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Prezado colega, grato por ter assistido o curso. Estou enviando textos extraídos de minhas
publicações e que poderão contribuir para que tenha sucesso no cultivo de plantas medicinais e
condimentares.
Furlan
Uma planta é classificada como medicinal por possuir substâncias que tem ação
farmacológica. Estas substâncias são denominadas de princípios ativos e na maioria das vezes
não se sabe quais destes que realmente estão atuando.
O produtor de plantas medicinais diferencia-se de outros por necessitar de conhecer a
utilização de sua planta, como estão as pesquisas sobre esta planta e principalmente saber a sua
identificação. Alguns anos atrás, produtores de confrei tiveram grandes prejuízos, depois que
foram divulgados os efeitos cancerígenos do uso excessivo, que mesmo sendo uma informação
polêmica, causou proibição do comércio de folhas da planta. O contrário aconteceu com a fáfia,
que acabou sendo comparada com o ginseng e melhorou a vida das pessoas que a produziam. De
qualquer maneira é mais comum notícias que realçam o valor medicinal das plantas.
Além das informações sobre as pesquisas na área da saúde, é importante que se tenha
certeza da identificação da planta que se pretende investir, pois não são raras as confusões que
acontecem como as que ocorrem quando se menciona os nomes boldo, arnica, melissa, erva-
cidreira, erva-doce e atualmente com as ervas-de-são-joão.
Muitos compradores de plantas medicinais para iniciar o contato, levam em consideração
o conhecimento do produtor. Por isso é importante que se saiba o máximo possível da planta que
tenha interesse em produzir.
Embora as comunidades tenham os nomes para identificar as plantas, e que devem ser
respeitados, estes variam muito e dificultam quando ocorrem trocas de informações. São raras as
plantas medicinais que possuem poucos sinônimos como por exemplo arruda, picão preto,
alecrim, alfazema, citronela e eucalipto.
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As variações podem ocorrer até mesmo entre vizinhos e muitos não aceitam o nome que
o outro dá a sua planta. Como exemplo, são dados os nomes populares ou vulgares de duas
espécies que possuem nomes que variam conforme a região (boldo-baiano) ou que variam dentro
da mesma (capim-limão).
Boldo-baiano
Esta espécie, de origem africana, tem variações principalmente em função das regiões
como por exemplo:
⇒ figatil
⇒ fel-da-terra
⇒ boldo-indígena
⇒ boldo-do-chile
⇒ estomalina
⇒ cuaça
⇒ aluman
⇒ loma
⇒ árvore-do-pinguço
⇒ boldo-de-goiás
⇒ alcachofra
⇒ boldo
⇒ caferana
As denominações deste boldo, como pode-se observar, variam muito entre si, apesar de
muitos nomes já indicarem a sua utilização como hepático. Curioso também é o uso dos nomes
alcachofra e boldo-do-chile, pois nos aspectos visuais não há semelhança com os verdadeiros. A
ampla variação de nomes se dá principalmente pela importância que a medicina popular dá a esta
planta, cujos efeitos já são comprovados.
Capim-limão
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Apesar de ser uma planta de origem asiática, no Brasil adaptou-se facilmente e hoje é
uma espécie que mesmo dentro de uma comunidade pode ter vários nomes como por exemplo:
⇒ capim-santo
⇒ erva-cidreira
⇒ chá-de-estrada
⇒ cidrão
⇒ capim-cidrão
⇒ cidreira
⇒ chá-brochante
⇒ erva-cidreira-de-folha-estreita
⇒ erva-cidreira-de-homem
⇒ cidró
⇒ capim-cidreira
As confusões aparecem em função de fatores tais como: desinformação (que muitas vezes
é causada até por órgãos de imprensa, quando noticiam as virtudes de uma planta), da
transmissão oral e da diversidade de raças e do tamanho do país. As plantas nativas de uso na
medicina popular com vários nomes são geralmente plantas que ocorrem praticamente em todo o
país.
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Para tentar resolver o problema destas variações, os pesquisadores colocaram para cada
ser vivo um nome oficial ou chamado de nome científico. Este nome possui regras e as principais
são demonstradas nos nomes científicos do capim limão e do boldo-baiano.
Observe que o nome científico vem grafado em itálico (ou pode ser em negrito) e o
primeiro nome (gênero) inicia em maiúscula e o segundo (espécie) em minúscula. O nome do
autor no final do nome científico serve para indicar quem originou o nome. Há outras regras
como se indicam híbrido (como exemplo Mentha X villosa) ou variedade (Mentha aquatica var.
crispa por exemplo), mas estas são as principais.
Plantas que possuem o mesmo gênero são bem parecidas como por exemplo as mentas:
hortelã-pimenta (Mentha piperita), poejo (Mentha pulegium) e a hortelã comum (Mentha
crispa).
Infelizmente há alguns nomes oficiais que estão sendo discutidos e que sofreram
mudanças ao longo do tempo. Como exemplo, o boldo de folha peluda que era chamado de
Coleus barbatus e os livros mais atuais passaram a chamá-lo de Plectranthus barbatus ou a
camomila que recebe nomes científicos diferentes quando se observa as publicações.
Pela legislação é obrigatório em rótulo de medicamento, colocar o nome científico de
todas as espécies vegetais que ele contenha.
Felizmente não são muitas as confusões e para colocar-se um passo a frente de muitos,
aprenda a reconhecer os verdadeiros boldo, arnica, melissa, erva-doce, erva-de-são-joão e
algumas outras, como veremos a seguir. Algumas confusões acontecem mesmo com vendedores,
propositalmente ou até por falta de informação.
Há até exageros como uma empresa que vendia cápsula de algas marinhas mas no rótulo
constava do nome científico Baccharis trimera ou seja, a popular carqueja (também chamada de
tiririca-de-babado no nordeste).
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Boldos
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Como é comum em plantas não domesticadas pelo homem, estes boldos podem ter
grandes variações na altura e no tamanho das folhas, principalmente como as que ocorrem com o
boldo-baiano. Só tome cuidado para não confundir com algumas espécies ornamentais muito
parecidas com o boldo-da-terra
Além das diferenças citadas no quadro 01, observe no próximo quadro as diferenças nos
usos e componentes químicos dos principais boldos.
Ervas-cidreiras
As palavras cidreira ou melissa nas plantas medicinais estão relacionadas ao uso como
calmante e por isso, várias plantas possuem essas denominações. No entanto, quando se trata da
verdadeira melissa, o correto seria a de origem européia e na qual derivou o nome latino Melissa
officinalis.
Em quase todo o Brasil, a planta que recebe o nome de melissa é uma planta com flores
liláses e que cresce com muita facilidade. No sul é comum chamá-la de erva-cidreira-brasileira.
O seu nome científico é Lippia alba e é de origem brasileira. No nordeste há outras espécies de
Lippia mas que recebem nomes como alecrim-pimenta ou alecrim-de-vaqueiro.
Outra planta chamada de erva-cidreira é um capim e possui inúmeras outras
denominações, como já foi observado. Através da chave de identificação fica fácil saber quais
são as ervas-cidreiras ou melissas que ocorrem mais comumente no Brasil.
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Arnicas
São inúmeras as plantas que recebem o nome de arnica no Brasil, apesar de que a
verdadeira é de rara ocorrência no país, pois seu hahitat natural são as montanhas da Europa. No
Brasil são comuns em quintais ou pastos duas arnicas, e que antigamente uma era também
chamada de sapé macho, erva-lanceta ou rabo-de-foguete e a outra de cravorana ou cravo-de-
urubu, além de outros nomes. As pessoas que conhecem bem as plantas medicinais ainda usam
estes nomes.
No caso das arnicas, tanto a européia quanto a nacional (sapé-macho) já eram
relacionadas na Primeira Farmacopéia Brasileira e atualmente são comercializadas. No entanto, a
européia recebe preços bem maiores mas é incerto a sua produção em termos de princípios ativos
nas nossas condições.
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Ervas-de-são-joão
Não são muitas as plantas com o nome de erva-de-são-joão, mas as duas principais
possuem diferentes usos e locais de ocorrência. A nossa erva-de-são-joão, também chamada de
catinga-de-bode, mentrasto ou picão roxo, é comum nos quintais, possui flores com tons
azulados a roxos e tem o uso como analgésico para reumatismo e artrose já atestado pela ciência.
A erva-de-são-joão de origem européia é de rara ocorrência no Brasil e possui fama como
antidepressiva, o que tem sido a causa de ampla propaganda de algumas empresas.
Há ainda o cipó-de-são-joão, trepadeira e de flores alaranjadas, que é tóxico e na
medicina popular é usado no tratamento do vitiligo. Através do quadro 05 percebe-se que são
grandes as diferenças entre estas plantas.
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Funcho x erva-doce
Na maioria das vezes o funcho é chamado de erva-doce e esta é de rara ocorrência nos
quintais e hortas brasileiras. De qualquer maneira o uso e odor são semelhantes, apesar da
verdadeira erva-doce ter maior teor de óleos essenciais.
Erva-doce pode ser sinônimo de anis, como consta no próprio nome científico Pimpinella
anisum. No entanto, como anis há ainda a árvore anis-esrelado que produz semente com odor
muito semelhante e uma espécie de manjericão com folhas que lembram o cheiro de anis.
Diferenças entre erva-doce e funcho
Conhecer o que é produzido pelas plantas e que as torna possuidora de efeito medicinal é
imprescindível para aqueles que produzirão estas plantas, pois conforme o tipo de substância que
se desejará produzir, deverá levar em conta as condições do local e de como será conduzida a
cultura. Poderá ser um pouco complicado mas poderá ir conhecendo aos poucos.
O metabolismo das plantas pode ser dividido didaticamente em primário e secundário. No
primário, são produzidas substâncias como lipídeos, proteínas, carboidratos, aminoácidos e
ácidos nucleicos e que possuem objetivos relacionados ao crescimento e desenvolvimento.
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No metabolismo secundário são produzidas substâncias que não são essenciais a vida,
mas com atividades tais como proteção contra pragas e doenças e atração de polinizadores. A
erva-baleeira (Cordia curassavica) é uma planta medicinal que além de ter seus usos
comprovados na medicina (cicatrizante e antiinflamatória), também tem sido utilizada na
agricultura como atraente de broca que ataca frutíferas, devido a produzir substância que
lembram o feromônio do macho.
O capim-limão é muito utilizado na apicultura para atrair abelhas e a citronela produz
substância que repele pernilongos. Na Europa é comum o uso caseiro de sachê de tomilho em
armários para afugentar as traças.
Muita planta é considerada daninha por liberar substâncias no solo que inibem o
desenvolvimento de outras plantas. Recentemente foram divulgadas pesquisas sobre o plantio de
capim-limão para inibir no solo o desenvolvimento de vermes.
Para as plantas medicinais em termos de qualidade, o objetivo maior é o estudo do
metabolismo secundário, pois através deste é que são produzidos os princípios ativos. É
importante citar que são poucas as plantas que possuem os estudos sobre seus componentes
químicos e principalmente como atuam no organismo ou seja, sua ação farmacológica. A
dificuldade destes estudos é principalmente pelas milhares de substância que ocorrem na planta
No entanto há plantas amplamente estudadas como a maria-sem-vergonha ou vinca
(Catharanthus roseus) que já possui dezenas de alcalóides determinados ou a quebra-pedra.
Resumidamente, alguns dos principais grupos de princípios ativos, suas funções e
algumas plantas ricas nestas substâncias estão relacionados no quadro 08:
Quadro 08: grupos de princípios ativos
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Por exemplo, para as plantas medicinais aromáticas (umbelíferas e labiadas por exemplo),
os componentes em maior evidência são os óleos essenciais e flavonóides. Plantas com flores de
coloração amarela possuem flavonóides.
Entre as substâncias que constituem o óleo essencial destas plantas pode-se destacar :
citral; mentol; estragol; eugenol; linalol e lineol, que conferem nos aspectos farmacológicos
ações antiespasmódica, carminativa, estimulante, anti-séptica e digestiva entre outras.
Há outras substâncias classificadas como princípio ativo, mas o objetivo é apenas
exemplificar alguns.
Tantos os fatores internos como os externos podem afetar os teores de princípios ativos.
Como exemplos de fatores internos podem ser citados o número cromossômico, o estágio de
desenvolvimento ou as diferenças que ocorrem até mesmo em raças químicas. Em algumas
espécies os estudos estão mais avançados com relação a influência destes fatores como por
exemplo, uma espécie de hortelã (Mentha spicata) que tem maior produção de óleo essencial na
forma cromossômica 2n do que na 4n e a espécie hortelã-pimenta (Mentha piperita) produz
maior teor de mentona quando na fase adulta.
Quanto aos fatores externos, já se encontram várias pesquisas que atestam a influência
nos teores das substâncias. Altitude, fotoperíodo, temperatura e incidência de luz solar e os
relacionados ao solo são exemplos destes fatores, além das várias etapas do cultivo.
Experimentos sobre condições bem controladas tem demonstrado que variações no ambiente tais
como: temperatura, irradiação e fotoperíodo podem influenciar no rendimento da biomassa e na
qualidade do óleo essencial em plantas aromáticas.
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Clima
Temperatura
• quase que a maioria das plantas que produzem frutos suculentos são adaptadas a clima mais
quente como por exemplo jurubeba, joás e pimentas;
• a maioria das plantas que recebem nomes indígenas são de clima mais quente como por
exemplo pariparoba, catuaba, ipecacuanha (ou poaia) e jaborandi, pois são originárias de
regiões tropicais ou subtropicais;
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• enquanto que a maioria das espécies produtoras de raízes e flores, como por exemplo
camomila e calêndula (flores) e bardana (raiz); preferem clima ameno;
• em locais de clima mais ameno, plante as espécies exigentes em clima mais quente apenas nos
meses de setembro ou outubro, e em locais de clima quente plante em abril ou maio as de
clima mais ameno; e
• na face sul de sua propriedade plante espécies resistentes ou adaptadas ao frio.
◊ camomila
◊ macela
◊ marcelinha
◊ calêndula
◊ celidônia
◊ guaco
◊ bardana
◊ capuchinha ou chagas
◊ espinheira-santa
◊ estévia
◊ dedaleira
◊ erva-baleeira
◊ açafrões
◊ capim-limão
◊ boldo-da-terra
◊ boldo-baiano
◊ arruda
◊ babosa
◊ guaraná
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◊ jaborandi
Altitude
A altitude refletirá diretamente na temperatura, pois locais de altitudes menores são mais
quente do que locais mais altos. Para um produtor que possui propriedade em locais mais altos e
com a face do terreno voltada para o sul, a escolha deverá ser bem criteriosa devido a menor
temperatura, menor incidência dos raios solares e mais umidade. A sua opção será reduzida para
aquelas que preferem clima mais ameno e resistem a geadas e ventos frios.
Com alguns estudos concluídos, pode-se afirmar que as plantas produtoras de alcalóides
obtém melhor teor destas substâncias em baixas altitudes.
Latitude
A influência da latitude, que irá refletir na quantidade de horas de luz, pode ser resumida
para algumas espécies da seguinte forma:
1. a maioria das plantas aromáticas (alecrim, tomilho, capim limão, manjerona, melissa,
camomila e sálvia por exemplo) de interesse econômico são originadas de latitudes entre 40 e
60º;
2. maiores teores, principalmente de óleos essenciais, são produzidos nestas latitudes;
3. nestas regiões os dias no verão são maiores do que localidades de latitudes menores, condição
que as plantas citadas preferem para florescer;
4. não há regiões do Brasil com estas latitudes e com isto muitas das plantas aromáticas são de
pior qualidade no país; e
5. plantas de origem tropical ou subtropical recebem pouca ou nenhuma influência da latitude.
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Umidade
Ainda com muitas dúvidas, alguns resultados demonstraram que os efeitos negativos nos
teores de princípios ativo são mais devidos ao excesso de água do que da falta, pois algumas
espécies, sofrendo do stress hídrico em determinadas fases da cultura, tiveram reação no sentido
de produzir mais substâncias do metabolismo secundário, pois estas substâncias teriam ação de
defesa da planta.
Na natureza observa-se que em períodos mais secos, algumas espécies produzem maior
quantidade de frutos para poder garantir a perpetuação da espécie, mesmo em condições
adversas.
Solo
Indicações da qualidade de solo para algumas plantas medicinais (extraído de SILVA JÚNIOR et
al.,1996 e MARTINS et al., 1995).
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• espécies que tem como objetivo a extração de raízes (bardana, gengibre, açafrão curcuma,
zedoária e yacon por exemplo) devem ser plantadas em solos mais soltos (mais arenoso e
menos argiloso);
• espécies que produzem muita massa foliar preferem solos ricos em matéria orgânica (hortelãs,
poejo, confrei, melissa e marcelinha por exemplo);
• solos mais escuros (mais argilosos) são geralmente mais fertéis, retém mais água, são menos
ácidos mas são mais propícios para ataque de doenças. Por isso tenha muito cuidado se for
plantar uma espécie muito atacada por doença (melissa, mil-folhas e tomilho por exemplo)
neste tipo de solo; e
• apenas umas poucas espécies como chapéu-de-couro preferem solos encharcados.
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Este capítulo servirá principalmente para aqueles que querem ter uma pequena produção
caseira, e como um treinamento para produtores sem nenhuma experiência. Muitas das
informações também servirão para produções em áreas maiores.
Para produção em pequenas áreas, quando se deseja o uso caseiro, é possível produzir
quase todas as plantas medicinais, pois as variações que ocorrerão no valor medicinal não trarão
grandes prejuízos ao usuário. De qualquer maneira, para uso caseiro, deve escolher plantas que já
ocorrem na sua região, pois estas, com certeza, já estão aclimatadas no seu local.
Qualquer local em que incida pelo menos 5 horas de sol, bem drenado e protegido de
ventos frios e fortes, para que as plantas cresçam com vigor, pode ser utilizado para a instalação
de uma horta medicinal ou até colocar algum recipiente com espécies que podem servir
principalmente como condimento (salsinha, cebolinha e orégano, por exemplo), além do uso
medicinal. Como exemplo de recipientes podem ser citados:
• jardineiras;
• vasos;
• sacos de leite para as menores;
• caixas de madeira;
• latas de 18 litros; e
• caixa d’água.
Estes recipientes ou outros, devem ter pelo menos 20 cm de profundidade, para plantas de
altura que não ultrapasse 50 cm, semelhante ao poejo, hortelãs, melissa, macelinha, cânfora-de-
jardim, centelha-asiática e no fundo devem haver furos para evitar encharcamentos e uma
camada de pedras. Algumas plantas necessitam de profundidades muito maiores como, por
exemplo: alecrim, sálvia, manjericão e boldo-da-terra e outras podem ficar nos vasos por um
certo período de tempo como por exemplo louro, sabugueiro e favacão.
Outras características que o local deveria ter são:
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De preferência, a produção deve estar localizada num terreno voltado para a face norte, já
que oferece mais luz e mais calor. A face sul não é recomendada, exceto para espécies adaptadas
a clima mais amenos como camomila, calêndula, guaco e dedaleira, já que favorece aos ventos
frios.
Os ventos devem ser evitados a qualquer custo, pois provocam a derrubada das flores,
impedindo a polinização. Além disso, afugentam as abelhas e outros insetos. Em todo caso, se
não houver outro lugar para se implantar o cultivo, improvise quebra-ventos, que resolvem bem
o problema. Em alguns estudos com cultivo de culturas tradicionais, a proteção contra o vento
aumentou a produção em 30 a 40%
Para grandes produções há necessidade de instalar viveiro para produção de mudas. O
viveiro deve ser instalado em local plano, próximo de fonte de água e afastado de beira de
estradas, pastagem ou matas.
O preparo do solo se resume em limpeza, destoca, aração, calagem e gradagens, no caso
de se utilizar máquinas agrícolas. Lembre-se também de localizar formigueiros nas
proximidades, e fazer o controle com formicidas específicos, antes de qualquer trabalho. Do
contrário, as dores de cabeça posteriores para o combate serão muito maiores e demandaram um
bom dinheiro.
Após a escolha do local, este deverá ser limpo para iniciar a formação das sementeiras,
sulcos, covas e canteiros. Os passos podem ser os seguintes:
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6. se for plantar em canteiros, demarcá-los com estacas de madeira e barbante bem esticado.
Cada canteiro deve ter no máximo 1,20 metros de largura e o comprimento pode variar. Se o
terreno for meio inclinado, o comprimento deve acompanhar o nível; e
7. deixar corredores de 40 a 50 cm entre os canteiros e um metro distante do muro ou cerca.
Sementeira:
1. a sementeira deve ser feita em um dos canteiros situados num dos cantos do terreno e exige
uma adubação mínima de 2,0 kg de húmus de minhoca ou 5,0 kg de esterco de curral curtido;
2. abrir sulcos na largura do canteiro, distanciados 15 cm e com 2 cm de profundidade;
3. umedecer levemente o canteiro;
4. distribuir uniformemente as sementes nos sulcos. Cuidado para não distribuir sementes em
excesso (caso as sementes sejam muito pequenas como as de alecrim, tomilho e manjerona),
misture muito bem com areia e depois distribua;
5. cobrir as sementes com um pouco de terra;
6. molhar a terra de manhã e à tarde com regador, até que a plantinha esteja pronta para ser
transplantada para o canteiro definitivo. No momento do transplante, a mudinha deverá ter de
5 a 6 folhinhas (mais ou menos 30 dias) e;
7. mudinhas muito frágeis ou danificadas não devem ser aproveitadas.
Propagação
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A propagação por sementes é a mais viável economicamente para aquele que tem
interesse em produções maiores. No entanto, as plantas reproduzidas por sementes possuem as
seguintes desvantagens:
• muita variação entre as plantas originadas o que prejudicará principalmente na colheita devido
a desuniformidade das plantas;
• muitas espécies de alto valor econômico não produzem sementes viáveis no Brasil como por
exemplo alfazema;
• muitas semente possuem dormência que é difícil de ser quebrada ou há espécies que não se
tem nenhuma informação sobre como obter ótimo nível de germinação (no Quadro 10
constam algumas medidas para aumentar germinação); e
• quase todas sementes de espécies de interesse comercial são importadas.
Propagação vegetativa
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É o método que consiste em reproduzir plantas através de partes da planta mãe ou matriz.
Possui as seguintes vantagens:
As melhores condições para retirar mudas da maioria das espécies por este tipo de
propagação são:
Estaquia
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raízes. Normalmente quanto mais alta a planta, as estacas de galho devem ser mais lenhosas e
maiores . No entanto, há plantas que enraizam melhor de estacas mais novas.
Estacas de raiz ou rizoma são colhidos de raízes centrais e deverão conter uma ou mais
gemas (olhos).
As estacas são cortadas com tesoura de poda, na parte basal em forma de bisel
(inclinado), junto a gema e reto no ápice. São deixadas apenas um par ou 1/3 das folhas e quando
houver, pode-se retirar os espinhos.
Planta-se em canteiros ou sacos plásticos, com terra preparada, deixando de fora 2/3 da
estaca e enterrando o restante. Para melhor enraizamento, pode-se usar hormônios, encontrados
em casas especializadas.
As estacas também podem ser de folhas como em plantas do gênero Kalanchoe.
Divisão de touceira
A divisão de touceira consiste em retirar a planta toda e dela retirar partes contendo parte
aérea e raiz, que serão podadas, deixando respectivamente 5 a 10 cm e 2 a 5 cm de comprimento.
Como exemplo, o capim-limão que após ser retirado do solo, é dividido em mudas, e destas são
retiradas as partes secas e com sintomas de doenças e podada a parte aérea e radicular.
Para o capim-limão e citronela por exemplo, as mudas podem ser armazenadas por 1 ou 2
dias antes de plantar.
Quadros úteis
Formas de propagação
1. Alecrim x x
2. Alfazema x x
3. Bálsamo x x
4. Boldo-da-terra x
5. Boldo-baiano x x
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6. Capim-limão x x
7. Capuchinha x x x
8. Carqueja x x x
9. Cavalinha x x
10.Citronela x
11.Curcuma x
12.Espinheira-santa x
13.Fortuna x x
14.Funcho x
15.Hortelã x x x x
16.Manjericão italiano x x
17.Manjerona x x x
18.Melissa x x x
19.Mil-folhas x x x
20.Pariparoba x
21.Poejo x x x
22.Sabugueiro x x
23.Salsa x
24.Sálvia x x
25.Sapé-macho x x
26.Sete-sangria x
27.Tanchagem x
28.Tomilho x x x
29.Unha-de-vaca x
30.Urucum x x
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Número de sementes por grama e a quantidade de algumas espécies, segundo algumas empresas
produtoras de sementes são:
Alcachofra 30
Alecrim 1.000
Alfazema 1.000
Alfavaca (Ocimum basilicum) 700
Anis ou erva-doce 220
Arruda 1.200
Bardana 60
Calêndula 140
Camomila 10.000
Coentro 100
Dente-de-leão 900
Erva-cidreira (Melissa officinalis) 2.000
Funcho 200
Hortelã e poejo 20.000
Losna 10.000
Manjerona 4.000
Mil-folhas 7.000
Orégano 22.000
Sálvia 150
Tomilho 4.000
Obs. este valores são aproximados e referem-se a algumas espécies ou variedades das plantas
citadas.
COLHEITA
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A colheita é a etapa final no campo e para ser coroada com êxitos deve ser feita com
bastante rigor, portanto algumas dicas são:
• não recomenda-se antes da secagem e após a colheita, a lavagem das partes colhidas a não ser
que a sua região esteja na época quente e seca. Para limpar as plantas que estiverem muito
sujas, lave com um jato de água suave um dia antes da colheita;
• para as plantas aromáticas, a colheita é feita no início da floração, por atingirem seu ponto
máximo de fragrância;
• nas plantas perenes, fazer um corte alguns centímetros acima do solo, com uma tesoura de
poda , ou faca bem afiada. Pode-se colher a maioria duas vezes por ano, sendo a 1ª colheita.
quando a planta tiver pleno crescimento. No 1º ano deve-se limitar a colheita;
• para as plantas anuais, que são aquelas que possuem todo o seu ciclo, inclusive a morte, no
mesmo ano, deve-se arrancá-las totalmente pois não irão rebrotar;
• deve-se escolher dias secos e ensolarados e não colher com chuva ou vento. Como cada planta
desenvolve-se de modo diferente, é necessário conhecer-se os seus ciclos de vida, para
escolher o momento certo de colhê-las.A parte a ser utilizada deve ser colhida na época em
que apresentar maior teor de princípios ativos;
• evitar da retirada de todas as folhas de um galho. Algumas plantas como a espinheira-santa só
podem sofrer colheita de 50% da parte aérea por corte;
• para colheita de raízes, escolher as superiores ou as mais próximas da superfície. Em algumas
espécies produtoras de raízes, a parte aérea murcha na época em que estão completamente
maduras (zedoária e curcuma por exemplo);
• a parte aérea deve ser colhida logo de manhã (após o secamento do orvalho) e raízes no final
da tarde;
• raízes e rizomas são colhidas no início da primavera ou do outono;
• caules lenhosos são colhidos quando perdem as folhas no inverno ou outono;
• flores ou sumidades floridas devem ser colhidas com 2 cm de pedúnculo, pela manhã e no
início da floração antes que se abram totalmente;
• frutos são colhidos no início da maturação (deiscentes) ou quando estão completamente
maduros, no outono;
• sementes são colhidas quando estão maduras, no outono ou no inverno;
• cascas são colhidas antes da planta brotar novamente, na primavera;
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Obs. estas recomendações não servem para todas as plantas pois há várias exceções como
por exemplo:
• algumas espécies como o funcho tem as sementes colhidas antes da completa maturação
devido a queda espontânea;
• as sumidades floridas da camomila são colhidas em plena floração; e
• alguns estudos concluíram que a colheita do alecrim deve ser realizada após a floração e o
manjericão próximo da hora do almoço.
Para o início da colheita o IAPAR recomenda os seguintes períodos após o plantio:
Alecrim 6 meses
Alfavaca 3 meses
Arruda 4 meses
Babosa 1 ano
Boldo-da-terra 1 ano
Boldo-baiano 6 meses
Calêndula no florescimento
Carqueja 6 meses
Confrei 3 meses
Erva-de-bicho 3 meses
Espinheira-santa 2 anos
Guaco 6 meses
Losna 6 meses
Melissa 6 meses
Mil-folhas 4 meses
Pfáffia 1 a 2 anos
Quebra-pedra 3 meses
Sabugueiro 1 ano
Sálvia 6 meses
Tanchagem 3 meses
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Espécie Rendimento
ton/matéria seca/hectare
SECAGEM E ARMAZENAMENTO
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Caso as plantas não sejam usadas frescas, é necessário proceder à secagem o mais
brevemente possível, para manter os princípios ativos intactos, além de preservá-las do ataque de
fungos e bactérias.
As condições ideais para secagem são:
•o secador não deve ter portas ou janelas voltadas para a face sul;
•internamente o secador deve ser limpo, arejado, sem muita entrada de luz solar;
•as temperaturas máximas de secagem são:
A secagem pode ser através do calor natural ou artificial. Para a secagem natural, as
partes colhidas são colocadas sobre panos, ripados ou redes, estendidos em local arejado, sem
umidade e abrigadas do sol..
A secagem artificial dá-se em secadores especiais com temperatura controlada (entre 30 e
65º). É mais rápida e geralmente utilizada para grandes quantidades de plantas, só que são raras
as empresas que comercializam secadores específicos para plantas medicinais.
Em alguns casos faz-se uma estabilização, que é feita com vapores de álcool etílico, que
mantém as enzimas celulares inativas, preservando assim, sua composição química.
28
29
COMERCIALIZAÇÃO
As plantas medicinais não possuem grande variação de preços mas o que pode elevar o
preço, são pesquisas sobre novas comprovações científicas da planta ou até por modismo. Nos
últimos cinco anos a tendência de preços para as espécies coletadas no Brasil foi em média U$
1,00 a 2,00 para plantas espontâneas e U$ 2,00 a 5,00 para espécies cultivadas, sendo que
algumas podem ter preços bem maiores ou em função da escassez ou do modismo.
Estes preços são relacionados as produções sem necessariamente terem qualidade,
principalmente porque a maioria das plantas medicinais são obtidas via extrativismo e com isto
ocorre muita falsificação e produto com muitas impurezas. Com um produto de primeira, o
produtor poderá receber preços melhores.
Para os iniciantes, como já foi dito, deve-se começar com pequena área, para poder
controlar melhor a produção e oferecer produtos de ótima qualidade e com isto ganhar a
confiança do comprador, o qual poderá sugerir novas plantações.
O pequeno produtor poderá vender sua produção, obtida no início geralmente da extração
de plantas espontâneas, para farmácias de manipulação, vendedores de plantas medicinais em
feiras. É interessante que forneça uma amostra do produto.
Aos produtores iniciantes ou não, sugere-se que:
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30
• viveiro de mudas
é atividade que mais dá lucro para áreas mínimas (como por exemplo 500 m 2) mas há
necessidade de registro na Secretaria da Agricultura (ou similar no seu estado), no
IBAMA, responsável técnico e registro no CREA (dependendo do Estado) se for
empresa. A participação em feiras e exposições por exemplo é essencial.
30
31
poderá produzir o próprio artesanato e sofrerá menos burocracia para criar a empresa. A
participação em feiras e exposições também é essencial.
BIBLIOGRAFIA
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PLANTAS CONDIMENTARES
O valor de uma especiaria ou planta condimentar está quase sempre relacionado a um grupo de
substâncias denominadas de óleos essenciais, que são também considerados princípios ativos e com
amplo uso na medicina. Há também outros tipos de substâncias como a capsaicina do pimentão e
pimentas picantes, que é classificada como alcalóide. O produtor de plantas condimentares também terá
de acompanhar pesquisas na área de saúde sobre sua planta, pois aspectos negativos ou positivos
relacionados ao seu uso medicinal irão influenciar diretamente o valor econômico da espécie escolhida.
Outro assunto que é importante a ser levado em conta é a identificação da planta, principalmente
para evitar que cometa erros que poderão comprometer a imagem do produtor, pois não são poucas as
confusões que ocorrem na denominação de alguns condimentos.
No entanto não se exige a correta denominação do orégano verdadeiro, das pimentas ou das
inúmeras espécies ou variedades de manjericão e de hortelã, devido a existirem apenas alguns
especialistas nestas plantas em todo o mundo. Portanto não fique frustrado se não conseguir a exata
classificação de algumas espécies.
Neste item são dadas algumas informações que serão úteis ao produtor principalmente para
facilitar na identificação, pois quando mais informado sobre a área de condimento, maior transmissão
de segurança e confiabilidade no que trabalha.
Nome científico
O nome científico vem grafado na forma diferente de como são escritas as outras palavras, isto
é, em itálico, negrito ou até grifado (o importante é seu destaque no texto). O primeiro nome (gênero)
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37
inicia em maiúscula e o segundo em minúscula. Pode ainda vir no final do nome científico o nome do
autor responsável pelo nome científico. Quando é variedade o nome pode ser escrito da seguinte forma:
Mentha arvensis L. var. piperascens, que é uma variedade de hortelã.
Felizmente são poucas as confusões com os condimentos, mas algumas vezes há alguns
exageros como o tomilho (folhas próximas ao do alecrim e com cheiro do orégano) que é chamado de
cominho (com folhas semelhante ao funcho).
No quadro são relacionadas algumas confusões que ocorrem.
A erva-doce verdadeira é de rara ocorrência nos quintais e hortas brasileiras, mas seu odor é
bastante semelhante ao do funcho, anis-estrelado ou até uma espécie de manjericão. Entre estas plantas
apenas o funcho possui variedades específicas para produção de bulbo comestível, principalmente em
salada.
Talvez o erro mais comum no Brasil entre os condimentos, é confundir o verdadeiro açafrão, e
que aqui pode referir-se a pelo menos 4 espécies, o legítimo (Crocus sativus), um que poucos chamam
por este nome que é o Bixa orellana (mais conhecido por urucum), uma raiz de cor alaranjada e também
chamado de açafrão pelos brasileiros (Curcuma longa) e um de rara ocorrência nas regiões mais frias e
também pouquíssimo conhecido (Carthamus tinctorius), que aliás é mais utilizado como corante.
Há ainda no Brasil, algumas plantas com odor bem próximo a da pimenta-do-reino. São espécies
que pertencem ao gênero Xilopia e que mereceriam mais estudos sobre sua viabilidade na culinária,
pois são menos picantes. Possuem nomes vulgares como pindaíba, pimenta-de-bugre e pimenta-de-
macaco.
E próxima da noz-moscada temos uma planta silvestre com características semelhantes, que é a
Cryptocarya moschata e que pertence a família do louro e das canelas. Aliás, no Brasil, as plantas
chamadas de canelas não possuem as mesmas utilidades da canela-da-china. Outra planta que brota
37
38
espontaneamente no Brasil e que pode ser usada como condimento é a aroeira-vermelha (Schinus
terenbinthifolius) e que já é chamada de pimenta-rosa.
No nordeste há uma planta com formato semelhante ao boldo-de-folha-peluda e com um aroma
que lembra muito pouco o orégano mas que também é usada na culinária. É chamada de hortelã-do-
norte, malvaisco ou até alfavaca como no interior de Sergipe e o nome científico é Plectranthus
amboinicus. Em Cuba é chamado de orégano.
Além do coentro (Coriandrum sativum), no Brasil é também conhecido como coentrão ou
coentro uma planta de nome Eryngium foetidum, que é comum no nordeste. Para mais confusão há
também o orégano mexicano (Lippia graveolens), que não tem aparência semelhante ao verdadeiro.
Há também muitas plantas nativas no Brasil que recebem o nome de alecrim como o alecrim-do-
campo e o alecrim de vaqueiro, sendo que a maioria não possui uso condimentar.
A identificação correta de alguns grupos de plantas só é possível em Instituições estrangeiras de
pesquisa como o Royal Garden na Inglaterra. Como exemplo de grande dificuldade para chegar ao
nome correto pode-se citar manjericões, hortelãs, orégano ou manjerona e pimentas, sendo o primeiro o
grupo com maior diversificação de espécies e variedades de interesse econômico. Entre as pimentas há
divergências entre os pesquisadores.
Para auxiliar na busca da identificação de algumas espécies são fornecidas características em
comum de algumas espécies.
• aroma de anis: há algumas espécies que possuem aroma semelhante ao que lembra o anis, como a
verdadeira erva-doce ou anis (Pimpinella anisum), o funcho e sua variedades produtoras de sementes
ou “bulbos” (Foeniculum vulgare), um manjericão que muitos chamam de atroveran (Ocimum
selloi), sendo inclusive utilizado na fabricação de licores caseiros, o anis estrelado (Illicium verum);
• aroma de orégano: neste aroma podem ser exemplificados o próprio orégano (Origanum vulgare), a
manjerona (Origanum majorana), a segurelha (Satureja hortensis), e o tomilho (Thymus vulgaris).
Este último possui folhas mais afinadas e menores enquanto que a segurelha possui folhas menores
que o orégano e a manjerona, e entre estas últimas é muito difícil a diferenciação. Acrescente
também que em todas citadas existem variedades. Há ainda o coentrão ou chicória para alguns
(Eryngium foetidum);
• aroma de menta: aqui entram vários hortelãs do gênero Mentha e uma planta conhecida como poejo-
do-rio-grande (Cunila microcephella);
• aroma de manjericão ou alfavaca: são inúmeras as espécies que possuem odor que lembra o que
muitos chamam de alfavaca, principalmente em função das inúmeras variedades. Todos pertencem
ao gênero Ocimum; e
• aroma de cravo: o próprio cravo-da-índia (Eugenia ) e o manjericão-cravo ou favacão (Ocimum
gratissimum).
Ásia
Aneto, pimenta-do-reino, cardamomo, canela verdadeira, canela-da-china, noz-moscada,
gengibre, curcuma e cravo-da-índia
América
Baunilha e pimenta-malagueta
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39
Europa
Coentro, hissopo, manjerona, tomilho, sálvia, segurelha, erva-doce, funcho, levístico e cominho.
De acordo com a parte que serve como condimento pode-se agrupar da seguinte forma:
Algumas espécies produzem mais de uma parte como condimento como por exemplo coentro
(folhas e sementes), funcho (semente e bulbo), hissopo e manjerona (folhas e sumidades florais).
A qualidade de uma planta condimentar está relacionado diretamente aos teores de algumas
substâncias (como os óleos essenciais) e com isto, a produção da biomassa não será o principal
parâmetro levado em consideração para efeito de preço. Como os fatores climáticas e de solo
influenciam a produção de substâncias na planta, o produtor deverá estar bastante atento as exigências
da cultura. Se o não observá-las, a sua produção poderá até estar bem desenvolvida mas sem o teor de
princípio ativo desejado.
Com isto, caso tenha interesse em produções maiores, certifique com especialistas de que sua
planta estará no local adequado. Grandes volumes de plantas medicinais são comprados somente após
análise do material.
Clima
Temperatura
• em locais de clima mais ameno, plante as espécies exigentes em clima mais quente apenas nos meses
de setembro ou outubro e as de clima mais frio em qualquer época; e
• em locais de clima quente plante em abril ou maio as de clima mais ameno e no ano todo as que
preferem clima temperado ou mais quente.
39
40
⇒ espécies que toleram grande variação de temperatura: açafrão e alcarávia (sofrem com geadas),
cebolinha, hortelã, orégano, cominho, aneto e salsinha;
⇒ espécies que sofrem em clima mais frios: coentro, manjericão, erva-doce, louro, cerefólio, funcho
(depende da variedade), segurelha, estragão, manjerona, gengibre, raiz forte e alecrim; e
⇒ espécies que produzem menos em clima mais quente: segurelha anual, capuchina, funcho, raiz-forte,
levístico, estragão, alho, hissopo, alecrim, sálvia, tomilho, louro e erva-doce.
Luz solar
São raras as plantas condimentares que conseguem desenvolver sem a luz solar direta. Mesmo
em plantas cultivadas em estufas, a mínima obstrução da luz solar, causa perda na qualidade aromática.
Em uma propriedade com inclinações em todas as faces (norte, sul, leste ou oeste), a produção de
melhor qualidade ocorrerá na face norte devido a maior incidência de luz solar. O mesmo raciocínio
pode ser utilizado para a colocação de jardineiras em prédio, só que neste caso, a face sul é inviável
para o plantio de condimentos.
Altitude
Com relação à altitude, a maioria das condimentares não teria no Brasil as condições ideais,
considerando que são espécies nativas de locais com altitude superior a 1.000m. No país a maior parte
do seu território situa-se entre o nível do mar e 1.200 m de altura.
Abaixo são dadas as maiores altitudes exigidas para algumas condimentares:
Até 1.000 m
Erva-doce
Alecrim, açafrão, coentro, cominho, estragão, funcho (variedade doce requer menor altitude),
manjerona
Mais de 2.000 m
Orégano
Latitude
A influência da latitude, que irá refletir diretamente na quantidade de horas de luz, é condição
que justificam a melhor qualidade das aromáticas em suas regiões de origem. Várias espécies são
originadas ou cultivadas com sucesso em locais com latitude superior a 40º (no Brasil a latitude máxima
é próxima de 35º).
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Umidade
Edáficas (solo)
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42
• curcuma e gengibre (espécies que produzem raízes para colheita) devem ser plantados em solos mais
soltos (nem um pouco argiloso);
• os solos mais escuros são geralmente mais férteis e mais propensos a doenças; e
• solos mais claros são geralmente mais ácidos e mais secos.
PLANTIO
Luz
Propagação vegetativa
Estaquia de folha
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Divisão de touceira
É o método que permite desenvolvimento mais rápido das mudas mas também é o que menos
rende, pois consiste em aproveitar partes da planta contendo parte aérea e raiz. Após a retirada das
mudas, podar a parte aérea e a raiz, deixando respectivamente 5 a 10 cm e 2 a 5 cm de comprimento.
São exemplos de condimentos que reproduzem por divisão de touceira: cebolinha, tomilho, hissopo,
orégano e segurelha.
Alporquia
Sem a utilização de hormônios é a forma mais recomendada para o louro. As etapas para
alporquia são:
Quadro: peso de 1.000 sementes de plantas condimentares obtidos pelo autor e PRADO, C.; ROMERO,
F. H. C. e SANTOS, R. R. (1998)
Aneto 1,229
Cerefólio 3,232
Hortelã- 0,073
pimenta
Manjericão 1,916
Manjerona 0,284
Orégano 0,083
Salsa 1,585
Salsão 0,445
Alcarávia 3,000
Alecrim 1,038
Aneto 1,460
Coentro 9,003
Cominho 3,140
Erva-doce 2,400
Funcho 4,970
Hissopo 0,900 a 1,000
Manjericão italiano 1,400
Manjerona 0,225
Mostarda branca 5,000
Orégano 0,035
Sálvia 6,300
Satureja hortensis 0,761
Satureja montana 0,650
Tomilho 0,265
Estes outros valores foram fornecidos por empresa que comercializam sementes:
44
45
Com relação ao gasto com sementes, HORNOK (s.d.), fornece as seguintes quantidades:
Como a maioria dos espaçamentos não foram estudados nas nossas condições, pode ocorrer
variações quando for plantar. Em solos menos férteis, o espaçamento pode ser menor e nos mais férteis
o espaçamento poderá ser maior.
Plantas muito separadas estarão mais sujeitas a poeiras e muito adensadas, crescerão com menos
força.
45
46
Com relação ao período crítico relacionado a irrigação, MAROUELLI et al. (1996), fornece os
seguintes dados:
46
47
COLHEITA
• a colheita deve ser feita após o orvalho e nunca em dia nublado ou chuvosos;
• não é recomendada a lavagem do material no dia da colheita, pois poderá favorecer ao aparecimento
de bolores. Pode ser exceção quando se tem a garantia do controle da temperatura da secagem e que
o local não tenha alta umidade;
• se as plantas estiverem muito empoeiradas, faça uma irrigação um dia antes da colheita ou, se for
pequena produção, lave-as com regador;
• faça antecipado o planejamento da colheita, estudando o ciclo de vida da planta com o objetivo de
escolher o momento ideal da colheita, preparar o material e explicar detalhadamente para os
funcionários; e
• pode-se colher as raízes no final da tarde.
Para produções comerciais será importante pesquisas sobre horários mais específicos de
colheita, pois estas observações não servem para todas.
FOLHAS
Se for para pequenas produções pode-se tomar cuidados mais rigorosos como por
exemplo:
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48
Muitas aromáticas são valorizadas quando são colhidas as folhas e as sumidades floridas ao
mesmo tempo. Estas sumidades devem ser colhidas com 2 cm de pedúnculo, pela manhã e no início da
floração antes que se abram totalmente.
FRUTOS E SEMENTES
Para a grande maioria das plantas produtoras de sementes ou frutos, o momento ideal para
colher seria quando da completa maturação destas partes, no entanto se for esperar este momento, as
sementes podem cair. Com isto, deverão ser colhidas logo que percebe o início da queda de algumas
sementes.
RAÍZES
São poucas as plantas condimentares que são destinadas a produção de raízes para temperos e
plantas como curcuma e gengibre tem com indicativo, a morte da parte aérea. Caso tenha que fazer
colheita de apenas uma parte da planta, escolher as raízes mais próximas da superfície.
As épocas que tem tido melhor resultado para colheita de raízes são início da primavera ou do
outono.
Nos quadros abaixo estão relacionados dados retirados de algumas das principais publicações ou
instituição de pesquisa. Estas informações serão essenciais para poder estimar a produção e planejar o
momento da colheita.
Em pesquisas do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas
(CPQBA) da Universidade de Campinas, chegou-se aos seguintes rendimentos:
Espécie Rendimento
ton/matéria seca/hectare
LA LUZ (1993) faz as seguintes considerações, sobre colheita de plantas aromáticas em Cuba:
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49
sementes
Funcho 1 ton de sementes
coleta a cada 7 dias e quando terminar, cortar a
planta a 25-30 cm do solo.
Ocimum basilicum 18 ton de matéria 3 cortes a 10 cm do solo. O primeiro após 3
fresca meses e depois a cada 45 dias. Melhor
produção no verão.
Manjericão 10 ton de matéria 2 cortes por ano a 10 cm do solo. 1º corte após
fresca 4 meses e o 2º, 2 meses após 1º.
Salsa Se for folhas o 1º corte aos 65 a 70 dias e 2º
corte 30 a 40 dias mais tarde cortando rente ao
solo.
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50
Erva-doce frutos 0,6 a 0,7 ton a 1,2 a 1,5 ton inicia colheita 50%
maduros 6% (óleo essencial) estão maduros
Estragão folhas Parte aérea fresca: 1º ano no 5 a 6 anos de coleta.
dessecadas máximo 3 a 5 ton, 2º ano 12 a Após secar perde-se
15 ton 80% do peso normal
Folhas secas: 800 kg
Funcho frutos, folhas e 1,5 ton (variedade doce), 2,0 ton
raízes (var. amarga)
Óleo essencial: 35 a 70 kg (var.
doce) e 70 a 140 kg (var.
amarga)
Hissopo folhas e Parte aérea: 1,4 a 2,0 ton (1º colhe-se em plena
sumidades ano, seca), 5,0 a 6,0 ton (2º ano, floração
floridas seca) 1º ano (1 corte)
Óleo essencial: 40 a 50 kg 2º ano (2 cortes)
Manjericão folhas, Planta: 10 a 15 ton (fresca), 2 a colhe-se na floração
italiano sumidades 3 ton (seca) quando para óleo
(Ocimum floridas Folhas: 1,2 a 1,5 ton (secas) essencial e para
basilicum) Óleo essencial: 2,4 a 3,0 kg culinária, antes da
(variedades “fino verde” e “gran floração e a 15 cm
verde”) e 6 a 8 kg (var. “hoja de do solo
lechuga”)
Manjerona folhas e 7,0 a 12,0 ton colher na floração
sumidades 3,0 a 4,0 ton para destilação
floridas 20 a 25 kg de óleo essencial
Mostarda- sementes 1,0 a 1,5 ton
branca 0,7 a 1,4% (óleo essencial)
Orégano folhas e Matéria fresca: 3,0 ton (1º ano),
1º ano (1corte), 2º
sumidades 15,0 ton (2º ano) ano (2 cortes).
floridas Óleo essencial: 2,0 kg Colhida antes de
abrirem todas as
flores
Sálvia folhas e Por corte: no 5º ano diminui a
sumidades Planta fresca - 6,0 ton produção. 2 cortes a
floridas Planta seca - 1,5 ton (1º ano), partir do 2º ano
4,0 ton (2º ao 4º ano)
Folhas secas - 0,9 a 2,1 ton
Óleo essencial - 1,0 a 2,5 %
Satureja folhas, Planta: 12 a 15 ton (fresca), 3,5 380 frutos com 4
hortensis sumidades a 4 ton (seca) aqüênios cada
floridas Folhas: 0,9 a 1,0 ton (secas) planta, colhe em
Óleo essencial: 27 a 30 kg plena floração
Satureja folhas, Planta: 8 a 12 ton (fresca), 3,6 a
montana sumidades 5,4 ton (seca)
floridas Folhas: 1,5 a 2,0 ton (secas)
Óleo essencial: 16 a 24 kg
Tomilhos folhas e Fresco: 4,0 a 5,0 ton 1 ou raras vezes 2
sumidades Seco: 0,8 a 1,2 ton cortes ao ano
floridas Óleo essencial: 20 a 25 kg
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SECAGEM E ARMAZENAMENTO
Pode-se considerar a secagem como a etapa mais delicada do cultivo das plantas condimentares,
pois se for mal feita, pode-se perder todo o trabalho. Uma boa secagem mantém boa parte do valor
organoléptico e preservar o material colhido do ataque de doenças e pragas.
Os procedimentos antes da secagem são:
•retirar fragmentos de outras plantas, insetos e outros materiais estranhos;
•selecionar partes de melhor aspecto (sem sintomas de ataque de pragas e doenças);
•tomar cuidado para não sujar as partes colhidas com terra; e
•manipular o mínimo possível o material colhido.
Além de melhor preço obtido, o produtor poderá tornar-se referência para compradores,
invertendo a situação normal, isto é , passará a ser procurado para comprar material.
10.1. SECAGEM
Na produção caseira, o uso das plantas frescas é o mais recomendável mas na produção
comercial, o que é comercializado é a matéria seca (exceto para venda em restaurantes, pizzarias, etc.).
Para conseguir um bom produto seco, deve-se proceder à secagem o mais brevemente possível.
As condições internas do secador ou local para secagem são:
•limpo;
•seco;
•arejado;
•sem aberturas para o lado sul;
51
52
Secagem natural
Nesta secagem, não há controle da temperatura e com isto, o material colhido demora muito
mais para secar (1 a 2 semanas se fore parte aérea). Na figura, estão demostrados como podem ser
colocados o material para secar. Pode-se cobrir as partes com papel de embrulhar pão, com a finalidade
de absorver mais a umidade, diminuir a iluminação e manter livre de poeira.
A secagem pode ser também sobre panos, ripados ou redes, estendidos em local arejado, sem
umidade e abrigados do sol.
Secagem artificial
Para secar grandes quantidades deve-se usar a secagem artificial, que se dá com temperatura
controlada (entre 30 e 65º). É bem mais rápida e o material poderá estar pronto no mesmo dia.
Infelizmente são raras as empresas que comercializam secadores, ficando a cargo do produtor idealizar
o seu próprio.
Em alguns casos faz-se uma estabilização, que é feita com vapores de álcool etílico, que mantém
as enzimas celulares inativas, preservando assim, sua composição química.
Armazenamento
O material após a secagem, deverá ser armazenado em local escuro, seco, arejado, sem insetos
ou poeiras e com temperatura não muito alta. Como um dos fatores que prejudica o teor de substâncias
é a luz, inativando ou até destruindo algumas, o material deverá ser conservados em recipientes de
metal, cerâmica, vidro escuro ou madeira. Para produções maiores, sugere-se guardá-los em sacos de
juta, que comumente são usados para guardar produções agrícolas. Para impedir poeira,
desenvolvimento de fungos, entrada de insetos, umidade ou perdas dos óleos essenciais, recomenda-se
fechar o mais hermeticamente possível.
Não esquecer de colocar no material colhido, etiquetas com o nome da espécie colhida e a data
da colheita.
COMERCIALIZAÇÃO
Com poucos estudos da qualidade dos condimentos quando cultivados no Brasil, o produtor
pode arriscar a iniciar em uma pequena área o cultivo de algumas espécies de alto valor econômico
como o açafrão ou a alcaparra, apesar da literatura atual indicar que estas culturas não são aclimatadas
as nossas condições. No entanto, praticamente não há pesquisas que comprovem estas informações..
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53
Alguns países da América do Sul já iniciaram estudos sobre a viabilidade de algumas culturas como o
açafrão na Argentina (já citado), e estão conseguindo resultados positivos.
Em função da tradição da península ibérica na venda de especiarias, são dadas em %, a
participação de alguns condimentos no seu comércio:
pimentão: 15%
alho: 12%
salsa 12%
pimenta: 10%
açafrão: 9%
canela: 8%
Em levantamento realizado pelo autor em Portugal no início de 1998, obteve os seguintes preços
de alguns condimentos:
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54
• viveiro de mudas
mesmo em uma área de 200 a 500 m 2, pode-se conseguir lucro com viveiro de mudas de plantas
condimentares. Para oficialização desta atividade há necessidade de registro na Secretaria da
Agricultura (ou similar no seu estado), no IBAMA, responsável técnico (Engenheiro Agrônomo ou
Engenheiro Florestal) e registro no CREA (dependendo do Estado) se for empresa. Para divulgar
o produto, participe de feiras e exposições.
Conseguirá mais lucro se estiver próximo de capitais ou grandes cidades.
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