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Ecologia Microbiana oral

A cavidade oral é formada pelo conjunto de tecidos, com numerosos


microrganismos associados a eles, constituindo um ecossistema. Quando
este sistema ecológico se encontra em equilibrio denomina-se de eubiose,
quando ocorrem alterações passa a chamar-se disbiose ou seja uma
cavidade oral doente.
A flora oral é um dos mais complexos ecossistemas associados com
superfícies biológicas. É responsável pela formação da placa dentária, um
biofilme que se forma na superfície do dente e compreende uma
continuidade diversa de microrganismos, sobretudo bactérias, envolvidas
numa matriz de polímeros de origem quer microbiana, quer do hospedeiro.
Estes biofilmes encontram-se geralmente num equilíbrio dinâmico com o
hospedeiro e são compatíveis com a manutenção da integridade dos
tecidos colonizados.
Em presença de alterações do ambiente oral, esta microflora causa cárie
e doença periodontal. Torna-se então, absolutamente necessário, perceber
a ecologia da flora oral, para explicar a etiologia da doença oral.

Composição da flora oral

A flora oral é muito complexa. Foram isoladas 500 espécies distintas


numa mesma cavidade oral humana. A flora oral é constituída por bactérias,
fungos e protozoários. Apesar da maior parte ser considerada transitória,
cerca de 20 espécies foram consideradas como fazendo parte da flora
autóctone ou residente, como:
• Cocos Gram positivos: os estreptococos viridans são os mais
isolados;
• Cocos Gram negativos: Neisseria spp. (aeróbia) e Veillonella spp.
(anaeróbia);
• Bacilos Gram positivos: podem ser isolados numerosos bacilos
Gram positivos e filamnetosos plermórficos, dos quais se destacam
diversas espécies de Actinomyces, Lactobacillus e Bifidobacterium;
• Bacilos Gram negativos: Prevotella, porphyromonas,
fusobacterium, Eikenella e Haemophilus;
• Outros microrganismos: Convém destacar as espiroquetas
comensais, fungos como cândida spp. E alguns protozoários como a
Trichomonas tenax e Entamoeba gingivalis.

Ecossistemas Primários

As principais superfícies de colonização microbiana na cavidade oral,


incluem a superfície da língua, a mucosa oral, as superfícies dentárias, o sulco
gengival e matérias biocompatíveis. Estes nichos ecológicos ou ecossistemas
primários possuem diferentes características químicas, físicas e nutricionais,
que irão permitir o desenvolvimento de diferentes espécies microbianas.
• Dorso da língua: ocorre colonização bacteriana, sendo cerca de 45%
cocos Gram positivos anaeróbios facultativos (ex: S.Salivarius)
seguindo-se com cerca de 16% os cocos Gram negativos anaeróbios
estritos (ex: Veillonella) e por fim os bacilos Gram positivos anaeróbios
facultativos (ex: Actinomyces).

• Mucosa: a sua microflora, com excepção dos lábios e da gengiva é


essencialmente constituída por cocos Gram positivos anaeróbios
facultativos, especialmente pelos estreptococos.

• Superfícies dentárias: vão oferecer superfícies muito estáveis para a


colonização microbiana e a composição do biofilme vai depender dos
diferentes tipos de placas estabelecidos. A placa pode ter dois tipos de
localização; acima da gengiva, placa supragengival, ou por baixo da
gengiva, placa subgengival.

• Sulco gengival: num estado de saúde periondontal, predominam os


cocos Gram positivos anaeróbios facultativos (50%) e os bacilos Gram
positivos anaeróbios facultativos (18%).

• Saliva: não se encontra uma flora microbiana própria. Todos os


microrganismos isolados apresentam um carácter transitório e vão
depender dos outros ecossistemas primários.

Aquisição da flora microbiana oral:


Quando do nascimento, a cavidade oral é estéril. Após 8 horas, já se verifica
um aumento rápido do nº de microrganismos. Contudo a composição da fora
microbiana varia consideravelmente nos primeiros dias de vida (ex.:
Streptococos salivarius) e vai reflectir a flora do tracto genital materno. No final
do 3º mês de vida, a cavidade oral revela uma microflora reconhecível,
constituída por Sreptococcus, staphylococcus, Veillonella, e Neisseria. A maior
parte da alteração no ecossistema oral ocorre por volta do 6 meses, com a
erupção dos primeiros dentes. Este período é constituído essencialmente por
espécies aeróbias e facultativas, às quais se juntam algumas espécies
anaeróbias.
À medida que a dentição passa a definitiva vão aparecendo
microrganismos anaeróbios, como os bacilos Gram negativos anaeróbios
estritos, produtores de pigmento negro e espiroquetas (ex. Porphyromonas
gingivalis, Prevotella intermédia, treponema denticola). A perde completa da
dentição provoca uma reversão da microflora, com um predomínio de
microrganismos que podem aderir á mucosa orla e que não estão dependentes
da presença dos dentes. As leveduras, como o género Cândida, são
frequentemente isolados, assim como Streptococcus spp..
Formação do biofilme oral, como exemplo de sucessão
ecológica:

Pode-se considerar-se que o biofilme oral desenvolve-se em 4 estadios


distintos:

• Formação da película adquirida;


• Colonização primária;
• Colonização secundária;
• Biofilme estável

Formação da película adquirida

Poucos minutos após profilaxia oral profunda, começa a formar-se uma


camada amorfa acelular sobre a superfície limpa do esmalte: a película
adquirida. Esta película é de natureza heterogénea, formada pela adsorção
selectiva de proteínas e glucoproteínas salivares á hidroxiapatite do dente.

Colonização primária

Começa poucos minutos após a profilaxia oral, já que as bactérias se associam


com as glicopreínas salivares de forma quase imediata. A maior parte destas
bactérias derivam da microflora salivar que banha o dente, e da descamação
das células epiteliais.
O primeiro colonizador do dente parece ser o streptococcus sanguis, mediante
ligações do tipo lectina-carbohidrato, logo seguido pelo Actinomces viscisus
através de mecanismos não toa bem conhecidos, entre os quais predominam
os Estreptococcus (S.mitis, S.gordonii). estas primeiras bactérias estão ligadas
á película de forma débil e reversível, e para que algumas possam manter-se e
proliferar, iniciam-se os fenómenos de agregação e coagregação bacteriana.
Esta placa, é todavia muito fina apresenta um metabolismo preferencialmente
aeróbio, daí que nela se encontrem bactérias com este tipo de metabolismo
respiratório. Nesta fase a placa é formada principalmente por cocos anaeróbios
facultativos (Estreptococos), verificando-se a ausência de anaeróbios estritos.
Após esta fase de multiplicação activa dos microrganismos estabelecidos,
diminui a velocidade de crescimento dos primeiros colonizadores, e a partir de
então incorporam-se novos microrganismos distintos dos da placa em
desenvolvimento.

Colonização secundária

Começa entre os 3-5 dias após o início da formação da película


adquirida. As bactérias que estavam em quantidades insignificantes começam
a aumentar o seu nº, enquanto outra já estabelecidas quase desaparecem e
integram-se novas. As alterações microbianas que se produzem estão ligadas
a diversas causas, entre as quais se destacam, os antagonismos por aptidões
para os substratos (capacidade de metabolizar o substrato inicial ou os
produtos provenientes do metabolismo dos microrganismos colonizadores),
produção de H2O2 (pelo metabolismo fermentativo das bactérias anaeróbias
facultativas), bacteriocinas e especialmente pelo consumo de oxigénio, pelo
que as bactérias mais aeróbias vão sendo substituídas pelas anaeróbias e
anaeróbias facultativas.

Factores que influenciam a composição e maturação


da placa dentária
1- Factores de origem bacteriana

a) Produtos extra celulares: glucanos (esqueleto da placa)


frutanos (fonte de energia)
b) Interacções bacterianas: reacções de coagregação
c) Ecologia da placa:
Mudanças da dieta. Ingestão de sucrose-bactérias acidúricas
Presença de oxigénio no meio - bactérias anaeróbias
Interacções nutricionais-sucessão bacteriana
Produção de bacteriocinas

A importância das relações interespecíficas na formação do biofilme

A ligação entre espécies pode-se manifestar como reacções de co-


agregação ou co-adesão e pensa-se que seja um factor essencial na
ordenação daplaca. Se sa bactérias estabelecerem ligações entre elas para
além de aderirem à película apresentam a capacidade de se manter por
mais tempo a colonizar a superfície do dente.
Os estudos “in vitro” de coagregação, demonstram que a co-agregação
entre espécies é muito específica, e colonizadores primários com
Streptococcus sanguis e Actinomyces naeslundii, podem agregar-se entre
eles, mas não com os colonizadores secundários como Selenomonas, ou
Treponemas, verificando-se também o inverso.
Por outro lado, fusobacterium spp. Tem sido identificado como
microrganismo “ponte”, de vido á sua habilidade em coagregar quer com os
colonizadores primários, quer com os secundários. Verificou-se também,
que a interacção sinérgica entre os estreptococos, nomeadamente S.
gordonni e Porphyromomas gingivalis, pode ocorrer; parece haver um sinal
que faz com que o P. gingivalis só se ligue á placa quando esta já é
colonizada pelo S.gordonii. se esta interacção ocorrer “in vivo”, é um passo
importante na transição de uma placa tolerada pelo hospedeiro para uma
placa subgengival, precursora directa de doenças do periodonto.
2 – Factores derivados do hospedeiro

a) Mecanismos mecânicos de limpeza oral


b) Saliva: pH; lactoperoxidades; lactoferrina, lisozima, glicoproteinas
salivares, mecanismos de adesão
c) Resposta imunitária do hospedeiro
Secreções orais – IgA
Fluido gengival: leucócitos, IGG, IgM, complemento, etc.
d) Biofilme estável

O biofilme estável ou definitivo é atingido em 2 a 3 semanas.


Constitui-se uma placa relativamente estável, em equilíbrio, que pode
ser alterado devido a variações ou flutuações internas. A sua
composição microbiana varia muito pouco. Numa placa madura, as
camadas mais profundas ficam privadas de oxigénio assim com de
nutrientes, os produtos do metabolismo bacteriano acumulam-se, e
verifica-se uma redução gradual no nº de organismos vivos, de tal
forma que exames microscópicos revelam espaços vazios pela
autólise de algumas bactérias.

Placa inicial Placa madura


Gram (+); com algumas Gram
Coloração de Gram Gram (+)
(-)
Cocos; bacilos e
Morfologia Cocos e bacilos
espiroquetas
Metabolismo energético Facultativo Facultativo e anaeróbio
Tolerância pelo Geralmente bem Pode causar cárie e
hospedeiro tolerado gengivites

Formação da placa subgengival

Devido aos problemas de recolha de amostras a partir do sulco gengival,


por contaminação com microrganismos procedentes de outros ecossistemas
primários, a composição da placa subgengival é conhecida apenas
parcialmente. A placa subgengival está intimamente relacionada com a supra
gengival, especialmente com a que está situada mais próxima da união
dentogengival. São microrganismos da placa supragengival que por
continuidade vão colonizar o sulco gengival. Existem, no entanto, diferenças.
Como factores significativos que justifiquem estas diferenças, é importante
assinalar os seguintes:

a) Estrutura anatómica do sulco


Este espaço, por vezes inexistente, pode apresentar em condições
fisiológicas uma profundidade de 1-2 mm. O acesso ao resto da
cavidade oral está limitado, o que proporciona um ambiente
especialmente anaeróbio. Por outro lado, os microrganismos aqui
existentes estão muito protegidos dos mecanismos de defesa mecânicos
do hospedeiro, o que faz supor não necessitarem de mecanismos
especiais de adesão.
b) pH do sulco
é mais alcalino (~8.2) do que a saliva (~6.5) , com um elevado conteúdo
em sais de cálcio e magnésio, que provém do exsudado que constitui o
líquido gengival, isto justifica uma grande tendência para a formação de
cálculo subgengival (pode ocorrer precipitação dos sais de cálcio a pH
alcalino)

c) Potencial oxido-redução
O potencial redox é muito baixo, devido às condições anatómocas do
sulco. Verifica-se a presença de um ambiente fortemente reduzido, com
baixo teor em oxigénio.

d) Liquido gengival
O líquido gengival contém abundantes elementos nutritivos, enzimáticos,
imunoglobulinas, complemento e células que actuam como
determinantes ecológicas da placa subgengival. Os primeiros como fonte
endógena de alimento e os íltimos como mecanismos de defesa
inespecíficos e mesmo específicos, no caso das IgG, do hospedeiro.

Placa
Placa subgengival
supragengival
Coloração de
Gram (+/-) Gram (-)
Gram
Cocos, bacilos
Morfologia Bacilos e espiroquetas
filamentosos
Metabolismo
Facultativo Anaeróbio
energético
Fermentação de
Fonte energética Muitas formas proteolìicas
carbohidratos
Aderência menos pronunciada, com
Mobilidade Aderentes à matriz
muitas formas móveis
Tolerância pelo Pode causar cárie e
Pode causar gengivite e periondontite
hospedeiro gengivites

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