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RESUMO
Conforme Limeira (2003), o e-commerce en- Conforme Cruz (2000), e-business é marca
globa a realização de negócios por meio da In- registrada da International Business Machi-
ternet incluindo a venda, não só de produtos ne Corporation, IBM. Em inglês significa Ele-
e serviços físicos, entregues off-line: isto é tronic Business, ou em português, Comércio
por meios tradicionais, mas também de pro- Eletrônico. As três principais oportunidades
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no e-business são: comércio eletrônico, ser- baseados em papel e acelerar pedidos, entre-
viços ao consumidor como acessar seu ban- ga e pagamento de produtos e serviços (LAU-
co diretamente de sua casa (home banking), DON; LAUDON, 1999). Na compra e venda
pagar contas, transferir dinheiro, aplicações de produtos na Internet há vários tipos de ne-
etc.ferramentas para o trabalho em equipe, gócios e novos canais para marketing.
que compreende no meio eletrônico com o
nome genérico de Software Groupware, tra- O maior impulso para o e-commerce veio da
balho em casa ou em qualquer lugar, sem Web, porque ela fornece um esplêndido ve-
ter um escritório propriamente (equipes vir- ículo para a exibição de folhetos eletrônicos
tuais). coloridos e para criação de vitrine eletrônica
interativa e formatos de propaganda cada dia
A principal função do e-business é dar supor- mais modernos como, por exemplo, um dos
te ao comércio eletrônico, às comunicações mais conhecidos e visto são os Pop-up, uma
e a empresas e entre seus clientes e parcei- janela pequena dentro da tela do navegador,
ros de negócios. Uma das melhores oportu- é um formato de impacto, que aparece toda
nidades do e-business é criar uma empresa vez que se abre uma página na Internet. O
focada no cliente, adquirir capacidade para objetivo do e-commerce, segundo O’Brien
manter os consumidores leais, para pre- (2004), é que as empresas envolvidas sejam
ver suas necessidades futuras, para reagir como vendedoras ou compradoras e dispo-
às preocupações do cliente, fornecendo-lhes nham de tecnologia baseada na Internet e de
atendimento de alta qualidade e com isso aplicações e serviços de e-commerce para
agregar valor para o cliente, pois a qualida-
realizar o marketing, a exposição, o proces-
de, mais que o preço, torna-se o principal de-
samento das transações e os processos de
terminante na percepção de valor do cliente
atendimento ao cliente e manutenção do pro-
(O’BRIEN, 2004). Para identificar estratégia
duto. O e-commerce pode utilizar marketing
do e-business as empresas necessitam de
interativo, pedidos, pagamentos e processos
um diferencial estratégico que possa trans-
por barreiras entre simplesmente conectar de apoio ao cliente em catálogos e em sites
a Internet e colher seu potencial de vanta- de leilões na rede mundial de computadores,
gem competitiva. As aplicações mais valiosas acesso de clientes e de fornecedores por
da Internet é que as empresas transpassem meio de extranet a bancos de dados de esto-
barreiras de comunicação e estabeleçam co- ques, acesso de vendedores e dos represen-
nexões que aumentem a produtividade, esti- tantes do atendimento ao cliente por meio da
mulem o desenvolvimento inovador e melho- Intranet a sistemas de Gerenciamento do Re-
rem as relações com o cliente.No início do lacionamento com o Cliente (CRM), Planeja-
século XX, pelo fato da maioria da população mento de Recursos Empresariais (ERP) e co-
brasileira habitar o campo era fraco o poder laboração de clientes no desenvolvimento do
de pressão do proletariado. Porém, segundo produto por meio de trocas de e-mail e de
Gil (1994, p. 15), grupos de notícias da Internet.
mento pode não vir de imediato, assim como como empecilho para a compra virtual. Um
aconteceu com o provedor Universo On-line fator essencial para avaliação de troca ser
(UOL) que, de início, não teve o resultado es- bem sucedida é a confiança na marca; por
perado em acessos, visto pelos seus proprie- isso as empresas devem ser capaz de criar
tários, mas hoje é um dos maiores e mais vi- um vínculo de sentimento em seus consumi-
sitados no Brasil. dores, ganhando-lhes a confiança.
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como uma carteira de identidade virtual Com catálogos ou telefone. No ambiente da Inter-
ela o cliente tem absoluta segurança: de um net, esses riscos são naturalmente percebi-
lado, certifica a autenticidade do cliente, e do dos pelos consumidores, que podem provo-
outro lado, certifica que esse cliente está fa- car resistência de adoção e de realização da
zendo negócio com a empresa real e não com compra. Os riscos a serem avaliados pelos
uma empresa falsa, desconhecida. O Certifi- consumidores são:
cado é emitido por Autoridade Certificadora
Digital (LIMEIRA, 2003). Riscos de tempo, quando o cliente
vê que vai perder tempo navegan-
do na Internet sem achar o que
Ainda segundo o mesmo autor, para a segu-
procura.
rança dos compradores e vendedores virtu- Risco que o site seja falso, ou que
ais, existem os avalistas de confiança em que, a empresa não seja idônea; esse
para se obter confiança por parte de seus receio é reforçado pela inexistên-
clientes, uma empresa virtual pode apoiar-se. cia ou desconhecimento quanto á
São entidades que criam uma atitude de cre- localização física, o que não permi-
dibilidade entre vendedores e compradores, tiria contato pessoal em caso de
problemas.
oferecendo um ambiente seguro e “auditável” Risco de Segurança, quando o
no que se podem estabelecer consentimen- consumidor considera a possibili-
tos e acordos explícitos entre compradores dade de ser vítima de algum crime
e vendedores, para que possam realizar tro- pelo mal uso de suas informações
cas de valores com garantia de segurança pessoais por estranhos.
e privacidade. São chamados avalista de pa- Risco associado à marca, referen-
te à possível má qualidade do pro-
gamentos e o avalista de confiança propria-
duto ou serviço.
mente dito. O avalista de pagamentos, como Risco de privacidade, associado
a Verifone® (http://www.verifone.com) a IC a possível venda para terceiro ou
Verify® (http://www.iceverify.com) e a cyber mau uso de suas informações pes-
cash.com, empresas que garantem transa- soais.
ções de pagamentos seguros, reduzindo o
risco para compradores e vendedores. Essas Tomemos o item do risco associado à mar-
empresas oferecem sistemas de pagamento ca, que é o que acontece em alguns casos
com avançada tecnologia de segurança como em que o cliente pede um produto de deter-
criptografia (linguagem cifrada de códigos) e minada marca e recebe um produto de infe-
expertise (perícia) sobre avaliações de ris- rior qualidade. Se não for um site seguro ou
cos. Conforme Meyer, Baber e Pfaffnberger conhecido, fica difícil para o cliente negociar
(1999) afirmam em seu livro que a empresa com essa empresa. Nos dias atuais existem
Amazon.com® informou que nenhum de seus várias empresas que já trabalham com logís-
mais de 2,5 milhões de clientes experimenta- tica reversa, onde o cliente consumidor re-
ram quaisquer problemas com fraude de car- cebe por e-mail um formulário chamado de
tão de crédito. certificado de postagem para que este envie
pelo correio a mercadoria para devolução ou
troca, em caso de defeito, sem nenhum cus-
Riscos nos processos de compra to para o cliente.
Ainda há algumas resistências sobre os pro- Para evitar que aconteçam certos aborreci-
cessos de compras pela Internet. Conforme mentos, o cliente deve, primeiro, verificar se
Limeira (2003), a avaliação do consumidor o site de compra é de uma empresa idônea,
sobre os riscos envolvidos nesse processo para fazer suas transações com seguran-
gera fator tradicionalmente conhecido pelas ça, Já, para a empresa evitar casos de re-
empresas de marketing direto e vendas por clamação, é necessário que esta se cerque
Maringá Management: Revista de Ciências Empresariais, v. 3, n.2 - p.19-25, jul./dez. 2006 23
MARINGÁ MANAGEMENT E-COMMERCE: COMPRAS COM SEGURANÇA E CONFIANÇA PELA INTERNET
de cuidados, pois estará obrigada a cumprir um meio que oferece comodidade, maiores
o ofertado quando o consumidor manifestar opções e possibilidade de preços reduzidos.
sua vontade de concluir o pedido. Isso signi-
fica que, caso o cliente venha a adquirir um De fato, o comportamento do consumidor
bem que a empresa não tenha disponível no em relação às compras pela Internet é o re-
estoque, esta poderá ser obrigada a indeni- sultado de um processo contínuo, desde a
zar eventuais perdas e danos sofridos pelo necessidade de adquirir um serviço ou pro-
consumidor em virtude do descumprimento duto da maneira mais rápida e sem sair de
do ofertado, (FORGIONI, 2000). Isso aconte- casa. Este é um dos fatores pelos quais se
ce no caso de produtos “genéricos”, ou seja, levam as pessoas a utilizar o e-commerce. O
produtos pirateados. Por isso é necessário estímulo recebido pelas páginas multifuncio-
que o site tenha bem claro todas as infor- nais da Internet, para muitos significa status
mações dos estoques disponíveis das merca- e comodidade. Com isso ninguém quer ficar
dorias. Consideremos o contrato firmado de para trás.
compra: desde o momento em que o cliente
clicar em “comprar”, ele manifestará sua von-
tade diante do computador. Para a lei, con- CONCLUSÃO
forme “Art.129 do Código Civil, a validade
das declarações de vontade não dependerá Conforme o exposto, foi verificado que a tec-
de forma especial, senão quando a lei expres- nologia do e-business, suas oportunidades e
samente o exigir”. Em respeito ao direito do vantagens para as empresas estarem à fren-
consumidor, conforme “art. 30 – “Toda infor- te é um requisito a que todo administrador
mação ou publicidade, suficientemente pre- deve estar atento para ter um diferencial e
cisa, veiculada por qualquer forma ou meio saber aplicar na sua empresa o melhor Sof-
de comunicação com relação a produtos e tware que seja uma ferramenta para melho-
serviços oferecidos ou apresentados, obriga rar sua participação na competitividade em-
o fornecedor que a fizer veicular ou delas se presarial. O e-commerce que foi mais aborda-
utilizar e integra o contrato que vier a ser do neste trabalho, é a última geração no pro-
celebrado.” Destaque deve dar-se o fato de cesso de compras pela comodidade de fazer
o texto legal fazer referência a “toda infor- suas compras sem sair de casa. Isso é o que
mação ou publicidade [...] veiculada por qual- a Internet nos proporciona. Esse mundo virtu-
quer forma” (FORGIONI, 2000). Com o expos- al é o que melhor expressa a evolução tecno-
to abrange também a venda pela Internet o lógica de todos os tempos. Foi verificado so-
site de venda deve conter toda a informação bre a segurança do e-commerce que é como
para o cliente de como proceder em caso de comprar em uma loja de estabelecimento
possíveis trocas de mercadorias ou qualquer comercial, tem todos os direitos garantido
reclamação. Pesquisas indicaram que a expe- como foi citado no Código de Defesa do Con-
riência do uso da Internet é um meio de re- sumidor. Foi analisado o comportamento do
duzir as resistências e as atitudes desfavorá- consumidor em relação às compras virtuais,
veis em relação à compra pela Internet vista os motivos de resistência que muitos têm em
como tecnologia e os sites, quando conside- relação a fraudes, mas o risco que se corre
rados marcas que identificam serviços, pro- todo dia em qualquer lugar, até mesmo quan-
dutos e empresas. do se tem os documentos roubados ou perdi-
dos, a possibilidade de isso acontecer exclu-
Conforme Limeira (2003), pesquisas revela- sivamente pela Internet é muito remota. Com
ram que a maioria dos usuários com experi- este estudo é possível deixar margem para
ência demonstrou atitude favorável em rela- futuros aprofundamentos neste assunto, vis-
ção a compra pela Internet, considerando-a to que o e-commerce está se expandindo em
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