunfantes até o local da
assistência onde se encontram suas "damas". A elas oferecem as argolinhas, recebem em troca, fitas e
flores, com as quais adornam as lanças.
A parte mais pitoresca é a participação das duas bandas de música que acompanham o desenrolar dos
acontecimentos, reforçando a ação dramática. Uma delas tem a função específica de festejar os êxitos dos
cavalheiros. A outra, chamada "a banda infernal", executa a "música de pancadaria", fazendo alarde das
falhas dos cavaleiros numa algazarra ensurdecedora.
Festas religiosas tradicionais
As festas religiosas mais tradicionais do Paraná são: a de Nossa Senhora do Pilar, em Antonina, a de
Nossa Senhora do Rócio, em Paranaguá e a de São Benedito na Lapa.
A elas afluem devotos das mais remotas regiões do Paraná, num ato de fé que passou de geração para
geração.
A "festa de Nossa Senhora do Pilar" atrai a Antonina devotos e turistas que iniciam seu itinerário
visitando a Igreja de Nossa Senhora do Pilar, relíquia construída há 253 anos, no alto de um outeiro,
donde se descortina a baia de Antonina. Precedida de novenas, que movimentam a população local, a
festa tem seu encerramento a 15 de agosto, data dedicada a sua padroeira. Estes costumes atualmente
estão extintos.
A "festa de Nossa Senhora do Rócio" talvez seja a mais popular das festas citadas, atração religiosa e
turística que abarrota os trens e rodovias rumo a Paranaguá, com duplo expectativa: a "descida" da serra e
a festa no bairro do Rócio.
A lenda conta que a imagem da santa foi encontrada por mercadores.
A "festa de São Benedito", na cidade da Lapa, possui acentuado sabor folclórico, pois era a culminância
da congada, encerrada coma festa do padroeiro, a 26 de dezembro. É um santo muito milagroso, protetor
principalmente das gestantes.
Essas festas religiosas tem tradição de 200 a 300 anos e são cultuadas pelo povo com devoção.
Crendices e Superstições
No que se refere as crendices e superstições, estamos tão condicionados a essa herança, que somente
quando observamos atentamente, com espírito crítico é que vamos notar esse condicionamento.
Os mais variados hábitos diários, ligam-se as numerosas observações e citações que nos foram repetidas
desde as mais tenra idade, primeiros rudimentares regras de comportamento e sabedoria. "Não faça isso",
"isso não presta!", "o azar, a boa-estrela", a sorte, o feitiço, a "coisa-feita", a praga, o esconjuro e o
enorme cabedal de medidas práticas para solucionar todos os males e evitar azares: as "simpatias", os
benzimentos, as orações, as palavras mágicas, os gestos, os esconjuros, as promessas, as sortes, os
amuletos, as "mascotes", imagens e gravuras de santos, os votos etc...
Entre as crendices e superstições podemos citar:
- Dá azar, não presta:
Derramar sal na mesa,
Passar por baixo da escada;
Gato preto atravessar à nossa frente;
Grilo cantar embaixo da nossa janela (doença)
Deitar em cima da mesa (agoura, morte)
Chinelo virado (morre a mãe)
Andar pra trás (morre a mãe)
Apontar estrela (dá verruga)
- Dá sorte
Encontrar ferradura;
Coceira na mão (dinheiro)
Trevo de quatro folhas;
Imagem de elefante com tromba pra cima
Ver estrela-cadente
Quebrar copo de cristal em festa, por acaso
- Várias
Quando cair garfo no chão, visita de homem
Quando cair colher no chão visita de mulher
Vassoura atrás da porta virada ao contrário: a visita vai embora
Fazer figa – afasta o azar
Bater três vezes com os dedos na mesa: afasta o azar
Beber água na concha – não casa
Dar lenço de presente – atrai brigas
Saber ou ciência popular
O saber popular são preceitos práticos de conhecer o tempo, as luas, as marés, o plantio, as colheitas, a
postura, as doenças e remédios dos .homens e dos animais. Também leis regras, como normas para jogos
de baralho, "jogo do bicho, carreiras, jogos infantis e até certas leis morais, de comportamento, que o
grupo estipula para seus componentes.
Sobre o tempo há previsões interessantes como:


○ A lua crescente com as aspas para cima é sinal de bem tempo

○ A lua vermelha, sinal de bom tempo

○ Lua nova trovejada, 30 dias de molhado

○ Alvorecer vermelho, vem mal encarado (chuva)

○ Céu pedrento, chuva de vento

○ Por-do-sol vermelho, bom tempo

○ Nordeste anoitecido, temporal amanhecido (vento anunciando temporal).
Para a cura de doenças, feridas, verminose, "mau olhado", há mil simpatias, ervas, benzimentos; as ervas
e outros produtos vegetais são importantes e realmente eficientes.
N agricultura (plantio e colheita) e na veterinária, o povo aplica conhecimentos que adquiriu de várias
gerações, com igual eficiência.
Turismo no Paraná
Quando viajamos a passeio, estamos fazendo turismo, uma atividade muito saudável que nos permite
conhecer pessoas e lugares diferentes. As viagens, por mais rápidas e curtas que sejam, são uma excelente
oportunidade para observarmos e aprendermos muitas coisas.
O estado do Paraná tem muitos lugares interessantes e bonitos, que encontram os turistas que aqui
chegam.
Vamos conhecer alguns desses lugares? Então prepare-se para viajar um pouco pelo seu Estado.
Litoral Paranaense
O litoral é repleto de belas paias, como Paranaguá, Caiobá, Pontal do Sul e Praia de Leste.
Você pode chegar ao litoral pela BR 277, pela Estrada que liga Curitiba a Joinvile, pela Estrada da
Graciosa ou ainda pela Estrada de Ferro.
Estrada da Graciosa
Ligando Curitiba a Paranaguá, a Estrada da Graciosa foi aberta em 1873, durante o ciclo do tropeirismo.
Ela é, hoje, uma das principais atrações turísticas do Paraná, por cortar a Serra do Mar, apresentando uma
paisagem belíssima. Viajar por ela é fazer um verdadeiro passeio pelo tempo.
Estrada de Ferro: Curitiba – Paranaguá
Viajar de Trem pela estrada de ferro que liga Curitiba a Paranaguá é um passeio quase que obrigatório
para quem vai a capital do Estado.
A ferrovia foi construída na época do Império, em 1880. Seu percurso é através da Serra do Mar,
atravessando vários túneis e paisagens pitorescas.
Parque Estadual de Vila Velha
Está situado a 93 Km de Curitiba, próximo a Ponta Grossa, e o acesso é feito pela estrada BR 376.
Ai encontramos um conjunto de 23 formações areníticas com desenhos incríveis esculpidos na pedra pela
água e pelo vento a milhares de anos.
No parque encontramos também a lagoa Dourada e as Furnas, além de grutas e piscinas públicas.
As Furnas, também chamadas de "caldeirões do inferno", são três buracos enormes que aparecem
isolados no solo. Tem mais de 100 metros de profundidade, com água que chega até à metade dessa
profundidade. Na maior das furnas foi construído um teleférico que desse 54 metros.
Parque Barigüi
É uma grande extensão de área verde. Localizada em Curitiba. Esse parque dispõe de churrasqueiras,
pavilhão de exposição, pista de aeromodelismo, campo de futebol, lago e um Museu do Automóvel.
Parque Nacional do Iguaçu
É o maior conjunto de quedas d’água do mundo. Fica próximo a cidade de faz do Iguaçu, outra
importante cidade turística do Estado.
Ao todo, o parque tem 274 quedas d’água e abriga uma variedade enorme de plantas e animais brasileiros.

Curitiba
A capital do Estado, além de ter imensas áreas verdes, ainda conserva o estilo europeu trazido pelos
imigrantes e oferece uma série de atrativos ao turista. Entre eles, podemos citar: o bairro italiano de Santa
Felicidade, onde se pode saborear as delícias da cozinha italiana, a Rua das Flores, que se transformou
num jardim público, a Igreja do Rosário, construída por escravos em 1737; o teatro Guaíra; o Museu
Paranaense e a Opera de Arame.
O turismo é também uma atividade econômica importante que cria empregos, incentiva o comércio e a
indústria, contribuindo para o desenvolvimento do nosso Estado. E por isso muitas cidades investem e se
organizam para atrair para si turistas que vêm em busca de novidades, lazer.
Os Símbolos da Pátria
Símbolos é um objeto, uma imagem ou uma música escolhida para representar, por exemplo, uma
instituição ou um país.
Os símbolos que representam o Brasil são a Bandeira Nacional, o Hino Nacional, as Armas Nacionais e o
Selo Nacional.
Os Símbolos do Paraná
Nosso Estado também é representado por símbolos, que são a bandeira, o brasão de armas e o hino
estadual.
Nossa bandeira foi criada por Manoel Correa de Freitas. A forma original, porém, sofreu modificações.
O brasão de armas do Paraná apresenta os seguintes elementos:

• falcão nhapecane, que faz parte da crença dos antigo índios do Paraná;

• As três montanhas, que representam os três planaltos;

• sol, representando fonte de vida;

• lavrador, que representa a atividade agrícola;

• Os ramos de mate e pinho, duas das nossas riquezas.
O hino do Paraná teve sua música composta por Bento Mussurunga. A letra é de Domingos do
Nascimento.
1.
1.
2. O espaço paranaense em sua integração com outros espaços;
3.
4. O espaço do município, da escola, do aluno, é uma parcela do espaço paranaense.
O Espaço do Município
Você já reparou que as pessoas vivem em lugares diferentes?


○ no campo;

○ na cidade;

○ nas praias;

○ em reservas florestais;

○ em ilhas;

○ em lugares gelados;

○ em lugares desérticos;

○ em parques industriais.
Muitas pessoas vivem na cidade.
As cidades são chamadas zona urbana.

• Cidade: Complexo demográfico formado por importante concentração populacional, dada a
atividades de caráter mercantil, industrial e cultural.
Outras pessoas moram em chácaras, sítios e fazendas. Elas moram no campo.

• Chácara: pequena propriedade campestre, em geral perto da cidade, com casa de habitação.

• Sítio: mesmo que chácara.

• Fazenda: grande propriedade rural, de lavoura ou criação de gado.
O campo é também chamado de zona rural.
A zona urbana e a zona rural, juntos formam os municípios.
Alguns municípios só têm zona urbana. Outros têm uma zona rural muito maior do que a zona urbana.
Você sabe qual o nome de seu município.
Gravura Cascavel
Uma das paixões dos habitantes de Cascavel é o automobilismo. Várias categorias são disputadas em seu
autódromo.
Criada em 1951, a cidade já é uma das cinco maiores do Paraná, com aproximadamente 200 mil
habitantes.
Como a maioria das cidades do nosso estado, Cascavel localiza-se no terceiro planalto. Sua população é
formada principalmente por descendentes de imigrantes italianos e alemães vindos do Rio Grande do Sul.

• Descendentes: que descende de outro, de outra raça.

• Imigrantes: entrar (num país estranho) para nele viver.
Cascavel é considerado o município que mais cresce no Paraná, pois é um dos maiores produtores de soja
do Brasil, abrigando ainda várias indústrias.
A vida nas cidades
Existem cidades grandes, médias e pequenas.
A vida nas grandes cidades é diferente da vida das cidades médias e pequenas.
As grandes cidades
Nas grandes cidades há sempre muito movimento.
Nos centros e nos bairros, carros e ônibus passam pelas ruas, levando as pessoas para o trabalho, para a
escola ou para passear. Caminhões transportando toda espécie de produtos.
Nas ruas do centro e de alguns bairros, há grande movimento de pedestres pelas calçadas.

• Pedestres: pessoas que andam a pé.
Essas cidades tem muitos habitantes.
Por isso, um dos maiores problemas das cidades grandes é falta de espaço e de moradia para todos.
Nas regiões próximas ao centro, as pessoas costumam morar em apartamentos, com pouco espaço, sem
área verde para as crianças brincarem e os adultos descansarem de seu trabalho.

• Área verde: lugar que existe grande quantidades de árvores e outros tipos de vegetação (parques,
praças).
Devido a essa falta de espaço, boa parte da população das cidades grandes precisam morar nos subúrbios
ou na periferia. Nesses bairros a vida é muito difícil: as ruas nem sempre são afastadas, há lugares onde
não existe água encanada, rede de esgoto, luz elétrica. A condução é quase sempre pouca e ruim, e as
pessoas precisam viajar muito para chegarem aos seus empregos.

• Periferia: região afastada do centro urbano.
Uma outra parte dos habitantes da cidade mora nos cortiços. Os cortiços quase sempre se formam em
enormes casarões antigos que, em vez de serem alugados como uma só casa, são alugados por cômodos,
isto é, por quartos onde vivem famílias inteiras.

• Cortiços: habitação coletiva de classes pobres.
Gravura
Nas grandes cidades, há, também, muitas pessoas que moram nas favelas. Quem mora em favelas vive me
barracos feitos de madeira papelão ou outros materiais semelhantes. As favelas costumam desenvolver-se
em terrenos baldios, isto é abandonados.

• Favelas: conjunto de habitações populares tolamente construídas.
Gravura
Os moradores das cidades costumam trabalhar na própria zona urbana. A maioria das pessoas trabalha de
dia, mas há, também, aquelas que trabalham à noite, como os guardas-noturnos, os lixeiros, as pessoas
que trabalham com a saúde e segurança e muitas outras.

As cidades pequenas
Nas cidades pequenas, há muito menos movimento que nas cidades grandes, porque elas têm poucos
habitantes.
Nessas cidades, as pessoas costumam morar em casas térreas ou sobrados, e as crianças têm mais espaço
para brincar.
Mas as cidades pequenas também têm seus problemas: não existem empregos para todos, e muitos de
seus habitantes são obrigados a emigrar, para procurar emprego nas cidades maiores.
Nas cidades pequenas, muitos bairros não têm nenhum tipo de melhoramento: luz elétrica, água encanada,
rede de esgotos, telefones ou ruas afastadas.
Como os habitantes da cidade se divertem
Os moradores da cidade não vivem só para trabalhar ou estudar. Nas horas de lazer, eles costumam fazer
muitas coisas diferentes: uns vão visitar os parentes e os amigos, outros vão ao cinema, aos estádio de
futebol, aos clubes, ou mesmo ficam em casa junto com a família.
Nas cidades temos áreas de lazer. São parques ou jardins e praças. Onde as crianças podem brincar e os
adultos praticam esportes.
A vida no campo
Se você mora na cidade, talvez nunca tenha pensado nisso, mas quase todas verduras, as frutas e os
legumes que você saboreia nas refeições são cultivados na zona rural. Assim, também, a carne de animais
como a vaca, a galinha, o porco, provém do campo onde esses animais são criados.
Muitas outras coisas são feitas com produtos que vem da zona rural: o queijo, as comidas enlatadas, os
móveis (pois a madeira vem de lá), os livros enfim, quase tudo que você vê ao seu redor.
Assim você pode perceber que é da terra que retiramos quase todas as coisas de que necessitamos para
viver.
Na zona rural, as pessoas costumam trabalhar nas plantações ou na criação de animais, em chácaras,
sítios, fazendas grandes, ou até mesmo em indústrias.
Nem todas as pessoas que trabalham nos sítios e nas fazendas moram no campo. Existe um tipo de
trabalhador rural, conhecido como bóia-fria, que mora em pequenas vilas ou cidades próximas às
fazendas onde trabalha.
A zona rural é ligada a zona urbana por estradas de terra ou asfaltadas.
A vida no campo é diferente da vida na cidade.
Lá, não existe o barulho, a agitação que encontramos na zona urbana. As pessoa levam uma vida mais
simples e tranqüila.
Todos costumam dormir cedo, pois é preciso levantar de manhãzinha para começar a trabalhar enquanto o
calor do sol está mais fraco.
Mas a vida no campo também tem problemas.
Um deles é o fato de que poucas pessoas são donas de sítios e fazendas, enquanto a maioria dos
agricultores não tem terras para cultivar.
As pessoas que não tem terras precisam se empregar nas terras dos outros. O emprego mais comum é o de
bóia-fria e arrendatário.
Grande número de trabalhadores rurais abandona a zona rural e vai para as cidades, procurando
oportunidades de trabalho.
Um outro problema da vida no campo é o desrespeito que os homens têm pela natureza. Por exemplo:
para combater as pragas que atacam as lavouras, há agricultores que usam venenos, os chamados
defensivos agrícolas. Quando esses venenos são usados sem cuidados, eles não só contaminam as plantas
que nós comemos, como, também, a terra e a água dos rios. É preciso evitar o uso dos defensivos agrícola
ou tomar muito cuidado se for preciso usá-los.
Os homens também desrespeitam a natureza, quando realizam desmatamentos, isto é, a derrubada de
florestas, sem nenhuma precisão de controle.
Um terceiro problema enfrentados pelos habitantes do campo de muitas regiões é não terem em suas
casas nenhum dos melhoramentos que encontramos na zona urbana: luz elétrica, água encanada, rede de
esgoto.
Como os habitantes da zona rural se divertem
A vida no campo tem muitas coisas boas.
À noite e nos finais de semana, eles se juntam para tocar, dançar, cantar. Também se visitam muito.
No fim de semana organizam pescarias, vão a cidade fazer compras, realizam grandes festas, organizam
torneio esportivos, etc.

História de Santa Catarina

Cartas geográficas de navegadores de várias nacionalidades, escritas desde o início do século XVI,
mencionam pontos que correspondem ao litoral catarinense. O mapa de Juan de la Cosa, piloto da
expedição de Alonso de Ojeda assinala "Sant´Ana", uma parte que corresponde ao nosso litoral.

Pela sua importância, registra-se a expedição de João Dias Solis, em 1515, quando um único ponto da
costa mereceu ser assinalado: a baía dos "perdidos", que se refere às águas interiores entre a Ilha de Santa
Catarina e o continente fronteiro (designação dada em virtude do naufrágio de uma embarcação da mesma
esquadra).

A expedição de Sebastião Caboto, italiano a serviço da Espanha, chega ao litoral catarinense por volta de
1526 e, ao publicar seus mapas referentes àquela expedição, denominava a Ilha de Santa Catarina de
"porto dos Patos". Mas o nome de Santa Catarina - dado à ilha - aparece, pela primeira vez, no mapa-
mundi de Diego Ribeiro, de 1529.

Há divergências quanto ao responsável pela denominação de Santa Catarina: alguns autores atribuem a
Sebastião Caboto, que fizera a denominação em homenagem à esposa Catarina Medrano; outros querem
que tenha sido em homenagem a Santa Catarina de Alexandria, festejada pela igreja em 25 de novembro.
É, portanto, assunto que merece novas reflexões.

Em 1541, aporta, ao continente fronteiro à ilha, a expedição de D. Alvar Nunes Cabeza de Vaca,
comandante que intitula-se "Governador de Santa Catarina", dada a sua nomeação, pelo rei da Espanha,
para tomar posse das terras da Coroa.

Entretanto, a Ilha de Santa Catarina não foi o único ponto do litoral mencionado pelos primeiros
navegadores que aqui aportaram. Em 1527, no planisfério anônimo de Weimar, apareceu a designação de
Rio de São Francisco, correspondente à baía de Babitonga, que banha a península da atual São Francisco
do Sul.

Os primeiro povoadores: desterrados, náufragos e sacerdotes

O povoamento do território catarinense está intimamente ligado, nos seus primórdios, aos interesses de
navegações portuguesas e espanholas, que tiveram o litoral de Santa Catarina como ponto de apoio para
atingir, principalmente, a região do Rio do Prata (sem mencionar as expedições de outras nacionalidades).

Pelo fato de o litoral catarinense servir como ponto de apoio, constatou-se que os primeiros povoadores
foram náufragos, como, por exemplo, os sobreviventes de uma embarcação da expedição de João Dias
Solis, os quais integraram-se à comunidade indígena.

Outros aparecem, como os desertores, elementos que abandonaram a embarcação "San Gabriel"
comandada por D. Rodrigo de Acuña, a qual fazia parte de uma expedição espanhola. Da mesma forma,
da expedição de Caboto, em 1526, também apareceram desertores.

Portugal utilizou-se, largamente, do princípio jurídico do "uti possidetis", o direito do primeiro possuidor,
tendo em vista a política de ampliação de seu território e a constância das expedições espanholas no
litoral catarinense e sul do Brasil no século XVI.

Após a "União Ibérica", isto é, o fim dos laços que uniam Portugal e Espanha (1580-1640), os
bandeirantes, cada vez mais, alargaram as fronteiras das terras portuguesas. São as bandeiras vicentistas
(provenientes da Capitania de São Vicente), de caça ao índio, que atingem o Brasil meridional.

Desta forma, o litoral catarinense passou a ser percorrido e conhecido, crescendo o interesse pela posse,
com conseqüente ocupação.

As fundações vicentistas

São Francisco

O povoamento efetivo do litoral catarinense tem início com a fundação de São Francisco, sob a
responsabilidade de Manoel Lourenço de Andrade, que recebeu, de um herdeiro de Pero Lopes de Souza,
procuração para estabelecer, mais ao sul, uma povoação que denominou de Nossa Senhora da Graça do
Rio de São Francisco, em 1658, cuja data tem sido alvo de discussão.

Desterro

Na marcha da ocupação do Sul, segue-se a fundação da povoa de Nossa Senhora do Desterro pelo
bandeirante Francisco Dias Velho, que partiu de São Paulo, em 1672, acompanhado de familiares e índios
domesticados, com interesses agropastoris. Com a morte de Dias Velho e a conseqüente retirada de seus
filhos, a povoa do Desterro quase desapareceu.

A partir de 1715, com a concessão de sesmarias a portugueses, como Manoel Manso de Avelar, passa-se
a sentir a necessidade de povoamento da Ilha, como forma de se defender do assédio constante por parte
de navios estrangeiros; isso é demonstrado pelos próprios moradores, através de uma petição ao governo
português.

Laguna

A fundação da vila de Santo Antônio dos Anjos de Laguna, como o povoamento do litoral do Rio Grande
do Sul, ocorrem em virtude da necessidade de apoio à Colônia do Sacramento e de estabelecer ligação
entre a costa e as estâncias do interior.

Deve-se a Domingos de Britto Peixoto a fundação de Laguna, por volta de 1684, após a pacificação de
indígenas ali existentes. É a partir desta povoação que os portugueses se lançam à conquista dos
territórios mais ao sul, como é o caso dos Campos de Viamão.

A Capital de Santa Catarina foi criada quando a Coroa Portuguesa através da Provisão Régia de 11 de
agosto de 1738, desincorporou os territórios da Ilha de Santa Catarina e o Continente do Rio Grande de
São Pedro da jurisdição de São Paulo, passando-os para o Rio de Janeiro.

Desta forma, Santa Catarina ficou subordinada diretamente aos Vice-Reis do Brasil. Eram esses que
concentravam em suas mãos a grande autoridade administrativa e judiciária aos quais se subordinavam os
capitães-generais. Santa Catarina constituiu-se no posto avançado da soberania portuguesa na América do
Sul.

As razões são principalmente de ordem política. Tendo-se em vista a recente fundação da Colônia de
Sacramento e a conseqüente necessidade de dar-lhe cobertura estratégico-militar, foi implantado um
sistema defensivo para o litoral, onde se incluía a Ilha de Santa Catarina e a barra do Rio Grande.

A fundação das povoações "vicentistas" no litoral catarinense não fortaleceu o surto demográfico em toda
sua extensão, mas tão somente criou três núcleos isolados, vivendo de sua subsistência como foi o caso de
São Francisco, Desterro e Laguna. Posteriormente, ocorreu o quase total abandono da povoa de Nossa
Senhora do Desterro, com a morte brutal de seu fundador e a fuga dos seus parentes e acompanhantes.

As ilhas do Arquipélago dos Açores, sofrendo abalos sísmicos terrestres ou submarinos, estimularam a
saída de parte de sua população. Aliado a este fator estaria o precário desenvolvimento econômico da
região, o desejo de lançar-se ao mar, mas principalmente o excesso populacional que em decorrência,
provocava a escassez de alimentos em determinadas ocasiões.

O açoriano, embora desenvolva outras atividades de subsistência, mantém a continuidade da tradição


pesqueira. Sua chegada coincide com a implantação e o desenvolvimento das "armações" de baleia.
Assim, passa a desempenhar aquela atividade em alto-mar e, por conseqüência, surge a construção naval.

Como resultantes culturais, o elenco de manifestações da cultural popular inclui a tecelagem manual,
técnicas de pesca, o folguedo "boi-na-vara", os "pão-por-Deus", danças (geralmente denominadas como
fandangos), as festividades do ciclo do Divino Espírito Santo, além do substrato lingüístico.

A conquista do sul pelos paulistas foi efetuada inicialmente pelo litoral, através da ocupação desde São
Vicente até Laguna, no século XVII.

Em 1720, Bartolomeu Paes de Abreu, sertanista, sugeriu ao Rei de Portugal, a abertura de um caminho
que ligasse São Paulo ao atual Rio Grande do Sul. Referia-se às regiões de campos favoráveis à criação
de gado, do qual o índio das missões foi o primeiro vaqueiro.

Na ocasião, muitos habitantes da região de Laguna, por determinação do Governador de São Paulo e
atraídos pela criação de gado, dirigiram-se para as terras rio-grandenses, passando assim a povoar os
"pampas".

A necessidade de um caminho terrestre que interligasse o extremo sul até São Paulo ou Rio de Janeiro
prendia-se ao interesse econômico de abastecer as regiões de mineração com alimento e animal de
transporte e também como meio de defesa da Colônia do Sacramento, aquele reduto português na região
platina.

A iniciativa da construção de uma via de comunicação pelo interior provocou desagrado aos comerciantes
tanto de Laguna como da Ilha de Santa Catarina pelo prejuízo que tal caminho poderia causar-lhes já que
a atividade comercial era exercida exclusivamente através dos portos.

A fundação de Lages

Entre os tropeiros que, constantemente, através do "caminho do sul", demandavam aos campos de
Viamão, em terras rio-grandenses, encontrava-se Antônio Correa Pinto, encarregado em 1766 de fundar
uma povoação no sertão de Curitiba, num local que servia de paragem, chamada Lages. A determinação
era de que a futura Vila deveria chamar-se Vila Nova dos Prazeres. Como argumento, dizia que havia a
necessidade de proteção dos habitantes da região, mas também previa o desenvolvimento da agricultura e
pecuária local e também como elemento estratégico, contra as investidas dos espanhóis.

Logo após a fundação de Lages, a Câmara da Vila de Laguna determinou a abertura de uma estrada
ligando-a ao planalto, acompanhando o curso do rio Tubarão. Esta estrada, com melhorias no seus traçado
é a que, hoje, se denomina "estrada do rio do Rastro".
Em meados do século XVIII, após a anulação do Tratado de Madri, agravaram-se os conflitos entre as
duas nações ibéricas, Portugal e Espanha, com a Guerra dos Sete Anos, na qual combateram Inglaterra e
Portugal contra França e Espanha.

Os reflexos dessa guerra fizeram-se sentir na América, imediatamente.


Tropas espanholas sob o comando de Cevallos, Governador de Bueno Aires, em 1762, invadiram a
Colônia de Sacramento e regiões do atual Rio Grande do Sul.

Quando foi assinado o acordo de paz (Tratado de Paris) entra Portugal e Espanha foi devolvida a Colônia
do Sacramento mas os espanhóis permaneceram no Rio Grande.

Diante dessa situação, o governo português, na pessoa do Marquês de Pombal, ministro do rei de D. José
I, organizou um plano de expulsão dos espanhóis do Rio Grande, tendo como ponto de apoio a Ilha de
Santa Catarina.

Com base nisso, inicia-se em 1774, o preparo da Capitania de Santa Catarina para as eventualidades de
uma guerra no sul.

Para enfrentar as forças luso-brasileiras a Espanha organizou uma grande expedição cuja esquadra
transportava um expressivo contingente (cerca de 9.000 soldados, além de mais de 6.000 elementos da
marinha).

O governo português, além das fortificações já existentes na Ilha de Santa Catarina, preocupou-se em
completar o sistema de defesa, através de instruções, recursos humanos, material bélico e embarcações. O
forte da Ilha constituía uma força composta de 143 canhões.

2. A ocupação da Ilha de Santa Catarina

Em fevereiro de 1777 a força naval espanhola chega à enseada de Canasvieiras e dali invade com sucesso
a ilha, provocando a retirada das autoridades e parte das tropas para o lado do continente.

Diante disso, alguns dias depois, é assinado o termo de capitulação e a entrega da Ilha de Santa Catarina a
D. Pedro Cevalles, comandante da expedição.

A capitulação das tropas portuguesas fez-se de forma humilhante, com a fuga de uns e o embarque de
outros em direção ao Rio de Janeiro.

O objetivo de dominar a Ilha evidenciou-se com a presença de inúmeros sacerdotes que, acompanhando a
expedição, distribuíram-se pelas freguesias da Ilha.

3. O Tratado de Santo Ildefonso

As negociações de um tratado tiveram início após a morte de D. José I e a ascenção de D, Maria I.

Pelas cláusulas do contrato, assinado ainda em 1777, Portugal recebeu de volta a Ilha de Santa Catarina e
ficou com quase todo o atual Estado do Rio Grande do Sul. Com respeito à Ilha o Governo português se
comprometia a não utilizá-la como base naval nem por embarcações de guerra ou de comércio
estrangeiros.

A Colonização Alemã

A primeira colônia européia em Santa Catarina foi instalada, por iniciativa do governo, em São Pedro de
Alcântara, em 1829. Eram 523 colonos católicos vindos de Bremem (Alemanha).

Em 1829, a Sociedade Colonizadora de Hamburgo adquiriu 8 léguas quadradas de terra, correspondentes


ao dote da princesa Dona Francisca, que casa com o príncipe, fundando a colônia Dona Francisca. Apesar
das dificuldades do clima, do solo e do relevo, a colônia prosperou, expandindo-se pelos vales e planaltos
e dando origem, em 1870, à colônia de São Bento do Sul. O núcleo dessa colônia deu origem à cidade de
Joinville.
-
A colônia de Blumenau (atual Blumenau), no vale do rio Itajaí-Açú, fundada, em 1850, por um particular,
Dr. Hermann Blumenau, foi vendida, dez anos após, ao Governo Imperial.

Em 1893, a Sociedade Colonizadora Hanseática fundava o vale do Itajaí do Norte, a colônia de Hamônia
(hoje Ibirama).

No vale do Itajaí-Mirim, a partir de 1860, começaram a chegar as primeiras levas de imigrantes,


principalmente alemães e italianos, que dinamizaram a colônia de Itajaí, posteriormente denominada
Brusque.

Na parte sul da bacia do rio Tijucas, apesar dos insucessos da colônia pioneira de São Pedro de Alcântara,
novos intentos colonizadores foram alcançados por alemães, com a criação das colônias de Santa Tereza e
Angelina.

A colonização italiana

O elemento de cultura italiana insere-se no contexto populacional catarinense em seis momentos:

Fundação da colônia Nova Itália (atual São João Batista) em 1836, no vale do rio Tijucas, com imigrantes
da Ilha da Sardenha.

Em decorrência do contrato firmado, em 1874, entre o governo imperial brasileiro e Joaquim Caetano
Pinto Júnior, foram fundadas, a partir de 1875, Rio dos Cedros, Rodeio, Ascurra e Apoiúna, em torno da
colônia Blumenau; Porto Franco (atual Botuverá) e Nova Trento, em torno da colônia Brusque. Em 1877,
funda-se a colônia Luís Alves no vale do rio Itajaí-Açú e implantou-se, no vale do rio Tubarão, os núcleos
de Azambuja, Pedras Grandes e Treze de Maio: no vale do Urussanga, os núcleos de Urussanga, Acioli
de Vasconcelos (atual Cocal) e Criciúma.

Fundação da colônia Grão Pará (atuais municípios de Orleans, Grão Pará, São Ludgero e Braço do
Norte), por Conde D'Eu e Joaquim Caetano Pinto Júnior.

Efetivação do contrato da Companhia Fiorita com o governo brasileiro em 1891; fundação, em 1893, da
colônia Nova Veneza (atuais Nova Veneza e Siderópolis), estendendo-se do vale do rio Mãe Luzia até o
vale do rio Araranguá.

Expansão das antigas colônias do médio vale do Itajaí-Mirim em direção ao interior, no encontro de
novas terras no alto vale do Itajaí (Itajaí do Sul e Itajaí do Oeste, assim como as do perímetro do Rio
Tubarão).

Ocupação - a partir de 1910, com a vinda dos ítalo-brasileiros do Rio Grande do Sul - das áreas marginais
dos vales dos rios do Peixe e do Uruguai e, paulatinamente, do Médio e do Extremo Oeste catarinense.

A colonização eslava

A partir de 1871, chegou a Brusque o primeiro grupo de poloneses, que mais tarde se transferiu para o
Paraná. Em função do contrato com o governo imperial, já ocorria o ingresso de poloneses na então
província de Santa Catarina, em 1882.

A partir de 1889, novas levas de imigrantes poloneses e russos chegavam ao Sul de Santa Catarina - nos
vales dos rios Urussanga, Tubarão, Mãe Luzia e Araranguá - e outras levas se localizaram nos vales dos
rios Itajaí e Itapocu e em São Bento do Sul e adjacências.

Nessa mesma época, os imigrantes que chegavam ao porto de Paranaguá0 foram encaminhados pelo
Governo do Paraná para a vila de Rio Negro e daí para a colônia Lucena (atual Itaiópolis).

Em 1900, vão ingressar nas localidades de Linha Antunes Braga, em São Camilo e Braço do Norte, nas
terras da antiga colônia Grão Pará, e nas localidades de Estrada das Areias, Ribeirão das Pedras, Pedras
Warnow Alto e Vargem Grande, nas terras do então município de Blumenau.

Após a Primeira Guerra Mundial, tem-se novos ingressos na região do vale do rio do Peixe, Médio-Oeste
Catarinense, em rio das Antas e Ipoméia (1926); no vale do rio Uruguai, nos tributários do Uruguai, em
Descanso (1934); no vale do Itajaí do Oeste (1937); em Faxinal dos Guedes (1938) e alto vale do Itajaí do
Norte (1939) entre alguns outros poucos lugares.

Com a Segunda Guerra Mundial, imigrantes poloneses dirigiram-se, em 1940, através do vale do rio
Uruguai para Mondaí e, em 1948, do alto vale do Itajaí para Pouso Redondo.

A partir de 1870, o império passou a enfrentar dificuldades crescentes, motivadas pelas mudanças de
ordem econômica, tais como: a expansão cafeeira, a substituição da mão-de-obra escrava pela assalariada,
a expansão das atividades industriais, comerciais e dos transportes; alterações sociais como o crescimento
da população urbana, aumento da classe média urbana, maior escolarização etc.

Além disso, a crescente oposição dos que defendiam a república, organizou um novo partido - o
republicano. A campanha em defesa do regime republicano correspondia às aspirações políticas dos
novos grupos sociais e dos seus interesses econômicos.

Os vários segmentos da sociedade - como os produtores de café, os militares, os funcionários públicos e


os profissionais liberais - reagiram contra a monarquia, cujas críticas concentraram-se no Manifesto
Republicano divulgado em 1870, um pouco antes da criação do partido republicano. Essas críticas
referiam-se, dentre outros motivos: à estagnação da vida política causada pelos partidos existentes (liberal
e conservador); à excessiva centralização política e administrativa, que impedia a autonomia das
províncias; à manutenção do trabalho escravo.

Participação de Santa Catarina no movimento republicano

O Partido Republicano consolidou-se inicialmente em algumas províncias, como São Paulo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Assim como o restante do país, Santa Catarina não participou do Manifesto de 1870 e da fundação do
Partido Republicano, porém, não ficou à margem dos dois grandes temas da época, abolição da
escravatura e idéias republicanas, manifestando-se em âmbito regional, com propagandas e movimentos
sendo feitos através de clubes e jornais.

Foram fundados o Clube de Camboriú, em 1887, sob a presidência de Manoel Antônio Pereira, o "Clube
Republicano Federalista" de Joinville e o "Clube Republicano Esteves Jr.", no Desterro, sob a presidência
do farmacêutico Raulino Júlio Adolfo Oto Hom, no mesmo ano, e tendo como vice-presidente Gustavo
Richard.

Dentre os jornais que divulgaram as idéias republicanas, surgiu, no Desterro, a "Voz do Povo" que,
inclusive, se considerava "órgão do partido Republicano". Em 1886 surge outro, "O Independente", em
Tijucas e também "A Folha Livre", que foi o jornal republicano de Joinville. Ainda apareceram "A
Evolução" na capital e o "Blumenauer-Zeitung", em Blumenau.

A proclamação e a adesão à República

No dia 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, à frente de um grupo militar apoiado
por outros grupos republicanos, proclamou a República no Rio de Janeiro. No mesmo dia, foi organizado
o governo provisório, chefiado pelo próprio Marechal.

Logo após o recebimento da notícia da proclamação, os associados do Clube Republicano do Desterro e


os oficiais da Guarnição Militar aclamam um triunvirato destinado a assumir o governo catarinense. Essa
Junta Governativa foi composta por Raulino Hom, pelo Coronel João Batista do Rego Barros
(comandante da guarnição militar) e pelo Dr. Alexandre Marcelino Bayma, médico da referida guarnição.

A substituição do Presidente da Província, Dr. Luís Alves Leite de Oliveira Bello, pelo novo governo, foi
feita de forma pacífica, com a adesão dos deputados monarquistas presentes. Ao proclamar-se a
República, já existia, em território catarinense, uma Câmara Municipal totalmente republicana: a de São
Bento do Sul.

Um a um, os demais municípios catarinenses vão aderir ao novo regime, que fortalece as lideranças
regionais e Santa Catarina passará a ser governada por seus filhos, com a condução dos negócios públicos
de acordo com os anseios da comunidade catarinense.

O primeiro governo republicano

Para o governo de Santa Catarina, foi escolhido o Tenente Lauro Severiano Müller, que chegou ao
Desterro em 1889.

Suas primeiras atitudes foram no sentido de fazer o congraçamento da população catarinense através de
visitas aos vários municípios. Após a dissolução das Câmaras Municipais, criou as Intendências
Municipais.

O novo governo federal convocou, de imediato, uma Assembléia Constituinte e, em 1890, foram
realizadas as eleições. Desta maneira, com a saída de Lauro Müller, o governo do Estado ficou sob a
responsabilidade de Gustavo Richard, que era o 2o vice-governador.

Em 24 de fevereiro de 1891, foi promulgada a Constituição Federal que estabeleceu, no Brasil, a


República Federativa, correspondente à união dos estados autônomos.

Alterou bastante a organização do Estado, como por exemplo, o Presidente da República seria eleito pelo
povo: senadores e deputados também seriam eleitos pelo povo, cujo direito de voto caberia aos cidadãos
homens, maiores de 21 anos e alfabetizados; as províncias passariam a ser Estados, com maior autonomia
política e administrativa etc.

Em seguida, estabeleceram-se as eleições para a Assembléia Constituinte Estadual. A Constituinte de


Santa Catarina foi instalada a 28 de abril de 1891 e, no mês seguinte, elegia para governador o mesmo
Lauro Müller e, para primeiro e segundo vices, Raulino Hom e Gustavo Richard, respectivamente. Em
junho, os constituintes davam, ao Estado, a sua primeira Constituição.

A partir daí, foi efetiva a participação política de Lauro Müller, galgando os mais altos postos, como:
governador do Estado, senador, ministro da viação e obras públicas e ministro das relações exteriores.

O período regencial caracterizou-se por uma série de agitações de ordem social e política. Ocorrência de
revoltas em vários pontos do país, muitas das quais colocaram em perigo a unidade nacional, motivadas
pelas dificuldades econômicas e pelo descontentamento político.

A república foi proclamada em 1836, na Câmara Municipal de Piratini e a pretensão de estendê-la a


outras províncias fez com que chegasse até Santa Catarina.

As idéias liberais em Santa Catarina

O desenvolvimento das idéias liberais em Santa Catarina pôde ser visto através das publicações de
Jerônimo Francisco Coelho e das atividades da "Sociedade Patriótica". Ao romper a Revolução
Farroupilha no Rio Grande do Sul, desenvolveu-se ainda mais o espírito liberal nas terras catarinenses.

A eclosão daquele movimento encontrou na Presidência da Província de Santa Catarina, Feliciano Nunes
Pires. Logo, em seguida, foi substituído pelo Presidente José Mariano de Albuquerque Cavalcanti. Ao
tomar conhecimento das manifestações surgidas na laguna em favor dos farroupilhas, tentou abafá-las.

Em Lages, encontrou-se outro grande defensor da causa farroupilha, na pessoa do seu pároco, o Padre
João Vicente Fernandes. É interessante destacar a intensa pregação liberal praticada pelo clero naquele
período.
As tendências liberais propagadas pela província catarinense provocaram a constante substituição dos
seus presidentes.

Tendo assumido a presidência, o Coronel José Joaquim Machado de Oliveira realizou uma política de
conciliação, pois, não lhe era estranha à adesão dos catarinenses aos ideais farroupilhas. Isto provocou sua
substituição em outubro de 1837, pelo português Brigadeiro João Carlos Pardal.

O Brigadeiro Pardal exerceu suas funções com despotismo e muita arbitrariedade, o que provocou ainda o
descontentamento dos catarinenses. Quando de sua administração deu-se à tomada de Laguna pelos
farroupilhas aumentando o foco liberal no litoral da Santa Catarina. Entre os principais defensores das
idéias liberais pode-se destacar, na Capital da Província, João Antônio Rodrigues Pereira, Francisco
Duarte Silva, João Francisco de Souza Coutinho, Joaquim Cardoso e João José de Castro.
Além da receptividade quanto aos ideais liberais, a investida dos farroupilhas à Laguna, levou em
consideração o seu valor como centro abastecedor das tropas e por ser um porto de mar à disposição, no
momento em que estavam sem saída para o mar, no Rio Grande do Sul. Daí o interesse de incorporá-la à
República de Piratini.

A tomada de Laguna foi feita pela ação conjugada das forças farroupilhas, as de mar sob comando de
Giuseppe Garibaldi e as de terra tendo à frente Davi Canabarro.

Assim, a 22 de julho de 1839, estava Laguna em poder dos farroupilhas. Deram-lhe o nome de "Cidade
Juliana de Laguna" e instalaram o Governo Provisório da "República Catarinense", sob a presidência de
Davi Canabarro. Propôs o mesmo, que se organizasse de forma democrática, a nova república e, para tal,
ordenou que a Câmara Municipal procedesse à eleição provisória do Presidente da "República
Catarinense".

A extensão das forças liberais no litoral catarinense exigiu, por sua vez, que o Governo Central colocasse
na Presidência da Província um elemento com larga experiência; tratava-se do Marechal Francisco José
de Souza Soares Andréa, militar de relevantes serviços à causa legalista. Imediatamente foi organizada a
repressão, ocasionando a derrota farroupilha.

A derrota naval dos farroupilhas ocorreu no final de 1839 e a eles, só restou, como alternativa, marchar
por terra em direção ao planalto sob o comando do Coronel Joaquim Teixeira Nunes e de Garibaldi.

É nesse trajeto que muitos deles são aprisionados, entre eles Ana de Jesus Ribeiro (Anita Garibaldi) que
consegue fugir e reunir-se a Garibaldi em Lages, para seguirem logo após para o Rio Grande do Sul.

Em março de 1840 desaparece a efêmera república em Santa Catarina. Entretanto, apenas em 1845
finaliza a Revolução Farroupilha quando o Governo Imperial aceita muitas das reinvindicações dos
gaúchos.

Anita Garibaldi

A catarinense Ana Maria de Jesus Ribeiro tornou-se legendária nas lutas liberais dos dois lados do
Oceano Atlântico -- quer nas terras brasileiras, quer nas da península italiana -- e, por isso, foi
denominada de "Heroína dos Dois Mundos", com o nome de Anita Garibaldi.

A presença de Garibaldi na Laguna fez com que Anita se envolvesse com a causa farroupilha
participando da reação contra as forças imperiais e acompanhando os revolucionários na retirada da
Laguna em direção ao planalto.

Em janeiro de 1840, Anita foi feita prisioneira quando os farroupilhas são atacados de surpresa, em local
próximo ao rio Marombas. Entretanto, consegue fugir e, embora grávida, vai reunir-se a Garibaldi em
Lages e dai seguem para o Rio Grande do Sul. A partir daí, sofreu todos os contratempos que uma
revolução possa trazer, sempre acompanhando o seu Garibaldi.

Em 1841 partem para o Uruguai onde lutam em favor da preservação da república uruguaia, com a
"Legião Italiana de Montevideo", onde Anita continua como enfermeira dedicada aos companheiros do
marido.

Acompanha Garibaldi, em 1848, quando este retorna à terra natal para prosseguir na luta pela unificação
da Itália. Neste mesmo ano Anita veio a falecer em território italiano.
A disputa travada entre as províncias do Paraná e Santa Catarina, pela área localizada no planalto
meridional entre os rios do Peixe e Peperiguaçu, estendendo-se aos territórios de Curitibanos e Campos
Novos era antiga, originada antes mesmo da criação da província do Paraná, em 1853, permanecendo em
litígio até o período republicano.
Em 1855, o governo da província do Paraná desenvolvia tese de que a sua jurisdição se estendia por todo
o planalto meridional. Daí em diante, uma luta incessante vai ter lugar no Parlamento do Império, onde os
representantes de ambas as províncias propunham soluções, sem chegar a fórmulas conciliatórias.

Depois de vários acontecimentos que protelaram as decisões - como a abertura da "Estrada da Serra" e
também a disputa entre Brasil e Argentina pelos "Campos de Palmas" ou "Misiones" - o Estado de Santa
Catarina, em 1904, teve ganho de causa, embora o Paraná se recusasse a cumprir a sentença.

Houve novo recurso e, em 1909, nova decisão favorável a Santa Catarina, quando, mais uma vez, o
Paraná contesta. Em 1910, o Supremo Tribunal dá ganho de causa a Santa Catarina.

A Guerra do Contestado e as operações militares

A região contestada era povoada por "posseiros" que, sem oportunidade de ascensão social ou econômica,
como peões ou agregados das grandes fazendas, tomavam, como alternativa, a procura de paragens para
tentar nova vida.

Ao lado desses elementos sem maior cultura - mas fundamentalmente religiosos, subordinados a um
cristianismo ortodoxo - vão se congregar outros elementos como os operários da construção da Estrada de
Ferro São Paulo-Rio Grande, ao longo do vale do rio do Peixe.

Junto a esta população marginalizada, destaca-se a atuação dos chamados "monges", dentre os quais o
primeiro identificado chamava-se João Maria de Agostoni, de nacionalidade italiana, que transitou pelas
regiões do Rio Negro e Lages, desaparecendo após a Proclamação da República.

Após 1893, consta o aparecimento de um segundo João Maria, entre os rios Iguaçu e Uruguai. Em 1987,
surge outro monge, no município de Lages. Em 1912, em Campos Novos, surge o monge José Maria, ex-
soldado do Exército, Miguel Lucena de Boaventura, que não aceitava os problemas sociais que atingiam a
população sertaneja do planalto.

O agrupamento que começou a se formar em torno do monge, composto principalmente de caboclos


saídos de Curitibanos, se instala nos Campos do Irani. Esta área, sob o controle do Paraná, teme os
"invasores catarinenses" e mobiliza o seu Regimento de Segurança, pois esta invasão ocorre, justamente,
naquele momento de litígio entre os dois Estados.

Em novembro de 1912, o acampamento de Irani é atacado pela força policial paranaense e trava-se
sangrento combate, com a perda de muitos homens e de grande quantidade de material bélico do Paraná,
o que fez desencadear novos confrontos, além do agravamento das relações entre Paraná e Santa Catarina.

Os caboclos vão formar, pela segunda vez, em dezembro de 1913, uma concentração em Taquaruçu, que
se tornou a "Cidade Santa", com grande religiosidade e, na qual, os caboclos tratavam-se como "irmãos".
Neste mesmo ano, tropas do Exército e da Força Policial de Santa Catarina atacam Taquaruçu, mas são
expulsas, deixando, ali, grande parte do armamento.

Após a morte de outro líder, Praxedes Gomes Damasceno, antigo seguidor do monge José Maria, os
caboclos se encontram enfraquecidos. No segundo ataque, Taquaruçu era um reduto com grande
predomínio de mulheres e crianças, sendo a povoação arrasada.

Outros povoados, ainda, como Perdizes Grandes, seriam formados e diversos outros combates,
principalmente sob a forma de guerrilhas, se travariam até que o conflito na região realmente terminasse.

O primeiro município a ser criado na Capitania de Santa Catarina foi o de Nossa Senhora da Graça do Rio
São Francisco do Sul, hoje São Francisco do Sul, no ano de 1660; em 1714, era criado o segundo
município, Santo Antônio dos Anjos da Laguna, atual Laguna.

Em 1726, desmembrava-se de Laguna o município de Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis.

Pelos caminhos de Lages foram se fixando povoações em direção ao Rio Grande do Sul e, em 1770,
Lages emancipava-se da Capitania de São Paulo, anexando-se à Capitania de Santa Catarina.

Por volta de 1832, emancipavam-se de Florianópolis: Porto Belo, São Miguel (hoje Biguaçú) e São José.
Após 27 anos, Porto Belo perdia sua autonomia, retornando-a em 1925. Em 1859 foi a vez da
emancipação de São Sebastião da Foz do Rio Tijucas, atual Tijucas.

Em 1839, o Governo da República Farroupilha decretava a cidade de Laguna como a capital de Santa
Catarina, com o nome de Juliana, época movimentada que terminou em março de 1845.

A vinda de imigrantes europeus para colonizar terras de Santa Catarina contribui para a expansão dos
povoados e consequente aumento da população.

O mapa de 1907 mostra os contornos imprecisos do Estado, devido a questões de limites com os Estados
do Rio Grande do Sul e Paraná. Em 1917, foi estabelecido o "Acordo de Limites" entre Paraná e Santa
Catarina, passando o limite desses Estados pelo divisor de águas entre as bacias hidrográficas dos rios
Iguaçu e Uruguai, incorporando-se definitivamente a Santa Catarina todo o oeste e os municípios de
Mafra e Porto União, ao norte.

No ano de 1930, ficou resolvido o problema divisório entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul,
anexando-se ao território catarinense o trecho da nascente do rio Mampituba, entre o arroio Josafá e a
encosta da Serra Geral. Nessa época Santa Catarina, contava com 34 municípios.

Em 1934, desmembrava-se de Blumenau: Timbó, Indaial, Ibirama e Gaspar; de Joaçaba: Concórdia; de


Campos Novos e Joaçaba: Caçador; e de Joinville: Jaraguá do Sul.

Em 1934, o Estado de Santa catarina sofreu uma redução com a criação do Território de Iguaçú, porém
por pouco tempo, pois em 1946 Santa Catarina retomava este território.

No ano de 1953, 8 municípios conseguiam sua autonomia: Dionísio Cerqueira, Itapiranga, Mondaí,
Palmitos, São Carlos, São Miguel d'Oeste, Xanxerê e Xaxim, fragmentando, pela primeira vez, o
município de Chapecó.

Em 1958, mais de 30 municípios foram criados; e de 1961 a 1967 foram criados mais 91.
Após um intervalo de 15 anos, em 1982, emanciparam-se de Lages, os municípios de Otacílio Costa e de
Correia Pinto.

O maior número de desmembramento ocorreu nas zonas coloniais de maior densidade populacional,
como nos vales dos rios Itajaí, do Peixe, Tubarão e Chapecó.
Lauro Severiano Müller – 1889 a 1891

1º Vice – Raulino Júlio Adolfo Horn


2º Vice – Gustavo Richard

Foi o primeiro governador republicano de Santa Catarina, nomeado em 02 de dezembro de 1889 pelo
Marechal Deodoro da Fonseca, para o período de 1889 a 1890. Foi eleito, ainda, pela Assembléia, para
um segundo período, governado até 1891.

Em 07 de janeiro de 1890, Müller dissolve as câmaras municipais e cria conselhos, constituídos por
intendentes municipais. Em 24 de agosto do mesmo ano, deixa o governo e toma posse na Câmara
Federal.

No dia 16 de setembro de 1890, são realizadas as primeiras eleições indiretas para governador e vices.
São eleitos os republicanos Lauro Müller como governador, Raulino Horn como primeiro-vice e Gustavo
Richard como segundo-vice.

Em 29 de setembro, um mês após ter tomado posse na Câmara Federal, Lauro Müller reassume o governo
do Estado, pois Deodoro da Fonseca havia dissolvido o Congresso.

Müller fica no poder até o dia 05 de outubro, quando passa o cargo ao seu primeiro vice, Raulino Horn, e
retorna ao Rio de Janeiro para assumir como deputado, já que a Câmara havia sido reconvocada por
Floriano Peixoto, que substituiu Deodoro. Raulino governa por apenas cinco dias, passa o governo ao
segundo-vice Gustavo Richard e segue para o Rio de Janeiro, onde assume como senador.

Em novembro de 1891, Lauro retorna e reassume o governo. Em 28 de dezembro, renuncia ao cargo e


volta para a Câmara. Como representante do Estado a nível nacional, faz o plano viário para Santa
Catarina. Em 1890, é inaugurada, ainda, a estrada entre Nova Trento e Tijucas e também de Tijucas a
Porto Belo.

Em 29 de dezembro de 1891, Lauro Müller renuncia ao governo, por pressão dos federalistas
catarinenses, que haviam enviado um grupo para agredir fisicamente Müller, intimidando-o a deixar o
governo. Ainda assim, o governador resiste para evitar derramamento de sangue. Assim, Müller volta
para o Rio de Janeiro, assume seu cargo de deputado federal e continua defendendo a queda do
federalismo.

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Manoel Joaquim Machado – 1892 a 1894

Vice Eliseu Guilherme da Silva

Foi nomeado interventor de Santa Catarina, por decreto de Floriano Peixoto. Assumiu o governo em 1º de
março de 1892. Em 15 de setembro do mesmo ano, foi eleito, pelo Congresso Representativo do Estado,
para o cargo de governador, administrando até 08 de setembro de 1893. Em 1893, criou a Junta
Comercial do Estado.

Denunciado e processado, pela prisão de um funcionário federal, Manoel Joaquim Machado teve que se
afastar em junho de 1893, assumindo o poder Eliseu Guilherme, o vice.

Com o estabelecimento do Governo Provisório e Revolucionário da República, em Desterro, voltou a


governar no período de 24 de fevereiro a 15 de abril de 1894, quando foi deposto pelas tropas legalistas
chefiadas pelo coronel Antônio Moreira César.

Durante a administração de Joaquim Machado, foi criada a Escola Normal, que deu origem ao Instituto
Estadual de Educação.

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Hercílio Pedro da Luz – 1894 a 1898

Vice Polidoro Olavo Santiago

Primeiro governador republicano eleito pelo povo de Santa Catarina, assumiu em 28 de setembro de
1894.

Três dias depois de sua posse, sancionou o projeto de lei do legislativo que propôs a alteração do nome de
Desterro para Florianópolis.

Tentou criar o primeiro sistema de iluminação pública de Florianópolis e, para tanto, foi criada uma
sociedade - entre Joaquim Manuel da Silva, Francisco José Ramos e Paul Darché - que recebeu a
concessão municipal de luz elétrica em 8 de setembro de 1897. Mas a sociedade não conseguiu levar a
bom termo o projeto inicial e, desta forma, a luz foi inaugurada somente em 25 de setembro de 1910,
tanto na capital como em Blumenau e Joinville.

Sob seu governo, em 1986, é instalada e inaugurada, na região do Contestado, a linha telegráfica entre
Joinville e São Bento. Fez várias intervenções no sistema viário estadual e adotou medidas para melhorar
o transporte marítimo e fluvial. Elegeu-se vereador em 13 de dezembro de 1898.

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Felipe Schmidt – 1898 a 1902

Vice Coronel Firmino Lopes do Rego

Assumiu em 28 de setembro de 1898 e permaneceu no cargo até 28 de setembro de 1902.

Esta primeira administração de Felipe Schmidt foi marcada pela preocupação com o ensino médio e pela
dedicação ao ensino agrícola. Em seus dois governos, a questão predominante era o Acordo de Limites
entre os estados de Santa Catarina e Paraná.

Durante esse seu primeiro governo, houve uma forte cisão no PRC (Partido Republicano Catarinense) que
prejudicou o desenvolvimento do Estado, já castigado anteriormente pela guerra civil. Esta foi a maior
crise em seu governo, que ocorreu em 1900. Todo o desacordo dentro do partido aconteceu em virtude da
lista de deputados estaduais elaborada por Felipe Schmidt, com 22 nomes. Os membros da Comissão
Diretora acusaram o então governador de favorecer, em sua chapa, empregados públicos e pessoas sem
nenhuma expressão eleitoral. Felipe Schmidt foi pressionado, de um lado pelo governo de seu primo
Lauro Müller e, de outro pela maior parte de seu partido.
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Lauro Severiano Müller – 1902 a 1906

Vice Vidal Ramos

Assumiu em 28 de setembro de 1902, porém permaneceu no cargo apenas 44 dias por preferir o cargo de
Ministro de Viação e Obras Públicas de Rodrigues Alves. Assumiu o Vice, que permaneceu até 28 de
setembro de 1906.

Vidal Ramos, assumindo o governo, tinha como meta reformar o ensino e, em 1904, o Estado de Santa
Catarina almejava seguir o exemplo paulista, o que veio a acontecer em 1911, durante seu segundo
governo.

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Gustavo Richard – 1906 a 1910

Vice Abdon Batista

O vice doutor Batista assume, em 28 de setembro de 1906, por impedimento ocasional do governador
Richard. Em 21 de dezembro do mesmo ano, Gustavo Richard assume o cargo.

Durante sua administração, foram implantados, na Capital, o sistema telefônico, o serviço de


abastecimento público de água e o de iluminação elétrica. Foram, ainda, construídas pontes metálicas
sobre alguns rios importantes do Estado. Foi inaugurada a primeira sede da Assembléia Legislativa,
incendiada em 1956.

Outros benefícios vieram, como a construção do Palácio do Congresso, a Biblioteca Pública, a Diretoria
de Higiene, o Liceu de Artes e Ofícios, o calçamento da Praça XV de Novembro e a reforma do Jardim
Oliveira Belo.

Sua administração teve forte oposição de Hercílio Luz e, em 27 de fevereiro de 1908, os dois políticos
romperam as relações.

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Vidal José de Oliveira Ramos – 1910 a 1914

Vice Eugênio Luis Müller

Tomou posse em 29 de setembro de 1910, permanecendo até 28 de setembro de 1914. Foi responsável
pela primeira reforma do ensino catarinense. Para o governador, a mudança proposta deveria caracterizar-
se por: “ fundar um novo tipo de escola, dar à mocidade um professorado cheio de emulação e estabelecer
uma fiscalização técnica e administrativa real e constante”.

A reorganização do ensino deflagrada em seu governo – e considerada uma das mais decisivas do setor
em Santa Catarina – seguiu as linhas básicas da escola pública do Estado de São Paulo e desenvolveu-se
sob a orientação do professor paulista Orestes Guimarães, especialmente contratado para este fim.

A Escola Normal foi a primeira unidade de ensino atingida pela ação desse educador. O programa de
admissão foi reorganizado e ela recebeu novo regulamento. Sofreu reforma física, ampliação, passou a ter
mais horas de atividade escolar, a ensinar Pedagogia e Psicologia e um terço de suas aulas deviam ter
caráter prático.

Durante o governo de Vidal Ramos, ocorreu, ainda, a Guerra do Contestado, que iniciou em 1912 e
desenvolveu-se até 1915 por motivo da abertura da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande. A guerra teve
como espaço o meio-oeste cararinense e como centro o Rio do Peixe, que era uma região constestada
pelos estados do Paraná e Santa Catarina.

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Felipe Schmidt – 1914 a 1918

Vice Lauro Müller

Assumiu em 28 de outubro e permaneceu até 28 de outubro de 1918.


Em 20 de outubro de 1916, Felipe Schmidt e Affonso Alves de Camargo (governador do Paraná)
assinaram Acordo de Limites entre os dois estados, por imposição do presidente da república, Brás
Pereira Gomes.

Dedicou-se, neste seu segundo governo, a questões como a ligação viária entre diferentes regiões do
Estado e às despesas públicas, na tentativa de levantar a situação financeira do Estado.

Preocupou-se com o sanemento básico, instalando a rede de esgoto.

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Hercílio Pedro da Luz – 1918 a 1922

O governador eleito foi Lauro Müller e o vice, Hercílio Luz (em 04-08-1918), mas quem tomou posse foi
Hercílio Luz (em 28-09-1918). Fez-se constar em Ata que o Lauro Müller não assumiu porque deixou de
prestar juramento ao cargo de governador, por não haver comparecido.

Durante seu primeiro governo, já havia uma preocupação com o problema do saneamento básico e, neste
seu segundo governo, imprimiu nova conceituação ao plano de saneamento no arroio da Bulha. Com esta
empreendimento, criou uma avenida, que mais tarde se chamaria Avenida Hercílio Luz. Esta se estendia
até a Baía Norte, onde fica hoje a Heitor Luz. Posteriormente, a parte norte lhe foi retirada. Combinada
então à nova formulação da rua José Veiga, resultou na Avenida Mauro Ramos.

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Hercílio Pedro da Luz – 1922 a 1926


Vice Antônio Pereira Oliveira

Assumiu em 28 de setembro, faleceu após dois anos de administração, em 20 de outubro de 1924.

Não chega a exercer o poder integralmente nesse período, sendo substituído durante longos meses pelo
vice Antônio Pereira Oliveira.

Assumiu o governo o vice, que governou até 23 de março de 1926, quando assumiu o governo Antônio
Vicente Bulcão Vianna, Presidente do Congresso Estadual, que permaneceu até 28 de setembro de 1926.

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Adolpho Konder – 1926 a 1930

Vice Valmor Argemiro Ribeiro Branco

Assumiu o governo em 28 de setembro. Governou até 19 de fevereiro de 1929, quando candidatou-se ao


Congresso Nacional e passou o governo para o Presidente do Congresso Estadual, Antônio Vicente
Bulcão Vianna.

Ao abrir a sessão legislativa de 1927, o governador Adolpho Konder já tinha, em 22 de julho do mesmo
ano, vontade de reformar a Constituição Estadual. Ele propunha que a Carta fosse realizada como
“medida justa e imprescindível”. Em 1928, quando abriu a sessão legislativa, o assunto era a reforma
constitucional.

Em 02 de julho de 1929 foi nomeada a Comissão encarregada de dar parecer sobre a Reforma
Constitucional, composta pelo deputados Artur Ferreira da Costa, Carlos Gomes de Oliveira, Álvaro
Catão, Manoel da Nóbrega, Dorval Malchiades de Sousam Luiz Gallotti e Marcos Konder (irmão de
Adolpho). Esta Constituição foi promulgada em 27 de julho de 1929.

Konder, em 1929, realizou viagem histórica ao ponto final do território catarinense, encontrando-se com
Getúlio Vargas, então governador do Rio Grande do Sul. Viajou em lombo de cavalo e foi o primeiro
governador a chegar ao Oeste catarinense. Ao chegar a Dionísio Cerqueira, fundou um escola, sediou um
destacamento da Polícia Militar e nomeou um exator para a arrecadação de tributos.

Suas obras foram muitas e, dentre elas, destacam-se a campanha em prol do cultivo de trigo, a
transformação e adaptação do edifício do jornal oficial A República em sede do Poder Judiciário, a
construção da Penitenciária do Estado, na capital, e o apoio às obras da maternidade local, depois
denominada Carlos Corrêa.

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Fulvio Aducci – 1930

Último governador da República Velha, assumiu em 29 de setembro.


Foi o governador que por menos tempo ocupou o governo do Estado. Em 25 de outubro de 1930, em
virtude da Revolução de 30, viu-se obrigado a renunciar, entregando o cargo a uma junta de militares que,
no dia seguinte, passou ao interventor revolucionário gaúcho General Ptolomeu de Assis Brasil.
A Revolução de 1930 teve muitos reflexos, dividindo a classe política catarinense. De um lado, ficou o
PRC (Partido Republicano Catarinense), liderado pelos herdeiros políticos do “laurismo” – Lauro Müller
– e do “hercilismo” – Hercílio Luz – representado pelos irmãos Konder (Adolpho, Vitor e Marcos) e por
Fúlvio Aducci (último governador da Primeira República). De outro, a AL (Aliança Liberal) de Nereu
Ramos, Francisco Barreiros Filho Oswaldo Melo e Gustavo Neves, que apoiava a Revolução.

Com a Revolução de 1930 e a conseqüente saída de Aducci do poder, iniciou-se um novo período na vida
política brasileira e catarinense: a Segunda República, que se estende de 1930 até 1945.

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INTERVENTORES DE 1930

A Intervenção de 1930 a 1947

Junta Governativa

No dia 25 de outubro de 1930, em decorrência da Revolução de 30, o governador republicano Aducci se


viu obrigado a renunciar ao seu cargo, assumindo o governo uma Junta Governativa.

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Ptolomeu de Assis Brasil – 1930 a 1932

No dia seguinte, 26 de outubro de 1930, quando as tropas militares cruzaram a ponte Hercílio Luz,
comandadas pelo gaúcho Ptolomeu de Assis Brasil, a Junta passou-lhe o governo do Estado, tendo o
general sido nomeado interventor militar em Santa Catarina.

Dias depois ter sido nomeado interventor, Ptolomeu foi efetivado no governo e instalou o Governo
Provisório de Santa Catarina. Em 1932, renunciou ao governo, alegando problemas de saúde, motivos
particulares e de foro íntimo.

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Rui Zobaran – 1932 a 1933


O interventor que sucedeu Assis Brasil foi o também gaúcho Major Rui Zobaran (posse em 26 de outubro
de 1932). Os catarinenses sentiram-se marginalizados diante da escolha de mais um gaúcho.

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Aristiliano Laureno Ramos

Em 19 de outubro de 1933, Aristiliano Ramos (catarinense) foi nomeado interventor federal de Santa
Catarina, em substituição ao gaúcho Rui Zobaran. Recebeu o governo de Marechal Pedro da Silveira,
interventor interino e administrador do Estado.

Durante este período assumiram interinamente secretários de Estado, como: Cândido Ramos, Manoel
Pedro da Silveira, Luís Carlos de Morais, Plácido Olímpio de Oliveira.
Aristiliano foi candidato na eleição ao governo do Estado (março de 1934) e derrotado por seu primo
Nereu Ramos. Para não entregar o governo ao primo e inimigo político, renunciou à interventoria,
passando a Fontoura Borges do Amaral Mello.

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Nereu Ramos – 1935 a 1945

Assumiu em 1º de maio de 1935, eleito por voto indireto, e, durante seu governo, o Estado foi dotado de
uma das melhores redes de estradas do país, tanto pela extensão quanto pela conservação. Distribui
dezenas de postos de saúde, creches, maternidades e escolas por todo o território catarinense. A medida
política que mais notabilizou sua administração foi a nacionalização do ensino. A atitude provocou
profundos conflitos com as populações de origens estrangeiras, principalmente alemãs e italianas,
simpatizantes, na época, do nazismo, integralismo e fascismo. As escolas que ensinavam língua
estrangeira foram fechadas mas acabaram não sendo substiruídas, provocando a redução da escolaridade
em Santa Catarina após a guerra.

Além disso, instituiu a obrigatoriedade da educação primária para crianças de oito a quatorze anos e
proibiu a adoção de nomes estrangeiros por núcleos populacionais e escolas.

Em 1937, foi nomeado interventor federal do Estado pelo Presidente Getúlio Vargas. Exerceu esta função
até 1945, quando foi deposto em 29 de outubro de 1945.

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Luiz Gallotti – 1945 a 1946


Foi nomeado para o cargo, assumindo em 08 de novembro de 1945. Deixou o cargo em 05 de fevereiro
de 1946.

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Udo Deeke – 1946 a 1947


Foi nomeado para o cargo, assumindo em 05 de fevereiro de 1946. Permaneceu até 26 de março de 1947.

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GOVERNOS DO ESTADO DE SANTA CATARINA A PARTIR DE 1947 E TRANSMISSÃO DE
CARGOS

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Aderbal Ramos da Silva – 1947 a 1951

Assumiu em 23 de março de 1947 e permaneceu no cargo até 31 de janeiro de 1951. Nos períodos de
afastamento por saúde, foi substituído por José Boabaid, presidente da Assembléia Legislativa.

Durante seu governo, houve grande preocupação com o desenvolvimento da produção rural. Nesse
período, foi criado o Serviço Florestal do Estado, bem como construída a adutora de Pilões e as torres que
passaram a transmitir a energia gerada pela Usina Hiderelétrica de Capivari e Florianópolis. As duas
últimas obras objetivavam resolver um problema que afligia a vida dos florianopolitanos na década de 40:
a falta de água e de luz.

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Irineu Bornhausen - 1951 a 1956

Assumiu em 31 de janeiro de 1951 e governou até 31 de janeiro de 1956. No governo Irineu Bornhausen,
criou-se a Secretaria de Estado da Agricultura e o Tribunal de Contas do Estado.

Algumas das mais importantes ações do seu governo foram: o pagamento de todas as dívidas do governo
anterior, remodelamento de duas importantes rodovias, construção de estradas, início da obra de abertura
da rodovia da Serra do Rio do Rastro.

Bornhausen tinha, também, grande preocupação com a agricultura e a pecuária do Estado.

No governo Irineu Bornhausen,assim como no governo de Aderbal Ramos da Silva, não houve vce-
governador. De acordo com a Constituição de 1947, não havia o cargo de vice. Posteriormente, em 1955,
foi criado o cargo através da Emenda Constitucional 3. Caso fosse necessário substituição, assumiria o
Presidente da Assembléia, que, no governo Irineu Bornhausen, foram os seguintes parlamentares:

1951 – Deputado Volney Colaço de Oliveira


1952 – Deputado Protógenes Vieira
1953 – Deputado Volney Colaço de Oliveira
1954 – Deputado Oswaldo Rodrigues Cabral

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Jorge Lacerda – 1956 a 1958

Vice Heriberto Hülse

Em 31 de janeiro de 1956, Irineu Bornhausen assume o cargo de governador do Estado e falece, em


acidente aéreo com Nereu Ramos, em 16 de junho de 1958.
Seu governo, embora breve, foi marcado por duas grandes obras fundamentais: a primeira rodovia
asfaltada feita com recursos estaduais, ligando Itajaí a Blumenau e a constituição da Sociedade Termo-
Elétrica de Capivari, mais tarde incorporada à ELETROSUL.

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Heriberto Hülse – 1958 a 1961

Hülse assume o cargo no dia 16 de junho de 1958, em substituição a Jorge Lacerda, que faleceu no
mesmo dia, em acidente aéreo.

Em 21 de janeiro de 1959, Heriberto Hülse viaja para a capital da República, assumindo o presidente da
Assembléia Legislativa, Dr. José de Miranda Ramos, até o dia 30 de janeiro de 1959.

Em 31 de dezembro de 1960, Heriberto Hülse interrompe, por alguns dias, o exercício de suas funções,
assumindo, até o dia 10 de janeiro de 1961, o deputado Rury Hülse, presidente da Assembléia Legislativa.

Em sua administração, o Estado deu a grande arrancada desenvolvimentista que Celso Ramos, a partir de
1961, se encarregou de consolidar. Um dos fundadores da UDN (União Democrática Nacional) em Santa
Catarina, Hülse instalou o partido em Criciúma, onde, desde muito cedo, começou a aparecer como
importante liderança política regional.

Dentre suas obras, está a construção do hospital de Lages e dos fóruns de Criciúma e Tubarão.

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Celso Ramos – 1961 a 1966

Vice: Francisco Xavier Fontana

Assume em 31 de janeiro de 1961. Em 30 de junho de 1963, Celso Ramos viaja para fora do país,
assumindo, até o dia 01 de agosto de 1963, Ivo Silveira, presidente da Assembléia Legislativa.

O fato de o PSD contar com maioria de votos (metade mais um), na Assembléia Legislativa, permitiu que
seu governo realizasse todas as obras planejadas.

Sendo assim, inaugurou toda a estrutura que faltava ao desenvolvimento catarinense: um banco estatal
(BESC), uma universidade (UDESC), uma concessionária de energia (CELESC) e um fundo de
desenvolvimento (o FUNDEC). Elaborou, ainda, o primeiro orçamento plurianual de um estado
brasileiro; foram construídas milhares de escolas e dezenas de ginásios; e foram criadas a ERUSC
(Empresa de Eletrificação Rural de Santa Catarina) e a Secretaria dos Negócios do Oeste.

Santa Catarina, durante seu governo, foi escolhida como sede do encontro regional dos três estados do
Sul, com os governadores Leonel Brizola (Rio Grande do Sul) e Ney Braga (Paraná) e a reunião
aconteceu no Palácio Rosado, hoje Palácio Cruz e Sousa.

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Ivo Silveira – 1966 a 1971

Vice: Francisco Dall´Igna/ Jorge Konder Bornhausen


Em 31 de janeiro de 1966, Ivo Silveira, presidente da Assembléia Legislativa, assume o cargo de
governador do Estado.

Em 10 de março de 1967, o vice Francisco Dall´Igna teve seu cargo cassado por ser do PTB, partido do
presidente da república João Goulart, que havia sido deposto em 31 de março de 1964. Assim, Jorge
Konder Bornhausen assume a vice-governança, permanecendo no cargo até 15 de março de 1971.

Em seu governo, Silveira implantou uma ação, que serviu de exemplo para o país, para resolver o
problema de perda de dinheiro dos produtores, que não tinham armazéns para estocar sua produção,
vendendo-a na oportunidade certa. Ivo Silveira determinou à Secretaria do PLAMEG que abrisse uma
linha de crédito especial, com juros baixos e prazos longos, para financiar cooperativas agropecuárias que
quisessem construir seus armazéns. A atitude motivou o governo federal a modificar as normas de crédito
bancário.

O governo de Ivo Silveira serviu mais uma vez de exemplo ao país na reforma na rede de distribuição de
energia elétrica, que passou de 134 localidades em 1966 para 715 em 1968.

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GOVERNADORES DO ESTADO DE SANTA CATARINA ELEITOS POR VOTO INDIRETO

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Colombo Machado Salles – 1971 a 1975

Atílio Francisco Xavier Fontana

Em 15 de março de 1971, o engenheiro Colombo Machado Salles assume o cargo de governador do


Estado.

Seu governo fundamentou-se no Projeto Catarinense de Desenvolvimento, depois transformado em Ação


Catarinense de Desenvolvimento. A estratégia do projeto era a dinamização dos centros urbanos já
relativamente desenvolvidos, que concentrassem parcelas de renda e estas permitissem um
reimpulsionamento econômico com repercussões sociais.

Em seu governo, a mais cara de suas obras foi a implantação de 85 mil telefones. Além disso, foi
construída a Ponte Colombo Salles.

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Antônio Carlos Konder Reis – 1975 a 1979

Vice: Marcos Henrique Büechler

Em 15 de março de 1975, Antônio Carlos Konder Reis assume o cargo de governador do Estado.

Na administração de Konder Reis, algumas obras e serviços como a construção de rodovias federais
tiveram o apoio do governo federal, através do presidente Geisel.
O lema do governo de Konder Reis era “Governar é encurtar distâncias”. O lema se referia a encurtar
distâncias sociais e econômicas e a prioridade no plano de governo era a construção de estradas.

Outras ações importantes: criação do BADESC (Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa


Catarina); eletrificação rural, através da ERUSC (Eletrificação Rural de Santa Catarina); construção de
novos hospitais; instalação do CNPSA (Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e Aves), na área agrícola;
construção de vários campus universitários etc.

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Jorge Konder Bornhausen – 1979 a 1982

Vice Henrique Córdova

Em 15 de março de 1979, Jorge Konder Bornhausen assume o cargo de governador do Estado.

Em 05 de maio de 1980, Jorge Bornhausen viaja para o exterior, assumindo, até o dia 12 de maio de
1980, o governo o Presidente da Assembléia Legislativa Deputado Moacir Bértoli.

Na administração de Bornhausen, pavimentou mil quilômetros de rodovia em três anos; foi construído o
Terminal Rita Maria; instalou 15 quilômetros de linhas de eletrificação rural; construiu o CIC (Centro
Integrado de Cultura) e a FCEE (Fundação Catarinense de Educação Especial).

Bornhausen não terminou seu mandato em virtude de ter se candidatado e eleito senador.

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Henrique Helion Velho de Córdova – 1982 a 1983

Em 14 de maio de 1982, Jorge Bornhausen transmite o cargo de governador ao Vice Henrique Córdova,
em virtude da renúncia advinda da eleição para seu novo cargo.

Em 05 de janeiro de 1983, Henrique Córdova viaja para o exterior em caráter particular, assumindo, até o
dia 10 de janeiro de 1983, o Desembargador Francisco May Filho, Presidente do Tribunal de Justiça.

Em 10 de janeiro de 1983, é transmitido o cargo de governador, de Francisco May Filho, Presidente do


Tribunal de Justiça, ao Presidente da Assembléia Legislativa Deputado Epitácio Bittencourt, até 27 de
janeiro de 1983.

As metas de seu governo eram o salário e as obras municipais, sendo o primeiro governador a dar uma
reposição salarial fora dos padrões que existiam na época. Por isso, foi a Brasília explicar porque havia
dado aumento acima dos limites: é que Santa Catarina tinha condições para fazer isso, mas os outros
estados não.

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GOVERNADORES DO ESTADO DE SANTA CATARINA A PARTIR DE 1983,
ELEITOS POR VOTO DIRETO

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Esperidião Amin Helou Filho – 1983 a 1987

Vice Victor Fontana

Em 15 de março de 1983, Esperidião Amin Helou Filho assume o cargo de governador do Estado.

Em 24 de junho de 1986, viaja para o exterior e o Desembargador Geraldo Gama Salles, Presidente do
Tribunal de Justiça, assume o governo até o dia 01 de julho de 1986.

Amin criou, em sua administração, a Secretaria da Reconstrução, extinta após o fim de seu governo, que
objetivava restaurar as perdas decorrentes das enchentes de 1983 e 1984 e da seca de 1985.

O destaque de seu governo foi para os transportes: foram construídos mais de mil quilômetros de rodovias
pavimentadas.

O apoio aos pequenos empresários rurais e urbanos também foi algo positivo em seu governo: chegou a
criar uma linha de crédito no BESC, denominada Pequenos Negócios.

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Pedro Ivo Figueiredo de Campos – 1987 a 1990

Vice Casildo João Maldaner

Em 15 de março de 1987, Pedro Ivo Campos assume o governo do Estado.


Em 27 de fevereiro de 1990, morre, de câncer, o governador do Estado, Pedro Ivo Campos.

Houve um esforço do governo para a recuperação financeira do Estado; além do BADESC, a principal
instituição financeira, o BESC era o grande desafio. Para sanear o banco, a administração tomou várias
decisões como: redução no número de diretorias, de infra-estrutura e de empregados, entre outras.

Destaca-se, neste governo, a reforma ou ampliação de uma unidade de saúde por semana; a
quadruplicação da capacidade de processamento do CIASC.

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Casildo Maldaner – 1990 a 1991

Em 28 de fevereiro de 1990, em decorrência da morte de Pedro Ivo Campos, Casildo Maldaner assume o
governo do Estado.

Em 02 de janeiro de 1991, Casildo Maldaner viaja para o exterior, assumindo o governo, até o dia 10 de
janeiro de 1991, o Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Heitor Sché.
Dentre as preocupações administrativas, destacou-se a proteção com o meio ambiente, com a criação da
Companhia de Polícia de Proteção Ambiental.
Tornou-se popular pelo uso de frases e trocadilhos.

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Vilson Pedro Kleinübing – 1991 a 1995

Vice Antônio Carlos Konder Reis

Em 15 de março de 1991, Vilson Pedro Kleinübing assume o governo do Estado.


Em 25 de maio de 1992, Vilson Kleinübing viaja para o exterior (Washington), assumindo o governo, até
01 de junho de 1992, o Deputado Otávio Gilson dos Santos, Presidente da Assembléia Legislativa. Obs:
O Vice-governador Antônio Carlos Konder Reis viajou nesta mesma época para a Antártida.

Em 02 de abril de 1994, Konder Reis assume o governo, em virtude da renúncia do Senhor Vilson
Kleinübing, pelo imperativo da Legislação Eleitoral.

O SIM (Saúde, Instrução e Moradia) era o tripé no qual apoiou o seu programa de governo. Porém, os
investimentos feitos atingem muitas outras áreas, como as de tecnologia, transportes, turismo e
agricultura. A recuperação do patrimônio público, em escolas e redes hospitalares, também foi um passo
importante para o Estado.

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Paulo Afonso Evangelista Vieira – 1995 a 1999

Vice José Augusto Hülse

Em 01 de janeiro de 1995, Paulo Afonso Evangelista Vieira assume o cargo de governador do Estado,
elegendo como diretrizes a “construção de um Estado de Qualidade”, com diversos projetos em áreas
prioritárias.

Em 29 de janeiro de 1997, Paulo Afonso transmite o cargo de governador ao Presidente da Assembléia


Legislativa Deputado Pedro Bittencourt Neto, que permanece até 06 de fevereiro de 1997. Paulo Afonso
realizou viagem a Suíça, para participar da Reunião Anual do World Economie Fórum, bem como outros
países europeus para contatos com empresários estrangeiros e encontros com representantes de
instituições internacionais.

Em 22 de maio de 1998, Paulo Afonso transmite o exercício do cargo de governador ao Exmo. Sr.
Desembargador João Martins, Presidente do Tribunal de Justiça, que permanece até o dia 01 de junho de
1998.

Em 30 de julho de 1998, Paulo Afonso viaja ao exterior, transmitindo o cargo de governador do Estado ao
Exmo. Sr. Desembargador João Martins, Presidente da Assembléia Legislativa, que permanece até 31 de
julho de 1998.

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Governo Esperidião Amin Helou Filho - 1999 a 2003

Vice Paulo Roberto Bauer

Em 01 de janeiro de 1999, o Exmo. Sr. Esperidião Amin Helou Filho assume o governo do Estado.

Nessa sua segunda gestão, fixou cinco postulados para seu planejamento governamental, a saber: “Incluir,
Crescer, Preservar, Parceria e Bom Exemplo”.
Em 10 de janeiro de 2001, Esperidião Amin Helou Filho viaja aos Estados Unidos da América, passando
o cargo de governador do Estado ao D

putado Gilmar Knaesel, tendo em vista que o vice-governador está em período de licença. O deputado
permanece no cargo até 14 de janeiro de 2001.

Em 10 de maio de 2002, Esperidião Amin Helou Filho viaja ao exterior, passando o cargo de governador
ao Desembargador Antônio Fernando do Amaral e Silva, Presidente do Tribunal de Justiça, que
permanece até o dia 21 de maio de 2002.
Em 13 de agosto de 2002, Esperidião Amin Helou Filho viaja ao exterior, passando o cargo de
governador ao Desembargador Antônio Fernando do Amaral e Silva, Presidente do Tribunal de Justiça,
que permanece até o dia 16-08-2002.

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Governo Luiz Henrique da Silveira – 2003 a 2007

Vice Eduardo Pinho Moreira

Em 01 de janeiro de 2003, o Exmo. Sr. Luiz Henrique da Silveira assume

o governo do Estado.

O ponto chave de seu governo é a descentralização, para que o governo esteja efetivamente presente em
todo o território catarinense. Para tanto, está sendo realizada uma reengenharia da estrutura
governamental, que promove a redistribuição de funções, substituindo funções centralizadas por
regionalizadas. Essa regionalização fundamenta-se nas secretarias e nos conselhos de desenvolvimento
regional.

Além desta característica da gestão, estão presentes a municipalização, a prioridade social e a


modernização tecnológica.

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