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A imprecisão sobressai do próprio texto. Eis que se afirma: “(...) executadas por órgão
ou entidade na esfera institucional da saúde, da previdência social ou da assistência
social, ou seja, por órgão ou entidade vinculados aos ministérios correspondentes a
essas áreas....”
Bem se vê que a Banca esqueceu de afirmar, na parte inicial, que se tratava de órgão
ou entidade FEDERAL na esfera institucional da saúde, da previdência social ou da
assistência social.
Pela maneira como foi afirmado, permite-se entender que os ministérios (órgãos
federais) teriam competência para gerir recursos integrantes de orçamentos
destinados à seguridade social, ainda que integrantes de orçamentos estaduais e
municipais.
Registre-se, assim, que as despesas da seguridade não podem ser executadas por
órgãos ou entidades vinculados aos ministérios correspondentes a essas áreas, como
imprecisamente afirmado. Mas sim: por órgãos ou entidades vinculados aos
ministérios e às secretarias estaduais ou municipais correspondentes a essas áreas.
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AFO - TCU 2008
Prof. André Luís
O equívoco reside na parte final do item, que afirma: “(...) considerando-se o montante
necessário para a recondução do endividamento público aos limites estabelecidos em
resolução do Senado Federal.”
Fácil de ver que o endividamento público não encontra limites estabelecidos apenas
em resolução do Senado Federal.
O art. 48, XIV, da CF/88 deixa claro que a dívida mobiliária da União (que, por sinal, é
a mais relevante e significativa das dívidas públicas) encontra limites fixados por meio
de lei, e não de Resolução do Senado, ao estabelecer:
“Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não
exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias
de competência da União, especialmente sobre: (...) XIV - .... montante da dívida
mobiliária federal.”
Ocorre, porém, que a assertiva está errada. E o erro decorre das disposições legais
aplicáveis.
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AFO - TCU 2008
Prof. André Luís
Bem se vê que a inscrição de restos a pagar não tem validade até 31 de dezembro do
ano subseqüente, como peremptoriamente afirmado no item 169.
Foi o que ocorreu, por exemplo, no Decreto federal n.° 6.331, de 28 de dezembro de
2007, que prorrogou “a validade dos restos a pagar não-processados inscritos nos
exercícios financeiros de 2005 e 2006”.
Claro está, pois, que a inscrição não terá validade até 31 de dezembro do ano
subseqüente, como afirmado. Mas sim que: pode ter a validade fixada até essa data,
sem prejuízo de a validade ser prorrogada.
Segundo a LRF, o TCU deve alertar tais órgãos quando as despesas com pessoal
excederem 90% do limite autorizado na LRF, e não 95%, como afirmado.
Essa é a disposição contida no art. 59, § 1°, II, da LRF, que determina:
“Art. 59 – § 1o Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos referidos no art.
20 quando constatarem: (...) II - que o montante da despesa total com pessoal
ultrapassou 90% (noventa por cento) do limite;”
Nada impede que o TCU adote essa medida. Todavia isso não é um dever. Logo, seria
correto afirmar que o TCU pode adotar a medida, mas não que ele deve adotá-la.
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AFO - TCU 2008
Prof. André Luís
178 Sempre que a despesa total com pessoal exceder o limite prudencial, a
União fica proibida de conceder vantagem, aumento, reajuste ou adequação de
remuneração. Contudo, poderá fazer admissão ou contratação de pessoal das
áreas de educação, saúde e segurança, a título de reposição em virtude de
aposentadoria ou falecimento de servidores.
Segundo a LRF, o ente não ficará proibido de conceder vantagem, aumento, reajuste
ou adequação de remuneração, quando a despesa total com pessoal exceder o limite
prudencial.
Bem se vê que, nesse caso, a LRF permite que se conceda tais vantagens, quando
derivarem, por exemplo, de sentença judicial.
“Art. 22 – Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e
cinco por cento) do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que
houver incorrido no excesso:
I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a
qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou
contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição;”
Eis que, ainda que existisse tal vedação de modo absoluto, a malsinada proibição não
seria aplicada à União, como equivocadamente afirmado no item, mas ao “Poder ou
órgão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso”, como determinado
expressamente pela LRF.