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«La porte de la sexualité», Rémi Dujat

Bem, estas coisas da orientação sexual são coisas por si só complicadas. Às vezes parecem
mais fáceis de viver do que de compreender, outras vezes é ao contrário. Mas, uma coisa é
certa, temos de começar num ponto de partida.

O que é isto de orientação sexual?


Podemos pensar isto de duas formas diferentes, por um lado como a orientação que nos vai
ajudar a encontrar uma definição de nós próprios, em termos de aprender a sermos homens
ou mulheres. Por outro, podemos pensar a orientação sexual como, simplesmente, a forma
como encaramos o nosso gozo sexual, como e com quem, ou seja se somos heterossexuais,
homossexuais ou bissexuais.

Então e a identidade sexual?


Quando nascemos só temos uma coisa definida: o nosso sexo em termos da anatomia e a
nível cromossómico. Quer isto dizer que, quando um bebé nasce se tem um pénis é um
menino se tem uma vagina é uma menina. Existem também aqueles bebés que, pela infor-

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mação cromossómica, nascem com órgãos sexuais masculinos e femininos, são hermafrodi-
tas. Tudo o resto se constrói e vai-se formando ao longo da vida.

Não entendo, o que é que isso quer dizer?


Quer simplesmente dizer que, por um bebé nascer com um pénis, não faz dele uma pessoa
masculina, nem por uma pessoa nascer com uma vagina, faz dela uma pessoa feminina,
isto em relação às expectativas sócio-culturais e de definição dos papéis sexuais atribuídos
pela sociedade a homens e mulheres.
Estamos a pensar na forma como definimos o género específico, isto é, se temos compor-
tamentos ou atitudes mais masculinas ou mais femininas, de acordo com os estereótipos
sociais de masculinidade e feminilidade, o indivíduo é conotado como sendo masculino ou
feminino.

Então como é?
Bem, já percebemos que a única coisa definida no meio disto tudo, é a parte biológica des-
ta questão.
Então é importante perceber que a nossa identidade é algo que vamos construindo com os
outros, vamos aprendendo a ser homens ou mulheres, primeiro no contexto familiar, com a
nossa mãe e o nosso pai, e depois com o nosso grupo de amigos e com todas as outras pes-
soas com quem vamos lidando na nossa vida.
Se olharmos para as crianças na escola primária, vamos reparar que, na sua grande maio-
ria, os rapazes andam com os rapazes e as raparigas andam com as raparigas. Parece que
os rapazes andam a aprender uns com os outros os comportamentos masculinos e as rapa-
rigas aprendem entre elas os comportamentos femininos. Isto vai ajudar, mais tarde, quando
cada um já “sabe” como é e já está preparado para ir para o outro grupo e aqui misturam-
se então os rapazes e as raparigas.
Isto acontece já na altura da adolescência. É mais comum encontrar nas escolas rapazes e
raparigas já mais velhos, em grupos mais misturados, isto é, grupos mistos com rapazes e
com raparigas.

Então, e isto é sempre assim?


Claro que não é sempre assim. Existem rapazes que sempre gostaram mais de estar com
raparigas e raparigas que sempre gostaram mais de estar no grupo dos rapazes e ambos
são aceites no grupo naturalmente.

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Tudo isto é perfeitamente normal e acontece segundo os gostos de cada um. É assim que
vamos aprendendo e construindo a nossa personalidade mas não está de todo directamen-
te ligado à nossa futura orientação sexual, está ligado sim à identidade que estás a construir.
A orientação sexual é outra coisa.

Existem também pessoas que, nascendo com um determinado sexo anatómico não se sen-
tem identificados com o sexo que têm, ou seja, sentem-se interiormente com definições do
sexo oposto.
Simplificando, aquele que nasceu homem e se sente interiormente feminino e aquele que
nasceu mulher e se sente masculino. Referimo-nos aos transexuais. São situações de excep-
ção, mas que é importante referir, existem.

Então, e afinal o que é isto de orientação sexual?


Aqui, já saímos das questões da formação da identidade e estamos agora ao nível da esco-
lha dos parceiros sexuais ou, melhor dizendo, já tem a ver com os nossos gostos, atracções,
preferências e desejos de estar com alguém com a qual vamos ter relações sexuais e afec-
tivas.
Entrámos então na segunda parte da nossa questão inicial, que está ligada simplesmente
ao prazer que cada um tem. Se sente prazer em ter relações sexuais com pessoas do mes-
mo sexo, do sexo oposto ou com as pessoas dos dois sexos.
Então, aqueles cuja afectividade e sexualidade em termos globais está orientada, exclusi-
vamente para pessoas do sexo oposto, são heterossexuais.
Aqueles que orientaram a sexualidade e em termos afectivos preferem pessoas do mesmo
sexo, são homossexuais e ainda existem aquelas pessoas que em termos sexuais e afectivos,
mantêm o interesse em pessoas dos dois sexos, são bissexuais.

E isto é normal?
Isto não tem a ver com normalidade, está relacionado com as aprendizagens e orientações
de cada pessoa. Há uns que preferem estar assim na vida, pois tiram prazer disso, enquanto
há outros que preferem estar de outra maneira.
Não se trata de ser normal ou anormal, trata-se sim de como cada um sente, orienta e vive
a sua vida interior, podendo escolher com quem tira mais prazer na sua sexualidade, bem
como na escolha do, ou da, companhia mais íntima que quer para si.

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Então só me defino depois de ter a primeira relação sexual?
Bem, muitas vezes acontece gostarmos muito de alguém, podemos mesmo não ter tido
ainda relações sexuais, mas sentimo-nos atraídos por pessoas do mesmo sexo ou mesmo do
sexo oposto. Podemos mesmo experimentar relações hetero ou homossexuais, isto estará
mais relacionado com o prazer e a orientação das nossas preferências sexuais, mas não tem
a ver com o facto se nos definimos ou não após a primeira experiência sexual.
Aqui nada fica definido, senão o se gostámos ou não da experiência que tivemos, se houve
ou não prazer na experiência seja ela hetero ou homossexual.

Então como é que eu sei se sou heterossexual, homossexual ou bissexual?


Às vezes, durante a adolescência, estas dúvidas podem surgir e só mais tarde tudo fica um
pouco mais clarificado. Estas confusões podem acontecer. Mas, quando se define a identi-
dade e a sua orientação sexual, estas dúvidas dissipam-se, a escolha é feita e acabas por
conseguir perceber e sentir a tua orientação sexual.

Como é com o teu grupo de amigos?


Às vezes os amigos podem aceitar naturalmente. Quando isto acontece está tudo bem,
mas por vezes podem não lidar bem com estas questões. Muitas vezes é porque têm dificul-
dade em aceitar as escolhas de cada um e estas questões, pouco faladas, criam-lhes con-
fusão logo podem tornar-se agressivos ou mesmo afastarem-se, mas isto acontece apenas
pela dificuldade que todos têm em lidar com algumas questões. Sabes que muitas pessoas
têm dificuldade em compreender estas coisas, apesar de actualmente existir uma maior
abertura para se falar acerca dos afectos, dos sentires, das opções das escolhas, dos com-
portamentos e mesmo das atitudes face à sexualidade.
O que antes se escondia, aparece hoje como uma realidade e há espaço para todos. Afi-
nal, tudo isto está relacionado com a orientação sexual e liberdade de escolha que cada
um tem, aprende e define em si e para si próprio.

Como é que eu digo isto aos meus pais?


Muitas vezes é uma situação difícil porque, em primeiro lugar, quando eles eram mais jovens
não havia tanta abertura para falar sobre estes assuntos. Em segundo lugar, devido às

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expectativas que eles possam ter em relação aos filhos. É muito menos complicado para a
maioria deles se não tiverem que ser confrontados com uma situação que os pode confun-
dir. Por outro lado, eles esperam quase sempre alargar a família, ter netos e quando falamos
das escolhas homossexuais, neste campo complicam-se. No entanto, por mais difícil que
seja de aceitar, talvez seja também difícil para eles compreenderem porquê, quando no
fundo é apenas uma preferência, uma escolha, um prazer, que não dependeu só de ti. No
fundo aquilo que tu gostas e és pode ser bem diferente daquilo que eles gostam e são e
esta diferença faz com que eles quisessem para ti o que tiveram para eles, tornando-se difícil
compreenderem-te e aceitarem-te, se a tua escolha é diferente da deles. Mas é mais uma
daquelas situações que vocês falando, porque se gostam e respeitam, certamente vão
entender.

Com quem podes falar acerca destas situações?


Podes sempre falar com aquelas pessoas com as quais te sentes mais próximo, as pessoas
com quem tu te dás, te conhecem melhor e que gostam de ti. Se tiveres alguma dificulda-
de, pois guardas determinadas situações como segredos íntimos, então podes sempre falar
com técnicos de saúde.

Existem profissionais que te ajudam a compreender as tuas coisas, as tuas preferências, os


teus gostos e as tuas escolhas. Se necessitares de alguém que te ajude a compreender estas
questões, podes sempre ligar para as linhas telefónicas de ajuda Sexualidade em Linha e
Sexualidade em Atendimento onde tens sempre alguém que compreende e sabe acerca
destas situações. (no site o item: Linhas Telefónicas de Ajuda dá-te estes e outros contactos).
Afinal, heterossexual, homossexual, bissexual, ser ou não ser, eis a questão.

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