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2ª Vara do Trabalho de Sertãozinho - SP

Conclusão

Processo 1131/2003-8
ID 12147925

Nesta data, faço os autos conclusos ao MM. Juiz do Trabalho Dr. Wellington
César Paterlini, face petição retro juntada.
Sertãozinho (SP), 05.9.2008 – 13:43.

VITOR LUIS AIDAR DOS SANTOS


Analista Judiciário

A teoria clássica da desconsideração da personalidade


jurídica é adotada habitualmente pela processualística
trabalhista, alargando a responsabilidade da empresa devedora e
inadimplente para seus sócios. Todavia, a inovação apresentada
pelo autor e traduzida na desconsideração inversa, ainda
encontra pouco eco nas cortes brasileiras.
Tal condição não afasta o estudo do presente caso sob a luz
da doutrina agitada.
Márcio Souza Guimarães, Promotor de Justiça e Professor da
FGV/Rio (inGUIMARÃES, Márcio Souza. Aspectos modernos da teoria
da desconsideração da personalidade jurídica. Jus Navigandi,
Teresina, ano 7, n. 64, abr. 2003. Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3996>. Acesso em:
05 set. 2008) menciona em seu artigo:
(...)
A utilização de mecanismos para se furtar à
responsabilidade, em virtude do avançado grau de
degradação moral do ser humano, tem dado azo à
utilização da desconsideração da personalidade
jurídica para a tutela de interesses legítimos,
invertendo o percurso da sua aplicação original.
Em vez do sócio se utilizar da sociedade como
escudo protetivo, passa a agir ostensivamente,
escondendo seus bens na sociedade, ou seja, o
sócio não mais se esconde, mas sim a sociedade é
por ele ocultada.
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(...)
A terminologia desconsideração "inversa"
surge com a possibilidade vislumbrada de se
desconsiderar a personalidade jurídica da
sociedade para o alcance de bens da própria
sociedade, contudo, em decorrência de atos
praticados por terceiros – sócios.

José Tadeu Neves Xavier, Advogado da União e Mestre em


Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul também
tratou da questão (in XAVIER, José Tadeu Neves. A teoria da
desconsideração da pessoa jurídica no novo Código Civil. Jus
Navigandi, Teresina, ano 8, n. 328, 31 maio 2004. Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5259>. Acesso em:
05 set. 2008), amparando-se no renomado jurista Rubens Requião,
que chegou a apresentar proposta de redação para o artigo 48 do
Novo Código Civil:
(...)
"A pessoa jurídica não pode ser desviada dos
fins que determinaram a sua constituição, para
servir de instrumento ou cobertura à pratica de
atos ilícitos ou abusivos de sócio. Neste caso, o
juiz, desconsiderando a existência da
personalidade jurídica, a pedido do credor do
sócio, poderá permitir a efetivação de sua
responsabilidade sobre os bens incorporados na
sociedade para a sua participação no capital
social"

O que é naturalmente aceitável, portanto, é a situação do


sócio que, visando fraudar o sucesso da execução, têm bens
habitualmente usados pela empresa, mas registrados em seu nome
ou no de terceiros, sendo alcançados pelo Juiz com a
desconsideração da personalidade jurídica - é a hipótese
clássica da “disregard doctrine”. Em situação oposta, o que se
busca é a desconsideração inversa, para responsabilizar a pessoa
jurídica por obrigação assumida pelo sócio, em circunstância já
reconhecida pela jurisprudência, verbi gratia o Tribunal de
Justiça de Santa Catarina:

Acórdão: Agravo de instrumento 2005.031945-4,


de Canoinhas. Relator: Des. Marco Aurélio Gastaldi
Buzzi. Data da decisão: Publicação: DJSC
Eletrônico n. 56, edição de 19.09.06, p. 30.
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO
MONITÓRIA CONVERTIDA EM EXECUÇÃO – DECISÃO
DETERMINANDO A PENHORA DE DIREITO AFETO À
SOCIEDADE LIMITADA, CUJO QUADRO SOCIAL É INTEGRADO
PELO DEVEDOR PESSOA FÍSICA, OCASIONANDO A
DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PERSONALIDADE JURÍDICA
(ART. 50 DO CC/2002) – AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO -
NULIDADE DECRETADA EX OFFICIO - OFENSA AOS ARTS.
93, IX, DA CRFB, E 165 DO CPC - RECURSO
PREJUDICADO. O interlocutório que desconsidera
inversamente a personalidade jurídica de sociedade
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comercial integrada pelo executado, fazendo com


que a empresa responda com seu patrimônio pela
dívida pessoal do sócio, está circunscrito aos
pressupostos do art. 50 do CC/2002, cabendo ao
juiz, fundamentadamente, apontar as razões do seu
convencimento, seja pelo acolhimento ou rejeição
do pedido, sob pena de vulneração aos arts. 93,
IX, da CRFB, e 165, do CPC, dispositivos que
transmitem a necessidade de motivação nas decisões
judiciais, ainda que concisa, sob pena de
nulidade.

Assim, o que se deve garantir nos autos é a justificativa


com ampla fundamentação para perseguição dos bens das empresas
constituídas pelo devedor, constatando-se eventualmente e pelos
meios possíveis, a confusão do patrimônio particular com o das
pessoas jurídicas envolvidas.
A ressaltar, ainda, que a presente execução visa satisfazer
crédito oriundo da relação de emprego doméstico reconhecida pela
coisa julgada, pontuando que:
Houve penhora de bens em 12.11.2004, de uma geladeira, uma
TV 20 polegadas e uma mesa de jantar, avaliados em R$ 1.500,00 e
reavaliados em 11.6.2007 por R$ 350,00;
Bloqueio judicial de contas realizado sem sucesso em
janeiro de 2005, setembro, outubro e dezembro de 2007;
Descrição ampla dos bens encontradiços (além dos já
penhorados) na residência da executada;
Tentativa de conciliação frustrada e reconhecimento da
união estável entre a executada e Clayton Baptista dos Santos em
julho de 2005;
Novo bloqueio judicial efetuado sem sucesso em abril de
2006, com inclusão ad posteriori de Clayton Baptista dos Santos
no pólo passivo da ação – fl. 106 e sua citação em agosto de
2006;
Ainda assim, não houve meios para satisfazer a execução,
conforme certidão do Oficial de Justiça à fl. 116;
Este Juízo afastou a penhora do veículo pertencente a
terceiro e ordenou ofícios à Receita Federal para a procura de
outros bens, inexistentes como afirmou o próprio exeqüente à fl.
130;
Também, deu-se a noção de grandeza devida à execução, não
em virtude dos valores envolvidos, mas pela demora na conclusão
dos respectivos atos reipersecutórios maculados pelo insucesso
de longos quatro anos.
A conjuntura permite a aplicação da teoria da
desconsideração inversa pelo todo que se expôs, ainda mais
porque as empresas apontadas (fls. 188/190) são de participação
pessoal (EPP) e envolvem ora um, ora dois dos cônjuges
executados e beneficiados pelo trabalho doméstico da exeqüente
em período que se seguiu à constituição. Não compareceram a
Juízo, quando intimados, não se defenderam, não prestigiaram as
iniciativas conciliatórias, enfim, nada há nos autos a
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demonstrar o interesse na solução pacífica da lide.


Portanto, determina-se a imediata inclusão, no pólo passivo
desta reclamação trabalhista, de:

a) Clayton Baptista dos Santos Informática EPP


Av. Independência, 838 – V Seixas
14010-210 Ribeirão Preto (SP)

b) Riber.Com Informática Ltda EPP


Av. Antonio Paschoal, 656 – J Brasília
14170-000 Sertãozinho (SP)

A seguir, e fazendo uso de cópia deste despacho como


aditamento ao Mandado, proceda-se a citação, penhora e avaliação
de bens disponíveis nesta urbe (b), bastantes e que sirvam para
finalizar a presente execução.
Em não sendo encontrados, que se expeça Carta Precatória
Executória para uma das Varas de Ribeirão Preto (a), com o mesmo
intuito, qual seja, o de citar Clayton Baptista dos Santos
Informática EPP (Pessoa Jurídica), prosseguindo-se na forma da
lei.
Sertãozinho, data supra.

Wellington César Paterlini


Juiz do Trabalho

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