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FRANCA – SP
2002
RESUMO:
Nos últimos anos, a economia mundial e a economia brasileira têm sofrido
mudanças importantes. Fusões, aquisições e alianças estratégicas têm se
multiplicado. Parte considerável destas mudanças relaciona-se com profundas
alterações nos sistemas de valores de todos os segmentos industriais. A busca da
competitividade relaciona-se cada vez mais com a busca do ótimo sistêmico além
das fronteiras da empresa. Neste contexto, a administração logística ganha nova
dimensão, envolvendo a integração de todas as atividades ao longo da cadeia de
valores e do sistema de valores, das matérias-primas ao cliente final. O objetivo
deste trabalho é (re)situar a administração logística no contexto de mudanças,
enfatizando a metodologia da gestão da cadeia de demanda (supply chain
management).
ABSTRACT: In the last years the world and the Brazilian economy have been
changing deeply. Fusions, acquisitions and strategic alliances are multiplying
everywhere. Most of these changes are related with deep modifications in the value
systems, affecting all industries. The search for competitiveness is more and more
concerned with the search for the optimal systemic beyond organizational frontiers.
Within this context, logistics management gains a new dimension, encompassing the
integration of all activities related to the value system, from raw materials to the final
customer. The main objective of this paper is to review the logistical management
after all these changes, focusing on supply chain management methodology.
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OBJETIVOS
Desfronteirização organizacional
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LOGÍSTICA INTEGRADA
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ESTRATÉGIA DA EMPRESA
Como melhorar o
desempenho do
sistema?
Como definir e
implementar
mudanças?
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DISTRIBUIDORES CONSUMIDORES
FORNECEDORE
S
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FLUXO DE INFORMAÇÕES
IMPLICAÇÕES
COMENTÁRIOS FINAIS
ORGANIZAÇÕES DESFRONTEIRIZAÇÃO
VIRTUAIS ORGANIZACIONAL
ALIANÇAS
ESTRATÉGICAS
SUBSISTEMA
DE
INFORMAÇÕES
NOVA CADEIA DE VALORES
NOVO SISTEMA DE VALORES
METAS
ESTRATÉGICAS
• estoques
GESTÃO CADEIA LOGÍSTICA • armazenagem
ESTRATÉGICA • movimentação
• administração de
SUBSISTEMA compras
DE
SUPRIMENTOS • flexibilidade
• sincronismo
GESTÃO DA • planejamento e
CADEIA DE controle da
DEMANDA produção
SUBSISTEMA
DE
PRODUÇÃO
• previsão de
demanda
• cadeia de
SUBSISTEMA distribuição
DE • canais de
DISTRIBUIÇÃO distribuição
• tipos de transporte
DESEMPENHO ORGANIZACIONAL
ATENDIMENTO DAS METAS ESTRATÉGICAS
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DESTAQUES
• Este trabalho faz parte de pesquisa financiada pelo NPP-Núcleo de Publicações e Pesquisas da EAESP/FGV. Uma versão
preliminar deste trabalho foi apresentada no 21o ENANPAD. Ver WOOD JR., T., ZUFFO, P. K. Supply chain management:
uma abordagem estratégica para a logística. Anais do 21o ENANPAD. Rio das Pedras, Brasil, 1997. Utilizamos aqui o termo
original em inglês. Em português, as seguintes traduções têm sido utilizadas: “Gestão da Cadeia de Suprimentos”,
“Gerenciamento da Rede de Suprimentos” e “Gestão da Cadeia de Demanda”.
•
O que é ?
É aí que a Cap Gemini Ernst & Young faz realmente a diferença: ajuda-o a
desenvolver uma rede de fornecimento ágil que produz benefícios reais de fim de
linha e a gerir a mudança que irá fazer com que essa seja uma capacidade
estratégica, em toda a sua empresa.
adequada com as pessoas com quem fizer negócio e transmitir os resultados aos
seus clientes. Tudo a custos reduzidos para si e para o seu cliente, e a um nível de
serviço semelhante ou melhor.
H
ugo Yoshizaki, 2000.
Por que investir tempo e dinheiro para construir uma supply chain eficiente?
Kleber Figueiredo
Rebecca Arkader
Quando a concorrência era menor, os ciclos dos produtos eram mais longos e
a incerteza era mais controlável, tinha sentido perseguir a excelência nos negócios
através da gestão eficiente de atividades isoladas como Compras, Transportes,
Armazenagem, Fabricação, Manuseio de Materiais e Distribuição. Estas funções
eram desempenhadas por especialistas, cujo desempenho era medido por
indicadores como custos de transportes mais baixos, menores estoques e compras
ao menor preço.
A primeira era, denominada "do campo ao mercado", teve seu início situado
na virada para o Século XX, sendo a economia agrária sua principal influência
teórica. A principal preocupação, no caso, era com questões de transporte para
escoamento da produção agrícola.
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A era seguinte, estendendo-se do início dos anos 70 até meados dos anos 80,
corresponde ao "foco no cliente", com ênfase na aplicação de métodos quantitativos
às questões logísticas. Seus principais focos são as questões de produtividade e
custos de estoques. É exatamente neste período que se irá identificar uma
intensificação do interesse pelo ensino e pesquisa da Logística nas escolas de
administração.
A quinta era, que vai de meados da década de 80 até o presente, tem ênfase
estratégica, como indica o rótulo que lhe foi atribuído: "a logística como elemento
diferenciador". Identificada como a última fronteira empresarial em que se podem
explorar novas vantagens competitivas, é aí que surge o conceito de Supply Chain
Management, cujo pano de fundo é a globalização e o avanço na tecnologia da
informação. Este período, no qual nos encontramos, implica uma maior preocupação
com as interfaces, dentro das empresas, entre as diferentes funções, além de maior
destaque das considerações logísticas no mais alto nível de planejamento
estratégico das corporações. Outra questão que ganha relevância, nos dias atuais, é
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Em resumo, se a formação até agora havia dado ênfase, por default, aos
conhecimentos específicos das funções com o alvo posto na excelência funcional, o
objetivo com que agora se deparam os centros de formação é o desenvolvimento de
executivos com visão global e integradora e possuidores de capacidade de
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liderança, à frente de empregados que, por sua vez, deverão ser formados na
cultura do trabalho em equipe e ter um conhecimento geral da empresa e da cadeia
de suprimentos.
O desafio maior que se coloca ante as escolas brasileiras é assim o de
acompanhar a evolução no pensamento e nos estudos em logística, adaptando-os
para a prática nas peculiares condições de nosso país.
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O período entre 1980 e 2000 foi marcado por grandes transformações nos
conceitos gerenciais, especialmente no que toca à função de operações. O
movimento da qualidade total e o conceito de produção enxuta trouxeram consigo
em conjunto de técnicas e procedimentos como o JIT, CEP, QFD, SMED, Kanban e
engenharia simultânea. Amplamente adotadas em quase todos os países
industrializados de economia de mercado, estas técnicas e procedimentos
contribuíram para um grande avanço da qualidade e produtividade. Na trilha deste
turbilhão de mudanças dois outros conceitos surgiram e vêm empolgando as
organizações produtivas.
O que parece claro é que este novo conceito chegou para ficar. Os
extraordinários resultados obtidos pelas empresas que já conseguiram implementá-
lo com sucesso, são uma garantia de que este não é apenas um modismo gerencial,
mas algo que vem crescentemente despertando a atenção da alta cúpula gerencial
nas grandes e mais modernas empresas internacionais. Pesquisas preliminares
sobre os ganhos que podem ser obtidos pela utilização correta do conceito, indicam
que as empresas tem obtido reduções substanciais nos custos operacionais da
cadeia de suprimentos.
Por outro lado, um fabricante que ofereça uma baixa disponibilidade e tempo
de entrega inconsistentes, tende a forçar o atacadista a carregar mais estoque de
segurança a fim de ser capaz de oferecer um nível aceitável de serviço para o
varejista. Neste caso, um menor custo logístico para o fabricante seria alcançado às
custas de outros membros do canal, resultando provavelmente numa cadeia de
suprimento menos eficiente e eficaz. Uma maneira de evitar este trade-off
indesejado entre os membros do canal seria através da mudança da estrutura, ou
através da adoção de novos procedimentos ou tecnologias. Por exemplo, a adoção
de um sistema de processamento de pedidos automatizado em substituição a um
sistema arcaico poderia permitir uma melhoria do nível de serviço, redução de
estoque, redução nos custos de transporte e armazenagem, aceleração do ciclo de
caixa e aumento do retorno sobre o investimento.
A Miliken, maior produtora de tecidos dos EUA e uma das primeiras empresas
a adotar o conceito de SCM ainda nos anos 80, conseguiu extraordinários resultados
no seu projeto com a Seminal, fabricante de confecções, e a Wal-Mart, maior rede
varejista americana. Em pouco mais de 6 meses do início do processo de
colaboração, baseado na troca de informações de vendas e estoque entre os
membros do canal, a Miliken conseguiu aumentar suas vendas em 31%, ao mesmo
tempo em que aumentava em 30% o giro de estoques dos produtos comercializados
naquele canal. A troca de informações permitiu eliminar as previsões de longo prazo,
os excessos de estoque e o cancelamento de pedidos.
faturamento. Em 1998, suas vendas cresceram de US$ 7,7 bilhões para US$ 12,3
bilhões, enquanto o lucro saltou de US$ 518 milhões para US$ 944 milhões. O
sucesso da Dell é tão grande que a empresa foi classificada como a de melhor
desempenho no setor de tecnologia de informação pela revista Business Week em
1998. A Dell é certamente uma das empresas que mais avançou no conceito de
SCM, ao estabelecer um esquema de distribuiçào direta, oferecendo customização
em massa e um grau tão avançado de parceria nas terceirizações que pode ser
chamado de integração virtual.
Uma série de estudos realizados nos EUA nos últimos anos tem confirmado
as oportunidades de ganho com a adoção do SCM. Um estudo da Mercer Consulting
mostrou que as empresas que conseguem implementar as melhores práticas de
SCM tendem a se destacar em relação à redução dos custos operacionais, melhoria
da produtividade dos ativos e redução dos tempos de ciclo. Um outro estudo recente
realizado pelo MIT identificou como principais benefícios do SCM a redução de
custos de estoque, transporte e armazenagem, melhoria dos serviços em termos de
entregas mais rápidas e produção personalizada, e crescimento da receita devido à
maior disponibilidade e personalização. As empresas analisadas no estudo
indicaram ganhos impressionantes: redução de 50% nos estoques; aumento de 40%
nas entregas no prazo; redução de 27% nos prazos de entrega; redução de 80% na
falta de estoques; aumento de 17% na receita.
3 Administração da demanda
4 Atendimento de pedidos
6 Compras/Suprimento
Uma das primeiras perguntas para quem pretende fazer a mudança para
equipes é saber quem deve participar da equipe de Supply Chain . A idéia é que haja
um grupo permanente de membros-chave e um grupo de participantes esporádicos,
que seriam convocados quando necessário. O fato é que as organizações têm
tantas peculiaridades e diferem em tantos aspectos umas das outras que não faz
sentido pensar em uma solução única para todas as situações. O conjunto de
funções-chave que em geral estão representadas nas equipes são em geral:
logística, suprimento/compras, fabricação, administração de estoque, serviço ao
cliente e sistemas de informação. Outras funções que participam ocasionalmente
são marketing, vendas, promoções e pesquisa e desenvolvimento.
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produtos; a grande maioria dos produtos ainda é recebida diretamente nas lojas, o
que dificulta o controle do recebimento e a avaliação de desempenho dos
fornecedores; as empresas ainda estão organizadas em silos funcionais, com
compra, logística, e administração das lojas sendo gerenciadas de forma
independente e isolada; a mão-de-obra atualmente disponível não possui a
formação ou capacitação necessária para operar com base nos novos requisitos do
SCM; a tecnologia de informação ainda apresenta fortes deficiências, principalmente
no que diz respeito aos softwares de análises de dados, e também aos
procedimentos para manutenção dos cadastros de produtos e fornecedores.
São muitos o desafios, mas enormes as oportunidades da implementação do
conceito de SCM no Brasil. Está na hora de arregaçar as mangas e se engajar nesta
nova oportunidade que certamente irá aumentar a competitividade e lucratividade
daquelas empresas que ousarem e saírem na frente.