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Resumo
Pode-se considerar que o início da consciência sobre a proteção do meio ambiente surgiu no começo dos
anos setentas. Naquela época aflorou com nitidez, nos países tecnologicamente mais avançados, a
percepção de que o bem-estar social, fruto do desenvolvimento econômico, estava relacionado, em geral, a
impactos não desejados sobre os vários ecossistemas. Desde então, os agentes responsáveis por tais
impactos começaram a ser discriminados, quando não condenados por um segmento pensante e emergente
dessas sociedades, denominado ambientalista.
O agravamento de tais impactos, muitas vezes com resultados deletérios diretos sobre o organismo humano,
teve como conseqüência o envolvimento de outros segmentos da sociedade. Preocupados com o problema,
no final da década de 80, cientistas, políticos e empresários do setor industrial, dentre outros, adotam a
causa. Todos eles convergiam para a mesma conclusão: a necessidade de uma política global de gestão
ambiental que promovesse a sustentabilidade dos ecossistemas, como única solução.
Dados recentes(1) sobre o desempenho ambiental de empresas líderes de dez setores industriais, no Brasil,
apontam as indústrias químicas, de papel, celulose e automotivas como as de melhor performance, embora,
como conclusão da própria fonte, os resultados não sejam os melhores. Essa avaliação, efetuada com base
em questionário proposto por especialistas dos setores envolvidos, indica que o desenvolvimento sustentável
vem se tornando realidade no contexto de cada segmento da indústria, e isso pode ser observado mediante
somatório dos escores obtidos para cada item avaliado. Dos vinte itens avaliados, em escala crescente de 1
a 5, com o respectivo total de pontos: 1. Papel e celulose (82), 2. Automotivo (76), 3. Químico (74), 4.
Siderúrgico (68), 5. Fumo (58), 6. Mineração e Cerâmica (47), 7. Têxtil (45), 8. Alimentação (38) e 9.
Metalurgia (33).
No contexto, a indústria da mineração atinge um grau preocupante, o que demonstra a necessidade de séria
avaliação de suas relações ambientais.
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De maneira geral, o efeito da mineração, considerado aqui desde a lavra até o tratamento do minério, faz-se
sentir especialmente(2):
a) sobre o meio físico ou sobre a fisiografia da região. São efeitos visíveis, detectados a curto
prazo, denominados de agudos e afetam:
3) a vegetação (desflorestamento).
b) sobre a qualidade do meio. Efeitos não-visíveis, detectados a longo prazo. Esses efeitos são
considerados crônicos e sentidos principalmente por:
Dentro desse contexto, a recuperação das área mineradas e seu monitoramento aparecem como ferramenta
importante para a minimização dos impactos citados e, em alguns casos, podem melhorar a qualidade do
ambiente em relação as condições anteriores ao empreendimento mineiro.
Segundo Oliveira Jr.(3), minerar é assegurar, economicamente, com mínima perturbação ambiental, justa
remuneração e segurança, a máxima observância do princípio da conservação mineral a serviço do social.
Negligenciada ao longo do tempo, embora seja uma exigência inerente a todo o plano de instalação de um
empreendimento mineiro, a questão ambiental, com relação à mínima perturbação ambiental, vem sendo
imposta, de forma gradativa e irreversível, como elemento preponderante nas modernas concepções de
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projetos de mineração.
Neste sentido, tem-se observado, nos atuais projetos mineiros, planos de minimização de impactos
ambientais, assim como a adoção de medidas mitigadoras desses impactos. As medidas podem incluir
desde simples alterações operacionais para melhoria dos ambientes de trabalhos, como controle de poeira,
ruídos e até mesmo alterações de processos visando atividades e/ou operações menos agressivas.
Com relação à recuperação de áreas degradadas pela mineração, muitos estudos passaram da teoria à
prática e, nos últimos vinte anos, muitos trabalhos têm atingido alto grau de especificidade visando à
redução destes (4-8).
De modo geral, as áreas degradadas pela mineração devem ser objetos de trabalhos de recuperação
envolvendo os seguintes pontos:
l áreas lavradas: incluem cavas (secas e inundadas), frentes de lavras (bancadas e taludes),
trincheiras, galerias em lavra subterrânea etc;
l áreas de deposição de resíduos sólidos: incluem pilhas ou corpos de bota-fora, solos superficiais,
estéreis, bacias de decantação e sedimentação de rejeitos de beneficiamento etc;
A recuperação de áreas degradadas pela mineração deve ser planejada antes da implantação do
empreendimento a fim de prever a desativação das atividades mineiras e a reabilitação dos terrenos
remanescente.
É possível, entretanto, observar que em diversas situações esta parece não ser a prática adotada,
particularmente em empreendimentos de médio e pequeno porte. Não raramente, essas áreas correspondem
a terrenos manejados como estoque especulativo para fins diversos (imobiliários, no caso de áreas próximas
a centros urbanos ou reflorestamento , no caso de áreas rurais). Nesses casos, em que a intenção dos
proprietários dos terrenos parece ser a de aguardar algum tempo antes de empreender a reabilitação da
área, o princípio da recuperação provisória torna-se recomendável, não apenas para evitar a intensificação
ou aceleração dos processos de degradação dos solos e as conseqüências ambientais decorrentes, mas,
também, para garantir sua própria proteção e viabilização posterior.
Dois aspectos são destacados, sob o ponto de vista tecnológico, como desafios a serem incorporados ao
planejamento das atividades de recuperação, a saber(9):
recuperação orientada de acordo com um plano prévio: execução com base em decisões expressas em
documento previamente discutido e definido entre minerador, poder público e comunidade envolvida,
apontando para o aproveitamento das áreas degradadas – PRAD.
Utilizando o amplo conceito de recuperação, o planejamento das atividades que objetivam a estabilidade das
áreas degradadas deverá ter como primeira tarefa a definição de uma das seguintes metas:
As técnicas utilizadas para assegurar o uso adequado do solo são numerosas, mas no geral todas
compreendem as seguintes etapas: desmatamento, remoção e estocagem do capeamento do solo,
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A figura 1 mostra as principais opções para a recuperação de áreas ocupadas por atividades de mineração.
1.1 Objetivos
Este trabalho, dentro do contexto descrito e pela relevância observada com relação às preocupações
ambientais, tem por objetivo global estudar a recuperação de áreas degradadas pelas atividades
relacionadas à extração mineral, com ênfase na pequena e média empresa. O estudo está orientado `a
otimização de operações nos processos de lavra, processamento mineral e disposição de resíduos,
buscando, durante a vida útil do empreendimento, minimizar ou mesmo reverter os impactos causados pelas
atividades características.
Estudar a recuperação de áreas a fim de evitar a duplicidade de operações e prepará-las para uso futuro é o
objetivo específico deste trabalho.
Serão avaliados os efeitos operacionais de preparação de terreno, remoção de fauna e flora durante o
decapeamento; assim como problemas gerados pela extração do bem mineral e situação de cavas
exauridas. Também serão avaliados os problemas gerados com a concentração dos minerais de valor e as
condições de disposição dos resíduos gerados.
2.1 Mineração
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A mineração, representada pelos produtos por ela gerados, está presente no cotidiano da sociedade de
forma relevante e praticamente indispensável. Segundo James McDivitt, citado por Alves (11), o ser humano
depende, por ano, de 400 a 500kg de insumos do reino animal e, de acordo com o nível de desenvolvimento
do país onde vive, consome entre 2 000 e 20 000kg de insumos de origem mineral. Nos Estados Unidos,
considerado um dos países com melhor padrão de vida, o consumo anual per capita é de 4 145 kg de brita, 3
890kg de areia e cascalho, 363kg de cimento, 222kg de argila, 199,5kg de sal, 140,6kg de rocha fosfática,
485,3kg de outros minerais não metálicos, 546,6kg de ferro e aço, 24,9kg de alumínio, 10,4kg de cobre,
6,3kg de chumbo, 5,4kg de zinco, 6,3kg de manganês e 8,6kg de outros metais.
No Brasil, em menor escala, por conta de menor nível de desenvolvimento, a mineração aparece de forma
constante no dia a dia dos brasileiros. De simples artigos em vidro (areia) e cerâmica (argila) a insumos para
computadores e satélites, assim como na fabricação de remédios.
Atuando como base de sustentação para a maioria dos segmentos industriais, a extração mineral, hoje,
desempenha papel fundamental na economia brasileira, não só como geradoras de empregos (cerca um
milhão de empregos diretos e indiretos) e impostos, como também representa fator determinante para o
desenvolvimento de elevado número de cidades e microregiões.
A atividade de extração em si é responsável por apenas 3% do Produto Interno Bruto brasileiro, porém, se
considerarmos as etapas de transformação de bens minerais (fases onde o produto é beneficiado para
posterior aproveitamento industrial), esse valor sobe para aproximadamente 26%.
Como referência do potencial mineral do Brasil, o país possui: as maiores reservas mundiais de nióbio, com
85% das jazidas existentes; a terceira maior reserva de cassiterita do mundo, com 12,2% das jazidas; a
terceira maior reserva de bauxita, com 11,1% das jazidas; a quarta maior reserva de caulim, com 9,3% e a
quinta maior reserva de minério de ferro, com 8% do total.
Embora o Nordeste tenha sido pouco influenciado pela atividade mineral, o Estado da Bahia tem várias
cidades onde a mineração trouxe grandes contribuições para o desenvolvimento sócio-econômico. Em
Jaguarari, em plena zona da seca, as instalações da Mineração Caraíba foram determinantes para a
alavancagem regional. O município de Teofilândia é outro exemplo: as atividades de extração de ouro,
movimentadas pela Companhia Vale do Rio Doce, serviram como base para o desenvolvimento local. Ainda
na Bahia, a cidade de Jacobina teve grande impulso a partir das operações das minas da Mineração Morro
Velho. No global, o setor de mineração baiano absorve cerca de 20 000 pessoas em empregos diretos(2).
Acrescenta-se ainda a existência, também na Bahia, de razoável quantidade de projetos em fase de pré-
viabilidade e implantação ou a espera de melhores condições de mercado. Dentre estes podemos destacar:
Vanádio, em Maracás; Calcário, em Jacobina; Ouro, em Rio do Pires; Fosfato e Titânio, em Campo Alegre
de Lourdes; Zinco e Fosfato, em Irecê; Gipsita, em Camamu; Urânio, em Lagoa Real; Caulim, em
Alagoinhas e Prado; Ilmenita, Rutilo e Zirconita, em Valença; Rochas Ornamentais em diversas localidades.
Com relação às demais unidades da Federação, sem a inclusão dos produtos energéticos, a Bahia ocupa o
sexto lugar no universo da mineração brasileira, sendo que a produção destes seis estados (MG, PA, SP,
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MT, GO e BA) representa 76% da produção mineral brasileira. Com a inclusão dos produtos energéticos, a
Bahia passa a ocupar o quarto lugar; Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pará, nessa ordem, ocupam os três
primeiros lugares.
Um empreendimento mineiro pode envolver, em parte ou no todo, serviços compreendidos nas seguintes
fases: prospecção, exploração, desenvolvimento, lavra, processamento mineral e descomissionamento do
empreendimento mineiro.
O objetivo básico da pesquisa mineral é procurar, encontrar e assegurar uma reserva mineral
economicamente viável. Compreende a realização de estudos e análises imprescindíveis às decisões sobre
porte de projetos, fluxogramas, planos de extração de minérios, processamento mineral, remoção de estéril e
reabilitação ambiental.
2.1.2.2 Desenvolvimento
Esta fase envolve os serviços necessários à preparação da jazida para a lavra, com preparação de vias de
acesso, sondagens, ventilação (no caso de lavra subterrânea), transporte, obras civis (escritórios, oficinas,
refeitórios, vilas residenciais, áreas de lazer, etc.), estações de tratamento de água e esgoto, rede de
captação de águas, preparação de barragens etc.
É importante observar que em uma mina em atividade, podem ocorrer, simultaneamente, todas as fase
citadas.
2.1.2.3 Lavra
Entende-se por lavra o conjunto de operações para o aproveitamento econômico de uma jazida. Ë também a
fase de extração dos bens minerais (minério) de seus locais de origem. Compreende operações de grande,
médio ou pequena escala realizadas na superfície e/ou no subsolo.
O conceito de pequena, média ou grande mina depende do referencial adotado e varia conforme a região ou
país. Minas consideradas de médio porte, em países desenvolvidos, podem ser consideradas de grande
porte em países subdesenvolvidos. O valor da substância lavrada, as reservas, o grau de mecanização da
mina, a tonelagem produzida, o número de empregados, o capital da empresa, dentre outros parâmetros,
podem sem considerados nesta avaliação.
Sobre esse aspecto, vale ressaltar o fato de que pequenas minerações tendem a impactar menos, viabilizam
o aproveitamento de pequenas jazidas, além de servirem para fixar a mão de obra própria da região. Além
disso, contribuem para a desconcentração de centros urbanos e favorecem o desenvolvimento da região em
que estiver inserida.
a. lavra a céu aberto. Se por um lado esse tipo de lavra permite maior aproveitamento do corpo de
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minério, por outro produz maior quantidade de estéril, poeiras, ruídos e poluição das águas. O fato
desses fatores serem melhor observados pode ser um ponto positivo para o seu controle. Porém este
impacto visual pode acarretar conflitos com populações vizinhas ao empreendimento e com órgãos de
fiscalização;
b. lavra subterrânea. A lavra subterrânea, quando bem executada, causa menor impacto ambiental,
sendo que o material estéril e/ou os rejeitos da concentração podem ser utilizados como enchimento
de galerias e escavações, minimizando possível passivo ambiental. Os efluente líquidos, assim como
ruídos, poeiras e vibrações provenientes da mineração estão, geralmente, confinados, o que torna o
controle ambiental mais fácil;
c. dragagem. Remoção de minérios do leito de rios, com a utilização de dragas. Nesse tipo de lavra, os
principais impactos são a geração de sólidos suspensos, turbidez e presença de óleos na água;
d. mineração marinha. Extração de minerais por meio de plataforma continental, com utilização de
explosivos, com posterior sucção através de bombas e/ou equipamentos especiais.
O minério extraído pode ser qualificado como: conjunto de minerais, dentre os quais um ou mais destes
possuirá valor econômico, enquanto o restante será considerado mineral de ganga e será descartado após
adequados processos de separação.
Alguns autores (12) definem o processamento mineral como a capacidade de se fornecer diferente
velocidade de resposta para as espécies presentes em um determinado sistema e consequentemente poder
separá-las.
Os processos de concentração buscam diferenças nas espécies presentes para aplicação de determinados
princípios. Os principais processos são:
As etapas de beneficiamentos tendem a ser realizadas em sistemas fechados, com recirculação de água de
processo e confinamento de rejeitos. Entretanto, a falta de controle de poeira, de ruídos, de reagentes, de
águas de processo e estabilidade de barragens podem levar a sérios impactos ambientais.
A reabilitação ambiental, sem prestígio há pouco tempo, é uma das ferramentas da desativação de um
empreendimento e começa a fazer parte de todos os projetos mineiros tecnicamente bem elaborados,
especialmente em função de exigências legais rigorosas e, por vezes, fora da realidade.
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Tais atividades de desativação programada têm a função de colocar as obras e instalações resultantes em
condições tais que possam ser removidas, vendidas ou, caso permaneçam na localidade, não ponham em
risco a saúde e a segurança do público e do meio ambiente.
A área recomposta não será como a de antes das atividades mineiras; mas pode, em certos casos, ser
melhorada, conforme o referencial adotado e os interesses das comunidades da região.
Geralmente, em virtude da extração do minério e disposição de estéril há um impacto visual que pode ser
suavizado com adoção de certas técnicas disponíveis, tais como:
a. cortina arbórea: sistema de vegetação que, se plantado adequadamente, confina a região minerada e
protege o meio ambiente dos fatores poluentes relativos a poeiras e ruídos;
b. bancos: anteparos artificiais. Na sua construção, são utilizados materiais provenientes da mina, como
o próprio estéril que, disposto adequadamente, atenua a agressividade da paisagem da área em
mineração;
c. perfil topográfico: adequação da linha do horizonte da cumeada da terra de onde foi extraído o minério
a fim de harmonizá-la com a parte não minerada.
A atividade de mineração é potencialmente poluidora e contribui para a poluição dos seguintes parâmetros
de qualidade das águas:
a. orgânico: proveniente dos esgotos do sistema de apoio das atividades, tais como vilas, residências,
escritórios etc;
d. águas ácidas e/ou alcalinas: os efluentes ácidos são comuns em certos tipos de minerações, como no
caso dos minerais sulfetados e é possível encontrá-los nas redes de drenagem água com pH variando
de 2 a 6,5. Quanto aos efluentes alcalinos, mais raros, são encontrados nas minas de calcário,
fábricas de cimentos, usinas de concreto;
e. metais pesados: essa categoria abrange cobre, chumbo, zinco, cádmio, cromo, arsênio, mercúrio,
vanádio, berilo, bário, manganês etc. As águas que contêm esses elementos são provenientes, quase
sempre, de sistemas de beneficiamento e concentração de minerais metálicos e apresentam um
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agravante quando contaminadas com efluentes de drenagem ácida, como as águas das minas de
carvão;
f. sólidos dissolvidos: é comum os efluentes das minerações conterem altos níveis de sólidos
dissolvidos, tais como cloretos, nitratos, fosfatos ou sulfatos de sódio, calcário, magnésio, ferro e
manganês. As maiores fontes de dissolução são as próprias rochas; mas os nitratos podem ser
provenientes de explosivos inativos;
h. cor: certos elementos têm a característica de alterar a cor da água, o hidróxido de ferro, por exemplo,
que empresta coloração vermelha aos efluentes das minerações de ferro;
i. sólidos em suspensão: material inerte proveniente das minerações, e sólidos orgânicos provenientes,
por exemplo, das minerações de carvão;
m. desoxigenação: os organismos vivos e aquáticos requerem oxigênio, dissolvido na água, para sua
respiração e sobrevivência. São eles:
Þ OD - Oxigênio dissolvido na água.
Þ DBO - Demanda bioquímica de oxigênio, isto é, restos orgânicos consomem o oxigênio dissolvido
(OD) durante sua decomposição.
Þ DQO - Demanda química de oxigênio, é outro processo de consumo de oxigênio por causa da
oxidação química, ocorrência comum quando envolve minerais sulfetados.
b. poluentes gasosos: os principais poluentes gasosos são: CO, NOx, SOx, geralmente provenientes da
combustão de óleos combustíveis.
As fontes de ruídos existentes nas minerações são várias: detonações, compressores, britadores, moinhos,
bombas, locomotivas, tratores, caminhões, ventiladores, exaustores etc.
As principais fontes de vibração são as detonações para desmonte de rochas. Outras fontes de menor
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Os métodos a serem utilizados relacionam-se com a escolha do processo de mineração. Drenagem, desvio
de águas da frente de lavra, controle de erosão (compactação, drenagem, replantio), controle de infiltrações,
recuperação de áreas mineradas, selagem das minas subterrâneas exauridas e sistemas de disposição
controlada das pilhas de rejeito e estéril.
Tratamento da água: sempre que possível a água deve ser recirculada dentro do sistema. Deve-se buscar a
neutralização de efluentes, decantação e filtragem com a utilização de barragens.
a. Enclausuramento da fonte poluidora: no caso de sistemas de britagem, este poderá ser confinado em
prédio fechado, no sentido de impossibilitar a disseminação de pó na atmosfera exterior;
b. Aspersão de água: no sentido de prevenir a formação de poeiras. Geralmente a água é utilizada nos
sistemas de britagem e transporte (correias) e pode ser sob a forma de "spray", usando agentes que
facilitem o molhamento para reduzir a formação de poeiras. No caso das vias de transporte, promove-
se a pavimentação, imprimação, irrigação etc;
c. Coletores: implementação de sistemas para coletar as partículas. Os métodos que podem ser
utilizados são:
Existem alguns métodos para remediar ou atenuar os efeitos danosos causados pelos ruídos e vibrações. Os
principais são:
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2.3.4 Monitoramento
O monitoramento deve anteceder o início da lavra, continuar durante os trabalhos na fase de exploração do
empreendimento. Além de controlar a qualidade dos efluentes também visa medir e conhecer as
modificações produzidas nos meio ambiente.
1. exaustão: pode estar relacionada aos custos de produção e sua ligação negativa com o lucro obtido
pela venda do minério e/ou concentrado;
2. obsolecência: relação com perda de competitividade e/ou por falta de investimentos em pesquisa
mineral;
4. impactos ambientais: ligado a fatores de ordem ambiental e relações com as comunidades próximas
aos empreendimentos.
a. áreas lavradas. Algumas das medidas usualmente empregadas são: retaludamento, revegetação (com
espécies arbóreas nas bermas e herbáceas nos taludes) e instalação de sistemas de drenagem (com
canaletas de pé de talude, além de murundus - morrotes feitos manualmente) na crista dos taludes)
em frentes de lavra desativadas. A camada de solo superficial orgânico pode ser retirada, estocada e
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reutilizada para as superfícies lavradas ou de depósitos de estéreis e/ou rejeitos. A camada de solo de
alteração pode ser retirada, estocada e reutilizada na construção de diques, aterros, murundus ou
leiras de isolamento e barragens de terra, remodelamento de superfícies topográficas e paisagens,
contenção ou retenção de blocos rochosos instáveis, redimensionamento de cargas de detonação em
rochas e outras.
b. áreas de disposição de resíduos sólidos. As medidas usualmente empregadas são: revegetação dos
taludes de barragens (neste caso somente com herbáceas) e depósitos de estéreis ou rejeitos,
redimensionamento e reforço de barragens de rejeito (com a compactação e sistemas de drenagens
no topo);instalação, à jusante do sistema de drenagem da área, de caixas de sedimentação e/ou
novas bacias de decantação de rejeitos; redimensionamento ou construção de extravazores ou
vertedouros em barragens de rejeito; tratamento de efluentes (por exemplo: líquidos ou sólidos em
suspensão) das bacias de decantação de rejeitos; tratamento de águas lixiviadas em pilhas de rejeitos
ou estéreis; tratamento de águas subterrâneas contaminadas.
c. áreas de infra-estrutura e circunvizinhas. Algumas medidas possíveis são: captação e desvio de águas
pluviais; captação e reutilização das águas utilizadas no processo produtivo, com sistemas adicionais
de proteção dos cursos de água naturais por meio de canaletas, valetas, murundus ou leiras de
isolamento; coleta (filtros, caixas de brita, etc.) e tratamento de resíduos (esgotos, óleos, graxas);
dragagem de sedimentos em depósitos de assoreamento; implantação de barreiras vegetais;
execução de reparos em áreas circunvizinhas afetadas pelas atividades de mineração, entre outras.
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Esses procedimentos visam caracterizar a situação em que se encontra o empreendimento mineiro assim
como definir o melhor caminho para a desativação deste, considerando a necessidade de medidas de
recuperação ambiental e monitoramento. De forma genérica, esses procedimentos podem ser classificados
da seguinte forma:
b. caracterização preliminar do sítio minerado: localização dos sítios com problemas potenciais e
verificação do entorno do sítio minerado para detectar potenciais fontes externas de poluição.
f. licitação e contratação – trabalho realizado por terceiros: contrato escrito com a intenção de
responsabilizar empreiteiras no caso de não cumprimento do plano de desmontagem e recuperação
ambiental.
g. execução, acompanhamento e fiscalização: manter estrito controle das atividades durante as fases de
desmontagem e recuperação ambiental.
i. relatório final e documentação: relato dos trabalhos executados e histórico do uso da área.
Em relação à recuperação de áreas degradadas, Gama (7) informa que a identificação, a avaliação da
importância relativa e o monitoramento dos impactos ambientais, no sentido de minimizá-los, eliminá-los ou
administrá-los de modo a proteger efetivamente o meio ambiente, devem ter seus custos incorporados aos
estudos de viabilidade econômica do projeto.
Por outro ângulo, Carter (16) enfatiza a necessidade de pensar em meio ambiente e suas correlações
econômicas no início dos projetos mineiros, pois nesse momento as empresas estão capitalizadas e o meio
ainda não foi degradado; além de possíbilitar a execução de estudos ambientais simultâneos a outros
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Esse trabalho se justifica pelo fato da maioria das empresas, especialmente as de pequeno e médio porte, se
preocuparem com a recuperação das áreas degradadas somente ao final do empreendimento. Essa prática
resulta inevitavelmente na duplicidade de operações dos trabalhos de recuperação ambiental. Esses
trabalhos poderiam ser realizados durante o período produtivo da mina, mediante um plano de recuperação
simultâneo à lavra.
Exemplos desse fato são alguns trabalhos realizados por Oliveira Jr. (17) em minerações, no Estado da
Bahia. Nesses estudos ficou comprovado que, durante a recuperação, o maior montante recai sobre
operações típicas de lavra (desmonte, limpeza, terraplenagem e drenagem de cavas e pilhas de estéreis).
Esses custos chegam a 30% dos custos totais. Os 70% restantes estão relacionados à revegetação,
fechamento de áreas (cavas), sinalização e monitoramento (pilhas de minérios, bacias de sedimentação e
águas da região).
O mesmo autor conclui que no caso de terceirização das operações de recuperação de áreas, os custos
poderiam ser triplicados. Com esses trabalhos simultaneamente às operações da mina, a maioria das áreas
já estariam recuperadas, e os custos com a recuperação já estariam amortizados ao longo da vida produtiva
do empreendimento. Nesse caso, restaria computar os custos das últimas áreas lavradas, áreas de
beneficiamento e de estocagem de resíduos; acrescentado de custos de sinalização e monitoramento das
últimas áreas.
As areias consumidas hoje na Região Metropolitana de Salvador são originárias, quase que totalmente, da
Formação São Sebastião e da Formação Marizal, localizadas no município de Camaçari, somente pequena
parcela provém da Formação Barreiras, localizada ao longo das estradas CIA - Aeroporto e
Aeroporto/Arembepe e de dunas litorâneas. Cabe ressaltar que as jazidas de areia da formação Barreiras
encontram-se em fase esgotamento (18).
A exaustão dos depósitos de areia grossa nas proximidades de Salvador têm viabilizado a exploração de
jazidas de areia de Camaçari, apesar de problemas com a granulometria e a distância entre os centros
consumidores.
Atualmente, o parque produtor é composto por vinte e sete unidades produtoras de areia, distribuídas da
seguinte forma: duas unidades, no município de Simões Filho; quatro, em Lauro de Freitas; quatro, em
Salvador; dezessete, em Camaçari.
Dentre as empresas localizadas em Camaçari a Mineração Ottomar Ltda. se destaca como a maior produtora
de areia da região metropolitana de Salvador.
A Ottomar Mineração se destaca como uma das maiores produtoras de areia da Região Metropolitana de
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Salvador e está em atividade, na cidade de Camaçari, desde 1980. Sua produção é de cerca de 600 000m3
de areia por ano, e o material extraído por ela é composto essencialmente de areia de granulometria fina a
grossa e coloração branca. O principal composto mineral dessa areia é SiO2 e utilizada "in natura" na
construção civil.
Grande parte produção de areias se destina à Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana de
Salvador e pequena parte é comercializada em Feira de Santana.
Atualmente, as reservas de areia da Ottomar Mineração estão estimadas em cerca de 9 000 000m3(19).
O método de lavra utilizado pela Ottomar Mineração é extração a céu aberto, em meia encosta. As
operações de lavra são:
a. desmatamento: remoção da cobertura vegetal das áreas a serem lavradas. De forma geral, a
vegetação da região é composta de espécies de pequeno porte. Nesta etapa, o plano de lavra buscou
a remoção apenas na área necessária para o desenvolvimento dos trabalhos de extração e circulação
de veículos.
b. decapeamento: retirada do material estéril e do solo orgânico. O solo orgânico, basicamente areia
com resíduos vegetais, é armazenado em separado para posterior utilização na fase de revegetação.
c. extração: a extração de areia é realizada em processo de meia encosta, com a utilização de tratores
de esteira e de pás-carregadeiras.
e. transporte: realizados por caminhões que transportam a areia da frente de lavra até o mercado
consumidor.
Nesta última década, a Ottomar Mineração tem dedicado esforços no sentido de cumprir a legislação
ambiental vigente. Segue as normas exigidas pelo CRA, no intuito de manter seu empreendimento
regularizado no sentido de controle e recuperação ambiental. Com relação a esse aspecto, a atual política da
empresa tem colaborado para melhor sua imagem junto à comunidade e demonstrar que é viável a
exploração responsável e consciente do meio ambiente.
Nos últimos anos, a Ottomar Mineração tem realizado, por intermédio de especialistas, uma série de
trabalhos de avaliação de impacto ambiental de sua atividade mineira e recuperação de áreas degradadas
mantendo seus trabalhos dentro das solicitação do CRA (20).
5.1 Localização
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5.6 Revegetação
5.7 Monitoramento
As áreas alvo de recuperação, que ainda apresentam trabalhos de lavra, estão localizadas na BA 512, km 14
(estrada Camaçari/Monte Gordo), em uma área denominada Biribeira, na Fazenda República Mangueira.
As áreas possuem os seguintes Processos no DNPM: 87092191 e 87092291 e ainda apresentam vida útil de
cinco anos.
O início dos trabalhos de recuperação ficarão concentrados em uma área piloto de cerca de 5ha.
Após encerrados os trabalhos de lavra, deverão ser avaliadas as condições da área. Nesse sentido, devem
ser analisadas mudanças na cobertura vegetal (recuo da flora), afastamento da fauna da região, alterações
significativas na topografia da região, formação de taludes acima de uma altura estável, alteração e/ou
assoreamento das drenagens naturais, possíveis pontos de poluição pelos equipamentos utilizados na fase
de extração e seu impacto no meio ambiente, situação das construções que possam estar localizadas na
área. Com relação a estes últimos deve ser considerada a remoção dos mesmos, uma vez que na área
apenas existem construções de pequeno porte, ou mesmo a manutenção dos mesmos pelo tempo que
possam ser úteis.
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Com o auxílio dos tratores de esteiras, as áreas com grandes irregularidades das áreas lavradas deverão ser
suavizadas. Caso, ao final das atividades, sejam observados taludes com grandes inclinações e/ou alturas,
haverá deslocamentos de material com utilização dos tratores para a diminuição de inclinações e/ou alturas.
As drenagens da região podem sofrer algumas modificação de curso e/ou assoreamento de determinados
cursos. A princípio, a regularização dos terrenos deve restaurar as drenagens locais. Havendo necessidade,
pequenas valetas poderão ser providenciadas para regularização de drenagens.
Tendo em vista experiências anteriores (20), pode-se esperar que não seja necessária a descompactação do
solo na região uma vez que do local foi retirado material não consolidado e ficou apenas areia de coloração
amarela (areia misturada a solo argiloso decomposto) e poucas intrusões de argila. Existindo o interesse em
recuperar velhas vias de acesso, poderá haver a necessidade da utilização de tratores com escarificadores
para descompactação do solo.
Para a revegetação da área lavrada, deverá ser observada experiência anterior da empresa. Atualmente a
Ottomar Mineração recebe consultoria de um Engenheiro Florestal e mantém um viveiro de mudas na
própria empresa.
Assim sendo, o processo de revegetação deverá proporcionar a recuperação de funções do ecossistema por
meio do plantio de mudas. O processo de plantio engloba aproximadamente quinze diferentes espécies com
preferência para os grupos ecológicos da pioneiras e secundárias de rápido crescimento: leguminosas
florestais, frutíferas e até exóticas, como o eucalipto Associado a esse sistema, realiza-se a semeadura
direta (a lanço) da leguminosa feijão de porco, como forma de adubação verde e elemento restaurador do
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solo.
A escolha das espécies a serem utilizadas na revegetação está relacionada à disponibilidade de obtenção de
sementes e mudas; e a utilização de espécies nativas será reduzida por uma questão de oferta de mercado.
As mudas a serem utilizadas deverão ser produzidas em viveiros próprios.
As espécies a serem utilizadas, em maior ou menor número, serão: acácias (cássia sp), jangelim (Jaboranda
obovata), embauba (cecropia sp), pau pombo (Tapiura guionensis), aroeira preta, caju (Anacordium
ocidentale), jamelão (Jambosa sp), mangueira (Mangifera indica), flamboyant (Delanix regia), amendoeira
(Catappa sp), leucena (Leucoema leucocephala), bromélias (Hahenbergia sp), feijão de porco (Conavalia
ensiformes), eucalipto (Eucalyptus soligma) e Pinus elyoti.
O plantio deve ser conduzido de forma a expor certa heterogeneidade entre as espécies selecionadas ou
disponíveis para a época do plantio. Como espaçamento básico será utilizado o mesmo que foi empregado
em outras áreas já revegetadas e que apresentou bons resultados. Deverá ser utilizado um espaçamento
regular, variando entre 4m x 3m (12m2) e 3,5m x 2,5m (8,8m2). Espera-se, ao final dessa operação, atingir
cerca de 1 000 mudas/ha.
Cuidados especiais devem ser dispensados à qualidade do solo, já que estudos anteriores (20)
demonstraram a necessidade de calagem e adubação orgânica e mineral. O preparo do solo deverá levar
em consideração o tempo necessário para a efetivação do processo de fertilização do solo e o período
adequado para o plantio das espécies escolhidas.
Vários autores (21-24) analisam a etapa de monitoramento como crítica para a finalização dos trabalhos de
recuperação de áreas degradadas. A adequada condução desta etapa deve significar o controle e
manutenção de todos os objetivos traçados até o momento.
De forma geral, deverão ser monitorados inícios de processos erosivos, estabilidade de inclinações e
taludes, assoreamento da drenagem.
Especial cuidado deve ser dado ao monitoramento das áreas revegetadas, pois após a fase de plantio serão
necessárias observações periódicas da área recuperada a fim de evitar, se for o caso, que haja retrocesso no
processo. Os fatores mais importantes a serem monitorados são os seguintes:
a. condições dos terrenos: monitorar processos erosivos nas áreas recuperadas e/ou revegetadas
buscando corrigir essas situações no início do processo observado, até que esteja estabilizado o
processo erosivo.
c. cobertura: nos pontos onde houver falhas de cobertura, identificar a causa e refazer a semeadura ou o
plantio de mudas.
d. estado nutricional da vegetação: esse controle visa detectar qualquer carência nutricional junto às
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e. controle de pragas e doenças: importante etapa do monitoramento. O controle pode evitar prejuízo
para toda a área.
A etapa de monitoramento deve perdurar pelo tempo necessário para que seja observada situação de
equilíbrio e sustentabilidade na área recuperada.
Um problema observado nas visitas realizadas a Ottomar Mineração, em Camaçari, foi a presença de lixo
doméstico na área de extração mineral. Segundo explicações obtidas na região, o lixo vinha junto com os
caminhões destinados ao transporte de areia ao mercado consumidor. Ainda que a quantidade lixo
encontrada fosse pequena, se propõe maior controle na entrada da mina a fim de evitar o transporte
indesejável de resíduos para a área de extração. Cabe ressaltar que a falta de controle sobre essa disposição
pode acarretar problemas comuns a aterros clandestinos (poluição e doenças), assim como problemas para
a empresa, junto ao órgão ambiental do estado.
Ainda com relação ao controle da área, está sendo proposto um sistema de sinalização das área já
recuperadas e em fase de recuperação. Também deverão ser melhor sinalizadas as áreas de extração e vias
de acesso. Estas últimas medidas objetivam maior segurança nas áreas supracitadas.
Persistindo o problema de disposição de lixo doméstico, a empresa poderia optar por cursos de educação
ambiental para seus funcionários, com o objetivo de conscientizá-los para o problema em questão.
Com o objetivo de controle dos custos de recuperação das áreas mineradas, é sugerido a Ottomar Mineração
a confecção de uma análise de custos para avaliar cada objeto de recuperação (regularização de taludes,
revegetação etc.) e seu impacto e/ou relação com a quantidade de areia extraída/vendida, assim como o
custo por ha recuperado.
Nos custos referentes a equipamentos, devem ser incluídos a hora/máquina dos tratores, assim como o
custo com os operadores das máquinas.
Nos custos com mão de obra, devem estar incluídos os gastos com salários e encargos com engenheiros,
técnicos agrícolas, ajudantes e outros profissionais envolvidos.
Os custos com materiais devem incluir elementos como: corretivos de solos, adubos, mudas, sementes,
gastos com material para o viveiro e outros(17).
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OBJETO DE CUSTO DE CUSTO CUSTO CUSTO TOTAL HECTARE CUSTO/ha AREIA CUSTO DE
RECUPERAÇÃO EQUIPAMENTO DE DE DA RECUPERADO RECUPERADO EXTRAÍDA RECUPERAÇÃ
US$ MÃO- MATERIAL RECUPERAÇÃO US$/ha m3 US$/m3
DE- US$ US$
OBRA
US$
Figura 2. Custos operacionais com a recuperação de áreas degradadas pela mineração de areia.
A necessidade de cuidados ambientais, nas mais diversas atividades industriais é, nos dias de hoje, uma
realidade irreversível, e desta realidade pode depender o futuro do homem e de todas as forma de vida na
terra.
Entretanto, nem sempre a consciência do empreendedor está direcionada para este cuidado. Além disso, o
desaparelhamento dos órgãos de fiscalização demonstra nítido desinteresse de autoridades governamentais,
com os problemas ambientais.
Neste panorama, a mineração aparece como atividade imprescindível para o desenvolvimento e bem-estar
dos seres humanos, ainda que sua imagem esteja, quase que exclusivamente, relacionada com destruição e
impactos ambientais. Sem dúvida, é impossível minerar sem causar impacto ambiental, seja ele de maior ou
menor extensão. Mas, atividades como construção civil e agricultura, também necessárias à humanidade,
são tão ou mais impactantes que a mineração. Entretanto, seus benefícios são mais facilmente perceptíveis,
o que faz com que essas atividades sejam melhor aceitas pela sociedade e até mesmo ignorados os
impactos ambientais gerados.
A mineração, com o objetivo de melhorar sua imagem e desenvolver uma consciência de proteção
ambiental, vem procurando, nas últimas décadas, promover sistemas mais limpos e recuperar situações e
passivos ambientais. Mentalidade essas evidenciadas nos congressos da área. Nesses eventos, o setor
empresarial, universidades e centros de pesquisas apresentam inúmeros trabalhos relacionado ao tema.
Dentre os temas mais abordados, a recuperação de áreas degradadas ganha importância pelo impacto visual
de uma área minerada e de como este fator pode influenciar a opinião pública.
Em Salvador/BA, não raro a mineração em pedreiras e areais tem sido acusada de danosa ao meio
ambiente e muitas vezes com razão. Em outros momentos as acusações tornam-se paradoxais porque a
legislação ambiental, muitas vezes, não é clara com relação à mineração, pois apresenta excesso de
legislação quase que totalmente desconhecida da sociedade.
Nesse sentido, deve-se destacar o trabalho de controle e recuperação de áreas da Ottomar Mineração, suas
áreas lavradas. A manutenção de consultoria de um Engenheiro Florestal, viveiros na própria empresa,
atividades de monitoramento, entre outras, têm garantido bom resultado ambiental.
Esse trabalho buscou seguir determinada filosofia de recuperação de áreas mineradas. Não propôs
atividades fora da realidade relacionada com a mineração - problema muitas vezes enfrentado pela atividade
mineira em relação a órgãos de fiscalização mal aparelhados. Limitou-se a apresentar algumas propostas
que pudessem ser implementadas de forma viável, como o controle do lixo doméstico nas áreas lavradas e
análises de custos.
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Por fim, é necessário que se desenvolva no minerador/empresário a consciência de que é necessário reparar
e/ou minimizar os danos causados ao meio ambiente, assim como é necessário que a sociedade entenda
que a mineração é fonte geradora de renda e emprego, auxiliando de forma significativa no desenvolvimento
de determinadas regiões.
Nesse sentido, vale reforçar o pensamento de que é importante e necessário conciliar desenvolvimento
econômico e social com a indústria mineral a fim de buscar benefícios para todos e preservar o patrimônio
ambiental.
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