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(através de Ashtar-Athena)
A Jornada
Certo dia, uma caravana estava passando por nossa vila. Eu gostava
de ficar olhando as caravanas, talvez essa fosse a única emoção
numa vida muito comum e monótona. Implorei ao condutor da
caravana que me levasse com ele para as terras do leste, pois meu
espírito me mandava buscar outras pessoas que tivessem um jeito
parecido com o meu. Peguei uma carona, por assim dizer, na
caravana e, com as bênçãos de meus pais, parti numa longa jornada
de muitos meses, embora fosse um jovem com menos de quinze
anos naquela época.
Acabei chegando à terra de Arya Vata, que vocês chamam de Índia.
Reparei que havia muitos indivíduos cobertos de andrajos andando
por lá, mas em seus olhos ardia o fogo do propósito, queimava o
fogo da visão e da santidade. Fiquei com eles, sendo também
tomado por um mendigo, um vagabundo, um andarilho sem vintém.
Fui a muitas e muitas daquelas moradias, cavernas, ashrams (local
de retiro, na Índia). Sentava-me e escutava. Ouvi inúmeros
ensinamentos que, a meu ver, não pareciam verdadeiros. Eu os
questionava e creio que não era muito tempo, não fui bem-vindo,
pois fazia as perguntas erradas. Eu perguntava: “Que ensinamento é
esse que diz que se deve reencarnar sem parar? E se alguém errar o
caminho, é possível nascer como um verme ou um inseto ou um
animal?” Esses não pareciam ser os ensinamentos do Pai. Procurei
outras pessoas e fazia perguntas em qualquer lugar que eu fosse.
Ninguém sabia as respostas; pareciam ter esquecido. Mas, de
alguma maneira, os ensinamentos da Luz estavam gravados em
minha alma.
Retirei-me para as imensas florestas e orei com todo o coração,
pedindo orientação. Senti um redemoinho dentro de mim. Não
conseguia explicar a paixão que às vezes tomava conta de mim, e eu
estremecia de fervor por compartilhar o amor do Pai.
Tive várias experiências maravilhosas. Um dia, eu estava sentado
numa área sagrada do Himalaia, sempre freqüentada pelos
iluminados. Sentado na caverna, tive uma visão fortíssima e uma
grande Luz apareceu para mim. Como muitos, passei a duvidar do
que vira e comecei a me perguntar se não seria produto de minha
mente ou alguma fantasia. Porém, o sentimento que eu havia
experienciado não me abandonava. Ele me mandava prosseguir e
compartilhar algumas das introvisões que eu tivera.
Como costuma acontecer, um grande ser apareceu para mim e disse:
“Meu filho, você está no caminho certo. Confie em você. Deus o
escolheu para uma grande missão. Agora vá, e sorva profundamente
do espírito. Nutra-se, pois logo chegará o momento em que você
deverá voltar para sua terra natal.. E, nesse momento, muita dor
estará à sua espera. Mas em meio a essa dor, você será uma fonte
de salvação para toda humanidade.”
Em minha mente, pensei: “Como isso é possível? Sou uma pessoa
simples. Sou estrangeiro nesta terra. Estes seres parecem tão mais
sábios do que eu.” Mesmo assim, algo tocou numa corda do saber
dentro de mim.
Fiz como o sábio sugeria: meditei, orei e jejuei. Conversei com os
animais, com os pássaros e com as árvores. Comecei a sentir a
presença de Deus. Por isso, quando eu caminhava pela Terra, mal
ousava pisá-la com muito vigor, com medo de que pudesse ferir o
rosto do amado senhor. Com o tempo, conforme fui amadurecendo
em minha compreensão e aprofundando minha busca espiritual, tive
a sensação de que, na verdade, havia sido chamado para uma grande
missão. Começou a se erguer o véu que todos possuímos, quando
chegamos aqui. Senti, em minha alma, que era meu destino ir para
minha terra natal e, de algum modo, levar a Luz, pois as pessoas
realmente haviam perdido a centelha da alegria, da reverência, do
perdão e da benevolência. Tive uma experiência na qual me senti
como a alma de tudo que estava vivo. Senti como se a Luz de meu
coração emitisse raios que conferiam Luz a tudo que existia. Às
vezes, eu ficava vagando naquele estado como um louco.
Por fim, retornei à minha terra natal e, lá, eu de fato era um
desajustado. Mas, agora, isso não parecia ter muita importância, pois
a chama do propósito ardia em meu peito. A missão, que eu sabia ser
minha, já me tocara. De início, falei com algumas pessoas simples.
Muitas vezes riam e retiravam-se abruptamente no meio de meus
discursos. Do mesmo jeito que vocês devem se sentir de vez em
quando, eu me sentia tentado a voltar para a terra de Arya Vata em
meio aos santos, aos poucos iluminados que na verdade encontrei.
Contudo, eu sabia que minha tarefa era levar a Luz para a terra em
que eu nascera.
Aos poucos, comecei a encontrar uma ou duas pessoas que não me
consideravam louco.
Passava algum tempo com elas, falando sobre muitas coisas, abrindo
meu coração, esperando que elas passassem a sentir o fervor do
amor que eu viera partilhar. Paulatinamente, vieram outras pessoas e
trouxeram amigos. Depois de algum tempo, alguns realmente
seguiam comigo. Unimos-nos como irmãos e irmãs para um único
propósito: levar a mensagem do amor e da graça de Deus.
Novamente, o número dos que vinham para escarnecer e zombar era
bem maior do que o número dos que vinham para escutar. Como
vocês, às vezes sentia-me cansado. Perguntava-me se, de algum
modo, havia entendido mal aquele chamado para uma missão.
Decodificando A Missão
Olhei para trás, na direção da Terra, e soube com toda minha alma
que estava comprometido com a Ascensão e Liberdade de todas as
almas daquele planeta. Fiz o firme Voto de que voltaria sempre, na
verdade eu nunca iria embora, pois parte de minha essência
permanecia em Shambhala, mesmo que eu vivesse nas espaçonaves.
Com minha visão clarividente, previ a época em que todo um povo
se elevaria em vida Eterna e na Luz mais gloriosa que vocês
consigam imaginar, exatamente como eu me elevei, e proclamei a
Glória de Deus e da Vida Eterna.
Contei-lhes esta história porque queria chamar atenção para o fato
de que, exatamente como vocês, eu estava toldado por véus, tinha
uma vaga lembrança das minhas saídas do corpo. Eu decodifiquei.
Despertei e escolhi cada passo do caminho.
Escolhi a graça, a confiança e o perdão, a gratidão e a exaltação de
Deus Todo-Poderoso; e , além disso, escolhi o Amor.
Aquilo que eu fiz, continuamos a fazer agora, nesta era. Isto é maior
do que o que eu fiz, porque vocês o estão fazendo em grupo. Vocês o
estão fazendo por intermédio da Cooperação, numa camaradagem
que eu não conheci na minha época. Por isso, Eu Os Saúdo e os
Aplaudo e os Amo com toda a minha Alma.
Sananda.