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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais


Instituto de Ciências Humanas
Departamento de Geografia - 8º período
Cultura Religiosa II - César Carneiro
Aluna: Brehna Teixeira de Melo

Resenha Acadêmica

Bibliografia:
MARTINI, Antonio et al. O humano, lugar do sagrado. 4. ed. São Paulo: Olho d'Água,
1998. 62p.

A obra que Martini organizou reúne reflexões a respeito do humano, como lugar do
sagrado. A obra se divide em sete capítulos que tratam essa questão, são eles: A construção
do Humano, A aventura da Liberdade, Ética e Utopia, O provisório e o Transcendente,
Mergulhar na Totalidade, O homem contemporâneo e a sacralidade, fechando com O
diálogo pelo Avesso. No primeiro capítulo o autor apresenta a construção do ser humano
como um processo de “gestar, a cada dia, um sentido novo de viver”, mostra que a
construção desse humano é social, cultural e cheia de significações e simbolismos, além de
tomar consciência de si, possuir linguagem e transmitir esse conhecimento através das
gerações. A religião faz parte disso, ela auxilia no entendimento e possibilita a
transcendência, é uma construção humana, junto à ciência e às experimentações da vida. O
segundo capítulo trata da liberdade, que é uma preocupação universal. Sua ausência ou
falta é que “nos motiva a falar dela e sua presença enquanto preocupação impulsiona a
humanidade a avançar”. Coloca a moral como objeto que viabiliza o processo biogenético
e sócio-cultural, uma vez que a moral não existe sem liberdade e, esta exige normas e
vontades. A liberdade se dá a partir da humanidade e de sua história, essencialmente pelas
ações humanizadoras que tornam a humanidade livre. Essa liberdade não pode ser
conquistada individualmente, uma vez que o outro não é livre, você também não o é. A
vida não é sinônima de liberdade, é uma construção social que perpassa o acesso as artes, à
ciência, filosofia, tecnologia. “Libertar-se das correntes da fome e da burocracia, do frio e
da ignorância é humanizar-se. Libertar-se do imanente, transcender-se para romper com a
alienação”, isso é ter liberdade, segundo o autor. O terceiro capítulo traz a reflexão sobre a
ética, caracterizando-a como diferente da moral. A moral é o conjunto de valores,
princípios e regras, noções de bem e mal, que norteiam o comportamento humano. Seu
núcleo está na responsabilidade, e daí a liberdade. Liberdade, consciência do dever,
vontade, relacionadas à determinação de regras sociais, são os componentes da ação moral.
A ética é o questionamento dessa moral. A liberdade utópica prevista pelo autor se
apresenta na forma de conquista dessa liberdade coletiva, visto que não existe liberdade
individual, pois se o “outro” não for livre o indivíduo também não o é solitariamente. É a
idealização de algo melhor, é o “vir a ser”, uma esperança de futuro. A partir do quarto
capítulo se inicia a discussão do sagrado, e esta vai até o último. No quarto a discussão se
faz entre a provisoriedade humana e o transcendente. “O ser humano é um ser de relações e
se encontra na provisoriedade... Através de tais relações, almeja conferir alguma solidez à
provisoriedade”. Relaciona-se de múltiplas formas com a natureza, a sociedade e com o
Transcendente, assim almeja alguma solidez à provisoriedade. O Trabalho é a tentativa de
superar as limitações impostas pela natureza. “A capacidade de transcender, possibilita ao
homem integrar em seu âmbito tudo o que lhe é exterior”. A criação cultural, inerente ao
homem, é que possibilita essa transcendência. O contato com a religiosidade permite que
ele supere o provisório para algo maior que si, o faz através de simbolismos e a percepção

O humano Lugar do Sagrado – Martini, Antonio et al. – Resenha Acadêmica – Brehna T. Melo.
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de “forças superiores” o faz transcender. Ele tenta o contato com o “Absoluto” e, a partir
daí, “o provisório faz sua síntese com o eterno”. O capítulo 5 traz a reflexão de que a
religião está presente no humano, pois se liga a sua cultura. Mostra que a religião é uma
porta para o transcendente e que deve libertar ao invés de alienar o indivíduo. Traz ainda a
questão do consumismo religioso, na qual os “arautos da palavra” transformam a religião e
a fé em mercadoria. Texto mostra que para se “mergulhar na totalidade” é necessário
refletir sobre o papel libertador que a religião originalmente possui e perceber o lugar da
religião na trajetória humana, possibilitando ser resgatados do individualismo fechado e ir
em “direção do mistério do nosso transcendente vir-a-ser”. O capítulo 6 mostra que na
sociedade contemporânea o ser humano anseia por vida em plenitude, mas concretamente
se vê mergulhado num sistema de guerras, corrupção, desemprego, poluição, desigualdade
sociais. Dentro deste cenário, uma das maneiras de encarar as crises é recorrer a promessas
imediatas de uma vida melhor, como novas religiões, que como estratégia de marketing
prometem a salvação individual, como posse e consumo do sagrado. Assim, em vez de
superar o desligamento, este se aprofunda. Como uma das características do sagrado é
transcender, este envolve a ultrapassagem das aparências imediatas, entender a existência
enquanto vir-a-ser, enquanto processo, já que “a comunhão com o sagrado não é um
estágio primitivo na evolução da consciência do homem, mas é intrínseca à estrutura da
subjetividade humana”. Para fechar a obra, o capítulo 7 traz o “diálogo pelo avesso” o qual
é necessário um diálogo da Teologia com a Modernidade, visto que existe uma necessidade
de atender ao imediato, já que “só uma reflexão teológica capaz de explicitar a sabedoria e
o Amor de Deus pela humanidade atual, estará em condições de dialogar com a
Modernidade”. Além disso, o mercado tende a aprofundar cada vez mais à distância entre
as classes sociais. A Teologia da Libertação iniciou um diálogo com a Modernidade,
partindo dos marginalizados. “Só quem reconhecer que participando da aventura humana,
da consciência de pertencer a essa espécie errante que abre seu caminho no Universo, pode
perceber as novas epifanias do sagrado”.
A obra permite pensar não apenas o sagrado, mas, também, a construção do
humano. Somos seres de carne e também seres culturais, sociais, com necessidades
específicas que a secularização atenuou. Distanciamos-nos cada vez mais do sagrado na
tentativa de obtenção de prazeres imediatos, de confortos para nossas angústias. Contudo,
nunca estivemos tão solitários, mesmo na coletividade – se ela ainda existe – procuramos
remediar essas sensações através de místicas diferentes, alternativas, e mesmo as antigas
instituições religiosas. Contudo fazemos de forma não tradicional, ou seja, deixamos de
procurar essas instituições de forma física e agregamos aquilo que delas nos interessa. A
desterritorialização religiosa em que nos encontramos faz parte desta idéia. Uma utopia em
que queremos acreditar que nos possibilite transcender sem pertencer. A modernidade
trouxe as luzes do conhecimento e esta tentou negar a religiosidade por um longo período.
Como não conseguiu explicar todas as carências humanas, foi necessária uma nova forma
de pensar a Teologia para libertar da negligência, da alienação e tentar proporcionar a
liberdade aos indivíduos, já que este não pode ser livre enquanto o outro não o for também.
Obras como essa organizada por Martini são bastante relevantes para a formação do
conhecimento. Contudo a leitura é um tanto complexa, especialmente os três primeiros
capítulos, pois exige um conhecimento básico de filosofia que nos é negligenciado no
ensino médio, mas mesmo isso não atrapalha o entendimento da obra. Quanto aos outros
quatro capítulos, um conhecimento razoável de Teologia ou Cultura Religiosa auxilia na
compreensão. A obra pode e deve ser lida por qualquer pessoa que tenha interesse no tema,
contudo é mais bem aproveitada por acadêmicos devido aos inúmeros fatores a serem
considerados durante a leitura.

O humano Lugar do Sagrado – Martini, Antonio et al. – Resenha Acadêmica – Brehna T. Melo.

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