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O pranava [o mantra Om] é a jóia

principal entre os outros mantras;


o pranava é a ponte para atingir os outros mantras;
todos os mantras recebem seu poder do pranava;
a natureza do pranava é o Shabda Brahman [o Absoluto].

Escutar o mantra Om é como escutar o próprio Brahman.


Pronunciar o mantra Om é como entrar
na residência do Brahman.
A visão do mantra Om é como a visão da
própria forma do Brahman.
A contemplação do mantra Om é
como atingir a forma do Brahman.

Mantra Yoga Samhitá, 73

O que é o mantra Om?


Pedro Kupfer

O mantra mais importante de todos é o Om. Se diz que ele contém o conhecimento dos Vedas e
se considera o corpo sonoro do Absoluto, Shabda Brahman. O Om é o som do Infinito e a semente
que fecunda os outros mantras. A Mandúkya Upanishad começa dizendo que "o Om é o mundo
inteiro. O passado, o presente, o futuro: tudo é o mantra Om". As Escrituras contam que o mantra
Om, amplificado na caixa de ressonância do vazio primordial, se propagou até criar o espaço e
as galáxias.

Segundo o Taittiriya Brahmana, foi a vibração, o movimento, o que engendrou os primeiros ritmos
no cosmos. Alguns milênios depois, o professor Fred Hoyle, da Universidade de Cambridge, deu a
essa primeira vibração expansiva o nome de big bang, a grande explosão inicial, a partir da qual
começou a manifestação do Universo. Antes do big bang, a sede dos mantras é paramákásha, o
espaço primigênio, o eterno e imutável substrato do Universo do qual, através da palavra, se
manifestou a criação. O leitor seguramente conhece a afirmação do Evangelho segundo São
João: "no início era o Verbo". E o Verbo era o big bang!

O Om é formado pelo ditongo das vogais a e u, e a nasalização, representada pela letra m. Por
isso é que, às vezes, aparece grafado Aum. Essas três letras correspondem, segundo a Maitrí
Upanishad, aos três estados de consciência: vigília, sono e sonho: "este Átman é o mantra eterno
Om, os seus três sons, a, u e m, são os três primeiros estados de consciência, e esses três estados
são os três sons" (VIII).

O pranava - o mantra Om - é a jóia principal entre os outros mantras;


o pranava é a ponte para atingir os outros mantras;
todos os mantras recebem seu poder do pranava;
a natureza do pranava é o Shabda Brahman (o Absoluto).

Escutar o mantra Om é como escutar o próprio Brahman, o Absoluto.


Pronunciar o mantra Om é como transportar-se à residência do Absoluto.
A visão do mantra Om é como a visão da própria forma.
A contemplação do mantra Om é como atingir a forma do Absoluto.

Mantra Yoga Samhitá, 73.

O Om é a vibração que emana da voragem primordial da criação. O Om é uma flecha, um traço


de luz lançado pelo arco da consciência, que atravessa as trevas da ignorância em direção ao
alvo, o Imanifesto:

Segure o arco das escrituras, coloque nele a flecha da devoção;


tensione a corda da meditação e acerte o alvo, o Ser.
O mantra é o arco, o aspirante a flecha, o Ser o objetivo.
Estique agora a corda da meditação,
e atingindo o alvo, seja uno com ele.

Mundaka Upanishad, II:12


O yantra, o símbolo, é o equivalente gráfico do mantra. O mantra é a alma do yantra e este por
sua vez funciona como uma ferramenta para concentrar a consciência sobre o princípio que
simboliza. A imagem se sobrepõe à vibração e se funde com ela. O símbolo é a representação da
fonte de todas as manifestações, a pulsação criativa que engendra os mundos.

Na Índia, o mantra Om está em todas partes, em todas as casas e comércios, pintado nos muros e
carros, onipresente na paisagem. Hindus de todas as etnias, castas e idades conhecem
perfeitamente seu significado. Ele ecoa desde a noite das idades em todos os templos e
comunidades ao longo do subcontinente.

Formas de vocalização

Ao fazer mantra devemos nos sintonizar com o nosso próprio espaço interno, onde vibra o som,
indo até a origem da vibração interna. Shúnya é o nada, o vazio, o espaço interior. E muito difícil
ser 'filosófico' em relação aos mantras: trata-se muito mais de uma prática, do que de algo
relacionado com especulação metafísica. O ponto de origem da vibração é o bindu. Na
distância, esse ponto de origem parece apenas um 'ponto'. Fazer mantra significa voltar para o
lugar onde se origina o som. Quanto mais nos aproximamos desse ponto, mais percebemos a
importância da consciência do espaço interior, chidákásh.

1) A explosão, fazendo o Om forte, num golpe só, várias vezes a cada expiração. Essa explosão é
como um flash. É uma das formas mais fortes de vocalizar.
2) O Om também pode fazer-se de forma contínua, rapidamente, muitas vezes a cada exalação.
3) Bem rápido, durante uma só exalação, tantas vezes quanto for possível.
4) Om contínuo, com a letra o bem curta, e o m bem longo: Ooommmmmmmm.
5) Om contínuo, com a letra o bem longa, e o m bem curto: Ooooooooooommm.

O mantra Om trabalha de diferentes maneiras para cada tipo de pessoa, pelo que não é
aconselhável falar de um só tipo de efeito. É preciso ter consciência e controle da respiração.
Focalizamos a atenção na vibração que o som produz dentro da cabeça. Por isso, a execução
pode ser mais fácil, se se fizer em volume suave. O corpo permanecerá totalmente imóvel durante
a prática.

Nenhuma forma de fazer o Om é errada, desde que o mantra se faça com consciência e
intenção dirigidas e conhecendo o significado desse mantra. Porém, existe uma diferença
enorme no efeito e no resultado dele, se levarmos em consideração alguns detalhes técnicos
importantíssimos. Mesmo fazendo o mantra sem usar a técnica certa, não há perigo na
vocalização. A diferença é que o resultado é inócuo ou muito inferior ao que poderia ser.

Como fazer a vocalização correta sem nunca haver escutado este mantra da boca de alguém
que sabe realmente fazê-lo? O mantra se faz numa exalação profunda, e sempre em ritmo
regular. O Om começa com a boca aberta, emitindo um som mais parecido com um a,
mantendo a língua colada no fundo da boca e a garganta relaxada. O som nasce no centro do
crânio, se projeta para frente e vibra na garganta e no peito. Após alguns segundos de
vocalização, a língua deve recolher-se para trás. Assim, aquele som similar ao a se transforma
numa espécie de o aberto, que vai fechando progressivamente.

No final, sem fechar a boca, a língua bloqueia a passagem de ar pela garganta e o som se
transforma em um m, que em verdade não é exatamente um m, mas uma nasalização. Essa
nasalização se chama anunásika em sânscrito, que significa literalmente com o nariz, e deriva da
palavra násika, que quer dizer nariz. Mais claro, impossível.

Quando o ar flui pelo nariz, expande a vibração para dentro do crânio, fazendo-a ressoar na
hipófise e na glândula pineal, que se relacionam com os chakras da cabeça e que regulam entre
outras coisas o ritmo da respiração e segregam numerosos hormônios como a melatonina e a
serotonina, as chamadas "drogas de felicidade", que produzem estados duradouros de paz e
alegria.
Neste ponto da vocalização, o som vibra com mais intensidade no crânio. Aconselhamos que
você treine colocando uma mão no peito e a outra na testa para perceber como a vibração vai
subindo conforme o mantra evolui.

Porém, se você prestar atenção à vibração que acontece durante a vocalização, perceberá que
ao emitir a letra o inicial (que começa como um a, não esqueça), a nasalização do m já está
contida nela. Ou seja, é um som que se faz com o nariz, e não uma letra m. Ao perseverar na
vocalização, você sentirá nitidamente que a vibração se origina no centro da cabeça e vai
expandindo até abranger o tórax e o resto do corpo. Em verdade, o mantra poderia grafar-se
Aoõ. Resumindo, o Om começa com a boca aberta e termina com ela entreaberta, podendo,
ao se fazer bem longo, fechar-se no final da vocalização. Essa técnica tem efeitos bem mais fortes
que aquela que Van Lysebeth chama Om-peixe-vermelho-de-aquário.

Após a emissão do mantra, vem uma inspiração nasal prolongada e silenciosa na qual se deve
continuar fazendo o Om, só que mentalmente. Isso é muito importante, pois assim você não
interrompe o mantra. Fica então uma sucessão contínua de mantras verbalizados e mentais que
têm a capacidade de absorver totalmente o pensamento. Deixe que o mantra respire sua voz,
sua garganta, sua cabeça, seus pulmões e seu pensamento. Permita-se ser respirado pelo mantra,
ao invés de apenas puxar o ar. Concentre-se no silêncio da inspiração e em como você percebe
a vibração do mantra nesse silêncio.

O som de um mantra é muito mais que o 'eco' mental que acontece quando repetimos uma
palavra um monte de vezes. É uma ferramenta transformadora. Ao vocalizar, procure localizar o
ponto da vibração que produz o mantra. O som da sua respiração não é o ponto real da
vibração do mantra: essa vibração se origina mais além. Em verdade, o som que você produz é
uma extensão da vibração interna, que é muito mais sutil que a vocalização. Sinta o mantra
ecoando na consciência e observe o espaço interior onde ele ressoa. Não pode haver tremor na
voz na emissão. A nota musical em que se faz o som não interessa em absoluto. É aquela que
resultar mais natural para você. Quando houver mais pessoas junto, todos devem tentar afinar.

Extraído do livro Yoga Prático.

O significado do Om
Swami Dayananda Saraswati

Essa sílaba única, Om, vem dos Vedas. Como uma palavra sânscrita, significa avati raksati - aquilo
que lhe protege, lhe abençoa. Como se dá essa proteção? É um mantra e é um nome do Senhor.
O nome do Senhor lhe protege através da repetição do próprio nome. Pelo nome você
reconhece o Senhor. E, portanto, é reconhecimento em forma de oração. Sendo um mantra, ele
é repetido, e, portanto, torna-se uma prece. O Senhor é o protetor e o provedor; aquele que
abençoa é o Senhor; o Senhor é na forma de bênção. Repetido Om, você invoca o Senhor
naquela forma específica. Então, dessa maneira, Om lhe protege. Portanto, ele é fiel a seu nome.
É o Senhor que lhe protege, e não o som.

Entre o nome e o Senhor há uma ligação (abhidhána abhidheya sambandha). Um é o nome, o


outro é o seu significado. A conexão é que você não pode repetir o nome sem o significado dele,
se você o conhece. Uma vez conhecido o significado, este vem para sua mente, assim como a
palavra. Portanto, não são duas ações diferentes. Não ocorre primeiro a palavra e depois de
algum tempo o significado. Se você conhece o significado quando a palavra aparece na sua
mente, no mesmo instante o significado está lá. Isso é possível somente quando ambos estão
interligados. Essa conexão é chamada abhidhána abhidheya sambandha. E, por causa desse
sambandha, o nome protege você, e o Senhor também.

O Senhor é Um e não-dual. Isso é o que dizem os Vedas.


Om iti idam sarvam yat bhútam yat ca bhavyam bhavisyat iti
O que existia antes, o que existirá depois e o que existe agora.

Tudo isso, sarvam, é realmente Om. Tudo o que existe é Om. Tudo o que existiu é Om, e também
tudo o que existirá depois, no futuro. Passado, presente e futuro, incluindo o tempo e tudo o que
existe no tempo - tudo isso é Om. Aquele Om é Brahman. Portanto, o Senhor é não-dual, e esse
não-dual é Um. A sílaba é também uma e não-dual, significando que tudo está dentro dela. E
tudo está dentro de Om.

Portanto, é também uma contemplação. Pois, apesar de Om ser uma sílaba única, nela existe A,
U e M. A mais U é O, um ditongo, e mais M é Om. Tem, portanto, três mátras, ou unidades de
tempo. A é um mátra, U é outro e M mais outro. Brahman é sarvam (tudo) e também está na
forma de três. Brahman em estado causal, como súkshma prapañcha, o mundo sutil, e o sthúla, o
mundo físico. O corpo físico é chamado de sthúla, assim como o universo físico. Dentro desse
corpo físico existe outro mundo. É o mundo do nosso prána que mantém este corpo vivo e inclui a
mente e os sentidos. É sutil, pois está dentro desse corpo físico, não visível, mas sua presença não
se perde. Portanto, o que mantém esse corpo vivo, sem o qual estaria morto, isso é súkhma.
Quando sthúla e súkshma estão juntos, então existe vida. Quando súkshma não está presente,
esse corpo físico fica inerte. Se Brahman, o Senhor, é tudo, então todo o sthúla prapañcha, o
universo físico que inclui todos os corpos físicos, é o Senhor, e também o súkhma prapañcha, o
mundo sutil, é o Senhor. Dessa maneira, temos o Senhor nos três níveis: no nível físico, sutil e causal.
Na nossa vida diária também temos três estados distintos de experiência: o acordado, o sonho e o
sono profundo. No sono profundo o indivíduo está na forma causal. No sonho você se identifica
com o súkshma (sutil), sua própria mente. A mente está acordada e existe uma experiência de
sonho e um mundo de sonho. E você ainda identifica-se com o corpo físico e tem então o estado
acordado. Então temos três estados de experiência e três mundos. Isso constitui o indivíduo
enquanto ser acordado e todo o mundo físico, o ser que sonha e todas as experiências sutis e o
causal, no sono profundo. São três e completam tudo o que existe a nível indifidual e total.

O ser acordado e individual está incluído em Brahman, que é o total. Portanto, o indivíduo
acordado e o mundo acordado é Brahman. Seu mundo acordado está incluído no mundo
acordado total. Todo aquele mundo acordado está representado por A. E existe uma razão para
isso, falada nos Shástras (Escrituras). A é a primeira letra (ou som) que é pronunciada quando se
abre a boca, e, da mesma maneira, M é a última, quando se fecha a boca. U está entre os dois.
A representa o acordado, do qual depende U. A torna-se U quando os lábios se fazem
arredondados. U representa todo o súkshma prapañcha (mundo sutil), e M representa todo o
mundo causal, pois tudo se dissolve em M.

Depois de fechar os lábios, de dizer M, você não pode dizer mais nada. A e U terminam em M,
assim como no sono profundo os mundos físicos e sutil dissolvem-se. Portanto, A-U-M, Om e
quando se pronuncia Om, tudo se dissolve em M. E, depois, tudo retorna, Om. A origem do retorno
não é em M, mas sim no silêncio. A e U dissolvem-se em M, e em seguida o Om nasce do silêncio.
Então, A-U entram em M, e M entra no silêncio. O silêncio não é A, nem U e nem M, mas está
também incluído em Om. Ele é chamado de amátra. O silêncio que existe entre dois Oms é
Brahman, em sua forma essencial, do qual depende Aum - Jágat, o estado acordado; Swapna, o
sonho; Susupti, o sono profundo; o Sthúla prapañcha, o mundo acordado; Súkshma prapañcha, o
mundo de sonho; e o Karana avasthá, o estado causal. Todos os três dependem do silêncio, que
é Brahman, que é Chaitanya, consciência, Átman, Brahman. E é aquele mesmo que está nesses
três. Portanto, todos os três vêm Dele, são sustentados por Ele e retornam para Ele mesmo. Aquele
é Brahman. Portanto, Om iti idam sarvam: o Om é tudo. É uma sílaba e, ao mesmo tempo, contém
tudo. É não-dual. Então, o Senhor é tudo. Todas as formas na criação são formas do Senhor. E
todas as formas têm um nome. Imaginemos que queiramos dar um nome ao Senhor. Que nome
deveria ser? Todos os nomes são nomes do Senhor. Então, qual nome que poderíamos dar?
Quando digo cadeira, não é mesa; são diferentes. Suponhamos que cadeira é Brahman, e que
mesa também seja Brahman. Então, qual o nome que daria ao Senhor? Deveria dar todos os
nomes. Então, todos os nomes em qual língua? O Senhor é Um. Apesar de seu nome ter que incluir
todos os nomes, ainda assim existe um nome de sílaba única que podemos dar a Ele. Este é Om.
Em qualquer língua, todos os nomes estão somente entre dois sons. Isto dentro do ponto de vista
puramente fonético. Se você abre a sua boca e faz um som, este é A. Não existe outro som que
possa ser feito. Um indiano, um chinês, um noruequês, ou até mesmo uma pessoa de alguma tribo,
todos dirão A. Então, feche sua boca e faça um som. Você terá MM. Tente fazer outro som depois
de fechar a boca! Portanto, Am. Todas as palavras, em todas as línguas, estão entre A e M. Entre
essas estão muitas letras que tem de ser levadas em conta. Todas as outras letras estão
representadas por o que você produz quando arredonda os lábios e diz A. Você terá U. Junte A e
U (em sânscrito) e você terá O; adicione M e terá Om. Todos os nomes, em todas as línguas,
conhecidos e desconhecidos, estão incluídos entre A e M. Om iti idam sarvam. Portanto, Om é
tudo e Om é também um nome fonético para o Senhor. Om não faz parte de uma língua
específica. É fonético, além de qualquer língua. Portanto, Om é o nome para Brahman que inclui
o silêncio também, o nirguna (sem forma) e o turíya (o quarto estado da consciência, que é a
pura consciência). Aum é o turiya. Portanto, Om é considerado o mais sagrado e básico entre
todos os nomes do Senhor.

Você pode fazer o japa de Om ou contemplar o Om. Om é o mantra do sannyási. Produz tyága
vritti, uma tendência a abandonar tudo. É por isso que geralmente as pessoas não cantam
somente Om. Sannyásins têm que cantar Om para não se envolverem. Outros não são
incentivados a cantar para que não larguem tudo.

Geralmente, cantamos Om no início e no final de qualquer coisa. Om representa um início


auspicioso.
Extraído do Informativo Vidyá-Mandir de novembro/dezembro de 1989, do Vidyamandir - Centro
de Estudos de Vedanta e Sânscrito, Rio de Janeiro, e digitado por Cristiano Bezerra.

O significado do símbolo Om
Swami Dayananda Saraswati

Om é uma palavra muito bonita de uma sílaba. Na Kathopanishad é dito:

sarve veda yatpadamamananti tapamsi sarvani ca yadvadanti


yadicchanto brahmacarya caranti tatte padam sagrahena bravimyomityetat

Os Vedas falam sobre aquele objetivo: para conhecê-lo as pessoas entregam-se a uma vida de
estudo e disciplina. Aquele, eu lhes direi resumidamente. Aquele é Om.\" Então, desejando isto, as
pessoas entregam-se a uma vida estudiosa, contemplativa e disciplinada, sacrificando muito. E o
que é isto? Om. Você não pode ser mais sucinto.

Significado lingüístico

Em sânscrito, o significado de Om é avati ou rakshati. Rakshati significa \"aquilo que protege,


sustenta\". Portanto, aquilo que sustenta tudo é Om e o que sustenta tudo é o que nós podemos
ver como a ordem. Podemos ir mais adiante; esta ordem é a realidade de tudo. A própria ordem
é uma realidade. E então, a essência da própria ordem é Om. Isto significa que Om é o nome do
Senhor que permeia o seu ser, que preserva tudo no mundo na forma de niyati, a forma da ordem
que sustenta. Vamos ver como.

Quando dizemos que a ordem está por trás de tudo, isto não quer dizer \"atrás\" de alguma coisa
que está aqui. É a própria coisa. Isto é um copo. O que o faz um copo? Qual é o material do
copo? Por que ele aparece nessa forma particular? Por que ele não tem outra forma? Por que
este material, aço inoxidável não enferruja? Por que outro aço enferruja - aquele que é ferro-
gusa? Isto tudo é ordem e esta forma é conservada pela ordem. É a ordem que faz uma coisa
como ela é. O fato de cadeira ser cadeira é por causa da ordem. Tudo que está aqui é
permeado por esta ordem. Esta ordem é Íshvara.

O que você vê é o objeto e o fato de você poder ver é a ordem. No próprio objeto há ordem, por
isso você não está buscando \"atrás\" do objeto para encontrar a ordem. Hoje isto é copo de
aço, amanhã você poderá chamá-lo um copo de aço, portanto isso está em ordem. Se amanhã
não for copo de aço, ainda assim estará em ordem. Isto também é visto. Hoje vemos a forma de
uma flor, amanhã nós descobriremos que a flor se foi e há um fruto, isto também é ordem. Ordem
significa a maneira como as coisas são como são. Tudo o que existe é mantido pela ordem
chamada niyati. Este niyati é Ishvara, o Senhor.

sarvam omkarah eva yadbhutam yadbhavishyatam

\"O que aconteceu antes, o que existe agora e o que existirá mais tarde - tudo isso é Om\".

O ensinamento aqui é conectar aquele significado a esta palavra. Se o significado está em minha
cabeça, quando levo esta visão para você, há então a transação total ou comunicação. Isto é
ensinamento.

Uma palavra ou objeto, abhidhanam e seu significado abhidheyam são uma única e mesma
coisa.

Quando eu peço a você para trazer um pote, você não escreve \"P - O - T - E\" e traz para mim.
O nome e o objeto são idênticos, no sentido de que você não pode pensar na palavra sem
pensar no significado. Se você não conhece o significado, então não é uma palavra - ela torna-se
somente um grupo de sons. Um vez que você saiba que para este grupo de sons existe este
significado, então, sem pensar no significado, você não consegue pensar na palavra.

Assim, Om é um nome do Senhor e o que Ele significa, a verdade do Senhor. Om não é, como se
diz, o som primordial. Isto é uma tolice. Om é o nome do Senhor que é tudo. Quando eu digo a
palavra Om, você vê o significado.

Significado vêdico do Om

Om é também usado como um símbolo (pratika em sânscrito) para tudo, o universo inteiro,
porque Om sustenta tudo. O universo inteiro significa não somente o universo físico, mas também
a experiência dele. Este é o significado que os Vedas depositam neste símbolo.

Sendo uma tradição oral, os Vedas explicam Om como feito de três partes. São partes fonéticas
deste som Om e cada uma dessas partes carrega um certo significado. Isto é chamado
superimposição, adhyasa. Você superimpõe um significado sobre estes sons.

No OM, há \"A\", há \"U\", há \"M\". \"A\" é uma vogal, \"U\" é uma vogal, \"M\" é a consoante.
Então este \"A\" mais \"U\" mais \"M\" juntos tornam-se \"OM\". \"A\" mais \"U\" tornam-se \"O\",
um ditongo. Se você percebe como \"A\" e \"U\" são pronunciados, como uma combinação no
sthana, o local de onde o som vem, então você verá que \"A\" mais \"U\" só pode ser \"O\". E
com \"M\" no final, ele se torna \"OM\".

O vocábulo \"A\" representa todo o mundo físico de sua experiência. O experienciador, a


experiência e o experienciado, todos três são cobertos pelo som \"A\". Quando você está
acordado você está ciente de seu corpo físico e deste mundo físico - conhecido e desconhecido.
Você está também ciente da experiência do mundo físico. Ao mesmo tempo você está ciente do
experimentador - que é você. Todos estes três dos quais você está ciente são \"A\".

O vocábulo \"U\" é o mundo de pensamento que é distintamente experienciado como diferente


do mundo físico. Um mundo de pensamento, que é distintamente experienciado, como seu
sonho, como sua imaginação e como abstrato ou sutil, sukshma, é representado por \"U\". O
mundo de pensamento, o objeto do mundo de pensamento e sua experiência são o significado
do som \"U\".

Em seguida há \"M\". Ele representa a experiência que você tem no sono profundo, a condição
não manifesta. O que existiu antes e depois da criação é o significado do som \"M\".

Então, aquele que dorme e a experiência do sono, o sonhador e a experiência do sonho, o


acordado e a experiência do acordado, todos estes três constituem o que nós chamamos como
tudo o que existe. Todos estes três juntos representam Om. Om é completo:

vidim aviditam sarvam oàkarah

Nós vimos que o que existiu antes, o que existe agora e o que existirá mais tarde, tudo é OM.
Igualmente, tudo que é desconhecido, o que é experienciado, a experiência e o experienciador
é também OM. Isto é o Senhor, Bhagavan ou Ishvara.

Significado não lingüístico do Om

Todo o jagat, o mundo manifestado, é visto como um, mas nós podemos dizer, diversamente, que
ele tem muitas formas. Você pode olhar cada uma delas como uma coisa, mas se você olhá-las
diferentemente, descobrirá que é uma combinação de outras coisas. Cada uma tem uma forma,
para a qual damos um nome.

Mesmo este corpo físico é um, mas diversamente, ele tem variadas formas. Nós temos duas mãos,
duas pernas e em cada parte há muitas células. As células são diferentes também. Se nós
tomamos as células, há muitos tipos delas: células do fígado, células do cérebro, etc. Além disso
há componentes da célula, DNA, etc.

Portanto, você descobre que vai continuamente usando novas palavras porque há diferentes
formas dentro de cada forma. Todos os nomes e formas não estão separados do Senhor. Mas, eu
desejo dar um nome para o Senhor; assim, eu posso relacionar-me com Ele ou ver seu significado
e então comunicar-me com Ele.

Então, que nome eu deveria dar - um nome que incluísse todas as formas? Quando eu digo
\"pote\", não é \"cadeira\", não é \"mesa\", não é \"árvore\", nem \"tapete\"; \"pote\" é
somente pote. Mas o Senhor é pote, cadeira, mesa, tapete .... tudo, Então o que eu devo fazer?
Nós temos que recitar o dicionário inteiro!

Mas isto não é suficiente. Você tem que fazê-lo em cada idioma! Cada idioma, cada dialeto, tem
seus próprios nomes e formas. Há uma quantidade de objetos no mundo que não são ainda
conhecidos e nós continuamos inventando novos fatos para os quais nós descobrimos novos
nomes.

Quando você vai ao idioma sânscrito há um outro problema. O dicionário é uma apologia ao
idioma sânscrito. Dicionário no idioma sânscrito não é em absoluto um dicionário, porque o idioma
sânscrito é cheio de palavras compostas e você pode fazer palavras compostas o tempo todo e
quando você faz uma composição, ela é uma palavra que é válida mas não está no dicionário.
Então, em sânscrito não pode haver um dicionário completo e abrangente. As possibilidades das
palavras são infinitas.

Lingüisticamente, dar um nome ao Senhor - que é todos os nomes e formas - é uma tarefa
impossível. Portanto, nós abandonamos os idiomas . Assim, nós temos outra explicação para o
OM, que não é lingüística. Não olhe para ele como uma palavra. Olhe para ele como algo que é
puramente fonético.

Todos os nomes são somente palavras. Todas as palavras são somente letras e todas as letras são
somente sons. Letras e alfabeto também diferem. Em inglês você tem de \"A\" a \"Z\"; em latim
começa com \"Alpha\" e termina com \"Omega\"; em Sânscrito ele vai do \"A\" ao \"H\".

Descobrimos que as letras são específicas para cada idioma. Portanto, vamos além das letras
onde todas as particularidades dos idiomas são ultrapassadas.

Além das letras, um nome se torna um grupo de sons. O francês, o árabe, o membro de uma tribo
africana, um erudito em sânscrito ou um brahmin de Boston, todos emitem alguns sons.

Especificamente, quando não conheço a língua escuto somente sons. Em cada idioma, certos
sons se repetem, o que constitui a característica única daquele idioma. Mas, se um francês ou um
indiano ou qualquer pessoa abrisse a sua boca para fazer um som, o que seria?

Quando você abre sua boca e faz um som, o som que é produzido é A. Se você fecha sua boca
e faz um som, esse som é M. Você não produz nenhum outro som posteriormente. Todos os outros
sons estão entre os sons A e M, sejam eles consoantes ou vogais. Entretanto, há um som que pode
representar todos os outros sons, no sentido de completar todos os sons, você o faz arredondando
seus lábios. Ele é U. Agora posso combinar esses três sons que representam todos os sons: A + U + M
e fazer uma única palavra que se tornará Om, o nome do Senhor. Uma vez que você diz Om,
você diz tudo.

Quando você conhece o significado, Om torna-se o nome do Senhor para você. Então você
pode chamá-lo, invocá-lo e orar para Ele. É por isto que muitas preces, cânticos e mantras
começam com Om.
Publicado originalmente na edição de março/abril de 1999 do Informativo Vidya Mandir, do
Vidyamandir - Centro de Estudos de Vedanta e Sânscrito, Rio de Janeiro.

Meditação no mantra Om
Pedro Kupfer

O mantra mais importante de todos é o Om. Se diz que ele contém o conhecimento dos Vedas e
se considera o corpo sonoro do Absoluto, Shabda Brahman. O Om é o som do infinito e a semente
que “fecunda” os outros mantras. O som é formado pelo ditongo das vogais a e u, e a
nasalização, representada pela letra m. Por isso é que, às vezes, aparece grafado Aum. Essas três
letras correspondem, segundo a Maitrí Upanishad, aos três estados de consciência: vigília, sono e
sonho: “este Átman é o mantra eterno Om, os seus três sons, a, u e m, são os três primeiros estados
de consciência, e estes três estados são os três sons.” (VIII).

O pranava — o mantra Om — é a jóia principal entre os outros mantras;


o pranava é a ponte para atingir os outros mantras;
todos os mantras recebem seu poder do pranava;
a natureza do pranava é o Shabda Brahman (o Absoluto).
Escutar o mantra Om é como escutar o próprio Brahman, o Ser.
Pronunciar o mantra Om é como transportar-se à residência do Brahman.
A visão do mantra Om é como a visão da própria forma.
A contemplação do mantra Om é como atingir a forma de Brahman.
Mantra Yoga Samhitá, 73.

Na Índia, o mantra Om está em todas partes. Hindus de todas as etnias, castas e idades
conhecem perfeitamente o seu significado. Ele ecoa desde a noite das idades em todos os
templos e comunidades ao longo do subcontinente.

Como fazer a vocalização correta sem nunca haver escutado este mantra da boca de alguém
que sabe? O mantra se faz numa exalação profunda, e sempre em ritmo regular. Após a
exalação vem uma inspiração nasal prolongada. Não pode haver tremor na voz ao repetir o
mantra. A nota musical em que se emite o som não interessa em absoluto. É aquela que resultar
mais natural para você. Quando houver mais pessoas junto, todos devem tentar afinar.

O Om começa com a boca aberta, emitindo um som mais parecido com um a, mantendo a
língua colada no fundo da boca e a garganta relaxada. O som nasce no centro do crânio, se
projeta para frente e vibra na garganta e no peito. Após alguns segundos de vocalização, a
língua deve recolher-se para trás. Assim, aquele som similar ao a, se transforma numa espécie de
o aberto, que vai fechando progressiva-mente.

No final, sem fechar a boca, a língua bloqueia a passagem de ar pela garganta e o som se
transforma em um m, que em verdade não é exatamente um m, mas uma nasalização. Esta
nasalização se chama anunásika em sânscrito, que significa literalmente com o nariz, e deriva da
palavra násika, nariz. Mais claro, impossível. Em verdade, o mantra poderia grafar-se Aoõ. Neste
ponto, o ar sai pelas narinas e o som vibra com mais intensidade no crânio. Aconselhamos que
você treine colocando uma mão no peito e a outra na testa para perceber como a vibração vai
subindo conforme o mantra evolui.

Porém, se você prestar atenção à vibração que acontece durante a vocalização, perceberá que
ao emitir a letra o inicial (que começa como um a, não esqueça), a nasalização do m já está
contida nela. Ou seja, é um som que se faz com o nariz, e não uma letra m. Ao perseverar na
vocalização, você sentirá nitidamente que a vibração se origina no centro da cabeça e vai
expandindo até abranger o tórax e o resto do corpo. resumindo, o Om começa com a boca
aberta e termina com ela entreaberta.

Om é a vibração primordial, o som do qual emana o Universo, a substância essencial que constitui
todos os outros mantras, sendo o mais poderoso de todos eles. Ele é o gérmen, a raiz de todos os
sons da natureza.

Com Om vamos até o fim: o silêncio de Brahman (o Absoluto). O fim é imortalidade, união e paz.
Tal como uma aranha alcança a liberdade do espaço por meio de seu fio, assim também o
homem em contemplação alcança a liberdade por meio do Om.

Essa técnica é uma das mais antigas e eficazes que existem no Yoga. Estimula o ájña chakra, na
região do intercílio, sede de manas, o pensamento, e buddhi, a intuição ou consciência superior.
Existem sete formas diferentes de vocalizar o Om. Aqui veremos especificamente a sua utilização
como dháraní, suporte para concentração.

Além desses bíja mantras principais, aparece ainda sobre as pétalas de cada chakra uma série de
fonemas do alfabeto sânscrito: são os bíjas menores, que representam as manifestações sonoras
do tipo de energia de cada chakra. Desta forma, cada sílaba de cada mantra estimula uma
pétala definida de um chakra particular. Este é o motivo pelo qual o sânscrito é considerado
língua sagrada na Índia: seu potencial vibratório produz efeitos em todos os níveis.
Extraído do livro Guia de Meditação.

O poder do mantra Om
Rosana Biondillo

Dentre todas as experiências maravilhosas que a prática de Yoga pode proporcionar, uma das
mais tocantes é participar de uma aula bem conduzida com vocalização de mantras . De modo
geral, pode-se dizer que o conjunto desses sons especiais e suas vibrações, modulações,
respectivas pausas e simbologia caracteriza a disciplina de estudo do Mantra Yoga.

Há inúmeros mantras, mas OM é considerado o mais antigo, o primordial e o absoluto. Dentro dos
vários sistemas de Yoga, sua importância é indiscutível, pois ele expressa a afirmação da
totalidade da chamada existência-consciência. OM é formado por três letras: A, U e M, mas é
pronunciado OM, pois em sânscrito A+U formam um ditongo.

Simbolicamente, A+U+M representam, respectivamente, o passado, o presente e o futuro. Num


nível mais profundo, essas três letras também representam os estados de:

1) despertar da consciência rudimentar;

2) da consciência onírica (ou dos sonhos);

3) da consciência plena (ou do sono profundo).


Há ainda um quarto estado subjacente - o silêncio que se segue à sua vocalização,
representando o estado de supraconsciência, ou samadhi (que é a meta do Yoga em todas as
suas tradições e sistemas).

Esse estágio final é também conhecido por proporcionar um estado de saúde radiante, pura e
plena, onde os aspectos fisiológicos, emocionais, mentais e espirituais estão integrados e em
perfeita e completa harmonia.

Os mantras também são considerados palavras ou sílabas com um imenso poder de restaurar,
preparar e guiar o praticante na árdua e longa jornada em busca da auto-realização e da
liberdade suprema.

O grande mestre Sivananda (1887-1963) magnífica e entusiasticamente dizia:

“Sinta OM! Entoe OM! Medite sobre OM!

Grite OM OM OM! Ouça OM! Saboreie OM!

Veja OM! Coma OM! Beba OM!

Possa OM guiar você! OM! OM! OM! OM Shanti!

OM! OM! OM! OM Shanti!”

© 2004 por Rosana Biondillo. Todos os direitos reservados.


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