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AULA 3
[CONTRATOS COMERCIAIS]
• Consensualismo
A liberdade de contratar
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CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA DIREITO COMERCIAL II - 4º Semestre
PROF. CAMILO MATOS CAVALCANTE DE SOUZA
→ Contratos submetidos a um regime imperativo, cláusulas
contratuais gerais e contratos de adesão
NCC Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar
eqüitativamente as condições do contrato.
NCC Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes,
poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de
executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.
Jurisprudência:
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1.2.3. O PRINCÍPIO DA BOA FÉ.
NCC Art. 113 - "Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé
e os usos do lugar de sua celebração".
NCC Art. 186 - "Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
lo excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social,
pela boa-fé ou pelos bons costumes".
NCC Art. 422 - “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.”
⇒ FUNÇÕES:
Jurisprudência:
PROCESSUAL CIVIL E CIVIL – AGRAVO DE INSTRUMENTO – EMBARGOS DE
TERCEIRO – PENHORA INCIDENTE SOBRE IMÓVEIS ADQUIRIDOS ATRAVÉS DE
"TERMOS DE COMPROMISSO" – BOA FÉ DOS ADQUIRENTES – PERIGO DE DANO
IRREPARÁVEL – MANUTENÇÃO NA POSSE – TUTELA ANTECIPADA DEFERIDA, NOS
TERMOS DO ART. 273, § 7º, DO CPC – PRECEDENTES – I - Insurgem-se os
agravantes em face de decisão que indeferiu a antecipação de tutela requerida nos
autos dos embargos de terceiro, no bojo dos quais objetivavam a manutenção na
posse dos imóveis adquiridos com recursos do SFH, obstando a CEF de promover
qualquer espécie de execução extrajudicial contra a Cooperativa Habitacional de
São Gonçalo Ltda., na qual os efeitos recaiam sobre os embargantes, até o
trânsito em julgado de decisões proferidas nas ações ordinárias em trâmite
perante a Justiça Federal. II - Os "termos de compromisso" juntados aos
presentes autos, às fls. 62/80, com anuência da Caixa Econômica Federal,
comprovam a boa-fé dos adquirentes, que ingressaram na referida Cooperativa
com o objetivo único de satisfazer a necessidade básica da moradia. Sobre o
tema: "(...) Conforme a jurisprudência dominante no E. Superior Tribunal
de Justiça, as regras do Código Civil que regulam a hipoteca e
determinam sua validade e eficácia perante terceiros (arts. 755, 759 e
848 do CC), em se tratando de contrato de financiamento para construção
de unidades habitacionais regido pelas normas do SFH, não podem ser
aplicadas em sua literalidade, a ponto de atingir os terceiros adquirentes
das unidades habitacionais construídas, especialmente em respeito ao
princípio da boa-fé objetiva. Nesse sentido: RESP. nº 314.553, RESP nº
187.940-SP, RESP nº 239.557-SC e RESP nº 231.226-AL.(...) (CF. TRF - 4ª
Região, AC 20010401083007, Des. Fed. Eduardo TONETTO PICARELLI, DJU de
17/07/2002) III - Admitida a antecipação da tutela com efeito cautelar, nos
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termos do art. 273, § 7º, do CPC. IV - Agravo provido. (TRF 2ª R. – AG
2004.02.01.005880-2 – 4ª T. – Rel. Des. Fed. Benedito Gonçalves – DJU
30.09.2004 – p. 140)
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AGRAVO DE INSTRUMENTO – PROCESSUAL CIVIL – ANTECIPAÇÃO DA TUTELA –
SUPRESSÃO DE PARCELA – DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA – I - Havendo prova
inequívoca e verossimilhança das alegações dos agravados, consubstanciada na
ofensa à boa-fé objetiva e à estabilidade das relações quando da
supressão de parcela há muito paga, bem como o justo receio de
irreparabilidade, a advir da redução abrupta de vencimento, impõe-se a
antecipação dos efeitos da tutela. II - Sendo os beneficiários da antecipação de
tutela vinculados à Administração, dela recebendo proventos, não há que se falar
em lesão grave ao Erário Público, pois plenamente reversível é o provimento. (TRF
4ª R. – AI 2004.04.01.002545-0 – RS – 4ª T. – Rel. Des. Fed. Valdemar Capeletti
– DOU 23.06.2004 – p. 510)
***
32038312 – AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO DE FRANQUIA COM PERDAS E
DANOS MATERIAIS, MORAIS E À IMAGEM COMERCIAL – Rescisão automática sem
indenização - Princípio da boa-fé objetiva - Livre concorrência - Dano material -
Lucros cessantes - Dano moral não configurado. 1) - Em que pese preveja o
contrato a possibilidade de encerramento imotivado do negócio, não pode
o direito, em face do princípio da boa-fé objetiva, olvidar-se de situações
manifestamente prejudiciais a uma das partes em benefício da outra. A
rescisão da avença, no prazo da prorrogação automática, induz ao enriquecimento
sem causa da franqueadora, haja vista o indiscutível aproveitamento da clientela
angariada. 2) - Nula se mostra a cláusula que proíbe a franqueada de atuar, após
o rompimento do contrato, por dez anos, na mesma atividade, porquanto enseja o
afastamento da livre concorrência, cujo princípio tem respaldo constitucional. 3) -
Evidenciado o dano material em face dos lucros cessantes, eis que frustrada a
expectativa de ganho até o término da avença, impõe-se à franqueadora o dever
de indenizar em face do que dispõem os arts. 1.056 e 1.059 do Código Civil. 4) -
Não se há falar em dano moral, eis que não restou demonstrada a ocorrência de
ofensa à honra objetiva. Conhecer e negar provimento a ambos os recurso, tudo à
unanimidade. (TJDF – APC 19990110747144 – 3ª T.Cív. – Rel. Des. Vasquez
Cruxên – DJU 17.06.2004 – p. 39)
NCC Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da
função social do contrato.
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Jurisprudência:
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DO PACTA SUNT SERVANDA, FORÇA OBRIGATÓRIA DOS CONTRATOS E INTANGIBILIDADE
– MITIGAÇÃO – FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO – REVISÃO – TR – TAXA REFERENCIAL –
SUBSTITUIÇÃO PELO IGPM/FGV – POSSIBILIDADE – RECURSO IMPROVIDO – O Decreto-
Lei nº 70/66, ao estabelecer a execução extrajudicial, fere tanto o monopólio estatal da
jurisdição, quanto os princípios do contraditório e da ampla defesa, e não pode prevalecer
sobre o que dispõe a Constituição Federal. Os princípios que regem os contratos, entre
eles o pacta sunt servanda, o da força obrigatória dos contratos e o da
intangibilidade das relações contratuais, devem ser relativizados, em prol do
equilíbrio das partes e da função social do contrato, sendo permitida a revisão
destes. A TR – Taxa referencial – Por não retratar o custo de vida e a perda do poder
aquisitivo da moeda, deve ser substituído pelo igpm/fgv, que cumpre essa função com mais
precisão. (TJMS – AC 2004.000035-9/0000-00 – Campo Grande – 3ª T.Cív. – Rel. Des.
Claudionor Miguel Abss Duarte – J. 09.02.2004)
Internacionalidade
Simplicidade
Agilidade
Clareza jurídica, publicidade e tutela da confiança
Onerosidade
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NCC Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
o Vontade real
o Elemento interno: pretensão
Teoria da declaração
o Exteriorização da vontade
o Elemento externo perceptível pelos sentidos: declaração
propriamente dita
NCC Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e
os usos do lugar de sua celebração.
NCC Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se
estritamente.
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2 - as cláusulas duvidosas serão entendidas pelas que o não forem, e que as partes
tiverem admitido; e as antecedentes e subseqüentes, que estiverem em harmonia,
explicarão as ambíguas;
3 - o fato dos contraentes posterior ao contrato, que tiver relação com o objeto
principal, será a melhor explicação da vontade que as partes tiverem no ato da
celebração do mesmo contrato;
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Art. 122. Os contratos comerciais podem NCC Art. 212. Salvo o negócio a que se
provar-se. impõe forma especial, o fato jurídico pode ser
1 - por escrituras públicas; provado mediante:
2 - por escritos particulares;
3 - pelas notas dos corretores, e por I - confissão;
certidões extraídas dos seus protocolos; II - documento;
4 - por correspondência epistolar; III - testemunha;
5 - pelos livros dos comerciantes; IV - presunção;
6 - por testemunhas. V - perícia.