Sunteți pe pagina 1din 40

Processo do Trabalho

Prof. Carlos Eduardo Grisardi

4 de agosto de 2006
Indicações bibliográficas:
- Direito Processual do Trabalho, Sérgio Pinto Martins. Mais abrangente, mas
não tão aprofundado. Certas opiniões do autor são defendidas apenas por ele.
- Direito Processual do Trabalho, Vagner Giglio. Obra favorita do professor,
também tem uma linguagem fácil, mas um pouco mais técnica.

Histórico:
A doutrina costuma apontar 1907 como marco inicial do processo do trabalho,
com a tentativa de criação dos conselhos de mediação e arbitragem.
Futuramente, 1932, se criou as juntas de mediação e julgamento, onde as
demandas eram julgadas pos órgãos colegiados; compostos de um presidente e dois
representantes classistas.
A constituição de 1934 criou a Justiça do Trabalho, como orgão vinculado ao
poder executivo.
Assim a CLT de 43 tinha regras de processo administrativo, por isso reclamação
trabalhista. Não era uma ação judicial. Até hoje a CLT não usa termos como citação,
usando notificação. Pos isso a origem administrativa da CLT cria problemas até hoje, a
necessidade de uma reforma é urgente afinal a CLT tem 63 anos.
A CF de 46 colocou a Justiça do Trabalho no poder judiciário, daí sim temos
inicio de um processo trabalhista. Criando-se o juiz do trabalho, uma pessoa investida
em seu cargo. Adotou a forma das juntas de mediação e julgamento, essa composição
paritária vai além dos órgãos de 1° grau. Inclusive com a presença dos juizes classistas.
Sempre houve a discussão de eliminar os classistas.
A emenda constitucional 24 de 99 acabou com o juiz classista e a junta do
trabalho se transformou em vara do trabalho.
No ano 2000 duas leis importantes, a que criou o procedimento sumaríssimo e a
que autorizou empresas e sindicatos a criar comissões de conciliação prévia.
Em 2004 a emenda 45 trouxe modificações profundas até a competência de
justiça do trabalho, criou o conselho superior de justiça do trabalho, a escola de
aperfeiçoamento da justiça do trabalho e criou o fundo de execuções.

Princípios do Processo do Trabalho:


Não faz sentido tratar da autonomia do processo do trabalho, afinal a matéria
apresenta vastas manifestações que corroboram isso.
- Economia e celeridade processual.
- Menor formalidade, autoriza por exemplo que a parte atue diretamente.
- Oralidade
- Princípio protecionista
Dicídios coletivos e o fato de os recursos no processo do trabalho não possuírem
efeito suspensivo não são princípios e sim características da Justiça do Trabalho. Assim
como a existência da exigência de se tentar a conciliação entre as partes. Também
podemos colocar nesse hall a execução por impulso oficial.

7 de agosto de 2006

Organização Judiciária
A constituição estabelece que cada Estado deve ter pelo menos um tribunal
regional do trabalho. Mas alguns Estados ainda não o tem porque o voluma de trabalho
não justificaria a criação de um tribunal. São Paulo devido ao voluma de trabalho tem
dois Tribunais regionais do trabalho.
Em Curitiba há 20 varas do trabalho e em Terezina no Piauí há 3 varas.
O art. 111 da CF coloca como órgãos da Justiça do Trabalho o TST, os TRT e
Juízes do trabalho.
TST
Atualmente o TST é composto por 27 ministros, número que se revela muito
baixo. Os ministros podem ser brasileiros naturalizados.
A atual composição é de 17 juizes, 5 membros do MP e 5 advogados.
Existindo vaga aberta para advogado a OAB federal abre inscrições para todo o
país, qualquer advogado com 10 anos de prática, notório saber jurídico e reputação
ilibada pode se candidatar. A OAB cria uma lista sêxtupla que é votada pelo pleno do
tribunal que a transforma em uma lista tríplice que é enviada ao Presidente da
Republica.
No caso do MP a única exigência legal é de 10 anos de prática no MP. O
conselho nacional do MP monta uma lista sêxtupla e encaminha ao tribunal e assim por
diante.
No caso dos ministros que eram juízes o próprio TST monta uma lista com o
nome dos juízes dos TRTs que se candidatam e a enviam para o Presidente.
Em todos os casos os escolhidos devem ser sabatinados pelo Senado.
Os órgãos do TST são o Tribunal Pleno, Órgão Especial, Sessões Especializadas,
Turmas e Conselho da Ordem do Mérito do Judiciário do Trabalho. O regimento cita
como órgãos a presidência e a corregedoria.
A emenda 45 criou o conselho superior da Justiça do Trabalho que funciona
junto com o TST mas não é órgão do tribunal. Assim como a Escola de
aperfeiçoamento.
O TST, hoje, tem muita atividade administrativa e pouca atividade jurisdicional.
A maior parte da atividade jurisdicional ocorre nas turmas e sessões
especializadas.
A presidência faz alguma atividade jurisdicional porque faz juízo de
admissibilidade de certos recursos inclusive REs.
A corregedoria pode julgar reclamações contra juízes ou TRTs, na forma de
correição parcial.
TRTs
Normalmente a cede do TRT é na capital do Estado, a não ser o TRT de
Campinas.
Justiça do Trabalho

A justiça do trabalho é federal. Assim, todas as garantias para os juizes do


trabalho são iguais em todos os estados. A justiça do trabalho se estende por todo o
território nacional e deveria existir, pelo menos um, TRT em cada estado, e um no
Distrito Federal. O art 112, CF, alterado pela EC 45, já não traz mas essa regra, pois em
alguns estados essa estrutura não se fazia necessária. Em alguns estados seria necessário
até mais de um. São Paulo é o único estado que possui dois TRTs.
Os órgãos do trabalho são superpostos, o que gera uma pluralidade de graus de
jurisdição.
Art 111 da CF, diz que são órgão da justiça do trabalho o TST, os TRT, e os
juizes do trabalho que atuam em primeiro grau de jurisdição nas Varas do Trabalho.
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos
dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo
Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
Art 111-A: O TST é composto de 27 Ministros. Anteriormente 17 tinham formação
jurídica e 10 eram classistas. A partir da EC 24 ficaram apenas 17 juizes togados,
situação essa que só foi corrigida pela EC 45. E esse número ainda é pouco, pois a
média é de 5 anos para julgar. Tem que ser brasileiro, mas não precisa ser brasileiro
nato.
Atualmente 17 são juizes togado, 5 do MP, e 5 advogados.
As vagas destinadas a cadeira da advocacia, é indicada pelo Conselho Nacional
da Ordem. Precisa ter mais de 10 anos de exercício da profissão, notório saber jurídico e
reputação ilibada. O Conselho elabora uma lista com 6 nomes e encaminha para o TST.
O TST, através do seu tribunal pleno deixa uma lista com três nomes, que serão
indicadas para o presidente para que este escolha um. Assim, este passará por uma
sabatina no Senado. É uma escolha muito política.
Para o Ministério Público o sistema é semelhante ao da advocacia. A exigência
para o MP é que o procurador tenha 10 anos na carreira do MP, não existindo
legalmente a comprovação do notório saber jurídico e reputação ilibada, embora isso
seja levado em conta em cada escolha.
OS 17 Ministros vindo da carreira da magistratura o tribunal pleno do TST
elabora uma lista tríplice com os juizes dos Tribunais Regionais, encaminhando ao
presidente. Também tem um grande apelo político.
O TST tem como órgãos internos o Tribunal Pleno (muita função administrativa
e pouca jurisdicional); Órgão Especial; Seções Especializadas (uma de Dissídios
Individuais e duas de Dissídios Coletivos, são esses os órgãos que trabalham mais
efetivamente com a parte jurisdicional); Turmas; Conselho da Ordem do Mérito
Judiciário do Trabalho (dedicado a distribuir comendas, que são títulos de
reconhecimento,não tendo nenhuma função jurisdicional); Presidência (além das tarefas
administrativas também concentra algumas atividades jurisdicionais, principalmente
quanto a juízo de admissibilidade de recursos do TST, para ser encaminhado para o
STF) e Corregedoria (também tem as duas funções, principalmente fiscalizar os TRTs,
além de julgar reclamações feitas contra os juizes ou os próprios TRTs).
A EC 45 criou ainda o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, que deve
funcionar junto ao TST, mas não é órgão do mesmo; A Escola de Aperfeiçoamento da
Justiça do Trabalho que também funciona junto ao TST, mas não é órgão do mesmo.
Normalmente a cede do TRT é na capital do estado, tendo jurisdição no estado
todo. A estrutura desses tribunais é composta de forma diferente, pois o número de
juizes de cada TRT pode ser diferente. Existe uma estrutura mínima exigida, além de
algumas diretrizes estabelecidas por lei. No mínimo precisa ter: Presidência;
Corregedoria; e Turmas. Nos TRT com mais de 25 juizes pode-se instituir Órgão
Especial com no mínimo 11 juizes. Com mais de 4 turmas podem instituir Seções
Especializadas.
O TRT do Paraná possui os mesmos órgãos do TST, manos o Conselho da
Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho, que é exclusivo do TST. É bem completo. Os
TRTs têm autonomia para definir a sua estrutura interna, sendo esta estabelecida em
seus regimentos internos, inclusive com autoridade para fixar algumas competências.
Em alguns casos existem recursos estabelecidos por regimentos internos.
Nos TRTs também deve ser atendido o 1/5 constitucional (advocacia e MP). No
caso da advocacia quem conduz a lista sêxtupla é a seção do Estado, que é encaminhada
para o TRT, e quem nomeia é o Presidente da República, pois é federal. Não há
necessidade de sabatina. No MP é a mesma coisa.
Os juizes que atuam no primeiro grau de jurisdição ingressam na carreira por
concurso, começando como juizes substitutos, sendo promovidos por critério de
antiguidade e merecimento sucessivamente.
A cada dois anos o TST analisa pedidos feitos pelos TRTs para criação de novas
Varas do Trabalho, podendo deferir ou não a criação destas. O TST encaminha projetos
de lei para a criação dessas Varas. TRT e Varas do Trabalho só podem ser criadas por
lei, sendo a sua competência determinada pela lei que os criou. A Lei estadual não altera
a competência estabelecida pela Lei Federal.
Existem critérios para criação dessas Varas. Na localidade precisam existir, pelo
menos, 24.000 mil empregados, e que essa localidade tenha um histórico de pelo menos
240 ações novas por ano, nos últimos três anos. Onde já existe, só se cria uma nova se
cada uma das existentes receba 1.500 novas ações por ano.
Cada Vara pode ter jurisdição em um raio de 100km em torno de sua cede.
Eventualmente algum município pode não estar sob a jurisdição de nenhuma vara do
trabalho. Isso acontecendo, essa jurisdição será exercida pela Vara Cível, porém o
processo a ser aplicado é o processo do trabalho.

11 de agosto de 2006

Comissões de Conciliação Prévia (Lei 9458/2000):


Acrescentou os arts. 625A até o H, alterou a redação do 876 e acrescentou o 877-A.
O objetivo era desafogar o judiciário.
A lei não criou as comissões, ela autorizou a criação das comissões. Estas não
são órgãos do judiciário, não julgam e não tem poder coercitivo algum.
As comissões servem apenas para a resolução de conflitos individuais entre
patrões e empregados, no âmbito das empresas ou sindicatos.
A composição das comissões deve ser paritária. Numero par de membros em
proporção igual entre representantes dos empregados e empregadores.
O art. 625-B estabelece parâmetros para as comissões dentro da empresa.
Art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e,
no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas:
I – a metade de seus membros será indicada pelo empregador e a outra metade eleita pelos
empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo sindicato da categoria profissional;
II – haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes titulares;
III – o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma
recondução.
§ 1º É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de
Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se
cometerem falta grave, nos termos da lei.
§ 2º O representante dos empregados desenvolverá seu trabalho normal na empresa,
afastando-se de suas atividades apenas quando convocado para atuar como conciliador,
sendo computado como tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade.
A eleição dos representantes dos empregados deve ser secreta.
O conciliador não pode permanecer por mais de dois anos no cargo e tem
estabilidade enquanto está no cargo.
O regramento é idêntico ao da CIPA, o legislador praticamente copiou as regras.
A comissão da empresa só pode resolver conflitos entre empregados da empresa
e a própria empresa, que deve prover os recursos da comissão.
Art. 625-C. A Comissão instituída no âmbito do sindicato terá sua constituição e normas de
funcionamento definidas em convenção ou acordo coletivo.
Deve ser respeitada a composição paritária no âmbito sindical. Neste caso o
sindicato deve viabilizar recursos para a comissão. Algumas cobram de diferentes
maneiras por seus serviços.
Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à Comissão de
Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a
Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria.
§ 1º A demanda será formulada por escrito ou reduzida a termo por qualquer dos membros da
Comissão, sendo entregue cópia datada e assinada pelo membro aos interessados.
§ 2º Não prosperando a conciliação, será fornecida ao empregado e ao empregador
declaração da tentativa conciliatória frustrada com a descrição de seu objeto, firmada pelos
membros da Comissão, que deverá ser juntada à eventual reclamação trabalhista.
§ 3º Em caso de motivo relevante que impossibilite a observância do procedimento previsto no
caput deste artigo, será a circunstância declarada na petição inicial da ação intentada perante
a Justiça do Trabalho.
82
§ 4º Caso exista, na mesma localidade e para a mesma categoria, Comissão de empresa e
Comissão sindical, o interessado optará por uma delas para submeter a sua demanda, sendo
competente aquela que primeiro conhecer do pedido.
A obrigatoriedade de se submeter as contendas às comições antes de se chagar
ao judiciário é uma maneira de se estimular a criação de comissões.
Assim a conciliação prévia se tornou uma verdadeira condição da ação
trabalhista. Dessa maneira a parte que busca o judiciário deve provar que se a comissão
existe ela foi procurada previamente. Se não existe deve informar o fato em sua petição.
Alguns vislumbram nessa necessidade de procurar a comissão uma restrição de
acesso ao judiciário ou medida restritiva ao direito de ação. Alega-se também que isso é
apropriação indébita de parcela da competência da Justiça do Trabalho, tribunal de
exceção.
O professor não vê inconstitucionalidade. Tribunal de exceção não existe porque
a comissão não julga. A parcela de competência não seria exclusiva da JT. O obstáculo
ao acesso à justiça pode ser vislumbrado mas não de forma marcante.
O fato que a procura da comissão é condição da ação é real e assim o direito de
ação é amplo, mas como exercê-lo é estipulado por legislação ordinária.
E no mais o que se cobra hoje na justiça estadual para ingressar com uma ação é
muito mais proibitivo para ajuizar uma ação.
No âmbito do sindicato o art.8º III permite a criação da comissão.
Hoje não se discute a constitucionalidade dessas normas.
Realizada a audiência e fornecida a ata com ou sem acordo está encerrada a
atividade da comissão.
Art. 625-E. Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo empregado, pelo
empregador ou seu preposto e pelos membros da Comissão, fornecendo-se cópia às partes.
Parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória
geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas.
O objetivo da composição paritária é preservar a igualdade de forças das partes.
Historicamente a JT não viu com bons olhos acordos extrajudicial, por isso a
solução encontrada foi do art. 625-E. Combinando o art e seu parágrafo entende-se qie
feito o acordo sem qualquer ressalva as partes se dão mutua e irrestrita quitação se não
houver ressalvas expressas. De outra forma só não é quitado o que é ressalvado.
Art. 876. As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito
suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados
perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as
Comissões de Conciliação Prévia serão executados pela forma estabelecida neste Capítulo.
c Caput com a redação dada pela Lei nº 9.958, de 12-1-2000.
c Enunciado nº 176 do TST.
Parágrafo único. Serão executados ex officio os créditos previdenciários devidos em
decorrência de decisão proferida pelos Juízes e Tribunais do Trabalho, resultantes de
condenação ou homologação de acordo.
c Parágrafo único acrescido pela Lei nº 10.035, de 25-10-2000.
Art. 877-A. É competente para a execução de título executivo extrajudicial o juiz que teria
competência para o processo de conhecimento relativo à matéria.
c Artigo acrescido pela Lei nº 9.958, de 12-1-2000.
A garantia do empregado é ter um título executivo extrajudicial, que é uma das
duas possibilidades de título executivo extrajudicial na justiça do trabalho.
A competência para execução é da JT, no mesmo juízo que seria competente
para uma ação de conhecimento entre as mesmas partes.
O professor Martins discorda da eficácia liberatória geral.
O acordo pode ser discutido na justiça por ação comum na JT que terá pedidos
cumulativos. Desconstituir o acordo e a seguir discutir as verbas respectivas. A ação é
comum, muitas pessoas entram com ação rescisória, o que é incabível uma vez que a
comissão não profere sentença.
Art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez dias para a realização da
sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado.
Parágrafo único. Esgotado o prazo sem a realização da sessão, será fornecida, no último dia
do prazo, a declaração a que se refere o § 2º do artigo 625-D.
Ocorre que muitas vezes a notificação chega à empresa dois dias antes da
audiência, o que não é problema porque não é necessário reunir documentos para ir até a
audiência.
Art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de
Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de
conciliação ou do esgotamento do prazo previsto no artigo 625-F.
O prazo é suspenso e não interrompido. E fica suspenso do momento em que se
procura a comissão (protocolo) e enquanto tramitar a conciliação, por no máximo dez
dias.

14 de agosto de 2006

Atos, termos, prazos processuais.

DOS ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS


Art. 770. Os atos processuais serão públicos, salvo quando o contrário determinar o interesse
social, e realizar-se-ão nos dias úteis, das seis às vinte horas.
Parágrafo único. A penhora poderá realizar-se em domingo ou dia feriado, mediante
autorização expressa do juiz ou presidente.

Esta disposição alinha-se com o art. 5º da CF, no sentido de proteger a dignidade da


pessoa humana ou para proteger o interesse social.
Tal interesse social seria como em casos de empresas que elaboravam listas negras
de trabalhadores que já haviam ingressado na justiça do trabalho. O MP ingressou na justiça
para acabar com esse sistema e ao apreender o sistema apreendeu também a lista de nomes.
Era de interesse social evitar que essa lista não se tornar-se pública.
Por lei não é possível manter apenas uma peça do processo em segredo, mas na
prática essa solução é adotada por vezes.
Os atos processuais podem ser praticados dentro do horário legal, mas muitas vezes
os horários estipulados pela estrutura interna dos tribunais. Existe a lição de que o tribunal
deve se adequar a lei e não as partes se adequarem às normas internas do tribunal.

Art. 771. Os atos e termos processuais poderão ser escritos a tinta, datilografados ou a
carimbo.
Art. 772. Os atos e termos processuais, que devam ser assinados pelas partes interessadas,
quando estas, por motivo justificado, não possam fazê-lo, serão firmados a rogo, na presença
de duas testemunhas, sempre que não houver procurador legalmente constituído.
Art. 773. Os termos relativos ao movimento dos processos constarão de simples notas,
datadas e rubricadas pelos chefes de secretaria ou escrivães.
Art. 774. Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título contam-se, conforme
o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela em
que for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente da Justiça do
Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital na sede da Junta, Juízo ou Tribunal.
c Emenda Constitucional nº 24, de 9-12-1999, extinguiu a representação pelos juízes classistas
na Justiça do Trabalho e criou as Varas do Trabalho, em substituição às Juntas de Conciliação
e Julgamento.
Parágrafo único. Tratando-se de notificação postal, no caso de não ser encontrado o
destinatário ou no de recusa de recebimento, o Correio ficará obrigado, sob pena de
responsabilidade do servidor, a devolvê-la, no prazo de quarenta e oito horas, ao Tribunal de
origem.
c Enunciados nos 1, 16, 30, 53, 62, 100, 197 e 262 do TST.
c Súmula nº 310 do STF.

Aqui há uma diferença para o processo civil, os prazos começam a sua contagem a
partir do momento em que a parte fica ciente do ato a ser praticado, já no processo civil o prazo
se inicia a partir da juntada do mandado.
De resto a contagem do prazo obedece as mesmas regras do processo civil, por
exemplo, no caso de publicações. Os prazos são contínuos e irreleváveis, exceto no caso do
prazo iniciar ou acabar em sábado, domingo e feriado.

Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título contam-se com exclusão do dia do começo e
inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, ser
prorrogado pelo tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de força
maior, devidamente comprovada.
Parágrafo único. Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia feriado terminarão
no primeiro dia útil seguinte.

A justiça do trabalho não nunca teve férias forenses, ela tem recesso de 20 de janeiro à
6 de janeiro. Esse recesso é feriado e por tanto o prazo não se interrompe o prazo, apenas se
projeta para o próximo dia útil após o feriado. Apenas no Paraná o dia 19 de dezembro também
é feriado.
Há um entendimento jurisprudencial que diz que a característica desse feriado é mais
de férias e se o período assim for tratado a contagem do prazo fica suspensa.
O professor não gosta de tratar como férias porque se a lei diz que é feriado é feriado,
a emenda 45 acabou com as férias forenses e para advogados é muito mais seguro entender
como feriado, pois nunca de perderá o prazo.

Art. 776. O vencimento dos prazos será certificado nos processos pelos escrivães ou chefes
de secretaria.
Art. 777. Os requerimentos e documentos apresentados, os atos e termos processuais, as
petições ou razões de recursos e quaisquer outros papéis referentes aos feitos formarão os
autos dos processos, os quais ficarão sob a responsabilidade dos escrivães ou chefes de
secretaria.
Art. 778. Os autos dos processos da Justiça do Trabalho não poderão sair dos cartórios ou
secretarias, salvo se solicitados por advogado regularmente constituído por qualquer das
partes, ou quando tiverem de ser remetidos aos órgãos competentes, em caso de recurso ou
requisição.
Art. 779. As partes, ou seus procuradores, poderão consultar, com ampla liberdade, os
processos nos cartórios ou secretarias. 105
Art. 780. Os documentos juntos aos autos poderão ser desentranhados somente depois de
findo o processo, ficando traslado.
Art. 781. As partes poderão requerer certidões dos processos em curso ou arquivados, as
quais serão lavradas pelos escrivães ou chefes de secretaria.
Parágrafo único. As certidões dos processos que correrem em segredo de justiça dependerão
de despacho do juiz ou presidente.
Art. 782. São isentos de selo as reclamações, representações, requerimentos, atos e
processos relativos à Justiça do Trabalho.

Competência da Justiça do Trabalho

Todo juiz tem jurisdição, mas eles não podem escolher a matéria em que irão
trabalhar. Afinal se assim fosse sobrariam juizes em alguns casos e faltariam em outros.
Para organizar decidiu-se dividir a jurisdição pela matéria, pessoas, local, etc.
Assim competência é a parcela da jurisdição atribuída a cada juízo.

Competência Material

Toda a competência material da JT está no art. 114 da CF.

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:


c Caput com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 8-12-2004.
I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público
externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios;
II – as ações que envolvam exercício do direito de greve;
III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o
disposto no art. 102, I, o;
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de
trabalho;
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores
pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e
seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
c Incisos I a IX acrescidos pela Emenda Constitucional nº 45, de 8-12-2004.
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é
facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza
econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as
disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas
anteriormente.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse
público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à
Justiça do Trabalho decidir o conflito.
c §§ 2º e 3º com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 8-12-2004.

Relação de trabalho é mais ampla que relação de emprego. Antes da Emenda 45


a relação de trabalho seria competência da JT em casos específicos. Hoje com a nova
redação do dispositivo constitucional a JT tem competência para julgar qualquer ação
oriunda da relação de trabalho e não mais da relação de emprego.
O desafio hoje é saber qual relação de trabalho é objeto da JT, porque tal relação
pode ocorrer até entre duas pessoas jurídicas.
Ainda passou pouco tempo para achar uma orientação segura para esses casos.
O professor acha que pelo menos uma das partes deve ser pessoa física e que se
deve retirar da JT o que já está abarcado por outra área jurídico-processual.
Historicamente a JT não julgava demandas de funcionários públicos, aqueles
estatutários. Com a emenda entendeu-se que as questões de funcionalismo público iriam
para a JT. Imediatamente associações de juízes entraram com uma ADIN que foi julgada
e entendeu-se que essa competência não passaria para a JT. A justificativa é que a
relação do funcionalismo seria administrativa. O professor concorda ser uma relação
administrativa, mas que tem características de contrato de trabalho.

Data: 18/08/06

II – as ações que envolvam exercício do direito de greve; Natureza evidentemente


trabalhista. Trabalha com a legalidade ou não do direito de greve, bem como até que
ponto pode chegar (ex:proibir entrada na empresa). Não trouxe muitas novidades.
III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores,
e entre sindicatos e empregadores; Conflitos que dizem respeito a qual sindicato
representará a categoria. O judiciário vai determinar qual é o correto para representar
determinada categoria. Acontece normalmente quando são criados sindicatos novos.
(Ex: trabalhadores da COAMO). Em um dos pólos sempre tem que estar presente um
sindicado.
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado
envolver matéria sujeita à sua jurisdição; O mandado de segurança já era de competência da
justiça do trabalho. Trouxe novidade sobre o habeas corpus e o habeas data, mesmo o
STF já tendo dito que o habeas corpus não era de competência da mesma.
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto
no art. 102, I, o; As varas cíveis podem, excepcionalmente, julgar algum assunto relativo
a relação de trabalho, mas estarão nesse momento atribuídas de funções de vara
trabalhista.
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de
trabalho; Na leitura anterior já era da justiça do trabalho essa competência. É preciso que
o dano seja decorrente de uma relação de trabalho.
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos
órgãos de fiscalização das relações de trabalho; Qualquer ação relativa a penalidade
administrativa por parte dos fiscais da relação do trabalho. Pode utilizar-se da via
administrativa, mas não é necessário. A justiça do trabalho também vai ser competente
para a execução fiscal das dívidas ativas relativas a essas penalidades. VIII – a
execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais,
decorrentes das sentenças que proferir; Essas contribuições são relativas a previdência social
(INSS), tanto da parte do empregado como do empregador. Para isso, os valores em
execução devem ser provenientes de sentenças trabalhistas. Em caso de acordo, precisa
discriminar a natureza do que será pago, para que assim poderá saber quanto caberá ao
INSS.
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. É inútil,
porque repete o que está estabelecido no I.
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. A arbitragem para a
negociação coletiva anteriormente precisava ser feita pela Delegacia do Trabalho, agora
podem eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é

facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza


econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições

mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. A

novidade é o "de comum acordo". Agora precisa da recusa do dissídio coletivo junto

com o comum acordo.

§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do
É uma exceção ao
Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
o
"comum acordo" do parágrafo 2 . Atividades essencial dizem respeito a saúde,
transporte, judiciário, entre outros.
De certa forma pode gerar uma radicalização nas negociações, porém isso acaba
não sendo favorável para ambas as partes. Sendo, portanto, muito mais favorável chegar
a uma negociação.

Competência em Razão das Pessoas

Acaba sendo determinada em razão da competência material (art 114)


I - Se a ação trabalhista tem que ser decorrente de uma relação de trabalho, de
um lado estará o trabalhador e do outro o tomador, que se refere a uma situação mais
ampla. Mais especificamente também estão os empregados e os empregadores, nestes
excluídos os servidores públicos estatutários (relação administrativa com a
administração pública). O empregado público, que presta serviço como empregado,
também é competência da justiça do trabalho. O trabalhador avulso (ex: portuário)
também será incluído junto com o seu correspondente. O atleta profissional também
está inserido. O trabalhador temporário. Os cartórios extrajudiciais (empregador).
Entidades de direito público externo, não têm imunidade de jurisdição (ex: ONU, OMS,
Consulados, etc).
III - Os sindicatos também podem ser partes na justiça do trabalho.
IV - Todos os anteriores, mais uma autoridade do próprio judiciário, até mesmo
qualquer outro cidadão que não esteja envolvido na relação trabalhista (testemunha,
advogado, Fazenda, Órgãos da justiça do trabalho e da justiça comum, Órgãos de
fiscalização, INSS). Em uma análise mais aprofundada só não abrange a condição de
servidor público estatutário.

Data: 21/08/06

Competência Territorial

Em relação ao TST, este não sofre delimitação territorial de sua competência.


Tanto as VT os TRT's têm a sua competência territorial delimitada pela lei que os cria.
Existem algumas regras para o estabelecimento dessa competência:
Foro da Eleição: estabelecido contratualmente. É absolutamente inaceitável no
processo do trabalho. Isso em razão da aplicação do princípio protecionista. Busca
evitar um evidente desnível entre as partes envolvidas. Tem a intenção de impossibilitar
o empregador de impor algum foro que se apresente inatingível para o empregado.
Prorrogação de Competência: estender a competência de um órgão
jurisdicional trabalhista para além da área geográfica determinada por lei. É possível
realizar essa prorrogação, pois a competência territorial é relativa, não podendo ser
decretada de ofício, ficando dependente da iniciativa da parte.
Distribuição: a escolha de uma VT específica seria a mesma coisa que eleger
um foro de eleição, o que é terminantemente proibido. Utiliza-se a distribuição para
garantir que todas as VT da localidade tenham uma distribuição equilibrada de trabalho.
Nos locais onde existe apenas uma VT, a distribuição tem a mera finalidade de registro.
Garante a imparcialidade e a impossibilidade do foro de eleição.
Dissídios Coletivos: utiliza-se do critério da extensão territorial do conflito.
Será fixada, levando-se em conta a base geográfica na qual a sentença normativa
produzirá os seus efeitos. Sempre serão de competência originária, no mínimo, dos
TRT's. Nos casos em que a competência se estender pela base geográfica de mais de um
TRT, a competência será do TST. No caso da existência de mais de um TRT, o que só
acontece em SP, foi estabelecido que no caso de a sentença normativa produzir efeito
em todo o Estado, fica competente o TRT da 2o Região.
Dissídios Individuais (art 651 CLT): será sempre fixada pelo local da
prestação de serviço. Tem inspiração nítida no princípio protecionista, pois se presume
que o empregado reside no local e que a produção de provas seria mais fácil. O
professor Sérgio Pinto Martins afirma que a competência deveria ser fixada pelo último
local da prestação de serviço no caso da prestação ter ocorrido em mais de um local.
São poucos os autores que acolhem esse tipo de argumento, pois em última análise,
poderia representar a escolha de um foro de eleição. A maioria parte da doutrina e
jurisprudência estabelece que se a prestação de serviço ocorrer em mais de uma
localidade, qualquer um dos juizes dessas localidades apresentam competência. Não há
restrição ao trabalhador estrangeiro que preste serviço no Brasil.
Art. 651. A competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade onde o
empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado
noutro local ou no estrangeiro.
§ 1º Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Vara do
Trabalho da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja
subordinado e, na falta, será competente a Vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou a
localidade mais próxima. A regra hoje vale para qualquer empregado viajante. Para efeito da
lei o viajante é aquele sujeito que além de viajar constantemente, não tem um local fixo
para a prestação de serviço.
§ 2º A competência das Varas do Trabalho, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios
ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja
convenção internacional dispondo em contrário. Existe competência para julgar conflitos que
envolvam brasileiros que estejam trabalhando no exterior. Esse trabalhador pode aplicar
o direito estrangeiro naquilo que este for mais benéfico, para isso precisa provar a
existência, conteúdo e vigência do direito estrangeiro.
§ 3º Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do
contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar ação no foro da celebração do contrato ou
no da prestação dos respectivos serviços. É a regra mais difícil de se entender, e ao mesmo
tempo a mais fácil de se aplicar. Se houver mais de uma localidade, qualquer uma pode
ser competente.

25 de agosto de 2006

Competência Funcional
Podem existir órgãos com a mesma competência material e territorial por isso
surge a competência funcional. Para dirimir esses problemas.
Art. 659. Competem privativamente aos Presidentes das Juntas, além das que lhes forem
conferidas neste Título e das decorrentes de seu cargo, as seguintes atribuições:
I – presidir às audiências das Juntas;
II – executar as suas próprias decisões, as proferidas pela Junta e aquelas cuja execução lhes
for deprecada;
III – dar posse aos Juízes classistas nomeados para a Junta, ao chefe de Secretaria e aos
demais funcionários da Secretaria;
IV – convocar os suplentes dos Juízes classistas, no impedimento destes;
V – representar ao Presidente do Tribunal Regional da respectiva jurisdição, no caso de falta
de qualquer Juiz classista a três reuniões consecutivas, sem motivo justificado, para os fins do
artigo 727;
VI – despachar os recursos interpostos pelas partes, fundamentando a decisão recorrida antes
da remessa ao Tribunal Regional, ou submetendo-os à decisão da Junta, no caso do artigo
894;
VII – assinar as folhas de pagamento dos membros e funcionários da Junta;
VIII – apresentar ao Presidente do Tribunal Regional, até 15 de fevereiro de cada ano, o
relatório dos trabalhos do ano anterior;
89
IX – conceder medida liminar, até decisão final do processo, em reclamações trabalhistas que
visem a tornar sem efeito transferência disciplinada pelos parágrafos do artigo 469 desta
Consolidação;
X – conceder medida liminar, até decisão final do processo, em reclamações trabalhistas que
visem reintegrar no emprego dirigente sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo
empregador.
c Inciso X acrescido pela Lei nº 9.270, de 17-4-1996.
O termo presidente da junta diz respeito a época em que existiam juizes
classistas, hoje é o juiz da vara.
Essas competências podem ser encontradas na CF art. 111, 707 à 709 da CLT, lei
7.701/88, lei complementara 75/93 diz sobre o MP do trabalho (arts. 83 à 115), arts. 127
e 128 da CF.

Partes
É bom lembrar que a JT teve seu início vinculado ao Poder Executivo, por isso
não se poderia referir aos procedimentos da JT como ação. Por isso o termo Reclamação
Trabalhista, assim as partes passaram a se chamar reclamante e reclamado. Esse termos
se arraigaram de tal forma que não era mais possível substituí-los, hoje é praticamente
impossível substituí-los. Alguns autores afirma que essa é uma maneira de auto-afirmar
o direito do trabalho, embora os termos ação trabalhista, autor e réu poderiam ser até
mesmo mais corretos.
A JT também nomeia as partes de acordo com o momento processual, sem
guardar relação com a posição inicial das partes.
Questões Importantes
1 – Assistência
Quando é suprida a manifestação pessoal de vontade dos relativamente
incapazes. O assistente não chega a substituir a vontade da parte, a sua figura não se
confunde com a parte.
2 – Representação
Quando é atribuída a alguém a qualidade de agir em nome de outro,
manifestando a vontade do representado. O representante tem poder para falar em nome
do representado. Mesmo assim o representante não se confunde com a parte, ele fala em
nome dela mas não é parte. Além da representação do advogado existirão outras formas
de representação. A representação pode ser legal ou convencional, a representação legal
é aquela que a lei impõem e a convencional é aquela prevista em lei mas que dá uma
faculdade ao representante de faze-lo. Representação legal, art. 8º, III, dever de
representação do sindicato irrenunciável.
O CPC no seu art. 12 coloca a representação legal da Pessoa Jurídica, essa
representação é irrecusável.
A representação convencional é uma faculdade prevista em lei, art. 513 da CLT
(referência desatualizada), art. 791 jus postulandi (esse artigo se encontra desatualizado,
ex. o estagiário não pode mais postular), art. 843 § 1º figura do preposto e no §2º trata-
se do trabalhador.
Art. 843. Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado,
independentemente do comparecimento de seus representantes, salvo nos casos de
Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se
representar pelo Sindicato de sua categoria.
§ 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto
que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o preponente.
§ 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for
possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro
empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu Sindicato.
No §2º se o trabalhador escolher o sindicato esse tem o dever de ir, se ele
escolher outro trabalhador, este tem a faculdade de aceitar. Mas essa representação não
tem aplicação irrestrita, deve ter uma justificativa. Essa representação existe apenas para
evitar os efeitos da ausência do trabalhador em uma audiência. Não existe nenhuma
exigência de que o representante do trabalhador tenha conhecimento dos fatos, ao
contrário do preposto do empregador. Aqui também não fica estabelecido que o
representante obriga o representado. Assim a característica meramente para evitar os
efeitos da ausência do trabalhador.
No §1º coloca-se a necessidade de que o preposto tenha que ser
obrigatoriamente empregado é um entendimento jurisprudencial, corroborado pelo TST.
O professor acredita que esse argumento é absurdo. Uma vez que a letra da lei não o
exige e segundo que são tantas as exceções que desnatura a própria regra. A lei exige
que o preposto tenha conhecimento dos fatos, uma vez que ele poderá dar depoimento.
3 – Substituição processual
* Capacidade: aptidão para exercer direitos e contrair obrigações. A capacidade
de direito ou de gozo não sofre nenhum tipo de restrição nunca, todos são sujeito de
direito e obrigações. É a forma de exercer direitos e obrigações que sofre restrições.
Capacidade de exercício é a que pode sofrer restrições e é essa capacidade que gera
necessidade de assistência, representação e substituição em uma relação processual.

28 de agosto de 2006

PETIÇÃO INICIAL
Deve existir direito de ação.
- Elementos da Ação
Sujeito
Objeto (pedido)
Causa de Pedir
- Condições da Ação
Legitimidade de ser parte
Possibilidade Jurídica do Pedido
Interesse de pedir
- Pressupostos de Existência do Processo
Partes
Pedido
Jurisdição
- Pressupostos de Validade do Processo
Partes Capazes
Inexistência de Litispendência e Coisa Julgada; Regularidade da Petição
Inicial
Jurisdição Competente, Inexistência de Suspeição e Impedimento, Validade
da Citação
- Classificação das Ações:
O processo do trabalho tem como característica de cumulação de pedidos, de
pretensões. Como é possível a cumulação de pedidos, muitas vezes, não é possível
identificar o tipo de ação. Assim a classificação deve ser feita em relação a cada pedido,
afinal podem existir pedidos de natureza diferente.
- Ações de Conhecimento
Ações de conteúdo declaratório
Ações de conteúdo constitutivo
Ações de conteúdo condenatório
Gera um título executivo judicial.
- Ações de Execução
Compelir a parte contrária a satisfazer a existência de um direito já estabelecido
em um título executivo extra-judicial ou judicial.
- Ações Cautelares
Concessão de uma providência acautelatória de cunho processual.
- Classificação das ações em dicídio coletivo
Para o professor qualquer cláusula de sentença coletiva terá os três aspectos aqui
mencionados.
- Econômica
Aquelas que tem predominantemente conteúdo econômico. Ex: piso salarial
- Jurídica
Interpretam determinada norma, declarando seu conteúdo e como aplica-la.
- Social (parcela minoritária da doutrina)
Clausulas como a que obriga a empresa a manter creches para os seus
empregados.

1 de setembro de 2006

Art. 840. A reclamação poderá ser escrita ou verbal.


§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Jun
ta, ou do Juiz de Direito, a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do
reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a
data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.
§ 2º Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e
assinadas pelo escrivão ou chefes de secretaria, observado, no que couber, o
disposto no parágrafo anterior.
A possibilidade de ação trabalhista na forma verbal não faz parte da realidade
fática do Sul-Sudeste, mas no norte do país é bem freqüente. A reclamação verbal só é
possível porque o direito do trabalho permite o jus postulandi da parte e uma forma dela
exercê-lo é oralmente. É claro que mesmo uma reclamação oral terá de ser poste a termo
pelos funcionários da justiça.
É curioso que no Paraná não existe nem um procedimento padrão para a
reclamação oral, ao ponto que os funcionários orientam a procurar um advogado. Já em
salvador existe uma senha para reclamação oral e um procedimento com funcionários e
estrutura designada. No Pará existe um código de ação para reclamação verbal.
Procedimentos mais elaborados não permitem a forma verbal, pelo menos essa é
a tendência doutrinária e prática.
Em sala trataremos da forma escrita.
Petição Inicial (Forma escrita)
Estrutura
Regra básica art. 840, §1º da CLT e art. 282 do CPC.
Estes artigos determinam a estrutura básica da petição inicial, qualquer que seja
o procedimento.
Art. 840:
Art. 840. A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Jun
ta, ou do Juiz de Direito, a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do
reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a
data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.
- Designação do juiz ou tribunal ao qual é dirigida.
A regra a ser observada aqui é em primeiro lugar da competência material, após
é necessário observar a competência funcional, então é necessário observar a
competência territorial.
- Qualificação das partes
Identificar as partes da melhor forma possível, da forma mais completa possível.
Principalmente o CPF, que hoje é mais importante que o RG. Qualificar a parte
corretamente é muito importante e vários problemas podem advir da má qualificação.
Hoje em dia a JT exige a Carteira de Trabalho, se tiver, e número do PIS.
- Breve descrição dos fatos
O art. 840 não pede que se exponha os fundamentos jurídicos do pedido, isso
devido a complexidade das relações sociais ao tempo em que se compilou a CLT. Hoje
em dia a complexidade dessas relações é muito maior, a diversidade de leis é muito
maior e assim é necessário apontar o fundamento jurídico utilizado, assim mostra-se o
fundamento para o juiz. Dessa forma é prudente apontar a fundamentação jurídica. Este
é o item mais difícil da petição inicial e não é possível ensina-lo em aula, dada a
diversidade e complexidade que esse item pode ter. Muito importante lembrar que a
exposição deve ser breve, quando se expõem mais do que o necessário se facilita a vida
do adversário e quando se expõem menos temos a inépcia da petição.
- Pedidos
O professor Humberto Theodoro Júnior coloca o pedido como o núcleo da
petição inicial. Toda a petição é feito para se chegar ao pedido.
O prof. Sérgio Martins coloca os pedidos como: certo (específico quanto a título,
quantidade e valor); determinado (há título e quantidade, mas não em valor); genérico
(é especifico apenas em relação ao título).
Pedido alternativo e pedido sucessivo, uma das confusões mais constantes entre
advogados e juízes. Pedido alternativo é aquele que pode ser cumprido de várias formas
e não interessa qual para o autor
Pedido simples, se esgota em uma pretensão, pedidos cumulativos são várias
prestações que ocorrem em uma mesma ação.
Pedido acessório é aquele que só se torna possível caso seja atendido o pedido
principal.
- Data e assinatura
Esse requisito visa evitar ações apócrifas, e responsabilização do processo.
‘ Art. 282:
Art. 282. A petição inicial indicará:
I – o juiz ou tribunal, a que é dirigida;
II – os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do
réu;
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV – o pedido, com as suas especificações;
V – o valor da causa;
VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII – o requerimento para a citação do réu.
O CPC é utilizado caso a CLT seja omissa, na petição inicial não há omissão na
CLT. Porém é preciso lembrar que a CLT é de 1943 e não contempla todas as
possibilidades hoje existentes. O art. 840 hoje não é mais completo.
Até o inciso IV não há divergência entre CPC e CLT, a partir daí há diferenças.
Uma diferença é que o CPC não exige que a petição seja datada e assinada.
Por tudo isso é que se combinam o CPC e a CLT. Se os três item presentes no
CPC não estiverem na petição não se implica em erro grave.
Para o professor é absolutamente necessário o valor da causa, embora a CLT não
exija, por vários motivos. Para fixar custas processuais, a lei 5584/70 obriga o juiz a
fixar valor caso a parte não o faça. A citada lei também instituiu as ação de alçada
exclusiva das varas do trabalho, com valor de até 2 salários mínimos, não há duplo grau
de jurisdição para esses casos, exceto em matéria constitucional.
A CLT não exige que se peça a citação do réu, afinal é óbvio que ao ajjuizar uma
ação se espera a citação do réu. Na CLT está previsto que uma cópia do pedido será
entregue ao reclamado juntamente com a notificação então a citação torna-se um
requisito legal.
Art. 841. Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou chefes de secretaria,
dentro de quarenta e oito horas, re meterá a segunda via da petição, ou do termo,
ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiên cia de
julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de cinco dias.
§ 1º A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar
embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edi
tal, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou, na falta,
afixado na sede da Junta ou Juízo.

Inépcia e modificação do pedido:


A CLT não trata em momento algum devido as características da JT, mas se
aplicam as previsões do cpc art.295.
É muito comum a existência de pedidos cumulativos, se um deles for inepto se
extingue apenas o inepto os outros continuam a se desenrolar.
Art. 264 do CPC estabelece a regra sobre a modificação de pedido, assim como
o art. 294. Existe uma possibilidade de correção depois da citação, construção
doutrinária, que diz sobre a possibilidade de correção de erro material. Em qualquer
hipótese o réu deve ter ciência e oportunidade para se manifestar.

Distribuição e citação:
A distribuição será necessária sempre que houver mais de um órgão competente
para a determinada ação, essa regra vale mesmo para órgãos de 2ª instância e superiores.
O critério deve ser imparcial, equilibrado em volume de ações para cada juízo e impedir
o foro de eleição. O ato da distribuição marca o inicio da prestação jurisdicional,
tornando o juízo prevento, induz litispendência e interrompe a prescrição. Isso porque
provavelmente o juiz só colocara os olhos no processo na audiência.
A CLT usa indistintamente o termo notificação devido a sua origem
administrativa. Quando a CLT quer dizer citação, intimação ou notificação ela usa
notificação. O conceito de citação é do art. 213 do CPC
Art. 213. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de
se defender.
Art. 234. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do
processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.
O termo notificação é o termo mais genérico de todos e pode ocorrer mesmo
extrajudicialmente. Significa dar ciência a alguém.
A citação ocorre administrativamente na JT.
Art. 841. Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou chefes de secretaria,
dentro de quarenta e oito horas, re meterá a segunda via da petição, ou do termo,
ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiên cia de
julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de cinco dias.
§ 1º A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar
embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edi
tal, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou, na falta,
afixado na sede da Junta ou Juízo.
A lei não impõe a tentativa de se citar por oficial de justiça, se não for possível
por correio pode-se citar desde logo por edital. A lei também não proíbe, por isso, a
título de cautela muitos juízas preferem usar o oficial de justiça.
Art. 880. O Juiz ou Presidente do Tribunal, requerida a execução, mandará expedir
mandado de citação do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no
prazo, pelo modo e sob as cominações estabelecidas, ou, em se tratando de
pagamento em dinheiro, incluídas as contribuições sociais devidas ao INSS, para
que pague em quarenta e oito horas, ou garanta a execução, sob pena de penhora.
_ Caput com a redação dada pela Lei nº 10.035, de 25-10-2000.
§ 1º O mandado de citação deverá conter a decisão exeqüenda ou o termo de
acordo não cumprido.
§ 2º A citação será feita pelos oficiais de justiça.
§ 3º Se o executado, procurado por duas vezes no espaço de quarenta e oito horas,
não for encontrado, far-se-á citação por edital, publicado no jornal oficial ou, na
falta deste, afixado na sede da Junta ou Juízo, durante cinco dias.
Alguns procedimentos especiais tem meios diferentes de citação por isso é bom
verificar se não há uma regra especial.

Data: 02/09/06

Modificação do pedido

Art 264 CPC. pode modificar o pedido sem o consentimento do réu. Depois da
citação não pode mais alterar sem o consentimento do réu. O art 294 diz que antes da
citação o autor poderá aditar o pedido.
Admite-se alteração da petição inicial para corrigir erro material (erros de
digitação. Não influenciam no conteúdo da petição). Nesse caso não precisa
concordância, porém precisa informar o réu.
Em qualquer uma das hipóteses, ocorrendo qualquer modificação, o réu precisa
ser informado delas, e ter oportunidade de se pronunciar sobre ela, em razão do
contraditório e a ampla defesa.

Distribuição e Citação

A distribuição é um ato necessário nas localidades onde existem mais de um


órgão jurisdicional competente (territorialmente, materialmente, funcionalmente). Tem
o objetivo de garantir uma distribuição equilibrada de trabalho entre os órgãos
jurisdicionais, e para que a parte não eleja foro.
Para as ações novas, o ato da distribuição já representa o início da prestação
jurisdicional. É nesse momento que já se torna prevento o juízo, já é suficiente para
induzir litispendência e já é suficiente para interromper a prescrição.
No processo civil só passa a valer com a citação válida, porém existindo essa
citação válida, ela retroage até o momento inicial de propositura da ação.
A CLT não faz distinção entre citação e intimação, utiliza notificação para todos
os casos (ex: art 841 sendo utilizada como citação).
Art 213 do CPC traz o conceito de citação. Dar ciência para o réu que existe uma
ação contra ele, chamando ele a juízo para se defender.
Art 234 do CPC traz o conceito de intimação. Dar ciência a alguém de atos ou
termos do processo para que faça ou deixa de fazer alguma coisa.
A notificação é o termo mais genérico dos três, podendo até mesmo ser
extrajudicial. Genericamente significa dar ciência de algo a alguém.
No processo do trabalho, como regra geral, a citação é feita preferencialmente
pelo correio com aviso de recebimento (art 841, parágrafo 1 o). Em outro caso, não
podendo a pelo correio, autoriza a citação por edital, não trazendo a citação por oficial
de justiça. Por cautela os juizes têm determinado a tentativa da citação pessoal, através
do oficial de justiça. Já no caso do processo de execução a citação será sempre por
oficial de justiça (art 880, parágrafo 2o). Para ação rescisória segue-se a regra do CPC.

Data: 04/09/06

Audiências

Tem a finalidade de ouvir o que as partes têm a dizer. Também serve para as
partes ouvirem o que o juiz tem para dizer.
Grande parte dos atos processual do trabalho deve ocorrer nas audiências
(sentença). Isso leva uma característica de oralidade. Exige um bom preparo técnico em
razão de as atos ocorrerem rapidamente.
Em regra as audiências, com exceções de alguns casos onde as circunstâncias
determinam restrições na publicidade ( art 5o, LX CF e art 770 CLT).
O horário de realização é das 8h as 18h, somente de segunda a sexta-feira. As
audiências não podem começar depois das 18h, mas uma vez começada antes desse
horário pode se estender até o seu término. Recomenda-se que em todos os casos não
tenha duração maior que cinco horas consecutivas. Porém, depois de iniciada a prova
oral, preferencialmente, deveria ser ouvida toda no mesmo dia. Cabe a possibilidade de
ouvir separadamente os depoimentos das partes e as testemunhas.

Características

Concentração dos Atos: a maioria dos atos deve ser realizado na audiência. A
CLT traz a audiência uma, englobando todos os atos entre a contestação e a sentença.
Imediatidade do Juízo: o juiz deve resolver qualquer incidente imediatamente
em própria audiência. A resposta do juízo ao incidente criado pela parte é imediata.
Irrecorribilidade Autônoma das Decisões Interlocutórias: as decisões
interlocutórias no processo do trabalho são irrecoríveis de imediato, podendo a parte
voltar ao tema da decisão interlocutória juntamente com o recurso que couber da
decisão principal.
Continuidade: a audiência é um ato único. É um ato contínuo que pode ser
interrompido e retomado posteriormente. Embora seja um ato único, pode ser
fracionada.

Seqüência de atos

Toda audiência tem a característica de ser essencialmente oral. Todos esses atos
praticados oralmente devem ser reduzidos a termo. São registrado fielmente na ata de
audiência.
Na ata, primeiramente deve ser feito o cabeçalho (dia, hora, local, juiz, n° do
processo).
Depois precisa ser feito o registro da presença das partes, dizendo quem é o
representante.
Feito isso, deve ser realizada a tentativa de conciliação (é obrigatória art 846 e
847 CLT).
Depois vem a contestação (verbal - 20 min - ou escrita). Nesse momento deve
trazer junto as provas documentais, e se manifestar sob as provas documentais do autor.
Tendo o réu se manifestado sobre as provas do autor, para garantir o
contraditório deve ser dada a oportunidade para o autor se manifestar sobre as provas do
réu.
Se for o caso, vem o momento da perícia (art 457, I, CPC).
Depois a prova oral (depoimentos do autor, réu e testemunhas (do autor e do
réu), necessariamente nessa ordem).
Posteriormente aparecem as razões finais (10 min para cada parte, Art 85o CLT)
Mais uma vez exige-se a tentativa de conciliação (é obrigatória, art 850 CLT)
Por fim aparece a sentença.
Pode-se fracionar a realização desses atos, podendo ocorre: após a contestação,
chamada de audiência inicial, devendo o juiz adotar providência com relação a
continuidade da audiência e a possibilidade de manifestação do autor sobre as provas do
réu por petição (fixar prazo, pois a lei não fixa), se houver necessidade de perícia pode
também acrescentar providências com relação a esta; após a última tentativa de acordo,
chamada de instrução, englobando a prova oral e as razões finais, precisa fazer todo o
cabeçalho e registro de presença novamente; como última etapa do fracionamento
ficaria somente a publicação da sentença. O juiz também poderia fracionar antes das
razões finais, para permitir que fossem feitas por escrito, tendo que, para tanto,
antecipar a tentativa de conciliação. Também no final da instrução terá que tomar
diversas providências com relação a seqüência de publicação de sentença.
A perícia deve ocorrer antes da produção de prova oral, para que caso o perito
precise depor aproveite essa oitiva. No Paraná tem sido ao contrário, pois o depoimento
das partes é que têm trazido a necessidade do trabalho do perito.

11 de setembro de 2006

Continuação da aula sobre audiências

Ausência das partes


No processo civil há audiências que não precindem da presença da parte. Já no
processo do trabalho é exigida a presença da parte, no mínimo até que ela preste
depoimento. Após isso o juiz pode dispensar a presença da parte.
A ausência da parte autora na audiência inicial provoca o arquivamento do
processo, art 844 da CLT. A ausência do réu na audiência una, ou inicial, provoca a
revelia; não há prazo para a apresentar a contestação, existe sim um momento certo que
é o da audiência una. Não há prazo para a contestação existe um prazo mínimo mas não
máximo. Além disso a lei exige a presença da parte na audiência.
A ausência da parte na audiência de instrução gera a confissão ficta,
independentemente da parte que se ausenta.
Ausência da parte autora na audiência inicial. Se for empresa pode ser
representada por preposto, se for trabalhador pode ser representada pelo sindicato ou
pro colega de profissão.
A Revelia, embora em alguns aspectos se confunda com confissão ficta não são
a mesma coisa. Um dos efeitos da Revelia é a confissão ficta, a revelia é ausência de
contestação e confissão ficta é a falta de depoimento. Nenhum desses institutos é
absoluto, não alcançam matéria de direito, como não atingem matérias que a lei exija
prova específica, casos da periculosidade e insalubridade.
É comum encontrar na doutrina que o revel perde o direito de produzir provas. O
art. 322 diz que o revel pode intervir no processo a qualquer momento, recebendo-o
como estiver. O revel pode perder a oportunidade de produzir provas, mas se as tiver
novamente ele pode produzir provas.
O atraso da parte na audiência é marcado por uma diversidade de possibilidades,
a matéria permite isso; afinal há diversas etapas na audiência e a parte pode chegar em
diversos momentos.
Presenças:
1. Presenças – ausente o autor arquiva-se os autos, essa é a providência correta. Se
o réu estiver ausente e seu advogado também há revelia.
2. Tentativa de Conciliação
3. Contestação
4. Manifestação do autor
5. Depoimentos
a. Autor, se o réu aparecer antes do depoimento do autor pode participar
plenamente deste.
b. Réu
c. Testemunha
6. Razões Finais, se o réu aparecer após esse momento o juiz deve incluir isso na
ata de audiência, ao tempo apenas de apresentar proposta de acordo. Alguns
juizes não permitem a participação do réu, o que o professor descorda.
7. Conciliação
8. Sentença

15 de setembro de 2006

Conciliação
A conciliação é privilegiada no processo do trabalho, chegando a ser um
imperativo legal. A conciliação pode ser realizada a qualquer momento e intentados por
qualquer das partes ou pelo juiz. Existe um dito: “É melhor um mau acordo do que uma
boa demanda”. A solução por sentença no mínimo desagrada uma das partes e na
solução por acordo, mesmo que a parte não goste, ela é consensual, ou seja, a parte
anuiu.
Condições para o acordo
Não há imposição legal, as regras decorrem do direito.
O acordo não pode ter disposições contrarias a lei.
Disposição semelhante a um contrato o acordo se assemelha muito a um
contrato.
Como se trata de um acordo judicial deve-se pressupor que existe uma ação
judicial, assim o acordo deve guardar coerência com aquilo que foi pedido na ação
originária. Caso haja divergência pode ocorrer prejuízo a terceiro.
Assim o acordo não pode causar prejuízo à terceiro.
Observando-se essas condições provavelmente não há nenhum outro obstáculo
ao acordo.
Existia um entendimento de que manifestações bilaterais tinham efeito imediato
até 1999, quando a JT ganhou competência para zelar pelas contribuições devidas ao
INSS. Por isso hoje o juiz é obrigado a se manifestar sobre as condições do acordo, nem
que seja apenas para se manifestar sobre as contribuições previdenciárias, nas causas
que as comportam. O ato de homologar o acordo ou não é a sentença, que é irrecorrível
para as partes. Se o juiz não homologar e der seguimento ao processo as partes podem
voltar a discutir esse questão no recurso da decisão que põem fim ao procedimento.
Assim a decisão que homologa o acordo é irrecorrível para as partes, a final seria
ilógico recorrer de uma coisa intentada pela própria parte. A decisão é irrecorrível para
as partes, eventuais terceiros interessados e afetados podem recorrer.
Art. 831. A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta
de conciliação.
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá co mo
decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que
lhe forem devidas.
Obrigatoriamente, havendo acordo, deve existir discriminação das parcelas
pagas. Sob pena de se considerar o valor integral parcela salarial.
Acordo judicial homologado é sentença, assim é título executivo judicial. Dessa
forma qualquer intenção da parte para desconstituir o acordo a única possibilidade da
parte é uma ação rescisória. O acordo é sentença e transita me julgado no momento em
que é proferida.

Resposta do Réu
Instrumento para se opor às pretensões do autor, não importa o nome dado. Usa-
se o termo resposta do réu porque este não precisa necessariamente se opor. Ocorre por
exemplo no pagamento de parcelas incontroversas.
Como regra geral não há prazo para apresentar a contestação, há um momento
próprio que é a audiência. Há procedimentos onde isso não se aplica. Deve-se atentar
para o fato de existir um prazo mínimo de cinco dias entre citação e audiência. A
resposta pode ser oral por vinte minutos e as provas devem ser apresentados nesse
momento.
O Réu deve apresentar todos os argumentos de defesa nesse momento, princípio
da eventualidade art.300 do CPC. Todos os argumentos de defesa, mesmo que em
relação a uma mesmo tópico, devem ser apresentados em um mesmo momento.
Art. 297. O réu poderá oferecer, no prazo de quinze dias, em petição escrita,
dirigida ao juiz da causa, contestação, exceção e reconvenção.
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar:
_ Art. 327 deste Código.
I – inexistência ou nulidade da citação;
II – incompetência absoluta;
_ Arts. 112 e 307 a 311 deste Código.
III – inépcia da petição inicial;
IV – perempção;
V – litispendência;
VI – coisa julgada;
_ Art. 5º, XXXVI, da CF.
VII – conexão;
_ Arts. 90, 103, 105, 106 e 253, I, deste Código.
VIII – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
IX – convenção de arbitragem;
_ Inciso IX com a redação dada pela Lei nº 9.307, de 23-9-1996.
X – carência de ação;
XI – falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar.
_ Súm. nº 237 do STF.
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação
anteriormente ajuizada.
_ Art. 90 deste Código.
§ 2º Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma
causa de pedir e o mesmo pedido.
§ 3º Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso; há coisa
julgada, quando se repete ação que já foi decidida por
sentença, de que não caiba recurso.
_ Art. 219 deste Código.
§ 4º Com exceção do compromisso arbitral, o juiz conhecerá de ofício da
matéria enumerada neste artigo.
_ Art. 86 deste Código.
_ Lei nº 9.307, de 23-9-1996 (Lei da Arbitragem).

18 de setembro de 2006

Respostas do réu:
- Defesa indireta processual
> Impugnação ao valor da causa
A lei 5584/70 estabeleceu que a ação trabalhista não poderia tramitar se valor
fixado a ela. Isso para no mínimo estabelecer se a ação é ou não de alçada exclusiva de
uma vara do trabalho. Esse valor deve, em tese, ser proporcional ao que foi postulado;
na prática não ocorre assim. Pode-se impugnar o valor da causa para definir a
possibilidade do duplo grau de jurisdição, mais de dois salários mínimos. O valor da
causa também define o rito a ser seguido, abaixo de 40 salários mínimos o rito é
sumaríssimo e acima é ordinário. Geralmente os advogados não usam valor da causa
muito alto para evitar o pagamento de custas, por isso aumenta-lo é uma maneira de se
defender gerando custos para recorrer em caso de improcedência.
> Exceções
São possíveis, com suspensão do processo, as exceções de suspeição e
incompetência em razão do lugar; sendo apresentadas em peças separadas. Assim em
primeiro momento não é necessário apresentar a contestação, afinal o processo resta
suspenso.
Como essas matérias são consideradas de defesa também se deve apresentar
essas peças em audiência, momento da apresentação da contestação. As duas peças
devem ser apresentadas juntas, afinal o juiz pode julgar a exceção de incompetência na
audiência.
Tanto a impugnação ao valor, quanto as exceções podem ser feitas oralmente;
mas dentro dos vinte minutos da contestação, não há tempo adicional.
A exceção de suspeição da CLT guarda as feições da época, antes do CPC de 73,
onde são misturados os institutos de suspeição e impedimento. Assim as razões de
suspeição seguem o art. 801 da CLT e no impedimento segue-se o CPC.
Art. 801. O juiz, presidente ou Juiz classista, é obrigado a dar-se por suspeito,
e pode ser recusado, por algum dos seguintes motivos, em relação à pessoa
dos litigantes:
a) inimizade pessoal;
b) ................amizade íntima;
c) parentesco por consangüinidade ou afinidade até o terceiro grau civil;
d) interesse particular na causa.
Parágrafo único. Se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja
consentido na pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção de suspeição,
salvo sobrevindo novo motivo. A suspeição não será também admitida, se do
processo constar que o recusante deixou de alegá-la ante rior mente, quando já
a conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou o juiz recusado ou,

Aqui deve ser observado o princípios da irrecorribilidade das decisões


interlocutórias do processo. A sentença nas exceções são decisões interlocutórias. A
decisão aqui proferida será analisada como matéria recursal ao final do processo em
primeiro grau.
> Preliminares
São matérias de cunho processual que impedem o exame do mérito.
Como preliminar devem ser argüidas todas as matérias previstas no CPC, art.
301.
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar:
_ Art. 327 deste Código.
I – inexistência ou nulidade da citação;
II – incompetência absoluta;
_ Arts. 112 e 307 a 311 deste Código.
III – inépcia da petição inicial;
IV – perempção;
V – litispendência;
VI – coisa julgada;
_ Art. 5º, XXXVI, da CF.
VII – conexão;
_ Arts. 90, 103, 105, 106 e 253, I, deste Código.
VIII – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
IX – convenção de arbitragem;
_ Inciso IX com a redação dada pela Lei nº 9.307, de 23-9-1996.
X – carência de ação;
XI – falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar.
_ Súm. nº 237 do STF.
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação
anteriormente ajuizada.
_ Art. 90 deste Código.
§ 2º Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma
causa de pedir e o mesmo pedido.
§ 3º Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso; há coisa
julgada, quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não
caiba recurso.
_ Art. 219 deste Código.
§ 4º Com exceção do compromisso arbitral, o juiz conhecerá de ofício da
matéria enumerada neste artigo.
_ Art. 86 deste Código.
Pelo menos em relação a dicídios coletivos é possível a arbitragem, os acordos
fixados em câmaras de conciliação prévia tem natureza privada semelhante a
arbitragem. As novas matérias da JT podem ser sujeitas a arbitragem.
A falta de caução é inaplicável no processo do trabalho, porque isso não existe
com caráter obrigatório no Processo do Trabalho. Mesmo na ação rescisória a CLT
excepciona a caução.
- Defesa indireta de mérito
Argumento de defesa que atinge o mérito, mas pro razão lógica a análise dessa
matéria deve preceder a apreciação especifica de fatos e de direito.
As duas modalidades são prescrição e decadência, tratadas como prejudiciais de
mérito. Caso o juiz acolha a prescrição e decadência a extinção do processo ocorre com
julgamento de mérito, art. 269 do CPC.
A doutrina ainda fala em Compensação ou Retenção. Ambas estão no art. 767 da
CLT. Para o professor as duas coisas são sinônimas. A compensação é inclusa como
defesa indireta porque trata do mérito sem entrar na análise de fato e direito, mas
diferente da prescrição e decadência deve ser analisada depois de fatos e direitos. Afinal
a compensação trata da possibilidade do réu compensar dividas do autor em relação ao
réu, na hipótese de existir créditos do réu em relação ao autor. A compensação deve
ocorrer sempre em parcelas de idêntica natureza.
- Defesa de mérito
É onde o réu vai tratar especificamente dos fatos e do direito invocados na
petição inicial. A defesa de mérito deve rebater tudo aquilo que desejar, devido ao
principio da eventualidade o réu poderia deixar precluir aquilo que não alegar.
- Reconvenção
Foi incluída como matéria de defesa no art. 297 do CPC. Apesar disso a
reconvenção tem muito mais características de ação do que defesa. Embora não seja
tratada na CLT é perfeitamente aplicável, sem nenhuma resalva da doutrina e da
jurisprudência. Deve ser apresentada em audiência e uma vez apresentada a ação e
reconvenção tramitarão simultaneamente no mesmo processo. Havendo uma só
audiência e sentença, assim como recurso.
Só há uma diferença, a estrutura de uma reconvenção deve ser a de uma petição
inicial. Como há necessidade da presença do autor na audiência esse será citado na
mesma e terá prazo para apresentar a contestação à reconvenção.
Se o autor desistir da ação a reconvenção segue o curso normal, sendo ação
autônoma e própria.
É necessário se distinguir a reconvenção da contestação.

22 de setembro de 2006

Provas
Serve para formar a convicção do juiz sobre a existência ou não de fatos
relevantes ao processo. Chiovenda.

Princípios
- Necessidade da prova: a prova não é um capricho para o processo, ela é
necessária. Para que o juiz possa concluir algo, sendo que a simples alegação da parte
não é suficiente para gerar algum grau de certeza. A alegação da parte é viciada pelo seu
interesse.
- Unidade da prova: Embora existam diversos meios de prova o ideal é que o
juiz análise a prova como um conjunto único e não como meios individuais. Todas as
provas devem ser analisadas e comparadas entre si.
- Lealdade da prova: as partes devem colaborar para a prova ser produzida sem
vícios e sem distorções
- Contraditório: determina que a toda prova produzida pela parte deve
corresponder um direito da outra parte de ter conhecimento desse prova, poder
manifestar-se sobre ela e até produzir contra-prova.
- Igualdade de oportunidades: o juiz deve zelar para que todas ao partes tenham
igual oportunidade para produzir provas. O juiz oportuniza a produção, se a parte irá
aproveitar a oportunidade é outro assunto.
- Princípio da oportunidade: determina que a prova deve ser produzida no
momento processual específico que a lei prevê para ela.
- Legalidade
- Imediação
- Obrigatoriedade

25 de setembro de 2006

Continuação sobre provas

- Só fatos dependem de prova


A exceção aqui é quando o direito depende de prova.
A parte é obrigada a fazer prova do direito sempre que a legislação que estiver
amparando o direito for diferente de legislação federal. Assim a parte deve provar a
existência, a vigência e o conteúdo.
Assim é necessário provar leis Estaduais e Municipais, acordos e convenções
coletivas, sentenças normativas, direito estrangeiro, regulamento interno da empresa,
contrato
- Todos os fatos dependem de prova
A exceção aqui são os fatos que não dependem de prova.
Um desses casos são os fatos notórios, a dificuldade é definir o que é fato
notório. O fato notório seria aquele que todos os cidadãos comuns saibam. Tem que ser
um fato plausível e que um cidadão nas três instancias na justiça do trabalho tenha
conhecimento.
Outro exemplo de fato que não depende de prova é aquele incontroverso, ou seja
fatos afirmados por uma parte e não negados ou admitidos pela outra, o fato confessado
também. Com rigor não é correto afirmar que fatos incontroversos não dependem de
prova, pois em todos os casos há confissão que é meio de prova; o fato apenas não
depende de outro meio de prova.
A doutrina também coloca que não dependem de provas os fatos que têm
presunção legal de ocorrência, que novamente são aqueles fatos que são afirmados por
uma parte e não negados por outra.
Meios de provas possíveis:
- Depoimento pessoal: “Declaração prestada pelo autor ou pelo réu perante o juiz sobre
fatos objeto do litígio”. Sérgio Martins. O art. 48 permite a conclusão de que o
depoimento das partes tem natureza de interrogatório. O interrogatório seria privativa
do juiz que o faz se quiser, a parte não tem o direito de requerer o depoimento. O art.
820 garante que ao partes podem ser inquiridas umas pelas outras, depois de terminado
o interrogatório pelo juiz. É um meio de prova disponível às partes.
O art. 452, II do CPC garante que primeiro irá depor o autor e depois o réu.
Normalmente os advogados das partes não perguntam a seus patrocinados.
Quem ainda não depôs não pode assistir o depoimento da outra parte, a parte não
pode se utilizar de escritos previamente preparados. A parte pode consultar notas breves
para complementar as suas declarações (art. 346 do CPC).
A recusa pode ser pautada no art. 347, que garante sigilo profissional.
A parte que não puder se expressar por não falar português ou outro motivo será
auxiliada por interprete, pago pela parte interessada, art. 819 da CLT.
Confissão esta presente no art. 348 do CPC.
A confissão de um dos litisconsortes não afeta aos demais art. 350 e 320 do
CPC.
A confissão pode ser judicial ou extrajudicial, ficta ou real. A prática manda que
a confissão extrajudicial deve ser analisada sempre com cautela. A confissão judicial
ocorre por ação ou omissão da parte. A confissão ficta ocorre da recusa em depor arts.
343, §§ 1º e 2º e 345. A confissão real é a manifestação expressa da parte no sentido de
admitir ou negar um fato. A confissão ficta e real tem efeitos diferentes no processo, a
ficta é elidível por outros meios de prova; já a confissão real é inelidível, eventualmente
ela pode ser elidida por meio de ação rescisória.

16 de outubro de 2006

Prova Testemunhal
O professor Martins considera o pior meio de prova que existe, por ser o mais
inseguro. Mas por vezes se depende dela como o único meio de provar algum fato por
isso não se pode abrir mão dela.
Assim é necessário aprender quais os defeitos da prova testemunhal e assim se
esquivar deles para atingir um melhor resultado com a prova.
O interesse em produzir a prova é sempre de alguém e por isso é necessário se
precaver em relação aos defeitos da prova testemunhal. A testemunha pode estar mal
intencionada.
Muitas vezes também as pessoas não fala a verdade inconscientemente e nesse
caso é ainda pior. Nesse caso a pessoa não tem nenhum freio interno para o que está
falando, afinal considera que esta falando algo correto.
Os art. 829 da CLT e 405 do CPC procuram estabelecer parâmetros para
minimizar os defeitos da prova testemunhal, mas antes desses dispositivos deve-se
prestar atenção aos defeitos da prova testemunhal para evita-los.
Número de testemunhas: como regra geral são três para cada parte. Há
exceções no inquérito para apuração de falta grave (6 testemunhas) e no procedimento
sumaríssimo (duas).
No litisconsorte ativo o conjunto de autores poderá ouvir três testemunhas,
afinal o litisconsórcio ativo é voluntário e não obrigatório, o art. 492 permite a
acumulação de ações mas para isso o art. 492 exige empregador comum e identidade de
matéria (pedido idêntico para todos os autores) assim a testemunha que serve para um
serve para todos. Já no litisconsórcio passivo a situação é diferente é o autor que coloca
os réus nessa situação e limitar as testemunhas seria violar o direito a ampla defesa,
assim cada um dos réus pode ouvir três testemunhas.
A ordem dos depoimentos se encontra nos artigos 824 da CLT e 413 do CPC,
primeiro as testemunhas do autor e depois do réu.
20 de outubro de 2006

Continuação sobre a prova testemunhal.


Depoimento do Informante
Pela regra do art. 405 §4º o impedido ou suspeito poderá ser ouvido se o juiz
considerar estritamente necessário. Mas não será tomado o compromisso legal de dizer
a verdade. Esse depoimento valerá como simples informação e será valorado como o
juiz entender pertinente.
Pessoas impedidas poderão prestar o depoimento sem o compromisso de dizer a
verdade e por isso não incorre em crime de falso testemunho. Esta pessoa é informante
e não testemunha por estar sem o compromisso de dizer a verdade.
Este depoimento ainda que sem o compromisso legal de dizer a verdade é meio
de prova.
O juiz pode chegar a dar mais valor ao depoimento do informante que da
testemunha.
Compromisso da Testemunha
Antes de tomar o depoimento da testemunha ele a deixará ciente da dimensão do
ato por ela praticado. O ato formal é de exigir da testemunha de que ela dirá a verdade.
Deixa-se claro que a testemunha que faltar com a verdade incorrerá em falso
testemunho.
A parte não incorre em falso testemunho porque não presta o compromisso para
tal.
Testemunha referida:
Testemunha referida é aquela que não foi arrolada, convidada ou trazida por
nenhuma das partes, mas seu nome surge em algum momento. Por exemplo um
depoimento. O juiz pode perceber que essa pessoa pode colaborar e pode assim
determinar que essa testemunha venha depor.
Caso essa testemunha venha a depor ela não se insere no número de testemunhas
de cada uma das partes.
O depoimento da testemunha referida é critério de conveniência do juiz de ofício
ou a requerimento da parte. Se for a requerimento ele pode deferir ou não, ao seu
critério. Se não aceitar não está praticando cerceamento de defesa. Se a parte tem tanto
interesse pode arrolá-la.
Acareação
Indeferir acareação não é ilegal e não é cerceamento de defesa.
Acareação é colocar testemunhas frente a frente, cara a cara, e só ocorrem no
momento que são encontradas grandes divergências ente os depoimentos de
testemunhas.
Entre quem pode ser feita a acareação. Existe doutrina e julgados que defendem
a possibilidade de se fazer acareação entre parte e testemunha, informante e testemunha
e informante e parte. E outra linha defende que não faz sentido promover acareação
entre pessoas que tem condição processual diferente, o professor faz parte dessa
corrente.
A acareação tem previsão no art. 418 §2º do CPC, que trata de produção de
prova testemunhal.
Contradita
Prevista no art. 414 §1º do CPC.
Assim a parte pode argüir incapacidade, impedimento ou suspeição; para assim
evitar que a testemunha preste depoimento.
Deferindo a contradita existem dois caminhos, dispensar a testemunha ou ouvi-
la como informante.
É importante contraditar no momento certo. Este momento é depois da
qualificação e antes da advertência e compromisso da testemunha. A partir da
advertência e compromisso a pessoa se torna efetivamente testemunha e o momento
para contraditar passou. É necessário interromper o juiz.
Não deferindo a contradita toma-se o depoimento normalmente e a parte que
teve o pedido indeferindo pode voltar à questão em posterior recurso, afinal trata-se de
decisão interlocutória.
O juiz deverá decidir a contradita e se não for possível instruí-la no momento é
necessário que se interrompa a audiência e marcar a instrução da contradita.
Art. 819 da CLT, hipótese onde o depoimento da testemunha ocorrerá por meio de
interprete.
Aquele que não sabe se expressar em português depõem por meio de interprete e
os custos recaem sobre a parte a quem interessa o depoimento.
Art. 825 da CLT
Para o processo do trabalho não se arrola testemunhas e essas devem ir a
audiência independente de notificação ou intimação. Incumbe a parte levar as
testemunhas.
As que não comparecerem serão intimadas e então poderão incorrer em multa se
não tiverem motivo pertinente. Assim o juiz é obrigado a interromper a audiência, pois
não pode fracionar a prova oral. Isso pode ser um problema pois permite manobras por
parte das partes, muitas vezes com certos abusos.
Muitos juizes tentam coibir abusos salientando que o artigo não será aplicado,
mas isso é contra a lei e não tem valor legal.
Por isso essa é uma regra que gera muita polêmica, afinal o processo pode ficar
parado por até um ano e meio.

Inspeção Judicial
O juiz vai pessoalmente ao local dos fatos para fazer observações de pessoas,
coisas ou praticas. Para questões que não exigem conhecimento técnico. Essa inspeção é
de critério exclusivo do juiz. O juiz pode indeferir, sempre fundamentadamente. A
questão de marcar data depende do objeto da inspeção.

Prova Emprestada
Prova emprestada não tem previsão legal. Criação jurisprudencial.
Conceitualmente a prova emprestada é utilizar em um processo a prova produzida em
outro. O professor acha que o entendimento prudente é que a prova depende de dois
fatores. Que não exista para a prova meio especificado em lei para aquele tipo de prova
e o segundo, que exista concordância de todas as partes envolvidas no processo nesse
sentido.

23 de outubro de 2006

Encerramento da instrução
Após inquirir as partes sobre a necessidade de outras provas a serem produzidas
e não havendo a necessidade de outras provas o juiz declara a instrução encerrada. Por
vezes há audiências designadas exclusivamente para este ato.
Razões Finais
Após encerrada a instrução o juiz abre espaço para as razões finais. Estas são a
última oportunidade para as partes se manifestarem nos autos antes que o juiz profira a
sua sentença.
Este momento existe porque as partes haviam se manifestado nos autos apenas
antes da produção das provas. Essa manifestação ocorrerá antes do conhecimento pleno
dos fatos, da verdade formal, no processo. Nesse momento as partes podem relacionar
as provas produzidas nos autos com o que haviam exposto em suas manifestações
iniciais nos autos e assim explorar as provas produzidas.
As razões finais podem servir para outros tipos de atos processuais. Se, por
exemplo, o juiz indeferir uma prova no encerramento da instrução, o momento para a
parte argüir nulidade é o de Razões Finais. Pode-se também argüir-se a proscrição nesse
momento, afinal ela pode ser argüida até mesmo em recurso ordinário.
As razões finais não são manifestação processual obrigatória, se a parte entender
desnecessário se pronunciar não precisa faze-lo. Não há nenhum tipo de conseqüência
negativa nesse caso, as razões finais são uma faculdade das partes. Não pratica é mais
comum não utilizar que utilizar as razões finais.
Por lei cada parte dispõem de dez minutos para aduzir as suas razões finais, por
vezes os juizes permitem apresentar razões finais por escrito, mas não provisão legal
para isso. Na verdade a previsão é da manifestação oral. A modalidade por escrito é
interessante porque algumas vezes há um grande intervalo de tempo entre as razões
finais e o proferimento da sentença. O juiz permitindo as razões por escrito dará
também uma prazo para apresentar as razões finais.

Nulidades
Muitas pessoas pensam que o momento certo para argüir nulidade são as razões
finais, mas não é. Por vezes podem coincidir esses momentos.
A nulidade é uma sanção ou penalidade, determinada por lei, que priva o ato
processual de seus efeitos normais, devido a alguma inobservância de alguma
formalidade exigida por lei para o ato.
Aqui precisamos lembrar o principio da instrumentalidade das formas (arts. 154
e244 do CPC). A forma é um instrumento de garantir os objetivos de um ato processual,
se o ato atingir seu objetivo pouco importa a forma. Não há nulidade sem prejuízo,
principio que vem do francês; o prejuízo é de ordem processual.
Art. 794 à 798 da CLT, fala sobre nulidades:
Art. 794. Nos processos sujeitos à apre ciação da Justiça do Trabalho só haverá
nulidade quando resultar dos atos in quinados manifesto prejuízo às partes
litigantes.
Art. 795. As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das
partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em
audiência ou nos autos.
§ 1º Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em
incompetência de foro. Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios.
§ 2º O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião,
que se faça remessa do processo, com urgência, à autoridade competente,
fundamentando sua decisão.
Art. 796. A nulidade não será pronunciada:
a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato;
b) quando argüida por quem lhe tiver dado causa.
Art. 797. O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela
se estende.
Art. 798. A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele
dependam ou sejam conseqüência.
O processo do trabalho observa o principio da convalidação, ou seja um ato
irregular, mesmo que traga prejuízo processual as partes será considerado válido caso a
parte interessada não argua a nulidade (art. 795). O momento de argüir a naulidade é o
primeiro momento que a parte tiver de falar nos autos.
Devida as nulidades que ocorrem nas tomadas de depoimento, procedimentos
orais, surgiram os protestos que não tem previsão legal e tem a intenção de evitar a
preclusão da argüição de nulidade. Existem autores que abominam a figura do protesto e
o professor concorda com os autores.
Quando for declarada a nulidade o juiz deve especificar a quais atos ela se
estende. Se determinada prova oral, mesmo posterior a perícia com nulidade não tiver
nenhuma relação com ela, não será declarada nula a prova oral. Assim só se declaram
nulos os atos posteriores que dependem do ato nulo (arts. 797 e 798 da CLT).

Sentença
A sentença é a peça mais importante do processo. Segundo Sérgio Martins.
Efetivamente é a peça mais importante, ali o juiz entrega a prestação
jurisdicional. Alguns autores alegam que petição inicial e contestação são os projetos de
sentença das partes, tudo que ocorre no processo visa dar argumentos para o juiz
proferir a sentença.
O art. 162 do CPC trás uma definição de sentença como ato que põem fim ao
processo, decidindo o mérito da causa. Assim a sentença é a afirmação da vontade da
lei, através do juiz, aplicada ao caso concreto.
Alguns autores dizem que a sentença ideal é clara, precisa e concisa; o professor
concorda. O juiz não deve remeter as partes a uma interpretação.
Objetivamente o art. 162 fala sobre decisões que é gênero do qual as sentenças
são espécie. O art. 162 define o que é sentença em seu §1º, no §2º se define decisão
interlocutória e no §3º define-se o que é despacho. Com essa disposição a doutrina
classifica as decisões em despacho (atos de encaminhamento), decisões interlocutórias
(decidem questões incidentais sem por fim ao processo), sentença (põem fim ao
processo). As definitivas tem julgamento de mérito e as terminativas não tem o
julgamento do mérito.

27 de outubro de 2006

Continuação sobre sentenças:


Classificação de sentenças quanto aos seus efeitos:
- Declaratórios
Essas sentenças retroagem à data dos fatos, assim elas tem efeitos Ex Tunc.
- Constitutivo
Estas valem da data da sentença para frente, efeito Ex Nunc
- Condenatório
Remete-se às aulas sobre pedidos presentes na inicial, os efeitos das sentenças
remetem aos pedidos.

Estrutura da Sentença:
- Relatório:
Resumo dos principais acontecimentos do processo, serve para o próprio juiz se
orientar no momento de julgar, demonstrar que o juiz leu o processo, forma de o juiz dar
à sociedade um satisfação sobre as suas atividades e servir de orientação para as
instâncias superiores caso haja recurso.
- Fundamentação:
Necessidade de o Juiz expor os motivos que levaram à sua sentença, analisando
os argumentos das partes e os fatos do processo. A necessidade de clareza e objetividade
é particularmente importante.
- Dispositivo:
Apresenta-se de forma sucinta e resumida as suas conclusões deferindo ou não
deferindo os pleitos das partes e de terceiros realizados no processo. Deve ainda conter
providências ou comandos que não precisam necessariamente ter sido apreciados na
fundamentação, Ex: juros e correção monetária, que tem previsão legal.
Tratar da forma de liquidação, é permitido à parte autora formular pedidos
ilíquidos. A sentença é título executivo e para executa-lo ele tem que ser líquido e certo.
Essa liquidação pode ser feita de três modos: calculo simples, artigos e arbitramento.
Também é necessário fixar quem é o responsável por pagar as custas
processuais. As custas são sempre 2% e assim é necessário saber o valor líquido da
sentença.

Publicação de sentença
No processo do trabalho a publicação da sentença ocorre em audiência. Ou ao
final da audiência de instrução ou em uma audiência exclusiva para publicar a sentença.
Essa é a sistemática adotada pela CLT. Por isso a sentença vem impressa na forma de
ata de audiência.
Essa sistemática gera o fato de estando as partes cientes da data de publicação e
a sentença for publicada o juiz simplesmente à anexa aos autos e não há intimação ou
notificação de qualquer tipo. Os prazo começam a correr da data marcada.
As intimações são feitas se não houver data marcada, não for publicada na data
ou seja antecipada.
Há obrigatoriedade de se intimar o réu revel da sentença, o Prof. Martins acha
que isso não deveria ser obrigatório. Essa é uma opinião isolada e não é válida na nossa
disciplina. A jurisprudência que acompanha esse posicionamento é insignificante.

Procedimento Sumaríssimo (Quadro distribuído pelo Professor):


O quadro não é absoluto e sim com características predominantes
O procedimento sumaríssimo é igual ao ordinário a não ser nas modificações do
quadro, isso para que seja mais rápido. Se a regra não estiver nos artigos da lei que
institui vale a regra do ordinário.

30 de outubro de 2006

RECURSOS

Introdução
As pessoas não são isentas de falhas, inclusive os juizes. Por isso o sistema
prevê a existência de remédios processuais impugnativos, dentre eles os recursos; sua
forma mais evidente. Existem outros meios além dos recursos.
Na doutrina há a discussão sobre a idéia dos embargos de execução ser ou não
um recurso. A ação rescisória não é um recurso mas serve para modificar uma decisão.
Por isso o termo remédio processual impugnativo é mais abrangente do que o termo
recurso.
Assim na seqüência do programa vamos tratar de remédios processuais
impugnativos. Excluindo-se a ação recisória.
No livro de Sérgio Martins há menção aos fundamentos dos recursos citando
Luiz Carlos Portela, nessas duas obras encontraremos uma sistematização dos remédios
processuais em seus fundamentos:
- Jurídicos
+ Erro, ignorância e má fé; as decisões são humanas e carregadas dos
problemas inerentes ao ser humano. A má fé não é comum, mas sua mera possibilidade
já justifica a existência dos recursos. Ainda podemos encontrar os erros e o juiz pode
desconhecer de algo pertinente à decisão.
+ Oportunidade de reexame da decisão por juizes mais experientes
ou mais capacitados: Os juizes que atuam nas instâncias recursais foram promovidos
das varas trabalhistas, assim os recursos vão ser julgados por juizes mais experientes e
capacitados. Afinal para ser promovido é necessário antiguidade e competência
comprovada.
+ Uniformização da interpretação da lei: No Paraná temos uns 170
juízes, assim em função de um único dispositivo legal temos a possibilidade de termos
mais de uma centena de interpretações diferentes, apenas no Paraná. A partir do
momento que as pessoas começam a recorrer das decisões reduzimos essas
possibilidades de interpretação, no TRT, para nove. Até que uma decisão possa se tornar
uma sumula e se torne uma interpretação oficial.
- Psicológicos
+ Inconformismo: Tendência do ser humano de não se conformar com o
que não lhe é favorável. Qualquer acontecimento que não nos é favorável tende a gerar
inconformismo em nós, mesmo em pareceres médicos e etc. Embora o vencido em uma
disputa judicial tende a não se conformar nunca.
+ Possibilidade de se corrigir um julgamento injusto: A decisão pode
não ser a mais justa e conforta a personalidade humana saber que há para quem se
recorrer.
- Duplo Grau de Jurisdição, há uma certa freqüência em se assumir isso com
uma garantia constitucional, mas não é. É sim uma maneira infraconstitucional de se
garantir a ampla defesa, legislação infraconstitucional. O certo é ainda tratar de
pluralidade de graus de jurisdição e não de duplo grau de jurisdição.

O professor entende que essa divisão de fundamentos não é a melhor, o


professor entende que os dois primeiros subitens se enquadram melhor como
fundamentos psicológicos do que jurídicos.

Características dos Recursos:


- Vigência imediata da lei nova: legislação processual entra em vigor
imediatamente, inclusive em processos em curso. A legislação a ser aplicada a cerca de
recursos é aquela vigente na data do inicio do prazo para recurso.
- Uni recorribilidade: a cada decisão a parte poderá se utilizar de apenas um
recurso por vez. Muito embora a parte tenha mais de uma oportunidade de recorrer, as
vezes, a parte só pode usar um recurso. O Prof. Sérgio Martins entende que caso a parte
use dois recursos o juiz deve intimar a parte para ela dizer qual recurso ela quer que seja
processado; esse entendimento é outro onde Sérgio Martins se encontra isolado. Afinal
o princípio que rege a uni recorribilidade é o da preclusão consumativa. Existe uma
única exceção a esse principio e que envolve a utilização dos embargos de declaração;
uma parte apresenta ED e outra R. Ord. Se a nova sentença nos ED inovar a decisão a
outra parte terá nova oportunidade para recorrer. Apenas nesse caso se admite exceção.
- Fungibilidade: Possibilidade de se aproveitar um recurso erroneamente
nomeado como o recurso correto. Desde que o recurso interposto com o nome errado
atenda a todos os requisitos do recurso correto.
- Inexigibilidade de fundamentação: Decorre da regra do art. 899 da CLT, “os
recursos serão interpostos por simples petição”. Basta uma petição informando que
deseja recorrer. Mas cada recurso pode ou não aplicar essa característica, dependendo de
suas exigências. O único recurso onde a regra se aplica é o Rec Ord.
- Efeito meramente devolutivo: não há no processo do trabalho recurso com
efeito suspensivo. A lei apenas autoriza que dependendo da natureza da causa, se
tratando de RO em dicídio coletivo o juiz pode dar efeito suspensivo.
- Desistência do recurso (501 do CPC): a parte antes do julgamento pode a
qualquer momento desistir do recurso interposto e para isso não precisa da concordância
da parte contrária.
- Possibilidade de interpor recurso por faz (lei 9.800/99):

10 de novembro de 2006

RECURSOS
Durante essa parte da matéria falaremos sobre os recursos como dispostos no
893 e algumas figuras não presentes no artigo.

Embargos de Declaração:
Não estão no 893, mas os encontramos no 897A, 652C da CLT e 496 do CPC.
Embargos de declaração não são recursos típicos,por exemplo: eles não tem a finalidade
essencial de reformar a decisão, eles buscam aperfeissoar o julgado, torna-lo mais
perfeito, afinal pede-se ao juiz que esclareça algum ponto da sentença ou fale sobre
ponto não abordado na decisão.
A outra parte não responde aos embargos, pois eles são dirigidos ao juiz e não à
outra parte. Os ED também não devolvem o conhecimento da matéria a uma instância
superior.
Por tudo isso muitos doutrinadores não os consideram recurso, mas para efeitos
processuais práticos essa discução não importa, importa saber usa-lo no processo.
- Cabimento: Quando a decisão deixa de se manifestar sobre pedido ou
fundamento do pedido há omissão e da ensejo a embargos. Quando não se compreende
a posição do juiz pela leitura da decisão há obscuridade, a sentença não pode alimentar
duvidas. Por fim a contradição ocorre quando a decisão pode ser compreendida em seus
termos mas estes não podem existir simultaneamente. Os ED, no processo do trabalho
são cabíveis em decisões que põem fim ao processo em qualquer grau de jurisdição.
O prazo para a interposição é de 5 dias em qualquer grau de jurisdição.
Embora o art. 897A não diga o efeito do recurso é possível buscar a elucidação
da questão no CPC. Este estabelece que os ED interrompem a contagem de prazo para
qualquer recurso principal cabível. Não há lógica em utilizar os ED após usar o recurso
principal. A partir da sentença dos embargos é que reiniciamos a contagem do prazo
para o recurso principal.
Sentença ___ prazo ___ ED___ Sentença nos ED ___ novo prazo ___ Rec Principal
Os ED interrompem os prazos para todas as partes envolvidas no feito,
independentemente de quem seja.
Mesmo que os ED ensejem efeito modificativo o juiz não é obrigado a abrir
espaço para a outra parte responder. Existe uma orientação jurisprudencial que orienta o
juiz a abrir espaço para a parte contraria responder, a fim de preservar a ampla defesa.
Se o juiz reconhecer que os ED são meramente protelatórios o juiz pode aplicar
multa de 1% e elevar a multa para 10% no caso de reincidência, art. 538 do CPC.
Pode-se alegar que os ED tem previsão expressa na CLT e assim não se aplicam
as disposições do CPC, não podendo haver multa.
A sentença dos ED passam a fazer parte da sentença original.

EMBARGOS DO ART. 893 “a” DA CLT


Art. 893 a, 894 da CLT e lei 7.701/88
Recurso utilizado exclusivamente junto ao TST.
Como todos os recursos no DT eles tem efeito meramente devolutivo, prazo de 8
dias (padrão no DT), o prazo das contra-razões é igual ao do recurso.
Recurso típico, portanto sujeitasse a todos os pressupostos dos recursos e mais
alguns.
A lei citada estabelece as hipóteses de cabimento do recurso, ela fala das
hipóteses sem classifica-las. A doutrina cuidou de tal classificação.
Classificação:
a) Natureza infringente, Lei 7.701/88, art. 2º, II, “c”.
Art. 2º Compete à seção especializada em dissídios coletivos, ou seção normativa:
I – originariamente:
a) conciliar e julgar os dissídios coletivos que excedam a jurisdição dos Tribunais
Regionais do Trabalho e estender ou rever suas próprias sentenças nor mativas, nos
casos previstos em lei;
b) homologar as conciliações celebradas nos dissídios coletivos de que trata a
alínea anterior;
c) julgar as ações rescisórias propostas contra suas sentenças normativas;
d) julgar os mandados de segurança contra os atos praticados pelo Presidente do
Tribunal ou por qualquer dos Ministros integrantes da seção especializada em
processo de dissídio coletivo; e
e) julgar os conflitos de competência entre Tribunais Regionais do Trabalho em
processos de dissídio coletivo;
II – em última instância julgar:
a) os recursos ordinários interpostos contra as decisões proferidas pelos Tribunais
Regionais do Trabalho em dissí dios coletivos de natureza econômica ou jurídica;
b) os recursos ordinários interpostos con tra as decisões proferidas pelos Tribunais
Regionais do Trabalho em ações rescisórias e mandados de segurança pertinentes a
dissídios coletivos;
c) os Embargos Infringentes interpostos contra decisão não unânime
proferida em processo de dissídio coletivo de sua competência originária,
salvo se a decisão atacada estiver em consonância com precedente
jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou da Súmula de sua
jurisprudência predominante;
d) os Embargos de Declaração opostos aos seus acórdãos e os Agravos Regimentais
pertinentes aos dissídios coletivos;
e) as suspeições argüidas contra o Presidente e demais Ministros que integram a
seção, nos feitos pendentes de sua decisão; e
f) os Agravos de Instrumento interpostos contra despacho denegatório de recurso
ordinário nos processos de sua competência.
Dissídio coletivo que abrange área maior que uma região.
b) Natureza de divergência, Lei 7.701/88, art. 3º, “b”, 1ª parte
Art. 3º Compete à Seção de Dissídios Individuais julgar:
I – originariamente:
a) as ações rescisórias propostas contra decisões das Turmas do Tribunal Superior
do Trabalho e suas próprias, inclusive as anteriores à especialização em seções; e
b) os mandados de segurança de sua com petência originária, na forma da lei;
II – em única instância:
a) os agravos regimentais interpostos em dissídios individuais; e
b) os conflitos de competência entre Tribunais Regionais e aqueles que envolvem
Juízes de Direito investidos da jurisdição trabalhista e Juntas de Conciliação de
Julgamento em processos de dissídio individual;
III – em última instância:
a) os recursos ordinários interpostos contra decisões dos Tribunais Regionais em
processos de dissídio individual de sua competência originária;
b) os embargos interpostos às decisões divergentes das Turmas, ou destas
com decisão da Seção de Dissídios In divi duais, ou com enunciado da
Súmula e as que violarem literalmente preceito de lei federal ou da Constituição da
República;
c) os agravos regimentais de despachos denegatórios dos Presidentes das Turmas,
em matéria de embargos, na forma estabelecida no Regimento Interno;
d) os Embargos de Declaração opostos aos seus acórdãos;
e) as suspeições argüidas contra o Presidente e demais Ministros que integram a
seção, nos feitos pendentes de julgamento; e
f) os Agravos de Instrumento interpostos contra despacho denegatório de recurso
ordinário em processo de sua competência.
Quando a decisão de uma turma for diferente da de outras turmas, da SDI ou
enunciado do TST; ou seja internamente no TST.
c) Embargos de nulidade, Lei 7.701/88, art. 3º, “b”, parte final. (sublinhado
acima)
Ver enunciados 333 e 337 para divergência jurisprudêncial e 221 no caso de
nulidade.
333. Não ensejam recursos de revista ou de embargos, decisões superadas por
iterativa, notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho.
_ Redação dada pela Res. nº 99 do TST, de 11-9-2000 (DJU de 18-9-2000).
_ Súmula nº 192 do TST.
337. Comprovação de divergência jurisprudencial. Recursos de revista e de
embargos.
I – Para comprovação da divergência justificadora do recurso, é necessário que o
recorrente:
a) Junte certidão ou cópia autenticada do acórdão paradigma ou cite a fonte oficial
ou o repositório autorizado em que foi publicado;
e
b) Transcreva, nas razões recursais, as emen tas e/ou trechos dos acórdãos trazidos
à configuração do dissídio, demonstrando o conflito de teses que justifique o
conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se encontrem nos autos ou
venham a ser juntados com o recurso.
II – A concessão de registro de publicação como repositório autorizado de
jurisprudência do TST torna válidas todas as suas edições anteriores.
_ Redação dada pela Res. nº 129 do TST, de 5-4-2005 (DJU de 20-4-2005).DJU
221. Recursos de revista ou de embargos. Violação de lei. Indicação de preceito.
Interpretação razoável.
I – A admissibilidade do recurso de revista e de embargos por violação tem como
pressuposto a indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição tido como
violado.
II – Interpretação razoável de preceito de lei, ainda que não seja a melhor, não dá
ensejo à admissibilidade ou ao conhecimento de recurso de revista ou de embargos
com base, respectivamente, na alínea c do art. 896 e na alínea b do art. 894 da CLT.
A violação há de estar ligada à literalidade do preceito.
_ Redação dada pela Res. nº 129 do TST, de 5-4-2005 (DJU de 20-4-2005).
O processamento do recurso será feito conforme disposição interna do TST, art.
352 do regimento interno.
Em alguns livros fala-se em Embargos para a SDI, mas está errado, o nome do
recurso é de Embargos.

13 de novembro de 2006

RECURSO ORDINÁRIO

Recurso para atacar decisões de primeira instância em processo de


conhecimento. Decisões no sentido de qualquer uma, inclusive interlocutórias,
logicamente que não se pode recorrer destas no momento em que ocorrem.
É importante lembrar que dissídios coletivos e individuais que tem competência
originária no TRT, que é a primeira instância no caso, também estão sujeitos a Recurso
Ordinário para o TST.
Existem duas exceções a essa regra: a primeira quanto aos processos de alçada
exclusiva das varas do trabalho, de até dois salários mínimos, nestes casos não há
recurso previsto; apenas quando se trata de matéria constitucional pode-se usar RE.
Também decisões que homologam acordos são irrecorríveis, decisões que deixam de
homologar podem ensejar recursos.
No procedimento sumaríssimo o RO cabe sem qualquer restrição, a única
diferença é que o RO em procedimento sumaríssimo terá processamento preferencial,
para fins de agilizar o RO. Assim tem-se a imediata inclusão em pauta, parecer oral do
MP (art. 895, § 2º).
O RO não tem efeito suspensivo, terá efeito meramente devolutivo. Apenas o
RO em dissídio coletivo (comp do TRT) poderá ter efeito suspensivo.
O prazo é de 8 dias para o RO e para as contra-razões.
Interposto mediante a autoridade que proferiu a decisão recorrida que fará o
juízo de admissibilidade, admitindo o recurso intima a outra parte para apresentar
contra-razões e estas sendo apresentadas e o juízo mantendo a aceitação do recurso o
encaminha para a instância superior.

RECURSO DE REVISTA
Nesta área os recursos se tornam técnicos e não podem ser interpostos por
simples petição, devem ser bem fundamentados.
Este recurso cabe apenas das decisões dos TRTs que julgarem RO interposto em
sentença de dissídio individual.
A previsão para esse recurso é do art. 896 em suas alíneas. As alíneas A e B
tratam de divergência de jurisprudência e a alínea C trata de violação de lei federal ou
da CF.
Art. 896. Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das
decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos
Tribunais Regionais do Trabalho, quando:
a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe
houver dado outro Tribunal Regional, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de
Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou à Súmula de
Jurisprudência Uniforme dessa Corte;
_ Súmulas nos 296 e 333 do TST.
b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho,
Acordo Coletivo, sentença nor ma tiva ou regulamento empresarial de observância
obrigatória em área terri torial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator
da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a;
c) proferidas com violação literal de dis posição de lei federal ou afronta direta e
literal à Constituição Federal.
_ Súmulas nos 218, 221, 266, 285 e 297 do TST.
_ IN nº 22, de 30-6-2003, dispõe sobre os padrões formais a serem observados nas petições
de recurso de revista.
§ 1º O Recurso de Revista, dotado de efeito apenas devolutivo, será apresentado ao
Presidente do Tribunal recorrido, que poderá recebê-lo ou denegá-lo,
fundamentando, em qualquer caso, à decisão.
§ 2º Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas
Turmas, em execução de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de
terceiro, não caberá Recurso de Revista, salvo na hipótese de ofensa direta e literal
de norma de Constituição Federal.
§ 3º Os tribunais Regionais do Trabalho procederão, obrigatoriamente, à
uniformização de sua jurisprudência, nos termos do Livro I, Título IX, Capítulo I do
CPC, não servindo a súmula respectiva para ensejar a admissibilidade do Recurso
de Revista quando contrariar Súmula de Jurisprudência Uniforme do Tribunal
Superior do Trabalho.
§ 4º A divergência apta a ensejar o Recurso de Revista deve ser atual, não se
considerando como tal a ultrapassada por sú mula, ou superada por iterativa e
notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho.
_ Caput, alíneas a a c, e §§ 1º a 4º com a redação dada pela Lei nº 9.756, de 17-12-1998.
§ 5º Estando a decisão recorrida em consonância com enunciado da Súmula da
Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, poderá o Ministro Relator,
indicando-o, negar seguimento ao Recurso de Revista, aos Embargos, ou ao Agravo
de Instrumento. Será denegado seguimento ao Recurso nas hipóteses de in tempes
tividade, deserção, falta de alçada e ilegitimidade de representação, cabendo a
interposição de Agravo.
§ 6º Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido
recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do
Tribunal Superior do Trabalho e violação direta da Constituição da República.
_ § 6º acrescido pela Lei nº 9.957, de 12-1-2000.
A divergência jurisprudencial é a de uma decisão de um TRT com de outros
TRTs, da SDI ou Súmula. É semelhante ao recurso de embargos, mas este usa
jurisprudência interna do TST e o RR usa jurisprudência de outros TRTs e ambos usam
jurisp. Da SDI e sumulas.
No processo sumaríssimo é prevista a possibilidade do RR com restrições,
encontramos no §6º.
O §2º coloca a hipótese de RR no processo de execução.
O prazo é o normal de 8 dias p recurso e mais 8 dias para as contra razões.
Efeito meramente devolutivo sem possibilidade de exceção.
Será impossível e inviável o RR para rediscutir fatos e provas, apenas matéria de
direito.
333. Não ensejam recursos de revista ou de embargos, decisões superadas por
iterativa, notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho.
_ Redação dada pela Res. nº 99 do TST, de 11-9-2000 (DJU de 18-9-2000).
_ Súmula nº 192 do TST.
337. Comprovação de divergência jurisprudencial. Recursos de revista e de
embargos.
I – Para comprovação da divergência justificadora do recurso, é necessário que o
recorrente:
a) Junte certidão ou cópia autenticada do acórdão paradigma ou cite a fonte oficial
ou o repositório autorizado em que foi publicado;
e
b) Transcreva, nas razões recursais, as emen tas e/ou trechos dos acórdãos trazidos
à configuração do dissídio, demonstrando o conflito de teses que justifique o
conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se encontrem nos autos ou
venham a ser juntados com o recurso.
II – A concessão de registro de publicação como repositório autorizado de
jurisprudência do TST torna válidas todas as suas edições anteriores.
_ Redação dada pela Res. nº 129 do TST, de 5-4-2005 (DJU de 20-4-2005).DJU
221. Recursos de revista ou de embargos. Violação de lei. Indicação de preceito.
Interpretação razoável.
I – A admissibilidade do recurso de revista e de embargos por violação tem como
pressuposto a indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição tido como
violado.
II – Interpretação razoável de preceito de lei, ainda que não seja a melhor, não dá
ensejo à admissibilidade ou ao conhecimento de recurso de revista ou de embargos
com base, respectivamente, na alínea c do art. 896 e na alínea b do art. 894 da CLT.
A violação há de estar ligada à literalidade do preceito.
_ Redação dada pela Res. nº 129 do TST, de 5-4-2005 (DJU de 20-4-2005).
Violação direta e literal significa que a conclusão não pode ser atingida por
raciocínio complexo, deve ser nítido.
O RR é interposto no TRT.

18 de novembro de 2006

Liquidação de Sentença

1 - Cálculo Simples
Art. 879. Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á, previamente, a sua
liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos.
§ 1º Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda, nem
discutir matéria pertinente à causa principal.
§ 1º-A. A liquidação abrangerá, também, o cálculo das contribuições previdenciárias
devidas.
§ 1º-B. As partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do cálculo
de liquidação, inclusive da contribuição previdenciária incidente.
_ §§ 1º-A e 1º-B acrescidos pela Lei nº 10.035, de 25-10-2000.
§ 2º Elaborada a conta e tornada líquida, o Juiz poderá abrir às partes prazo
sucessivo de dez dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e
valores objeto da discordância, sob pena de pre clu são.
§ 3º Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho,
o juiz procederá à intimação por via postal do Instituto Nacional do Seguro Social –
INSS, por intermédio do órgão competente, para manifestação, no prazo de dez
dias, sob pena de preclusão.
§ 4º A atualização do crédito devido à Previdência Social observará os critérios
estabelecidos na legislação previ den ciária.
_ §§ 3º e 4º acrescidos pela Lei nº 10.035, de 25-10-2000.

No §1º-B o autor apresentará seu calculo, que será apresentado ao réu. Se este
concordar a sentença está liquidada. Caso o réu não concorde será feito um cálculo
isento por um perito e então o juiz homologará a sentença, chamada de liquidação.
No §2º, se houver vistas, o juiz determinará a um perito que faça os cálculos,
então o autor apresentará seus cálculos, a seguir o réu o fará; para então o juiz
homologar. Se não houver vistas o juiz homologa o calculo do perito sem ouvir as
partes e se procede à execução.
Descrito acima encontramos um grande problema, a imprecisão da legislação
quanto à liquidação de sentença. Na prática o juiz escolhe como o fará liquidação e não
há um padrão. Na opinião do professor não existe essa faculdade, pela maneira como
estão dispostas as regras o juiz deve usar o §1º-B e então existe a faculdade do juiz de
usar o §2º (dar nova vista às partes).

2 – Artigos:
Procedimento dentro da fase de liquidação de sentença com o objetivo de
demonstrar os elementos que faltam para a quantificação daquilo que foi deferido na
sentença condenatória. Obtidos os parâmetros que faltam retornamos para os cálculos
simples.
A CLT prevê a liquidação por artigos mas não a descreve, por isso usa-se o CPC
(art. 603 e ss).
Coloquialmente os artigos de liquidação são “um pequeno processo de
conhecimento” dentro do processo de liquidação. Normalmente é um procedimento
mais rápido, mas não tem a agilidade que se espera.
Os artigos darão então o parâmetro para definir o cálculo, obtendo-se este
parâmetro pode-se voltar a sistemática do cálculo simples.
Esses procedimentos tem preferência de tratamento nas varas do trabalho.
A sentença desse procedimento trata-se de decisão interlocutória, pois não põem
fim se quer no processo de liquidação; portento irrecorrível de imediato. Essa posição é
pacífica na doutrina.
Se o parâmetro não for achado a sentença será de improcedência. Se isso ocorrer
não significa que o título executivo perca a sua eficácia. Restam assim duas opções:
novo procedimento de liquidação por artigos ou partir para o arbitramento.

3 – Arbitramento
Art. 606 do CPC.
Há três possibilidades para que ele ocorra. Se for determinado em sentença, se as
partes convencionarem ou quando a natureza do objeto executado assim o exigir.
Quanto as duas primeiras hipóteses não são absolutas, se o juiz perceber que a
liquidação é possível por um modo mais simples ou mais justo o juiz pode ignorar a
disposição na sentença condenatória ou a convenção das partes e determinar outro modo
de liquidação.
Chega-se na terceira hipótese por exclusão, quando não é possível calcular por
calculo simples ou artigos, usa-se o arbitramento. O arbitramento será feito conforme o
art. 607, § único do CPC.
O professor Vagner Ergílio lembra que o arbitramento não é perícia e assim as
partes não podem nomear assistente técnico.
Utiliza-se o art 131 e 436, como parâmetros para o juiz no arbitramento.
O arbitramento fornecendo o elemento para o cálculo volta-se para o cálculo
novamente.

Cálculo
Quando se retorna ao cálculo o juiz procederá a homologação, que fixará um
valor fixo, pro isso essa homologação também é chamada de sentença de liquidação. A
controvérsia quando a esta é sua natureza jurídica. Parte da doutrina afirma se tratar de
decisão interlocutória que inicia o processo de execução. Outa corrente doutrinária
afirma se tratar de sentença que põem fim ao procedimento de liquidação.
Se for sentença recorrível há duas opções de recurso Rec. Ord. Ou Agrv. De Pet.,
os dois não são exatamente cabíveis. Por isso o professor acha que se trata de decisão
interlocutória. Mas a jurisprudência e doutrina que sustentam se tratar de sentença
apontam o Agrv. de Pet. como o recurso certo.
* A forma de liquidação do §2º do art. 879, ao propor a pena de preclusão há quem
sustente que se o juiz abrir vista às partes e uma destas não se manifestar, essa parte
perde o direito de se manifestar sobre o cálculo daquele momento em diante. Outros
afirmam que aquela preclusão é exclusiva do processo de liquidação de sentença; uma
vez que os Bem tem natureza jurídica de ação.

S-ar putea să vă placă și