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CURSO DE DIREITO

DISCIPLINA DIREITO COMERCIAL II - 4º Semestre


PROF. CAMILO MATOS CAVALCANTE DE SOUZA

AULA 3
[CONTRATOS COMERCIAIS]

1. Apanhado à Teoria Geral dos Contratos


aplicada aos Contratos Comerciais

1.2. PRINCÍPIOS CONTRATUAIS

1.2.1. O PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PRIVADA.

• Consensualismo

* O poder do mercado. Podem as partes, em regra:


a) escolher tipo legal
b) escolher tipo social consagrado pelos usos e costumes
c) escolher modelo legal ou da prática estrangeira
d) associar regras de tipos legais entre si ou com sociais
e) inserir novas disposições em modelos legais
f) criar seu próprio contrato

Obs.: No direito comercial, mais especificamente, a autonomia privada


possui mais liberdade. As descrições legais a contratos comerciais funcionam
como “conceitos de ordem os quais permitem a juridificação de elementos a
eles alheios” (Menezes Cordeiro). As regras comerciais são susceptíveis de
aplicação analógica mesmo quando especialmente previstas para
determinados tipos.

• A autonomia privada e o negócio jurídico.

A liberdade de contratar

• A liberdade contratual e os seus conteúdos.

• Restrições à autonomia privada e à liberdade.

A função social do contrato e a boa fé. Proteção da confiança, e por


conseqüência, a estabilidade, a celeridade e o dinamismo das
operações econômicas que se travam por meio do contrato.

→ Restrições à liberdade de contratar

- Imposição a contratos obrigatórios, por exemplo,


determinados seguros

→ Restrições à liberdade de celebração (sujeito)

→ Restrições à liberdade de estipulação (objeto-conteúdo)

→ O dirigismo contratual - O intervencionismo estatal.


Limitação e condicionante

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→ Contratos submetidos a um regime imperativo, cláusulas
contratuais gerais e contratos de adesão

1.2.2. PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE (“Pacta sunt servanda”)

 “O contrato faz lei entre as partes”

 “Irreversibilidade da palavra empenhada” (Caio Mario)

 Não pode ser visto como absoluto.

 A teoria da imprevisão (onerosidade excessiva). Teoria da base


contratual

“Pacta sunt servanda”


(os pactos devem ser observados)
x
“ Rebus sic stantibus”
(enquanto as coisas permanecerem como estão')

NCC Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação


de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para
a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o
devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar
retroagirão à data da citação.

NCC Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar
eqüitativamente as condições do contrato.

NCC Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes,
poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de
executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.

Jurisprudência:

PROCESSUAL CIVIL – RESCISÃO DE CONTRATO – INOCORRÊNCIA DE VIOLAÇÃO A


CLÁUSULA CONTRATUAL – IMPOSSIBILIDADE – 1 – Nas relações entre particulares vigora,
o princípio da autonomia privada (pacta sunt servanda), salvo quando
demonstrada a violação a preceitos derrogatórios de ordem pública. 2 – O
princípio pacta sunt servanda tem o sentido negativo de não obrigar as partes
quanto ao que não restou estipulado no contrato. 3 – Recurso provido. (TJDF – APC
20020110147860 – DF – 4ª T.Cív. – Rel. Des. Cruz Macedo – DJU 04.03.2004 – p. 56)
***
PROCESSUAL CIVIL – LIQÜIDAÇÃO DE SENTENÇA – ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA –
TR – FIXAÇÃO – CONTRATO – MODIFICAÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – PACTA SUNT
SERVANDA – REAPRECIAÇÃO – CLÁUSULA CONTRATUAL – SÚMULA Nº 05/STJ – I - Não
pode haver a modificação, em sede de liqüidação de sentença, dos índices de
correção monetária contratualmente previstos, sob pena de desrespeito ao
princípio do pacta sunt servanda. II - Incabível a esta Corte reapreciar cláusulas
contratuais, razão pela qual a reavaliação acerca dos índices de correção monetária
aplicáveis resta obstada em face do óbice sumular nº 05/STJ. III - Recurso Especial
improvido. (STJ – RESP 147612 – RS – 1ª T. – Rel. Min. Francisco Falcão – DJU 31.05.2004
– p. 00176)

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1.2.3. O PRINCÍPIO DA BOA FÉ.

• Subjetiva: estado de consciência (aspecto psicológico)

• Objetiva: regra de conduta (indícios físicos


comportamentais)

* Deveres acessórios: de cuidado, informação, segurança,


previdência, proteção, colaboração

NCC Art. 113 - "Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé
e os usos do lugar de sua celebração".
NCC Art. 186 - "Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
lo excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social,
pela boa-fé ou pelos bons costumes".
NCC Art. 422 - “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.”

⇒ FUNÇÕES:

- interpretativa (artigo 113);

- controle dos limites do exercício de um direito (artigo 186)


Limite objetivo ao exercício dos direitos subjetivos, inclusive a
liberdade de contratar, instrumento da realização da sua função
social.

- integração do negócio jurídico (artigo 422)

- criadora de deveres jurídicos anexos

Jurisprudência:
PROCESSUAL CIVIL E CIVIL – AGRAVO DE INSTRUMENTO – EMBARGOS DE
TERCEIRO – PENHORA INCIDENTE SOBRE IMÓVEIS ADQUIRIDOS ATRAVÉS DE
"TERMOS DE COMPROMISSO" – BOA FÉ DOS ADQUIRENTES – PERIGO DE DANO
IRREPARÁVEL – MANUTENÇÃO NA POSSE – TUTELA ANTECIPADA DEFERIDA, NOS
TERMOS DO ART. 273, § 7º, DO CPC – PRECEDENTES – I - Insurgem-se os
agravantes em face de decisão que indeferiu a antecipação de tutela requerida nos
autos dos embargos de terceiro, no bojo dos quais objetivavam a manutenção na
posse dos imóveis adquiridos com recursos do SFH, obstando a CEF de promover
qualquer espécie de execução extrajudicial contra a Cooperativa Habitacional de
São Gonçalo Ltda., na qual os efeitos recaiam sobre os embargantes, até o
trânsito em julgado de decisões proferidas nas ações ordinárias em trâmite
perante a Justiça Federal. II - Os "termos de compromisso" juntados aos
presentes autos, às fls. 62/80, com anuência da Caixa Econômica Federal,
comprovam a boa-fé dos adquirentes, que ingressaram na referida Cooperativa
com o objetivo único de satisfazer a necessidade básica da moradia. Sobre o
tema: "(...) Conforme a jurisprudência dominante no E. Superior Tribunal
de Justiça, as regras do Código Civil que regulam a hipoteca e
determinam sua validade e eficácia perante terceiros (arts. 755, 759 e
848 do CC), em se tratando de contrato de financiamento para construção
de unidades habitacionais regido pelas normas do SFH, não podem ser
aplicadas em sua literalidade, a ponto de atingir os terceiros adquirentes
das unidades habitacionais construídas, especialmente em respeito ao
princípio da boa-fé objetiva. Nesse sentido: RESP. nº 314.553, RESP nº
187.940-SP, RESP nº 239.557-SC e RESP nº 231.226-AL.(...) (CF. TRF - 4ª
Região, AC 20010401083007, Des. Fed. Eduardo TONETTO PICARELLI, DJU de
17/07/2002) III - Admitida a antecipação da tutela com efeito cautelar, nos

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termos do art. 273, § 7º, do CPC. IV - Agravo provido. (TRF 2ª R. – AG
2004.02.01.005880-2 – 4ª T. – Rel. Des. Fed. Benedito Gonçalves – DJU
30.09.2004 – p. 140)
***
AGRAVO DE INSTRUMENTO – PROCESSUAL CIVIL – ANTECIPAÇÃO DA TUTELA –
SUPRESSÃO DE PARCELA – DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA – I - Havendo prova
inequívoca e verossimilhança das alegações dos agravados, consubstanciada na
ofensa à boa-fé objetiva e à estabilidade das relações quando da
supressão de parcela há muito paga, bem como o justo receio de
irreparabilidade, a advir da redução abrupta de vencimento, impõe-se a
antecipação dos efeitos da tutela. II - Sendo os beneficiários da antecipação de
tutela vinculados à Administração, dela recebendo proventos, não há que se falar
em lesão grave ao Erário Público, pois plenamente reversível é o provimento. (TRF
4ª R. – AI 2004.04.01.002545-0 – RS – 4ª T. – Rel. Des. Fed. Valdemar Capeletti
– DOU 23.06.2004 – p. 510)
***
32038312 – AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO DE FRANQUIA COM PERDAS E
DANOS MATERIAIS, MORAIS E À IMAGEM COMERCIAL – Rescisão automática sem
indenização - Princípio da boa-fé objetiva - Livre concorrência - Dano material -
Lucros cessantes - Dano moral não configurado. 1) - Em que pese preveja o
contrato a possibilidade de encerramento imotivado do negócio, não pode
o direito, em face do princípio da boa-fé objetiva, olvidar-se de situações
manifestamente prejudiciais a uma das partes em benefício da outra. A
rescisão da avença, no prazo da prorrogação automática, induz ao enriquecimento
sem causa da franqueadora, haja vista o indiscutível aproveitamento da clientela
angariada. 2) - Nula se mostra a cláusula que proíbe a franqueada de atuar, após
o rompimento do contrato, por dez anos, na mesma atividade, porquanto enseja o
afastamento da livre concorrência, cujo princípio tem respaldo constitucional. 3) -
Evidenciado o dano material em face dos lucros cessantes, eis que frustrada a
expectativa de ganho até o término da avença, impõe-se à franqueadora o dever
de indenizar em face do que dispõem os arts. 1.056 e 1.059 do Código Civil. 4) -
Não se há falar em dano moral, eis que não restou demonstrada a ocorrência de
ofensa à honra objetiva. Conhecer e negar provimento a ambos os recurso, tudo à
unanimidade. (TJDF – APC 19990110747144 – 3ª T.Cív. – Rel. Des. Vasquez
Cruxên – DJU 17.06.2004 – p. 39)

1.2.4. O PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DOS CONTRATOS

NCC Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da
função social do contrato.

 Conceito aberto - indeterminado

 Efeitos sociais dos contratos

 CF art. 5º, XXIII, “a propriedade atenderá a sua função social")

 Concepção da individualidade inserida na coletividade

 Limites no interesse social e na dignidade da pessoa humana

 Contexto socioeconômico e ideologia de cada época

“A regulação das relações contratuais é relevante instrumento de política


econômica, monetária e financeira, e se justifica em face dos interesses
supremos do Estado na condução do governo, na distribuição de riquezas e na
realização de justiça social e, mesmo, na preservação e defesa da soberania
nacional.” (Adriana Mandim Theodoro Mello)

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“As regras de intervenção e dirigismo hão de ser excepcionais e pontuais,


obedecendo as necessidades sociais, respeitando os valores e princípios maiores
da CF, que asseguram a livre iniciativa, o direito adquirido, a propriedade
privada e o devido processo legal.” (Adriana Mandim Theodoro Mello)

 Princípio (derivado) da equivalência material

- Equilíbrio dos direitos e deveres no contrato


- Teoria da imprevisão - Onerosidade excessiva

Jurisprudência:

ALIENAÇÃO DE IMÓVEL FINANCIADO PELO SFH. MÚTUO HIPOTECÁRIO. CONHECIMENTO


DO AGENTE FINANCEIRO - PRESUNÇÃO DE CONSENTIMENTO TÁCITO.
1. É cediço na Corte que "passando o agente financeiro a receber do cessionário as
prestações amortizadoras do financiamento, após tomar conhecimento da transferência do
imóvel financiado a termo, presume-se que ele consentiu tacitamente com a alienação."
(EREsp 70.684, Rel. Min. Garcia Vieira, DJ de 14/02/2000) 2. A alienação do imóvel objeto
do contrato de mútuo operou-se em 1989, quando ainda inexistia exigência legal de que o
agente financeiro participasse da transferência do imóvel, não estando a mesma vedada
por nenhum dispositivo legal. Consequentemente, inaplicáveis as regras contidas na lei
8.004/90, que obriga a interveniência do credor hipotecário e a assunção, pelo novo
adquirente, do saldo devedor existente na data da venda. 3. Situação fática em que o
credor (Banco Itaú) foi notificado em três ocasiões sobre a transferência do contrato.
Embora tenha manifestado sua discordância com o negócio realizado, permaneceu
recebendo as prestações até o mês de abril de 1995, ensejando a anuência tácita da
transferência do mútuo. 4. Consoante o princípio pacta sunt servanda, a força
obrigatória dos contratos há de prevalecer, porquanto é a base de sustentação da
segurança jurídica, segundo o vetusto Código Civil de 1916, de feição
individualista, que privilegiava a autonomia da vontade e a força obrigatória das
manifestações volitivas. Não obstante, esse princípio sofre mitigação, uma vez
que sua aplicação prática está condicionada a outros fatores, como v.g., a função
social, as regras que beneficiam o aderente nos contratos de adesão e a
onerosidade excessiva. 5. Embargos de declaração rejeitados. (STJ, EDcl no REsp
573059 / RS, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ 30.05.2005 p. 216)
***
CONSUMIDOR. CONTRATO DE PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS EDUCACIONAIS.
MENSALIDADES ESCOLARES. MULTA MORATÓRIA DE 10% LIMITADA EM 2%. ART.52, § 1º,
DO CDC. APLICABILIDADE. INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA E TELEOLÓGICA. EQÜIDADE.
FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO. - É aplicável aos contratos de prestações de serviços
educacionais o limite de 2% para a multa moratória, em harmonia com o disposto no § 1º
do art. 52, § 1º, do CDC. Recurso especial não conhecido. (STJ, Resp 476649 SP, Terceira
Turma, Rel Nany Andrighi, DJ 25.02.2004 p. 169)
***
CIVIL E PROCESSO CIVIL – AÇÃO INDENIZATÓRIA – CONTRATO DE LOCAÇÃO – RESCISÃO
ANTES DO PRAZO DE VIGÊNCIA – CLÁUSULA PENAL – REDUÇÃO PROPORCIONAL –
FUNÇÃO SOCIAL DOS CONTRATOS – 1. Embora tenha se obrigado a locatária,
jungindo-se aos termos do contrato, a rescisão da avença antes mesmo de
iniciado o prazo de vigência do aluguel, permite a redução da cláusula penal, a
fim de evitar-se o enriquecimento sem causa do locador. 2. Esta providência já
era prevista no art. 924, do cc/1916, e, atualmente, foi ratificada pelos artigos
413 e 421, do cc/2002, içando, inclusive, tal faculdade à condição de princípio
jurídico - O da função social dos contratos. Negar provimento. Unânime. (TJDF – APC
20020110623547 – 2ª T.Cív. – Rel. Des. Silvânio Barbosa dos Santos – DJU 09.06.2004 –
p. 45)
***
APELAÇÃO CÍVEL – DECRETO-LEI 70/66 – VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DO
CONTRADITÓRIO E DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO – OCORRÊNCIA – PRINCÍPIOS

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DO PACTA SUNT SERVANDA, FORÇA OBRIGATÓRIA DOS CONTRATOS E INTANGIBILIDADE
– MITIGAÇÃO – FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO – REVISÃO – TR – TAXA REFERENCIAL –
SUBSTITUIÇÃO PELO IGPM/FGV – POSSIBILIDADE – RECURSO IMPROVIDO – O Decreto-
Lei nº 70/66, ao estabelecer a execução extrajudicial, fere tanto o monopólio estatal da
jurisdição, quanto os princípios do contraditório e da ampla defesa, e não pode prevalecer
sobre o que dispõe a Constituição Federal. Os princípios que regem os contratos, entre
eles o pacta sunt servanda, o da força obrigatória dos contratos e o da
intangibilidade das relações contratuais, devem ser relativizados, em prol do
equilíbrio das partes e da função social do contrato, sendo permitida a revisão
destes. A TR – Taxa referencial – Por não retratar o custo de vida e a perda do poder
aquisitivo da moeda, deve ser substituído pelo igpm/fgv, que cumpre essa função com mais
precisão. (TJMS – AC 2004.000035-9/0000-00 – Campo Grande – 3ª T.Cív. – Rel. Des.
Claudionor Miguel Abss Duarte – J. 09.02.2004)

1.2.5. O PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL.

O princípio da responsabilidade patrimonial, princípio este que substituiu a


responsabilidade pessoal de tempos em que o devedor pagava com o próprio corpo
e liberdade.

O princípio da responsabilidade patrimonial encontra-se insculpido expressamente


no direito positivo brasileiro.

CPC Art. 591 - “O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações,


com todos os seus bens presentes e futuros, salvo restrições estabelecidas em lei"

1.2.6. PRINCÍPIO DA RESTITUIÇÃO DO ENRIQUECIMENTO


INJUSTIFICADO.

Aquele que, sem causa justificativa, enriquecer à custa de outrem é obrigado a


restituir aquilo com que injustamente se locupletou.
Ex. Pagamento ao credor aparente, consumo de bens fungíveis quando não eram
próprios, Promessa de compra e venda a duas pessoas, obras e plantações em
imóvel de outrem

1.2.7. PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE

Efeitos contratuais restritos às partes envolvidas (oponibilidade inter partes≠ erga


omnes)

Exceções: Estipulação em favor de terceiros e contratos com pessoa a declarar

Discussão: Interferência de terceiros nas relações contratuais particulares. O dever


de respeito. A abstenção da prática de atos atentatórios. A cooptação.

1.2.8. PRINCÍPIOS E REGRAS COMERCIAIS

 Internacionalidade
 Simplicidade
 Agilidade
 Clareza jurídica, publicidade e tutela da confiança
 Onerosidade

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1.3. INTERPRETAÇÃO E PROVA DOS CONTRATOS

1.3.1. Interpretação. Identificação do significado do contrato para as


partes envolvidas

NCC Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.

 Teoria da vontade (Savigny)

o Vontade real
o Elemento interno: pretensão

 Teoria da declaração

o Exteriorização da vontade
o Elemento externo perceptível pelos sentidos: declaração
propriamente dita

Recomendação hermenêutica: Utilização conjunta de ambas as teorias.

NCC Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e
os usos do lugar de sua celebração.
NCC Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se
estritamente.

Para interpretação dos contratos, deve-se observar:

 Intenção (analisar indícios e condutas paralelas, se necessário)


 Literalidade (sentido gramatical)
 Aspectos econômicos e sociais que motivaram a celebração do contrato
 Efeitos (aplicabilidade) comumente esperados daquele contrato (princípio da
conservação)
 Usos e costumes
 O ambiente do próprio texto do contrato e de suas cláusulas entre si
consideradas
 A prática (histórico) do cumprimento do contrato pelas próprias partes
 A posição das partes (nível educacional, cultural)

“Com a recepção do princípio da boa-fé objetiva, a interpretação dos contratos


deixa de ser a busca da verdadeira vontade declarada pelos contratantes para
se tornar, nas palavras de KARL LARENZ, a interpretação da regulação objetiva
criada com o contrato", ou seja, a descoberta "do sentido total da regulação
respeitando-se tanto a sua finalidade econômica quanto sua função social.”
(Adriana Mandim Theodoro Mello)

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CRITÉRIOS DE INTERPRETAÇÃO PRÓPRIOS DAS RELAÇÕES COMERCIAIS

Código Comercial brasileiro (parte revogada)

Art. 130. As palavras dos contratos e convenções mercantis devem inteiramente


entender-se segundo o costume e uso recebido no comércio, e pelo mesmo modo e
sentido por que os negociantes se costumam explicar, posto que entendidas de
outra sorte possam significar coisa diversa.

Art. 131. Sendo necessário interpretar as cláusulas do contrato, a interpretação,


além das regras sobreditas, será regulada sobre as seguintes bases:

1 - a inteligência simples e adequada, que for mais conforme à boa-fé, e ao


verdadeiro espírito e natureza do contrato, deverá sempre prevalecer à rigorosa e
restrita significação das palavras;

2 - as cláusulas duvidosas serão entendidas pelas que o não forem, e que as partes
tiverem admitido; e as antecedentes e subseqüentes, que estiverem em harmonia,
explicarão as ambíguas;

3 - o fato dos contraentes posterior ao contrato, que tiver relação com o objeto
principal, será a melhor explicação da vontade que as partes tiverem no ato da
celebração do mesmo contrato;

4 - o uso e prática geralmente observada no comércio nos casos da mesma


natureza, e especialmente o costume do lugar onde o contrato deva ter execução,
prevalecerá a qualquer inteligência em contrário que se pretenda dar às palavras;

5 - nos casos duvidosos, que não possam resolver-se segundo as bases


estabelecidas, decidir-se-á em favor do devedor

1.3.2. MEIOS DE PROVA DOS CONTRATOS COMERCIAIS (crítica)

 Característica dos contratos comerciais (concepção da doutrina


comercialista)

 Flexibilidade e rapidez (em contraposição ao rigorismo do Dir. civil)

1.3.3. PROVA DOS CONTRATOS COMERCIAIS

Código Comercial (parte revogada) NCC

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Art. 122. Os contratos comerciais podem NCC Art. 212. Salvo o negócio a que se
provar-se. impõe forma especial, o fato jurídico pode ser
1 - por escrituras públicas; provado mediante:
2 - por escritos particulares;
3 - pelas notas dos corretores, e por I - confissão;
certidões extraídas dos seus protocolos; II - documento;
4 - por correspondência epistolar; III - testemunha;
5 - pelos livros dos comerciantes; IV - presunção;
6 - por testemunhas. V - perícia.

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