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O Tepé é o nome da região de onde quase todas as línguas do grupo parecem ter vindo. São
pessoas de pele escura, brevilíneos, de cabelos lisos e avermelhados, e olhos de íris igualmente
avermelhada. Uma análise mais acurada revela que os Tepés não têm os caninos, estes substituídos
por dois pares de incisivos, o que talvez indique sua mudança alimentar estrita para vegetais. Eles
também têm o apêndice funcional, o que corrobora essa teoria. Mesmo assim, eles, às vezes,
alimentam-se da carne dos animais que criam. Os Tepé são originários do Oeste, além das Terras
Verdes, de uma região distante conhecida como Tepa, ou Tepasói.
São povos plantadores que chegaram em Sonniar pelo menos mil anos antes dos Avnais, seis
mil antes dos Zhud'zunik-Gestihabo. Esses povos plantavam grura, um misto de milho e feijão, que
crescia nas estepes do oeste. Eles eram também famosos por serem ótimos arquitetos, fazendo quase
tudo em pedra. Eram famosos pelos aquedutos que desafiavam até mesmo as leis da gravidade. As
obras mais famosas desses povos são as pirâmides, que funcionavam como escolas de filosofia,
religião ou história para os jovens. Entre os palas, essas pirâmides são centros de treinamento
mental e físico para os futuros membros do exército.
Algumas civilizações pertenciam a esse grupo, como os Giwpr (que colonizaram as
imediações dos rios Sika e Enpnolent), os Potep (que conquistaram os povos da região oeste) e os
Pala (praticamente uma cultura belicosa e intelectual, como os espartanos da Terra).
Como correlações, escolhemos as quatro línguas mais antigas desse grupo, das quais
surgiram outras mais recentes, ou que são ainda usadas no comércio: o giwpr, o potep, o pala e o
liopiat.
Português Proto-Tepé Giwpr Potep Pala Liopiat
Grura */brakfse/ /matfi/ /raiBe/ /atva/ /rai/
Lavoura */xjaspine/ /jaiGi/ /jane/ /XApna/ /paLzi/
Estepe */swapkae/ /wukpa~hi/ /kpazZe/ /vapXa/ /sepxi/
Água */bzanke/ /savaj/ /taZeNe/ /biXaNa/ /vaLZi/
Maçã */ajZeppe/ /ajzepi/ /ajjepe/ /iwpa/ /i:pi/
Mão */d'axe/ /da~hi/ /dalSise/ /tSeLZa/ /cALZi/
Pé */ksawxe/ /zuvi/ /koeZe/ /s{Xa/ /soZi/
Corvo */Nakle/ /Nawi/ /Na:ge/ /Nat(v)La/ /Nakli/
Sanguessuga */egzep(eg)e/ /eZepi/ /depele/ /piga/ /izpej/
A desconfiança é que o PT tenha vindo em duas migrações, trazendo primeiro povos como
os giwpr e os potep, vindo mais tarde os liopiat e os pala. Esses povos seriam todos lavradores, e
talvez uma seca os tivesse feito migrar para o leste, talvez fugindo para regiões mais férteis.
II.Gramática comparada
O Proto-Tepé (PT) tinha, como características básicas, uma raíz central feita por CVC ou
conjuntos de C e V, em estrutura C(C)V(V)C(C), criando assim um sistema de raízes complexo,
evitando que grandes modificações sejam feitas nas raízes para que signifiquem o que querem
significar. As palavras variáveis nessa língua são os substantivos (gênero, número, caso e
afirmatividade), adjetivos (mesma que nos substantivos), pronomes (idem) e verbos (tempo, modo e
grau).
Substantivos
GÊNERO-AFIRMATIVIDADE (Masculino)
Proto-Tepé Giwpr Potep Pala Liopiat
Positivo */-e/ /-i/ /-e/ /-a/ /-i/
Negativo */-e:d/ /-i~/ /-e:n/ /-ad/ /-it/
CASO
Proto-Tepé Giwpr Potep Pala Liopiat
Nominativo */a:-/ /a-/ /e-/ /a:-/ /e-/
Objetivo */u:-/ /u-/, /w-/ /u-/ /-/ /u:-/
Genitivo */de:-/ /ti-/ /de-/ /s-/, /z-/ /da-/
Instrumental */ke-/ - /k(@)-/ /k-/, /g-/ /ke-/
Flexão de número
Os nomes do PT não recebem uma flexão de número como conhecemos. O nome primitivo
é sempre plural, uma vez que a língua é genérica (fala dos objetos em forma de generalizações, o
que fomentou, por muitos anos, as teorias platonistas para a lingüística). Assim, o plural não recebe
flexão, enquanto o singular, para ser marcado, necessita de um /ge:/ antes da frase ou da palavra
que se queira singularizar. No Giwpr evoluiu para a partícula /Ge/, em Potep tornou-se o prefixo
/ke-/, em Pala o sufixo /-k/ e em Liopiat torno-se a partícula /gi/.
Adjetivos
Pronomes
Uma comparação dos pronomes pessoais é o que permitiu fazer um estudo detalhado da
morfologia do PT. Os pronomes possuem uma mesma raíz, que se flexiona de forma semelhante ao
substantivo, e têm raízes diferentes para cada número em que se flexiona. Veja abaixo:
Quando caracteriza um pronomes reflexivo, usa-se o mesmo pronome com a terminação /-j/
ou /-jik/. Essa terminação confluiu para um /-j/ em Giwpr, um /-k/ em Potep, um /-g/ em Pala e
um /-i:x/ em Liopiat.
As mesmas raízes pronominais servem para caracterizar outras classes pronominais, como
pronomes demonstrativos, possessivos e reflexivos. Veja abaixo
PRONOMES POSSESSIVOS
PA Proto-Tepé Giwpr Potep Pala Liopiat
1ª pessoa Singular */tuteg/ /uiki/ /u:zek/ /otta/ /tez/
PRONOMES DEMONSTRATIVOS
PA Proto-Tepé Giwpr Potep Pala Liopiat
1ª pessoa Singular */tutalle/ /uoloj/ /u:zale/ /otwa/ /-ez-/
Verbos
INDICATIVO
Proto-Tepé Giwpr Potep Pala Liopiat
Presente */oro-/ /uru-/ /or-/ /oro-/ /ru-/
O condicional indicativo funciona somente quando se propõe o uso isolado do mesmo, por
exemplo: “Ele viria hoje”, “Você faria”?
SUBJUNTIVO
Proto-Tepé Giwpr Potep Pala Liopiat
Presente */mir-/ /mir-/ /mi-/ /m-/ /mi-/
O modo subjuntivo serve para expressar subordinação do verbo a outro verbo, tal como
acontece em português. A diferença, porém, está no fato de haver um condicional (geralmente
usado como o nosso condicional em português em “se ele viajasse, não saberia onde estaria”, note
que o verbo principal em PT viria no indicativo, sem a conjunção, e o segundo verbo acompanharia
o modo subjuntivo).
IMPERATIVO
Proto-Tepé Giwpr Potep Pala Liopiat
Presente */si-/ - /si-/ /s-/ /si-/
Observação: o Giwpr substituiu o prefixo imperativo por uma modificação da ordem frasal.
O grau dos verbos é indicado por uma modificação na estrutura frasal. Há seis graus no
verbo: o Equalitivo, o Intensivo, o Diminutivo, o Interrogativo, Causativo e Receptivo. Cada ordem
frasal indica que o verbo assume determinada função. Assim, no quadro abaixo:
Diminutivo Suj Verb Obj - Suj Verb Obj Suj Verb Obj Suj Verb Obj
Intensivo Obj Suj Verb - - Obj Suj Verb Obj Suj Verb
Interrogativo Obj Verb Suj - Obj Suj Verb Obj Verb Suj Obj Verb Suj
Os povos Tepé desenvolveram similaridades em sua mitologia, o que sugere uma origem
comum. Em primeiro lugar, tanto culturalmente como religiosamente todos são referidos no plural,
ou seja, não há nada que não seja, na verdade, uma idéia. Isso se mostra na linguagem na concepção
de “idéia flúida”, ou seja, semanticamente temos um vocabulário pobre por sempre que se referem a
um objeto, se referirem à sua idéia, deixando as singularidades para o Singular e para os adjetivos.
Isso torna a sentença maior, mas os povos Tepé não parecem importar-se com isso.
Sua religião não possui deuses no sentido próprio, mas idéias que simbolizam elementos da
realidade, todos viventes de um universo em que nada possui falha. Isso levou a discussões recentes
entre muitos platonistas, gerando uma escola conhecida como Platonismo Lingüístico, fazendo
parte dela quase todos os Tepeístas da academia.
Porém, mesmo sendo “idealistas”, os Tepés têm uma coleção de deuses femininos voltados
para a agricultura, geralmente fortes e bastante dominadoras. Há uma trindade original de deusas: a
Mãe Terra, a Mãe Árvore e a Mãe Água.
As entidades masculinas são fracas, voltadas geralmente para as águas e para os ventos.
Assim há uma trindade da água (Pai Oceano, Pai Rio e Pai Chuva) e uma trindade dos ventos (Pai
Nuvem, Pai Céu, Pai Estrelas). Portanto, cada deusa seria bígama, tendo a companhia de dois
homens.
As culturas tepés agem de forma semelhante, mas o trabalho bélico é deixado com os
homens, deixando às mulheres a função administrativa das cidades-estados.
A criação do mundo, segundo os Tepé, ocorreu quando a divindade tomou sua palavra e
resolveu gerar as coisas pelo simples falar, assim o universo seria, na verdade, uma manifestação do
pensamento divino.
A semelhança com o primeiro livro de gênesis deixa a perceber que esse povo talvez tenha
sido monoteísta no passado, mas a presença de inúmeros deuses é ainda um fato sem explicação.