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Data: 18/03/2003

O fenômeno da globalização parece conter, em si, dois efeitos aparentemente


contraditórios. Por um lado, a expansão do consumo e a invasão dos mesmos produtos em
lugares tão diferentes e distantes entre si podem fazer com que olhos menos atentos pensem
que, com o tempo, o mundo será, realmente, uma grande aldeia global, em que as pessoas
vão se comportar da mesma forma. Por outro lado, a abertura geral das fronteiras dos países
— principalmente com a inundação de informações vindas de todos os cantos — faz com
que as diferenças entre as culturas fiquem mais evidentes do que nunca. De tão evidentes,
essas desigualdades podem parecer, por vezes, inconciliáveis.

Durante muito tempo se disse (e ainda se ouve isso em muitos lugares) que a expansão
comercial dos EUA produziria uma espécie de “americanização” forçada dos demais países.
Muitas pessoas acreditavam que outros povos passariam a desejar o jeito americano de
viver ou que, pelo menos, absorveriam hábitos e comportamentos da cultura americana.
Nesse contexto, os adolescentes seriam as principais vítimas: bombardeados pela música,
filmes e produtos geralmente produzidos pelos EUA, em pouco tempo, eles seriam
transformados em produtos da cultura daquele país. Mas será que as coisas são mesmo
assim? É possível dizer que a vida do adolescente americano é igual à do adolescente
brasileiro? Será que a globalização conseguiu derrubar as fronteiras e tornar os adolescentes
brasileiros semelhantes aos americanos?

Antes de analisar o tema, é preciso fazer uma ressalva: assim como o Brasil, os EUA são
um país muito grande. Por isso, é tão difícil falar do “adolescente americano” quanto do
“adolescente brasileiro”. No Brasil, as diferenças regionais e econômicas fazem com que
um jovem que tenha nascido e crescido no interior de Roraima tenha uma vida
completamente diferente da de um nascido e criado em Porto Alegre, por exemplo (nem
melhor e nem pior, é preciso deixar bem claro, apenas diferente). Do mesmo modo, não se
pode achar que a adolescência de um garoto de origem hispânica nascido no interior do
estado do Alabama seja igual à de um menino nascido em Nova Iorque. Portanto, quando
falo em “adolescente americano”, estou fazendo uma generalização que deve ser
relativizada.

Dito isso, pode-se lançar um olhar geral sobre a juventude norte-americana. Aparentemente,
os jovens de lá em muitas coisas são como os de nosso país: adoram música (mas só as
cantadas na língua deles), usam jeans, adoram fast food e shopping centers, a escola ocupa
um papel importante em sua vida e as preocupações amorosas rondam a cabeça deles o
tempo todo.
Um olhar minucioso, porém, vai revelar algumas diferenças culturais importantíssimas, que
resultam em padrões de conduta marcadamente diferentes. Assim, percebe-se que não basta
consumir o mesmo produto para que duas pessoas se pareçam. Adolescentes brasileiros e
americanos, apesar de compartilharem muitas preocupações e desejos, são diferentes por
motivos que vão além do refrigerante consumido ou da música ouvida. Eles não são iguais
porque a raiz de suas culturas e de seus valores é diferente.

É sobre essas desigualdades (e sobre algumas semelhanças) que nós vamos conversar nos
próximos artigos. Então, você mesmo poderá tirar suas próprias conclusões.

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