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TEXTO 1.
Wokmer: “Leitura dos clássicos nos revela ensinamentos para compreender o presente a
redefinir o futuro. O clássico expressa concepções, idéias e valores que revolucionaram uma época e
que, pela sua repercussão amadureceram e se universalizaram, constituindo-se referencial
paradigmático por meio da História”.
Weffort: “Proclamar que um autor é um clássico significa dizer que suas idéias sobreviveram a
seu próprio tempo e, embora ressonâncias de um passado distante, são recebidos por nós como
parte constitutiva de nossa atualidade”.
Os clássicos, como os pais, nos fazem lembrar que a vida, a História e o Direito não
começam em nós mesmos. O que há hoje deriva, inapelavelmente, do que houve ontem. E é pela
leitura dos clássicos que chegamos à melhor compreensão de conceitos fundamentais para nossa
própria época, como Estado, Poder, Liberdade, Legitimidade, Democracia e Direitos Humanos.
MÉTODO DA DISCIPLINA:
Leitura de trechos dos clássicos, somada à análise dos fatores histórico-sociais de sua época,
de modo a compreender a função de certas verdades reveladas por pensadores que não só
contribuíram para modificar as condições históricas de sua época, mas que tiveram suas idéias
consagradas universalmente e tornaram paradigmas de procedimento político nos dias atuais.
Estudo da conexão entre aspectos das doutrinas políticas dos clássicos com o Direito posto
atual, seja a legislação propriamente dita, ou a interpretação que os Tribunais, sobretudo o Supremo,
lhe conferem.
Universidade Federal de Goiás
Graduação em Direito – 2008/2
Platão e Aristóteles: invenção da política (reflexão sobre a pólis) como fator de harmonização
entre a convivência dos homens e o Poder;
Santo Agostinho e São Tomás de Aquino (concepções políticas medievais): autores que
legitimaram a herança clássica antiga na confluência com a cultura cristã nascente;
Maquiavel: derrocada do feudalismo, perda do poder papal, supremacia do estado laico,
transformações trazidas pelo Renascimento. Reação contra o clericalismo autoritário.
Hobbes, Locke e Rousseau: formação da modernidade no ocidente. Ruptura definitiva com o
mundo feudal. Desenvolvimento do capitalismo mercantilista e hegemonia social da burguesia.
Contrato social como grande metáfora de fundamentação política e de legitimação para explicar o
surgimento da Sociedade e do Estado.
Montesquieu: França iluminista e pré-revolucionária, um dos pioneiros na fundamentação
metodológica da sociologia jurídica e política.
Hegel: grande representante da dialética idealista e da Filosofia do Estado.
Toqueville, Marx e Weber: século XIX, século pós-napoleônico, Revolução Francesa de 1848,
lutas nacionalistas de descolonização, advendo da Revolução Industrial e seus efeitos, difusão das
idéias socialistas e anarquistas, e pelo surto positivista do evolucionismo darwinista.
Gramsci, Foucault, Hanna Arendt e Habermas: pensamento político contemporâneo. Sécuo das
revoluções russa, chinesa e cubana, das ideologias totalitárias (fascismo, nazismo, stalinismo etc),
da ascensão do capitalismo financeiro e monopolista, da planificação socialista, da hegemonia do
império americano e da guerra fria, dos movimentos da contracultura dos anos 60, da perestroika e
da queda do muro de Berlim, da globalização.