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O cristianismo é a religião com maior número de adeptos em todo o mundo. São mais de
2.1 bilhões de adeptos ao redor do globo. O que hoje é a religião predominante no mundo
teve seu início na Galiléia com um líder, Jesus, e mais doze discípulos denominados
apóstolos. De uma simples ramificação do judaísmo do primeiro século, dividindo espaço
com fariseus, saduceus e essênios, o cristianismo surge com uma mensagem diferente,
dentro do contexto daquela época. Não pregavam revolução armada contra os romanos, aos
quais estavam sujeitos, mas o arrependimento e a vinda próxima do reino de Deus1, amor
ao próximo e o perdão.
O que parecia ser um novo movimento de messianismo, comum nos primeiro séculos A.D.
naquela região, poderia ter-se extinguido se após algum tempo seus discípulos não
afirmassem tê-lo visto e falado com eles após sua morte.
Os evangelhos nos informam que a partir daí o grupo de discípulos do judeu começou a
pregar a mensagem de que o Messias que Israel esperava, já tinha vindo, foi morto, porém
havia ressuscitado ao terceiro dia e que sua morte pagou os pecados de todo o mundo2.
Com sua morte Jesus tornava-se o primeiro de muitos que morreriam pela fé cristã.
Falar de cristianismo é falar ao mesmo tempo em martírio. Desde suas origens os cristãos
sofreram perseguições pela fé que professavam. Em seu início, os primeiros perseguidores
foram os próprios judeus. No Novo Testamento, o livro “Atos dos apóstolos” relata as
diversas perseguições a que foram submetidos os cristãos do seu tempo pelos judeus a
gentios, por onde quer que a doutrina cristã fosse levada. Posteriormente, os cristãos foram
perseguidos diversas vezes e por vários motivos pelos imperadores romanos começando
sob governo de Nero3.
Em todo o período das perseguições uma marca distintiva dos cristãos foi o martírio.
Ecoava na mente dos discípulos a frase do Mestre galileu “mas aquele que perseverar até o
fim será salvo”.4 Para os cristãos o martírio era uma prova de sua fé. A própria palavra
mártir vem do grego Martys, testemunha5. Shepherd dá-nos uma definição do que seja:
“por mártir se entende aqueles homens e mulheres que testemunharam e defenderam até a
1
Marcos 1:15
2
1 João 2:2
3
Tertuliano afirma em sua Apologia, escrito endereçado aos romanos, no capítulo 5 que Nero foi o precursor
das perseguições
4
Ver Mateus 24:13
5
GINGRICH, F. Wilbur. Léxico do Novo Testamento: Grego-português. São Paulo: Vida Nova, 1984. pág.
130.
2
morte a verdade evangélica cristã, obedecendo e seguindo para tanto o modelo de Jesus
Cristo”6.
Como bem nota Elias Santos do Paraízo Junior, a literatura cristã só começou a produzir
esta literatura exortativa em meados do século II, pois no inicio do I século parecia ser
desnecessária a relação com o ambiente não-cristão; sua preocupação era com os cristãos
em seus aspectos cotidianos, lutas espirituais e as repentinas perseguições, as quais
achavam ser provações pelas quais a igreja deveria passar. A espera da “parousia”7
repentina era o principal foco dos primeiros cristãos8.
Ao se passar cem anos da morte de Jesus, entendendo que a “parousia” poderia demorar, e
com novas preocupações causadas pelo seu crescimento numérico, necessário foi um novo
estilo de escrito cristão, como é o caso das cartas de exortação à resistência na fé diante das
novas perseguições e as atas de martírios de vários cristãos que circulavam nas igrejas,
lidas pelos seus bispos a fim de encorajar os cristãos ao desafio do martírio.
Interessante é notar como os cristãos viam o martírio. Consultando a literatura patrística,
vemos inúmeros documentos e cartas em que o martírio cristão é descrito. Paraizo Junior
descreve três formas de escritos martiriológicos: “Acta, Passiones/Martyrea e Legendae9 .
As atas são processos concluídos na frente do pro-consul, escritos por escrivães
representando literalmente o interrogatório. Isso não exclui a ação posterior de um relator
cristão completando ou refundindo o texto10. As Passiones/Martyrea são escritos cristãos
geralmente “carregados” de interpretação teológica narrando “os últimos dias e a morte dos
mártires”. Por fim, temos a Legendae, que se constitui em informações históricas, porém
ligadas a muitos elementos da crença cristã primitiva.
Orígenes, teólogo de Alexandria de grande erudição e que deixou um extenso legado
teológico11 12, viveu entre o fim do século II e meados do século III, e desde cedo conviveu
6
SHEPHERD JR, M.H. Martyrs. In: Keith Crim.(Org.). Abingdon Dictionary of Living
Religions.Nashville:Abington, 1981.p.463.
7
Seria a volta de Jesus Cristo a terra redimir a humanidade e estabelecer o Reino de Deus numa “nova
criação”.
8
JÚNIOR, Elias Santos do Paraizo. Análise Crítica-Literária e Tradução da Carta Circular da Igreja de
Esmirna Sobre oMartírio de São Policarpo: a mais antiga narrativa do gênero. Anais XXIII SEC,
Araraquara, p. 214-227, 2008.
9
JÚNIOR, Elias Santos do Paraizo. Análise Crítica-Literária e Tradução da Carta Circular da Igreja de
Esmirna Sobre oMartírio de São Policarpo: a mais antiga narrativa do gênero. Anais XXIII SEC,
Araraquara, p. 214-227, 2008.
10
http://www.e-cristianismo.com.br/pt/biografias/68-vida-e-obra-de-origenes
11
Eusébio diz-nos sobre aproximadamente 2.000 obras de Orígenes, enquanto Epifanio nos dá conta de
6.000.Paul Johnson chega a dizer que parecia que ele trabalhava durante todo o dia e também boa parte da
noite, chamando-o de “escritor compulsivo”.
12
http://www.e-cristianismo.com.br/pt/biografias/68-vida-e-obra-de-origenes
3
com a compulsão das perseguições. No reinado do imperador Sétimo Severo seu pai foi
preso e martirizado. Sua “Exortação ao Martírio” é uma carta endereçada a seu pai
emulando-o a não renegar a fé por amor a sua família. Eusébio também procurou juntar
informações para escrever a historia da igreja, e nessa procura encontrou diversos escritos
sobre o martírio acrescentando-os em sua “Opus Magna” Historia Eclesiástica. Tais textos
procuravam exortar os cristãos ao martírio, preparando-os com o exemplo de seus irmãos
na fé.
A importância do martírio para os cristãos é expresso por Teóforo, mais conhecido como
Inácio, bispo de Antioquia no fim do século I, em sua carta aos efésios que diz: “Pois
assim que soubestes que chegara da Síria, algemado por causa do nome e esperança que
nos são comuns, vos apresentastes para me ver, a mim que espero, por vossa oração,
enfrentar em Roma as feras - e conseguir ser discípulo” 13.
A idéia de martírio para Inácio era tal que, mesmo sendo bispo de umas das igrejas mais
importantes de sua época, ainda diz que só conseguiria se tornar um discípulo após passar
pelo martírio. Em uma outra carta endereçada a igreja de Roma, Inácio diz que teme que o
amor deles por ele seja prejudicial, a chegar a impedí-lo de sofrer o martírio14 .
Os mártires na igreja primitiva gozavam de grande reputação. Embora o número de
cristãos martirizados nos três primeiros séculos tenha sido relativamente pequeno, o que
fazia a fama desses cristãos na verdade era seu exemplo de coragem diante das
autoridades. Consideravam essas pessoas “extraordinariamente santas” por seu ato de
renuncia da própria vida, e criam que lhes era reservado um lugar privilegiado “diante a
face de Deus”, e por esse motivo, poderiam interceder pelos cristãos na terra15. Seus
túmulos por vários séculos serviram de local de reunião dos cristãos. Anualmente na data
do martírio de alguns cristãos, seus companheiros faziam cultos em homenagem àqueles
que morreram por Cristo. Era o culto aos mártires, que não visava adoração destes (o que
posteriormente foi desenvolvido pela Igreja Católica Romana na forma de culto aos
santos), mas tão somente relembrar a coragem que tiveram diante da morte.
13
Antioquia, Inácio de. Carta aos efésios in GOMES, Cirilo Folch. Antologia dos Santos Padres: páginas
seletas dos antigos escritores eclesiásticos. 3º edição revista. São Paulo: Paulinas, 1979. – (Coleção
Patrologia). p. 33
14
Idem. Carta aos romanos in GOMES, Cirilo Folch. Antologia dos Santos Padres: páginas seletas dos
antigos escritores eclesiásticos. 3º edição revista. São Paulo: Paulinas, 1979. – (Coleção Patrologia). p. 39
15
IRVIN, Dale T.; SUNQUIST, Scott W. História do movimento cristão mundial. São Paulo: Paulus, 2004. –
v.1, p 180
4
16
Embora o houvesse a distinção nas funções e cargos que homens e mulheres poderiam exercer, o martírio
era para todos, homem e mulher poderiam ter a dignidade de passar pelo “supremo testemunho”
17
IRVIN, Dale T.; SUNQUIST, Scott W. História do movimento cristão mundial. São Paulo: Paulus, 2004. –
v.1, p 180
18
Para aprofundamento ver MATOS, Alderi Souza de. Fundamentos da teologia histórica. São Paulo:
Mundo Cristão, 2008.- (Coleção teologia brasileira). 308 p.
5
23
OLIVEIRA, Eduardo Soares de. A construção da imagem do Mártir na obra Apologeticum de Tertuliano.
6
A teologia norte-africana de certa forma tinha pontos em comum, dos quais Oliveira 24 traça
alguns, mas pela ocasião, citaremos três em comum dos cristãos norte-africanos:
a)Rigorismo moral
b)Culto aos mártires
c)Vocação ao martírio
Esses três pontos serão cruciais para “desenhar” o que seria a teologia de Agostinho,
Lactâncio e Cipriano.
Talvez todo esse rigorismo moral, o zelo e engrandecimento do martírio expliquem as
reações de Novaciano no século III e posteriormente no século IV Donato25, bispo da
Numídia e depois de Cartago, que foi participante de uma das mais ferozes batalhas
teológicas contra Agostinho de Hipona26.
Cipriano de Cartago em sua “Carta sobre o martírio” engrandece aos mártires e
confessores27 que não negaram a fé cristã.
Usando de frases fortes para animar aos crentes ao martírio, Cipriano utiliza argumentos da
superioridade da glória pós-morte ante aos duros castigos infligidos pelos romanos:
“A confissão torna-se tanto mais honrosa quanto mais duro foi o sofrimento; crescendo a
luta, cresce a gloria”28.
Discorrendo sobre a morte de alguns cristãos que permaneceram fiéis, continua: “...os
torturados estavam mais fortes que os carrascos; os membros feridos e dilacerados venciam
as mãos que os golpeavam e estraçalhavam”29.
24
OLIVEIRA, Eduardo Soares de. A construção da imagem do Mártir na obra Apologeticum de Tertuliano.
25
Após a perseguição sob o comando de Diocleciano, um bispo de Cartago foi consagrado no ano 311.
Alguns cristãos declararam ser este, um traditor, alguém que negou a fé. Pelo seu zelo e concordância com o
pensamento de Novaciano, Donato se levantou contra esse bispo Ceciliano que fora acusado de traição e
disse que todo sacramento, seja batismo ou qualquer outro, que fosse realizado por algum traditor, não tinha
validade perante a Igreja.
26
Agostinho de Hipona é até hoje considerado o maior doutor da Igreja antiga e se opôs ao ensino de Donato
afirmando que mesmo que o bispo realizador dos sacramentos seja um não-cristão, ou traidor, ele ministrava
os sacramentos no nome da Igreja, o que por si só garantia a eficácia dos sacramentos.
27
Cristãos que haviam sofrido tortura por confessar a fé cristã, porem conseguiram sobreviver.
28
CARTAGO, Cipriano de, Carta sobre o martírio in GOMES, Cirilo Folch. Antologia dos Santos Padres:
páginas seletas dos antigos escritores eclesiásticos. 3º edição revista. São Paulo: Paulinas, 1979. – (Coleção
Patrologia) p. 195.
29
CARTAGO, Cipriano de, Carta sobre o martírio in GOMES, Cirilo Folch. Antologia dos Santos Padres:
páginas seletas dos antigos escritores eclesiásticos. 3º edição revista. São Paulo: Paulinas, 1979. – (Coleção
Patrologia) p. 195.
7
A percepção dos cristãos quanto ao agrado que o martírio traria a Deus é evidente nas
linhas ainda dessa mesma carta30. O martírio também produzia uma distinção dos
verdadeiros cristãos dos falsos. Nota-se isso pela carta das igrejas de Lião e Viena (na
Gália) às igrejas da Ásia e Frigia, em que, em forma de ata, narra o martírio de diversos
cristãos. Nela o autor faz a distinção: “Ficavam excluídos somente os que não haviam tido
jamais qualquer traço de fé, que não haviam compreendido o símbolo do traje nupcial, que
não tinham temor de Deus. Eram os filhos da perdição que, por sua apostasia,
blasfemaram contra os caminhos de Deus31.
No conceito de Tertuliano, o martírio era o maior argumento para a fé cristã, pois declarou
em seu Apologéticum, “o sangue dos mártires é a semente dos novos cristãos”.
A carta a Diogneto, escrito anônimo de caráter apologético do início do século II, que
visava a esclarecer a fé cristã a Diogneto, provavelmente alguém de grande reputação e
classe elevada, mostrado pelo elogio “excelentíssimo” no inicio da carta, parece concordar
com essa interpretação de Tertuliano.
A carta argumenta dessa forma: “Não vês, pois, os cristãos lançados às feras para
renegarem seu Senhor, e jamais serem vencidos? Não vês como cresce seu número quanto
mais suplicados? Tais coisas não parecem obra de homem; são a força de Deus, indícios da
sua vinda”32; e outra vez “...também os cristãos, afligidos por castigo, cada dia mais
aumentam em número. Deus colocou-os num posto tal que não lhes é licito desertar”33 34.
Depois de varias ondas de perseguição, uma grande quantidade de pessoas ingressava no
movimento cristão. Por onde a perseguição passava levava consigo vários mártires, surgia
grande número de devotos cristãos. Como diz-nos Irvin e Sunquist, “a perseguição
periódica e o martírio exerceram um papel significativo para atrair muitos à fé cristã...” 35.
Sunquist e Invin sustentam a tese de que o que de fato foi importante para a conversão de
30
CARTAGO, Cipriano de, Carta sobre o martírio in GOMES, Cirilo Folch. Antologia dos Santos Padres:
páginas seletas dos antigos escritores eclesiásticos. 3º edição revista. São Paulo: Paulinas, 1979. – (Coleção
Patrologia) p. 195-196.
31
Lião, Os mártires de in GOMES, Cirilo Folch. Antologia dos Santos Padres: páginas seletas dos antigos
escritores eclesiásticos. 3º edição revista. São Paulo: Paulinas, 1979. – (Coleção Patrologia) p. 94
32
DIOGNETO, Carta a in GOMES, Cirilo Folch. Antologia dos Santos Padres: páginas seletas dos antigos
escritores eclesiásticos. 3º edição revista. São Paulo: Paulinas, 1979. – (Coleção Patrologia) p. 112.
33
DIOGNETO, Carta a in GOMES, Cirilo Folch. Antologia dos Santos Padres: páginas seletas dos antigos
escritores eclesiásticos. 3º edição revista. São Paulo: Paulinas, 1979. – (Coleção Patrologia) p. 111.
34
Esse trecho parece concordar com a
35
IRVIN, Dale T.; SUNQUIST, Scott W. História do movimento cristão mundial. São Paulo: Paulus, 2004. –
v.1, p. 210.
8
Constantino foi antes o seu encontro com os cristãos uma década antes de se tornar cristão,
e não a visão que tivera na véspera da batalha de 112 contra Maxênio36.
Provavelmente ao ver a coragem dos cristãos, Constantino deve ter ficado espantado com
sua insistência e decisão de morrer pela sua fé. Aos sobreviventes e novos na fé, o
testemunho de coragem dos cristãos deu novo poder ao movimento, pois aos que já
professavam a crença foi-lhes dado mais ânimo e grande anseio pelo encontro com o
Mestre, e para com os incrédulos a imagem do ideal cristão de morrer pela “Verdade”
provavelmente inquietou muitas mentes para a nova doutrina.
Diante de tais informações aqui apresentadas, vimos como alguns cristãos reagiram de
forma diferente com os mártires, dependendo da região, como é o caso do norte da África.
Procurarei analisar a construção da imagem do mártir através dos diversos estilos de
documentos, sejam eles, cartas, atas ou “Passione/Martyrea” dos cristãos do início século
II até o início do século IV, em que as perseguições cessaram devido ao Édito de Milão37
38
, documento assinado por Licínio, imperador do Oriente e Constantino, imperador do
Ocidente no ano de 313.
36
IRVIN, Dale T.; SUNQUIST, Scott W. História do movimento cristão mundial. São Paulo: Paulus, 2004. –
v.1, p. 208.
37
Tal Édito não apenas torna o cristianismo uma religião legal dentro do Império, como também ordena a
devolução de bens confiscados dos cristãos
38
http//e-cristianismo.com.br/pt/historia/documentos/53-edito-de-milão-fim-da-
perseguição-aos-cristãos
9
Referencias bibliográficas:
CESARÉIA, Eusébio de. História Eclesiástica. São Paulo: Novo Século, 2002. 223 p.
GIBBON, Edward. Declínio e queda do Império Romano- Ed. Abreviada. São Paulo:
Companhia das Letras, 2005. 607 p.
GOMES, Cirilo Folch. Antologia dos Santos Padres: páginas seletas dos antigos escritores
eclesiásticos. 3º edição revista. São Paulo: Paulinas, 1979. – (Coleção Patrologia). 457 p.
IRVIN, Dale T.; SUNQUIST, Scott W. História do movimento cristão mundial. São Paulo:
Paulus, 2004. – v.1, 643 p.
LATOURETTE, Kenneth Scott. Uma História do Cristianismo. São Paulo: Hagnos, 2006.
– v. 1, 923 p.
MATOS, Alderi Souza de. Fundamentos da teologia histórica. São Paulo: Mundo Cristão,
2008.- (Coleção teologia brasileira). 308 p.
SHEPHERD JR, M.H. Martyrs. In: Keith Crim.(Org.). Abingdon Dictionary of Living
Religions.Nashville:Abington, 1981.p.463.
Sites:
http//e-cristianismo.com.br/pt/historia/documentos/53-edito-de-milão-fim-da-perseguição-
aos-cristãos
http//e-cristianismo.com.br/pt/historia/geral/167-eusebio-descreve-o-sofrimento-dos-
martires
http://www.e-cristianismo.com.br/pt/biografias/68-vida-e-obra-de-origenes
Artigos e ensaios: