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JOSEPH CORNELL E O APRENDIZADO SEQÜENCIAL

Uma interface entre a educação ambiental e a filosofia com


crianças jovens e adultos

Madalena Heinen*
madyheinen@hotmail.com

O seu humano está cada vez mais afastado da natureza. As informações


de que o meio ambiente deve ser respeitado e preservado estão sendo
mais e mais divulgadas mas atitudes respeitosas ainda não estão
presentes na vida da maioria das pessoas. Por quê? Talvez porque as
pessoas estejam tão distantes dos ambientes ditos naturais que a
natureza não tem significado para elas. Não nos sentimos responsáveis
pelo que não faz parte de nossas vidas. Não respeitamos, admiramos
nem sentimos necessidade de conservar o que não temos por
importante. A proposta de Joseph Cornell é aproximar o ser humano da
natureza para mudar o cenário descrito acima.
Joseph Cornell é um dos principais educadores naturalistas do mundo.
Possui trabalhos voltados para a sensibilização em relação à natureza.
Seu método de ensino pode ser usado em variadas situações e com
grupos etários diversos. O presente trabalho tem como objetivo divulgar
a proposta de Cornell para que esta valiosa forma de educar seja cada
vez mais utilizada, transformando o aprendizado em uma atividade
agradável, divertida e realmente marcante.
Todas as idéias e metodologias aqui apresentadas foram extraídas de
três livros do autor: “Brincar e aprender com a natureza” (Cornell,
1996); “A alegria de aprender com a natureza” (Cornell, 1997) e
“Vivências com a natureza” (Cornel, 1998), assim como informações do

*
Instituição da graduação: Universidade Federal de Santa Catarina
Telefone para contato: (51) 302207108
Endereço: Rua Chile, 284/401 / Bairro Jardim Botânico / Porto Alegre – RS.
CEP 90670-140
Instituto Romã, representante oficial da Sharing Nature Foundation no
Brasil. Os livros de Cornell são escritos numa linguagem simples, como
se fosse uma conversa em que são dadas sugestões de atitudes e são
contadas experiências. Tentou-se manter esta mesma linguagem no
presente texto.

Vida e Obra

Joseph Cornell iniciou suas atividades como educador ambiental no início


da década de 1970. Com o tempo e a prática começou a perceber que
muitas pessoas se interessavam por passeios ao ar livre, mas não
sabiam como tirar o melhor de suas visitas, não conseguiam realmente
sentir a natureza, o que impedia o aproveitamento ideal das atividades
de educação ambiental. Sendo ele, desde muito jovem, uma pessoa
com forte ligação com os mistérios e belezas da natureza, começou a
dedicar-se a mostrar aos outros essas maravilhas. Adaptou e criou
diversas atividades dinâmicas e eficazes no aprendizado de pessoas de
todas as idades.
Já em 1979 lançou seu primeiro livro: "Sharing Nature with children",
que foi traduzido para o português em 1996. Após o sucesso desse livro
e o desenvolvimento de workshops em todo o mundo, o professor
Cornell foi percebendo que a ordem em que utilizava as atividades era
muito importante para conseguir a atenção, envolvimento e empatia dos
participantes. Foi assim que ele criou a metodologia do Flow Learning
que, em português, recebeu o nome de Aprendizado Sequencial. Esta
metodologia está detalhada em seu livro "Sharing the Joy of Nature",
traduzido para o português em 1997 por “A Alegria de Aprender com A
Natureza”.
Também em 1979 criou a Sharing Nature Foundation, dedicada ao
desenvolvimento e difusão de atividades facilitadoras da interação dos
indivíduos com a natureza. A sede da fundação fica na comunidade de
Ananda, município de Nevada, Califórnia, uma comunidade voltada para
o desenvolvimento espiritual que segue os ensinamentos do grande
mestre indiano Paramahansa Yogananda. Estes ensinamentos permeiam
profundamente toda a proposta da Sharing Nature, porém de forma sutil
e respeitosa, buscando tocar a alma humana naquilo que ela tem de
universal, indo além das identidades culturais e/ou religiosas (Instituto
Romã, 2007).

Algumas sugestões para ensinar bem

Segundo Cornell (1998, p 25), existem algumas regras básicas para


trabalhar de modo eficiente com crianças e a natureza. São regras de
respeito pelas pessoas e reverência pela natureza, exemplos de como
interagir com a natureza e com os colegas que fazem parte do
ensinamento. Essas servem não só pra ensinar bem, mas para viver
bem.
1. Ensine menos e compartilhe mais. Informações como o nome e as
principais características de uma espécie podem ser rapidamente
esquecidas se não forem atreladas a experiências pessoais, impressões
e questionamentos que nos despertem interesse por ela.
Da mesma forma a reação das crianças diante de uma nova descoberta
despertam no educador um respeito e admiração ainda mais profundos
pela espécie em questão e assim se faz a troca de experiência em que
todos ganham.
2. Seja receptivo. Receptividade significa ouvir e estar atento. Cada
pergunta, cada comentário ou exclamação e uma oportunidade para a
comunicação, uma oportunidade de ampliar o interesse da criança a
partir de sua própria curiosidade. Um passeio de um grupo de pessoas
em um ambiente natural é extremamente rico em situações
emocionantes e interessantes, tanto no que diz respeito às reações das
pessoas, quanto ao que está acontecendo no ambiente. Ser receptivo é
estar atento a esses dois universos de possibilidades. Não há como
planejar exatamente o que o grupo verá durante uma caminhada por
uma floresta, por exemplo. O planejamento deve ser feito passo-a-
passo de acordo com o que se apresenta e com as reações provocadas.
3. Concentre a atenção dos participantes. Alguns deles não estão
acostumados a observar o mundo e precisam que lhes seja chamada a
atenção para o que está a sua volta. Podem-se fazer perguntas
intrigantes, perguntas sem resposta, ou mesmo perguntas facilmente
respondidas, mas que estimulam o olhar, o escutar, o sentir. Pode-se
ainda indicar sons, cheiros, aspectos interessantes.
4. Observe e sinta primeiro; fale depois. Não se preocupe em explicar o
que está acontecendo, não se preocupe por não saber o nome das
plantas e animais que ali estão. Sinta, questione, tente adivinhar e
estimule os participantes a fazerem o mesmo, sem medo de errar.
Divirta-se. Assim você passará de professor a companheiro de
aventuras.
5. Um clima de alegria deve prevalecer durante a experiência. As
crianças, assim como os adultos, estão mais dispostas a aprender e
participar quando há uma atmosfera de alegria e entusiasmo. O
entusiasmo é contagiante e essa, talvez, seja sua ferramenta mais
poderosa como educador.
Da mesma forma deve-se cuidar para não passar uma sensação de
medo e desconforto diante do desconhecido que é aquele ambiente
natural. Alguns educadores podem ficar preocupados com picadas de
insetos ou aranhas, com a possibilidade de encontrar uma cobra ou
outro animal “perigoso”. Porém demonstrar temor poderá afastar as
pessoas daquele ambiente e torná-lo algo indesejado, hostil, que deve
ser destruído, ou ao menos, deixado longe do seu cotidiano. Para que o
educador fique tranqüilo durante toda a vivência é importante conhecer
o local, as espécies que possam oferecer algum perigo e se informe
sobre o melhor jeito de agir caso alguma delas cruze o seu caminho.
Essas informações servem para dar tranqüilidade, mesmo que nunca
sejam colocadas em prática .
É importante lembrar que as atividades propostas por Cornell são ideais
para o ar livre, mas também podem ser feitas em lugares fechados, em
dias de chuva. Existem inúmeras atividades que proporcionam
“experiências com a natureza” com a ajuda da imaginação para quando
não há espaços verdes disponíveis. Sendo assim, para colocar em
prática essas atividades, não há restrições quanto ao local. Também não
há restrição quanto ao grupo participante: crianças, jovens e adultos
podem se divertir e vivenciar a natureza. Há diversos relatos de grupos
desestimulados, de jovens rebeldes, adultos céticos, que acabaram
surpreendendo pelo grande envolvimento nas atividades. Cabe ao
educador perceber a atividade mais adequada a cada situação e grupo.
Muitas vezes um grupo desestimulado desestimula também o educador.
Nessa situação é importante deixar de lado os preconceitos e acreditar
que todos têm uma capacidade latente de participar do passeio de
forma agradável e levar o melhor de cada atividade proposta. "Quanto
mais acreditamos no alto potencial das pessoas, melhores condições
temos de extrair seus mais altos sentimentos e aspirações" (Cornell,
1997, p.158).

Aprendizagem seqüencial

Cornell diz que no decorrer dos anos conduzindo atividades relacionadas


à natureza, passou a compreender que havia uma seqüência para que
as brincadeiras e atividades se tornassem mais produtivas,
independentemente da idade dos participantes, do seu estado de
espírito ou do local onde as atividades se realizavam. Concluiu que as
pessoas reagiam melhor a essa seqüência porque ela se harmonizava a
determinados aspectos da natureza humana. Assim surgiu o
Aprendizado Seqüencial - um sistema de quatro estágios que fluem de
um para o outro de forma suave e natural (Cornell, 1997, p. 15). São
eles:

ESTÁGIO 1: Despertar o entusiasmo

Sem entusiasmo não é possível ter uma experiência significativa com a


natureza. Não se trata de pulos de alegria ou uma empolgação
descontrolada pois isto também atrapalha o aprendizado, mas de um
fluxo calmo e intenso de interesse e uma dose de vitalidade. Sem esse
tipo de entusiasmo aprendemos muito pouco.
Como o nome diz, este é um estágio ativo e as brincadeiras devem
gerar um intenso fluxo de energia. Você saberá que atingiu o objetivo se
todos estiverem participando com alegria e entusiasmo.
Os primeiros minutos de um grupo ao ar livre são extremamente
importantes pois as pessoas percebem desde o início se uma atividade
será divertida ou não. Prove que você é capaz de diverti-las. Se começar
animado é quase certo que o grupo participará até o fim.

Qualidade: Divertimento e Entusiasmo


Vantagens:
 desenvolve na criança o gosto de brincar;
 cria um ambiente de entusiasmo;
 um começo dinâmico estimula uma maior receptividade;
 incentiva um alto grau de atenção e supera a passividade;
 cria envolvimento;
 reduz problemas de disciplina;
 estabelece uma aproximação com o educador;
 cria uma boa dinâmica de grupo;
 proporciona direção e estrutura;
 prepara para as atividades mais sensíveis dos estágios seguintes.

ESTÁGIO 2: Concentrar atenção

O entusiasmo sozinho não é suficiente. Se os pensamentos se


dispersam, não teremos condições de observar a natureza ou outra
coisa qualquer. Então precisamos encaminhar esta energia para uma
tranqüila concentração.
Para observarmos a natureza necessitamos acalmar nossas mentes.
Porém, se você começar com esse tipo de atividade as pessoas estarão
muito agitadas para apreciá-las. O estágio 2 é uma ponte entre as
brincadeiras enérgicas e divertidas do estágio 1 e as brincadeiras que
requerem atenção tranqüila e concentrada do estágio 3.
Durante o estágio 2 é importante ficar atento ao grau de entusiasmo e
receptividade do grupo. Antes de finalizá-lo pergunte a si mesmo: “este
grupo está pronto para experiências que despertem ainda mais sua
sensibilidade?”. Caso negativo, utilize sucessivas atividades deste
estágio.

Qualidade: Receptividade
Vantagens:
 aumenta o nível de atenção;
 aumenta a percepção por meio da atenção concentrada;
 canaliza do modo positivo o entusiasmo gerado no estágio 1;
 desenvolve habilidades perceptivas;
 tranqüiliza a mente;
 desenvolve receptividade para experiências mais sensíveis com a
natureza.

ESTÁGIO 3: Dirigir a experiência

Concentrados, captamos melhor o que vemos, ouvimos, tocamos,


cheiramos e sentimos. Absorvemos o que está à nossa volta. A atenção
concentrada gera uma calma interior que pode até mesmo superar
medos que as pessoas possam ter de algum elemento da natureza.
Apesar de o estágio 2 e 3 serem semelhantes, diferem pelo maior
potencial que os jogos do estágio 3 para envolver de uma forma direta
as pessoas na natureza. Por exemplo, se as pessoas são privadas da
visão, com vendas nos olhos, ou no escuro, tornam-se mais atentas às
informações recebidas dos outros sentidos e percebem o ambiente de
uma forma nova. Cada atividade do estágio 3 tem a finalidade de
intensificar um ou mais sentidos para um contato direto com a natureza.
As experiências diretas são necessárias para desenvolver sentimentos
de amor e preocupação pela Terra, e de admiração pelo mundo que nos
rodeia. Caso contrário, as pessoas passarão a conhecê-la de um modo
superficial e teórico.

Qualidade: Absorção
Vantagens:
 facilita o aprendizado por meio de descobertas pessoais;
 proporciona compreensão direta, excepcional e intuitiva;
 incentiva a admiração, a empatia e o amor;
 desenvolve comprometimento pessoal com os ideais ecológicos.

ESTÁGIO 4: Compartilhar a inspiração


O quarto estágio é o compartilhamento da inspiração porque a ação de
compartilhar intensifica e esclarece nossas próprias experiências. É a
oportunidade para as pessoas falarem a respeito das experiências que
tiveram enquanto participavam das atividades. Também é muito
importante para o guia perceber o que foi importante e o que pode ser
melhorado para as atividades com o próximo grupo. Você pode se
surpreender com o que será narrado neste momento. Muitas vezes fatos
muito simples e aparentemente sem importância, tocam profundamente
uma pessoa. Ou um aluno que parecia não estar totalmente envolvido
com as atividades dá um depoimento que emociona a todos.
Você também pode pedir que os participantes se expressem através de
gestos, desenhos, poesia... Todos devem ser encorajados a se
manifestar da forma que acharem mais válida. É possível também que
algum deles não queira se manifestar, o que deve ser respeitado.
Neste momento, o guia pode compartilhar sua inspiração contando
histórias de grandes naturalistas ou colocando reflexões aos
participantes.

Qualidade: idealismo
Vantagens:
 aclara e fortalece as experiências pessoais;
 eleva o estado de espírito;
 introduz modelos inspiradores da vida de outras pessoas;
 reforça o sentido de união entre os participantes;
 aproxima o grupo;
 cria um ambiente de união e participação;
 fornece referências ao educador;
 oferece ao educador a possibilidade de compartilhar a inspiração
com um grupo receptivo.

Cornell e a Filosofia com crianças


O Aprendizado Seqüencial, sendo uma ferramenta para aguçar nossa
percepção da natureza, acaba por aguçar nossa percepção de mundo,
das relações ser humano - natureza, ser humano - ser humano e de
todas as relações que pudermos enumerar. Esta é a interface do
Aprendizado Seqüencial com a filosofia com crianças, jovens e adultos.
A partir das atividades propostas por Cornell podemos criar tantas
outras que se adaptam aos interesses e objetivos de cada aula ou
atividade.
Da mesma forma as "sugestões para ensinar bem" não se restringem às
atividades de Educação Ambiental, mas podem ser aplicadas a todas as
áreas da vida, inclusive pessoal. A simplicidade das idéias de Cornell e
sua ampla aplicabilidade é o que as torna tão especiais sendo assim tão
importante a sua divulgação.

Bibliografia

CORNELL, J. Brincar e aprender com a natureza - guia de atividades


infantis para pais e monitores. São Paulo: Companhia Melhoramentos,
Ed. SENAC, 1996. 121p.
CORNELL, J. A alegria de aprender com a natureza - atividades ao ar
livre para todas as idades. São Paulo: Companhia Melhoramentos, Ed.
SENAC, 1997. 186p.
Instituto Romã. Disponível na internet http://www.institutoroma.com.br.
Visitado em 23 mar. 2007

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