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A ETNOGRAFIA COMO PARADIGMA DE CONSTRUÇÃO
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Camara Brasileira do Uvro, SP, Brasil)
GhBJJDi Evandro
Questões de método na construção da pesquisa em educação / Ev-andro Ghodin, Maria Amélia Santoro Franco - SSo Paulo: Cortez, 2008. -
(Coleção docência em formação. Série saberes pedagógicos / coordenação Antônio Joaquim Severino, Selma Garrido Pimenta)
Bibliografia
ISBN 978-85-249-1395-2
1. Pedagogia 2. Pesquisa educacional-Metodologia 3, Professores - Formaçio Profissional í Franco, Maria Amélia Santoro, ü. Severino, Antônio
Joaquim. HL Pimenta, Selma Garrido. IV. Titulo. V. Serie.
CDD-370.7201
Segundo Ezpeleta e Rockwell (1985; 1986), a etnografia refere-se tanto a uma forma de proceder na pesquisa de campo como ao produto final
da pesquisa. Costuma-se, também, identificá-la como método, porém insiste-se muito mais em que ela seja um enfoque, uma abordagem ou uma
perspectiva; algo que articula o método com a teoria, mas não esgota os problemas nem de um nem de outro. Com efeito, os problemas
metodológicos e teóricos fazem parte de um mesmo universo investigativo que compõe a estrutura epistemológica do conhecimento sobre as
dimensões da cultura de um grupo étnico, de uma sociedade em particular ou, então, de determinado grupo de sujeitos no interior de um Estado-
nação.
Segundo Geertz (1989, p. 4), a etnografia é uma prática.
Praticar a etnografia é estabelecer relações, selecionar informantes, transcrever textos, levantar genealogias, mapear campos, manter um diário /.../.
Mas não são essas coisas, as técnicas e os processos determinados, que definem o empreendimento. 0 que define é o tipo de esforço intelectual que ele
representa: um risco elaborado para uma "descrição densa".
Pode-se dizer que a pesquisa etnográfica é uma atividade observadora e interpretativa realizada pela análise de algo que é público. A análise
fixa-se, portanto, nas estruturas de significação a fim de determinar sua base social e sua importância. Desse modo,
o etnografia é uma descrição densa. 0 que o etnágrafo enfrenta de jato \.„)éuma multiplicidade de estruturas conceituais complexas, muitas delas
sobrepostas ou amarradas umas às outras, que são simultaneamente estranhas, irregulares e ínexplícitas, e que ele tem que, de alguma forma,
primeiro aprender e depois apresentar. E isso é verdade em todos os níveis de atividade do seu trabalho de campo, mesmo o mais rotineiro: entrevistar
informantes, observar rituais, deduzir os termos de parentesco, traçar as linhas de propriedade, fazer o censo doméstico... escrever seu diário. Fazer
etnografia é como tentar ler /.../ um manuscrito estranho, desbotado, cheio de elipses, incoerências, emendas suspeitas e comentários tendenciosos,
escrito não com os sinais convencionais do som, mas com exemplos transitórios de comportamento modelado (Geertz, 1989, p. 7).
O trabalho etnográfico está ligado a um processo de compreensão da totalidade da cultura, embora se dê com base numa realidade bem
particular e específica. Para apreender a abordagem etnográfica, é preciso partir de uma compreensão de cultura, na qual essa perspectiva tem
origem. Nesse sentido, assume-se aqui a posição de Geertz (1978, p. 15), que diz: "O conceito de cultura que eu defendo ê essencialmente semiótico.
Acreditando que o homem é um animal amarrado a teias de significados que ele mesmo teceu, assumo a cultura como sendo essas teias e a sua análise; não como uma
ciência experimental em busca de leis, mas como uma ciência interpretativa, à procura do significado."
Nessa mesma linha, "a cultura ¿ pública porque o significado o f (Geertz, 1978, p. 22). O trabalho de pesquisa de cunho etnográfico torna-se
importante e significativo justamente porque somente ele permite a compreensão do todo da cultura em sua dinâmica e nas relações particulares
que a compõem.
Como sistema entrelaçado de signos interpretáveis, a cultura não é um poder, algo ao qual podem ser atribuídos casualmente os
acontecimentos sociais, os comportamentos, as instituições ou os processos; constitui, antes, um contexto, algo dentro do qual eles podem ser
descritos de forma inteligível, ou seja, com densidade, evidenciando os elementos mais sutis como fundamentais para perceber os significados
latentes nas relações culturais.
A cultura é tratada puramente como sistema simbólico pelo isolamento de seus elementos, especificando as relações internas entre eles e
passando então a caracterizar todo o sistema de uma forma geral. A etnografia busca justamente a compreensão completa de um sistema
simbólico, analisando suas particulares nuanças.
A análise cultural é uma espécie de adivinhação dos significados, uma avaliação das conjecturas, um delineamento de conclusões explanatórias
com base nas melhores hipóteses, e não a descoberta do continente do significado e o mapeamento de sua paisagem incorpórea.
O ponto global da abordagem semiótica da cultura é auxiliar o pesquisador na obtenção do acesso ao mundo conceptual em que vivem os
sujeitos investigados, de sorte que possa, por meio do diálogo, compreender o que eles são e como constroem os sentidos para suas relações.
No processo de pesquisa, a dupla tarefa é descobrir as estruturas conceituais que informam os atos dos sujeitos, o "dito" no discurso social, e
construir um sistema de análise nos termos do que é genérico a essas estruturas, do que pertence a elas porque são o que são e se destacam em
relação a outros determinantes do comportamento humano.
Olhar as dimensões simbólicas da ação social não significa afastar-se dos dilemas existenciais da vida em favor de algum domínio empírico
de formas que não envolvam emoção; significa, antes, mergulhar no meio delas, penetrar em sua profundidade, para captar o sentido de ser no
significado público e manifesto da cultura, pois somente nisso o pesquisador pode "tocar" para construir a visão da cultura que são os sujeitos
e ele próprio.
Captar o sentido implica perceber a coerência das relações estabelecidas com base nas informações fornecidas ao pesquisador. A força da
interpretação não repousa na rigidez com que essas relações se mantêm ou na segurança com que são sustentadas numa argumentação, mas na
leitura do que acontece, sem divorciá-las do que acontece. Uma boa interpretação de qualquer coisa exige descobrir o que significa toda a
trama de significados.
Do ponto de vista metodológico, a emografia pode ser entendida à luz de três princípios procedimentais:
1. O conhecimento constitui um modo de estar no mundo, urna forma de vida e as variedades da experiencia intelectual. O uso de dados
convergentes, tais como descrições, medidas, observações e fatos coleta-dos, tem a capacidade de elucidar a vida dos individuos descritos no
processo invesrigativo. Para Geertz (1997, p. 234), "o foco em comunidades naturais, grupos de pessoas que estão ligadas entre si de múltiplas maneiras,
possibilita a transformação daquilo que parece ser apenas uma coleção de material heterogêneo em uma rede de entendimentos sociais que se reforçam
mutuamente".
2. O interesse em categorias lingüísticas tem a tendência de concentrar-se em palavras-chave (ou, como se diz em projetos de pesquisas
educacionais, em categorias de análise) que, quando têm seu significado decifrado, iluminam toda uma forma de viver no mundo.
3. A concentração da atenção nos ritos de passagem, nas definições de papéis relativos à idade ou ao gênero, nos elos entre gerações sempre
foi elemento importante na análise etnográfica porque, ao demarcarem posições ou relacionamentos que a maioria das pessoas vivenciam, eles
parecem fornecer ao menos alguns pontos razoavelmente estáveis no redemoinho do material com que se trabalha na investigação etnográfica.
De modo geral, a etnografía é concebida como "ciência da descrição cultural" e tem como pressuposto a idéia de que o pesquisador deve
compreender o significado latente dos comportamentos dos sujeitos. Nesse sentido, o pesquisador deve exercer o papel subjetivo de participante
e o papel objetivo de observador, pondo-se numa posição ímpar para compreender e explicar o comportamento humano (Lüdke e André,
1986).
Engers (1994) sustenta que a perspectiva desse paradigma é a penetração no mundo pessoal dos sujeitos, buscando a compreensão, o
significado particular da ação das pessoas. Dessa forma, ele utiliza como critério a evidência do acordo intersubjetivo no contexto educacional.
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Pretende, ainda, desenvolver um conhecimento ideológico, assumindo que a descrição pode mostrar uma realidade dinâmica, múltipla e
holística.
Para Borges (1994), há alguns pressupostos a ser considerados no processo de construção de conhecimento que tenha como referência a
abordagem etnográfica:
• Existem realidades múltiplas, holísticas, socialmente construídas. Cada realidade forma um todo que não pode ser compreendido se isolado do
contexto.
• Há intenção entre conhecimento e conhecedor, inseparáveis em virtude de suas influências recíprocas.
• O objetivo da pesquisa é desenvolver um corpo de conhecimentos em forma de hipóteses de trabalho que descrevam um caso individual. Não se
podem generalizar os resultados da pesquisa válidos apenas em tempo e contexto determinados.
• Tudo se encontra em estado de influência mútua e simultânea, sendo impossível distinguir causas e efeitos em uma relação direta, como no caso
das ciências que usam métodos experimentais.
• A pesquisa depende de valores. É influenciada pelos valores do pesquisador, manifestos na delimitação do problema, assim como pelo
paradigma que guia a investigação, pelas teorias que embasam a coleta, a análise e a interpretação dos dados e pelos valores inerentes ao
contexto.
Nesse modelo de pesquisa, em vez de buscar causas e efeitos, é preciso considerar a sincronicidade dos fenômenos e suas diversas
possibilidades de realização. Em determinado contexto, cada elemento inte-gra-se com todos os outros. "Mas a interação não tem direcionamento,
nem precisa produzir um efeito determinado [...]que simplesmente 'acontece'como um produto da interação" (Lincoln e Guba, 1985, p. 151).
No contexto da investigação, deve-se levar em conta a interação entre o pesquisador e sua pesquisa, que se influenciam reciprocamente. O
simples ato de observar provoca modificações tanto no observador como no observado, principalmente porque, no caso da pesquisa em
educação, ambos são seres humanos e participam de culturas que se diferenciam — e, quando não se diferenciam, é necessário que o
pesquisador construa um olhar distanciado e de estranhamento sobre o modo pelo qual as relações se produzem no espaço e na cultura
estudada.
A realidade poderá ser transformada quando se deixa de limitá-la e mutilá-la com preconceitos e racionalizações, assumindo uma razão
aberta às emoções e ao desconhecido. Tal posição, assumida pela fenomenologia da existência, faz ver o mundo como paradoxo. Segundo
Lincoln e Guba (1985), o mundo parece paradoxal apenas quando se tenta descrevê-lo, e não enquanto se está vivenciando toda sua dinâmica e
complexidade. Para esses autores, o essencial da pesquisa — portanto, dos objetos a investigar — é a ação dos sujeitos em dado contexto, sempre
significativo e carregado de sentidos.
Não raro se constata a tendência de ser "realista', excluindo do real o que não se enquadra na própria visão estreita de um modo fechado, sem
lugar para o sonho e a utopia. Esquece-se que o sonho e o devaneio fazem parte da realidade interna, impulsionando transformações e
crescimento pessoal (Borges, 1994).
A educação constitui um fenômeno extremamente complexo, o qual não se pode compreender sem levar em conta todas as dimensões do ser
humano. Portanto, a pesquisa educacional constrói teorias que emergem das situações vividas, experimentadas no contexto da ação cotidiana,
pois é lá que a vida acontece em toda sua riqueza existencial.
A realidade é sempre a mesma em suas mais diversas facetas; há, porém, algumas concepções sobre sua natureza que favorecem a reflexão
sobre essa problemática:
• realidade objetiva: concepção denominada de realismo ingênuo, afirma a existência de um mundo tangível fora dos sujeitos. O conhecimento
sobre o mundo é uma aproximação do real.
• realidade percebida: é a concepção que considera a existência do real, mas não a possibilidade de conhecê-lo de forma completa. Ele pode ser
conhecido parcialmente por meio de percepções, que constituem visões incompletas do mundo.
• realidade construída: segundo tal concepção, a natureza é uma construção realizada pelos indivíduos. Considera-se o mundo tangível como
passível de muitas interpretações.
• realidade criada: essa concepção afirma não existir uma realidade pronta, acabada. O real configura-se uma criação do próprio ser humano,
não como algo definido, mas como probabilidade de vir a ser (Castro, 1994, p. 53-54).
No paradigma etnográfico, desaparece a separação entre o domínio da descoberta e o da verificação; o primeiro não é incorporado ao
processo de investigação, mas apresenta-se como um precursor dela. A dicotomia entre coleta e análise dos dados transfor-ma-se. Os dois
movimentos são realizados simultaneamente, promovendo a autodefinição da própria dinâmica da pesquisa. À medida que se vai efetuando a
coleta, vai sendo construída a interpretação, até ser alcançado um nível de redundância das informações indicativo de que o pesquisador
conseguiu o máximo de variação possível sobre dado contexto. O relato, sob a forma de estudo de caso, configura-se uma experiência vicária
que propicia ao leitor reconstruir o contexto estudado por meio de descrições densas, possibilitando-lhe atingir novas compreensões críticas com
base na leitura feita da pesquisa. A posição epistemológica que permite essa interpretação é aquela segundo a qual existem múltiplas realidades
construídas pelo sujeito cognoscitivo. Tal situação exige um processo reflexivo, o qual faculta ao pesquisador o alcance de um nível mais alto de
lucidez e integração em sua prática.
De acordo com Castro (1994), nesse paradigma, os insights, emoções, intuições, tudo é reconhecido e incorporado de forma sistemática no
processo de pesquisa, pois o pesquisador se encontra inteiro nela e se modifica em seu decurso.
O pesquisador faz parte essencial do processo, e suas habilidades pessoais é que vão, de certa forma, orientar, enriquecer ou limitar a
produção do conhecimento. O papel instrumental do qual ele se investe nessa atividade íundamenta-se na posição epistemológica assumida e na
própria experiência vivida da pesquisa, que revela "mudanças que refletem experiências passadas e futuras antecipações" (Castro, 1994, p. 59).
O pesquisador usará suas habilidades de olhar, escutar, ler. Assim, tenderá a usar entrevistas e observações, estudar em arquivos e
documentos, observar comportamentos não verbais e interpretar medidas não obstrutivas.
A seleção dos sujeitos da pesquisa seguirá a amostra intencional. Esta é definida à luz dos objetivos do estudo, que se vão esclarecendo no
próprio processo de sua realização. A amostra do estudo não é estabelecida de antemão, mas desenvolvida de forma intencional com base na
própria teoria que emerge dos dados e que é verificada com novas coletas intencionais de informação (Castro, 1994).
A análise indutiva de dados proposta pelo paradigma etnográfico pode ser concebida como o processo de dar significado aos dados coletados
em campo. Ela parte das entrevistas, das observações e envolve o estabelecimento de unidades e o processo de categorização, bastante
semelhante à análise de conteúdo (Lincoln e Guba, 1985).
Relacionada com a amostra intencional e com a análise indutiva de dados, encontra-se, nesse paradigma, a idéia de groundedtheory, que se
desenvolve com base na análise dos dados coletados, e não numa teoria que os antecede. O pesquisador parte de um foco inicial e, à medida que
vai coletando e analisando os dados, vai definindo a amostra intencional e o foco da investigação. O resultado desse processo de construção e
interpretação deverá ser negociado com os informantes c com outros grupos interessados. Resultados negociados devem ser buscados por todos
os pesquisadores naturalistas, pois a interpretação construída pelo investigador deve passar pelo crivo dos informantes e de outros envolvidos.
Os informantes possuem o direito de participar e discutir a interpretação desenvolvida pelo pesquisador (Castro, 1994).
A forma proposta de apresentação do resultado da pesquisa é o estudo de caso, que reúne as condições para conter as descrições densas e pode
ser um retrato da situação investigada de maneira holística. Também oferece a possibilidade de dar a conhecer as múltiplas concepções que
emergem do estudo realizado. O estudo de caso é considerado a forma ideal de relatório de pesquisa para o paradigma etnográfico. Sua
apresentação é problematizada, tendo em vista a audiência para a qual se dirige e as inúmeras possibilidades de comunicação do mesmo
conteúdo (Guba e Lincoln, 1981).
A
As descrições densas devem ser fonte para o julgamento do contexto estudado e das possibilidades de transferência. O limite do estudo é
determinado pelo foco estabelecido na definição do problema na relação com os objetivos da investigação. A pesquisa começa com um foco
inicial que se vai definindo e se realizando no processo de construção do conhecimento. O foco do estudo determina seus limites, fixando o que vai
ser pesquisado e servindo como critério para inclusão-exclusão de novas informações. Apesar dessa especificidade do trabalho, é importante
lembrar que o registro deve atingir um universo sempre maior do que o enfoque determinado pelo pesquisador para seu objeto.
Segundo Castro (1994), nesse paradigma, os critérios para a validação de uma pesquisa são credibilidade, "transferibindade",
"depcndibilidade'' e verificabilidade.
2. O trabalho de campo como
especificidade da pesquisa etnográfica
O trabalho de campo constitui um conjunto de ações orientadoras dos procedimentos de pesquisa a ser realizada em determinado contexto
com o objetivo de compreender um objeto de investigação. A expressão "trabalho de campo" surgiu das experiências práticas dos etnógrafos
que procuraram e procuram validar o conhecimento das culturas ou dos grupos étnicos estudados com base nas ciências sociais ou, mais
especificamente, na Antropologia. Trata-se de uma forma de caracterizar uma perspectiva de pesquisa não desenvolvida nos espaços da
experimentação, o que evidencia ser o conhecimento oriundo de dado contexto vivido por um conjunto de sujeitos que constroem suas relações
à medida que são significativas para o constructo de suas existências. Geralmente o trabalho de campo é apresentado com base nas técnicas da
"observação participante", no intuito de certificar que a pesquisa etnográfica implica, antes de tudo, participação efetiva na vida dos sujeitos
investigados. Compreendendo essa íntima relação, convém examinar e descrever o processo de pesquisa por meio da observação participante.
Segundo Matta (1976, p. 20),
o trabalho de campo [...] tem como uma de suas características um profundo envolvimento do pesquisador com o seu objeta de estudo que /.../ não é
um documento distante ou uma fria freqüênáa estatística, mas um conjunto de pessoas, identidades e relações caoticamente percebidas peio
investigador nos seus primeiros momentos de trabalho. É a partir deste conjunto nebuloso que [o pesqubadorj procura inventar uma forma e com
ela iluminar suas hipóteses de teorias.
O trabalho de campo é a forma utilizada pela maioria dos investigadores qualitativos para recolher
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seus dados de pesquisa. Como já foi dito, ele envolve estar dentro do mundo do sujeito: não como uma pessoa que sabe tudo, mas como alguém
que quer aprender; não como uma pessoa que quer ser como o sujeito, mas como alguém que procura saber o que é ser como ele. Nessa
estratégia busca-se ganhar a aceitação do sujeito não como um fim em si, mas porque isso abre a possibilidade de atingir os objetivos da
investigação (Geertz, 1978).
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