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PortugalglobalPense global pense Portugal

Cluster
aeroespacial ganha
projecção global 6
França
Mercado sólido para as
Junho 2011 // www.portugalglobal.pt

empresas portuguesas 24
Diplomacia
A opinião do Embaixador
Francisco Seixas da Costa 30
Empresas
Ramirez, New Textiles
e Innovnano 16
Junho 2011 // www.portugalglobal.pt

sumário
Destaque // 6
O cluster aeroespacial português está a ganhar dimensão
internacional e apresenta-se este ano, pela primeira vez,
no incontornável Le Bourget, o festival de referência
do sector, graças à iniciativa dinamizada pela AICEP em
parceria com as associações sectoriais. Uma das novidades
será a apresentação do projecto LIFE, que demonstra as
capacidades inovadoras do design de produto em Portugal.

Empresas // 16
NEW TEXTILES: têxteis inovadores em expansão internacional.
RAMIREZ: a exportar desde o século XIX.
INNOVNANO: na vanguarda dos nanomateriais.

Mercados // 24
Importante parceiro económico de Portugal, a França é
um dos mercados que mais interesse desperta junto dos
empresários nacionais e cuja solidez económico-financeira
abre novas oportunidades ao desenvolvimento desse
relacionamento. Neste dossier, o Embaixador de Portugal
em França, Francisco Seixas da Costa, analisa a diplomacia
em tempo de crise. Conheça também o testemunho da
FRULACT, empresa portuguesa que produz preparados de
fruta para a indústria de lacticínios, que fez uma aposta de
sucesso no mercado francês.

Análise de risco por país – COSEC // 40


Veja também a tabela classificativa de países.

Estatísticas // 44
Investimento directo e exportações.

Feiras e eventos// 46

AICEP Rede Externa // 48

Bookmarks // 50
EDITORIAL

Revista Portugalglobal
Av. 5 de Outubro, 101
1050-051 Lisboa
Tel.: +351 217 909 500
Fax: +351 217 909 578

Propriedade
aicep Portugal Global
O’Porto Bessa Leite Complex
R. António Bessa Leite, 1430 – 2º
4150-074 Porto

Mercados de oportunidade
Tel.: +351 226 055 300
Fax: +351 226 055 399
NIFiscal 506 320 120

Comissão Executiva
Basílio Horta (Presidente), Eurico Dias,
Um editorial deve reflectir os principais não apenas no poder de iniciativa das
José Vital Morgado, Luis Florindo,
Teresa Ribeiro temas de uma publicação, sendo a sua empresas portuguesas do sector mas
função cativar a atenção dos leitores também da nossa mão-de-obra espe-
Directora para a sua importância. Nesta medida, cializada, reconhecidamente detentoras
Ana de Carvalho
são dois os temas que merecem espe- de elevado know-how. É neste quadro
ana.carvalho@portugalglobal.pt
cial referência nesta edição da Portu- de evolução do cluster aeronáutico na-
Redacção galglobal. Por um lado, em destaque, cional que a nossa revista faz uma breve
Cristina Cardoso a actualização da informação sobre a actualização do que está em curso, com
cristina.cardoso@portugalglobal.pt evolução mais recente do cluster aero- destaque para o Pavilhão de Portugal no
Vitor Quelhas
náutico nacional e, por outro, na área Le Bourget deste ano, o que acontece
vitor.quelhas@portugalglobal.pt
dos mercados, uma caracterização e pela primeira vez.
Colaboram neste número um levantamento das oportunidades
António Silva, Carla Tavares, de um grande mercado, como é o fran- Quanto à economia e ao mercado fran-
Direcção de Informação da AICEP, cês, para as empresas portuguesas. ceses, é reconhecida a sua robustez e
Direcção Internacional da COSEC,
Francisco Seixas da Costa, Jorge Ruivo,
resistência perante a crise global. Estes
José Rui Marcelino. É preciso que se saiba que foram dados factores, aliados ao facto de a França
passos decisivos nos últimos dois anos, ser um importante parceiro económico
Fotografia e ilustração por aposta de entidades públicas e pri- de Portugal (que ocupa a terceira posi-
©Fotolia, ©Messe Frankfurt Exhibition GmbH vadas, na afirmação internacional do
(Pietro Sutera), CCIFP (Iconsport/Vladimir Rodas)
ção depois da Espanha e da Alemanha,
sector aeronáutico nacional, o que está tanto como importador como forne-
Publicidade a contribuir decisivamente para conso- cedor), à sua proximidade geográfica,
Cristina Valente Almeida lidar o posicionamento da indústria e aos laços históricos existentes entre os
cristina.valente@portugalglobal.pt dos serviços portugueses neste sector, dois países e à existência de forte co-
realçando-lhe a visibilidade e notorie- munidade de portugueses residentes
Secretariado
Cristina Santos
dade nos mercados. em França, tornam este mercado atrac-
cristina.mendes@portugalglobal.pt tivo para as empresas portugueses ex-
No plano interno, este posicionamento portadoras, tanto mais que as relações
Assinaturas reforça o papel da nova cultura indus-
REGISTE-SE AQUI
económicas e comerciais entre Portugal
trial no tecido empresarial, constituído e a França têm tido um desenvolvimen-
Projecto gráfico não apenas por grandes mas também to constante nos últimos anos, sendo
aicep Portugal Global por pequenas e médias empresas directa que em 2010 este país absorveu 12 por
ou indirectamente ligadas à aeronáutica cento das nossas exportações.
Paginação e programação e ao espaço, bem como as competên-
Rodrigo Marques
cias das empresas portuguesas, prepa- Uma coisa é certa: o mercado francês
rodrigo.marques@portugalglobal.pt
rando-as para um processo de interna- continua, de forma sustentada, a ser
ERC: Registo nº 125362 cionalização sustentado e competitivo, gerador de oportunidades de negócio
nomeadamente como fornecedoras dos para as nossas empresas, o que é de ter
grandes construtores do sector. em conta no actual contexto de dificul-
As opiniões expressas nos artigos publicados são da res-
ponsabilidade dos seus autores e não necessariamente dade e de desafio às suas capacidades
As duas fábricas que a Embraer está a
da revista Portugalglobal ou da aicep Portugal Global. para superarem constrangimentos.
A aceitação de publicidade pela revista Portugalglobal construir em Évora traduz, aliás, a con-
não implica qualquer compromisso por parte desta fiança que os investidores depositam nas JOSÉ VITAL MORGADO
com os produtos/serviços visados. nossas capacidades, que se materializam Administrador Executivo

4 // Junho 2011 // Portugalglobal


DESTAQUE

CLUSTER AEROESPACIAL
PORTUGUÊS GANHA
PROJECÇÃO INTERNACIONAL
O cluster aeroespacial português está a ganhar dimensão internacional e
apresenta-se este ano, pela primeira vez, no incontornável Le Bourget, o
festival de referência do sector, graças à iniciativa dinamizada pela AICEP, em
parceria com as associações sectoriais.
Uma das novidades da mostra nacional será o projecto LIFE, que demonstra as
capacidades inovadoras do design de produto em Portugal. Entretanto, o IEFP
investe na formação de recursos humanos especializados na área da indústria
aeronáutica. São passos que colocam o país no mapa de uma das indústrias
mais atractivas e sofisticadas da economia global.
6 // Junho 11 // Portugalglobal
DESTAQUE

PAVILHÃO DE PORTUGAL Bem vindos


ao Pavilhão
EMPRESAS PORTUGUESAS de Portugal
em Le Bourget!
NO LE BOURGET 2011
O Salão Internacional da Aeronáutica e do Espaço (SIAE)
que terá lugar em Le Bourget – Paris, de 20 a 26 de
Junho é, desde há mais de um século, o maior e o mais
importante evento mundial consagrado à indústria ae-
ronáutica e ao espacial. Este ano, Portugal está presen-
te, pela primeira vez, com um pavilhão nacional de 420
metros quadrados, que integra 36 empresas, associações
e centros de I&D.

Portugal oferece hoje um extenso


Numa iniciativa dinamizada pela AICEP, inovação LIFE - Lighter, Integrated, Frien-
leque de competências no sector
em parceria com as associações sectoriais dly and Eco-Efficient Aircraft Cabin.
aeroespacial, tanto em aplicações
Danotec, Pemas e Pool.Net, e à seme-
civis como de defesa, tal como se
lhança do Pavilhão de Portugal no Farn- A criação e consolidação de um “cluster”
demonstra pela capacidade de
borough International AirShow 2010, aeronáutico em Portugal, reconhecido inovação das empresas aqui repre-
pretende-se promover simultaneamente internacionalmente, constitui um objecti- sentadas. A presença de um leque
a vertente aeronáutica, espaço e defesa, vo estratégico da política industrial nacio- muito alargado de actividades,
e contribuir para a divulgação das com- nal. Neste sentido, as unidades de produ- desde as operações de MRO à en-
petências integradas de um grupo signifi- ção de componentes e de montagem de genharia e design, passando pela
cativo de empresas e entidades nacionais, aero-estruturas que surgiram no país nos produção de componentes e de ae-
devidamente qualificadas e com níveis últimos cinco anos e a necessidade de di- ro-estruturas, pelo desenvolvimen-
elevados de competitividade a nível in- minuição da exposição do tecido indus- to de software e de equipamentos
ternacional. No Pavilhão de Portugal será trial nacional ao sector automóvel, culmi- embarcados e de controlo, sem es-
pela primeira vez exposto o projecto de naram no desenvolvimento de um Plano quecer as operações de transporte
aéreo, a oferta portuguesa neste
sector ilustra bem o vigor de um
“cluster” recente mas que já tem
provas dadas no mercado.

A competitividade destas empresas


resulta da sua capacidade empre-
endedora, apoiada nos factores de
atractividade disponíveis em Portu-
gal, que incluem a disponibilidade
de recursos humanos qualificados,
de infra-estruturas de qualidade
mundial e de custos operacionais
muito competitivos. Le Bourget é
uma excelente oportunidade para
encontrar parceiros comerciais
com disponibilidade para desen-
volver solução integradas.

LUÍS FLORINDO, ADMINISTRADOR EXECUTIVO


DA AICEP

Portugalglobal // Junho 11 // 7
DESTAQUE

dimensão internacional, promovendo si-


multaneamente a vertente aeronáutica,
espaço e defesa.

A visibilidade proporcionada por este


certame aeronáutico é da maior re-
levância. O Salão Le Bourget – Paris
contou, em 2009, com a presença de
cerca de 2 mil expositores, 140 mil vi-
sitantes profissionais, 200 delegações
oficiais e três mil jornalistas, confirman-
do o sucesso das anteriores edições e
tornando-se um dos momentos altos da
vida económica do sector, além de ser
uma oportunidade única para encon-
trar reunidos num único evento todos
os players e profissionais da aeronáutica
e do espaço, para descobrir as últimas
novidades e inovações desta indústria,
de Qualificação para o Sector Aeronáu- no exterior, de que é exemplo o Pavilhão admirar centena e meia de aeronaves
tico por parte da aicep Portugal Global. de Portugal no Le Bourget. em exposição e assistir a espectaculares
Com um carácter dinâmico e evolutivo, demonstrações de performance aérea.
este Plano envolve desde já um conjun- A presença no Salão Le Bourget 2011, É também o evento mais antigo da his-
to de iniciativas públicas e privadas, com com um Pavilhão de Portugal que mos- tória da aeronáutica e do espaço, tendo
vista à criação de infra-estruturas de su- tra as potencialidades e as competên- assumido desde a sua primeira edição,
porte, atenuação de custos de contexto cias do cluster aeroespacial nacional, em 1909, uma vocação internacional.
Graças à presença das mais impor-
e divulgação das competências nacionais visa criar uma representação nacional de
tantes empresas mundiais do sector,
foi também desde logo uma montra
Cortiça e café nacionais excepcional dos avanços e inovações
tecnológicas que caracterizaram a rápi-
apoiam pavilhão de Portugal da evolução do mercado e da indústria
associados à aeronáutica e ao espaço.
Por iniciativa da AICEP, o Pavilhão de Portugal no Le Bourget 2011 vai ter o
chão revestido de cortiça nacional, oferecida pelo grupo Amorim, uma ma- As primeiras demonstrações aéreas tive-
téria-prima natural que mais uma vez se apresenta como elemento estético ram lugar em 1949, em Orly, e em 1951,
diferenciador. Tendo sob os pés este revestimento 100 por cento natural, re- em Le Bourget, no ano em que foi deci-
novável e reciclável, os visitantes do pavilhão português poderão igualmente dido construir ali um hall de exposições
saborear os aromas e sabores naturais dos vários tipos de café em cápsulas da permanente, o que permitiu que o Salão
Delta Café, tirado nas suas máquinas de modelos exclusivos, disponibilizando passasse a ter, desde 1953, um espaço
esta marca a quem passa no pavilhão, de visita ou em negócios, o requinte de próprio e definitivo.
um excelente café expresso.
Mas desde a sua primeira edição, no
início do séc. XX, o Salão foi sempre o
teatro privilegiado em que tiveram lugar
inúmeros acontecimentos aeronáuticos e
espaciais que marcaram a evolução das
relações do Homem com o Ar, continu-
ando a ser um espaço de características
únicas em que se cruzam profissionais e
grande público, todos à procura das úl-
timas novidades do sector. Este evento
é organizado pelo SIAE, filial do GIFAS
– Agrupamento das Indústrias Aeronáu-
ticas e Espaciais Francesas.

www.salon-du-bourget.fr
www.gifas.fr

8 // Junho 11 // Portugalglobal
DESTAQUE

PAVILHÃO
DE PORTUGAL
HALL 3 A40 – B59

PROGRAMA PALESTRAS
21 Junho 20, 21, 22 e 23 de Junho de 2011

10h15 – Recepção aos participantes. 11h10 – Competências Nacionais – 15h30 – Visita guiada ao Pavilhão
“Engineering & Tooling”. de Portugal.
Eficiência Colectiva Visando
10h30 – Missão da AICEP e oferta de
o Mercado Aeronáutico. 16h00 – Palestra e Porto de Honra no
Portugal.
Joaquim Menezes, Pavilhão de Portugal.
Luis Florindo, Administrador Vice-Presidente da Pool.Net
da AICEP.
11h20 – Competências Nacionais – 20 de Junho – Pool.Net

10h45 – EMBRAER Inovação na Indústria


Fernando Fuchs, Presidente Aeronáutica. 21 de Junho – CEIIA
da Embraer Aviation Europe. Rui Marcelino, representante
do Projecto de investigação 22 de Junho – PEMAS
LIFE - Lighter, Integrated,
11h00 – Competências Nacionais – Friendly and Eco-efficient
“Cluster” aeronáutico de Aircraft Cabin. 23 de Junho – DANOTEC
Portugal.
Diamantino Costa – 12h00 – Visita guiada ao Pavilhão de
Presidente da PEMAS. Portugal (Hall 3 A40 - B59).

Portugalglobal // Junho 11 // 9
DESTAQUE

AER OM EC
manut enção de aer onaves

PAVILHÃO
DE PORTUGAL
EMPRESAS NACIONAIS
NO LE BOURGET 2011




10 // Junho 11 // Portugalglobal
DESTAQUE

PROJECTO LIFE
O LIFE visa o desenvolvimento de novos conceitos para interiores de aeronaves que
vão do design, ao desenvolvimento de componentes e integração de materiais e
processos inovadores. A síntese deste projecto é representada por um protótipo à
escala real com seis metros de comprimento, construída pelo consórcio que estará
presente no salão aeronáutico de Le Bourget, no Pavilhão de Portugal.

Com um investimento de 1,85 milhões a sustentabilidade, mais eco-eficientes, eficientes, leves e confortáveis, sementes
de euros, o LIFE é um projecto integra- mais leves, mais confortáveis e com um de futuros spin-offs nesta área.
dor de custo e risco controlados com a design inovador, destinados a equipar
possibilidade de retorno para alavancar o interior de aeronaves. A colaboração As soluções desenvolvidas no LIFE são
outros projectos e investimentos. O LIFE, da Embraer permite ao consórcio um orientadas para a utilização de mate-
que é financiado pelo FEDER, através do contacto directo e privilegiado com o riais naturais, leves e confortáveis. A
COMPETE – Programa Operacional Fac- construtor e integrador final, facilitando linguagem formal é inspirada em estru-
tores de Competitividade, tem como ob- o acesso a informação referente às ten- turas naturais que transmitem unidade
jectivo a criação de competências para a dências de mercado e soluções tecnoló- visual, organicidade, fluidez e continui-
concepção, desenvolvimento e industria- gicas na área de interiores de cabine. dade numa simbiose entre elementos
lização de soluções técnicas e funcionais naturais e artificiais, proporcionando
para o interior de aeronaves executivas. Por outro lado, as empresas integram um ambiente harmonioso onde a tec-
O projecto tem também como finalida- competências de diferentes áreas tecno- nologia está presente sem imposição.
de introduzir melhorias ao nível do I&D, lógicas para construção de uma mock- As interfaces tecnológicas foram inte-
organização, cooperação e gestão das up inovadora, recorrendo a materiais e gradas nas superfícies – sistema SKIN
empresas bem como estimular a sua pre- tecnologias de produção avançadas, de- TO SKIN – tornando a tecnologia
sença no mercado internacional. monstrando o know-how, as capacida- acessível mas simultaneamente invisí-
des tecnológicas e as sinergias do grupo, vel. A interactividade é exponenciada
O LIFE, que está a ser desenvolvido por aplicadas a um sector em crescimento, no sistema de infotainment SPHERE.
a AlmaDesign, Amorim Cork Com- inovador e de alto valor acrescentado. O O sistema é composto por uma esfe-
posites, Couro Azul, INEGI e SET, em projecto fortalece a multidisciplinaridade ra geodésica construída em módulos
parceria com a Embraer, tem como ob- entre empresas e promove o trabalho que permitem a projecção de imagens,
jectivo principal a concepção e o desen- conjunto em futuros projectos aeronáu- construindo um ambiente virtual imer-
volvimento de soluções orientadas para ticos, demonstrando soluções mais eco- sivo para trabalho ou lazer.

Portugalglobal // Junho 11 // 11
DESTAQUE

TRABALHO COLABORATIVO E
NETWORKING EMPRESARIAL
POTENCIAM SUCESSO
>POR JOSÉ RUI MARCELINO, ALMADESIGN, LDA.

Consciente da importância do trabalho aglutinação de competências dispersas sido possível contribuir para uma maior
colaborativo e do “networking” empre- por empresas de diferentes sectores da competitividade e visibilidade internacio-
sarial para o sucesso dos seus projectos, indústria. Nestas experiências, o papel nal do tecido empresarial português.
a Almadesign participou na fundação da do design, para além do que dele é es-
Associação PEMAS para a valorização da perado, estende-se até à coordenação O sucesso dos projectos colaborativos
indústria aeronáutica nacional, da Asso- e gestão do projecto. Das experiências – nascidos com a participação das em-
ciação PRIA, para a indústria ferroviária,
colaborativas em I&D entre empresas, presas da PEMAS e entidades parceiras,
e é membro da rede de Inovação CO-
focalizadas na concretização de um fim mostra que a cooperação conjunta em
TEC, colaborando com inúmeras institui-
comum, tem resultado uma receita eficaz projectos integrados, a montante da
ções de ensino e do SCTN.

Aproveitando a experiência de concep-


ção de soluções para interior e exterior
de veículos, e do papel privilegiado do
design a montante da cadeia de valor,
a empresa identifica nos interiores para
o sector aeronáutico uma oportunidade
de negócio em expansão, apresentan-
do aos integradores finais uma solução
completa, aproveitando as sinergias
propostas com as restantes empresas
parceiras. Foi nesse enquadramento que
surgiu a participação no projecto LIFE.

O logótipo do Projecto LIFE – a semente


do ACER – é a metáfora de um projecto
que começou com uma visão conceptu-
al partilhada por várias empresas, para o
interior de uma aeronave do futuro. Jun-
tando competências em diferentes áreas,
a iniciativa é viabilizada pelo consórcio
de empresas e instituições de I&D portu-
guesas: Couro Azul – Grupo Carvalhos, para uma maior cooperação, uma maior cadeia de valor – com o apoio da visão
SET – Grupo Iberomoldes, Amorim Cork disseminação do conhecimento e para integradora do design – tem sido uma
Composites (grupo Amorim) e INEGI e a uma aplicação mais efectiva da inovação. fórmula eficaz e de maior valor para um
participação da Almadesign. O consórcio maior nível de integração da indústria
conta ainda com a participação da em- Esta estratégia permite também que portuguesa em cadeias de fornecimen-
presa brasileira de aeronáutica Embraer – as empresas nacionais passem de for- to complexas, como é o caso da aero-
e de iluminação – Sernis e Caiado. necedoras de componentes, serviços e náutica. A PEMAS acredita também que
matérias-primas – com tradição e know- esta é a única forma de dar visibilidade
O exemplo do projecto LIFE, à semelhan- how válido, mas limitado em alcance – a às competências nacionais no mercado
ça de outros com a participação da Alma- fornecedores e proponentes de soluções global, e portanto, a forma correcta de
design, é ilustrativo de como o Design de integradas, de maior valor acrescentado, ganhar escala e visibilidade para compe-
Produto pode ter um papel relevante na centradas no utilizador. Deste modo, tem tir a nível internacional.

12 // Junho 11 // Portugalglobal
DESTAQUE

MAIS RECURSOS HUMANOS COM


FORMAÇÃO AERONÁUTICA
O IEFP - Instituto de Emprego e Formação Profissional continua a investir na formação
de recursos humanos para o “cluster” aeroespacial português. Com um investimento
de cerca de três milhões de euros, arrancou este ano a construção da área de
aeronáutica do Centro de Formação Profissional de Évora, que deverá estar concluído
no final deste ano.

O espaço da área em construção, que to desta acção-piloto de formação no Em 2011, são mais de 300 os forman-
conta com cerca de 1.500 metros qua- sector aeronáutico deveu-se ao facto dos em acções de formação que visam
drados, terá capacidade para qualificar de nas proximidades estarem localiza- responder às necessidades do mercado
profissionais em Produção aeronáutica das empresas deste ramo, que poderão de trabalho nesta área. Também para
e montagem de estruturas; Produção possibilitar eventuais estágios profissio- garantir as condições adequadas de res-
e transformação de compósitos; Trata- nais, e de no seio do Instituto Politécni- posta, o IEFP desenvolveu uma acção de
mento de metais – processos especiais co de Setúbal haver igualmente forma- formação técnica com o objectivo de
aeronáuticos; Maquinação CNC; Quali- ção nesta área. O Centro de Formação preparar futuros formadores e efectua-
dade e Logística. Profissional de Évora e de Setúbal são rá um investimento significativo na ca-
os únicos centros de formação que irão pacitação de dois Centros de Formação
Paralelamente, o IEFP continua a desen- dispor de oferta regular nos domínios Profissional – Setúbal e Évora – para pas-
volver esta formação no Centro de Forma- da fabricação e da montagem aero- sarem a dispor de condições adequadas
ção Profissional de Setúbal, onde iniciou náuticas em Portugal. para oferecerem esta formação.
em Fevereiro de 2010 o primeiro curso de
Produção Aeronáutica – Montagem de
Estruturas –, com cerca de 20 formandos
que se encontram presentemente a de-
senvolver a formação prática na OGMA.
Ainda nesse ano seguiram-se os primeiros
cursos de Produção e transformação de
compósitos e de Tratamento de metais –
processos especiais aeronáuticos.

A escolha do Centro de Formação Pro-


fissional de Setúbal para o lançamen-

Portugalglobal // Junho 11 // 13
DESTAQUE

NOTÍCIAS AERONÁUTICAS
ALMADESIGN como fornecedores do sector aeronáu-
RECONHECIDA ENTRE OS tico mundial.
Em resultado dos trabalhos da 1ª Tur-
MELHORES DO MUNDO
ma (Abril 2009 a Novembro 2010), a
Os produtos de design mais recentes e Embraer convidou quatro empresas
inovadores, especialmente focados na
para entrarem na sua base de dados
sustentabilidade em matéria de produ-
de fornecedores. Destas, duas já estão
tos específicos, construção e urbanismo,
certificadas pela AS 9100 e outras duas
estarão em exposição em Atenas (no
estão a terminar o processo: Incompol,
Contemporary Space desta cidade), de
6 a 19 de Junho. Entre os produtos de Distrim 2, Kristalteck e Eadeateck.
tuguês. No evento estará presente a
designer “verde”, destinados a diversas
imprensa especializada, nomeadamen-
áreas, algumas empresas a nível mundial
te a AIN que é editora de publicações
foram especialmente distinguidas pelo
de diversos salões de aeronáutica, en-
OBRAS DA EMBRAER
seu trabalho criativo e futurista, entre EM ÉVORA CUMPREM
tre os quais, o salão de Le Bourget.
as quais a Almadesign, que assim se
coloca entre as mais reconhecidas mun-
CALENDÁRIO
dialmente, como a BMW Designworks/ Os trabalhos de instalação das duas uni-
USA, a Daimler AG Workdesign ou a X- AICEP CONVIDA dades industriais da Embraer, junto do
Technology Swiss R&D AG. EMBRAER A VISITAR aeródromo de Évora, num investimento
Fundada em 1997, a Almadesign é uma de cerca de 148 milhões de euros, estão
MAIS EMPRESAS 
empresa que presta serviços de projec- em curso e prosseguem em bom ritmo.
to e consultoria nas áreas de design de Com o objectivo de encontrar par- As duas fábricas – Estruturas Metálicas e
Transportes, Produtos e Ambientes. Há ceiros portugueses em diversas áreas Estruturas Compósitas – deverão entrar
mais de 13 anos que esta equipa vê reco- da indústria aeronáutica, a Embraer, a em funcionamento durante 2013. Entre
nhecida a sua experiência no design in- convite da AICEP, visitou, entre Janei- as empresas portuguesas envolvidas no
tegrado de sistemas de transporte, com ro de 2009 e Março de 2011, várias projecto encontram-se a AFAPLAN (en-
dezenas de projectos concretizados e vá- empresas nas áreas de maquinação, genharia), a Ramos Catarino (constru-
rios prémios a nacionais e internacionais. estampagem e compósitos e de enge- ção), a DST (construção) e a Blocotelha
nharia e desenvolvimento de software, (construções metálicas).
tendo em vista a análise da capacidade
APRESENTAÇÃO PÚBLICA nacional de oferta neste tipo de com-
DO PROJECTO LIFE ponentes e serviços.
O consórcio formado pelas empresas
Amorim Cork Composites, Couro Azul,
INEGI, SETsa e pelos parceiros Alma-
design e Embraer realiza no dia 1 de
Junho, nas instalações da SETsa/Ibero-
moldes, a primeira apresentação públi-
ca do projecto LIFE.
Antes

CONFERÊNCIA
DE IMPRENSA Foto do 1ª grupo onde estão estas quatro
empresa que já integram a base de dados da
EM LONDRES SOBRE Embraer.

SECTOR AERONÁUTICO
PORTUGUÊS A Embraer tem em curso um Progra-
Realiza-se na Embaixada de Portugal ma de Fomento de Fornecedores em
em Londres, no dia 8 de Junho, uma Portugal destinado a empresas por-
conferência de imprensa/pequeno-al- tuguesas que manifestaram interesse
moço sobre o sector aeronáutico por- em desenvolver as suas competências Depois

14 // Junho 11 // Portugalglobal
Quer internacionalizar
o seu negócio?
Use a energia certa.

A expansão nos mercados externos é uma possibilidade para inúmeras


empresas, que estão preparadas e têm as condições necessárias para
expandir as suas fronteiras e os seus limites.
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apoio. Somos parte de um grupo Bancário de grande dimensão, com capa-
cidade financeira e reconhecido prestígio internacional.
Estamos preparados e queremos apoiar o Negócio Internacional, dispomos
de mais de 2300 agências bancárias na península ibérica, assim como de
um conjunto de parcerias bancárias, para facilitar os seus negócios.

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EMPRESAS

NEW TEXTILES
TÊXTEIS INOVADORES
EM EXPANSÃO INTERNACIONAL
Nasceu há poucos anos mas a sua especialização em têxteis técnicos inovadores e
com funções terapêuticas já chegou a vários países. Depois da SKINTOSKIN®, uma
linha de vestuário interior, a New Textiles prepara-se para lançar dois novos produtos,
também no segmento da saúde. A sua estratégia de internacionalização passa pela
consolidação da sua presença em oito mercados externos.

Criada em 2008 como spin-off da Uni- conforto e bem-estar com produtos de comunicação cuidada, baseada em
versidade do Minho, a New Textiles tem superior performance, onde essas fun- marcas próprias”.  
por missão conceber, produzir e co- cionalidades sejam valorizadas. Para
mercializar têxteis técnicos e funcionais tal, revela fonte da empresa, a New SKINTOSKIN® é a primeira marca da
com aplicações específicas, extrínsecas Textiles aposta forte “na inovação, su- New Textiles – uma linha de vestuário in-
à natureza do produto, que permitam portada por investimentos continuados terior para todas as idades –, com comer-
monitorizar e/ou minimizar ou resolver em Investigação e Desenvolvimento, cialização alargada ao mercado nacional
necessidades de indivíduos e organiza- e integra uma elevada incorporação desde Setembro de 2009, cujas fibras
ções, no mercado mundial. A empre- tecnológica com resultados funcionais possuem efeito terapêutico e incorporam
sa dirige-se aos segmentos da saúde, efectivos”. Além disso, recorre a “uma princípios activos com efeito calmante e

16 // Junho 11 // Portugalglobal
EMPRESAS

anti-séptico sobre a pele, não removíveis


pela lavagem, e que conferem aos teci-
dos propriedades calmantes e preventi-
vas das reacções inflamatórias induzidas
por agentes infecciosos. Os resultados
estão clinicamente testados e compro-
vados, afirma a mesma fonte, frisando
que se trata de um produto fácil de usar
e com “uma excelente adesão dos do-
entes (principalmente das crianças) sen-
do considerado pelos especialistas como
uma importante medida, tanto do ponto
de vista preventivo como coadjuvante do
tratamento médico”.

Na origem da New Textiles, actualmente


instalada no AvePark – Parque de Ciên-
cia e Tecnologia, em Guimarães, está
um trabalho prévio de dois anos que
consistiu no levantamento do estado da
arte da tipologia deste tipo de produ-
tos, de forma a identificar as potenciais
matérias-primas e tecnologias já dispo-
níveis no mercado e no sistema cientí- vas da empresa em relação ao produto acrescentando que o modelo de comer-
disponibilizado e que corresponderam cialização e marketing definido para o
fico e tecnológico. Seguiu-se o desen-
a opiniões dadas pelos consumidores mercado nacional é extensível a outros
volvimento de um plano de negócios,
nacionais, adianta a mesma fonte. mercados, sendo que é dada abertura
tendo em conta a forte probabilidade
para a exploração de oportunidades es-
de se obter, num primeiro momento,
“A empresa tem orientado a sua estraté- pecíficas e para o cumprimento das re-
gia para os mercados externos, através da gras implícitas desses mesmos mercados.
disponibilização de produtos inovadores A expansão internacional é feita através
“A internacionalização foi e com elevada performance identificados da selecção de um representante respon-
desde sempre estratégia através da marca SKINTOSKIN®. No pri- sável pela introdução dos produtos em
da empresa e começou por meiro ano de actividade, a empresa New cada mercado, a quem a cabe a respon-
Espanha, uma ‘expansão Textiles apresentou um volume de negó- sabilidade de apresentar o respectivo pla-
cios direccionado para o país vizinho que no de negócios.
natural’ iniciada após
representou cerca de 70 por cento das
confirmação das expectativas
vendas operacionais”, explica. Quanto ao futuro, a curto e médio pra-
da empresa em relação ao zos, a New Textiles pretende consolidar
produto disponibilizado No final de 2010 a New Textiles tinha a presença em oito mercados externos
e que corresponderam já encomendas de países como a Re- e apresentar dois novos produtos têx-
pública Checa e Reino Unido, dando teis técnicos com funcionalidades no
a opiniões dadas pelos
seguimento aos planos de negócios segmento da saúde. Este ano, será ain-
consumidores nacionais”.
apresentados por representantes nesses da lançada uma plataforma web que
mercados. No início deste ano começou irá sustentar o comércio electrónico,
a trabalhar com o mercado alemão e a adiantou a mesma fonte.
um produto inovador que pudesse res- empresa tem em perspectiva mercados
ponder aos problemas associados às como o Japão, o Brasil e a Rússia, onde
peles sensíveis e atópicas. Finalmente, o tem efectuado contactos e missões.
New Textiles
produto foi lançado no mercado e co- Avepark – Parque de Ciência e Tecnologia
mercializado. “A capacidade e rapidez O modelo de implementação comercial Zona Industrial de Gandra, Gab. 211/212
S. Cláudio de Barco
na transferência do conhecimento para da New Textiles é também inovador já
4805-015 Barco
o mercado é nuclear para o sucesso de que explora um canal de comercializa- Guimarães
um projecto”, defende a mesma fonte. ção muito especializado (farmacêutico), Tel.: +351 253 470 603
Fax: +351 253 470 604
“com elevada competência logística e
A internacionalização foi desde sempre técnica, capaz de aconselhar, informar e geral@newtextiles.pt
estratégia da empresa e começou por exibir os produtos de uma forma cuida- http://newtextiles.pt 
Espanha, uma “expansão natural” ini- da, enaltecendo as suas características http://skintoskin.eu 
ciada após confirmação das expectati- técnicas e funcionalidades”, frisa a fonte,

Portugalglobal // Junho 11 // 17
EMPRESAS

RAMIREZ
A EXPORTAR DESDE O SÉCULO XIX
Presente em 42 países e em cinco continentes, a vocação exportadora da Ramirez
começou no século XIX e é hoje responsável por 55 por cento do volume de negócios
desta empresa secular. O objectivo da Ramirez é aumentar o volume de exportação
nos próximos três anos através da abordagem a novos mercados, como o asiático,
e do desenvolvimento do potencial da América Latina e de Angola. Já este ano, o
volume de vendas das exportações deverá crescer 10 por cento.

Fundada em 1853 em Vila Real de San- par de sua fundação, com a exportação Pilchardus), refere Manuel Ramirez, pre-
to António, a Ramirez é actualmente do famoso ‘Tonno di Corso’ (atum do sidente do conselho de administração,
a fábrica de conservas de peixe mais Algarve - Bluefin) capturado na costa acrescentando que a oferta da Ramirez
antiga do mundo em laboração, com algarvia pelos métodos artesanais de abrange, actualmente, várias marcas e
duas unidades industriais situadas es- então, “Armações” e “Copejo”, funda- uma gama de cerca de 45 produtos (sar-
trategicamente em Matosinhos e Pe- mentalmente para Itália e para o Brasil. dinhas, atum, atuns com vegetais, cava-
niche, cidades costeiras que garantem las, polvo, lulas, mexilhões e anchovas),
o abastecimento de matéria-prima de O carácter exportador das Conservas segmentadas por países e mercados.
elevada frescura e qualidade. Ramirez permanece em 42 países dos
cinco continentes, mas hoje com maior Com um volume de negócios de 28 mi-
A actividade exportadora da empresa incidência na comercialização da reco- lhões de euros, a empresa é detentora
iniciou-se no séc. XIX, praticamente a nhecida sardinha portuguesa (Cluppea de várias marcas: a Ramirez é vendida

18 // Junho 11 // Portugalglobal
EMPRESAS

em mais de 35 mercados, a Cocagne Além disso, a empresa tem investido na dos produtos. A Ramirez é aprovada pe-
no Benelux e França (líder desde 1906), Investigação e Desenvolvimento, tendo las Agências de Certificação Alimentar
a Tomé nas Filipinas, a Al Fares no mun- criado o Centro de Nutrição e Desen- do Reino Unido (EFSA), EUA (FDA), Ca-
do árabe, a Gabriel na África do Sul e volvimento (CENUTRA) em parceria nada (CFIA) e África do Sul (NRCS), con-
a The Queen of The Coast na Ásia, nos com a Faculdade de Ciências da Nutri- siderados pela comunidade internacio-
EUA e em África. ção e Alimentação da Universidade do nal como os mais exigentes do mundo.
Porto com o objectivo de desenvolver
De acordo com a mesma fonte, na abor- e inovar a sua oferta; e na Inovação, A Ramirez só utiliza matéria-prima de
dagem aos mercados externos a Ramirez com o lançamento de duas novas re- qualidade na produção dos seus produ-
segue uma estratégia baseada na flexi- ferências, em média, por ano, tendo, tos, frisa Manuel Ramirez, lembrando
bilidade e adaptação às especificidades em 2009, sido pioneira na utilização de que se trata de uma empresa que assis-
de cada país, caracterizando-se as suas tabuleiros para exposição dos seus pro- tiu a duas guerras mundiais e à queda
abordagens aos diferentes mercados dutos nos pontos de venda. de alguns impérios, que é actualmen-
pela distribuição directa, pela distribui- te gerida pela 5ª geração Ramirez que
ção através de empresas grossistas, por A Ramirez é certificada pela MSC (Ma- “assegura o foco na excelência, no ri-
importadores e através de agentes locais. rine Stewardship Council), organismo gor e na qualidade”.
ambiental internacional que garante
Desde sempre a Ramirez optou por uma que os produtos utilizados provêm de
estratégia de diferenciação das suas empresas que usam processos de pesca
Ramirez & Cª
marcas e respectivos produtos face aos sustentável. Um certificado que permite
(Filhos) S.A.
restantes players do sector e respectivo imprimir nas latas dos produtos produzi- Rua Óscar da Silva, 1683 –
mercado, de forma a contribuir para o dos pela Ramirez o selo MSC Eco Label. Leça da Palmeira
P.O.box 2050
elevado nível de qualidade da oferta, ex- 4451-953 Matosinhos
plica o mesmo responsável, sublinhando A qualidade dos seus produtos é ou- Tel.: +351 229 997 878
que é esta estratégia que dá aos pro- tro factor que contribui para o sucesso Fax: +351 229 997 879

dutos Ramirez “o reconhecimento dos desta empresa que é certificada pela ramirez@ramirez.pt
seus clientes e do consumidor final, a ISO9001/2000, que garante a Excelên- www.ramirez.pt
nível nacional e internacional”. cia na Higiene e Controle de Qualidade

Portugalglobal // Junho 11 // 19
EMPRESAS

INNOVNANO
NA VANGUARDA DOS NANOMATERIAIS
O grande desafio desta empresa do grupo CUF, para 2011, é a construção de uma
nova fábrica em Coimbra, num investimento de cerca de 10 milhões de euros. Em
simultâneo, a Innovnano aposta no desenvolvimento de novos produtos na sua
área de actuação – os nanomateriais e os materiais cerâmicos avançados –, com a
constituição de mais parcerias com instituições científicas.

A Innovnano desenvolve a sua activi- patentes a nível internacional”, explica alicerçada no processo produtivo úni-
dade no campo da nanotecnologia e uma fonte da empresa. co, que lhe permite chegar a produtos
dos materiais cerâmicos avançados com características singulares, para se
através de um processo de produção Os produtos produzidos pela Innovna- posicionar como um produtor de micro
revolucionário que apresenta um con- no têm elevado valor acrescentado e e nano-partículas à escala global. Para
junto de vantagens competitivas, já especificidade técnica, com aplicações isso, atingido já o grau de domínio do
comprovadas. É uma empresa do gru- em áreas tão diversas como a biomé- processo necessário para passar da es-
po CUF que, com uma larga tradição dica, energia, cosmética, tintas, fabrico cala piloto à escala industrial, está a
na indústria química, decidiu reorien- de peças cerâmicas, para citar apenas construir uma unidade produtiva em
tar esse conhecimento para a inves- alguns exemplos, sectores em que a Coimbra, que permita atingir os ní-
tigação e desenvolvimento de novos aplicação dos nanomateriais tem aber- veis de produção identificados como
produtos e processos. É neste contexto to vastíssimas possibilidades. adequados à prossecução do objectivo
que nasce a Innovnano cuja activida- proposto, adianta a mesma fonte.
de tem “um carácter único e inovador A Innovnano pretende, por isso, tirar
que mereceu já a atribuição de quatro partido da sua vantagem competitiva, Em paralelo, tem vindo a desenvolver

20 // Junho 11 // Portugalglobal
EMPRESAS

um conjunto de parcerias com institui- logia) implicam automaticamente uma teriais em aplicações de elevado valor
ções científicas de renome, a nível na- internacionalização. acrescentado, o que passa não só pela
cional e internacional, bem como com produção dos nanomateriais para di-
empresas privadas que, além de com- Assim, a empresa irá não só desenvolver versas aplicações, como também por
provarem as qualidades dos produtos novas aplicações para os seus produtos, explorar oportunidades de integração
fabricados segundo o método da Inno- mas continuará a apostar na rede de em aplicações em que os materiais da
vnano, permitem também alargar o já Innovnano resultem em níveis de per-
vasto espectro de aplicações possíveis, formance claramente diferenciadores.
contribuindo para uma mais rápida im- “A Innovnano pretende tirar Na área da energia a Innovnano apos-
plantação comercial da actividade, cuja partido da sua vantagem ta na integração dos seus produtos
principal restrição reside actualmente competitiva, alicerçada no em baterias de iões de lítio, células de
na ausência de uma unidade produtiva combustível, painéis fotovoltaicos, e
processo produtivo único, que
de escala industrial. reaproveitamento de desperdícios de
lhe permite chegar a produtos
energia sob a forma de energia térmi-
Refira-se que a procura mundial de na- com características singulares,
ca, recorrendo, para isso, a um con-
nomateriais apresenta, desde 2002, uma para se posicionar como um
junto de parcerias com entidades com
taxa de crescimento anual composta da produtor de micro e nano- know-how nestas matérias.
ordem dos 30 por cento(*), estimando-se partículas à escala global.”
que este mercado represente actualmen-
No âmbito da valorização ambiental,
te cerca de 2 mil milhões de euros(*). Até
o objectivo centra-se no desenvolvi-
2015 espera-se a manutenção dos níveis
parcerias nacionais e internacionais da mento de produtos que, por inclusão
de crescimento em valores elevados,
qual fazem parte instituições científicas de nanocatalisadores desenvolvidos
com as previsões a apontarem para taxas
mas também entidades empresariais, pela Innovnano (tais como TiO2, ZnO,
anuais superiores a 20 por cento(*).Os
EUA e a China surgem à cabeça como as como forma de conjugar competências MgO, CeO2, dopados ou homogenea-
geografias que apresentam maiores cres- essenciais à concretização do objectivo mente misturados), permitam a dimi-
cimentos esperados(*). definido. Projectos na área das energias nuição da poluição atmosférica ou
renováveis, moldes, cerâmicos estrutu- presente na água. Entre os exemplos
Igualmente, no mercado dos cerâmicos
avançados, as perspectivas de cresci-
mento da procura apontam para valo-
res da ordem dos 10 por cento ao ano
até 2015(**), sendo que nos segmen-
tos das especialidades onde a Innovna-
no se posiciona, as taxas de crescimen-
to serão bastante superiores.

Vocação para exportar


É neste contexto de crescimento à es-
cala global que a Innovnano pretende,
através da sua tecnologia única, tornar-
se num player de referência, focando-
se numa carteira de produtos diversifi-
cada, em que as características próprias
do processo permitem acrescentar fac-
tores diferenciadores, tudo isto con-
jugado com uma elevada capacidade
produtiva, dificilmente atingível pela
grande maioria dos processos concor-
rentes e com o mesmo nível de flexibi-
lidade no que diz respeito às diferentes rais, revestimentos, indústria automóvel, de produtos ou dispositivos em análise
alternativas de produção em termos de são apenas alguns exemplos de iniciati- encontram-se as tintas fotocatalíticas
produto, sublinha fonte da empresa. vas que a empresa tem actualmente em (destruição dos NOx e acção bacte-
curso e que se enquadram neste domí- ricida) ou dispositivos purificadores
Por seu lado, os dois mercados identi- nio, adianta a fonte. da água (como palhinhas) que façam
ficados pela Innovnano para o desen- uma eliminação de poluentes orgâni-
volvimento da sua actividade (Cerâmi- Um objectivo estratégico muito impor- cos, inorgânicos, e biológicos, de uma
cos Técnicos Avançados e Nanotecno- tante é a integração dos seus nanoma- maneira quase imediata.

Portugalglobal // Junho 11 // 21
EMPRESAS

Um outro objectivo da empresa, embora É com estes objectivos que a Innovna- vimento de um projecto na área das
mais a médio prazo devido às especifi- no pretende exportar cerca de 90 por energias renováveis.
cidades deste mercado em particular, é cento da sua produção, tendo inclusive
entrar na área da medicina fornecendo sedeado a sua direcção comercial em Também este ano terá início o pro-
ferrofluidos magnéticos capazes de pro- Bruxelas, que lhe permite uma maior jecto de construção de uma fábrica
mover a destruição de tumores por hi- proximidade dos principais mercados da empresa em Coimbra, um investi-
pertermia. Segundo a empresa, este se- europeus. A médio prazo espera-se mento orçado em cerca de 10 milhões
ria um grande avanço na medicina uma vir a ter também uma presença física de euros e que será repartido por vá-
vez que esta técnica permitiria atacar nos EUA. Refira-se a propósito que,
rias fases. Segundo a mesma fonte, a
selectivamente as células cancerígenas, em 2011, a Innovnano colocará um in-
nova fábrica “será determinante para
evitando o habitual envenenamento vestigador a tempo inteiro na Univer-
que se possam atingir os níveis de pro-
causado pelas cargas tóxicas associadas sidade do Texas em Austin, a segunda
dução necessários ao desenvolvimen-
à quimioterapia e à radioterapia. maior daquele país, para desenvol-
to de uma actividade comercial com
expressão, e para explorar o enorme
potencial da tecnologia única a nível
mundial de que a Innovnano é deten-
tora”. Além das instalações produti-
vas, a infra-estrutura contará ainda
com um moderno laboratório, essen-
cial para o desenvolvimento de novos
produtos e de novas funcionalidades.

Em paralelo, a Innovnano pretende


alargar o actual portfólio de produtos,
para o que deverão contribuir as várias
parcerias que têm vindo a ser criadas
com diversas instituições científicas,
campo em que se deverá verificar uma
extensão da sua base geográfica. Neste
domínio, destaca-se a parceria com a
Universidade do Texas em Austin, fo-
cada no desenvolvimento de materiais
para baterias de iões de lítio.

A Dow Chemical nos EUA, a Beckaert


na Bélgica, a PPG em França, a Cera-
mtec na Alemanha, a Rhodia, a Ineos
e a Matox são algumas das multinacio-
nais que tipificam o perfil de empresas
potenciais clientes da Innovnano.

Fontes:
*Nanomaterials – A Global Strategic Business Report –
October 2010; Global Industry Analists, Inc
**Advanced Ceramics – International Technology&Market
Trends – November 2009 – BizAcumen

INNOVNANO –
Materiais Avançados, S.A.
Lagoas Park
Edifício 6 – 2º Piso
2740-244 Porto Salvo
Tel.: +351 210 058 600
Fax: +351 210 058 699

Info@innovnano.pt

www.innovnano.pt

22 // Junho 11 // Portugalglobal
Empresas

VAMOS PÔR OS
PONTOS NOS “is”
∫ 73% do crédito concedido pelo BES é a Empresas
investimento ∫ 3 em 4 PME Líder são Clientes do BES
e criação de emprego
∫ Quota de mercado de 19% nas Linhas de Crédito PME Investe

∫ Líder de Mercado no Trade Finance com uma quota de mercado


de 27% tendo sido eleito, pelo 5º ano consecutivo, como Best
Trade Finance Bank em Portugal, pela Revista Global Finance

internacionalização ∫ Programa consolidado de Missões Empresariais desde 2006

∫ Único Banco com estrutura comercial especializada no apoio


à internacionalização das empresas (Unidade Internacional
Premium)

∫ 200 M€ de activos em fundos de venture capital, que investem


em empresas inovadoras

inovação ∫ 2 M€ de prémios concedidos no âmbito do Concurso Nacional


de Inovação BES

∫ Único Banco com estrutura comercial de especialistas


dedicados ao apoio de empresas inovadoras

O BES é o banco líder no apoio às PME, centrando a sua


intervenção no apoio ao Investimento, à Internacionalização
e à Inovação das empresas nacionais. Para mais informações
contacte o Banco Espírito Santo através do seu gestor
ou consulte o site www.bes.pt/empresas

Quem sabe, sabe e as empresas que vão mais longe é que sabem.
MERCADOS

A FRANÇA NO CONTEXTO
DA CRISE INTERNACIONAL
OPORTUNIDADES PARA
AS EMPRESAS PORTUGUESAS
Tradicional e importante parceiro económico de Portugal, a
França é um dos mercados que mais interesse desperta junto
dos empresários nacionais. A solidez da economia e das finanças
do país, a par da proximidade geográfica e da longa ligação
histórica e cultural entre Portugal e França, entre outros factores,
contribuem para esta situação e abrem novas e numerosas
oportunidades ao desenvolvimento deste relacionamento económico.

A análise de António Silva, director do Centro de Negócios da AICEP em Paris.


24 // Junho 11 // Portugalglobal
MERCADOS

A França é uma das economias mais 4 por cento), ao mesmo tempo que o ao fenómeno do “subprime” da banca
robustas da Europa e um dos grandes défice público atingia os 7,8 por cento americana, contribuíram também para
protagonistas da economia global. É em 2009. Outros indicadores, como a que a economia francesa conseguisse
também um importante parceiro eco- taxa de desemprego (cerca de 8 por cen- evitar os efeitos mais negativos da crise
nómico e comercial de Portugal, sendo to em 2009), o investimento estrangeiro
minha convicção que muito se pode e em França (cerca de menos 20 por cento
deve fazer em termos desenvolvimento entre 2008 e 2009) ou as exportações
e reforço das relações económicas en-
(queda de quase 25 por cento entre
tre os dois países e as suas empresas.
2008 e 2009) confirmam o impacto ne-
gativo da crise na economia francesa, se
No contexto da crise internacional, ini-
bem que longe dos efeitos verificados na
ciada em 2008, todos os chamados pa-
íses desenvolvidos, e nomeadamente os economia de outros paí-ses europeus.
países da União Europeia, foram afecta-
dos no seu crescimento económico. No A esta situação o governo francês res-
entanto, os efeitos da crise não se fize- pondeu com um conjunto de medidas
ram sentir da mesma forma em todos os
países. De acordo com a sua dimensão,
recursos e exposição externa, a crise afec- “A França foi dos poucos global tanto no plano económico como
tou mais fortemente uns do que outros. países europeus, juntamente no plano social.
com a Alemanha, Holanda Os dados de 2010 e dos primeiros me-
A França foi dos poucos países euro- ou Suécia, onde o impacto ses de 2011 confirmam a tendência
peus, juntamente com a Alemanha,
negativo da crise global foi para a recuperação e consolidação do
Holanda ou Suécia, onde o impacto ne-
relativamente moderado.” crescimento da economia, em parte
gativo da crise global foi relativamente
devida à retoma da procura externa e,
moderado, sobretudo quando compa-
por outro lado, devido à ligeira retoma
rado com o impacto em paí-ses como
que incluíram a “injecção” de 26.000 do consumo interno e do investimento.
o Reino Unido, a Itália ou a Espanha,
que se viram obrigados à adopção de milhões de euros na economia, para
Estes dados, associados ao comporta-
medidas e programas excepcionais para programas de apoio social e de reforço
mento expectável da economia alemã
(principal parceiro económico e comer-
cial da França), levam a que as previ-
sões, ainda que moderadamente opti-
mistas, apontem para uma retoma do
crescimento a partir de 2013 com uma
taxa anual da ordem de 1,7 por cento.

Na conjuntura actual trata-se de uma


taxa de crescimento francamente posi-
tiva e, dado o comportamento da sua
economia, a França é hoje considerada,
juntamente com a Alemanha, como a
“locomotiva” do crescimento económi-
co da União Europeia contando-se muito
com o “efeito arrastamento” que o cres-
cimento destes dois países tem, necessa-
riamente, sobre as economias dos países
controlar o défice externo e o endivi- do sistema financeiro, em 2008, e, no vizinhos e parceiros da UE. Daí a impor-
damento e, ao mesmo tempo, apoiar ano passado, o lançamento de um pro- tância crescente da economia francesa
politicas sociais que minorassem esse grama de 36.000 milhões de euros para no contexto europeu e mundial.
impacto sobre o emprego. apoio ao investimento das PME. Ao mes-
mo tempo, a robustez e diversidade do Relacionamento
Os dados da economia francesa para tecido empresarial francês, a contenção económico com potencial
2008 e 2009 mostram que depois da das despesas do Estado e, já em 2010, para crescer
estagnação do PIB (Produto Interno Bru- a retoma das exportações para os seus As relações económicas e comerciais en-
to) em 2008, registou-se em 2009 uma principais parceiros europeus (a Alema- tre Portugal e a França têm conhecido
diminuição da ordem dos 2,5 por cento nha, Bélgica, Espanha, Holanda e Itália), um desenvolvimento constante nos últi-
(enquanto a média na UE foi de menos a reduzida exposição da banca francesa mos anos e a França é hoje um parceiro

Portugalglobal // Junho 11 // 25
MERCADOS

importante de Portugal, seja em termos actividades económicas, muitas vezes construção, energias renováveis, etc.)
comerciais (a França é o nosso 3º parcei- por conta própria (são cerca de 45.000 e a longa ligação histórica e cultural
ro, tanto importador como fornecedor, as empresas francesas criadas por ci- existente entre os dois países, resulta
depois da Espanha e da Alemanha), em dadãos portugueses e seus descen- claro porquê a França é hoje um dos
termos de IDE (a França tem sido, nos úl- dentes), a existência de quase 3.000 mercados que mais interesse suscita
timos anos, um dos cinco maiores países empresas portuguesas que exportam entre as empresas portuguesas, como
investidores em Portugal) e em termos o confirma o número de pedidos de in-
turísticos (a França foi, em 2010, o 2º formação dirigidos à AICEP e o núme-
mercado emissor mais importante em “Os dados de 2010 e dos ro crescente de empresas portuguesas
termos de receitas, com 1.323 milhões nos diversos Salões e Exposições que se
primeiros meses de 2011
de euros, a seguir ao Reino Unido, com realizam em França.
1.393 milhões de euros).
confirmam a tendência para
a recuperação e consolidação As empresas portuguesas dispõem
Para isto, contribuem factores como a do crescimento da economia, em França de uma rede de empre-
já referida solidez da economia e finan- em parte devida à retoma da sas criadas por portugueses que, um
ças do país, a proximidade geográfica e procura externa e, por outro pouco por todo o país, podem ser (e
a facilidade de acesso entre Portugal e são já, em muitos casos) parceiros
lado, devido à ligeira retoma
França, a pertença a um mesmo espaço privilegiados para aceder ou penetrar
do consumo interno e do
de integração económica e monetária no mercado, seja enquanto clientes,
como a UE, o apreço pelos portugue- investimento.” seja enquanto parceiros na criação
ses em França e o reconhecimento da de empresas mistas ou outras for-
qualidade e facilidade de adaptação da mas de cooperação empresarial. Esta
nossa mão-de-obra. para França, a presença e instalação de rede empresarial tem aliás expressão
cerca de 400 empresas francesas em na existência de uma importante Câ-
Se acrescentarmos a estes dados o Portugal e de várias dezenas de empre- mara de Comércio e Indústria Franco
facto de viverem, estudarem e traba- sas portuguesas em França, nos mais Portuguesa em Paris e de um conjun-
lharem em França mais de um milhão distintos sectores da economia (bens to de núcleos empresariais noutras
de cidadãos portugueses e seus des- alimentares e bebidas, serviços, moldes cidades importantes como Marselha,
cendentes que desenvolvem diferentes para plásticos, embalagem em plástico, Lyon ou Bordéus.

26 // Junho 11 // Portugalglobal
MERCADOS

procurado seja em termos comerciais,


de investimento ou turismo.

Grandes projectos na área da constru-


ção (só em Paris, até 2025, o parque ha-
bitacional terá de ser aumentado em 20
por cento), nas energias renováveis (os
novos empreendimentos terão que uti-
lizar fontes de energia alternativas e ao
mesmo tempo está em marcha um am-

“As empresas portuguesas


dispõem em França de
uma rede de empresas
criadas por portugueses
que, um pouco por todo o
país, podem ser (e são já,
em muitos casos) parceiros
privilegiados para aceder
ou penetrar no mercado,
seja enquanto clientes,
seja enquanto parceiros na
criação de empresas mistas ou
outras formas de cooperação
empresarial.”

Por outro lado, a realização de um Do mesmo modo, para muitos produtos


grande número de Salões e Feiras e a e sectores, a selecção criteriosa de agen- bicioso programa para aumentar a uti-
sua importância enquanto instrumento tes e/ou distribuidores e as visita ao mer- lização destas energias em habitações
promocional constituem uma oportu- cado para contactos e prospecção são já existentes), no turismo (há falta de
nidade para as empresas portuguesas elementos importantes para uma estra- hotéis na região de Paris por exemplo)
chegarem a potenciais clientes em áre- tégia de internacionalização no mercado ou nas infra-estruturas de comunicação
francês e que, aliás, são utilizados por são outras tantas oportunidades para as
concorrentes nossos como a Espanha, nossas empresas destes sectores.
“As relações económicas e Itália, Hungria, Polónia ou Turquia.
Finalmente, as empresas portuguesas
comerciais entre Portugal e
Mas as empresas portuguesas dis- dispõem em França de uma rede di-
a França têm conhecido um põem, sobretudo, das muitas oportu- plomática e consular com presença
desenvolvimento constante nidades – que podem e devem apro- nas cidades mais importantes do país
nos últimos anos e a França é veitar – que uma economia robusta e do Centro de Negócios da AICEP
hoje um parceiro importante e em crescimento como a da França em Paris com uma equipa motivada e
de Portugal.” hoje oferece. Em áreas chamadas profissional para apoiar os seus esfor-
“tradicionais”, como os bens alimen- ços de internacionalização no merca-
tares e bebidas, vestuário, calçado ou do francês.
mobiliário, em sectores como a cons-
as como os bens alimentares (SIAL),
trução, máquinas eléctricas ou ma-
decoração (Maison et Objets), subcon-
terial de transporte, ou em sectores AICEP
tratação (MIDEST) ou construção (BA- Centro de Negócios
como as energias renováveis, TIC ou
TIMAT). Uma visita inicial aos Salões material e equipamento para a indús- em Paris
e Feiras que se realizam em França e, tria aeronáutica, a oferta portuguesa, Ambassade du Portugal
caso se confirme a potencial utilidade, hoje muito mais diversificada e sofis- 3, Rue de Noisiel
uma presença com stand nas edições 75116 Paris
ticada tecnologicamente do que no
Tel.: +33 1 450 544 10
seguintes, é um elemento importante passado, pode competir no mercado Fax: +33 1 450 517 25
de uma estratégia de abordagem do francês, que é fortemente concorren-
aicep.paris@portugalglobal.pt
mercado francês. cial porque, como referimos, é muito

Portugalglobal // Junho 11 // 27
MERCADOS

A IMPORTÂNCIA DAS FEIRAS


INTERNACIONAIS PARA OS
EMPRESÁRIOS PORTUGUESES

As feiras profissionais internacionais go prazos. As vantagens de participar No caso da França o resultado é notório.
continuam ser um óptimo veículo de num certame internacional são várias: Podemos contar, em cada ano, cerca de
promoção das empresas e de divulgação “custo por contacto”, “os contactos 40 feiras profissionais, das quais uma
dos seus produtos, atraindo numerosos podem ser qualificados in situ”, “ava- dezena é referência a nível mundial,
visitantes, particularmente no mercado liação/levantamento da concorrência onde participam cerca de 300 empresas
francês, apesar de, nos últimos anos, se no certame”, “fidelização dos clientes”, e associações portuguesas. Este resulta-
ter assistido a movimentos de concen- entre outras. do é duas vezes notável. Naturalmente
tração (encerramentos e agrupamentos) pelos números (feiras e participantes),
e de terem enfrentado a concorrência Além disso, a participação numa feira
mas também pela estabilidade e regu-
das tecnologias da informação. profissional internacional relaciona os
laridade das empresas presentes. Assim
aspectos comerciais com a política de
podemos constatar o crescimento regu-
Uma razão para este sucesso é o facto marketing/comunicação da empresa.
lar do que poderemos chamar “núcleos
de as feiras terem a particularidade de Assim, uma empresa portuguesa que
duros” de expositores portugueses num
concentrar, durante alguns dias, os prin- participa numa feira internacional ac-
cipais actores de um sector ou de uma grande número de feiras internacionais,
tua nestas duas vertentes, a vertente
área de actividade, seja como visitantes estritamente comercial com a procura tais como: MIDEST, Maison & Objet, BA-
seja como expositores. Ou seja, o visitan- de novos clientes, e a vertente marke- TIMAT, VINEXPO, Première Vision, SIAL
te pode encontrar, num mesmo lugar, as ting com a exposição da imagem da ou EMBALLAGE.
empresas, as tecnologias, os produtos, empresa (e muitas vezes do próprio
os novos conceitos, os peritos, os me- país) junto dos principais actores inter- A esta realidade podemos ainda juntar
dia, a documentação, e é neste contexto nacionais do sector de actividade. um facto positivo que nos insufla algum
que as empresas podem pôr em prática optimismo. Apesar das dificuldades eco-
as suas estratégias comerciais e conquis- Ao longo dos últimos anos, um núme- nómicas nas últimas edições destas feiras
tarem novos clientes. ro cada vez maior de empresas por- (de meados de 2009 a inicio de 2011),
tuguesas apostou neste esquema de a quase totalidade das empresas que fo-
A participação de uma empresa numa prospecção e divulgação nos mercados ram contactadas declararam-se satisfeitas
feira internacional deve ser considerada internacionais através das participações e muito satisfeitas pelos resultados con-
como um investimento de médio e lon- em feiras profissionais. seguidos durante os certames. Este opti-

28 // Junho 11 // Portugalglobal
MERCADOS

mismo continua a reflectir-se em 2011. Uma


responsável da feira BATIMAT, a maior feira
mundial de materiais e equipamentos para a PARTICIPAÇÃO PORTUGUESA
construção civil, indicou que este ano a partici- EM CERTAMES DE REFERÊNCIA:
pação portuguesa será, muito provavelmente,
superior à de 2009. O mesmo acontece com
Feira Internacional da Aeronáutica Le Bourget
a feira MIDEST que, a meio do ano (a feira
é em Novembro), já regista mais expositores “Paris Air Show”
portugueses do que em 2010. Este movimen- 20 a 26 de Junho de 2011
to também se verificou para as feiras SIAL e Pela primeira vez, Portugal estará presente na principal feira aeronáutica eu-
EMBALLAGE que registaram, no ano passado, ropeia e uma das maiores do mundo. Esta primeira participação de um pavi-
mais participantes portugueses do que nas lhão nacional português, organizada pela AICEP, vem confirmar o crescente
precedentes edições. potencial do sector aeronáutico português a nível internacional. (Ver secção
Destaque).
Naturalmente, não se pode passar sem evocar www.salon-du-bourget.fr
a feira de decoração e mobiliário, Maison &
Objet. Trata-se de uma feira atípica, uma das
raras com uma lista de espera para participar, VINEXPO
e para a qual o Centro de Negócios da AI- Bordéus, 19 a 23 de Junho de 2011
CEP em Paris tenta regularmente convencer a A feira bienal VINEXPO é o maior
organização em aceitar mais expositores por- certame profissional de vinhos do
tugueses, exercício que deu bons resultados. planeta, com cerca de 40.000 m2
Desde há uns anos a presença portuguesa e mais de 2.500 expositores dos
nas duas edições anuais, Setembro e Janeiro, quais, metade, são empresas in-
tem vindo a aumentar regularmente. Em Ja- ternacionais. Esta feira conta ainda
neiro (última edição) a feira contou com 65 com cerca de 50 mil visitantes (15
empresas lusas das mais representativas nas mil são estrangeiros).
áreas da decoração, do design e do mobiliário Tal como na última edição (2009),
nacional. Esta feira também beneficia de uma a participação portuguesa é maiori-
particularidade no conjunto das feiras pro- tariamente representada pelo pavi-
fissionais: os expositores realizam encomen- lhão nacional organizado pela VINI-
das e até vendas directamente no stand. Na PORTUGAL (www.viniportugal.pt),
maior parte das feiras profissionais este tipo contando com a presença do IVBAM (www.vinhomadeira.pt), vinhos da
de transacção não é tão habitual, o objectivo Madeira. A VINEXPO é a feira em que mais participam empresas/marcas
principal é conseguir contactos com poten- portuguesas. Este ano participam 98 empresas/marcas das quais cerca de
ciais clientes. A Maison & Objet continua a ser metade participaram através da VINIPORTUGAL.
uma das mais procuradas pelos fabricantes www.vinexpo.com
portugueses e internacionais destes sectores.

Esta evolução crescente da presença das em- BATIMAT 2011


presas portuguesas em feiras internacionais, Paris, 7 a 12 de Novembro.
nomeadamente em França, tem vindo a ser Decorre, de 7 a 12 de Novembro, no parque das exposições de Paris a feira
acompanhada pelas diversas associações bienal de materiais de construção BATIMAT 2011, a maior feira mundial
sectoriais que, cada vez mais, se envolvem dedicada aos materiais e equipamentos para a construção civil.
no apoio e/ou organização de colectivos. Esta 28ª edição da feira internacional contará com cerca de 2.800 expositores
Este acompanhamento permite uma maior dos quais 45 por cento estrangeiros, participando cerca de 50 países num es-
estabilidade na frequência de participação paço de exposição de 135.000 m2. Em termos de visitantes a feira consegue
das empresas assim como uma simplificação habitualmente mais de 445 mil visitas de profissionais, 18,5 por cento dos
dos processos de participação. quais são internacionais (141 países representados em termos de visitantes).
A presença de Portugal já ultrapassa os 35 expositores nacionais ocupando
Em resumo, as feiras profissionais em França, cerca de 2.000 m2 de espaço de exposição. Esta edição apresenta-se como
que têm vindo a concentrar-se e, tendencial- uma das melhores dos últimos anos em termos de representação portugue-
mente, a diminuir em termos de espaço (fora sa. Apesar das dificuldades de conjuntura do sector a nível mundial, os pro-
umas raras excepções) continuam a ser alvo dutores portugueses estão a apostar nesta feira. Segundo o CN de Paris, o
da procura das empresas portuguesas e es- mercado francês ainda se mantêm relativamente atractivo. A existência de
trangeiras. Este tipo de feiras mantém uma uma rede relativamente importante de empresas da construção civil geridas
forte atractividade tanto para os expositores por portugueses e/ou luso-descendentes, também é vista como uma boa
como para os visitantes por razões óbvias: a
oportunidade de entrada no mercado.
prazo, conseguem-se negócios!
www.batimat.com
JORGE RUIVO, TÉCNICO DO CN DA AICEP EM PARIS

Portugalglobal // Junho 11 // 29
MERCADOS - OPINIÃO

DIPLOMACIA EM TEMPO DE CRISE


>POR FRANCISCO SEIXAS DA COSTA, EMBAIXADOR DE PORTUGAL EM FRANÇA

Indo por partes, eu diria que, em face da


presente crise, a diplomacia portuguesa
tem diante de si três linhas de adaptação.

Em primeiro lugar, dentro do Ministé-


rio dos Negócios Estrangeiros não dei-
xou de se considerar, desde o primeiro
momento, a importância de repensar
a rede diplomática existente, dando
atenção particular a áreas geográficas
que, não tendo sido privilegiadas nas
opções de distribuição de recursos fun-
cionais no passado, convinha que pas-
sassem a dispor de uma maior atenção
no futuro. Quero com isto dizer que zo-
nas como o norte de África, os países
do Golfo e certos mercados asiáticos
passaram a entrar na nossa ordem de
prioridades, com vista a tentar conse-
guir novos pontos de apoio à atividade
empresarial. Isso tornou-se particu-
larmente importante face a mercados
cuja evolução previsível de crescimento
pudesse, simultaneamente, vir a ab-
sorver produção nacional que tivesse
menos atratividade para os nossos par-
ceiros tradicionais (em especial, euro-
peus) e garantir espaços sustentados
de progressão futura de novas linhas
de exportação. Assim foi feito e, estou
certo, a prazo, os efeitos ir-se-ão sentir.
Não há muito tempo, um colega de um cia, como instrumento executivo da
A segunda linha é de natureza formati-
país do norte da Europa, cujo tecido eco- política externa, configura-se com a
va. Não vale a pena esconder que não
nómico foi bastante menos tocado pela evolução dos tempos, por uma refor-
está ainda criada, no conjunto da nossa
crise internacional, perguntava-me de mulação de prioridades, decorrente de
administração pública que opera na or-
que modo a nossa diplomacia se estava a novos objetivos. Embora deva ter-se
dem externa, uma cultura de trabalho
adaptar ao tempo de exigência acrescida sempre presente – e sei que isto pode
em comum. As razões são diversas, do
que o país atravessava. A sua curiosidade parecer chocante para alguns cultores
corporativismo a alguma incompetência.
tinha a ver, não apenas com a possibili- do imediatismo – que o papel dos di-
Com felicidade, faço parte daquele gru-
dade de estarmos a encarar uma melhor plomatas, na fixação da imagem do po de diplomatas que sempre teve uma
adequação do nosso dispositivo diplo- país, deve ir sempre um pouco para muito positiva experiência de trabalho
mático aos objetivos mais imediatos da além das conjunturas. Essa é a razão conjunto com as estruturas de promoção
ação externa mas, igualmente, quanto pela qual a resposta às solicitações pre- económica externa (do FFE à AICEP, pas-
ao modo como o nosso próprio trabalho mentes do presente deve ser, no seio sando pelo ICEP/API). Por razões diversas,
teria, ou não, sofrido uma mutação qua- da nossa ação externa, modulada em sei que essa experiência não é idêntica à
litativa, em função de alguma reversão permanência com a necessidade de de muitos colegas da diplomacia portu-
de hierarquia de prioridades. garantir a preservação dos interesses guesa. Não vale a pena estar a distribuir
permanentes do país, numa perspetiva culpas, até pela certeza de que elas não
A questão era interessante, embora a de coerência de longo prazo. A nossa estarão sempre do mesmo lado. Algo
resposta não fosse óbvia. A diploma- história não se improvisa. tem de mudar neste âmbito e, para isso,

30 // Junho 11 // Portugalglobal
MERCADOS - OPINIÃO

de há muito que só vislumbro uma solu- o Conselho de Segurança da ONU o na promoção da atividade dos nossos
ção, que sei difícil de pôr em prática, por provou. Porque tudo isso, ao funcio- agentes económicos. Os diplomatas
escassez de recursos humanos: promover nar positivamente em favor da imagem portugueses devem ser mobilizados
estágios profissionais cruzados, tanto nas do país, acaba por ajudar à criação de para servirem de eixo às campanhas de
instituições como nas empresas e nas um ambiente favorável à promoção estímulo à atividade económica exter-
associações empresariais, com suficiente dos nossos interesses económicos – e na, as nossas embaixadas devem ser a
duração para que tal possa ter reais efei- dispensem-me de dar exemplos, por “casa” dos empresários.
tos, num esforço geral de aculturação. razões que julgo óbvias.

Uma terceira vertente tem a ver com a Porém, e como um dia já disse, com “A diplomacia portuguesa
mudança no paradigma da intervenção choque em alguns ouvidos mais sen- não se deve esgotar no
síveis, entendo que o MNE precisa de
das nossas embaixadas, com impacto apoio à projeção económica
“menos Kosovo e mais batatas”, que-
na informação que produzem. Imagino externa do país (…). É
rendo com isto dizer que a diplomacia
que a abordagem pública da questão, decisivo sabermos potenciar
portuguesa tem de continuar o esfor-
numa publicação desta natureza, possa
ço já iniciado no sentido de infletir a o nosso valor acrescentado
escandalizar alguns. Mas julgo ter um
sua focagem de prioridades, passando nacional de natureza
a perceber que a “política pura”, em- política (…). Tudo isso, ao
bora podendo dar-nos uma base in-
“A diplomacia portuguesa funcionar positivamente em
teressante para um bilateralismo com
tem de continuar o esforço vantagens, deve sempre apontar para
favor da imagem do país,
já iniciado no sentido de uma visão objetiva dos interesses eco- acaba por ajudar à criação
infletir a sua focagem de nómicos que importa privilegiar, mui- de um ambiente favorável
prioridades, passando a to em especial numa situação de crise à promoção dos nossos
como a que vivemos. interesses económicos.”
perceber que a ‘política
pura’, embora podendo dar- Mas que fique clara uma coisa: não de-
nos uma base interessante fendo que a política externa portugue- Mas tudo isto tem de ter uma coerência
para um bilateralismo com sa seja refém da promoção económica global, uma hierarquia de prioridades
vantagens, deve sempre externa, que se opte por uma “reapoli- bem estabelecida, uma dotação mínima
apontar para uma visão tik” de interesses, como se o MNE de- de meios e uma proporção adequada
vesse passar a ser, unicamente, uma es-
objetiva dos interesses de empenhamento. Julgo que é óbvio
pécie de agência de promoção externa que uma missão diplomática ou consu-
económicos que importa de negócios. Não deve sê-lo exclusiva- lar, embora devendo estar, em perma-
privilegiar, muito em especial mente, mas deve sê-lo também. E, para nência, aberta a fornecer informações
numa situação de crise como isto, não são precisos novos despachos e contactos aos nossos operadores eco-
a que vivemos.” ou decretos. Basta haver vontade. nómicos, não pode, por exemplo, dis-
ponibilizar as suas instalações a todo e
Uma das razões pela qual não defendo qualquer empresário que a ela recorra:
mínimo de autoridade e experiência uma dependência excessiva da nossa essa solicitação tem de corresponder a
para exprimir o que adiante vou dizer. política externa face aos nossos interes-
uma razoável contrapartida previsível
ses económicos tem a ver com o facto,
das vantagens potenciais daí decorren-
A diplomacia portuguesa não se deve que pude constatar ao longo das mais
tes para o país, que só a AICEP pode
de três décadas que levo de ação diplo-
esgotar no apoio à projeção económi- julgar. É para essa avaliação que a diplo-
mática, de que essa mesma atividade
ca externa do país – no comércio, na macia espera poder contar sempre com
económica está longe de ter uma co-
promoção do turismo ou na captação o seu insubstituível papel técnico, como
erência mínima: os mercados flutuam,
de IDE. A atenção à imagem do país única estrutura com capacidade de afe-
as prioridades variam, a oferta “tem
na ordem internacional, o cultivo das rição daquilo que são, a cada momento,
dias”, os nossos empresários – descul-
redes de interesses políticos e culturais os interesses económicos prioritários do
pem lá! – têm estados de alma flutu-
que o bilateralismo histórico justifica, país na ordem externa.
antes. Se a ação externa do país ficasse
a promoção da língua portuguesa e a
vinculada, rigidamente, às opções do
proteção da diáspora são outros tan- É nesse diálogo, que não é complicado se
nosso comércio externo, Portugal teria
tos pontos importantes a salvaguardar, dele forem excluídos os egos e os refle-
a imagem de um catavento!
como decisivo é sabermos potenciar o xos de casta, que deve assentar a parce-
nosso valor acrescentado nacional de Por isso, recomendo apenas prudência, ria constante entre a atividade económi-
natureza política, como país construtor bom-senso e troca intensa de informa- ca externa e diplomacia portuguesas.
de pontes e entendimentos, à escala ção. À nossa diplomacia pode e deve * A PEDIDO DO AUTOR, ESTE TEXTO SEGUE AS
global. Como a eleição recente para ser pedido um grande empenhamento REGRAS DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO.

Portugalglobal // Junho 11 // 31
MERCADOS

CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA FRANCO-PORTUGUESA

UM PARCEIRO PARA VENDER


EM FRANÇA
>POR CARLOS VINHAS PEREIRA, PRESIDENTE

mais de mil empresários entre portugue-


ses, “franco-portugueses” e franceses.

Mas em que consiste concretamente o


Fórum? Podemos dividir, durante um dia,
em três grandes actividades: conferências
e formações, salão com expositores e de-
senvolvimento de contactos. A ênfase do
fórum deste ano estará ligada às oportu-
nidades imobiliárias em Portugal.

Mas afinal o que é a CCIFP? É uma ins-


tituição privada de direito francês, sem
fins lucrativos e cujos “proprietários”
são as próprias empresas aderentes.
Tem como presidente Carlos Vinhas
Pereira, Director Geral da Fidelidade
Mundial França e como administrado-
res os empresários Carlos Ferreira, Val-
demar Francisco, José Trovão, Frédéric
Ibanez, Georges Barbosa e o advogado
Xavier Rohmer. Começou com 19 em-
presas fundadoras, na maioria as filiais
das principais empresas portuguesas
presentes em França, e hoje conta já
250 membros, dos quais 21 por cento
são empresas portuguesas sem estabe-
lecimento estável em França, principal-
mente PME exportadoras.

A primeira pergunta que ocorre a um te à empresa portuguesa poupar tempo O mercado francês é um mercado ma-
empresário que está interessado no e dinheiro a partir do momento que sai duro, onde as oportunidades escasseiam.
mercado francês é certamente esta: do aeroporto. Depois, vem a fase da in- Porém, existem em todos os sectores ni-
que apoio presta a Câmara de Comér- tegração e da prospecção. Aí a CCIFP, chos de mercado inexplorados, ou mal
cio e Indústria Franco-Portuguesa às através de vários eventos, organiza, desenvolvidos, onde empresas portugue-
empresas portuguesas que pretendem promove e dinamiza o encontro entre sas que possuam produtos ou serviços di-
implantar-se em França? Sumariando, empresários, por vezes de forma formal, ferenciadores, na qualidade, originalida-
classificaríamos de consultoria perma- outras de forma lúdica. Sempre com o de ou preço, podem conseguir penetrar.
nente com apoio na implementação. objectivo do desenvolvimento da rede Ao consegui-lo, estarão num mercado
de contactos e relações profissionais. O vitrina para todo o mundo, com particu-
Por exemplo, no caso de uma interna- Fórum dos empresários e gestores por- lar incidência para os países francófonos.
cionalização para o mercado francês, tugueses e luso-descendentes de França
o conhecimento que a CCIFP tem do é o maior evento organizado pela CCIFP, Em 2010, o mercado francês absorveu
mercado, dos sectores de actividade, e igualmente o maior ponto de encon- aproximadamente 12 por cento das
dos diferentes segmentos, dos orga- tro anual dos empresários com ligação a exportações portuguesas conservan-
nismos que os regem, das suas regras, Portugal. Este ano realizar-se-á a quarta do, desta forma, a terceira posição no
normas, práticas e “armadilhas” permi- edição, em Outubro, e são esperados ranking dos clientes de Portugal. Por

32 // Junho 11 // Portugalglobal
MERCADOS

sua vez, o mercado português impor- zação do Europeu de Futebol de 2016 empresas que procuram parcerias
tou 7 por cento de bens e serviços fran- e a recente atribuição da organização especificas, ou simplesmente para
ceses. Se compararmos com os dados da Ryders Cup de Golfe à França darão anunciar uma procura de eventuais
de 2009, regista-se um aumento das origem a oportunidades de negócio em fornecedores.
exportações para França em 10 por • Domiciliação de empresas. Um pro-
vários sectores de actividade e em todo
cento e uma redução das importações cesso rápido, que implica menores
o território. A CCIFP promete estar
na ordem dos 4 por cento. Automóveis custos e é consideravelmente menos
atenta a estas mesmas oportunidades
e componentes, máquinas, vestuário e arriscado para implantar uma estru-
calçado são os bens mais exportados. e trabalhará no sentido de colocar as
tura num mercado externo.
suas empresas membro na pole posi- • Consultoria. Disponibilidade para
Sentimos na CCIFP em 2011 um au- tion destes negócios. aconselhar e sugerir as melhores prá-
mento dos pedidos de procura de fabri- ticas no mercado em questão. Infor-
cantes em Portugal, particularmente no mar sobre o risco de uma operação
que respeita têxteis, calçado e materiais com uma empresa específica em vir-
de construção, e dos pedidos de apoio
“Sentimos na CCIFP em 2011
tude de termos acesso ao seu históri-
para o inicio de actividade em França um aumento dos pedidos de
co comercial e financeiro.
por parte de empresas portuguesas, procura de fabricantes em
• Clubes CCIFP. Um espaço on-line
particularmente de empresas de mate- Portugal, particularmente no onde os membros trocam ofertas e
riais de construção e construtoras. que respeita têxteis, calçado promoções, dos respectivos produtos
Em termos de oportunidades temos, e materiais de construção, e e/ou serviços, constituindo um micro-
dos pedidos de apoio para o canal de distribuição.
por exemplo, na capital francesa no
inicio de actividade em França • Missões. Organização de reuniões
horizonte 2020, a previsão de constru-
com potenciais clientes.
ção de 2 milhões de metros quadrados por parte de outras empresas
destinados à actividade comercial, 40 portuguesas.”
mil novos fogos de habitação social, a Os meios de comunicação disponíveis
renovação de escolas e outros edifícios para as empresas portuguesas em França
públicos à razão de 100 por ano, para são escassos. A CCIFP adiantou-se neste
A CCIFP disponibiliza actualmente aspecto. Lançou a “Bilateral”, uma re-
corresponder ao plano energético de
os seguintes serviços: vista trimestral, bilingue em função dos
redução do consumo energético em
25 por cento, e promoção da utilização seus objectivos, multisectorial e destina-
• Serviço de Emprego. Onde as empre- da a empresários interessados na inter-
de energias renováveis na mesma pro-
sas podem encontrar os CV de can- nacionalização e que pretendem abordar
porção. No sector do turismo a região
didatos com aptidões linguísticas em preferencialmente o mercado francês no
parisiense contará, até 2020, com mais
7.000 quartos de hotel para responder francês e português ou, em alternati- seu todo e não apenas o mercado étnico
à procura dos visitantes da capital fran- va, anunciar ofertas de emprego. português em França. Adquiriu o Lusojor-
cesa. Recordamos que Paris é a cidade • Bolsa de Agentes Comerciais. Para as nal, o principal semanário de informação
mais visitada em todo o mundo. empresas portuguesas e francesas que da comunidade portuguesa, seguido por
procuram a internacionalização por mais de 40.000 leitores semanalmente,
Todavia as oportunidades de negócio via de um representante comercial. um meio de comunicação privilegiado
não se esgotam na capital. A organi- • Oportunidades de Negócio. Para as para as empresas que querem abordar o
mercado comunitário.

O grande objectivo da CCIFP nos próxi-


mos anos é a construção de um centro
de negócios português em Paris, um
edifício multifuncional, que reagrupe
qualidades de domiciliação de em-
presas recém-chegadas ao mercado,
show-rooms, incubadora de empresas,
centro de formação profissional e de
línguas portuguesa e francesa, espaço
de conferências e seminários e espaço
de promoção cultural e turismo.

Em suma, a casa dos empresários portu-


gueses e luso-descendentes de França.

www.ccifp.fr

Portugalglobal // Junho 11 // 33
MERCADOS

RELACIONAMENTO ECONÓMICO
PORTUGAL – FRANÇA
A França é um importante parceiro económico de Portugal quer nas vertentes do
comércio e serviços, quer a nível de investimento estrangeiro, quer ainda no que
respeita ao turismo e receitas turísticas. Um relacionamento sólido, apoiado nos laços
históricos entre os dois países e numa importante comunidade portuguesa residente
naquele mercado.

As relações económicas bilaterais com res de Portugal. Em 2010, o mercado mais dois mercados que assumiram
a França são muito importantes, ocu- francês absorveu cerca de 12 por cento maior importância como clientes: a Es-
pando este mercado, nos últimos anos, do total das mercadorias vendidas por panha (representando 26,6 por cento
a 3ª posição tanto no ranking dos prin- Portugal no exterior e 7 por cento das do total e é o 1º cliente) e a Alemanha
cipais clientes como no dos fornecedo- compras efectuadas, havendo apenas (com um peso de 13,0 por cento e 2º

BALANÇA COMERCIAL BILATERAL


2011
(103 EUR) 2006 2007 2008 2009 2010 Var %a 2010 Jan/Mar
Jan/Mar
Expedições 4.464.744 4.822.900 4.579.743 3.940.828 4.332.395 -0,3 1.074.622 1.308.555

Chegadas 4.790.959 5.207.365 5.198.573 4.288.227 4.101.087 -3,3 1.028.623 1.051.095

Saldo -326.214 -384.465 -618.830 -347.399 231.308 -- 45.999 257.460

Coef. Cobertura (%) 93,2 92,6 88,1 91,9 105,6 -- 104,5 124,5
Fonte: INE – Instituto Nacional de Estatística
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais 2006-2010

34 // Junho 11 // Portugalglobal
MERCADOS

cliente), sendo de realçar ainda que o terial de transporte, as máquinas e mercado francês, menos 19 por cento
nosso 4º maior cliente foi o Reino Uni- aparelhos, o calçado e o vestuário, que do que no ano anterior (em 2005 fo-
do (5,5 por cento). conjuntamente representaram cerca ram contabilizadas 3.586 empresas). Por
de 45 por cento do total em 2010. De seu lado, em 2009, 4.470 empresas em
As expedições de mercadorias de Portu- sublinhar o desempenho do calçado, o Portugal realizaram operações de impor-
gal para a França, entre 2006 e 2010, re- único dos quatro grupos que assinala tação com origem no mercado francês,
gistaram oscilações, com variações nega- um crescimento regular entre 2006 e menos 2.142 das registadas no ano an-
tivas em 2008 (menos 5,0 por cento face 2010 (mais 3,5 por cento). terior (em 2005 tinham sido contabiliza-
a 2007) e 2009 (menos 14,0 por cento das 6.634 empresas).
em relação ao ano anterior) e taxas de Segundo o GEE – Gabinete de Estratégi-
ca e Estudos do Ministério da Economia,
crescimento positivas na ordem dos 9,0 Serviços
da Inovação e do Desenvolvimento, em
por cento entre 2006/2007 e de 9,9 por A balança de serviços com a França,
2009, cerca de 47 por cento dos produ-
cento entre 2009/2010. entre 2006 e 2010, foi favorável a Por-
tos industriais portugueses vendidos por
tugal, tendo o valor do saldo em 2010
Portugal à França tinham um grau de in-
Em relação aos produtos provenientes sido 51 por cento superior ao registado
de França, a evolução foi diferente, em 2006. A França é o terceiro maior
tendo, nos últimos três anos, sido re- cliente de serviços portugueses, repre-
“As relações económicas
gistadas quebras, uma delas bastante sentando cerca de 14 por cento do to-
acentuada em 2009 (menos 17,5 por bilaterais com a França são
tal de serviços exportados em 2010 por
cento face a 2008), contribuindo para muito importantes, ocupando Portugal, posição que tem vindo a man-
que a taxa média anual de crescimento este mercado, nos últimos ter ao longo dos últimos cinco anos.
fosse negativa (menos 3,3 por cento) anos, a 3ª posição tanto no
entre 2006 e 2010, e superior à veri- ranking dos principais clientes A França foi também o nosso terceiro
ficada com as expedições no mesmo maior fornecedor de serviços em 2010,
como no dos fornecedores de
período (menos 0,3 por cento). tendo Portugal comprado a este mer-
Portugal.” cado cerca de 10 por cento do total
No ano passado a balança comercial bi- importado no mesmo ano.
lateral foi favorável a Portugal, contra-
tensidade tecnológica baixa, 27 por cento Segundo o Banco de Portugal, os tipos
riando a tendência negativa que se vi-
média-alta e 21 por cento média baixa. de serviços que mais contribuíram para o
nha verificando desde 2000. E os dados
já disponibilizados para o 1º trimestre de saldo positivo da respectiva balança bila-
No que respeita às compras de Portu- teral, no ano passado, foram as viagens
2011, apontam para um crescimento
gal a França, em 2010, os principais e turismo (54,5 por cento do total dos
das expedições portuguesas (mais 21,8
grupos de produtos foram os veículos serviços exportados), os transportes (21
por cento) substancialmente mais eleva-
e outro material de transporte; máqui- por cento), outros serviços fornecidos
do do que os verificados em relação aos
nas e aparelhos; produtos químicos e por empresas e os serviços relacionados
produtos chegados de França (mais 2,2
produtos agrícolas, que em conjunto com a construção (14,2 por cento).
por cento), quando comparados com o
representaram 63 por cento do total,
período homólogo de 2010. O saldo da
de acordo com o INE.
balança comercial foi também positivo Investimento
(5,5 vezes maior do que o verificado no Cerca de 38 por cento dos produtos in- A França detém um lugar de destaque
mesmo espaço temporal de 2010) e a dustriais oriundos da França tinham um no ranking dos países emissores de in-
taxa de cobertura das exportações atin- grau de intensidade tecnológica média- vestimento estrangeiro em Portugal,
giu os 124,5 por cento. alta, 28 por cento um grau baixo e 24 tendo alcançado a 2ª posição em relação
por cento alta, de acordo com o GEE. ao conjunto de 55 mercados selecciona-
Os quatro grupos de produtos mais dos pelo Banco de Portugal e represen-
vendidos por Portugal no mercado Em 2009, o INE registou 2.522 empresas tado cerca de 17 por cento do montante
francês foram os veículos e outro ma- exportadoras portuguesas a operar no total do IDE realizado em 2010.

BALANÇA DE SERVIÇOS DE PORTUGAL COM FRANÇA


2010 2011
(103 EUR) 2006 2007 2008 2009 2010 Var %a
Jan/Fev Jan/Fev

Exportações 1.909.606 2.197.672 2.373.234 2.271.553 2.428.411 6,4 280.386 302.751

Importações 986.283 1.052.620 1.062.671 983.732 1.037.464 1,4 147.146 165.367

Saldo 923.323 1.145.052 1.310.563 1.287.821 1.390.947 -- 133.240 137.384

Coef. Cobertura (%) 193,6% 208,8% 223,3% 230,9% 234,1% -- 190,5% 183,1%
Fonte: Banco de Portugal
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2006-2010

Portugalglobal // Junho 11 // 35
MERCADOS

Em relação ao investimento português entre 2006 e 2010, sendo de assinalar os Em Janeiro e Fevereiro deste ano re-
em França, em 2010, este mercado anos de 2007 e 2008 por apresentarem gistou-se uma variação positiva (mais
ocupou a 10ª posição, representan- um volume de investimento bruto e lí- 9,7 por cento) das receitas geradas
do apenas 1,5 por cento do total do quido muito mais elevado do que os res- por turistas franceses em Portugal
investimento português realizado no tantes anos. Os dados disponíveis para quando comparado com período
exterior, sendo esta a segunda melhor idêntico de 2010.
Janeiro e Fevereiro de 2011 dão conta
posição do período entre 2006 e 2010.
de uma redução acentuada (menos 35,7
por cento) do investimento bruto portu- Em termos do registo de hóspedes es-
Entre Janeiro e Fevereiro de 2011, se-
guês em França, em comparação com o trangeiros em Portugal, a França tem
gundo os dados já disponibilizados
vindo a posicionar-se na 4ª posição,
pelo Banco de Portugal, a França foi o período homólogo de 2010.
também desde 2006, verificando-se
maior investidor estrangeiro em Portu-
uma variação média positiva próxima
gal (21,3 por cento do total).
dos 6 por cento entre 2006 e 2010.
“A balança de serviços com a
Entre 2006 e 2010, o investimento Entre Janeiro e Fevereiro de 2011 foi
França, entre 2006 e 2010, foi registado um aumento de hóspedes
bruto de origem francesa em Portugal
cresceu em média 10 por cento e o de- favorável a Portugal, tendo (mais 20,6 por cento face a igual perí-
sinvestimento cerca de 19 por cento, o valor do saldo em 2010 odo de 2010).
pelo que o investimento líquido nesse sido 51 por cento superior ao
período apresentou um valor negativo registado em 2006.” Em relação às dormidas, a França re-
no final de 2010. gista a 5ª posição desde 2005, de-
tendo, neste indicador, um peso de
Os principais sectores de actividade onde 7 por cento sobre o total verificado
incidiu o investimento directo da França Turismo em Portugal em 2010. As dormidas
em Portugal, em 2010, foram o Comér- As receitas geradas por turistas france- com origem em estrangeiros franceses
cio por Grosso e a Retalho (68 por cento ses em Portugal representaram cerca de cresceram em média 7 por cento entre
do total e mais 13,6 pontos percentuais 17 por cento do total das realizadas por 2006 e 2010.
em relação ao ano anterior); as Indús- estrangeiros em 2010, colocando a Fran-
trias Transformadoras (13,6 por cento
ça na segunda posição do ranking dos Segundo o Turismo de Portugal, o nos-
do total) e as Actividades financeiras e
mercados emissores no nosso país, uma so país encontra-se no top 5 dos desti-
de seguros (11 por cento do total).
posição que ocupa há cinco anos. A mé- nos turísticos dos franceses, sendo que
O investimento bruto de Portugal em dia anual de crescimento destas receitas, em 2008 posicionou-se no 3º lugar,
França cresceu em média 55 por cento entre 2006 e 2010, foi de 8 por cento. representando 4,7 por cento do total.

36 // Junho 11 // Portugalglobal
MERCADOS

FRULACT
APOSTA DE SUCESSO
NO MERCADO FRANCÊS
A inovação é o pilar que potencia toda a estratégia da FRULACT, grupo empresarial
fundado em 1987, que actua na fileira agro-alimentar e cuja actividade principal é
a concepção, desenvolvimento e produção de preparados de fruta para utilização
nas indústrias de lacticínios, da pastelaria industrial, da indústria dos gelados e das
bebidas. Da sua unidade industrial em França sai a “matéria-prima” que abastece os
mercados europeus.

É uma empresa de sucesso que, nos Com 381 colaboradores, a FRULACT rocos, Argélia e Tunísia) e do Médio
últimos sete anos, tem crescido a uma tem hoje seis unidades industriais em Oriente (Líbia, Egipto, Arábia Saudita,
média anual de 22 por cento e cujo vo- quatro países: Portugal (Maia, Ferro e Emirados Árabes Unidos, Irão e Israel).
lume de negócios deverá no final deste Tortosendo), França, Marrocos e Argé-
ano fiscal ascender a 70 milhões de eu- lia para servir os mercados europeus Desde a sua génese, a FRULACT teve
ros, ou seja, mais 10 milhões de euros (Portugal, Espanha, França, Luxembur- consciência que para ser competitiva
do que em 2010. go, Suíça), do Norte de África (Mar- tinha de diversificar os clientes, os mer-

Portugalglobal // Junho 11 // 37
MERCADOS

cados e os produtos, apostando numa embora a FRULACT seja líder em qua- Quanto a projectos para o futuro, a
estratégia de internacionalização que se todos os mercados que trabalha. FRULACT pretende, na Europa, conso-
potenciasse a conquista dos mercados O sucesso dos seus produtos nestes lidar a sua posição no mercado da con-
externos. Inovação, relacionamento co- mercados passa, segundo aquele res- cepção, desenvolvimento e produção
mercial, serviço ao cliente e qualidade ponsável, pelo “serviço ao cliente de de preparados de fruta.
foram e são também os factores críti- alta performance e pela capacidade
cos de sucesso presentes na estratégia de traduzir a inovação em ‘value for Tem também como objectivo, e apesar
de internacionalização da FRULACT, money’ dos clientes. Flexibilidade e do actual cenário económico, inaugu-
explica fonte da empresa. resposta rápida em termos industriais rar, ainda este ano, o FRUTECH - Cen-
são também factores de atractividade tro de Inovação e Tecnologia Agro-Ali-
A par disto, a FRULACT tem também e retenção de clientes”. mentar, para potenciar a capacidade de
investido nos recursos estruturais fun- desenvolvimento de novos produtos.
damentais: instalações industriais lo- A aposta no mercado francês – que re-
calizadas geo-estratégicamente, novas presenta hoje mais de 50 por cento das Sublinhe-se que a FRULACT tem um
tecnologias, processos baseados nas vendas da FRULACT – teve em conta, Núcleo de Investigação certificado pela
melhores práticas e recursos humanos após estudo pormenorizado, a localiza- Agência de Inovação (NITEC-FRUTE-
competentes e qualificados. ção estratégica do país – que permitiria CH), gerindo como “Project leader”

De acordo com João Miranda, presidente facilmente chegar a países vizinhos – e diversos programas de I&D e Inovação,
do conselho de administração da empre- as afinidades culturais. nacionais e internacionais, aprovados e
sa, a FRULACT é hoje um dos cinco princi- apoiados pela AdI, em conjunto com
pais players europeus da sua actividade e O sucesso desta aposta levou ao refor- universidades e outros institutos cientí-
ço da presença da FRULACT no merca- ficos, como a Universidade do Minho, a
do francês e à transferência da unidade Universidade do Porto e a Universidade
“A aposta no mercado de Saint-Yorre através da aquisição da Fernando Pessoa.
francês ˆ que representa divisão GR6, uma unidade localizada
hoje mais de 50 por cento no pólo de Apt sudeste de França, per- A FRULACT participou também na
das vendas da FRULACT – tencente a um dos principais actores implementação e preside ao Pólo de
teve em conta, após estudo económicos do sector, o grupo Kerry. Competitividade e Tecnologia do sector
pormenorizado, a localização Esta aquisição permitiu à FRULACT dis- Agro-industrial, PORTUGAL FOODS, in-
por de uma plataforma industrial mais corporando uma estratégia nacional para
estratégica do país – que
adaptada ao objectivo de crescimento o desenvolvimento da economia sectorial
permitiria facilmente chegar
esperado dos negócios e sobretudo da e para a sua internacionalização.
a países vizinhos – e as proximidade aos clientes.
afinidades culturais.”
O desempenho da empresa portugue-
Grupo Frulact
Unidade Apt
sa naquele mercado é reconhecido
é reconhecida pelo mercado como sendo
pelos prémios conquistados: INSEAD Route de la Charité
o challenger. “Os nossos clientes, com 84 400 Apt – France
Entrepreneurship 2009; Prix Investisse-
marcas mundiais e locais, reconhecem- Tel. : +33 04 90 06 44 80
nos como parceiros na inovação”, afirma. ment 2007 – Chambre de Commerce Fax : +33 04 90 06 44 99
et Industrie Luso- Française; Oscar Ex- info@frulact.com
As maiores quotas de mercado da em- portation 2005, Chambre de Commer- www.frulact.pt
presa passam por Espanha e França, ce et Industrie Luso-Française.

38 // Junho 11 // Portugalglobal
MERCADOS

FRANÇA EM FICHA
Primeiro-Ministro: François Fillon Risco de crédito: 1 (1 = risco menor; 7 =
(nomeado em 17 de Maio de 2007) risco maior)
Data da actual Constituição: 1958 Ranking em negócios: Risco político AA
Principais Partidos Políticos: Union pour un (AAA = risco menor; D = risco maior)
Mouvement Populaire (UMP); Parti Socialiste
Paris Risco de estrutura económica: A
(PS); Mouvement Démocrate (MoDem); Parti
Communiste Français (PCF); Parti Radical Ranking em negócios: Índice 7,85 (10 =
de Gauche (PRG); Les Verts; Front National máximo)
França
(FN). As próximas eleições legislativas estão
previstas para Junho de 2012. Ranking geral: 16 (entre 82 países)

Capital: Paris (11,8 milhões de habitantes Grau da abertura e dimensão relativa


- 2007) do mercado:
Outras localidades importantes: Lyon Exp.+ Imp. (bens+ serviços) / PIB =
(1,8 milhões de hab.); Marselha (1,6 52,9% (2010*);
milhões de habitantes.); Lille (1,2 milhões Imp.(bens+serviços) / PIB = 27,6%
de hab.); Toulouse (1,1 milhões hab.); Nice (2010*);
Área: 543.965 km2 (excluindo os Territórios (1 milhão hab.); Bordéus (803 mil hab.); Imp. / Imp. Mundial = 3,9% (2010*)
e Departamentos ultramarinos) Nantes (768 mil hab.); Estrasburgo (642 mil
hab.); Toulon (601 mil hab.).
População: 65,0 milhões de habitantes
Religião: Cerca de 95% da população Fontes:
(estimativa oficial Janeiro de 2011) pertence à Igreja Católica Romana. The Economist Intelligence Unit (EIU) –
Densidade populacional: 119,5 hab. / Língua: A língua oficial é o francês; dos Country Report April 2011; ViewsWire April
km2 (estimativa Janeiro 2011) numerosos dialectos regionais destacam-se 5th 2011.
o bretão e o basco. WTO – World Trade Organization
Designação oficial: República Francesa
Unidade monetária: Euro (EUR) Banco de Portugal; COSEC
Chefe do Estado: Nicolas Sarkozy (eleito 1 EUR =1,4442 USD (média mensal – Abril Insee – Institut National de la Statistique e
em Maio de 2007, próximas eleições Abril/ 2011); 1 EUR = 1,3257 USD (média anual des Études économiques.
Maio 2012) – 2010) (*) Estimativas

ENDEREÇOS ÚTEIS
EMBAIXADA DE FRANÇA EMBAIXADA DE PORTUGAL UBIFRANCE – AGENCE FRANÇAISE
EM PORTUGAL EM FRANÇA POUR LE DÉVELOPPEMENT
Chancelaria 3, Rue de Noisiel INTERNATIONAL DES ENTREPRISES
Rua Santos-o-Velho, 5 75116 Paris (EX-CFCE)
1249-079 Lisboa Tel.: +33 1 472 735 29 Tel.: +33 1 407 330 00
Tel.: +351 213 939 100 Fax: 331 475 500 40 Fax: +33 1 407 339 79
Fax: +351 213 939 151 mailto@embaixada-portugal-fr.org www.ubifrance.fr
contact@ambafrance-pt.org www.embaixada-Portugal-fr.org
www.ambafrance-pt.org DIRECTION DES RELATIONS
CONSULADO GERAL DE PORTUGAL ÉCONOMIQUES EXTÉRIEURES (DREE)
SERVIÇOS COMERCIAIS DA EM PARIS
Tel.: +33 1 400 404 04
EMBAIXADA DE FRANÇA 6/8, Rue Georges Berger
Fax: +33 1 531 713 05
Rua Castilho, 50, 2.º 75017 Paris
www.dree.org
1269-008 Lisboa Tel.: +33 1 563 381 00
Tel.: +351 213 814 050 Fax: +33 1 476 693 35
AGENCE FRANÇAISE POUR
Fax: +351 213 814 060 mail@cgpar.dgaccp.pt
LES INVESTISSEMENTS
lisbonne@missioneco.org www.dgaccp.pt/paris
www.missioneco.org/portugal
INTERNATIONAUX (AFII)
CCIFP – CHAMBRE DE COMMERCE ET Tel.: +33 1 407 474 40
CÂMARA DE COMÉRCIO D’INDUSTRIE FRANCO-PORTUGAISE Fax: +33 1 407 473 29
E INDÚSTRIA LUSO-FRANCESA 63, Rue de Boulainvilliers info@investinfrance.org
Av. da Liberdade, 9, 7.º 75016 Paris www.investinfrance.org
1250-139 Lisboa Tel.: +33 1 405 031 18
Tel.: +351 213 241 990 Fax: +33 1 452 548 37 MAISON DE LA FRANCE
Fax: +351 213 424 881 ccifp@ccifp.fr Tel.: +33 1 429 670 00
info@ccilf.pt www.ccifp.fr Fax: +33 1 429 670 11
www.ccilf.pt www.franceguide.com

Portugalglobal // Junho 11 // 39
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

COSEC Políticas de cobertura para mercados

No âmbito de apólices individuais


África do Sul* China* Geórgia Letónia
C Aberta sem condições restritivas. C Aberta sem condições restritivas. C Caso a caso numa base restritiva, C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária (decisão M/L Garantia bancária. privilegiando-se operações de M/L Garantia bancária.
casuística). pequeno montante.
Chipre Líbano
Angola C Aberta sem condições restritivas. M/L  aso a caso, numa base muito
C C Clientes públicos: caso a caso
C Caso a caso numa base restritiva. M/L Não definida. restritiva e com a exigência de numa base muito restritiva.
M/L Garantia soberana. Limite total de contra garantias. Clientes privados: carta de crédito
Colômbia
responsabilidades. irrevogável ou garantia bancária.
C Carta de crédito irrevogável. Guiné-Bissau
M/L Clientes públicos: fora de cober-
Antilhas Holandesas M/L Caso a caso, numa base restritiva. T Fora de cobertura.
C Aberta sem condições restritivas. tura. Clientes privados: caso a
Coreia do Sul Guiné Equatorial caso numa base muito restritiva.
M/L Não definida.
C Aberta sem condições restritivas. C Caso a caso, numa base restritiva.
Arábia Saudita M/L Não definida.
Líbia
C Carta de crédito irrevogável
M/L 
Clientes públicos e soberanos: T Fora de cobertura.
Costa do Marfim caso a caso, mediante análise das
(decisão casuística). Lituânia
T Decisão casuística. garantias oferecidas, desig-
M/L Caso a caso. C Carta de crédito irrevogável.
Costa Rica nadamente contrapartidas do
M/L Garantia bancária.
Argélia petróleo. Clientes privados: caso
C Aberta sem condições restritivas.
C Sector público: aberta sem res- a caso, numa base muito restri- Macau
M/L Não definida.
trições. Sector privado: eventual tiva, condicionada a eventuais C Aberta sem condições restritivas.
exigência de carta de crédito Croácia contrapartidas (garantia de banco M/L Não definida.
irrevogável. C Carta de crédito irrevogável ou comercial aceite pela COSEC ou
Malásia
M/L Em princípio, exigência de garan- garantia bancária. Extensão do contrapartidas do petróleo).
C Aberta sem condições restritivas.
tia bancária ou garantia soberana. prazo constitutivo de sinistro para
12 meses. Redução da percen- Hong-Kong M/L Não definida.
Argentina C Aberta sem condições restritivas.
tagem de cobertura para 90 por Malawi
T Caso a caso. M/L Não definida.
cento. Limite por operação. C Caso a caso, numa base restritiva.
Barein M/L Garantia bancária ou garantia
Hungria M/L Clientes públicos: fora de co-
C Aberta sem condições restritivas. soberana. Extensão do prazo C Aberta sem condições restritivas. bertura, excepto para operações
M/L Garantia bancária. constitutivo de sinistro para 12 de interesse nacional. Clientes
meses. Redução da percentagem
M/L  arantia bancária (decisão
G
Benim privados: análise casuística, numa
de cobertura para 90 por cento. casuística).
C Caso a caso, numa base muito
base muito restritiva.
Limite por operação. Iémen
restritiva. Malta
M/L Caso a caso, numa base muito Cuba C Caso a caso, numa base restritiva.
C Aberta sem condições restritivas.
T Fora de cobertura. M/L Caso a caso, numa base muito
restritiva, e com exigência de M/L Não definida.
garantia soberana ou bancária. restritiva.
Egipto Marrocos*
Brasil* C Carta de crédito irrevogável Índia C Aberta sem condições restritivas.
C Aberta sem condições restritivas. M/L Caso a caso. C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária ou garantia
M/L Clientes soberanos: Aberta sem Emirados Árabes Unidos M/L Garantia bancária. soberana.
condições restritivas. Outros Clien- C Aberta sem condições restritivas. Martinica
Indonésia
tes públicos e privados: Aberta, caso M/L Garantia bancária (decisão
C Caso a caso, com eventual C Aberta sem condições restritivas.
a caso, com eventual exigência de casuística). exigência de carta de crédito irre- M/L Não definida.
garantia soberana ou bancária.
Eslováquia vogável ou garantia bancária. México*
Bulgária C Carta de crédito irrevogável M/L  aso a caso, com eventual exi-
C C Aberta sem restrições.
C Carta de crédito irrevogável.
(decisão casuística). gência de garantia bancária ou M/L Em princípio aberta sem restrições.
M/L Garantia bancária ou garantia M/L Não definida. garantia soberana. A eventual exigência de garantia
soberana.
Eslovénia bancária, para clientes privados,
Irão
Cabo Verde C Aberta sem condições restritivas. será decidida casuisticamente.
C  arta de crédito irrevogável ou
C
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão garantia bancária. Moçambique
M/L Eventual exigência de garantia
casuística). C Caso a caso, numa base restritiva
bancária ou de garantia soberana
M/L Garantia soberana.
Estónia (eventualmente com a exigência de
(decisão casuística). Iraque carta de crédito irrevogável, garan-
C Aberta sem condições restritivas.
Camarões T Fora de cobertura. tia bancária emitida por um banco
M/L Garantia bancária.
T Caso a caso, numa base muito aceite pela COSEC e aumento do
Etiópia Israel
restritiva. prazo constitutivo de sinistro).
C Carta de crédito irrevogável. C Carta de crédito irrevogável
M/L Aumento do prazo constitutivo
Cazaquistão M/L Caso a caso numa base muito (decisão casuística).
de sinistro. Sector privado: caso a
Temporariamente fora de cobertura. restritiva. M/L Caso a caso, numa base restritiva. caso numa base muito restritiva.
Chile Filipinas Operações relativas a projectos
Jordânia
C Aberta sem restrições. C Aberta sem condições restritivas. geradores de divisas e/ou que
C Caso a caso.
M/L Clientes públicos: aberta sem M/L Não definida. admitam a afectação prioritária
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
condições restritivas. Clientes pri- de receitas ao pagamento dos
Gana Koweit créditos garantidos, terão uma
vados: em princípio, aberta sem
C Caso a caso numa base muito
condições restritivas. Eventual C Aberta sem condições restritivas. ponderação positiva na análise do
exigência de garantia bancária restritiva. M/L Garantia bancária (decisão risco; sector público: caso a caso
numa base casuística. M/L Fora de cobertura. casuística). numa base muito restritiva.

40 // Junho 11 // Portugalglobal
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

de destino das exportações portuguesas

No âmbito de apólices globais


Montenegro Roménia
C Caso a caso, numa base restritiva, C Exigência de carta de crédito Na apólice individual está em causa a cobertura de uma única
privilegiando-se operações de irrevogável (decisão casuística). transação para um determinado mercado, enquanto a apólice
pequeno montante. M/L E xigência de garantia bancária global cobre todas as transações em todos os países para onde o
M/L Caso a caso, com exigência de ga- ou garantia soberana (decisão
rantia soberana ou bancária, para
empresário exporta os seus produtos ou serviços.
casuística).
operações de pequeno montante.
Rússia As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens
Nigéria C Sector público: aberta sem restri- de consumo e intermédio, cujas transações envolvem créditos de
C Caso a caso, numa base restritiva ções. Sector privado: caso a caso. curto prazo (média 60-90 dias), não excedendo um ano, e que se
(designadamente em termos de M/L Sector público: aberta sem restri- repetem com alguma frequência.
alargamento do prazo consti-
ções, com eventual exigência de
tutivo de sinistro e exigência de
garantia bancária ou garantia sobe- Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices, a
garantia bancária).
rana. Sector privado: caso a caso.
M/L Caso a caso, numa base muito política de cobertura é casuística e, em geral, mais flexível do que
restritiva, condicionado a eventuais S. Tomé e Príncipe
T Fora de cobertura.
a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais.
garantias (bancárias ou contraparti-
das do petróleo) e ao alargamento
Encontram-se também fora de cobertura Cuba, Guiné-Bissau, Iraque
Senegal e S. Tomé e Príncipe.
do prazo contitutivo de sinistro.
C Em princípio, exigência de
Oman garantia bancária emitida por
C Aberta sem condições restritivas. um banco aceite pela COSEC e Tunísia* Zimbabwe
M/L Garantia bancária (decisão ca- eventual alargamento do prazo C Aberta sem condições restritivas. C Caso a caso, numa base muito
suística). constitutivo de sinistro. M/L Garantia bancária. restritiva.
M/L E ventual alargamento do prazo M/L Fora de cobertura.
Panamá Turquia
constitutivo de sinistro. Sector
C Aberta sem condições restritivas.
público: caso a caso, com exigên- C Carta de crédito irrevogável. Advertência:
M/L Não definida.
cia de garantia de pagamento e M/L Garantia bancária ou garantia
A lista e as políticas de cobertura são
Paquistão transferência emitida pela Autori- soberana.
indicativas e podem ser alteradas
Temporariamente fora de cobertura. dade Monetária (BCEAO); sector Ucrânia sempre que se justifique. Os países
privado: exigência de garantia que constam da lista são os mais
C Clientes públicos: eventual
Paraguai bancária ou garantia emitida pela representativos em termos de consultas
C Carta de crédito irrevogável.
exigência de garantia soberana.
Autoridade Monetária (preferência e responsabilidades assumidas. Todas
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Clientes privados: eventual
a projectos que permitam a as operações são objecto de análise e
exigência de carta de crédito
alocação prioritária dos cash-flows decisão específicas.
Peru irrevogável.
ao reembolso do crédito).
C Aberta sem condições restritivas.
M/L  lientes públicos: eventual
C
M/L  lientes soberanos: aberta sem
C Sérvia
exigência de garantia soberana. Legenda:
condições restritivas. Clientes C C aso a caso, numa base restritiva,
Clientes privados: eventual exi-
públicos e privados: aberta, caso privilegiando-se operações de C Curto Prazo
gência de garantia bancária.
a caso, com eventual exigência de pequeno montante. M/L Médio / Longo Prazo
garantia soberana ou bancária. M/L  aso a caso, com exigência de
C Para todas as operações, o prazo
T Todos os Prazos
garantia soberana ou bancária, constitutivo de sinistro é definido caso
Polónia*
para operações de pequeno a caso.
C Aberta sem condições restritivas.
montante.
M/L Garantia bancária (decisão Uganda * Mercado prioritário.
casuística). Singapura C Caso a caso, numa base muito
C Aberta sem condições restritivas. restritiva.
Qatar
M/L Não definida. M/L Fora de cobertura.
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão Síria Uruguai
casuística). T  aso a caso, numa base muito
C C Carta de crédito irrevogável
restritiva. (decisão casuística).
Quénia
C Carta de crédito irrevogável. Suazilândia M/L Não definida.
M/L Caso a caso, numa base restritiva. C Carta de crédito irrevogável. Venezuela
M/L Garantia bancária ou garantia C Clientes públicos: aberta caso
República Checa
C Aberta sem condições restritivas.
soberana. a caso com eventual exigência
M/L Garantia bancária (decisão ca- Tailândia de garantia de transferência ou COSEC
suística). soberana. Clientes privados: aberta Companhia de Seguro
C Carta de crédito irrevogável
caso a caso com eventual exigência de Créditos, S. A.
(decisão casuística).
República Dominicana de carta de crédito irrevogável e/ou Direcção Internacional
C Aberta caso a caso, com eventual M/L Não definida. garantia de transferência.
exigência de carta de crédito irrevo- Avenida da República, 58
Taiwan M/L  berta caso a caso com exigência
A
gável ou garantia bancária emitida 1069-057 Lisboa
C Aberta sem condições restritivas. de garantia soberana.
por um banco aceite pela COSEC. Tel.: +351 217 913 832
M/L Não definida.
M/L  berta caso a caso com exigência
A Zâmbia Fax: +351 217 913 839
Tanzânia C Caso a caso, numa base muito
de garantia soberana (emitida pela internacional@cosec.pt
Secretaria de Finanzas ou pelo Ban- T Caso a caso, numa base muito restritiva. www.cosec.pt
co Central) ou garantia bancária. restritiva. M/L Fora de cobertura.

Portugalglobal // Junho 11 // 41
TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES

COSEC
Tabela classificativa de países
Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação
A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Clas- pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento
sificativa de Países com a graduação dos mercados em função e o grupo 7 à maior.
do seu risco de crédito, ou seja, consoante a probabilidade de As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do
cumprimento das suas obrigações externas, a curto, a médio e risco país, da definição das condições de cobertura e das taxas
a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7), corres- de prémio aplicáveis.

Grupo 1* Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7

Alemanha Arábia Saudita África do Sul • Aruba Antilhas Holand. Albânia Afeganistão Quirguistão
Andorra Brunei Argélia Barein Azerbeijão Angola Argentina Ruanda
Austrália Chile Bahamas Bulgária Cazaquistão Ant. e Barbuda Bielorussia S. Crist. e Nevis
Áustria China • Barbados Colômbia Croácia Arménia Bósnia e Herzegovina S. Tomé e Príncipe •
Bélgica Gibraltar Botswana Egipto Dominicana, Rep. Bangladesh Burkina Faso Salomão
Canadá Koweit Brasil • El Salvador Gabão Belize Burundi Seicheles
Benin
Checa, Rep. Macau Costa Rica Estónia Guatemala Campuchea Serra Leoa
Bolívia
Chipre Malásia Dep/ter Austr.b Fidji Jordânia Cent. Af, Rep. Síria
Butão
Coreia do Sul Oman Dep/ter Din.c Filipinas Lesoto Chade Somália
Cabo Verde
Dinamarca Polónia • Dep/ter Esp.d Indonésia Letónia Congo Sudão
Camarões
Eslováquia Qatar Dep/ter EUAe Lituânia Macedónia Congo, Rep. Dem. Suriname
Camboja
Eslovénia Trind. e Tobago Dep/ter Fra.f Roménia Mongólia Coreia do Norte Tadzequistão
Comores
Espanha Dep/ter N. Z.g Turquia Nigéria Djibouti C. do Marfim Togo
EUA Dep/ter RUh Uruguai Papua–Nova Guiné Dominica Cuba • Tonga
Finlândia EAUa Paraguai Gana Equador Ucrânia
França Ilhas Marshall S. Vic. e Gren. Geórgia Eritreia Venezuela
Grécia Índia Santa Lúcia Honduras Etiópia Zimbabué
Holanda Marrocos • Vietname Irão Gâmbia
Hong-Kong Maurícias Jamaica Grenada
Hungria México • Kiribati Guiana
Irlanda Micronésia Madagáscar Guiné Equatorial
Islândia Namíbia Mali Guiné, Rep. da
Israel Palau Moçambique Guiné-Bissau •
Itália Panamá Montenegro Haiti
Japão Peru Nauru Iemen
Quénia
Liechtenstein Rússia Iraque •
Samoa Oc.
Luxemburgo Tailândia Kosovo
Senegal
Malta Tunísia • Laos
Sérvia
Mónaco Líbano
Sri Lanka
Noruega Libéria
Suazilândia
Nova Zelândia Tanzânia Líbia
Portugal Turquemenistão Malawi
Reino Unido Tuvalu Maldivas
São Marino Uganda Mauritânia
Singapura Uzbequistão Moldávia
Suécia Vanuatu Myanmar
Suiça Zâmbia Nepal
Taiwan Nicarágua
Vaticano Níger
Paquistão

Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos, S.A.


* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos, à excepção do Chipre, Hong-Kong e Taiwan.
• Mercado de diversificação de oportunidades • Fora de cobertura • Fora de cobertura, excepto operações de relevante interesse nacional

NOTAS
a) Abu Dhabi, Dubai, Fujairah, Ras Al Khaimah, Sharjah, Um Al Quaiwain e Ajma f) G
 uiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Reunião, S. Pedro e Miquelon, Polinésia
b) Ilhas Norfolk Francesa, Mayotte, Nova Caledónia, Wallis e Futuna
c) Ilhas Faroe e Gronelândia g) Ilhas Cook e Tokelau, Ilhas Nive
d) Ceuta e Melilha h) A nguilla, Bermudas, Ilhas Virgens, Cayman, Falkland, Pitcairn, Monserrat, Sta.
e) Samoa, Guam, Marianas, Ilhas Virgens e Porto Rico Helena, Ascensão, Tristão da Cunha, Turks e Caicos

42 // Junho 11 // Portugalglobal
ESTATÍSTICAS

INVESTIMENTO
e EXPORTAÇÕES
>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE) E EXPORTAÇÕES.

INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR


INVESTIMENTO DIRECTO 2010 2011 Var. 11/10
2008 2009 2010 Var. 10/09
DO EXTERIOR EM PORTUGAL Jan./Mar. Jan./Mar. Jan./Mar.
IDE bruto 35.287 32.018 35.099 9,6% 8.724 8.013 -8,2%

IDE desinvestimento 32.103 30.070 34.002 13,1% 7.344 7.854 7,0%

IDE líquido 3.185 1.948 1.097 -43,7% 1.381 758 -88,5%

IDE Intra UE 31.690 29.430 30.380 3,2% 6.645 6.874 3,5%

IDE Extra UE 3.597 2.588 4.719 82,3% 2.079 1.138 -45,3%


Unidade: Milhões de euros

IDE Intra UE 89,8% 91,9% 86,6% – 76,2% 85,8%

IDE Extra UE 10,2% 8,1% 13,4% – 23,8% 14,2%


% Total IDE bruto

IDE bruto - Origens 2011 Jan./Mar. % Total Var. 11/10 IDE bruto - Sector 2011 Jan./Mar. % Total Var. 11/10

França 20,0% 12,5% Comércio 48,7% 19,0%

Espanha 19,5% 26,9% Ind. Transformadoras 26,2% 38,3%

Alemanha 13,8% -23,2% Activ. Financeiras e de Seguros 7,8% -75,2%

Reino Unido 13,2% -8,3% Activ. de Informação e Comunicação 4,5% -13,3%

Países Baixos 11,2% 32,7% Act. de Consultoria e Técnicas 2,4% -47,0%

INVESTIMENTO DIRECTO 2010 2011 Var. 11/10


2008 2009 2010 Var. 10/09
DE PORTUGAL NO EXTERIOR Jan./Mar. Jan./Mar. Jan./Mar.
IDPE bruto 11.376 7.770 5.774 -25,7% 1.309 4.989 281,3%

IDPE desinvestimento 9.505 7.182 12.273 70,9% 818 1.334 63,1%

IDPE líquido 1.872 588 -6.500 -1.205,9% 491 3.655 645,1%

IDPE Intra UE 8.380 5.500 3.932 -28,5% 870 4.666 436,2%

IDPE Extra UE 2.996 2.270 1.842 -18,9% 438 323 -26,3%


Unidade: Milhões de euros

IDPE Intra UE 73,7% 70,8% 68,1% – 66,5% 93,5%

IDPE Extra UE 26,3% 29,2% 31,9% – 33,5% 6,5%


% Total IDPE bruto

IDPE bruto - Destinos 2011 Jan./Mar. % Total Var. 11/10 IDPE bruto - Sector 2011 Jan./Mar. % Total Var. 11/010

Países Baixos 87,6% 1790,7% Activ. Financeiras e de Seguros 91,7% 462,2%

Espanha 3,3% -36,5% Comércio 2,2% -15,1%

Brasil 2,4% -22,8% Construção 2,1% 71,3%

Angola 1,4% n.d. Ind. Transformadoras 1,4% 1,4%

Estados Unidos 0,6% -36,9% Activ. de Consultoria e Técnicas 1,2% -49,3%


n.d. – não disponível

  2006 2007 2008 2009 2010 2011 Mar. Var. 11/10

Stock IDE 67.169 78.333 71.833 79.626 82.504 83.141 0,8%

Stock IDPE 40.990 45.944 45.273 47.530 48.087 51.430 7,0%


Unidade: Milhões de euros Fonte: Banco de Portugal

44 // Junho 11 // Portugalglobal
ESTATÍSTICAS

EXPORTAÇÕES DE BENS E SERVIÇOS


2010 2011 Var. 11/10
COMÉRCIO INTERNACIONAL - BENS 2008 2009 2010 Var. 10/09
Jan./Mar. Jan./Mar. Jan./Mar.
Exportações bens 38.847 31.697 36.762 16,0% 8.659 10.133 17,0%

Exportações bens UE27 28.904 23.892 27.573 15,4% 6.559 7.739 18,0%

Exportações bens Extra UE27 9.943 7.804 9.189 17,7% 2.100 2.393 13,9%
Unidade: Milhões de euros

Exportações bens UE27 74,4% 75,4% 75,0% – 75,7% 76,4% –

Exportações bens Extra UE27 25,6% 24,6% 25,0% – 24,3% 23,6% –


Unidade: % do total

Exp. Bens - Clientes 2011 Jan./Mar. % Total Var. 11/10 Exp. Bens - Var. Valor (11/10) Meur Cont. p. p.

Espanha 26,1% 12,2% Alemanha 312 3,6

Alemanha 14,0% 28,2% Espanha 287 3,3

França 12,9% 21,8% França 234 2,7

Reino Unido 5,1% 6,9% Países Baixos 90 1,0

Angola 4,8% 7,8% Itália 65 0,8

Países Baixos 4,0% 28,0% Gibraltar -33 -0,4

Itália 4,0% 18,9% Antígua -22 -0,3

Exp. Bens - Produtos 2011 Jan./Mar. % Total Var. 11/10 Exp. Bens - Var. Valor (11/10) Meur Cont. p. p.

Máquinas; Aparelhos 14,4% 9,0% Veículos, Out. Mat. Transporte 352 4,1

Veículos, Out. Mat. Transporte 14,8% 33,6% Metais Comuns 214 2,5

Metais Comuns 8,6% 32,5% Químicos 200 2,3

Plásticos, Borracha 7,0% 22,5% Plásticos, Borracha 130 1,5

Químicos 6,2% 47,0% Combustíveis Minerais -135 -1,6

Exp. Bens- Extra UE 11 Jan./Mar. % Total Var. 11/10 Exp. Bens - Var. Valor (11/10) Meur Cont. p. p.

Angola 20,2% 7,8% Brasil 52 2,5

EUA 14,2% -4,6% Argélia 38 1,8

Brasil 5,7% 60,3% Angola 35 1,7

Suiça 3,8% 18,6% México 28 1,3

Argélia 3,6% 80,7% Gibraltar -33 -1,6


Meur - Milhões de euros Cont. - Contributo para o crescimento das exportações p.p. - Pontos percentuais
Fonte: INE

2010 2011 Var. 11/10


 COMÉRCIO INTERNACIONAL - SERVIÇOS 2008 2009 2010 Var. 10/09
Jan./Mar. Jan./Mar. Jan./Mar.
Exportações totais de serviços 17.865 16.318 17.575 7,7% 3.506 3.857 10,0%

Exportações serviços UE27 13.324 11.997 12.692 5,8% 2.483 2.714 9,3%

Exportações serviços extra UE27 4.541 4.321 4.883 13,0% 1.023 1.143 11,7%
Unidade: Milhões de euros

Exportações serviços UE27 74,6% 73,5% 72,2% – 70,8% 70,4%

Exportações serviços extra UE27 25,4% 26,5% 27,8% – 29,2% 29,6%


Unidade: % do total  
Fonte: Banco de Portugal

PEC
PREVISÕES 2011 : 2012 (tvh real %) 2009 2010 FMI CE OCDE BdP
2012-2014
INE INE Mai. 11 Mai. 11 Mai. 11 Mar. 11 Mar. 11
PIB -2,5 1,4 -1,5 : -0,5 -2,2 : -1,8 -2,1 : -1,5 -0,9 : 0,6 -1,4 : 0,3

Exportações Bens e Serviços -11,6 8,7 –:– 6,2 : 5,9 6,4 : 7,4 5,6 : 5,2 6,0 : 6,5

Portugalglobal // Junho 11 // 45
FEIRAS e EVENTOS

PAPERWORLD
RUSSIA,
CREATIVEWORLD INTERIOR LIFESTYLE
RUSSIA CHINA COM NOVOS
E FESTIVALWORLD EVENTOS EM TENDENCE 2011
RUSSIA XANGAI COM NOVO PRÉMIO
A estreia destes eventos na Rússia, que A Interior Lifestyle China 2011 decorre A Tendence, a mais importante feira in-
terão lugar de 27 a 30 de Setembro no mais uma vez no Outono, de 12 a 15 ternacional de bens de consumo e de
Centro de Exposições IEC de Moscovo, de Outubro, no Centro de Exposições ideias para ofertas na segunda meta-
vai permitir aos profissionais do mercado de Xangai. De acordo com Evan Sha, de do ano, realiza-se em Frankfurt, na
acompanhar as mais recentes tendên- directora da filial da Messe Frankfurt Alemanha, de 26 a 30 de Agosto. Este
cias, desenvolvimentos e novidades da em Xangai, “o potencial da região jun- ano, o certame foi escolhido para ser o
indústria e encontrar os produtos de for- tamente com a experiência em feiras local de apresentação do novo prémio
necedores líderes russos e internacionais. mundiais da Messe Frankfurt fazem da ‘Home&Trend’.
A Paperworld Russia, a Creativeworld feira uma das melhores plataformas Com este prémio, a iniciativa LifeCare
Russia e a Festivalworld Russia de- de negócios para marcas de interiores pretende galardoar os bens de consu-
correm em paralelo com a Feira in- e produtos de ‘lifestyle’ de pequena e mo que se distinguem não apenas pelas
ternacional para bens de consumo média dimensão que desejem entrar suas qualidades individuais, mas também
para crianças – ‘World of Childhood’. no mercado chinês”. pelo seu conceito geral. Os critérios de
Na Paperworld e na Creativeworld Rus- No ano passado, cerca de 12.500 visi- selecção incluem o design, inovação,
sia os visitantes podem encontrar ar- tantes oriundos de 44 países e regiões benefícios do produto, ergonomia e as-
tigos em diversos grupos de produto, estiveram presentes no certame, incluin- pectos ecológicos, sustentabilidade e
nomeadamente artigos para papelaria do os principais compradores, retalhistas conservação de recursos. “O nosso ob-
e escritório, artigos escolares, papel de de artigos de interiores, cadeias de lojas, jectivo é dar aos consumidores um ele-
embrulho, cartões e postais festivos e fabricantes, distribuidores e designers. A vado grau de certeza nas suas compras
artigos para trabalhos manuais, artes maioria dos compradores locais veio de e ajudar o comércio e os fabricantes de
plásticas e decorativas. regiões de referência como Xangai, Jian- produtos especiais, atribuindo recomen-
A Festivalworld Russia é um evento gsu, Guangdong e Pequim. dações independentes a produtos”,
sob a chancela da Christmasworld em Este ano, refere fonte da organização, explicou Harald Schultes, presidente
Frankfurt e apresenta artigos de de- espera-se um aumento no número de da iniciativa LifeCare. Os produtos ven-
coração para o Natal e outras épocas visitantes e de expositores que acom- cedores serão escolhidos por um júri
festivas, ofertas de decoração, velas e panhe a grande procura do mercado
fragrâncias, iluminação festiva, flores e chinês de bens de consumo, estando
artigos para floristas e ainda artigos e já confirmados pavilhões nacionais e
acessórios para festas. regionais da Alemanha, França, Itália,
Mais informações em: Hong Kong e Taiwan.
www.festivalworld.messefrankfurt.ru A feira realiza-se estrategicamente na
cidade mais influente e cosmopolita da
China, Xangai, dando aos profissionais
uma boa oportunidade para medir o inte-
resse do consumidor e testar a aceitação
do produto junto da população urbana.
A Interior Lifestyle China 2011 é orga-
nizada pela Messe Frankfurt de Xangai
e pela United Asia International Co Ltd.
Mais informações em:
www.il-china.com

46 // Junho 11 // Portugalglobal
FEIRAS e EVENTOS

CERANOR
FEIRA ENERGIA & NA EXPONOR
ÁGUAS EM ANGOLA EM SETEMBRO
independente de especialistas e consu- O Ministério da Energia e Águas de An- A maior feira de decoração do país
midores. Durante a Tendence, os artigos gola, em conjunto com a Feira Interna- está de regresso à EXPONOR. De 7 a
vencedores do ‘Home&Trend Award’ cional de Luanda e o iiR Exhibitions, or- 11 de Setembro, a CERANOR – Casa,
serão expostos numa zona especial no ganiza a Energia & Águas Angola, a 1ª Hotelaria, Decoração e Brinde abre as
Hall 9.0 (sector Interiors & Decoration). Feira Internacional de Energia e Águas suas portas aos profissionais da área,
O selo de qualidade ‘Trend Product of the naquele país, que vai ter lugar de 24 a ocupando cinco pavilhões da Feira In-
Year’ será entregue a produtos em qua- 27 de Novembro em Luanda. ternacional do Porto.
tro categorias: Bath & Wellness, Garden O sector da Energia e das Águas é con- Nesta 21ª edição do certame, a or-
& Leisure, Furniture & Interior Decoration siderado de importância estratégica para ganização estima receber
e Home Textiles & Decoration. Angola, procurando-se, com esta feira, um número de visitas
A Tendence é por tradição a maior e mais impulsionar o relançamento da economia semelhantes ao do
importante plataforma de encomendas e e fomentar o investimento privado. ano anterior – 21
tendências na segunda metade do ano. De acordo com fonte da organização, mil entradas – e
A feira caracteriza-se por apresentar uma 18 mil milhões de dólares é o valor igual número
grande variedade de produtos de quali- aproximado do que será necessário de exposito-
dade. Com 140.000 metros quadrados aplicar na recuperação do sistema eléc- res – cerca
de espaço em nove halls de exposição, trico angolano, tendo em conta que a de 230.
a Tendence ocupa a secção ocidental da capacidade de produção é insuficiente A CERANOR
Feira de Frankfurt e divide-se em duas para satisfazer a procura. Por seu lado, é considera-
partes, o Giving e o Living. Enquanto o os investimentos previstos no domínio da uma re-
Giving reflete o mundo das ofertas criati- da água, e que têm por objectivo levar ferência para
vas, o Living é a plataforma para a casa, água a todos os angolanos, estão es- os profissionais
decoração e mobiliário. timados em 4 mil milhões de dólares. da fileira casa,
Mais informações em Mais informações e inscrições através do decoração, hotela-
e-mail daraujo@iirangola.com. O prazo ria e brinde. Trata-se
www.tendence.messefrankfurt.com.
de inscrição termina a 7 de Outubro. de uma feira profissional
que permite aos visitantes te-
rem uma visão global deste mercado,
1º SALÃO incluindo as suas diversas áreas sectoriais
especializadas. O certame permite assistir
INTERNACIONAL DO a conferências e a seminários especiali-
MÓVEL E DO DESIGN zados, estabelecer contactos, fazer en-
– MARROCOS comendas, negociar contractos e avaliar
os benefícios de se vir a tornar expositor.
O Salão Internacional do Móvel e do Dados do INE relativos ao período de
Design vai ter lugar no Parque de Expo- Janeiro a Outubro de 2010 evidenciam
sições de Casablanca, em Marrocos, de uma evolução positiva das exportações
14 a 18 de Setembro de 2011. em dez das principais categorias de pro-
Este evento, organizado sob a tutela duto dos sectores de Casa e Decoração.
do Ministério do Comércio Externo de Entre os principais parceiros comerciais
Marrocos, tem como objectivos divul- destes produtos estão a Espanha, quer
gar as tendências actuais do mobiliário, enquanto fornecedor quer enquanto
bem como facilitar os contactos entre cliente, a França, o Reino Unido, a Ho-
os profissionais da área do design. landa, a Alemanha e a Itália.
Paralelamente à exposição, serão orga- Mais informações em:
nizados workshops e um concurso des- www.exponor.pt
tinado a promover jovens designers.
Mais informações em:
www.ofec.ma.

Portugalglobal // Junho 11 // 47
REDE
ÁFRICA DO SUL / Joanesburgo CABO VERDE / Praia

ALEMANHA / Berlim CANADÁ / Toronto

CHILE / Santiago do Chile


ANGOLA / Luanda

EXTERNA
CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA
ARGÉLIA / Argel / Xangai

ARGENTINA / Buenos Aires CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA


/ Pequim

DA AICEP
ÁUSTRIA / Viena
DINAMARCA / Copenhaga
BÉLGICA / Bruxelas
EMIRADOS ÁRABES UNIDOS
BRASIL / São Paulo / Dubai

Copenhaga
Berlim
Haia
Bruxelas
Dublin
Londres
Paris
Milão
Toronto
Vigo
Nova Iorque
Barcelona
S. Francisco Madrid
Argel
Mérida Rabat

Praia

Cidade do México

Caracas

São Paulo

Santiago do Chile
Buenos Aires

Centro de Negócios

Escritórios

Representações

48 // Junho 11 // Portugalglobal
ESPANHA / Madrid GRÉCIA/ Atenas MACAU / Macau ROMÉNIA / Bucareste

ESPANHA / Barcelona HOLANDA / Haia MALÁSIA/ Kuala Lumpur RÚSSIA / Moscovo

ESPANHA / Mérida HUNGRIA / Budapeste MARROCOS / Rabat SINGAPURA / Singapura

ESPANHA / Vigo ÍNDIA, REPÚBLICA DA / Nova Deli MÉXICO / Cidade do México SUÉCIA / Estocolmo

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA INDONÉSIA / Jacarta MOÇAMBIQUE / Maputo SUÍÇA / Zurique


/ Nova Iorque
IRLANDA / Dublin NORUEGA / Oslo TUNÍSIA / Tunes
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
/ S. Francisco ITÁLIA / Milão POLÓNIA / Varsóvia TURQUIA / Ancara

FINLÂNDIA / Helsínquia JAPÃO / Tóquio REINO UNIDO / Londres TURQUIA / Istambul

FRANÇA / Paris LÍBIA / Tripoli REPÚBLICA CHECA / Praga VENEZUELA / Caracas

Helsínquia
Oslo
Estocolmo
Zurique Moscovo

Varsóvia
Praga
Budapeste
Viena
Bucareste
Pequim
Ancara
Tunes Istambul
Tóquio
Atenas
Tripoli
Xangai
Nova Deli

Dubai
Macau

Kuala Lumpur
Singapura

Jacarta

Luanda
Benguela

Maputo
Joanesburgo

Portugalglobal // Junho 11 // 49
BOOKMARKS

REDES SOCIAIS

Os líderes aplicam demasiadas vezes Redes Sociais está repleto de exemplos


métodos erróneos para obter resul- de empresas bem sucedidas, tais como
tados empresariais a partir de redes. a Procter & Gamble, a Microsoft, a Uni-
Conduzir o Desempenho Através Das ted Technologies, a Novartis e a Mars,
Redes Sociais mostra aos executivos e que têm utilizado a análise da rede
gestores como obter um considerável para produzir percepções pró-activas e
desempenho e impacto em inovação, impacto de negócio mensuráveis.
através de um melhor aproveitamento Rob Cross é professor associado na Es-
desses activos, tradicionalmente invisí-
cola de Comércio McIntire da Universi-
veis. Neste livro inovador descreve-se,
dade de Virgínia, onde se especializou
detalhadamente, a forma como esses
em comportamento organizacional. É
líderes estão a utilizar as redes, procu-
também director da Network Roundta-
rando aumentar as receitas, diminuir os
ble (www.thenetworkroundtable.org),
custos e acelerar a inovação.
um consórcio de mais de 100 empresas
Ao longo da obra, os autores ofere-
cem princípios claros e ferramentas focadas na aplicação de ideias em rede
práticas para conduzir as colaborações e que geram um impacto de negócio e
que apresentam o maior impacto no uma vantagem estratégica mensuráveis.
desempenho. Utilizando as técnicas de Robert J.Thomas é director executivo
análise de rede descritas neste livro, os do Accenture Institute for High Perfor-
líderes serão capazes de abordar ques- mance e executivo sénior em Boston,
tões como: A informação flúi unifor- Massachussetts. Especializou-se em
memente através da estrutura formal liderança, desenho de organização e
e, por conseguinte, permite a uma em- mudança transformativa.
presa fomentar o nível e especialização
dos produtos ou serviços oferecidos? É Autores: R
 obert Cross
e Robert J. Thomas
a inovação estimulada em pontos-cha-
ve por redes eficazes que reúnem fun- Editor: Vida Económica
ções, ofertas ou capacidades técnicas?
Ano: 2010
Conduzir o Desempenho Através das

EMPRESAS DE SUCESSO

Pensar em criar uma empresa, ou outro sidade Lusíada de Lisboa, tendo antes
tipo de organização (empreendedo- colaborado com a Universidade Nova
rismo), é uma situação cada vez mais de Lisboa, com o ISEGI (Instituto Su-
comum e que vai surgir na vida profis- perior de Estatística e Gestão de Infor-
sional da grande maioria das pessoas
mação) e com o ISCTE. É licenciado em
em idade activa, queiram ou não ser
Economia, MBA na Universidade Nova
empreendedores, sejam ou não forma-
de Lisboa e Doutorado em Gestão pela
dos em marketing.
Universidade Lusíada de Lisboa.
Fernando Gaspar, professor no ensino
superior desde os anos 80, leccionou
Autor: Fernando Gaspar
gestão, marketing e empreendedoris-
mo em cursos de licenciatura e mestra- Editor: Edições Sílabo
do. Lecciona actualmente no Instituto
Ano: 2011
Politécnico de Santarém e na Univer-

50 // Junho 11 // Portugalglobal
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