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Etiquetas Inteligentes: a Cadeia de Suprimentos e o

Varejo
Marcos Roberto Luppe
Mestrando em Administração de Empresas na FEA/USP
Professor e Pesquisador do PROVAR-FIA/USP
Consultor da Canal Varejo

1) Introdução

Os elos comerciais entre os diversos parceiros na Cadeia de


Suprimentos têm evoluído muito nos últimos anos. O gerenciamento adequado
dos canais de distribuição pode fazer a diferença nos negócios e o bom
relacionamento entre varejistas, fabricantes e, eventualmente distribuidores,
agrega valor na prestação de serviços ao consumidor final.
Além disso, a realidade econômica brasileira, aliada ao avanço
tecnológico, à globalização e ao surgimento de novos formatos, alterou
significativamente a forma de o varejo operar, abrindo espaço para
questionamentos e aprimoramentos do gerenciamento. A tecnologia tem
proporcionado melhores métodos de gestão, redução de custos, e um melhor
atendimento às necessidades dos consumidores.
Assim, um melhor gerenciamento do fluxo físico de produtos e do fluxo
de informações merecem cada vez mais a atenção das empresas e as novas
tecnologias trazem uma visão que melhores e maiores benefícios podem ser
obtidos em toda a Cadeia de Suprimentos.
Neste contexto, diante de tantas opções tecnológicas que prometem
auxiliar as organizações a alcançarem seus objetivos, a utilização das etiquetas
inteligentes (RFID ou smart tags) despontou no cenário empresarial como uma
forma de garantir inicialmente ganhos de produtividade para a logística, desde
a linha de produção até a entrega do produto na loja, como também
futuramente, no rastreamento de cada produto na gôndola de uma loja
(SOUSA, 2004).
O início da padronização de identificação de produtos foi através do
código de barras e sua adoção em produtos teve início a mais de 30 anos, com
um pacote de goma de mascar sendo lido em um terminal no ponto de venda
de um supermercado nos Estados Unidos. Assim, foi inaugurado o código de
barras de leitura ótica, cujo objetivo inicial era diminuir o erro dos funcionários,
que marcavam manualmente o preço das etiquetas.
Apesar do código de barras ter causado uma revolução no varejo a
apenas três décadas, uma nova tecnologia começa a se mostrar capaz de se
firmar como um padrão da indústria – etiqueta de identificação por rádio
freqüência (RFID) – cujas raízes estão embasadas na tecnologia dos anos 60
chamada de Vigilância Eletrônica de Artigos (EAS).
Assim, com a implantação desta nova tecnologia, a ampliação de
informações disponíveis e sua redução de custo vêm convencendo varejistas
como Wal-Mart nos Estados Unidos, Metro na Alemanha e Carrefour e Casino
na França de que sua adoção em pallets e em embalagens propiciará
visibilidade instantânea sobre as informações da cadeia de suprimentos,
reduzindo substancialmente seus custos e melhorando a eficiência de entrega
de seus fornecedores.
Nos Estados Unidos, desde janeiro de 2005, o Wal-Mart exigiu que 137
grandes fornecedores começassem a etiquetar os pallets e caixas enviados ao
centro de distribuição no Texas e este número será ampliado para 200 até o
início de 2006. Nas suas operações brasileiras, o Wal-Mart também iniciará a
implantação de RFID nos centros de distribuição e selecionou oito fabricantes
para esta primeira fase: Gilette, HP, Johnson&Johnson, Kimberly-Clark, Kraft
Foods, Nestlé Purina Petcare, Procter&Gamble e Unilever. (FLORENCE,2005)
No Brasil, além do setor varejista, existem outros projetos de RFID como
o sistema de pedágio “sem-parar” em algumas rodovias, controle de frotas
(entrada e saída com o tag no vidro), controle de acesso, identificação de
contêineres e ainda em aeroportos, na identificação de bagagens.

2) O que é RFID

RFID é a abreviação de Radio Frequency Identification – Identificação


por radiofreqüência. Diferentemente do feixe de luz utilizado no sistema de
código de barras para a captura de dados, essa tecnologia utiliza a freqüência
de rádio.
O RFID que utiliza um chip que armazena informações e se comunica
por meio de ondas de rádio com um aparelho leitor é originário do transponder
– criado pelos ingleses durante a II Guerra Mundial para distinguir seus aviões
dos caças utilizados pelos inimigos. A invenção saltou do campo militar para o
industrial na década de 90, quando o Auto ID Center, a partir de um projeto de
pesquisa acadêmica do MIT, aperfeiçoou a ferramenta com foco na
identificação de itens (BORGES, 2005).
Desse estudo nasceu o Código Eletrônico de Produtos – EPC (Eletronic
Product Code). Este código definiu uma arquitetura de identificação de
produtos que utilizava os recursos proporcionados pelos sinais de
radiofreqüência, chamada posteriormente de RFID.
O EPC é uma identificação única para cada unidade de produto que
identifica o item por tipo e número de série. Ela permanece armazenada na tag
do RFID. Uma grande quantidade de dados pode ser associada ao mesmo
EPC e disponibilizada por meio do acesso ao banco de dados no qual são
guardadas informações suplementares.
Diferente dos códigos de barra convencionais que exigem um contato
direto entre o código impresso e o leitor (scanner), o sistema via sinais
eletromagnéticos possibilita a identificação a distância.
Há dois tipos de etiquetas: as ativas e as passivas. As ativas possuem
uma bateria cuja energia permite que ela se comunique com o receptor,
enquanto que as passivas obtêm energia através do campo eletromagnético
criado pela antena. As passivas possuem um raio de funcionamento menor do
que as ativas, porém, por não precisarem de bateria, possuem uma vida
praticamente infinita (MULLER & HOFFMANN,2005).
Atualmente, a maior utilização desta tecnologia é no controle do fluxo de
produtos por toda a cadeia de suprimentos de uma empresa, permitindo o seu
rastreamento desde a fabricação até o ponto final de distribuição.
Esta tecnologia desencadeia uma revolução que no futuro será a base
para uma nova realidade na identificação de produtos, com impacto direto nos
processos logísticos de toda a cadeia de abastecimento, seja na fabricação, no
controle de estoque ou no processo de comercialização dos produtos.
A figura abaixo mostra basicamente como ocorrerá a evolução do uso
do RFID na cadeia de abastecimento.

Figura 1 – Evolução do RFID

Fonte: Gartner Group / G2 apud Almeida (2004).

Apesar do início da adoção desta nova tecnologia na identificação de


produtos, um estudo da Venture Development Corporation (VDC) com
executivos de tecnologia da informação que atuam no varejo mostra que os
sistemas de código de barras estão longe do fim.
Como mostrado na figura da evolução do RFID, a pesquisa sinaliza que
a solução de identificação de radiofreqüência está sendo adotada em centros
de distribuição que prestam serviços ao varejo e ainda faltam algumas décadas
para que sejam usadas para localizar produtos nas prateleiras.
Assim, a RFID não é uma substituta do código de barras, mas é uma
tecnologia de transformação que pode ajudar a reduzir desperdício, limitar
roubos, gerir inventários, simplificar a logística e até aumentar a produtividade.
(SANTANA, 2005).
Portanto, como citado na figura acima, o RFID será uma evolução do
código de barras e estes dois processos de identificação de produtos
conviverão conjuntamente por um longo período.

3) Aplicação da tecnologia RFID nos negócios

A princípio as etiquetas inteligentes que armazenam uma pequena


quantidade de dados deverão identificar pallets. Ao passar por docas de
desembarque num centro de distribuição, por exemplo, os dados serão lidos
por antenas que acionarão as etiquetas por radiofreqüência. Em um outro nível,
as caixas serão etiquetadas e, aí sim, num futuro mais distante, cada produto
(SOUSA, 2004).
Assim, o mercado prevê que a utilização da tecnologia RFID será ampla
no curto prazo, especialmente na área de logística e retaguarda. Como citado
na introdução, algumas empresas varejistas como Wal-Mart, Metro, Carrefour,
etc já estão utilizando o RFID nas operações de retaguarda e os resultados
iniciais foram bem satisfatórios, o que justifica o avanço da sua implementação.
Essas mesmas empresas consideram que, no momento, os processos
relativos à operação de frente de caixa estão equacionados com o código de
barras. Portanto, a princípio, os maiores ganhos estão em como manter essa
operação sempre abastecida, ao menor custo e com controle de processos,
como por exemplo, o vencimento da validade das mercadorias (BPSolutions,
2005).
A figura 2 mostra ilustrativamente como será no futuro todo processo de
identificação de mercadorias na cadeia de suprimentos varejista com a adoção
do RFID pelos diversos parceiros que compõem esta estrutura.

Figura 2 – Futuro da Cadeia de Abastecimento com o RFID

Fonte: Almeida (2004).

Dentre vários projetos em desenvolvimento da utilização do RFID no


mercado brasileiro, pode-se citar o caso da Unilever Brasil, que em uma
iniciativa pioneira na América Latina, lançou no ano passado o projeto Smart
Tags.
O estudo foi desenvolvido na fábrica do sabão em pó Omo e em dois
centros de distribuição, localizados no interior de São Paulo. Num dos testes,
foram instalados EPCs em 1,5 mil pallets. As antenas e sensores de
identificação responsáveis pela leitura das informações contidas nas etiquetas
foram acopladas nas empilhadeiras. No piloto do projeto, os pallets com o chip
foram rastreados em tempo real, desde a sua saída na esteira da fábrica até a
doca em que os caminhões eram carregados. Três meses depois de iniciar os
testes, a empresa já havia confirmado as estimativas iniciais de atingir 80% da
meta de aumentar em 12% a produtividade nesses processos no centro de
distribuição (BORGES, 2005).

4) Benefícios e os desafios para a adoção do RFID

O RFID em se tratando de uma tecnologia relativamente nova no


mercado, gera muitas incertezas sobre quais serão os reais benefícios da sua
utilização nos processos operacionais das empresas. Além disso, existem
algumas barreiras tecnológicas e de custo para sua ampla adoção na
identificação de produtos.
Quanto aos potenciais benefícios, pode-se citar:
¾ aumentar a produtividade dos centros de distribuição e reduzir seus
custos de gerenciamento como: inventário, transporte e distribuição;
¾ precisão nas informações de armazenamento e velocidade de
expedição;
¾ detecção sem necessidade da proximidade da leitora para o
reconhecimento dos dados, o que permite, por exemplo, a contagem
instantânea do estoque;
¾ armazenar quantidades substanciais de dados que podem ser
atualizados e alterados de forma dinâmica;
¾ melhoria das práticas de reabastecimento com a eliminação de itens
faltantes e itens com validade vencida;
¾ prevenção de roubos e outras possibilidades ilimitadas de melhoria.

Assim, no ponto de venda, a adoção do RFID pelos diversos parceiros


da cadeia de suprimentos varejista promete reduzir significativamente o tempo
das compras, controlar prazos de validade, identificar preço, fornecer
informações sobre localização de produtos na loja, etc.
Uma análise dos potenciais benefícios apresentados condiz com as
expectativas dos varejistas quanto as possíveis áreas para a utilização desta
tecnologia. Em uma pesquisa realizada pelo ECR Brasil em 2003, os varejistas
apontaram as três áreas de aplicação prioritária para o uso do RFID:
quebra/roubo, gerenciamento do centro de distribuição/depósito e
gerenciamento de estoques (SCHERER, DIDONET, LARA; 2004).
Como existem benefícios, também existem desafios para a utilização do
RFID e dentre estes estão o alto custo das etiquetas, a falta de padrão da faixa
de freqüência a ser utilizada e o desempenho dos leitores de RFID.
O custo das etiquetas é um dos maiores empecilhos para as empresas
adotarem esta nova tecnologia. As etiquetas passivas de RFID custam
atualmente entre US$ 0,20 e US$10 contra o preço praticamente nulo dos
códigos de barras que está inserida em muitas embalagens. Uma etiqueta
composta por um chip e uma antena, custa aproximadamente R$ 1,00, assim,
atualmente sua utilização em produtos de baixo valor unitário como uma caixa
de sabão em pó que custa R$ 5,00, não é viável. Porém, se pensarmos em um
pallet deste produto que vem do fabricante com 1000 caixas, este valor é
irrisório.
Entretanto, diversas empresas estão trabalhando em pesquisa e
desenvolvimento buscando um menor custo para as novas etiquetas, e a
empresa InkSure divulgou em junho de 2005, que acaba de patentear duas
novas tecnologias de etiquetas de radiofreqüência sem chip que podem ser
impressas em produtos por um custo de US$ 0,01 (MULLER &
HOFFMANN,2005).
Outro desafio que se impõe é quanto ao estabelecimento de um padrão
de freqüência global que precisa ser estabelecido país a país pelos governos.
Como existem quatro freqüências para a solução, sendo que em alguns casos
como no Japão, as freqüências comumente utilizadas nos outros países são
usadas em outras aplicações, a EPC Global prega uma definição que possa
ser usada globalmente.
Além disso, os leitores de RFID podem falhar na leitura das etiquetas
por alguns motivos como: a distância e a orientação das etiquetas em relação
ao leitor, certos materiais como metais ou líquidos podem distorcer ou absorver
o sinal da etiqueta de RFID e a velocidade que as etiquetas se movimentam
através dos leitores.

5) Conclusão

De acordo com o que foi exposto, com a crescente utilização da


tecnologia de RFID tanto pelos grandes players do mercado varejista, como em
outros segmentos, o RFID deverá em um futuro próximo, atuar em conjunto
com o código de barras ou até mesmo substituí-lo em algumas situações que
permitam e justifiquem a sua aplicação.
Por enquanto, a grande tendência é a de privilegiar a aplicação em
logística, na identificação de caixas e pallets, visando agilizar os processos
internos e de retaguarda, porém com avanços na resolução dos problemas que
foram citados e com os benefícios que as empresas varejistas podem obter em
suas operações e em suas cadeias de suprimentos, os consumidores em um
futuro não muito longínquo se beneficiarão desta nova tecnologia.
Assim, a etiqueta inteligente ou RFID passa a ser analisada como uma
solução de médio e longo prazo pela indústria e pelo comércio, possibilitando a
identificação de produtos à distância e a troca de informações por meio de
ondas de rádio, com ganhos inquestionáveis em agilidade na transmissão e
também, na qualidade dos dados que trafegam no sistema (SANTANA, 2005).
Um aspecto que vem sendo muito discutido no exterior, mas
praticamente negligenciado no Brasil, é quanto à privacidade dos
consumidores. A preocupação com a invasão de privacidade está vinculada à
possibilidade de rastreamento dos produtos após a sua venda na residência
dos consumidores. Os administradores atualmente não se importam muito com
esta questão, pois a maioria das etiquetas utilizadas somente pode ser lida em
um raio de 3 metros, porém como o desenvolvimento de novas tecnologias
evolui muito rapidamente nos dias atuais, está é uma questão que terá que ser
muito bem analisada, considerando-se até a adoção de leis que regulem o
setor.
De maneira geral, em um cenário onde a integração, as parcerias e os
desenvolvimentos conjuntos entre organizações parecem ser a palavra da
ordem, o RFID pode ser uma forma de garantir êxito nestas negociações,
desde que os resultados sejam satisfatórios (SCHERER, DIDONET, LARA;
2004).
Deste modo, o uso do RFID é uma realidade, porém ainda existe um
longo caminho a ser percorrido para que esta tecnologia mostre todos os
potenciais benefícios a que propõe e para que possamos ver sua aplicação em
uma simples compra de supermercado.

Referências Bibliográficas:

ALMEIDA, B.M. Etiqueta Inteligente (RFID) – a nova fronteira na cadeia de


distribuição. Disponível em: www.fgvsp.br/cev/eiAplicacoesnoVarejoPlastrom
Sensormatic.pdf. Acesso em 03 de novembro de 2005.

BORGES, C. Projetos-pilotos vão definir as normas e padrões para a


etiqueta inteligente. Disponível em:
www.ecrbrasil.com.br/noticias1.asp?ID=138. Acesso em 03 de novembro de
2005.

BPSOLUTIONS. De olho em todo o processo. Disponível em:


www.bpsolutions.com.br/ bpmaga/edicao11/18_19_NOVIDADE.pdf. Acesso
em 06 de novembro de 2005.

FLORENCE, R. Vantagens competitivas no varejo – a revolução do RFID.


Disponível em: www.florenceenashiro.com.br/cases/VANTAGENS
%20COMPETITIVAS%20 NO%20VAREJO%20 Parte1.pdf. Acesso em 03 de
novembro de 2005.

MULLER, A.R.; HOFFMANN, M. R. O advento de uma nova tecnologia:


identificação por radiofreqüência. Disponível em:
www.logweb.com.br/artigos/arquivo/art0008411.htm. Acesso em 03 de
novembro de 2005.

SANTANA, S.R.M. RFID – Identificação por Radiofreqüência. Disponível


em:
www.wirelessbrasil.org/wirelessbr/colaboradores/sandra_santana/rfid_01.html.
Acesso em 06 de novembro de 2005.

SCHERER, F.L.; DIDONET, S.R.; LARA, J.E. Considerações sobre a


utilização de etiquetas inteligentes no varejo. In: Anais do 7º SEMEAD –
FEA/USP. São Paulo, SP: 2004.

SOUZA, W. Varejo acelera projetos de etiquetas inteligentes. SuperHiper,


mar/2004. Disponível em: www.ecrbrasil.com.br/files/SHmar04.pdf. Acesso em
03 de novembro de 2005.

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