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Santo André - SP
BASE EXPERIMENTAL
Aluno:
São Paulo
2010
UFABC
Universidade Federal do ABC
Santo André - SP
BASE EXPERIMENTAL
Experiência 4 – Pilhas
alunos
avaliação parcial da
disciplina de Bases
Experimentais de Ciência do
BC&T da UFABC.
São Paulo
2010
Sumário
Página
1- Introdução...............................................................................4
2- Objetivos................................................................................ 6
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3- Parte Experimental................................................................. 6
4- Resultados e discussão..........................................................8
5- Conclusões............................................................................10
6- Questões de verificação........................................................10
7- Referências bibliográficas......................................................11
1- Introdução:
Um dos ramos da química que estuda conversão de energia é a
eletroquímica, a qual estuda os fenômenos envolvidos na produção de corrente
elétrica a partir da transferência de elétrons ocorrida em reações de óxido-
redução, e também a utilização de corrente elétrica na produção dessas
reações.
Em 1791, o anatomista italiano Luigi Galvani observou que os
músculos da coxa de rãs, recentemente dissecadas, sofriam contrações
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quando em contato simultâneo com dois metais diferentes. Ele concluiu que o
fenômeno estava associado à presença de eletricidade, originada nos
músculos sendo que os metais serviam de condutores. Já o físico italiano
Alessandro Volta interpretou o mesmo fato de maneira diferente: ele julgou que
a eletricidade tinha origem nos metais e logo em seguida começou a realizar
uma série de experimentos usando pares de diferentes metais. Os resultados
logo comprovaram que ele tinha razão. [1].
Volta já tinha, naquele momento, a idéia da pilha e também notado que
o sentido do fluxo da corrente elétrica dependia dos metais que formavam cada
par de ‘‘condutores secos”. Hoje, sabemos que o metal que libera elétrons
sofre oxidação e é aquele que tem o maior potencial de oxidação, ou seja,
menor potencial de redução.
A pilha de volta era constituída por um conjunto de duas placas
metálicas, de zinco e de cobre, chamadas eletrodos (do grego, percurso
elétrico), e por algodão embebido em solução eletrolítica, ou seja, que conduz
corrente elétrica. Cada conjunto de placas e algodão forma uma célula ou cela
eletrolítica[2].
Essa descoberta foi aperfeiçoada em 1836 por John Frederick Daniell,
que dividiu a célula eletrolítica de sua pilha em duas partes (duas semicelas).
Na pilha de Daniell, os dois eletrodos metálicos eram unidos
externamente por um fio condutor, e as duas semicelas eram unidas por uma
ponte salina, contendo uma solução saturada de sulfato de potássio aquoso. O
sistema apresentava o aspecto abaixo (imagem 1).
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Reação Global: Zns Cu(aq)2+ Znaq2++ Cu(s)
Atualmente usa-se a seguinte notação para representar a pilha
estudada:
Zn0 / Zn2+ // Cu2+ / Cu0
Tanto os íons Znaq2+, como os íons Cu(aq)2+ têm uma certa
tendência de receber elétrons porém, os íons Cu(aq)2+ são os que sofrem
redução. Podemos concluir, então, que a tendência do Cu(aq)2+ sofrer
redução é maior que a do Znaq2+. Assim vemos que os íons Cu(aq)2+ têm
maior potencial de redução (Ered).
Concluindo: em uma pilha, uma espécie que tem maior Ered sofre
redução e, portanto, a outra espécie, de maior Eoxi sofre oxidação. Todas as
pilhas funcionam por meio de reações espontâneas e apresentam ∆E0 > 0
(imagem 2).
(Imagem 2)
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Faraday descobriu que os íons de um metal são depositados no estado
sólido quando uma corrente elétrica circula através de uma solução iônica de um
sal do metal. O metal prata (Ag), por exemplo, se deposita quando usamos uma
solução salina do nitrato de prata, e o metal cobre (Cu), se deposita quando
usamos uma solução salina de nitrato de cobre:
2- Objetivos:
A prática sugerida tem por objetivo familiarizar os parâmetros elétricos
simples como corrente, tensão associando-los a fenômenos de conversão de
energia.
Tem como objetivo, também, o conhecimento em algumas reações
eletroquímicas espontâneas adquiridas de materiais comuns como pilhas, e
estudar os fenômenos de eletrolise por meio da eletrodeposição de cobre em
aço.
3- Parte experimental:
3.1-Material
- 1 pilha comum e 1 bateria 9 V(ou carregador de celular)
- Luvas descartáveis
- Alicate, tesoura e espátula, todos de ponta fina
- Faca de serra
- 4 Béqueres de 50 mL
- 1 Béquer de 25 mL
- Bastão de vidro
- Bacia e escova
- Funil pequeno
- Papel de filtro qualitativo
- Ácido clorídrico (1 mol/L-1)
- 2 Limões
- 1 Multímetro
- 1 Pisseta com água destilada
- 1 Placa (cerca de 2 cm x 5 cm) de cobre e um prego de aço
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- Papel alumínio
- Calculadora que funcione com uma pilha AA
- Fios e “jacarés” para conexão
- Balança analítica
- Cronômetro
- Vidro de relógio
3.2-Procedimento
O experimento foi iniciado lixando o prego de aço e a placa de cobre
para retirar os resquícios de óxidos neles presentes. Após lixar ambos os
metais, a bancada foi limpa com papel toalha. Os dois elementos foram
colocados no relógio de vidro e a massa de cada um foi determinada, separada
e precisamente, na balança analítica. Os dados foram anotados.
Com o auxílio do multímetro, foi medida a tensão da bateria de 9V
posicionando o ponteiro do multímetro para voltagem contínua, e o dado foi
anotado.
Foi coletado, com os equipamentos de segurança (luvas e óculos de
proteção), cerca de 25 mL de ácido clorídrico em um béquer de 50 mL. Foram
inseridos neste, a placa de cobre e o prego de aço, conectados ao multímetro
(desta vez o ponteiro foi direcionado à micro amperagem de corrente contínua),
enquanto um integrante do grupo marcava o tempo, de 15 em 15 segundos no
primeiro minuto e de 30 em 30 segundos nos 14 minutos restantes, em um
cronômetro e outro anotava os valores da corrente do aparelho.
Após 15 minutos do início da reação, a corrente foi interrompida e os
cabos foram desconectados da fonte de tensão. Ambos os eletrodos foram
colocados no vidro de relógio, levados à estufa para secagem e, após isto,
foram pesados na balança analítica.
Para o aproveitamento dos materiais de uma pilha comum, a capa
metálica de zinco que recobre a pilha foi retirada utilizando um alicate para que
os contatos da pilha pudessem ser retirados facilmente. Com o alicate, o
bastão de grafite que estava no centro do cilindro foi, cuidadosamente, retirado
e armazenado para uma utilização futura. O fundo do cilindro metálico foi
cortado com o auxílio da faca para que as duas extremidades ficassem
abertas.
A pasta escura foi retirada de dentro do cilindro metálico, colocada em
um béquer de 25 mL e diluída com 10 mL de água destilada, com o objetivo de
solubilizar o cloreto de amônio (eletrólito da pilha). A mistura foi filtrada
utilizando o funil e papel de filtro, a solução foi recolhida e o sólido (composto
por uma mistura de óxido de manganês) foi guardado.
O cilindro oco de zinco metálico foi lavado com escova a fim de retirar o
excesso da pasta eletrolítica e amassado a modo de formar uma placa
retangular, sendo guardado para uso futuro.
Uma tira de aproximadamente 4 cm de papel alumínio foi cortada e
dobrada de forma a obter um retângulo de aproximadamente 1X7cm.
O limão foi amassado a fim de liberar o suco interno e foram feitos dois
cortes próximos com uma faca. Uma parte de alumínio foi introduzida num
corte e o bastão de grafite (retirado da pilha) no outro. Conectou-se o sistema
no multímetro, a tensão foi medida.
Após ter feito isso, os fios foram conectados na pilha e na calculadora.
Os eletrodos foram retirados do limão e lavados com água destilada. O líquido
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obtido na filtração da pasta escura da pilha foi diluído para o volume de 40 mL
e, em seguida, foram mergulhados neste líquido obtido, os eletrodos de
alumínio e grafite. A tensão foi medida e tentou-se ligar a calculadora nesta
nova pilha.
Foi inserido 40 mL de ácido clorídrico 1 mol/L em um béquer e
mergulhados os eletrodos de alumínio e grafite. Novamente foi medida a
tensão e a calculadora posta à prova do funcionamento.
O procedimento anterior foi repetido trocando o eletrodo de alumínio por
zinco.
Duas das seis pilhas montadas foram escolhidas, ligadas em série e em
paralelo, e verificada a diferença de potencial obtida.
4- Resultados e discussão:
Na primeira parte do experimento foi realizada uma eletrolise, utilizando
os metais aço e cobre, um prego e uma placa de cobre, respectivamente.
Após lixar ambos cuidadosamente e determinar a massa dos mesmos,
foram conectados ao multímetro para assim ser determinada a corrente. Foram
submergidos em um Béquer com 25ml de ácido clorídrico e a corrente gerada
foi medida durante 15 minutos, primeiramente de 15 em 15 segundos (no
primeiro minuto) e depois de 30 em 30 segundos.
Durante esse tempo, foi possível observar que o prego (aço) formava
bolhas ao seu redor, enquanto a placa de cobre não demonstrou nenhuma
reação aparente, assim como o ácido clorídrico, que continuou incolor e sem
alterações.
1ª Pesagem 2ª Pesagem
Cobre 0,4984g 0,4792g
Prego 1,3575g 1,3585g
As medições das massas dos metais revelaram que a massa perdida pelo
cobre (0,0192g) não foi incorporada pelo prego em sua totalidade (o prego
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adquiriu somente 0,0010g), ou seja, parte dessa massa permaneceu na
solução em forma de íons.
5- Conclusões:
Conclui-se que a partir de materiais relativamente comuns, que
apresentam diferença de potencial entre si, mergulhados em alguma solução
eletrolítica existiu possibilidade de obtenção de uma corrente elétrica
espontaneamente por meio de reações de oxirredução que ocorreram. A partir
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dessa corrente e dessa diferença de potencial resultante foi possível
“manipular” a corrente e a ddp de sistemas de pilhas através de ligações em
série ou em paralelo. Foi possível também com a eletrólise e a pilha gerar íons
a partir de seus átomos neutros, além de átomos neutros por meio de seus
íons.
6- Questões de verificação:
A) O que é um eletrólito? Cite alguns dos componentes do limão que
podem agir como um eletrólito.
7- Referências bibliográficas:
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[1] –ATKINS, Peter e JONES, Loreta, Princípios de Química: Questionando a
Vida Moderna e o meio ambiente, Vol.2, 2001, Editora Bookman.
[2] – PERUZZO, Francisco e CANTO, Eduardo, Química na abordagem do
cotidiano, Vol. 2, 3ª Edição, 2003, Editora Moderna.
[3] – João Usberco e Edgard Salvador, Química – Físico-química 2, Vol. 2,
2005, São Paulo: Saraiva S.A..
[4] – Vários autores, Química 2 – Físico-química e química orgânica, 2ª Edição,
2002, São Paulo: Anglo Vestibulares.
[5] – Mahan,Bruce M., Química: um curso universitário, 1995, São Paulo:
Editora Edgard Blücher LTDA..
[6]– MOORE, Físico-Química, Vol.2, 2002, Editora Blucher
[7] – FELTRE, Ricardo, Químico segundo grau, Vol. 2, 1ª Edição, 1976, Editora Moderna.
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