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Adeus, família!

Alceu A. Sperança

Filho do crack:
menino nasce em
uma cadeia e já é
viciado na droga.
A mãe adolescente
fumou durante
toda a gravidez

Casal atira bebê pela janela. Pai mata filho de quatro anos e se suicida. Feto
atirado em lixeira. Filho espanca o pai. Marido atropela esposa na garagem.
Mãe mata bebê que chorava. Mulher mata avó e primos.
O noticiário criminal (impropriamente chamado “policial”) anda muito
família, ultimamente.
Vovô Marx já disse que “a burguesia rasgou o véu sentimental da família,
reduzindo as relações familiares a meras relações monetárias”. Mas agora,
meus filhos, está rolando facada, tiroteio e pescoção como nunca antes na
história deste País.
A família foi desejada como a base da sociedade. Formaria um quadrado
sustentável com a União, o Estado e o Município. Mas o declínio da família a
fez ser substituída pelo condomínio.
Agora, as quatro esferas do Estado, menos na Carta Magna que na prática
maligna, são: Condomínio, Município, Estado e União. Impostos e taxas de
montão.
Há condomínios que têm até milícias particulares e uma “lei orgânica” toda
própria, que pode ou não coadunar com a do Município. Criaram fronteiras
dentro de uma mesma cidade, com fortalezas e muros separando os ricos
assustados dos pobres assustadores.
Mas é o povo está assustado: tem medo mais de si mesmo, de familiares e
vizinhos que de seus encastelados opressores.
A mãe que implora à polícia para prender o filho crackento mostra medo
até da própria sombra, além do filho e dos traficantes. O sofrimento psíquico
no âmbito familiar vai desde a violência física até as raias do bullying
doméstico e da bolinação caseira.
Não é de estranhar que jovens aloprados abandonem o convívio familiar
para se juntar ao convício barulhento com outros desorientados nos
bobódromos.
Titio Engels dizia que a família moderna se baseia na “escravidão
doméstica, transparente ou dissimulada, da mulher”.
Supõe-se então que a libertação feminina porá abaixo essa estrutura
familiar. E muito mais ainda cairia com a mulher livre, na medida em que o
homem, nessa família-modelo, “é o burguês e a mulher representa o
proletariado”.
Difícil aplicar esse modelo de família burguesa ao “chefe” que por vezes
não troca, mas compatibiliza a mulher de levar na igreja de 50 anos com duas
de 25 escondidas em quitinetes nas cidades-dormitórios vizinhas, onde elas
são chefes da própria família, com seus filhos da “prata” de pais ausentes ou
secretos.
Pais que também se ausentam dos filhos de “ouro” do casamento formal,
usado para se fazer de honrado perante a sociedade moralista, esquema que
tantos argumentos deu às tramas rodrigueanas.
Só se entende essa bagunça pela supremacia do dinheiro como substituto do
amor familiar. O vil metal, nesse caso, também avilta a família, reconstruindo-
a em um “novo tipo”.
Nessa família caótica nada católica da atualidade, o abastado distribui renda
aos seus bastardos e os pais desempregados dão no pé ou são expulsos de casa
depois do terceiro porre com tira-gosto de violência doméstica.
Que libertação! As mulheres “libertas” do jugo masculino se escravizam às
dívidas e a turnos duplos e triplos de trabalho...
O buraco é mais lá em cima, bem lá em cima. E assim caminha a
desumanidade. Ou se desencaminha a humanidade.
alceusperanca@ig.com.br
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O autor é escritor

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