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As mil faces da realidade espiritual – Hernani C.

Miranda
Capitulo 15
PSIQUISMO BIOLÓGICO

- Ao finalizar-se a existência na carne ou mesmo ante ameaça mais vigorosa e iminente de que ela
está para terminar - escrevi em meu livro A Memória e o Tempo - dispara um dispositivo de transcrição dos
arquivos biológicos para os perispirituais, do que resulta o belo e curioso espetáculo de "replay" da vida,
para o qual estamos propondo o nome de recapitulação.
E mais adiante:
- Uma vez transcrita a gravação nos "tapes" perispirituais, o corpo físico é liberado para a desintegra-
ção celular inevitável - os arquivos já se acham preservados e o cérebro físico, com todas as suas maravi-
lhosas funções e dispositivos, torna-se um instrumento inútil, descartável.
E evidentemente que tais observações, como outras tantas contidas no livro, trazem teor especulativo
e representam suposições e hipóteses a serem testadas por pesquisadores credenciados, a partir do mo-
mento em que a realidade espiritual comece a ser considerada como componente inseparável do contexto
em que vive o ser humano. Não se pode afirmar com segurança o como e o porquê desses lampejos de in-
tuição. É preciso considerar, ainda, que o processo intuitivo está sujeito a certa margem de erro,mas isso é
válido para qualquer metodologia que procure antecipar conhecimentos. Mesmo assim o autor espiritual de
A Grande Síntese ensina que o método dedutivo já exauriu suas possibilidades criativas, cabendo à próxima
etapa evolutiva valer - se dos recursos da intuição para conquistar novos espaços no vasto territorio do des-
conhecido.
Seja como for, minha observação acerca da transcrição dos arquivos para os registros perispirituais
foi recebida com estranheza por alguns confrades estudiosos e atentos, por entenderem que os impulsos
magnéticos da memória não teriam condição de se gravar na matéria mais densa de que se compõe o corpo
físico.
Pesquisas e reflexões posteriores à publicação de A Memória s. o Tempo resultaram em convicção de
que, até prova em contrário, parece-me acertada a ideia da transcrição a que me refiro naquele texto. Veja-
mos por que assim penso.
Em primeiro lugar, convém estarmos alertados para o fato de que costumamos traçar limites rígidos
demais entre os componentes básicos de corpo físico, perispírito e espírito, ao passo que as fronteiras entre
tais manifestações do ser são algo difusas, num meio-tom vibratório, sem c qual, aliás, se tornaria difícil,
senão impraticável, a mais estreita operacionalidade entre eles. Não são abruptas tais demarcações e sim
gradativas e matizadas.
Houve certa celeuma em alguns setores intelectuais do Espiritismo doutrinário quando o competente
cientista Hernani Guimarães Andrade lançou sua "teoria corpuscular do espírito", sugerindo a hipótese de
que também os componentes invisíveis de nosso ser estariam sujeitos a estruturações semelhantes às da
matéria. Não faltou quem propusesse logo a correção de que ele deveria ter dito "teoria corpuscular do pe-
rispírito" e não do espírito.
A controvérsia é, hoje, superada e não é nosso propósito aqui ressuscitá-la, mesmo porque os estudos
de Hernani prosseguiram e se elevaram a níveis exploratórios que muito enriquecem o acervo científico de
apoio às formulações doutrinárias do Espiritismo. Será que o nosso Hernani - pensou-se, à época - estaria
sugerindo que também o espírito é matéria? Não sei. Mas ainda que o fizesse , não estaria propondo ne-
nhuma hipótese revisionista.
De fato, encontramos em O Livro dos Espíritos uma indagação que assim ficou expressa, na questão
numero 82:
- Será certo dizer-se que os espíritos são imateriais? -perguntou Kardec.
- Como ;e pode definir uma coisa, quando faltam termos de comparação e com uma linguagem defi-
ciente? - observam os Instrutores. Pode um cego de nascença definir a luz? Imaterial não é bem o termo:
incorpóreo seria mais exato, pois deves compreender que, sendo uma criação, o espírito há de ser alguma
coisa. É matéria quintessenciada, mas sem analogia para vós, e tão etírea que escapa inteiramente ao al-
cance de vossos sentidos.
Quintesência, que Aurélio prefere grafar quinta-esséncia, conceitua-se, no seu Dicionário, como 1.
Extrato levado ao último apuramento. 2. O que há de principal, de melhor ou de mais puro; essencial. 3. O
mais alto grau; requinte, a plenitude, o auge.
Do que se depreende que, embora constituído de componentes em estado de pureza e rarefação, o
Espírito ainda é matéria, no dizer dos Instrutores da Codificação.
Com a precisão de linguagem que sempre as distingue, as entidades responsáveis por esses ensina-
mentos, abordam o assunto da composição do perispírito com a mesma coerência, em resposta à pergunta
número 93, de Kardec, ao ensinarem o seguinte:
- Envolve-o uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós, as-
saz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira. (Destoques desta
transcrição).
Ou seja, a substância de que se constitui o perispírito é mais densa do que a que serve de estrutura ao
espírito, sendo, por sua vez, muito mais sutil do que a matéria que compõe o corpo físico. Há, portante, no
ser encarnado, três fases, etapas ou faixas vibratórias da matéria, desde a mais compacta e grosseira que dá
consistência H ossos, carne, nervos e sangue, até à que serve de estrutura ao espírito, bem como uma de
densidade intermediária para o perispírito.
Melhor não se poderia dizer nos textos da Codificação, numa época em que Einstein ainda não havia
decifrado para nós a equação matéria/energia. Daí a compreensível dificuldade que assinalam os espíritos
com a terminologia de que necessitavam para expressar com maior precisão aquilo que tinham em mente.
É justa, pois, a queixa de que a linguagem de que se utilizam é deficiente.
Não deve surpreender-nos essa intimidade entre as três fases da matéria que servem à manifestação
da vida em seres encarnados. Há um intercâmbio entre elas, uma interação contínua e, ante a dificuldade de
o espírito, na sua "quintessência", movimentar diretamente a matéria mais densa do corpo físico, é que se
tornou óbvia a necessidade de atuar através de campo vibratório intermediário que conhecemos como pe-
rispírito. Certas influências recíprocas, em ativo processo de "feedback", são também identificáveis entre
os três componentes do ser encarnado.
Interessado em conhecer o estado mental do ser que acaba de sofrer uma decapitação, Kardec per-
gunta se persiste nele, "por alguns instantes a consciência de si mesmo". Os espíritos respondem que "não
raro conserva durante alguns minutos, até que a vida orgânica se tenha extinguido completamente".
Kardec vale-se da oportunidade para comentar esse aspecto, acrescentando:
- Trata-se aqui da consciência que o supliciado pode ter de si mesmo como homem e por intermédio
dos órgãos da matéria que ela (a alma) acaba de abandonar, e à medida que se dissipa a espécie de névoa
que lhe obscurece os pensamentos.
A estreita relação entre os três estados sob os quais se apresenta o ser encarnado nos parece óbvia,
quando estudamos, em A Génese, que, ao encarnar-se - "... Sob a influência do princípio vivo-material do
gérmen, o perispírito se enraiza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra."
Processo reverso ocorre no desencarne, quando se desfaz a união, logo que a força do princípio vital
deixa de atuar.
- Então - escreve Kardec - o perispírito se desprende, molécula a molécula, conforme se unira, e é
restituída à liberdade.
Ora, para que haja tão íntima conexão operacional, corpo físico, perispírito e espírito precisam dispor
de elementos básicos comuns, ainda que em níveis vibratórios e de densidade diferenciados. Do contrário,
não teria o espírito como comandar a comunidade celular, da qual necessita para movimentar-se no campo
da matéria densa.
Parece ser isso o que realmente ocorre, dado que, pela intermediação de uma eficiente rede transmis-
sora, o espírito estende suas terminais até os últimos redutos celulares. Isso lhe custa, ao espírito, perda de
parte de sua autonomia na sua mobilidade e até na expressão de seu pensamento. Atenção, porém, para um
aspecto importante: a entidade espiritual, em si e por si, continua livre e consciente, embora não consiga
estar totalmente consciente na carne, por causa das limitações impostas pelo cérebro físico, tanto quanto
não pode movimentar, à sua inteira vontade ou capricho, a massa pesada que lhe constitui o corpo físico
como um todo. Mergulhado na carne, ele é forçado a um mínimo de obediência às leis específicas que re-
gem essa modalidade de matéria. Chega, mesmo, a sofrer alguma influência reflexa, como vimos.
Esclarecimentos adicionais sobre o "enraizamento" a que alude Kardec, do espírito na matéria corpo-
ral, vamos encontrar em várias referências contidas na obra de André Luiz. Por contingência de espaço e
Tempo, limitamo-nos aqui apenas ao seu livro Evolução em Dois Mundos.
Vejamos, em primeiro lugar, o mecanismo que assegura ao espírito encarnado a condição de coman-
dar as células orgânicas. No capítulo II - Corpo Espiritual, ensina André:
- Essas células que obedecem às ordens do Espírito, diferenciando-se e adaptando-se às condições
por ele criadas, procedem do elemento comum, de que todos provimos...
Para que alguns desses comandos sejam modificados, entidades de elevada formação técnica plas-
mam "renovações e transformações no compartimento celular, mediante intervenções no corpo espiritual".
(Destaques meus).
As células não são, contudo, partículas inertes; ao contrário, André as considera "motores elétricos,
com vida própria, subordinando-se às determinações do ser que as aglutina..."
Tanto assim, que, desligadas do conjunto em que operam no tecido orgânico, elas tendem a regredir à
condição morfológica rudimentar da ameba, ao passo que, enquanto fazem parte integrante do conjunto
celular, vivem, no dizer de André, "sob as ordens da Inteligência".
Ainda mais preciso, o eminente autor espiritual identifica o ponto em que o intercâmbio espíri-
to/matéria se dá, a verdadeira câmara de compensação onde ordens são processadas, ao caracterizar os
cromossomas como "concentrações fluídico-magnéticas especiais" e acrescenta:
- Os cromossomas, estruturados em grânulos infinitesimais de natureza fisiopsicossomática, parti-
lham do corpo físico pelo núcleo da célula em que se mantêm e do corpo espiritual pelo citoplasma em que
se implantam. (Destaque meu).
Os cromossomas são, dessa maneira, o ponto de ligação, território fronteiriço entre matéria e espírito,
atuando este, como sempre, através do perispírito. É tão importante a função deles no processo da vida que
André os caracteriza como indestrutíveis.
- Os cromossomas - ensina ele - permanecem imorredouros através dos centros genésicos de todos os
seres encarnados e desencarnados, plasmando alicerces preciosos aos estudos filo-genéticos do futuro.
(Mais uma vez os destaques são meus).
Não resta dúvida, portanto, de que há, nas células, componentes de natureza física e os de natureza
psíquica, como se depreende de Kardec e de André Luiz. No Capítulo V de Evolução em Dois Mundos,
André caracteriza as células como "princípios inteligentes de feição rudimentar", a serviço do princípio
inteligente superior, não apenas nos seres humanos, mas até em animais superiores. Mais do que isso, as
células seriam "animáculos infinitesimais, que se revelam domesticados e ordeiros na colmeia orgânica"
ou, ainda, "peças electromagnéticas inteligentes, atendendo com precisão matemática aos apelos da men-
te".
No mesmo passo, considera ele os mitocôndrios como "acumulações de energia espiritual, em forma
de grânulos".
Importantes ensinamentos a respeito da interação espírito/matéria podem ser encontrados, ainda, no
Capítulo IX - Evolução e cérebro, onde se lê que há "células psicossomáticas" que atuam precisamente nas
fronteiras dos campos vibratórios diferenciados que constituem o ser humano encarnado. Identifica o autor
espiritual, nesses corpúsculos, "um pigmento ocre, estreitamente relacionado com o corpo espiritual, de
função muito importante na vida do pensamento". Prossegue André, esclarecendo que a ciência terrena
conhece a substância, mas ainda não atinou com suas funções e que esse pigmento "é conhecido no Mundo
Espiritual como fator de fixação, como a que encerrar a mente em si mesma."
Todos esses ensinamentos convergem, portanto, para a realidade de que o espírito implanta nas célu-
las suas terminais para que possa exercer sobre todo o sistema o comando indispensável à movimentação
do seu projeto evolutivo, enquanto imantado ao corpo físico. O espírito realiza a sua parte, como que an-
dando metade do caminho, produzindo o que André chama de "matéria mental", ao passo que a célula ca-
minha outra metade, oferecendo condições propícias aos encaixes desejados, com substâncias de refinada
consistência que aceitam impulsos magnéticos e expedem comandos que geram outras substâncias que
servem de veículo ou mensageiro aos comandos da vontade maior dominante. Os automatismos indispen-
sáveis ao funcionamento harmónico do sistema são, pois, implantados em pontos específicos de células
especialmente dotadas, tal como a programação de um computador comanda as operações desejadas pelo
operador através de pontos de apoio implantados magneticamente nos circuitos. Há, portanto, toda uma
rede magnética distribuída ao longo da multidão de células, vale dizer, um psiquismo celular, através do
qual os comandos chegam às células e são executados.
Ao desencadear-se o mecanismo da desencarnação, reverte-se o processo, como se o espírito deter-
minasse o meticuloso recolhimento de toda a programação, já que irá precisar dela, em futura reencarna-
ções, evitando, assim, que se percam no caos que se instala com a decomposição celular.
Realmente é o que parece ocorrer. No Capitulo XII, de seu livro, modulo sob o título "Revisão de
Experiências". André Luiz oferece breve notícia acerca do que acontece, ao escrever:
- De liberação em liberação, na ocorrência da morte, a criatura começa a familiarizar-se com a esfera
extrafísica. Assim como recapitula, nos primeiros dias da existência intra-uterina, no processo reencarnató-
rio, todos os lances de sua evolução filogenética, a consciência examina em retrospecto de minutos ou de
longas horas, ao integrar-se definitivamente em seu corpo sutil, pela histogênese espiritual, durante o coma
ou a cadaverização do veículo físico, todos os acontecimentos da própria vida, nos prodígios da memória, a
que se referem os desencarnados, quando descrevem para os homens a grande passagem para o sepulcro. É
que a mente, no limiar da recomposição de seu próprio veículo, seja no renascimento biológico ou na de-
sencarnação, revisa automaticamente e de modo rápido todas as experiências por ela própria vividas, im-
primindo magneticamente às células, que se desdobrarão em unidades físicas e psicossomáticas, no corpo
físico e no corpo espiritual, as diretrizes a que estarão sujeitas, dentro do novo ciclo de evolução em que
ingressam.
Creio poder entender desse texto que até mesmo as células que se destinam à desagregação recebem
um comando magnético impresso sobre como proceder no novo ciclo de vida, dado que a morte é trans-
formação, não sumiço.
Em Falando à Terra, encontramos a confirmação desse procedimento, no dramático depoimento de
Romeu A. Camargo, em mensagem mediúnica intitulada "De Retorno".
Informa-nos Zeus Wantuil, em Grandes Espíritas do Brasil, que Romeu do Amaral Camargo, pau-
lista de Rio Claro, (1882-1948), foi advogado, jornalista e professor, tomando-se espírita a partir de 1923.
Colaborou ativamente na imprensa doutrinária e deixou quatro livros dedicados, especialmente, ao conteú-
do cristão da Doutrina Espírita. É ele quem nos relata, por intermédio do nosso querido Chico Xavier, suas
experiências de recém-desencarnado, declarando, a certa altura, o seguinte:
- A visão pormenorizada de toda a existência humana, no estado de liberdade de nosso corpo espiri-
tual, quadro que mereceu de Bozzano apontamentos valiosos e especiais, começa por reintegrar-nos na
posse de nós mesmos. Enquanto a caridade dos irmãos mais velhos nos auxilia a libertação da grade orgâ-
nica do mundo, a memória como que retira da câmara cerebral, às pressas, o conjunto de imagens que
gravou em si mesma, durante a permanência na carne, a fim de incorporá-la definitivamente aos seus ar-
quivos eternos. Sem capacidade para definir o fenómeno introspectivo, devo apenas registrar a impressão
de que a vida efetua um movimento de recuo, dentro de nós mesmos. (Os destaques são meus).
Continuo, pois, disposto a rever e corrigir as observações que, à época em que escrevi A Memória e o
Tempo, me foram sugeridas pela intuição, ao entender o fenómeno da recapitulação in extremis, como
transcrição de arquivos. As pesquisas posteriores, contudo, e de que acabo de dar conta nestes breves co-
mentários, me asseguram de que não há, ainda, razões para rejeitar a hipótese, havendo, ao contrário, su-
portes confiáveis para ela, não apenas em textos doutrinários básicos, como em informes trazidos por An-
dré Luiz, bem como no convincente depoimento do confrade experimentado como Romeu Camargo. Reite-
ro, pois, que entendo o fenómeno de recapitulação como resultante de um processo de transcrição de arqui-
vos mnemónicos, ou, no dizer de André, uma reintegração de tais registros nas estruturas do perispírito.
Camargo o considera da mesma forma, como incorporação definitiva aos arquivos permanentes do ser, das
gravações feitas durante a existência carnal e que, de alguma forma, se achavam imantadas às células loca-
lizadas "na câmara cerebral", ou seja, um movimento de recuo da vida, que se recolhe à nossa mais profun-
da intimidade, certamente para que possa proceder a uma reavaliação das suas vivências, ao mesmo tempo
em que se prepara para novas tarefas no mundo espiritual e na eventual retomada da experiência física, em
outra etapa reencarnatória.

Bibliografia:
DIVERSOS/ Francisco Cândido Xavier - Falando à Terra, FEB. Rio
FERREIRA, Aurélio Buarque de Hollanda - Novo Dicionário da Língua Portuguesa,
Nova Fronteira, 1975, Rio.
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, FEB, Rio
A Génese, FEB, Rio
LUIZ, André/ Francisco Cândido Xavier - Evolução em Dois Mundos, FEB, Rio
MIRANDA, Herminio C. - A Memória e o Tempo, 2 vols. Edicel, 1984, S.Paulo
UBALDI, Pietro -A Grande Síntese, Trad. Guillon Ribeiro, FEB, 1939, Rio
WANTUIL, Zeus - Grandes Espíritas do Brasil, FEB, Rio.

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