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GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

POLÍCIA MILITAR
DIRETORIA DE ENSINO
ACADEMIA DA POLICIA MILITAR
CEL MILTON FREIRE DE ANDRADE
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS

FRANKLIN CIRILO RAMALHO - PMRN


MARCELO DANTAS DE MEDEIROS - PMRN
MICHEL ALVARENGA SANTOS – PMRN
LIGIA MAGNOS DE PAIVA - PMRN
WALTER LUCIO MONTEIRO DOS SANTOS – PMRN
EDUARDO QUEIROGA E SILVA PALÁCIO – PMRN
AUGUSTO CESAR DA SILVA– PMRN
RANIERE BEZERRA DA COSTA - PMRN
JACKSON WANDERLEY DOS SANTOS CUNHA - PMRN

DNA – Acido desoxirribonucléico : A UTILIZAÇÃO DO EXAME DE


DNA NA PERÍCIA CRIMINAL E INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE.

NATAL - RN
2011
2

FRANKLIN CIRILO RAMALHO - PMRN


MARCELO DANTAS DE MEDEIROS - PMRN
MICHEL ALVARENGA SANTOS – PMRN
LIGIA MAGNOS DE PAIVA - PMRN
WALTER LUCIO MONTEIRO DOS SANTOS – PMRN
EDUARDO QUEIROGA E SILVA PALÁCIO – PMRN
AUGUSTO CESAR DA SILVA – PMRN
RANIERI BEZERRA DA COSTA - PMRN

DNA – Acido desoxirribonucléico : A UTILIZAÇÃO DO EXAME DE


DNA NA PERÍCIA CRIMINAL E INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE.

Trabalho apresentado ao Curso de


Aperfeiçoamento de Oficiais da Academia da
Polícia Militar “Cel Milton Freire de Andrade”
da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do
Norte, como requisito para a conclusão da
disciplina de Perícia Criminal.

Professor : TC Lenildo de Melo Sena

Natal - RN
2011
3

“A prudência é o olho de todas as


virtudes”
(Pitágoras)

“Se queres elevar-te, exercita a


arte de esquecer”
(Nietzsche)

“Todos nós somos da mesma argila.


O barro nos meus ossos é igual ao
que está em vossas artérias.
Como é comparável a minha idéias,
atraída pelas cousas quiméricas, às
vossas idéias retraídas da
imensidade do Universo.
E como é comparável o meu
espírito, que se recolhe nas grutas
dos vossos espíritos, que estão
privados do espaço divino.
A vida, porém, é benévola e sem a
sua benevolência não nos
reconheceria filhos seus.
A terra, porém, é fecunda e sem a
sua bondade não nos colocaria em
face do sol”
(Gibran)
4

AGRADECIMENTOS

Ao Grande Arquiteto do Universo, Deus, que também se


fez presente nas horas mais difíceis, iluminando nossos
caminhos, dando-nos ânimo e perseverança;
Ao professor, Lenildo de Melo Senna, pelo carinho,
dedicação e entusiasmo demonstrados ao longo da disciplina,
instruindo com paciência e sabedoria;
Aos nossos colegas do Curso de Aperfeiçoamento de
Oficiais, pelo apoio, camaradagem e incentivo;
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para o
nosso sucesso.
5

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................
......................... 6-7
2. CONCEITO DE
DNA.....................................................................................
7-8
2.1 DIFERENÇA ENTRE O DNA MITOCONDRIAL - DNAm E
DNA NUCLEAR –
DNAn.........................................................................
8-9
3. SURGIMENTO DO DNA NA PERÍCIA
FORENSE............................... 9-10
4. LOCAIS DO CORPO DE DETECÇÃO DO
DNA.................................... 10
5. INSTRUMENTO DE COLETA DAS
AMOSTRAS.................................. 10-11
6. MÉTODO DE EXTRAÇÃO DO
DNA......................................................... 11-13
7. A UTILIZAÇÃO DO DNA EM EXAMES
PERICIAIS............................. 13-14
7.1 IDENTIFICAÇÃO DOS ACUSADOS DE
ESTUPRO............... 14
7.1.A ESTUPRO SEGUIDO DE
MORTE.................................... 15
7.1.B O DNA NAS COORRENCIAS
INCESTUOSAS.............15-17
7.2 IDENTIFICAÇÃO DOS ACUSADOS DE HOMICIDIOS E
CRIMES SEMELHANTES
( CORRELATOS )............................. 17-18
6

8. EXAME DE RECONHECIMENTO DE
PATERNIDADE........................ 19
8.1DISCUSSÕES JURÍDICAS SOBRE O EXAME DE
RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE.................
19-21
9. BANCO DE DADOS
DNA............................................................................. 21-
22
10. CONCLUSÃO.........................................................................
........................... 22-23
11. REFERENCIAS...............................................................
................................... 24-25

1. INTRODUÇÃO

Vive-se numa época profundamente marcada pelo


desenfreado desenvolvimento tecnológico. A passagem do
século XX e o ingresso no século XXI caracteriza-se pela intensa
busca do novo e por uma única certeza possível: a mudança
inevitável dos padrões conhecidos de comportamento no âmbito
pessoal, cultural, profissional e institucional, suscitando
acaloradas discussões sobre o futuro. Um dos pontos de
concordância nesses debates é a constatação de que, nesta era
de incertezas, a revolução da informação tecnológica e os
rápidos avanços do conhecimento científico – aliados ao
fenômeno da globalização, dos padrões de violência e à
aviltante desigualdade social, trouxeram soluções e resultados
para todos os segmentos sociais.
7

Portanto, diante do irrefutável aumento da criminalidade


nas grandes cidades, foi observada a necessidade de ampliação
dos aparatos e da estrutura de segurança pública, capacitando,
equipando e fortalecendo as polícias. Com objetivo de
desvendar crimes das mais diversas ordens e diante das novas
técnicas disponibilizadas pelos avanços científicos e
tecnológicos, a polícia técnica forense ( perícia criminal ) ,
atuando dentro destes novos paradigmas na descoberta dos
réprobos e partícipes responsáveis pelos crimes mais
hediondos, empregam, atualmente , um método quase infalível
para a identificação destes indivíduos, dentre outros métodos
capazes de gerar provas para a elucidação plena dos fatos.
O mapeamento do DNA – Acido desoxirribonucléico e os
seus registros revolucionaram a possibilidade de identificar
pessoas, através de protocolos rígidos, desenvolvidos para a
obtenção segura das informações necessárias para a
constatação dos indivíduos acusados do cometimento do crime.
Destarte este trabalho técnico científico irá demonstrar o
emprego do exame de DNA – Acido desoxirribonucléico, a forma
de extração das bases do nucleotídeo, as etapas do exame, a
importância da implementação de um banco de dados de DNA, o
reconhecimento de paternidade ( troca e abandono de crianças),
a identificação de homicidas, estupradores e criminosos das
mais variadas estirpes, visando a elucidação dos mais diversos
delitos e irregularidades sociais.
Apesar do exame de DNA apresentar quase cem por cento
de probabilidade de acerto, não quer dizer que possa haver
informações desencontradas ou duvidosas, pois se durante a
coleta, ou antes da realização do exame propriamente dito,
houver descuido, falta de atenção ou negligencia no
cumprimento dos protocolos pré-estabelecidos, estes indícios
biológicos certamente restarão comprometidos.
8

As informações contidas neste trabalho foram alcançadas


através do estudo e analise de artigos, livros da área de
medicina legal e genética, bem como das fontes de direito
pertinentes ao tema.

2. CONCEITO DE DNA

O DNA – Acido desoxirribonucléico nuclear é uma estrutura


helicoidal, formada por duas fitas paralelas semelhantes a uma
serpentina. Estas fitas são constituídas de filamentos, já que as
moléculas do DNA possuem a sua forma filamentosa. São
filamentos paralelos devido a ponte, que liga uma cadeia de
filamentos a outra. Já o DNA mitocondrial possui formato
circular e as fitas de DNA mitocondrial tem uma distribuição
assimétrica de guaninas e citosinas, o que gera uma cadeia
pesada(P) e outra leve(L).
A impressão digital genética do DNA ( Ácido
desoxirribonucléico ), representada pelo material genético
básico de cada indivíduo e composta de uma substancia
existente nos cromossomas, é constituída de uma extensa fila
dupla de nucleotídeos com as bases de adenina (A), timina (T),
guanina (G) e citosina (C). Vem sendo defendida como um
método de excelência, tendo em vista a precisão dos resultados
obtidos.
Seus defensores afirmam que a possibilidade de se
encontrarem duas pessoas iguais por esse método é de uma em
10 trilhões, fazendo com que esse sistema se constitua numa
verdadeira impressão digital, aonde cada indivíduo é
geneticamente diferente de todos os outros.

2.1 – Diferença entre DNA mitocondrial e DNA nuclear .


9

O DNA nuclear possui as seguintes características:

• Localização - localiza-se no núcleo da célula,


protegido pela membrana nuclear;
• Conformação - dupla hélice helicoidal;
• Mecanismo de proteção - protegido por histonas;
• Numero de Genes - possui aproximadamente 100.000
genes;
• Funcionamento - funciona de forma autônoma;
• Composição - possui regiões codificantes (éxons) e
não codificantes (introns);
• Características do genoma - genoma diplóide
(materno/paterno) – sofre recombinação;
• Numero de pares de bases - bilhões de pares de
bases;
• Atividade da Polimerase - grande atividade de
Polimerase;
• Numero de DNA por célula - apenas um DNA por
célula.

O DNA mitocondrial possui as seguintes características:

• Localização - Nas mitocôndrias que são protegidas pela


membrana mitocondrial;
• Conformação - Formada de dupla fita circular;
• Mecanismos de proteção - são desprovidos de histonas;
• Número de genes - possuem 37 genes;
• Funcionamento - necessitam da cooperação do DNA
nuclear;
• Composição - grande parte do DNA são codificantes,
entorno de 90% do material;
10

• Características do genoma - genoma haplóide (herança


materna) – não sofre recombinação;
• Número de pares de bases - possuem 16.569 pares de
bases;
• Atividade da Polimerase - fraca atividade de Polimerase;
• Numero de DNA por célula - 1.000 a 10.000 números de
DNA por célula.

3. SURGIMENTO DO DNA NA PERÍCIA FORENSE

O primeiro caso de DNA registrado oficialmente, analisado


historicamente como precursor deste atual método de
identificação criminal de exames de DNA ocorreu na Inglaterra,
no ano de 1985, num pequeno condado, rodeado de montanhas
e com uma única estrada de acesso. Neste local uma jovem foi
violentamente estuprada e assassinada. O Dr. Alec Jeffrey’s,
geneticista, colheu o esperma encontrado na vítima e fez o
exame de DNA. Posteriormente outro crime com as mesmas
características aconteceu no local, desencadeando temor na
comunidade e impulsionando uma nova coleta de sêmem na
mulher violentada. O Sr. Jeffrey descobriu, através dos exames
realizados, descobriu que o DNA coletado nos dois casos eram
da mesma pessoa. Maliciosamente as autoridades locais
forjaram uma campanha de doação de sangue cuja finalidade
era identificar o criminoso. Todos os moradores foram doar ,
mas nenhum deles possuía o DNA semelhante ao do agressor. A
polícia continuou as investigações e descobriu que havia um
viajante no condado, este, por sua vez, sempre retornava.
Diante das fundadas suspeitas e da pequena probabilidade de
erro existente neste exame, as autoridades locais convidaram o
viajante a doar sangue. Feito o teste de DNA no sangue colhido,
11

o Dr. Jeffreys concluiu que o código genético do estuprador era


idêntico ao do viajante.

4. LOCAIS DO CORPO DE DETECÇÃO DO DNA

O DNA está presente em todas as estruturas físicas


orgânicas e perecíveis, pertencentes ao corpo humano. São
encontrados em substancias excretados pelo organismo. O DNA
é encontrado no sangue, osso, sêmem, saliva, pelos, urina,
dentes , unhas , tecidos orgânicos e pode ser coletado por
qualquer objeto que conserve as condições necessárias para a
sua devida utilização.
Vários locais são propícios a coleta do DNA, dentre eles se
podem citar: bancadas de veículos, copos, paredes,
instrumentos contundentes e vários outros que tenham mantido
contato com substancias (Fluidos) corporais.

5. INSTRUMENTO DE COLETA DAS AMOSTRAS

A coleta de sangue é a amostra conhecida mais simples,


fornecida voluntariamente pelos indivíduos comprometidos com
o exame de paternidade ou com aqueles cidadãos suspeitos de
terem cometido algum crime ou ilegalidade. Esta é a forma mais
adequada da obtenção dos subsídios necessários a identificação
dos responsáveis pelo delito.
Nos locais de crimes devidamente preservados, aonde
existam registros e indícios de natureza biológica, geralmente
parte do tecido impregnado do fluido são recortados e
guardados em ambiente propicio, para posteriormente ser
enviado a perícia especializada.
12

Além dos instrumentos de uso tradicional como pinças,


frascos, espátulas, giz, trenas, água/álcool 70%, fitas, avental,
luvas, mascaras, óculos de segurança e lanterna, o swab é um
objeto semelhante a um cotonete que absorve as substancias
fluídicas, preservando o seu estado e garantindo a eficácia do
exame. O Swab é utilizado principalmente nos crimes de
estupro.
Algumas amostras detentoras de maior solidez, tais como
unhas e cabelos poderão ser encontrados no local de crime,
devendo, o responsável, ter atenção e cuidado na manipulação
e guarda das amostras angariadas, mas, como já foi exposto em
outro momento, se as provas biológicas não forem devidamente
coletadas e conservadas serão inúteis, pois um simples
descuido poderá conduzir o investigador e o julgador ao erro.
Com o objetivo de minimizar os possíveis equívocos foram
aprimoradas técnicas de coletas com os instrumentos mais
adequados, preservando a prova e o maior tempo de
durabilidade das amostras, evitando a decomposição.

6. MÉTODO DE EXTRAÇÃO DO DNA

O DNA é representado por uma substância orgânica


existente nos cromossomos que, por sua vez, são encontradas
no interior das células. As moléculas de DNA existentes no
interior dos cromossomas no núcleo das células, compõe-se de
duas “fitas” que se encaixa com um alinhamento perfeito e
específico pela complementaridade química existente entre
elas. Essa seqüência específica constitui uma mensagem
química escrita um código genético nos milhares de genes
existentes em nossas células.
Este código genético é responsável pelas características de
cada pessoa e é representado pelo arranjo de quatro blocos de
13

aminas já referidas como bases: adenina (A) guanina (G)


citosina (C) e timina (T). A adenina sempre se junta a timina, e
a citosina, à guanina. E assim essas combinações podem
repetir-se muitas vezes, em cada célula, cuja ordem dará as
características exclusivas de cada indivíduo. Exemplo de um
trecho desse código:

TTCCGGATATATACTCG
AAGGCCTATATATGAGC

Desse modo, ao se conhecer a seqüência de bases de um


determinado trecho, pode-se conhecer com segurança a
seqüência do trecho correspondente a outra cadeia
complementar, obtendo-se um padrão de bandas que constitui
suas “ impressões digitais genéticas do DNA”
Essas seqüências individuais são detectadas com o auxílio
das enzimas de restrição ou sondas do DNA. As enzimas têm a
propriedade de funcionar como verdadeiras “tesouras
biológicas” que cortam o DNA em pedaços, e cada enzima
reconhece uma determinada seqüência e secciona a molécula
do DNA onde essa seqüência se repete. As sondas do DNA, por
sua vez, são pequenos fragmentos de cadeias simples de DNA,
cuja sequencia de bases é conhecida. Essas sondas se acoplam
às sequencias consideradas complementares, unindo-se a elas.
Utilizando-se dois tipos de sondas: a SLP e MLP. A SLP identifica
um único segmento de DNA que se repete num determinado
trecho do cromossoma. Todavia, não são suficientes para a
identificação. A MLP, por seu turno, é capaz de detectar vários
segmentos do DNA que se repetem em vários cromossomos,
obtendo-se padrão de 20 a 30 bandas, diminuindo, assim, a
possibilidade de duas pessoas apresentarem todas as bandas
em posições semelhantes, pois esse padrão de bandas é
14

exclusivo para cada pessoa, com exceção dos gêmeos


univitelinos.
Os traçados exclusivos de cada indivíduo são imutáveis
durante toda a vida, a exemplo das impressões datiloscópicas.
Na prática, esse método é obtido através da extração e
purificação do DNA, mediante incubação do material, 37º C e
durante 12 a 18 horas, em solução tamponada de tensoativo
(SDS) e enzima proteolítica, capaz de isolar o ácido nucléico das
demais partes protéicas. E assim o DNA vai-se purificando até
seu isolamento local, quando é seccionado em vários
fragmentos de características polimorfas que obedecem as leis
da hereditariedade, os quais são submetidos as mais diversas
técnicas conhecidas no momento.

7. A UTILIZAÇÃO DO DNA EM EXAMES PERICIAIS

A tipagem do DNA Forense se baseia nos mesmos


princípios fundamentais e usa as mesmas técnicas empregadas
nas áreas médicas e genética, tais como o diagnóstico e
mapeamento genético, que analisam o próprio DNA.
O sucesso da tipagem de DNA depende basicamente da
qualidade e quantidade de DNA extraído das diversas fontes.
Nos exames de paternidade, o DNA é geralmente extraído de
amostras colhidas em condições ideais: sem contaminação e
com material genético integro. Já na determinação da
identidade, o material obtido nem sempre está em boas
condições: as vezes há pouco DNA, ou este está contaminado ou
degradado. Nesses casos, a extração de DNA adequado para a
análise talvez seja a etapa mais importante do processo.
O DNA forense é usado hoje na esfera criminal e na esfera
civil para investigação de paternidade.
15

O DNA forense é aplicado, principalmente, na identificação


de suspeito em casos de crimes sexuais (estupro, atentado
violento ao pudor e etc); identificação de cadáveres
carbonizados, em decomposição, relação entre instrumento
lesivo e vítima; identificação de cadáveres abandonados; aborto
provocado; infanticídio; falta de assistência em estado
puerperal; investigação de paternidade em caso de gravidez
resultante de estupro; estudo de vínculo genético: raptos,
seqüestros e tráfico de menores; e anulação de registro civil do
nascimento.
A identificação do DNA forense poderá ser feita através do
DNAn ou DNAmt, mas, preferencialmente, deverá ser feito pelo
DNA mitocondrial pois atende as necessidades do exame,
principalmente por causa da quantidade de DNA encontrados
nesta organela.

7.1 – Identificação - DNA dos acusados de estupro

Extremamente constrangedora e dolorosa a busca de


evidencias para a elucidação dos casos de estupro, pois ativam
a memória subconsciente do fato traumático, trazendo
recordações dolorosas, por isso que a investigação requer muito
cuidado e habilidade nas abordagens realizadas, bem como um
elevado discernimento e profissionalismo.
A extração do DNA pode ser feita através da coleta de
peças intimas, da utilização do Swab e de outros instrumentos
empregados na coleta do material genético. São várias as
hipóteses que circundam o crime de estupro para a coleta do
DNA, destacando-se dentre eles o estupro com sobrevivência da
vítima, o estupro presumido(menores de 14 anos), a
identificação do acusado através da coleta de dados genéticos
do feto, a exumação da vítimas de estupro para a identificação
do acusado.
16

7.1.A – Estupro seguido de morte

O relato a seguir demonstra a frieza e a insensatez de um


dos criminosos em série catalogados pelas entidades que
estudam o crime, nos centros de criminologia e pela imprensa
escrita que noticiou o ocorrido.
O Sr. Leandro Basílio Rodrigues, conhecido como maníaco
de Guarulhos foi acusado de estupro e da morte da Sra. Gisele
Cabral de Souza.
A denuncia vai ser encaminhada pelo Sr. Promotor para o
Juiz Lenadro Jorge B. Cano, de acordo com o promotor Rodrigo
Merli, há indícios de que ele matou e estuprou mais quatro
mulheres em Guarulhos. Segundo ele, todos os cinco crimes
foram confessados pelo indiciado durante o inquérito.
Ele confessa os homicídios e diz que tirou as roupas para
contemplar, de maneira lasciva, o corpo das vítimas, mas nega
os estupros. Porém, nestas quatro mortes, foram comprovados
por exame de DNA que o esperma encontrado é do mesmo
homem.
Segundo a mesma autoridade, o material genético deste
homem ainda não foi identificado como o maníaco porque o
sangue de Rodrigues não foi coletado para que houvesse
comparação. Entretanto, o promotor afirma que a amostra de
sangue analisada no caso da morte de Gisele já foi solicitada.
Segundo o membro do ministério público o investigado é o
responsável pelos homicídios em série, restando, somente a
analise do DNA para a consolidação das informações
apresentadas e o desfecho do caso.

7.2.B – O DNA nas ocorrências Incestuosas.


17

Serão relatados dois casos chocantes de encesto,


detectado através de denuncias e declarações que foram
corroboradas através do exame de DNA.

Caso 1 - O Detlef Spies foi condenado a 14 anos e meio de


prisão por violentar durante 23 anos a sua filha, um enteado e
uma enteada, com quem teve oito filhos. A sentença foi
anunciada hoje em Coblenza, na Alemanha. O caso faz lembrar
os alarmantes crimes cometidos pelo austríaco Josef Fritzl,
acusado de ter mantido a filha Elizabeth em um porão por 24
anos e ter abusado sexualmente dela ao longo do período. Fritzl
e Elizabeth tiveram sete filhos.
Spies se declarou culpado de haver violentado inúmeras
vezes, entre 1987 e 2010, a sua filha biológica, Jasmim, e os
dois filhos de sua mulher. Com Natasha, a filha de sua mulher,
teve sete crianças, que hoje tem idades entre 15 meses e 11
anos. Um oitavo filho morreu pouco depois de nascer.
Exames de DNA confirmaram a paternidade de Spies de
todas as crianças vivas. Spies, um ex-caminhoneiro alemão fez
uma confissão completa na véspera de sua condenação, o que
fez com que a justiça alemã reduzisse sua pena em seis meses.
Spies abusou sexualmente de Natasha desde que ela tinha
12 anos. Com Jasmin, Spies tinha relações sexuais uma vez por
semana. O tribunal também acusou o alemão de ter prostituído
duas crianças por um determinado período, quando morava na
pequena localidade de Fluterschen, próximo a Coblenza. Spie
também açoitava as crianças com cinto e chicote.

Caso 2 - O monstro do Maranhão – o lavrador José


Agostinho Bispo Pereira, 54 anos, foi acusado de abusar por
aproximadamente 15 anos da filha, num Povoado de
Experimento distante aproximadamente 340 KM de São Luis.
18

Pereira teve com ela sete filhos, mantendo todos em cárcere


privado.
Pereira confessou o crime e responderá por cárcere
privado e estupro de vulnerável, além de abandono material,
abandono intelectual, maus-tratos pelas condições que se
encontravam a jovem e as crianças.
Segundo os delegados responsáveis pela investigação, o
acusado começou a abusar da filha quando ela tinha 12 anos e ,
desde então, vivia maritalmente, escondido no povoado. Com a
filha, Pereira tem filhos de 12 , 8 , 6, 5, 4 e 2 anos, além de um
bebê com pouco mais de dois meses.
Nem a moça de 28 anos nem os filhos sabem ler. Segundo
a delegada Adriana Meireles, há uma grande dificuldade de se
comunicar com eles. Ainda segundo a polícia, Pereira já estava
aliciando as duas meninas de 8 e 6 anos.
Mesmo detendo todas as evidencias, a delegada resolveu
realizar o DNA para dirimir qualquer dúvida existente e para
confirmar todas as informações obtidas.

7.2 – Identificação - DNA dos casos de Homicídio e crimes


análogos

Abaixo serão exemplificados alguns casos de repercussão


que emergiram na mídia e tiveram relação direta com o teste de
DNA, gerando grande clamor público.
Caso 1 – O estudo relembra o caso do ex-promotor paulista
Igor Ferreira, condenado pelo crime de homicídio da sua ex-
esposa e do filho que trazia no seu ventre, filho que não era
seu, conforme exame de DNA.
A acusação entendeu ser esse o motivo do homicídio, o
adultério por parte da esposa. Inteligente, realizado e de
sucesso, a prisão pôs fim à uma das mais promissoras carreira
19

jurídica brasileira. Além disso , o ex-promotor passou mais de


oito anos foragido, sendo preso recentemente e enviado para o
presídio de Tremembé.
Desde o assassinato da advogada Patrícia Longo, ninguém
defendeu o promotor Igor com mais vigor do que os pais da
vítima, seus sogros. Nem os advogados de defesa foram tão
seguros de sua inocência.
Maria Cecília e José Aggio Longo são irredutíveis na tese de
que Igor não é autor do crime: “Ele não matou minha filha.
Tenho a mais absoluta certeza”, afirmou várias vezes a
repórteres a mãe de Patrícia, Maria Cecília Longo.
Neste caso, o exame de DNA, não colaborou diretamente
para a investigação do homicídio, mas, provavelmente foi por
causa do exame de reconhecimento de paternidade que o ex-
promotor cometeu este ato tresloucado.

Caso 2 - Outro caso de grande relevância midiática foi o


caso de Rubiana Cândida Vicente, pedagoga que foi assassinada
brutalmente pelo acusado, Sr. Vinicius Costa Dias. O réu foi
pronunciado por homicídio Qualificado empregando meio que
dificultou a defesa da vítima, mediante asfixia e por motivo
torpe.
O processo foi estrategicamente protelado, havendo
diversas mudanças de advogados e escritórios. O caso gerou
grande clamor público principalmente por causa da fuga do
estudante, gerando grande sensação de insegurança e
impunidade.
Outro fato que contribui para a suspeita do Sr. Vinicius é
que a polícia técnica detectou sinais de esperma na roupa de
Rubiana, havendo o interesse em colher material para o
confronto através do exame de DNA. “Vinicius, na frente do
promotor e do advogado de defesa, em setembro, falou que iria
fazer o exame, mas no mesmo dia, ele voltou atrás. Os
20

advogados dele requereram o mapeamento genético, isso


significa, que todas as pessoas que lidaram com o corpo seriam
suspeitos”.
O instituto de criminalística deixou claro que, antes de
qualquer coisa, é preciso fazer o confronto do material de
Vinicius.
Este relato demonstra o quanto a defesa pode ser hábil,
protelando o julgamento e dificultando, legalmente, o
fornecimento de subsídios para respaldar o julgamento deste
delito, conforme está previsto no item infracitado, que se refere
ao dispositivo constitucional de que ninguém é obrigado a
produzir prova contra si.

8. EXAME DE RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE

Atualmente, os exames de reconhecimento de paternidade


ganharam muita significância e notoriedade, diante das dúvidas
e incertezas atribuídas a determinados genitores sobre a sua
responsabilidade paterna, proveniente de uma relação sexual
imprevidente e descompromissada. O exame de DNA comprova
plenamente a veracidade das informações, detectando quem é o
genitor da criança.
O teste de reconhecimento de paternidade tem muita
relevância na esfera civil, afirmando quem arcará com as
responsabilidades alimentícias e mantenedoras da criança. Além
disso, em casos particulares, decorrentes de razões diversas, o
exame pode ser feito intra-uterino, não havendo restrição etária
para a realização do exame.
Outra afirmação de grande relevância está associada ao
tipo de DNA que pode ser examinado, o DNA mitocondrial
(DNAmt) possui somente material genético materno,
impossibilitando o reconhecimento efetivo do pai, genitor. O
21

DNA utilizado para o reconhecimento de paternidade deve ser o


DNA nuclear (DNAn) , pois o material genético deste DNA detém
a combinação genética entre os genes masculinos e femininos.

8.1 – Discussão Jurídica sobre o exame de reconhecimento


de paternidade .

O exame de DNA fatalmente identificará o pai da criança,


mas resta saber se é necessária a voluntariedade do
investigado para que as provas obtidas sejam legais. A grande
discussão gerada no meio jurídico quanto a legalidade do exame
de paternidade, esta na possibilidade do ente paterno se
recusar a realizar o exame, partindo do pressuposto
constitucional de que ninguém é obrigado a produzir prova
contra si.
A verdade é que nos casos de investigação de paternidade,
o juiz nem sempre dispõe de elementos de conteúdo probante
absoluto e, dado o seu direito discricionário no processo,
termina optando por indícios e presunções, o que,
lamentavelmente, pode resultar em incontornáveis equívocos.
Sabe-se que os tribunais têm, nas ações de determinação
de vínculo genético da paternidade, se socorrido da prova
indireta, constante de informações do relacionamento mais
íntimo e mais constante da mulher com o suposto pai.
Diante do direito alegado no dispositivo constitucional
supracitado, que possibilita a recusa do investigado no
fornecimento de provas para a elaboração dos exames, é
importante a analise do posicionamento jurídico abaixo, para a
compreensão mais lúcida da tese esposada.

RECUSA DO RÉU EM SUBMETER-SE À


INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. Como se sabe,
o réu não está obrigado nem pode ser compelido
22

a se submeter a exame de sangue para testes de


vinculação genética de paternidade. A
Constituição Federal consagra este direito e o
indivíduo não está obrigado a oferecer provas
que o condenem. Assim, não existe no
ordenamento jurídico brasileiro qualquer norma
que obrigue, seja o pai ou a mãe, réus em uma
ação de investigação de paternidade ou
maternidade, a submeter-se ao exame pericial
solicitado, pois nenhum magistrado pode obrigar
ou mesmo coagir algo que a lei não o obriga. E
mais: fere o princípio constitucional expresso no
artigo 5 – II que se enuncia afirmando que “
ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude da lei” .O mesmo
se diga de nossa jurisprudência que não se cansa
em negar a obrigatoriedade do réu a submeter-
se a exame técnico, como assegura o STF ao se
reportar ao assunto dizendo que” ninguém pode
ser coagido ao exame ou inspeção corporal, para
a prova civil” (RJTJSP 99/35, 111/350, 112/368 e
RT 633/70).

9. BANCO DE DADOS DE DNA

Nas perícias forenses criminais é realizada uma


comparação dos resultados obtidos com a tipagem do DNA de
uma evidencia biológica retirada da cena de um crime com a
tipagem do DNA de um suspeito e/ou da própria vítima.
O FBI ( The federal Bureau of Investigation ), agencia
americana de investigação, tem sido líder no desenvolvimento
de tecnologias para genotipagem de DNA para uso na
23

identificação de criminosos. Em 1997, a Divisão de Ciências


Forenses do FBI selecionou 13 loci de STRs (nova tecnologia de
Banco de dados), no que iriam constituir o banco de dados de
indivíduos condenados americano, denominando-o de CODIS
( Combined DNA Índex System ). Ocorrendo a combinação
genotípica das duas amostras nos 13 loci do CODIS há uma
confirmação de que essas amostras são provenientes dos
mesmos indivíduo. Atualmente, a análise do DNAmt também
está incluído no sistema CODIS, USA.
Em 1999, a Espanha demonstrou pioneirismo ao implantar
oficialmente um programa para tentar identificar cadáveres e
restos humanos que não puderam ser identificados pelo uso dos
métodos forenses tradicionais. Esse programa foi chamado de
“Programa Phoenix” , onde são gerados dois bancos de dados de
DNAmt independentes, que podem automaticamente, comparar
e cruzar seqüências similares ou idênticas. Um deles é o banco
de dados referencia , com seqüências de DNAmt de parentes
maternos das pessoas desaparecidas, que fornecem amostras
de células de respaldo bucal, voluntariamente; o outro é o
Banco de Dados Questionado, obtido de DNAmt de restos e
cadáveres de indivíduos desconhecidos.
Na Iuguslávia, como resultado dos conflitos da última
decada, cerca de 30.000 pessoas estão desaparecidas. Em
2000, foi estabelecido formalmente um programa da Comissão
Internacional de Pessoas Desaparecidas, graças a colaboração
de várias corporações governamentais e privadas, numa
tentativa de realizar a identificação humana através de uma
rede com a aliança política, centros de acesso às famílias e
laboratórios de DNA em toda a antiga Iuguslávia. Seguindo o
programa DNA, os laboratórios de DNA da Bósnia-Herzegovina
(BH), Saravejo e Banja Luka tem-se dedicado em larga escala à
tipagem de sangue e se equipado com os sistemas STR
multiplex e DNAmt.
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10. CONCLUSÃO

A análise e busca de informações genéticas, através do


DNA, favorecem o trabalho de identificação das polícias
investigativas, trazendo grande probabilidade de imputação do
crime perpetrado aos indivíduos suspeitos. Apesar de ser uma
prática recente no país, tem crescido promissoramente com
objetivo de atingir maiores proporções na perícia forense,
gerando credibilidade ao serviço policial e diminuindo a
criminalidade nas comunidades investigadas.
O teste de DNA possui uma probabilidade de acerto
incomparável, além dissso é o meio mais fácil e seguro para
obtenção de provas, porque, geralmente, os vestígios ou
indícios de natureza biológica estão presentes no local de
crime. Porém, existe a necessidade efetiva de conservação e
manipulação cuidadosa das amostras, seguindo todos os
paradigmas procedimentais para não haver contaminação ou
prejuízo do produto coletado.
Com a implementação de um banco de dados, o exame de
DNA, trará soluções eficazes para os diversos tipos de crime,
inclusive dentro de um espaço temporal razoável, utilizando as
amostras que tenham sido devidamente obtidas e guardadas.
Quanto ao exame de reconhecimento de paternidade, o
DNA – Acido desoxirribonucléico é instrumento imprescindível,
que com a colaboração inteligível dos tribunais trará
contribuições valorosas para a garantia dos direitos da criança,
que foi fruto de uma relação descompromissada.
Portanto, verifica-se que os governantes, através das
respectivas secretarias, devem ampliar os investimentos nesta
tecnologia garantindo a facilidade de identificação de
25

criminosos ou dos casos semelhante que requeiram a


identificação precisa do indivíduo.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

• Pai tem sete filhos com a própria filha no Maranhão.


HTTP://www.vidanews.net.br/entretenimeno/o-maranhão-
monstro-do-maranhão-estuprou-as-filhas-e-as-netas .

• Maníaco de Guarulhos é denunciado por mais quatro


mortes. HTTP://noticias.r7.com/são-
paulo/noticias/maniaco-de-guarulhos-e-denunciado-por-
mais-4-mortes-20110311.html

• DNAmitocondrial.
HTTP://www.segurança.mt.gov.br/política/3c/artigos
dna_mitocondrial.doc

• Procedimento Operacional padrão para coleta de


material genético em cartão FTA, durante audiência com
os interessados.
HTTP://cgj.tj.sc.gov.br/dna/docs/coleta_material.pdf

• SAÚDE & AMBIENTE EM REVISTA. Duque de Caxias, V.2,


N.2, P11-22; jul – dez 2007.

• ANALISE DE DNA EM MEDICINA LEGAL, BANCO DE DADOS


E CONTROLE DE QUALIDADE. Saúde, Ética & Justiça, São
Paulo.2003.

• Incesto: segredos revelados a partir da prova material


do DNA. III Congresso Brasileiro de Genética Forense. II
26

Jornada Latino-Americana de Genética Forense. Porto


Alegre/RS. pag. 40.

• FRANÇA , Genival Veloso. Medicina Legal. Editora


Guanabara Koogan, 8º Ed. – Rio de Janeiro/2008.

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