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Por isso é importante, jamais frear o impulso criador, pouco importa o seu
destino. O escritor precisa lutar com as forças que tiver para ludibriar os sistemas e as
exigências da sobrevivência, da convivência e encontrar tempo -ainda que escasso e
roubado até de felicidades- para o exercício de seu trabalho, não importa se horas ou
minutos, em que tipo de papel, máquina ou computador...
A mente cria tanto mais, quanto mais livre esteja do pensamento dirigido,
utilitário ou do esforço lógico-racional. Por isso é mais criativa no ócio (ou no cio). Não na
preguiça porém no ócio criativo, o que advém de um esforço desinteressado, de um fluir
boêmio de pensamentos ou idéias, palavra de ganga bruta dentro da qual pode estar o
ouro da descoberta original.
Finalmente: escrever bem não é repetir o que já foi escrito: é servir-se do que
já foi dito para dizer pela primeira vez. É surpreender o lugar comum como a um inimigo e
libertar a verdade que lá jazia, prisioneira da repetição. É ser novo e inaugural no que é
velho e comum ao ser.
ARTUR DA TÁVOLA
http://www.gargantadaserpente.com/artigos/artur_tavola7.shtml, 17-06-2007, 4:38