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ARTIGO

CRITÉRIOS PARA A DEFINIÇÃO DE OBRAS RARAS

Rizio Bruno Sant'Ana

RESUMO: Discute-se a adoção de critérios de raridade em bibliotecas. Para tanto, são analisados os
critérios, muitas vezes antagônicos, adotados por colecionadores e por diversas instituições públicas.
Em seguida, são estudadas as normas presentes nos principais códigos de catalogação de obras raras,
incluindo textos recentemente disponibilizados na Internet. Finalmente, são estudados mais
detalhadamente vários textos, encontrados nos catálogos de obras raras das bibliotecas brasileiras, bem
como os critérios adotados na Biblioteca Mário de Andrade, da Prefeitura Municipal de São Paulo.

PALAVRAS-CHAVE: Obras raras; Critérios; Bibliotecas públicas; Colecionadores de livros.

ABSTRACT: The author analyzes the adoption of criteria for the definition of rare books in libraries,
studying the criteria adopted by book collectors and many public institutions. After that, we studied
the main cataloging codes for rare books, including texts recently in the Internet. Finally, some texts,
found in catalogues of rare books of the Brazilian libraries are studied more at great length, as well as
the criteria adopted in the Mário de Andrade Public Library of São Paulo.)

KEY-WORDS: Rare books; Criteria; Public libraries; Book collectors.

Rev. Online Bibl. Prof. Joel Martins, Campinas, v.2, n.3, p.1-18 , jun. 2001 1
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O conceito de obra rara está mais ligado ao diferenciado, devido à dificuldade na
livro, mas pode incluir também os periódicos, obtenção dos exemplares e a seu alto valor
mapas, folhas volantes, cartões-postais e histórico e monetário. Parte-se do princípio de
outros materiais impressos. Fotografias, que a obra rara é mais difícil de ser reposta,
manuscritos, gravuras e desenhos são obras caso desapareça; do mesmo modo, uma obra
únicas e originais, e portanto não recebem valiosa é sempre mais visada, merecendo um
esta denominação de obra rara; devem cuidado maior quanto à segurança do acervo
receber, no entanto, o mesmo cuidado onde está depositada.
dispensado às obras raras em relação à
preservação e conservação. Neste texto, as Em termos bibliográficos, podem ser
palavras “livro” e “obra” são algumas vezes considerados valiosos os aspectos ligados ao
empregadas indistintamente, no sentido de livro enquanto objeto físico ou enquanto meio
caracterizar qualquer material impresso. De de transmitir informações e novas visões de
qualquer forma, as obras raras devem ser mundo (tanto literárias como científicas).
consideradas como um aspecto específico de Desta forma, o livro seria um representante
um conjunto maior, que seriam as coleções factual da história do conhecimento, ou seja,
especiais, dentro das bibliotecas. um documento verdadeiro do
desenvolvimento cultural e social da
De acordo com o senso comum e a maioria humanidade.
dos dicionários, o livro raro é aquele difícil de
encontrar, invulgar, diferente do livro comum. Existe, todavia, uma quase total divergência
A palavra raro significa também algo valioso entre os pontos de vista dos colecionadores e
ou precioso; uma obra rara seria portanto dos responsáveis por bibliotecas públicas
qualquer publicação incomum, difícil de especializadas na guarda de livros raros,
achar, e com um valor maior do que os livros quanto à definição do que seja uma raridade
disponíveis no mercado. bibliográfica. Embora ambos reconheçam o
valor histórico de uma obra antiga ou de um
O livro raro seria “assim designado por ser clássico da literatura, em geral os
detentor de alguma particularidade especial colecionadores não se prendem à antigüidade
(conteúdo, papel, ilustrações), ou por já de uma obra para sua caracterização como
serem conhecidos poucos exemplares”, rara, utilizando este termo mais como
segundo as autoras do Dicionário do livro1. sinônimo de algo valioso. As bibliotecas, por
Da mesma forma, para Martínez de Sousa, é sua vez, referem-se à data como um dos
um “libro que por la materia de que trata, el principais critérios de raridade, reconhecendo
corto número de ejemplares impressos o na obra a sua possibilidade de uso e não o
conservados, su antigüedad u otra simples valor monetário.
característica o circunstancia se convierte en
una excepción.”2 EXEMPLARES ÚNICOS

O uso de critérios de raridade, para criar uma Para os colecionadores, são por vezes
distinção entre as obras valiosas e as demais, pequenos fatores acidentais que na verdade
tanto por parte de bibliotecas como entre criam os livros raros, fazendo com que obras
colecionadores, prende-se ao fato de que as que poderiam ser consideradas comuns
obras raras merecem um tratamento venham a ser muito procuradas, pela
dificuldade de localização dos exemplares. Há
inúmeros exemplos, inclusive do século XX:
1 FARIA, Maria Isabel; PERICÃO, Maria da Graça.
o primeiro volume da terceira edição da
Dicionário do livro: terminologia relativa ao
História geral do Brasil, de Varnhagen,
suporte, ao texto, à edição e encadernação, ao
tratamento técnico, etc. Lisboa: Guimarães, 1988. impresso em 1907, teve sua tiragem quase
p.209. inteiramente destruída em um incêndio na
2 MARTÍNEZ DE SOUSA, José. Diccionario de editora Laemmert, no Rio de Janeiro; os
bibliología y ciencias afines. Madrid: Fundación poucos exemplares sobreviventes são tão ou
Germán Sánchez Ruipérez; Piramide, 1989. p.468.

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mais raros quanto os da primeira edição, de o exemplar está, como é comum no Brasil,
1854. Da mesma forma, por um simples erro verdadeiramente rendado de furos, então não é
tipográfico (a troca de uma letra no texto de digno de um bibliófilo, nada vale para um
apresentação), a segunda edição das Poesias colecionador.”4
completas de Machado de Assis, publicada
em Paris pela Garnier, em 1902, é muito mais Na verdade, o interesse e a procura pelos
valiosa e procurada que a maioria de suas exemplares existentes é que estabelecem o
outras obras. preço de venda e fazem com que os livros
venham a ser considerados valiosos e,
A importância maior de uma obra recai, para conseqüentemente, raros. Segundo ainda
estes colecionadores, no objeto livro, que Rubens Borba,
deve ser único ou existir em pequeno número
e precisa estar em perfeitas condições de “Um livro não é valioso porque é
conservação. Isto significa manter, mesmo antigo e, provavelmente, raro.
Existem milhões de livros antigos
quando encadernado, a capa da brochura
que nada valem porque não
original, com o texto íntegro, sem falhas, e interessam a ninguém. Toda
com as páginas limpas, sem manchas e furos biblioteca pública está cheia de
devido à ação de insetos ou do tempo. Quanto livros antigos, que, se fossem postos
mais perfeito estiver o exemplar, mais valor à venda, não valeriam mais que o seu
alcançará no mercado livreiro. Marcas de peso como papel velho. O valor de
propriedade (ex-libris, carimbos, anotações e um livro nada tem que ver com a sua
autógrafos do autor e/ou do possuidor da idade. A procura é que torna um
obra) ou outras indicações que individualizem livro valioso.”5
o exemplar, quando realizadas por pessoas de
renome, podem até aumentar o valor de uma É discutível a afirmação de que as bibliotecas
obra, mesmo se a cópia estiver em mau estado públicas estão cheias de livros antigos e sem
de conservação. interesse, já que neste caso o valor não pode
ser apenas monetário, e um pesquisador que
Neste caso, deveríamos inclusive dizer que se procura uma obra específica sabe muito bem
tratam de “exemplares” raros e não “obras” quanto vale o esforço de encontrá-la em uma
raras, já que o conceito raro não se aplica a biblioteca, à sua disposição. O próprio
toda a edição (ou ao conteúdo textual da Rubens Borba, aliás, reconhece a importância
obra), mas sim apenas a uma determinada de “um exemplaire de travail”, dizendo: “Fará a
cópia individual. Conforme Félix Pacheco, felicidade de um erudito, em vez de se tornar o
“as differenças de custo originam-se quasi desespero de um bibliófilo”. De qualquer forma,
sempre do estado de conservação do volume, fica claro que para os colecionadores o valor
das peculiaridades da encadernação, ou de da obra está ligado ao interesse que desperta,
certos attributos de procedencia, que às vezes como aliás acontece também com o mercado
concorrem muito para valorizar o de artes. Neste sentido, Leny Cordeiro afirma:
exemplar.”3
“Na opinião autorizada dos
Rubens Borba de Moraes complementa: “Nem bibliófilos, os elementos que fazem
todos os exemplares de uma obra rara valem o com que livros possam se tornar
mesmo preço. O valor de um livro antigo raros são o assunto da obra, a
depende do estado em que se encontra, da tiragem dela e a procura dos
encadernação que o veste ou de alguma
particularidade que o exemplar apresenta. [...] se 4 MORAES, Rubens Borba de. O bibliófilo aprendiz:
prosa de um velho colecionador para ser lida por
quem gosta de livros, mas pode também servir de
3 PACHECO, Felix. O valor immenso da bibliotheca pequeno guia aos que desejam formar uma coleção
brasiliense do Dr. J. Carlos Rodrigues: Collecção de obras raras antigas ou modernas. 3.ed. Brasília:
Cristiano Ottoni, da Bibliotheca Nacional; posto em Briquet de Lemos; Rio de Janeiro: Casa da Palavra,
relevo pelos ultimos catalogos de venda na Europa. 1998. p.83 e 89.
Rio de Janeiro: Jornal do Comércio, 1930. p.5. 5 MORAES, op. cit., p.65.

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leitores. Livros antigos não são leva a questionar o critério
necessariamente raros. Obras sobre puramente cronológico para
teologia publicadas no século XVI, demarcação de um acervo de obras
por exemplo, são pouco procuradas, raras nas bibliotecas públicas, como
e por isso baratas.”6 é costume.”

No prefácio à Bibliografia brasileira do Como vemos, existiria por parte das


período colonial, Rubens Borba comenta, ao bibliotecas públicas, de acordo com a autora,
descrever a raridade das obras citadas: a utilização de um critério “puramente
cronológico” na indicação das raridades de
“Na sua grande maioria os livros seus acervos. Este conceito será analisado
descritos neste trabalho são raros, posteriormente, ao se discutir o ponto de vista
muitos, raríssimos, alguns, das bibliotecas. O próprio Rubens Borba
praticamente ´inacháveis´. Não confirma a valorização de alguns livros
julguei pois necessário repetir antigos como raros, quando no prefácio à
constantemente êsses adjetivos que segunda edição de sua Bibliographia
aguçam tanto a gula dos brasiliana (reunião de livros raros sobre o
colecionadores. Fica entendido que a
maioria das obras aqui mencionadas
Brasil publicados desde 1504 até 1900) ele
é rara, isto é, não se encontra com explica:
freqüencia no mercado de livros
antigos.”7 “Nesta edição revista, há mais ênfase
nas entradas de livros dos séculos
XVI, XVII e XVIII do que de livros
Concordando com este conceito, Ana Maria publicados no século XIX, quando a
de Almeida Camargo diz que “a obra rara produção cresceu. Como os livros se
nada mais é do que aquilo que o sentido do tornaram mais facilmente acessíveis,
atributo indica, isto é, a obra difícil de publicações deste último período
encontrar.”8 Logo depois, a autora comenta: ficam fora do escopo de uma
“Ao contrário do que muitos pensam, a bibliografia sobre livros raros.”9
velhice não faz, por si só, a raridade de um
livro. Páginas rotas, amareladas, e Ou seja, deste ponto de vista, os livros antigos
encadernações em pedaços têm o efeito de são raros porque são menos acessíveis, e
diminuir o possível valor de um livro antigo.” portanto mais difíceis de serem localizados. A
Ou seja, a raridade está diretamente ligada ao valorização das primeiras descrições do
valor do livro no mercado. Discutindo a Brasil, mais do que confirmar a raridade de
questão da primeira edição, Camargo escreve: uma obra antiga, está ligada à própria arte de
colecionar, tanto que o índice desta
“As primeiras edições são, Bibliographia brasiliana apresenta a palavra
freqüentemente, mais raras que as First como um dos assuntos, indicando para
subseqüentes. A afirmação é válida colecionadores e pesquisadores os livros que
tanto para os livros antigos como primeiro trazem uma determinada ilustração
para os contemporâneos, o que nos
ou informação relacionada ao Brasil.

6 CORDEIRO, Leny. O livro como raridade. Arte De qualquer forma, deve-se estar sempre
Hoje, Rio de Janeiro, v.1, n.7, p.8-12, jan. 1978. atento às possíveis mudanças de avaliação,
7 MORAES, Rubens Borba de. Bibliografia brasileira com o passar do tempo, no caso de livros
do período colonial: catálogo comentado das obras raros. Segundo nos informa mais uma vez
dos autores nascidos no Brasil e publicadas antes de
1808. São Paulo: IEB, 1969. p.xvii.
8 CAMARGO, Ana Maria de Almeida. Obra rara: 9 MORAES, Rubens Borba de. Bibliographia
critérios para definição. São Paulo, 1992. p.1. brasiliana: rare books about Brazil published from
(Trabalho apresentado na Mesa Redonda Obra rara: 1504 to 1900 and works by brazilian authors of the
critérios para definição, política de preservação e colonial period. Rev. and enl. ed. Los Angeles:
mercado, realizada na Biblioteca Mário de Andrade University of California; Rio de Janeiro: Liv.
em 8 de outubro de 1992. Mimeo.) Kosmos, 1983. v.1, p.[xxiii].

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Rubens Borba, nesta mesma obra, “O que em más condições de conservação, deverá ser
Inocêncio considera livro comum e sem valor preservado e eventualmente restaurado, o que
literário é hoje procurado e raro, os autores, inclui muitas vezes o trabalho de
que não incluiu no seu Dicionário por julgá- microfilmagem ou duplicação fac-similar,
los sem interêsse, são hoje objeto de leitura e para evitar a constante manipulação do
estudo.”10 original.

OS LIVROS ANTIGOS Neste sentido, a “desvalorização” do original,


em termos mercadológicos, devido ao seu
Os responsáveis por bibliotecas e outras mau estado de conservação ou à sua
instituições públicas que guardam livros duplicação, não retira de uma obra a condição
considerados raros não utilizam, em geral, o de raridade bibliográfica. Para estas
valor de mercado ou a dificuldade de instituições, a definição do que é uma obra
localização de um dado exemplar como o rara passa necessariamente pela análise
principal argumento para a determinação do histórica dos aspectos ligados ao modo como
que seja uma obra rara, mas sim a importância os livros foram produzidos, independente da
histórica do livro e do seu conteúdo. quantidade de exemplares existentes ou de
seu valor de mercado. Conforme Martínez de
Um dos motivos para que isto aconteça é a Sousa, “sin embargo, la rareza no es,
falta de uma política consistente de aquisição bibliofílicamente, un criterio absoluto de
de obras raras pelas bibliotecas brasileiras. valor: algunos libros comunes pueden
Embora algumas instituições (em geral, alcanzar cotas altas, mientras que otros
bibliotecas universitárias) tenham adquirido relativamente escasos pueden venderse a
nos últimos anos grandes coleções de livros precios no elevados.”12
de bibliófilos já falecidos (na sua maioria
antigos pesquisadores ou professores), a Durante quase 350 anos, no período que vai
compra de exemplares específicos em leilões de Gutenberg até o final do século XVIII,
ou livrarias especializadas é feita quase que todos os livros foram produzidos praticamente
exclusivamente por colecionadores. do mesmo modo. A quantidade de livros
produzidos sempre foi muito grande, e apenas
Estas bibliotecas adquirem as coleções pelo nos primeiros cinqüenta anos de impressão,
seu valor de conjunto, ou seja, mais pela até 1500, houve uma produção estimada em
possibilidade de criar novas áreas de pesquisa dez milhões de incunábulos, em toda a
do que pela importância de alguma obra em Europa. Mesmo podendo existir vários
particular. Deste modo, a compra de obras exemplares de cada título (calcula-se que
raras fica quase sempre condicionada à sua foram impressos mais de 29 mil títulos, com
presença ou não dentro das coleções. uma tiragem média de 300 exemplares por
Infelizmente, nem mesmo estas aquisições edição), bibliotecas e outras instituições
garantem a posterior utilização do acervo, públicas consideram todos os incunábulos
como aconteceu com a biblioteca que como livros raros, não importando seu valor
pertenceu a José Honório Rodrigues.11 de mercado. A concepção que prevalece neste
caso é a da raridade enquanto valor histórico.
Ao mesmo tempo, as bibliotecas, como locais
de pesquisa, naturalmente tendem sempre a Deste ponto de vista, um livro antigo carrega
valorizar o aspecto histórico da obra ao em si mesmo as marcas da sua forma de
avaliar a sua importância. Se um livro antigo produção artesanal, servindo como um
for considerado raro, por exemplo, e estiver documento representativo dos processos
utilizados na época para a transmissão de
informações. Assim, a própria estrutura do
10 MORAES, Bib. bras. período colonial, p.viii. livro (sua forma de encadernação, tipo de
11 GRAIEB, Carlos. Acervos raros são alvo de descaso
e desrespeito. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 25
maio 1996. p. D-3. 12 MARTÍNEZ DE SOUSA, op. cit., p.468.

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papel usado, ilustrações, etc.) é uma rica fonte artesanais em suas publicações, feitas através
de informações sobre o modo de se pensar a da editora Kelmscott, fundada por ele em
cultura de um determinado período da 1891 e que deu início às modernas private
história, levando à conclusão de que todas as press existentes atualmente em diversos
obras publicadas de forma artesanal devem países.13
ser preservadas como raras.
Já no século XX, ficaram famosos os livros de
Devido à forma manual da impressão de arte produzidos por Picasso, Matisse e Miró,
livros, podiam existir diferenças entre os entre outros, trazendo gravuras originais
exemplares de uma edição, pois erros de assinadas pelos autores. Existem, aliás, vários
tipografia detectados durante o trabalho de exemplos de livros recentes, produzidos para
impressão eram corrigidos apenas nas serem considerados raros (e que são também
próximas cópias. Da mesma forma, uma dada chamados de livros de luxo ou artísticos),
tiragem podia apresentar dois ou mais com uma tiragem bem reduzida, usando
exemplares distintos, os chamados “estados” gravuras exclusivas e informando que as
da tiragem. O papel usado nesta época matrizes serão inutilizadas após a impressão.
também era produzido manualmente, em
folhas individuais, usando principalmente AS NORMAS DE CATALOGAÇÃO
trapos de linho e algodão.
Baseadas nesta distinção entre livros
Com as novas invenções que revolucionaram artesanais e industrializados, as normas de
a tipografia, no início do século XIX, como a catalogação utilizadas por bibliotecas definem
máquina de fabricar papéis de Nicolas Robert, como raros todos os livros publicados até
aperfeiçoada por Fourdrinier em 1803, as 1801, independente do número de exemplares
rotativas de impressão off-set e a linotipo, e existentes. Obras mais recentes,
com o uso da força motriz a vapor, a principalmente quando publicadas de forma
utilização da polpa da madeira na fabricação artesanal, também podem merecer uma
do papel e as novas reproduções catalogação especial, de acordo com a política
fotomecânicas de ilustrações, as editoras da instituição.
passaram a automatizar a produção do livro.
A uniformização na publicação de livros não Entre os manuais de catalogação, distinguem-
só aumentou incrivelmente a quantidade de se a segunda edição das Anglo-American
exemplares disponíveis por edição, como fez Cataloging Rules (conhecidas como
com que todas as cópias de uma mesma AACR2), o International Standard Book
edição passassem a ser idênticas entre si. Description, principalmente a parte relativa a
Deste momento em diante, como já vimos, as material antigo, o ISBD(A), e mais
únicas diferenças possíveis serão devidas às recentemente o Descriptive Cataloging of
características individualizantes de algum Rare Books, também chamado de DCRB.
exemplar em particular.
O DCRB, publicado em 1991, é a segunda
Como reação a esta forma de produção, desde edição revista do Bibliographic description
o final do século XIX pequenas editoras of rare books, editado pela Library of
passaram a publicar obras utilizando papéis Congress em 1981 para servir de norma de
artesanais, ilustrações artísticas ou novos catalogação de suas obras raras, em
tipos de letras. Destacam-se, neste contexto, complementação ao AACR2. Logo no início
as produções de William Morris, designer, deste texto, quando são determinados o
arquiteto e poeta inglês que criou a Arts and escopo e os propósitos do trabalho, é dito que
Crafts Society visando a revalorização do
trabalho artesanal em várias áreas, como um “Estas regras (...) indicam instruções
desdobramento de seu ideal socialista. Morris para a catalogação de livros
criava novos tipos fundidos manualmente
para imprimir os textos, usando sempre papéis 13 FEATHER, John. A dictionary of book history.
London: Routledge, 1986. p.152.

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impressos, folhetos e publicações de
uma folha, cuja raridade, valor ou Outro texto bastante importante sobre esta
interesse torna uma descrição questão é o Guidelines on the selection of
especial necessária ou desejável. general collection materials for transfer to
Elas são especialmente apropriadas special collections, publicado pela Seção de
para aquelas publicações produzidas
Obras Raras e Manuscritos da American
antes da introdução da impressão
por máquinas no século XIX. Library Association, em Chicago. Este guia
Todavia, elas podem ser usadas na indica quais as políticas a serem adotadas nos
descrição de qualquer livro, procedimentos de seleção e transferência de
particularmente aqueles produzidos obras raras de coleções gerais para acervos
manualmente ou por métodos que especiais, listando as principais características
dão continuidade à tradição do livro a serem consideradas para a definição de
feito à mão. (...) Esta regras podem obras raras. Em relação à data de publicação
tanto ser aplicadas de forma do material bibliográfico, é dito que
categórica aos livros, baseado na
data ou lugar de publicação (por “Quanto mais tempo um item tiver
exemplo, todos os livros ingleses ou sobrevivido, mais valioso em termos
norte-americanos impressos antes de de preservação ele se torna, pois um
1801), como ser aplicadas item antigo passa a ser um dentre um
seletivamente, de acordo com a número decrescente de testemunhas
política administrativa da de seu próprio tempo. (...) Há uma
instituição.”14 crescente concordância quanto à
proteção, nas mesmas condições, de
A nota 2, nesta mesma página, confirma: “A todos os materiais impressos antes
Library of Congress aplica esta regra de de 1801, não importando sua forma
forma consistente aos livros publicados antes ou condição.”15
de 1801, enquanto geralmente aplica o
AACR2 às publicações posteriores.” Complementando este quadro, será lançado
em breve nos EUA o Descriptive Cataloging
A obra que acompanha o DCRB tem o título of 19th-Century Books, que deverá ser
de Examples to accompany Descriptive utilizado para a catalogação das obras do
Cataloging of Rare Books e foi publicada século XIX. Este período estava como que em
pelo Bibliographic Standards Committee of suspenso entre os dois principais códigos de
the Rare Books and Manuscripts Section da catalogação, pois o DCRB é destinado
ACRL/ALA em Chicago, em 1993. Entre os primariamente para os materiais pré-1801, e o
exemplos apresentados, estão algumas obras AACR2 para os materiais do século XX em
dos séculos XIX e XX, como demonstração diante. Além disso, com o início da chamada
de obras recentes tratadas como raras (livros era industrial na tipografia, a partir de 1825,
de tiragem limitada ou com marcas de mudaram muito os métodos de impressão,
propriedade). ilustração, encadernação, etc., e houve uma
maior separação entre as funções de
Estes dois manuais de catalogação, aliás, impressor, editor e livreiro, aumentando a
estão a merecer uma tradução brasileira, importância de uma catalogação específica
realizada preferencialmente por um grupo de para este tipo de material.
trabalho reunindo bibliotecários
especializados no manejo de obras raras, nos Atualmente, encontram-se disponíveis na
moldes daquele grupo responsável pela Internet, entre outros, os seguintes guias para
tradução e adaptação do AACR2 para uso de auxiliar na catalogação de obras raras:
nossas bibliotecas.

15 ACRL/RBMS Ad Hoc Committee for Developing


14 WASHINGTON. Library of Congress. Descriptive Transfer Guidelines. Guidelines on the selection
cataloging of rare books. 2.ed. Washington, 1991. of general collection materials for transfer to
p.1. special collections. Chicago: ACRL, 1990. 4 p.

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ISBD(A): Existe, por fim, a possibilidade de se ter dois
http://www.ifla.org/VII/s13/pubs/isbda.htm níveis de raridade: um nível mais estrito,
DCRB: reservado para aquelas obras que são raras em
http://www.tlcdelivers.com/tlc/crs/rare0170.ht qualquer parte do mundo (publicadas até certa
m data, restando um número pequeno de cópias,
DC19: com um valor monetário alto), e das quais se
http://www.library.yale.edu/~mtheroux/19c poderia indicar como raro qualquer exemplar
AACR2, 1999 amendment: existente, e um segundo nível mais amplo,
http://www.ala.org/editions/updates/aacr2/aac para os exemplares de obras com aspectos
r299print.html particulares, de interesse específico de uma
Guidelines: biblioteca, reunindo por exemplo as obras
http://www.ala.org/acrl/guides/sel-tran.html autografadas, apresentando ex-libris ou com
encadernações artísticas.
Existem, portanto, padrões internacionais de
definição do que seja uma raridade ANÁLISE DOS CRITÉRIOS DE
bibliográfica que se valem do princípio de que RARIDADE EM BIBLIOTECAS
todos os livros publicados de forma artesanal PÚBLICAS
merecem ser considerados raros. Assim, a
utilização do limite da data de publicação Em 1989, a Biblioteca Nacional publicou um
como um critério de demarcação não é feita folheto16 que listava 64 catálogos de
por uma questão “puramente cronológica”, bibliotecas brasileiras, dos quais vinte e um
como havia sido dito anteriormente, mas está publicados durante o século XIX e quarenta e
baseada em um fato historicamente dado, qual três catálogos de obras raras produzidos no
seja, a mudança na tecnologia dos meios de século XX. A análise de alguns destes
produção. Como foram vários os catálogos mostra que, na sua maioria, os
aperfeiçoamentos durante o tempo, por responsáveis pela publicação destas obras de
motivos de simplificação esta data foi referência não indicam quais foram os
estabelecida como sendo o ano de 1801. critérios de raridade utilizados ou qual a
política da instituição nesta área. Em geral,
Entretanto, os responsáveis por bibliotecas são incluídas obras brasileiras e estrangeiras
públicas ou outras instituições mantidas pelo dos séculos XIX e XX, sem uma justificativa
Estado não devem identificar uma obra como precisa dos motivos que levaram a esta
rara levando em conta apenas seu caráter inclusão.
histórico ou cronológico. Cada instituição que
mantém acervo de obras raras precisa criar Os primeiros catálogos publicados não trazem
uma política própria para a definição das nenhuma indicação dos critérios de raridade
características particulares que os livros utilizados, como é o caso do Catálogo de
devem possuir para que sejam considerados obras raras da Biblioteca Municipal Mário
raros, como consta inclusive do texto de Andrade, de 1969. O catálogo da
anteriormente citado. Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande
do Sul, de 1972, indica “algumas das obras
Para que se possa garantir a correta indicação raras ou valiosas que a Biblioteca Pública do
da raridade de uma obra, faz-se necessário Estado possui”. Noah Moura, responsável
tanto uma análise detalhada do livro pela pesquisa e compilação deste catálogo,
(incluindo o estudo de sua importância afirma:
histórica e literária, a verificação do número
de exemplares conhecidos e o registro de “Não pretendemos apresentá-lo sem
marcas que individualizem o exemplar) falhas técnicas ou de julgamento.
quanto o conhecimento da política específica
da biblioteca para a preservação de suas 16 RIO DE JANEIRO. Biblioteca Nacional. Catálogos
obras. brasileiros de obras raras: publicados por
bibliotecas e instituições brasileiras. Rio de Janeiro,
1989. 12f.

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Como sabemos, o conceito de - obras abonadas de próprio punho
raridade, sendo relativo ao tempo e ou reunidas em coletâneas por
ao espaço, é passível de Affonso Penna Junior.”18
interpretações quanto ao equilíbrio
de valores intrínsecos e A simples menção de “primeiras edições” ou
bibliográficos, deixando, portanto, “teses” não implica claramente na noção de
de ser absoluto.
obra rara, pois estas podem ser obras recentes,
Igualmente, coletamos as obras que
devem figurar em nosso 'inferno', por de autores sem renome ou de fácil
compreender a utilidade ocasional localização, no caso de teses de grandes
destes livros, como marcos sempre universidades. Por sua vez, muitas das obras
vivos da linguagem, do espírito e dos só aparecem listadas aqui como sendo raras
hábitos de uma época.”17 porque pertenceram a Affonso Penna Junior,
não possuindo nenhuma característica
São listadas 46 obras dos séculos XVI a intrínseca de raridade bibliográfica.
XVIII, 71 obras do século XIX e 30 obras do
século XX ou do Inferno (depósitos especiais De um ponto de vista mais estrito, portanto,
de antigas bibliotecas que guardavam, em tais obras poderiam ser chamadas de especiais
geral, obras eróticas ou censuradas), que e não raras, mas deve ser levado em conta o
reúne, na sua maioria, obras publicadas neste aspecto da política da instituição, que
século. Mesmo sem apresentar uma definição determinou como um dos critérios o fato
mais clara do que sejam obras raras, é um dos destas obras terem pertencido a um bibliófilo.
melhores catálogos brasileiros, muito bem
organizado e apresentando extensa pesquisa Por sua vez, o Catálogo de obras raras da
bibliográfica. Biblioteca Pública Arthur Vianna, de
Belém do Pará, indica que “o levantamento
Publicado em 1981, o catálogo Obras raras abrange publicações datadas até 1850”.
na Biblioteca do Ministério da Justiça, de Dentre várias fontes bibliográficas utilizadas
responsabilidade de Neuma Pinheiro para indicação de raridade, é citada
Gonçalves e Maria Cristina de Lima, especificamente o Trésor des livres rares et
apresenta 1.215 obras do acervo da Biblioteca précieux, de Jean Théodore Graesse, quando
de Affonso Penna Junior e é mais preciso nas se informa o seguinte:
indicações de critérios de seleção:
“Ressalta-se que, no desenvolvimento
“- obras de autores brasileiros e dos trabalhos do PLANOR, uma obra
estrangeiros editadas até 1860; apenas mencionada no 'Graesse',
- primeiras edições; mesmo sem citação de raridade é
- segundas edições até 1889; considerada rara. O Catálogo arrola
- edições de luxo; 166 obras raras dos séculos XVII-
- edições com tiragem aproximada XIX, acompanhadas de citações de
de 300 exemplares; raridade e/ou importância histórica,
- obras autografadas por autores recuperadas nas fontes consultadas,
renomados; assim como um aparato referencial,
- obras de personalidades de que fornecerá ao pesquisador fontes
projeção política, científica, literária específicas sobre a raridade da
e religiosa; obra.”19
- teses;

18 BRASIL. Ministério da Justiça. Obras raras na


Biblioteca do Ministério da Justiça. Brasília,
D.F.: Secr. Documentação e Informática, 1981. p.5.
17 RIO GRANDE DO SUL. Biblioteca Pública. 19 PARÁ. Biblioteca Pública Arthur Vianna. Catálogo
Catálogo de obras raras ou valiosas da de obras raras da Biblioteca Pública Arthur
Biblioteca Pública do Estado. Porto Alegre: Vianna: séculos XVII-XIX. Belém: Secr. Estado
Globo, 1972. s.p. da Cultura, 1989. p.13.

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ARTIGO
Novamente, aparecem aqui obras que não críticas, definitivas e diplomáticas
seriam consideradas raras num sentido mais (...).
rigoroso do termo. Obras publicadas em 3.4 edições de clássicos, assim
países europeus após 1801, por exemplo, não considerados nas histórias das
são consideradas raridades absolutas, literaturas específicas (...).
4 pesquisa bibliográfica:
dependendo de uma análise posterior, que
4.1 nas fontes de informação
levará em conta a sua forma de produção bibliográficas (...);
(artesanal ou industrial), tipo de papel e 4.2 nas fontes de informação
ilustração utilizados e quantidades de comerciais, que vão avaliar, em
exemplares existentes. No entanto, a espécie, cada unidade bibliográfica –
utilização de diversas fontes, consultadas para o preço passa a ser indicador de
a realização da pesquisa e citadas após as ´raridade´.
referências bibliográficas, denota o uso 5 característica do exemplar –
cuidadoso de um subsídio importante neste referindo-se àqueles elementos
tipo de trabalho. acrescentados a unidades
bibliográficas em período posterior a
sua publicação:
TEXTOS SOBRE CRITÉRIOS DE 5.1 marcas de propriedade (...);
RARIDADE 5.3 dedicatórias de personalidades
famosas e/ou importantes”.20
A análise de obras mais específicas sobre
critérios e definições de raridades mostra que Embora os itens 1 e 2 englobem aquilo que é
os textos quase sempre tentam reunir livros em geral considerado raro, nos outros itens
raros com outros que poderiam ser chamados aparecem obras que dependerão da análise de
de especiais, e onde a distinção de data cada caso, para uma correta indicação de
algumas vezes não fica muito clara. raridade. Por exemplo, quanto ao valor
cultural, não é qualquer exemplar em fac-
No texto de Ana Virginia Pinheiro sobre o símile que pode ou deve ser considerado raro,
estabelecimento de critérios de raridade nem mesmo todas as edições críticas ou
apontam-se, entre outras, as seguintes definitivas.
características de obras que podem ser
consideradas raras: Da mesma forma, a citação de uma obra em
uma fonte bibliográfica importante ou um
“1 limite histórico:
famoso catálogo de leilão não é garantia de
1.1 todo o período que caracteriza a
produção artesanal de impressos (...) que a obra seja rara. A advertência final,
do século XV, princípio da história inclusive, diz que
da imprensa, até antes de 1801,
marco do início da produção “cada bibliófilo estará livre para
industrial de livros. escolher, a despeito das bibliografias
1.2 todo o período que caracteriza a – que apresentam diferentes
fase inicial da produção de julgamentos de valor indicativo – as
impressos em qualquer lugar – por obras que correspondem ao seu
exemplo, o século XIX, quando foram espírito, ao seu humor, e, por tudo o
publicados os primeiros que foi dito, à sua sensibilidade, na
´incunábulos´ brasileiros, com a formação de uma coleção de obras
criação da Imprensa Régia. (...) raras” (grifo no original).
2 aspectos bibliográficos dos
volumes produzidos artesanalmente,
independente da época de publicação
(...).
3 valor cultural: 20 PINHEIRO, Ana Virginia Teixeira da Paz. Que é
3.1 edições limitadas e esgotadas, livro raro?: uma metodologia para o
especiais e fac-similares, estabelecimento de critérios de raridade
personalizadas e numeradas, bibliográfica. Rio de Janeiro: Presença, 1989. p.29-
32.

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Esta é uma afirmação por demais abrangente
para poder servir de base para uma política de “No Brasil, a produção gráfica se
seleção e desenvolvimento de uma coleção desenvolveu, principalmente, a partir
significativa de livros raros, dentro de uma do Segundo Reinado; por isso, o
biblioteca pública, servindo mais para alguns Arquivo Nacional considera raros os
colecionadores que queiram criar um acervo livros publicados até 1889
localizados na Seção de Publicações
de interesse específico.
Oficiais e Biblioteca. Para efeito de
localização na Seção de Obras
De todo modo, a política da instituição que Raras, a Biblioteca Nacional
guarda um acervo considerado raro deverá considera raros os livros publicados
ditar os limites daquilo que for merecedor de no Brasil até 1850.”
uma proteção maior, e estas obras deverão ser
armazenadas junto às raras, mesmo que São dadas também outras indicações de
objetivamente não pertençam a este grupo. raridade:
Neste sentido, todos os materiais
bibliográficos especiais merecem os cuidados “Os incunábulos locais – primeiros
de preservação que as obras raras recebem. livros impressos numa determinada
cidade – também devem ser
No livro Segurança em acervos raros, observados. Naturalmente, outros
preparado pelo Grupo de Estudos em Obras critérios podem ser estabelecidos, de
Raras do Rio de Janeiro, a questão do que acordo com os interesses próprios da
instituição, ou do colecionador. De
seria uma obra rara é colocada desta forma:
qualquer forma, devemos ressaltar o
valor do apoio bibliográfico para o
“Mas, o que é uma obra rara? Que estabelecimento de critérios, como
critérios são empregados para se consultas a bibliografias, catálogos
qualificar uma obra de rara, especiais, conhecimento de história
internacionalmente? do livro e outras fontes de
- Primeiras impressões (século XV e informação e referência, como o
XVI), onde estão incluídos os usuário, por exemplo.”
incunábulos (...).
- Impressões dos séculos XVII e
Estes critérios estão melhor definidos do que
XVIII, até 1720 (na Biblioteca
Nacional. Pode variar de acordo os anteriores, limitando melhor o que deve ser
com a biblioteca). considerado como uma obra rara. Não é feita
- Edições de tiragens reduzidas, isto menção à questão do livro enquanto artefato
é, poucos exemplares disponíveis no manual, mas a indicação de obras em tiragens
mercado, não importando a data. reduzidas ou com poucos exemplares
- Edições especiais (por exemplo, as disponíveis no mercado aponta para a forma
edições de luxo para bibliófilos). como esta questão é encarada pelos
- Edições clandestinas (não oficiais). colecionadores, por exemplo.
- Obras esgotadas.
- Exemplares de coleções, com É de se notar, todavia, que a fixação da data
encadernações luxuosas ou belas,
de 1850 para obras raras, como é feita na
carimbos e ex-libris (...).
- Exemplares com anotações Biblioteca Nacional, exclui todos os
manuscritas de importância, impressos publicados na Província do
incluindo dedicatórias.” 21 Amazonas, que só ganhou uma imprensa a
partir de 1852, em Manaus, ou na Província
Quanto aos livros brasileiros, a distinção que do Paraná, que inicia a edição de obras apenas
se faz é a seguinte: em 1854, após sua separação de São Paulo.
Nestes casos, de qualquer forma, existe a
21 GRUPO de Estudos em Obras Raras do Rio de possibilidade de se tratar estas obras como
Janeiro. Segurança em acervos raros. Rio de “incunábulos locais”.
Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 1994. p.11-
12.

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A indicação de consulta a bibliografias e explicativas do motivo de sua inclusão.
catálogos especializados é muito importante, Aparecem as seguintes indicações (aqui
mas, como se diz no texto, trata-se de um transcritas sem as notas):
apoio para o estabelecimento dos critérios, e
não de uma norma a ser rigidamente seguida. “Serão consideradas obras raras
É importante também ressaltar a lembrança e/ou valiosas:
dos interesses próprios da instituição na - até o século XVIII
definição destes critérios, que todavia deverão - brasileiras do século XIX
se ater principalmente aos aspectos históricos - edições princeps
e de valor cultural da obra para caracterizá-la - 1as edições
como rara. - preliminares
- texto definitivo
- críticas
A presença de um ex-libris, por exemplo, só - especiais
será significativa se a política de seleção da - apreendidas, suspensas ou
instituição determinar que todas as obras da recolhidas
coleção que pertenceu a um antigo bibliófilo - repudiadas pelo autor
deverão ser mantidas reunidas no mesmo - clandestinas
espaço; mesmo assim, é preferível chamar - ilustradas por artistas de renome
esta coleção de especial e não de rara. ou pelos próprios autores
- UFF
Um bom exemplo de critérios próprios de - editoras fluminenses
identificação de obras raras e especiais - autores fluminenses
- Rio de Janeiro
aparece no texto escrito pelo grupo de
- clássicos em todos os ramos da
trabalho criado na Universidade Federal atividade humana
Fluminense para realizar a identificação de - obras consagradas, no ensino da
possíveis obras raras existentes no acervo UFF
geral da biblioteca daquela instituição. Este - premiadas
texto - traduções/tradutores
- esgotadas/não reeditadas
“visa oferecer elementos que - fac-similares”
possibilitem a identificação, reunião,
tratamento e manutenção desse É feita também uma lista de itens para
acervo valioso, já existente ou por identificação de “exemplares raros e/ou
existir, nas coleções da UFF, valiosos” e “peças raras e/ou valiosas”, que
destinando-se, principalmente, a incluem as seguintes categorias:
profissionais que atuem nas suas
bibliotecas.
“- com dedicatórias manuscritas dos
Pretende definir normas e
autores
procedimentos técnicos, além de
- autografados pelos autores
propor recomendações que poderão
- com dedicatórias e/ou autógrafos
contribuir para identificação e
importantes
manutenção das obras raras e/ou
- com anotações importantes
valiosas do acervo geral da UFF.”22 - com marcas de propriedade:
assinaturas, nomes, iniciais, ex-
É importante a preocupação com o acervo “já libris, carimbos, brasões, etc.
existente ou por existir”, que indica a intenção - que, comprovadamente,
de utilizar os critérios como uma norma para pertenceram a personalidades
identificação de futuras aquisições. Estes importantes
critérios são acompanhados de pequenas notas - o de tiragem especial em edições
comuns
- os que contenham ilustrações
22 NITERÓI. Universidade Federal Fluminense.
especiais feitas por artistas ou
Núcleo de Documentação. Documentos raros e/ou personalidades importantes
valiosos: critérios de seleção e conservação.
Niterói, 1987. 35p.

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ARTIGO
- com encadernações de luxo, bibliotecárias do Centro Cultural São Paulo e
curiosas ou exóticas da Biblioteca Monteiro Lobato, que também
- os que contenham alguma possui uma coleção de obras raras.
particularidade ou característica
própria que os distingam dos Foram discutidos todos os aspectos
demais”
intrínsecos e extrínsecos que determinam a
raridade absoluta ou relativa de uma obra,
Estas indicações são semelhantes às de outros
tomando por base tanto as informações
textos sobre o assunto. No entanto, estão
disponíveis sobre o tema, aqui analisadas,
também contempladas aqui obras publicadas
como o conhecimento da Prof. Dra. Ana
pela própria UFF, por exemplo, que só neste
Maria de Almeida Camargo e a prática
contexto específico poderiam ser
vivenciada pelos funcionários da Seção.
consideradas raras. Indicamos, finalmente, o
Foram estabelecidos os seguintes critérios
texto sobre critérios que a Fundação
para definição de uma obra como sendo rara o
Biblioteca Nacional lançou, durante o V
especial, dentro da coleção da Biblioteca
Encontro Nacional de Acervo Raro, realizado
Mário de Andrade, e portanto passível de ser
em 2000, em Porto Alegre. Em um CD-ROM,
transferida para esta Seção:
juntaram-se o Catálogo coletivo do
patrimônio bibliográfico nacional dos acervos
Nível III:
inventariados dos séculos XV-XVI e os
Livros editados até antes de 1801,
critérios de raridade adotados pela Divisão de
qualquer que seja o local de
Obras Raras daquela Biblioteca.
publicação;
Livros editados até antes de 1901
Todas estas obras servem de parâmetro para
no Brasil, sobre o Brasil ou por
que outras instituições estabeleçam uma
autores brasileiros (da chamada
política de obras raras, que deve ser
“coleção brasiliana”);
combinada com seus próprios critérios. Para o
Livros editados até 1901 fora do
desenvolvimento desta política, deverão ser
Brasil, quando forem de literatura
levados em conta também outros textos, tal
de viagem e primeiras edições de
como o livro Rare book librarianship, de
obras importantes ou em edições
Roderick Cave, o único existente sobre a
luxuosas;
matéria, ainda sem tradução para o português.
Livros editados após 1901, em
primeira edição, quando forem de
A EXPERIÊNCIA DA BIBLIOTECA
editores renomados e de escritores
MÁRIO DE ANDRADE
modernistas ou de vanguarda; e
Livros artísticos ou de luxo, com
Na Biblioteca Mário de Andrade foi tomada a
tiragens limitadas e ilustrações
decisão de se criar três níveis para
originais.
identificação dos livros: um nível de obras
raras, outro de obras especiais e o terceiro de
Nível II:
obras comuns. Estas indicações foram a base
Livros publicados fora do
para a separação dos acervos, na Seção de
comércio, por órgãos
Obras Raras e Especiais, em dois espaços
governamentais ou devido às leis
diferentes.
de incentivo fiscal, desde que
tenham algum interesse histórico,
Para que se discutissem os critérios de
artístico ou literário;
raridade que iriam definir nossa política, a
Livros raros reimpressos de forma
Secretaria Municipal de Cultura agendou, em
fac-similar, que servirão de fonte
1992, reuniões entre os funcionários da Seção
de consulta, para preservação dos
de Obras Raras e Especiais e a Profa. Dra.
originais;
Ana Maria de Almeida Camargo; dessas
Livros, mesmo recentes, dos quais
reuniões participaram assessoras do
só existam poucas cópias
Departamento de Bibliotecas Públicas e

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conhecidas, por qualquer motivo Moraes, como um exemplo das dificuldades
(destruição dos exemplares por de definição da raridade de um exemplar:
desastre, acidente, perseguição
moral ou política, etc.); e “o livro com dedicatória é uma coisa
Livros publicados em formatos curiosa. A gente nunca sabe que
pouco usuais, especialmente destino a gente deve dar para livros
aqueles com menos de dez com dedicatória. Se o livro é raro,
centímetros de altura. evidentemente ele é raro em si e não
pela dedicatória. Mas muitas vezes o
livro não é raro, mas a dedicatória
Nível I: do autor é interessante. Então, nesse
Livros comuns. caso, convém guardar (...) porque se
ele não é raro hoje em dia, ele será
A prática vivenciada pelos funcionários da mais tarde”.24
Seção mostrou também que, durante o
trabalho de revisão de um acervo antigo, O perfil do acervo da Seção de Obras Raras e
como é o caso da Biblioteca Mário de Especiais da Biblioteca Mário de Andrade
Andrade, são grandes as possibilidades de está caracterizado, desde sua formação, como
serem encontrados diversos tipos de obras um rico depósito de fontes bibliográficas
catalogadas junto aos livros. Desta forma, principalmente no que se refere à história do
selecionamos na Coleção Geral e Brasil e de Portugal, descrições de países e
incorporamos ao nosso acervo dezenas de viagens, literatura brasileira, portuguesa e
manuscritos, tanto originais como cópias, francesa e história do livro e da imprensa.
escritos à mão ou datilografados, Temos recebido tanto os livros raros antigos
encadernados ou em folhas soltas. como algumas produções mais recentes destas
Encontramos também, entre outros materiais áreas, como por exemplo uma primeira edição
bibliográficos, álbuns de fotografias originais, de Jorge Amado, um catálogo de exposições
números avulsos de periódicos, pastas de de obras raras ou mesmo um dos vários livros
recorte de jornais e coleções de cartões- de correspondência de Mário de Andrade,
postais. como os que têm surgido nos últimos anos.

Conforme diz Ana Maria Camargo, “vale Vale destacar como exemplo de obras a serem
lembrar que um acervo de obras raras também preservadas aqueles livros antigos
comportaria, em princípio, os mais diferentes que recentemente adquiriram importância
gêneros, formatos e suportes de informação. Os
especial para a Seção, como as primeiras
textos manuscritos não são, necessariamente,
documentos de arquivo fora de seu domicílio publicações na área de biblioteconomia,
legal, vivendo como intrusos em meio aos principalmente os textos surgidos após o
impressos.”23 Ao mesmo tempo, fazendo a curso pioneiro criado por Rubens Borba de
necessária distinção entre bibliotecas e Moraes em nossa Biblioteca, na década de
arquivos, ela alerta: “ao documento de 1940. Da mesma forma, estão nesta coleção
arquivo – em que pese seu caráter de as obras de autoria de bibliófilos, como Félix
exemplar único e original – não cabe nunca a Pacheco e Paulo Prado, ou de antigos
qualidade de rara.” diretores da Biblioteca Mário de Andrade,
como Eurico de Góis, Rubens Borba e Sérgio
Deve ficar claro que o estabelecimento de Milliet, cujas antigas coleções privadas
critérios de raridade servem apenas como pertencem hoje a nosso acervo.
orientação geral e não como camisa-de-força
a determinar rigidamente o procedimento a Temos também livros que complementam
ser adotado em cada caso. Lembramos nossa coleção e nos auxiliam na compreensão
novamente as palavras de Rubens Borba de
24 Entrevista de Rubens Borba de Moraes a Maria
Regina Rodrigues, Chefe da Seção de Obras Raras e
23 CAMARGO, Obra rara, 1992. p.4. Especiais da BMA, em 1983.

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ARTIGO
do valor do acervo, tais como obras sobre CUNHA, Lygia da Fonseca Fernandes da. A
encadernações raras e artísticas, fac-símiles trajetória do livro: do artesanal ao raro e
de obras raras, catálogos de leilões, precioso. In: ARTES do livro: catálogo de
bibliografias de autores importantes e de exposição. Rio de Janeiro: CCBB, 1995. p.33-
assuntos de interesse e outros instrumentos de 41.
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Rizio Bruno Sant'Ana


Bibliotecário
Seção de Obras Raras e Especiais
Biblioteca Mário de Andrade
riziobruno@uol.com.br

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