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d) Fixar o preço da informação de acordo com g) Existe em abundância: hoje observa-se uma
seu valor, não com o custo. sobrecarga de informação
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Universidade Estácio de Sá - Gestão Empresarial e Universidade Estácio de Sá - Gestão Empresarial e
Tecnologia da Informação Tecnologia da Informação
ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap.1 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap.1
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap.1 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap.1
Aprendizado Aprendizado
• Já o conhecimento codificado é facilmente transmitido e Novo paradigma traz novas combinações de vantagens
captado no momento em que pode ser transformado em técnicas, econômicas, sociais e políticas, tornando-se o
informações. O conhecimento codificado, ao contrário do
estilo dominante durante uma longa fase de crescimento
tácito, é normalmente observado sob uma forma compacta
e desenvolvimento econômico.
e padronizada, o que reduz significativamente os custos de
transferência. Transformações permeiam toda a economia, exercendo
importante influência no comportamento da mesma.
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Tecnologia da Informação ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap.1
ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap.1 FORDISMO
A mudança de paradigma inaugura uma nova forma de Economia da Informação - elementos fundamentais
gerar e transmitir conhecimentos e inovações; produzir e
comercializar bens e serviços; definir estratégias e políticas; Estrutura de custos
organizar e operar empresas e instituições públicas. Externalidades de rede (feedback positivo)
Captura de consumidores
Novo paradigma é considerando resultante dos avanços da
ciência e de pressões competitivas e sociais persistentes Retornos crescentes
objetivando: i) superar limites ao crescimento dado pelo Diversidade tecnológica
paradigma anterior; ii) inaugurar nova fase de expansão,
Conectividade entre ciência moderna e tecnologia
produtividade e lucratividade
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap. 2 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap. 2
Custos enterrados geralmente têm de ser pagos adiantados, A combinação de baixos custos incrementais e operação
antes do início da produção. em larga escala leva a margens de lucro bruto extraordinárias
Além dos custos enterrados da primeira cópia, os custos de (92% no caso da Microsoft).
marketing e promoção podem assumir grande vulto para a Além disso, essa combinação oferece grandes
maioria dos bens da informação. oportunidades de marketing (informação é bem da
Normalmente, não há limites naturais para a produção de experiência).
cópias adicionais da informação. Se você produzir uma É importante perceber que outros setores possuem a
cópia, poderá produzir 1 milhão ou 10 milhões de cópias mesma características de grandes custos fixos e baixos
praticamente ao mesmo custo unitário. custos incrementais: custo incremental de um passageiro de
avião.
Custos Totais (CT) = soma dos Custos Fixos (CF) e dos Custos Variáveis (CV) = são aqueles que dependem da
Custos Variáveis (CV). Assim, CT = CV + CF produção, ou seja, variam quando o nível de produção muda.
Custos enterrados = parcela dos custos fixos que não Custos Marginais (CMa) = indica a variação nos custos
podem ser recuperados. (ex: pintura do escritório alugado). quando variamos a produção.
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap. 2 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap. 2
Resumo:
Assim, os mercados para os bens da informação não
Informação é cara para ser produzida, mas barata para ser
reproduzida. funcionarão como os mercados competitivos tradicionais.
Uma vez que primeira cópia de um bem da informação Isso afeta profundamente as estratégias para fixação de
tenha sido produzida, a maioria dos custos são enterrados e preços.
não podem ser recuperados.
Cópias múltiplas podem ser produzidas a um custo Concorrência entre vendedores de bens da informação
unitário praticamente constante. pode determinar que os preços, no limite, sejam zero. Ex:
Catálogos de CD.
Não há limites naturais de capacidade para cópias
adicionais.
Estruturas de mercado para os bens da informação Estratégias competitivas que podem ser adotadas:
Modelo de empresa dominante: pode-se ou não produzir
“o melhor produto”, mas em virtude do tamanho e das
economias de escala, desfruta de grande vantagem de custo a) Conquistar liderança de custo – num setor de empresa
sobre seus rivais (ex: Microsoft) dominante, a estratégia deve ser conquistar a liderança de
Mercado de produto diferenciado: várias empresas custo mediante economias de escala.
produzindo o mesmo produto, mas com muita variedade. É a
estrutura mais comum nos bens da informação (ex: mídia
impressa, televisão...)
Estratégias competitivas que podem ser adotadas: Ambas as estratégias são fundamentais para a fixação de
preços
Para ser bem-sucedido, a empresas deve tornar-se líder de
b) Diferenciar o produto – num ramo de produtos
custo e de preço com base em sua escala, ou criar uma fonte
diferenciados, o segredo está em agregar valor a seu produto, única de informação, cobrando com base no valor que ela
ou seja, acrescentar valor à informação bruta, destacando-se oferece aos consumidores.
da concorrência Ainda, é fundamental que o produto não seja transformado
em “mercadoria”, ou seja, é importante manter os concorrentes
afastados. (ex: Enciclopédias e páginas amarelas)
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap. 2 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap. 2
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap. 2 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap. 2
2. Jogar Duro
Personalização de Produto
Significa enviar sinais claro aos novos concorrentes de que
enfrentarão uma política de preços agressiva. Se uma empresa obteve sucesso na criação de um bem da
Nesse caso, a guerra de preços pode acabar transbordando informação e conseguiu evitar que seu bem fosse
para outros mercados. transformado em mercadoria, ela possui certa folga em
Mas é preciso que as chances de vitória numa guerra de termos de fixação de preço.
preços sejam grandes para iniciá-la.
Como tirar vantagem disso? i) personalizando o produto
Os custos derivados da guerra de preços podem ser
para gerar o maior valor para seus clientes; ii) fazendo
entendidos como um investimento na eliminação de um
concorrente, e na construção de uma reputação de um arranjos de fixação de preços que captem o máximo possível
oponente duro de ser batido. desse valor
Registro e cobrança
A personalização da propaganda, por exemplo, é uma
poderosa ferramenta da marketing que as empresas na
internet estão explorando. (ex: Yahoo utiliza “hot words”) Estratégia de oferecer a informação que o consumidor
A fim de personalizar seu produto, é preciso, antes de procura em troca de informações sobre o consumidor (via
tudo, conhecer seu cliente. de duas mãos)
A informação sobre o consumidor é muito valiosa. Ex: Globo Online, site do New York Times, Hotmail...
As duas principais formas de obter informações sobre o Com base nas informações dos consumidores, é possível,
usuário são: 1) registro e cobrança e 2) observação por exemplo, fixar preços dos anúncios.
Registro e cobrança
Observação
Significa observar o comportamento dos usuários quando
Mas nem sempre as informações fornecidas pelos
estão conectados à internet. Saber o que procuram e com
consumidores é confiável. Nesse caso, sites que exigem que freqüência. (ex: cookies)
cobrança para acesso a seu conteúdo possuem uma base de
informações mais precisa e, portanto, mais valiosa. Quanto mais a empresa sabe sobre seu cliente, melhor
poderá projetar seus produtos e atribuir-lhes preço de
maneiras que melhor se adaptem às necessidades do
consumidor. Com isso, empresa consegue maximizar o
valor de seu negócio.
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap. 2 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap. 2
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap. 2 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap. 2
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período Cap. 3 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período Cap. 3
Para maximizar lucros empresa deve: A estratégia de acentua as diferenças para extrair maior
1. Oferecer versões talhadas para as necessidades dos valor é conhecida como auto-seleção (ocorre quando o
diferentes clientes; mercado se auto-segmenta, ou seja, demonstra como está
dividido em relação às versões oferecidas)
2. Projetar estas versões de modo a acentuar as
necessidades dos diferentes grupos de clientes. Quanto Não é necessário imaginar qual o valor que o cliente
mais as diferenças forem enfatizadas, maior será a chance atribui ao produto. E ele revela esse valor ao escolher
de extrair valor do produto oferecido. uma das versões oferecidas.
Ex: Software Quicken / Lançamento de livro de autor
famoso / Filmes.
a) Demora
A informação é como uma ostra: tem mais valor quando
É importante oferecer versões da informação que fresca.
apresentem diferenças notáveis. Estas diferenças podem Esse fato é verdadeira especialmente para informações
assumir diversas dimensões: estratégicas (cotações de ações, taxas de juros, índices de
inflação....) Quem possui a informação detém uma
vantagem estratégica sobre os demais
Mas os consumidores possuem diferentes níveis de
“avidez” pela informação fresca. Com isso, é possível
oferecer diferentes versões dessa informação, adaptada
aos diferentes públicos.
O objetivo aqui é oferecer aos usuários que pagam mais A estratégia de controle de conveniência está relacionada
uma capacidade de busca mais elaborada. à restrição do tempo ou do lugar em que um serviço de
Usuários ocasionais em geral gostam de uma interface informação é utilizado.
mais simples, enquanto usuários avançados são capazes Ex: Locadores de vídeo, provedores de bancos de dados.
de manipular capacidades adicionais.
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período Cap. 3 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período Cap. 3
e) Outras
d) Abrangência
Resolução de imagem.
Velocidade de operação.
Alguns clientes pagarão bem mais por uma informação
completa. Flexibilidade de uso.
Conclusão: reduza o preço da versão superior e a Para os bens físicos, geralmente a versão superior é
qualidade da versão inferior sempre mais cara de ser produzida. Para os bens da
É preciso que essa estratégia seja bem elaborada. Às informação isso não é verdade. Muitas vezes a versão
vezes, os descontos na versão superior podem não ser superior custa praticamente a mesma coisa.
compensados pelo aumento das vendas. Da mesma forma, O ideal é produzir primeiro a versão de alta qualidade e,
é sempre importante que a versão superior realmente em seguida, subtrair-lhe valor para chegar à versão de
oferece maior valor aos clientes. baixa qualidade.
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período Cap. 3 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período Cap. 3
Mas deve-se ter cuidado para evitar que usuários Versões on-line e off-line
transformem a versão de baixa qualidade na versão de A informação on-line, muitas vezes, também está
alta qualidade. Ex: Windows NT disponível off-line.
Em muitos casos, a informação off-line é mais fácil
(conveniente) de ser usada (Ex: Jornais e revistas, textos
acadêmicos...).
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período Cap. 3 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período Cap. 3
Os pacotes também podem ser usados para apresentar Fixação de preços promocionais
novos produtos. A fixação de preços promocionais é uma estratégia
Isso ocorre, por exemplo, quando o consumidor atribui bastante usada na comercialização de produtos.
um “valor de opção” ao produto. Ex: Microsoft Office.
Ex: liquidação, descontos, reembolsos...
Outro caso comum de pacotes são as revistas, que são
pacotes de artigos, enquanto as assinaturas são pacotes de Normalmente, todas as formas de oferecer preços
revistas. promocionais ao consumidor impõem algum tipo de
Mesmo os Cds podem ser interpretados como pacotes de
inconveniência.
música. Hoje já é possível fazer pacotes personalizados
de Cds.
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período Cap. 3 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período Cap. 4
Propriedade Intelectual
O que mudou é que a internet e a TI oferecem Propriedade Intelectual são leis que protegem, estimulam
oportunidades e desafios novos para a aplicação dos e regulam a reprodução de inovações.
princípios tradicionais de proteção à propriedade intelectual.
Marcas
Os detentores de produtos e serviços característicos da Patentes
economia da informação devem buscar se beneficiar das Desenhos industriais e
facilidades existentes no que se refere à reprodução e à
Direitos autorais
distribuição dos mesmos.
Ex: Videocassete.
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período Cap. 4 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período Cap. 4
Como aproveitar as vantagens do baixo custo de A questão é saber medir o quanto doar e o quanto vender.
distribuição? Aqueles que acertarem a medida correta tenderão a obter
- permitir que clientes experimentem seu produto lucros maiores.
(livrarias permitem que leitores folheiem livros e revistas; No caso da internet, é possível oferecer um grande
internet - pode oferecer uma amostra do bem da volume de informações grátis, uma vez que a
informação). inconveniência de ler algo na tela do computador faz com
“A beleza da informação é que você pode doar amostras que as pessoas prefiram adquirir o bem físico (versão off-
grátis de algo que possui custo marginal zero de line).
distribuição”. Mas é preciso que a versão on-line seja protegida contra
impressão, a fim de evitar redução das vendas off-line.
Demanda por versões repetidas Crianças possuem tendência a querer ver repetidas vezes
CD oferece a opção de ouvir uma música quando você um filme ou desenho, tornando-se um público que
deseja. Já se você ouve uma música pelo rádio, apenas justifica a doação de parte da informação.
quando o DJ resolver tocá-la de novo você poderá ouvi-
la. Ex: Vídeos infantis para escolas
As pessoas gostam de ouvir aquilo que gostam quando
querem, repetidamente.
Mesmo adultos possuem preferência em rever alguns
CD oferece valor de opção (pode ouvir a música quando e tipos de filmes ou documentários, por exemplo.
quantas vezes desejar).
Produtos semelhantes, mas não idênticos. A internet e as TI oferecem grandes oportunidades para o
uso criativo de amostras grátis.
A estratégia aqui é doar amostras para vender produtos
semelhantes, mas não iguais, a fim de não cansar o Amostras grátis são importantes por dois motivos:
consumidor (ex: revista Playboy – amostra é diferente do 1. consumidores precisam de amostras para saber o que está
conteúdo, mas dentro de um mesmo tema). sendo vendido;
Outro exemplo é o MacAfee, que vende o VirusScan. 2. o custo de oferecer esta amostra é muito baixo.
O importante é que as amostras grátis guiem os clientes
para você. A fim de obter retorno oferecendo amostras grátis, é
fundamental utilizar a estratégias de versões.
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período Cap. 4 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período Cap. 4
É importante perceber que a informação oportuna Outro ponto é que os contrabandistas de informação
(placares de jogos, fofocas...) é menos suscetível de ser ilícita (assim como de mercadorias) não podem se
copiada de maneira ilícita, pois seu valor é reduzido em anunciar amplamente, pois poderão ser pegos pelas
função do tempo (torna-se uma informação inútil). autoridades.
Isso acaba impondo um limite natural ao tamanho das
atividades ilegais com fins lucrativos.
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período Cap. 4 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período Cap. 4
A Escolha dos Termos e Condições O fato dos termos e condições serem mais liberais possui
Como uma empresa deve definir os termos e condições dois efeitos:
pelos quais seu produto será utilizado pelos clientes? 1. Empresa poderá cobrar um preço mais alto pelo produto;
Primeiramente, deve-se perceber a relação inversa que 2. Mais consumidores irão querer adquirir esse produto.
existe entre controle e valor percebido pelo cliente. Entretanto, termos mais liberais também estimulam a
Quanto mais liberdade um cliente detiver para concorrência: mercados de aluguel, e revenda, que
compartilhar um produto com outras pessoas, maior o acabam reduzindo as receitas pela diminuição de compras
valor que ele atribuirá. do produto original.
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap.5 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap.5
Custos de Transação
Todo custo que um consumidor incorre ao realizar O fato é que, na economia da informação, os custos de se
qualquer tipo de operação no mercado: compra, venda, mudar de um sistema para outro, por exemplo, são enormes,
aluguel.... e o consumidor é que deverá arcar com esses custos.
Ex: Custo de alugar um vídeo: deslocar-se à locadora, É fundamental entender os custos associados à troca de
escolher uma opção dentre várias, pagar pelo aluguel, uma tecnologia por outra.
devolver a fita. Ex: Trocar de marca de carro vs. trocar de sistema
operacional.
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap.5 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap.5
Assim, os custos de troca totais incluem não somente os Os lucros que um fornecedor pode esperar ganhar de um
custos que o cliente deve suportar, mas também aqueles cliente atual são iguais aos custos totais de troca mais o valor
arcados pelo novo fornecedor. de outras vantagens competitivas de que o fornecedor
Custos de troca totais = custos arcados pelo cliente + desfrute.
custos arcados pelo novo fornecedor. Lucro do cliente atual = custos totais de troca + vantagens
Quanto se deve gastar para atrair um novo cliente? Caso o mercado seja extremamente competitivo, e nenhum
Depende dos custos com que tanto o fornecedor quanto o fornecedor desfrute de qualquer tipo de vantagem
cliente terão que suportar. (qualidade, reputação,...), então os lucros serão exatamente
iguais aos custos de troca.
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap.5 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap.5
Muitos fornecedores obtêm a maior parte dos lucros não No caso de equipamentos de hardware, os custos de troca
com a venda do equipamento, mas com o serviço pós- tendem a cair em função do avanço tecnológico. O
venda. Ex: Xerox. aprisionamento, nesse sentido, é limitado.
O quanto uma empresa poderá lucrar com um Uma forma de evitar o aprisionamento com equipamentos
equipamento durável dependerá da vida útil desse duráveis é, ao invés de comprá-los, alugá-los (leasing).
equipamento. Nos contratos de aluguel é possível especificar serviços,
Quanto maior for a depreciação, menos os gastos com o peças,...que deverão ser fornecidos ao longo de sua
equipamento irão reter os clientes, pois outros vigência, o que reduz os custos do cliente.
equipamentos estarão disponíveis num curto espaço de É importante perceber que aprisionamento pelo
tempo. fornecedor é diferente de aprisionamento pela tecnologia.
d) Informações e dados
c) Treinamento
É o aprisionamento proporcionado pelo software e pelo
É um padrão de aprisionamento semelhante à compra de hardware utilizados para armazenar e gerenciar dados e
bens duráveis. Quando os funcionários de uma empresa informações.
são treinados em um equipamento/marca específico, o
Usuários com grande quantidade de informações
custo de treiná-los em outro equipamento é grande.
codificadas em um formato específico terão enormes
Quanto mais familiarizados com uma marca, mais custos de mudar de formato, mesmo que o novo possua
eficiente será o trabalho, e maiores serão os custos de vantagens em relação ao antigo.
substituição por outra marca.
Além do aprendizado, há os custos de transferência e de
possíveis perdas de informação.
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap.5 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap.5
e) Fornecedores especializados
Quanto mais informações forem adicionadas, maiores Quando uma empresa adquire equipamentos muito
serão os custos de troca e , conseqüentemente, maior será especializados, é comum que apenas um fornecedor seja o
o aprisionamento. provedor desse equipamento, o que proporciona outra
forma de aprisionamento.
Ideal é utilizar um banco de dados em formato A compra de hoje irá determinar as compras do futuro.
padronizado, onde os custos de troca sejam diluídos. Essa é a regra do aprisionamento.
O fato é que quanto mais especializado, mais difícil será
encontrar outros fornecedores no futuro, e maiores serão
as vantagens que o atual fornecedor poderá desfrutar.
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap.5 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período – Cap.5
Seleção de marca: é o ponto onde o cliente escolhe uma Na fase de entrincheiramento o cliente poderá ficar retido à
nova marca (pode ser a compra de um novo computador, nova marca em função de investimentos complementares
por exemplo). que vier a realizar. Logo, o fornecedor tenta prolongar essa
Após a seleção de marca, há a fase de experimentação, fase ao máximo, a fim de obter maiores lucros e um cliente
durante a qual o cliente usa de maneira ativa a nova marca e cativo.
usufrui de todas as vantagens que obteve para dar uma A fase de entrincheiramento culmina, então, com o
oportunidade a essa marca. aprisionamento, quando os custos de troca tornam-se altos
Após experimentar, os clientes estão na fase de demais.
entrincheiramento, que ocorre quando o consumidor passa a De volta ao ponto de seleção de marca, certamente o cliente
gostar da nova marca, desenvolvendo uma preferência em agora olhará as outras marcas de forma diferente, e tenderá
relação às demais existentes. a escolher aquela marca a qual está “preso”.
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período - Cap.6 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período - Cap.6
i) Negociar antes de ficar aprisionado Uma tática de grande eficácia é expor ao novo possível
fornecedor que os custos de troca que você enfrenta são
muito elevados (financeiro, treinamento...). Ademais, pode
Nesse caso, o comprador (cliente) pode negociar algum
justificar que o sistema atual ainda funciona bem.
tipo de desconto, por exemplo, no preço do hardware, uma
extensão de garantia, suporte na troca de sistemas... Tais justificativas colocam o cliente em posição de obter
bons descontos iniciais.
Outra tática interessante é a de convencer o fornecedor de
Mas é importante pensar em todo o ciclo de
seu potencial como cliente (compras futuras elevadas, perfil
aprisionamento, não apenas na fase inicial. de bom pagador....).
Uma terceira tática a ser utilizada consiste no Todas as 4 táticas apresentadas são caminhos eficazes de
convencimento dos fornecedores de que suas decisões se amenizar os efeitos do aprisionamento.
influenciam as decisões de compra de outros clientes. Em relação à tática de fazer o fornecedor acreditar que os
custos de troca que o cliente enfrentará no futuro serão
Finalmente, pode-se ainda justificar junto ao fornecedor de elevados, é importante perceber que este pode se tornar um
que os custos de troca a serem enfrentados no futuro são negócio arriscado.
muito elevados. Apesar de paradoxal, é uma tática que vai Uma vez que o fornecedor esteja consciente de sua
funcionar, caso o fornecedor realmente acredite que o cliente posição, ele poderá explorar a dificuldade do cliente em
ficará efetivamente aprisionado a seu sistema. trocar de sistema futuramente, obtendo portanto vantagens
significativas, por exemplo, no momento de reajustar preços.
Outro ponto importante refere-se à questão da garantia de ii) Minimizar os custos de troca ao longo do ciclo de
preços. Caso, por meio de uma das estratégias aprisionamento
apresentadas, o cliente seja capaz de negociar um preço Independente dos termos negociados com o fornecedor, é
fixo inicial, é possível que o fornecedor explore a seu importante que o cliente tenha controle sobre os custos de
favor a questão da qualidade dos serviços prestados. troca.
Mesmo que haja especificações sobre a qualidade do É fundamental que o cliente possa convencer o
serviço a ser oferecido, é importante perceber o caráter fornecedor de que ele poderá mudar a qualquer
subjetivo do conceito de qualidade, o que, mais uma vez, momento, sem grande custos de troca.
poderá ser favorável ao fornecedor.
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período - Cap.6 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período - Cap.6
Nesse sentido, é importante gerir os custos de troca antes Uma forma de obter condições favoráveis é não somente
mesmo de possuí-los. ameaçar, mas realmente trocar de fornecedor.
Por exemplo, é fundamental que seja estabelecida uma A troca pode ser cara no curto prazo, mas as vantagens
segunda fonte fornecedora (mesma tecnologia) desde o obtidas no longo prazo poderão compensar essas perdas.
início do ciclo de aprisionamento, para a qual é possível É preciso ter em mente que, mesmo que o aprisionamento
mudar com facilidade. seja aparentemente modesto na fase inicial do ciclo
Mudar de fornecedor é muito mais fácil do que mudar de (experimentação), ele poderá se tornar vigoroso à medida
tecnologia. que mais equipamentos são adquiridos do mesmo
fornecedor, bem como mais horas de treinamento são
gastas no mesmo sistema.
Mas é possível que tanto os compradores quanto os 2. Entrincheirar: Vise o entreicheiramento dos clientes e não
vendedores possam lucrar com o ciclo do aprisionamento. apenas a experimentação. É importante que as empresas
Enquanto fornecedor de um sistema de informação, a projetem sues produtos e promoções para que os clientes
estratégia básica para lidar com o aprisionamento deve continuem a investir, tornando-se cada vez mais
utilizar 3 princípios básicos: comprometidos ao longo do tempo.
1. Investir: é importante investir na formação de uma base 3. Alavancar: Maximize o valor da base instalada de clientes
instalada de clientes. Empresas que não podem ou não com a venda de produtos complementares para clientes
querem oferecer concessões para atrair clientes que fiéis e com a venda, a outros fornecedores, de acesso a
ficarão aprisionados não podem resistir à pressão esses clientes.
competitiva.
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ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período - Cap.6 ECONOMIA DA INFORMAÇÃO – 1o. Período - Cap.6
2. Encorajar o entricheiramento
Outra estratégia consiste na utilização dos programas de
Após atrair um cliente para sua base, uma empresa deve fidelidade e descontos cumulativos. A base destes
buscar entrincheirá-lo, ou seja, estabelecer um programas é que a recompensa está intimamente ligada
relacionamento que, ao mesmo tempo, ofereça valor e com a fidelidade. Quanto maior a fidelidade, maiores as
induza o cliente a se comprometer cada vez mais com a recompensas.
empresa.
Pode-se influenciar o entrincheiramento através do
reforço da magnitude dos custos de troca.
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