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V idália

Boletim dos Amigos dos Açores – Associação Ecológica nº 30 • 2008

• O Mocho
• Cidadania Ambiental
• O Algar do Carvão (ou da Rua de Lisboa) e a II Grande Guerra
• Pensar como uma Montanha de Aldo Leopold: Hoje
• Ciência Viva
Sumário

Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 Órgãos sociais da Associação Vidália

O Mocho (Asio otus) . . . . . . . . 4 Direcção Boletim dos Amigos dos Açores


Presidente – Associação Ecológica
Cidadania Ambiental . . . . . . . . . 7 Sérgio Diogo Caetano
Secretário
O Algar do Carvão (ou da rua Gilda Pontes
de Lisboa) e a II Grande Guerra Tesoureiro
(1939-1945) . . . . . . . . . . . . . . .10 Eduardo Santos Distribuição gratuita
Vogais entre os sócios
Pensar como uma Montanha de Eva Almeida Lima
Aldo Leopold: Hoje .. . . . . . . . 14 Jorge Cardoso
Suplentes
Ciência Viva . . . . . . . . . . . . . . 17 Lúcia Ventura
José Pedro Medeiros
Publicações e Materiais para
Venda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18 CONSELHO FISCAL
Presidente
Novos Sócios . . . . . . . . . . . . . .19 Emanuel Ponte
Secretário
A Terra que não queremos . . . .20 Arlinda Fonte
Vogal
Norberto Carreiro Os artigos são da responsabilida-
Suplentes de dos autores e não representam
Nuno Pimentel obrigatoriamente a posição ofi-
Catarina Furtado cial da Associação.

Fotos da capa e contracapa: ASSEMBLEIA GERAL É permitida a reprodução e trans-


Diogo Caetano Presidente crição, desde que citada a fonte e
Teófilo Soares de Braga o autor
Vice-Presidente
Maria Manuela Livro
Secretário
Mário Furtado
Suplentes
Eduardo Almeida
José Melo

Sede Social Apoio


Está instalada no edifício da Junta de Secretaria Regional do
Freguesia do Pico da Pedra, Avenida Ambiente e do Mar
da Paz, 14. Ali se encontram todas as
publicações editadas e uma bibliote-
www.amigosdosacores.pt.vu ca especializada na temática ambien-
e-mail: tal. Os interessados poderão visitá-la
amigosdosacores@gmail.com todos os dias úteis das 9h às 12h e das
13h às 17h. Aconselha-se a marcação Execução Gráfica e Impressão
Tel. 296 498 004 da visita. Contacto: Carla Oliveira, EGA
Fax 296 498 006 Tel. 296 498 004 Empresa Gráfica Açoreana, Lda.

Vidália 30 2
Editorial
Este segundo Vidália, editado em 2008, cidadania ambiental, chamando a atenção para a
sai num contexto em que pela primeira vez, em necessidade das pessoas participarem activa-
vinte e quatro anos de vida associativa houve mente no sistema político e social sem estar à
um esforço de renovação dos órgãos sociais dos espera de serem compensadas.
Amigos dos Açores. Com efeito, na direcção Desconhecida da grande maioria do
actual apenas um elemento já exerceu funções público foi a intenção de utilizar a Gruta do Car-
executivas e cerca de 40% dos membros pela vão para fins militares (armazenamento de
primeira vez fazem parte dos órgãos sociais da materiais) ou abrigos para a população civil em
associação. caso de bombardeamento da cidade de Ponta
Com o número do Vidália que agora é Delgada e que neste Vidália é apresentada num
publicado, continua-se a perseguir os objecti- texto da autoria de José Salgado Martins.
vos traçados para o boletim que são: a publica- Teófilo Braga apresenta-nos um pequeno
ção de artigos sobre a problemática do patri- trabalho sobre ética ambiental, onde tenta mos-
mónio natural e construído e a divulgação das trar que a Ética da Terra, proposta por Aldo Leo-
actividades associativas junto do público e, em pold, tem plena actualidade e que se o homem
especial, dos associados. quiser ultrapassar a actual crise terá de adoptar
Teófilo de Braga apresenta os dados de uma nova ética na sua relação com os outros e
observações feitas ao Mocho no ano 1996 e no com o planeta.
presente ano, em resposta ao apelo lançado pela Miguel Fontes e Marisa Vieira no seu
associação em Julho de 2008. texto fazem o relato do que foi o projecto Geo-
Manuela Livro no seu trabalho fala-nos da logia no Verão, que nos Açores teve como palco
a Gruta do Carvão, em Ponta Delgada.

foto: Margarida Benevides

3 Vidália 30
O Mocho
O mocho (Asio otus), também conhecido te e do Mar e a Agência Regional da Energia e
em algumas localidades dos Açores como coru- Ambiente da Região Autónoma dos Açores –
ja e no continente português por bufo-pequeno, ARENA, verificamos que haviam poucos
é uma ave de rapina nocturna, existente nos Aço- locais onde estava sinalizada a sua presença
res, em todas as ilhas dos Grupos Central e nas várias ilhas.
Oriental.
Em, resposta ao apelo feito no Portal,
De acordo com o Livro Vermelho dos Ver- decidimos, por um lado, tornar públicas obser-
tebrados de Portugal, editado em 2006, pelo Ins- vações feitas no ano de 1996 pelos Amigos dos
tituto da Conservação da Natureza e pela Edi- Açores e, por outro lado, apresentar os resul-
tora Assírio & Alvim, “Nos Açores a espécie tados do apelo “Mocho - Vamos Localizá-lo”,
nunca foi alvo de estudos ou censos dirigidos e lançado na página Web dos Amigos dos Aço-
nesse sentido não existem dados sobre a sua res, em Julho de 2008.
abundância a nível regional ou tendência popu-
lacional”. Em 1996, no âmbito do Projecto “Rapi-
nas dos Açores” que teve, entre outros, o objec-
Através da consulta ao Portal da Biodi- tivo de estudar alguns aspectos da biologia e
versidade dos Açores (www.azoresbiopor- ecologia das rapinas dos Açores, assim como
tal.angra.uac.pt), desenvolvido no âmbito dos dos habitats por elas utilizados, foram realiza-
Projectos INTERREG III B “Atlântico” das, especificamente para o mocho, saídas de
(2003-2005) e “BIONATURA” (2007- campo, entre os meses de Abril e Junho, ao
2008) cujos parceiros nos Açores foram res- anoitecer, tendo-se obtido os resultados cons-
pectivamente a Direcção Regional do Ambien- tantes da Tabela 1.

Tabela 1- Observações realizadas em 1996

Data Local Freguesia / Concelho Nº de Exemplares Tipo de “observação”

3 de Abril Rua das Almas Pico da Pedra - Ribeira Grande 2 Visual/Sonora

4 de Abril Lomba Pico da Pedra - Ribeira Grande 1 Visual

4 de Abril Av. da Paz Pico da Pedra - Ribeira Grande 1 Visual

14 de Abril Capelas Capelas - Ponta Delgada 1 Visual

14 de Abril Av. da Paz Pico da Pedra- Ribeira Grande 1 Visual/Sonora

27 de Abril Canada das Faias São Roque - Ponta Delgada 1 Sonora

27 de Abril Escola Secundária São Pedro - Ponta Delgada 2 Visual/Sonora


Laranjeiras
27 de Abril Jardim Fajã de Baixo - Ponta Delgada 1 Visual

18 de Maio Pico do Refúgio Rabo de Peixe - Ribeira 1 Visual


Grande
18 de Maio (Não registado) Rabo de Peixe - Ribeira 1 Visual
Grande
1 de Junho Pico Queimado Santa Bárbara - Ribeira 1 Visual
Grande
21 de Julho Jardim António Borges São José - Ponta Delgada 2 Sonora

Continua

Vidália 29 4
Relativamente ao apelo lançado este
ano, já nos responderam 13 pessoas, asso-
ciados e não associados dos Amigos dos Aço-
res, apresentando-se os resultados obtidos na
Tabela 2.

foto: Arquivo dos Amigos dos Açores

2- Localizações referidas, em resposta ao apelo de 2008

Data Local Freguesia/Concelho


Maio de 2008 (e muitas vezes antes Escola Secundária das Laranjeiras São Pedro - Ponta Delgada
desta data)
Não indicada (mas recente) Perto da Escola Básica Integrada da Povoação
Povoação
Não indicada (mas recente) Pedras da Lomba do Botão Povoação

Todos os Anos Quinta da Torre Capelas - Ponta Delgada


Primavera de 2004 Baia de Angra do Heroísmo Angra do Heroísmo

2007 Caminho da Levada Ponta Delgada


Outubro de 2007 Casa- Centro de Acolhimento Matriz - Ribeira Grande

Maio a Setembro de 2008 Aldeamento em frente ao Campo de Conceição - Ribeira Grande


Futebol da Ribeira Grande
Todos os anos Casa Particular Relva - Ponta Delgada
Maio- Junho de 2007 e de 1 a 6 de Rua Capitão Manuel Cordeiro Pico da Pedra - Ribeira Grande
Agosto de 2008
Todos os anos Praia das Milícias São Roque - Ponta Delgada

Verão de 2007 Caldeira Seca Furnas - Povoação

2 de Agosto de 2008 Casa Amarela (entre a R. Seca de V. Franca Ribeira das Tainhas – Vila Franca do
e Cerrado dos Bezerros) Campo
Todos os anos Pastinhos Fajã de Baixo - Ponta Delgada

Continua

5 Vidália 29
Agradece-se a todas as pessoas que
têm respondido ao apelo lançado pelos
Amigos dos Açores, bem como ao coor-
denador do Projecto "Bionatura", res-
ponsável pela criação da Base de Dados
referida, pelo acolhimento que deu a esta
nossa iniciativa.

Teófilo Braga

foto: Gilberto Cardoso

foto: Arquivo dos Amigos dos Açores

Vidália 29 6
Cidadania Ambiental

foto: Arquivo dos Amigos dos Açores

“Para termos uma melhor e mais estável Para Nauta (1992), a noção de cidadão
democracia, cada vez mais temos que nos sen- divide-se em "bourgeois" e "citoyen". O “bour-
tir e agir como cidadãos.” geois” representa uma cidadania económica que
assenta em raízes capitalistas e que procura
Sofia Guedes Vaz, 2008 defender os seus próprios interesses. O
“citoyen” representa uma cidadania política que
assume responsabilidades tendo em vista o bem-
Como Soromenho-Marques (1998) disse: estar da comunidade e assenta em raízes mais
“Nascemos seres humanos, mas aprendemos a antigas (cidade-estado Ateniense).
ser habitantes da polis, a ser cidadãos.” A primeira vez que se fala de cidadania é
O nosso estilo de vida, sobretudo o estilo em França (século XVIII) com Jean-Jacques
de vida ocidental, revela uma pegada ecológica Rousseau. Para Rousseau a vida colectiva poten-
profunda e que urge alterar. Exercer a cidada- cializa as capacidades intelectuais do indivíduo
nia é, hoje em dia, um acto exigente e comple- alterando a sua forma de viver. Para além de
xo. Podemos dizer que é urgente uma nova cida- uma consciência de si, os indivíduos têm de ter
dania e que todos, mulheres e homens, têm de consciência das consequências dos seus actos
estar preparados para enfrentar os desafios que em relação aos outros indivíduos e reconhecer
cada vez mais lhes são colocados – desafios que a necessidade de convivência com os outros
nos colocam no fio da navalha, mas que nos traz indivíduos.
novas oportunidades para exercermos uma cida- Dean (2001) refere que a cidadania é, ao
dania responsável, investindo no desenvolvi- mesmo tempo, um status e uma prática.
mento de competências, na aquisição de conhe- Para Soromenho-Marques (1998) “A
cimentos, mas sobretudo na educação para o cidadania integra a constelação de problemas da
activismo. vida política e comunitária” e isto significa que
Continua
1. Cidadão e cidadania

7 Vidália 29
as questões do poder e da sua legitimidade fazem justa dos recursos escassos e uma ética do cui-
parte de uma cidadania responsável havendo a dado a partir da qual seja possível negociar a
necessidade de identificar valores e tarefas con- solidariedade humana. Ambos têm como objec-
sideradas comunitárias e colectivas, mas tam- tivo comum promover uma cidadania preocu-
bém a busca da justiça e da equidade e a orga- pada com o ambiente, mas Dean (2001) com-
nização de pessoas e instituições que não bina a justiça social com a sustentabilidade
permitam o abuso do poder e a perda do refe- ecológica desenvolvendo uma ética de co-res-
rencial que é o interesse público. ponsabilidade que colectivamente promova a
Até agora as pessoas têm-se preocupado distribuição justa de recursos escassos e um ética
sobretudo com os seus direitos, o que é legíti- de cuidado a partir da qual se consiga negociar
mo, mas chegou o momento de assumir tam- o fundamental para a interdependência humana.
bém as suas responsabilidades como cidadãos
que se querem participativos quer a nível polí- 3. Cidadania ambiental
tico como a nível social.
A consciência global alarga o potencial de
2. Influência do ambiente no desen- cidadania e é um ambiente potenciador do asso-
volvimento da cidadania ciativismo e um reflexo da cidadania. Se todos
vivessem como os portugueses precisaríamos
No seu artigo, “Cidadania Verde”, Dean de quatro planetas como a Terra para garantir a
(2001) promove uma cidadania preocupada com sustentabilidade e se nos referíssemos aos ame-
o ambiente e refere como o ambiente tem uma ricanos seriam então necessários, não quatro,
grande influência no progresso da cidadania. mas vinte planetas.
Refere-se sobretudo à compreensão que temos Em pleno século XXI, assiste-se ao emer-
dos nossos direitos perante os problemas gir de novas competências que se reflectem
ambientais e ao aumento da consciência global numa atitude crítica perante o progresso histó-
ligada à problemática ecológica que nos permi- rico, numa postura exigente, por parte dos cida-
te compreender e alargar o nosso conceito de dãos, perante a técnica e a ciência, na percep-
cidadania. ção dos limites do estado e na recusa das utopias
Se até agora se valorizou, sobretudo, os irresponsáveis.
nossos direitos, agora, perante o carácter glo- A espinha dorsal de uma cidadania
bal de vários problemas ambientais, temos ambiental é a responsabilidade, não a justiça já
que assumir que temos mais responsabilida- que esta só entra quando o dano já está feito.
des do que direitos a esse nível. O Cosmopo- Vaz (in press) afirma “que se aceitarmos que a
litismo, como tendência dentro da cidadania, natureza tem direitos, então as pessoas terão
“alarga os conceitos de democracia e direitos deveres tanto para com a natureza como para a
humanos a uma esfera internacional em substi- sociedade.”
tuição dos direitos territorialmente limitados do A nova aproximação a uma cidadania
cidadão a nível do estado-nação” (Vaz, in press). ambiental envolve atitudes e constante mudan-
O projecto cosmopolita privilegia a ética sobre ça de comportamentos. As quatro vertentes
a política o que para Vaz (in press) faz dele “um catalizadoras da mudança são: a capacidade,
projecto essencialmente utópico.”, mas que o estímulo, o empenhamento e o exemplo.
“não deixa de ser positivo que nestas temáticas Capacidade de remover barreiras, dar informa-
se pense sem limites.”. ções, providenciar facilidades, alternativas viá-
Embora referindo-se a realidades diferen- veis, capacidades e educar. Estímulo através de
tes, Dobson (2003) refere-se a cidadania ecoló- um verdadeiro sistema de exigência e de con-
gica e baseia a sua teoria no conceito de pega- tributo pessoal. Empenhamento através da
da ecológica considerando cidadão ecológico acção comunitária, do trabalho conjunto, de
aquele que reduz a sua pegada, Dean (2001) fóruns deliberativos e uso de redes de comuni-
reporta-se a uma cidadania verde combinando cação. Exemplo através de lideranças que ser-
a justiça social com a sustentabilidade ecológi- vem de exemplo e alcançando consistência
ca. Dean (2001) propõe uma ética de compro- nas políticas implementadas. (fonte:
metimento comum que promova a distribuição http://www.sustainabledevelopment.gov.uk/wh

Vidália 29 8
at/priority/changing-behaviour.htm) Dobson, A. 2003. Citizenship and the
Em suma, investir numa cidadania environment. Oxford University Press
ambiental implica responsabilidade pró-activa, Nauta, L., 1992. Changing conceptions of
implica as pessoas estarem envolvidas, empe- citizenship. Praxis International. Volume 12,
nhadas em participar activamente e estarem No1, April 1992, pp 20-34
preocupadas com a sua vida pública e política. Nisbet, R., 1982. Os filósofos sociais. Bra-
Uma cidadania responsável exige querer sília: Universidade de Brasília,
participar activamente no sistema político e Soromenho-Marques, V., 1998. O Futuro
social sem estar à espera de ser compensado. Frágil. Os desafios da crise global do ambien-
te, Mem Martins, Europa-América.
Referências bibliográficas: Vaz, S.G., Delfino, A., (in press). Manual
de ética ambiental. Universidade Aberta
Alho, J.M., 2004. Ambiente, Cidadania e
Futuro. Éticas e Políticas Ambientais, 2004
pp277-284. Centro de Filosofia da Universida-
de de Lisboa.
Dean, H. 2001. Green Citizenship. Social Julho de 2008
policy & Administration. Volume 35. No 5,
December 2001 Maria Manuela Livro

foto: Sara Medeiros

9 Vidália 29
Gruta do Carvão
O ALGAR DO CARVÃO (OU DA as forças espanholas que tentavam afirmar a
RUA DE LISBOA) E A II GRANDE hegemonia dos habsburgos e os interesses de
GUERRA (1939-1945) D. António Prior do Crato, franceses e ingle-
ses.
A privilegiada situação do arquipélago No século XIX foram utilizados por D.
dos Açores no Atlântico Norte atribuiu-lhe, Pedro IV como plataforma para o financia-
desde o século XV até aos nossos dias uma mento, recrutamento e reorganização do exér-
enorme importância nas áreas da geopolítica cito liberal e base de partida para o Mindelo
e da geoestratégia. e assim relançar a consolidação do liberalis-

foto: Arquivo dos Amigos dos Açores

Se a sua posição geográfica por um lado, mo em Portugal. Entrando no século passado


e as múltiplas conjunturas políticas e econó- e durante a sangrenta I Grande Guerra (1914-
micas por outro, condicionaram o processo 1918), os norte-americanos instalam-se em S.
histórico açoriano e atlântico, foi no entanto Miguel com pessoal, navios, aviões e artilha-
em situações de crise ou de guerra que os Aço- ria afim de prevenirem uma eventual ocupa-
res desempenharam papeis de grande relevo. ção do arquipélago por forças alemãs e con-
Para comprovar esta afirmação será sufi- tribuírem para exorcizar a ameaça submarina
ciente referir o importância dos Açores no germânica que tentava asfixiar o fluxo dos
apoio aos descobrimentos portugueses no reforços vindos da América para os aflitos alia-
século XV e já no século XVI como bases dos.
navais de abrigo às escoltas que comboiavam Os problemas europeus mal resolvidos
a navegação em transito do Oriente e das Amé- pelo conflito de 1914-1918 agudizaram-se na
ricas espanholas e portuguesas contra os ata- década de trinta do mesmo século, e apesar
ques dos “espoliados de Tordesilhas” (france- das tergiversações e medidas dilatórias dos
ses, ingleses e holandeses). Já nos finais desta
época foi palco de violentos confrontos entre Continua

Vidália 29 10
ingleses e franceses, os alemães em Setem- tal por forças alemãs, ainda em 1939 dá-se
bro de 1939 invadem a Polónia dando assim início ao reforço do dispositivo militar dos
início à II Grande Guerra (1939-1945). Açores. Em 1941 este é constituído por 4
Perante a impreparação da França e da Ingla- Quartéis-Generais, 5 Comandos de Regi-
terra para a guerra, rapidamente a Alemanha mento, 21 Batalhões de Infantaria, 25 Bate-
ocupa a quase totalidade da Europa Central rias de Artilharia, 10 Companhias de Enge-
(incluindo a França) e obriga as forças bri- nharia, 3 esquadrilhas de Aviação e os
tânicas a retirarem para a Inglaterra. necessários apoios de serviços e logísticos,
Portugal via com enorme preocupação num total de cerca de 32.000 efectivos.
as forças alemãs nos Pirinéus e a ameaça de Nesta época, a ameaça da aviação mili-
concretização do Plano de Operações FÉLIX tar, consequência da sua evolução técnica,
que visava essencialmente o controle de raio de acção e capacidade de destruição,
Gibraltar, facto que arrastaria fatalmente os passou a ser um factor a considerar na ins-
países ibéricos para guerra e o interesse dos talação de qualquer sistema de forças. Assim,
aliados pelos portos portugueses e o contro- contacta-se o desenvolvimento e instalação
le dos seus arquipélagos. de sistemas anti-aéreos, a construção de um
Mais uma vez “entalado” entre os inte- grande número de posições fortificadas e um
resses da potência continental (a Alemanha) especial cuidado com a camuflagem das ins-
e as potências marítimas (a Inglaterra e os talações, dos equipamentos e do pessoal.
Estados Unidos) dá início a um sinuoso, inte- Desta necessidade da instalação, pro-
ligente e perigoso jogo diplomático condu- tecção e de dissimulação de pessoal e mate-
zido por Salazar, com a finalidade de garan- riais chegamos à Gruta do Carvão à época
tir a sua neutralidade, ou, em última referido como Algar do Carvão ou da Rua
instância, ganhar tempo para melhor defini- de Lisboa.
ção do evoluir da guerra e tomar decisões Esta gruta é o maior túnel lávico da
em conformidade. ilha de S. Miguel e localiza-se na zona poen-
No prosseguimento desta política e te da cidade. Estão reconhecidos cerca de
também para garantir uma eventual transfe- 1700metros de comprimento divididos por 3
rência do governo português para os Açores troços. Está classificada como Monumento
no caso da ocupação do território continen- Natural Regional desde 2005.

1 – “Croqui” da Planta do Algar do Carvão (cortesia do Museu Militar dos Açores).

11 Vidália 29
Em 26 de Dezembro de 1941 o Capitão bro do mesmo ano elabora o seu relatório de
de Engenharia Vicente Cymbron do Estado reconhecimento, que em síntese afirmava o
Maior do Comando Militar dos Açores orde- seguinte:
na à 1ª Companhia de Sapadores Mineiros Que penetrando na Gruta pela entrada
(destacadas para os Açores pelo Regimento de na Fábrica (tabaco) Micaelense começaram
Engenharia nº 2) e aquartelados nas Laranjei- por explorar o seu ramo Sul, ou seja, na direc-
ras (Ponta Delgada) para de imediato dar iní- ção do mar, numa extensão de 50 metros (parte
cio aos seguintes trabalhos na Gruta da Rua aproveitável) constatando que tinha “fraco pé
de Lisboa: direito e o piso é mau e com muita lama”2
- “Saídas e possibilidades de as fazer”. pelo que concluía que este troço não teria apli-
-“Determinação da espessura da camada cação prática.
cobridora”. Quanto à Gruta na direcção Norte
-“Possibilidades de compartimentação”. começou por analisá-la segmentando-a em
- “Possibilidades de evitar grandes infil- duas partes: a primeira com cerca de 220
trações de água”. metros, com acesso relativamente fácil. A
-“Possibilidades de regularização das segunda com cerca de 300 metros com aces-
partes mais baixas”.1 so difícil, uma vez que o piso estava cheio de
Este oficial engenheiro que era micae- grandes pedras que dificultam os movimentos.
lense e que provavelmente já conhecia a Gruta Refere ainda que este segundo troço apenas é
ou no mínimo já deveria ter ouvido falar dela, aproveitável em dois pontos e que no seu
mais determinava que os trabalhos solicitados extremo está entaipado com terra e pedras e
fossem realizados tanto na direcção Norte lá existia um descarregador duma sarjeta que
como ao Sul da entrada, ou seja, que o reco- ficava situada a Norte do Caminho do Rama-
nhecimento abrangesse a maior extensão pos- lho a cerca de 15 metros da Rua do Carvão.
sível da Gruta. Acrescentava ainda que a Com- Foi elaborado o levantamento topo-
panhia deveria solicitar ao Comando da gráfico de 220 metros do troço Norte da Gruta,
Engenharia os meios necessários para os tra- apresentado numa planta e um perfil na esca-
balhos que lhe foram determinados. la de 1:250.
O Adjunto da Companhia de Sapadores, Esclarece que devido à localização e
Tenente Campos Cansado deu rápido cumpri- orientação da Gruta seria fácil a execução de
mento às ordens recebidas e em 31 de Dezem- saídas, sugerindo a sua localização nos perfis

2 – “Croqui” do Perfil do Algar do Carvão (cortesia do Museu Militar dos Açores).

1 Ordem à 1ª C.S.M. Expedicionária do R.E. nº 2 de 16 de Dezembro de 1941, Peça 147, Cx. 77, Arquivo do Museu
Militar dos Açores.
2 Reconhecimento do Algar da Rua de Lisboa, de 31 de Dezembro de 1941, Peça 147, Cx. 77, Arquivo do Museu Militar
dos Açores.

Vidália 29 12
9 e 15. A espessura da camada cobridora é materiais que não se pudessem olhar.
pequena e está representada no perfil. Reco- Afirmava que seria tecnicamente viá-
menda que se poderiam fazer dois comparti- vel a regularização das partes mais baixas, mas
mentos: o 1º no espaço compreendido entre os não aconselhava estes trabalhos pois estas
perfis 1 a 5 (60 metros) e o 2º entre os perfis “funcionavam como fossem gigantes duma
9 a 14 (100 metros). muralha e como tal devem dar solidez ao con-
Informava de que devido à porosidade junto”3. Quanto ao arejamento não seriam
do solo era quase impossível evitar grandes necessários grandes cuidados, uma vez que o
infiltrações das águas pluviais, situação que existente naturalmente seria o suficiente, pre-
poderia ser minorada ou ultrapassada com a conizando no entanto a abertura de poços de
abertura de valas laterais de drenagem e a apli- ventilação de 50 em 50 metros.
cação de coberturas artificiais por cima dos Concluía o seu curto relatório opinan-
do que devido às fendas exis-
tentes nas paredes e cobertura e
à pequena espessura da camada
protectora, a Gruta apresentava
pouca segurança em caso de
emergência. Poderia, no entan-
to, em caso de necessidade ser
utilizado para armazenamento
de materiais não deterioráveis
com a humidade.
As fontes disponíveis
dão-nos a indicação de que a
ideia inicial de utilizar a Gruta
da Rua de Lisboa para fins mili-
tares (armazenamento de mate-
riais) ou abrigos para a popula-
ção civil em caso do
bombardeamento da cidade de
Ponta Delgada, não teve qual-
quer seguimento prático.
No entanto, julga-se inte-
ressante o registo desta imagi-
nativa ideia de integrar este
notável “monumento” geológi-
co no esforço de guerra para o
qual o país se preparava, embo-
ra, felizmente, desnecessário
por não termos participado num
conflito do qual resultaram
cerca de 50 milhões de mortos.

Ponta Delgada, 04 de Agosto de 2008


José M. Salgado Martins

foto: Arquivo dos Amigos dos Açores

3 Ibidem

13 Vidália 29
Pensar como uma Montanha
PENSAR COMO UMA MONTANHA
DE ALDO LEOPOLD: HOJE

foto: Diogo Caetano


“cómo” y los “para qué” de nuestras decisio-
Hoje, estamos a assistir a uma crise com nes.” (p.5).
características bem diferentes de todas as ante- Na procura de respostas para ultrapassar
riores. De acordo com o Relatório “ O Nosso a situação em que nos encontramos, vários auto-
Futuro Comum”, não estamos perante várias res apontam a incapacidade ou insuficiência da
crises separadas, a do ambiente, a do desen- ética tradicional para responder às questões
volvimento e a da energia, pelo contrário, todas levantadas pela actual crise, advogando a neces-
elas são uma só. Almeida (2007) diz-nos que sidade de o homem adoptar uma nova ética na
vivemos uma crise que pelas suas característi- sua relação com os outros e com o planeta.
cas é mais grave do que todas as que a antece- Aldo Leopold (1887-1948), engenheiro
deram, já que “a ameaça da extinção da própria florestal norte-americano, é um nome incon-
espécie humana deixou de pertencer ao domí- tornável quando se fala de ética ambiental,
nio da ficção” (p.15). sendo para Baird Callicott o verdadeiro funda-
Não estando no âmbito deste texto enu- dor da mesma e para Dave Foreman o autor de
merar as causas responsáveis pela crise multi- Pensar como uma Montanha (tradução portu-
dimensional que assola o mundo, partilhamos guesa de A Sand County Almanac), o “livro
a opinião de Lara (s/d) quando escreve o seguin- mais importante alguma vez escrito” (Almei-
te: “ Ahi está creo yo el corazón de la crisis: en da, 2007, p. 82).
el desfase entre el desarrollo que hemos alcan- Na primeira parte de “Pensar como uma
zado en el campo de la ética y el logrado en el Montanha”, Aldo Leopold apresenta, mês após
resto de los campos: economia, ciência, tecno- mês, um registo das suas observações (e
logia…; entre los fines y los médios; entre los Continua

Vidália 29 14
reflexões a propósito do que via e das altera-
ções que aconteciam) sobre a região onde pas-
sava os fins-de-semana com a família numa
quinta que recuperou a que chamava A Chou-
pana. Na segunda parte do livro, é-nos apre-
sentado um conjunto de capítulos de índole
mais filosófica “deste engenheiro dos bosques
e das planícies, que soube ver mais fundo que
a esmagadora maioria dos filósofos profissio-
nais do seu tempo” (Soromenho-Marques,
2008, p.9).
Em todo o livro perpassa a ideia da gran-
de importância do contacto com a natureza, para
o homem poder viver em harmonia com a terra
e com os outros homens. Os seguintes extrac-
tos, elucidam bem o atrás exposto:
“Há dois perigos espirituais em não pos-
suir uma quinta. Um é o perigo de supor que o
pequeno-almoço vem da mercearia, e o outro
que o calor vem da caldeira.” (p.27)
“Choramos apenas aquilo que conhece-
mos. O desaparecimento do Silphium do oeste
da circunscrição de Dane não é caso para luto
se o conhecermos apenas como um nome num foto: Diogo Caetano
livro de botânica.” (p.63)
Outra das questões abordadas é a da edu- de contabilizarmos qual a percentagem de
cação e do ensino que, de acordo com Medeiros docentes com formação em Biologia que são
(2008, p. 18) para além “de ser uma tarefa de luci- coordenadores das eco-escolas, é a seguinte
dez e um compromisso com a verdade”, tem de afirmação de Leopold:
“desenvolver a interdisciplinaridade, no con- “Um dos requisitos para uma compreen-
texto escolar, e o diálogo interpessoal em todos são ecológica da terra é a compreensão da eco-
os contextos educativos”. A propósito da educa- logia, o que de modo algum deriva directamente
ção e dos professores escreveu Leopold: da “educação”….” A compreensão da ecologia
“A educação, é esse o meu receio, consis- não a encontramos necessariamente nos cursos
te em aprender a ver uma coisa tornando-nos que se intitulam de ecologia; é mais provável
cegos para outra” (p.152) que a encontremos nos que se intitulam geo-
“Cada um deles [professores] selecciona grafia, botânica, agronomia, história ou econo-
um instrumento e passa a vida a separá-lo dos mia. E assim é que deve ser, mas, independen-
outros e a descrever-lhe as cordas e teclados… temente do rótulo, a formação ecológica
Um professor pode tanger as cordas do seu pró- continua a ser escassa”(p.206)
prio instrumento, mas nunca as de um outro, e se Há cerca de 60 anos, Aldo Leopold já con-
conseguir ouvir a música nunca deverá admiti- siderava desequilibrado “um sistema de con-
lo junto dos seus pares ou dos seus alunos. Pois servação da natureza baseado apenas no inte-
todos estão coibidos por um tabu férreo que resse económico próprio” porque tendia a
decreta que a construção dos instrumentos é do “ignorar, e por isso eventualmente a eliminar
domínio da ciência, ao passo que a detecção da numerosos elementos da comunidade da terra
harmonia é do domínio dos poetas”.(p.148) desprovidos de valor comercial, mas que são
Ainda relacionada com a educação e ple- (tanto quanto sabemos) essen-
Continua
namente actual, bastaria darmo-nos ao trabalho

15 Vidália 29
ciais para que ela funcione saudavelmente” que faz parte da ética da terra tudo o que ainda
(p.198) e acrescentava que as instituições de hoje estamos a aprender quando se pretende que
educação para a conservação não ensinavam o conceito de desenvolvimento sustentável seja
nenhuma obrigação ética para com a terra. mais do que mera retórica e reafirmava, pela
Como se pode ver, as palavras de Leopold ainda pertinência e actualidade, o que Leopold escre-
não perderam actualidade… veu, referindo-se à dificuldade de aceitação
No mais conhecido e debatido texto de pela sociedade de uma ética da terra: o mais
Pensar como uma Montanha intitulado A Ética sério obstáculo que retarda a evolução de uma
da Terra, Leopold, depois de referir que “a rela- ética da terra é talvez o facto de que o nosso
ção com a terra é ainda estritamente económi- sistema educativo e económico, em vez de se
ca, implicando privilégios mas não obrigações” aproximar dela, volta as costas a uma cons-
(p.189) fala-nos da inexistência de uma ética ciência intensa da terra” (p.205)
que considere a relação do homem com a terra,
afirma que “a ética da terra apenas alarga os Teófilo Braga
limites da comunidade de forma a incluir nela
os solos, as águas, as plantas e ou os animais, BIBLIOGRAFIA
ou, colectivamente: a terra” (p.190) Almeida, A. (2007). Educação Ambien-
Com a ética da terra, não é impedida a tal – A importância da dimensão ética. Lisboa:
alteração e gestão do solo, das águas, das comu- Livros Horizonte.
nidades vegetais ou dos animais mas é altera- Lara, R. (s/d). La Educación Ambiental,
da a postura do homem que deixa de ser con- Hoy. (Documento não publicado)
quistador e passa a ser membro de uma Leopold, A. (2008). Pensar como uma
comunidade alargada. montanha. Porto: Edições Sempre em Pé.
No texto que vimos referindo, Leopold Medeiros, E. (2008). Pensar como uma
apresenta três ideias essenciais associadas a montanha: um caminho de educação e ética
uma concepção de terra como fonte de energia: ambiental. Ribeira Grande:Amigos dosAçores.
1 - a terra não é apenas o solo; Soromenho- Marques, V. (2008). Intro-
2 - as plantas e os animais nativos man- dução. In Leopold, A., Pensar como uma mon-
têm um circuito energético aberto; isso não se tanha, Porto: Edições Sempre em Pé.
passa necessariamente com os animais e plan- Vaz, S.G., Delfino, A., (in press). Manual
tas introduzidos; de ética ambiental. Universidade Aberta.
3 - as modificações provocadas pelo
homem diferem por natureza das alterações
devidas à evolução, e os seus efeitos ultrapas-
sam de longe as intenções, ou mesmo a imagi-
nação, de que as provoca.
Decorrente da nova posição ou postura
do homem, Leopold apresenta uma regra de
ouro: “Uma coisa é certa quando tende para
preservar a integridade, a estabilidade e a bele-
za da comunidade biótica. É errada quando
tende no sentido oposto” (p.206). Esta regra de
ouro, segundo Vaz e Delfino (in press) dá-nos
“ a dimensão natural da sua proposta de ética,
que deverá operar como todas as éticas: apro-
vação social de acções certas e desaprovação
social de acções erradas”.
Por último, fazia minhas as palavras de
Soromenho-Marques (2008) quando afirma foto: Diogo Caetano

Vidália 29 16
Ciência Viva
Ciência Viva no Verão 2008 notória a satisfação dos participantes que na sua
grande maioria desconhecia a existência deste
Uma vez mais, os Amigos dos Açores par- local.
ticiparam no programa Ciência Viva no Verão, Para os guias responsáveis pelo acompa-
através de visitas guiadas à Gruta do Carvão – nhamento das visitas, esta foi sem dúvida uma
Troço do Paim. experiência enriquecedora, uma vez que permi-
Ciência Viva no Verão é um programa tiu o contacto com visitantes pertencentes a uma
desenvolvido pela Agência Nacional para a Cul- camada mais jovem, e com grande interesse na
turaCientíficaeTecnológicaemcolaboraçãocom área científica e ambiental
diversas associações e instituições, com o objec- Ao longo do projecto foi constatado um
tivo de aproximar a ciência ao público em geral, grande interesse, por parte de quem nos visitou,
proporcionando actividades sem custos para pelo património natural existente no arquipéla-
quem queira participar, relacionadas com Geolo- go e pelas questões relacionadas com a proble-
gia, Biologia, Astronomia, Engenharia e Faróis. mática ambiental o que levou a uma grande pro-
A única acção do género realizada na cura do material publicado e disponibilizado
Região foi desenvolvida pelos Amigos dos Aço- pela associação.
res – Associação Ecológica e inseriu-se no sub- Numa apreciação global, podemos afirmar
programa Geologia no Verão, sob a designação que a iniciativa Ciência Viva no Verão 2008 reve-
de “Viagem ao interior da ilha de São Miguel”. lou-se um sucesso, uma vez que permitiu a apro-
Com início a 21 de Julho e termo a 15 de Setem- ximação e a divulgação da riqueza natural exis-
bro, as actividades tiveram lugar às segundas- tente nesta formação geológica, invocando a
feiras e contaram com uma participação total de importância da sua preservação. É através da pro-
203 visitantes, provenientes maioritariamente moção deste tipo de acções que se torna possível
do arquipélago, e com uma média de idades a o despertar do interesse do público pela ciência
rondar os 25 anos. no geral, e pelo património natural em particular.
Ao longo das visitas a reacção por parte
de quem nos visitava foi muito positiva, sendo Miguel Fontes e Marisa Vieira

foto: Marisa Vieira

17 Vidália 29
Publicações e Materiais para Venda

LIVROS Associados Não Assoc. Nº Valor


Borboletas Nocturnas dos Açores Grátis 2,50 €
Cavidades Vulcânicas dos Açores Grátis 2,50 €
Lagoas e Lagoeiros de São Miguel 7,50 € 12,50 €
Orientação Grátis 1,00 €
Paisagens Vulcânicas dos Açores 5,00 € 8,00 €
Pedestrianismo e Percursos Pedestres 3,00 € 6,00 €
Percursos Pedestres em São Miguel Grátis 5,00 €
Plantas dos Açores Grátis 5,00 €
Plantas Usadas na Medicina Popular Grátis 5,00 €
BROCHURAS
Percurso Pedestre Algarvia – Pico da Vara Grátis 1,50 €
Percurso Pedestre Caldeiras da R. G. – Pico Vermelho Grátis 1,50 €
Percurso Pedestre Caldeirinhas –
Pico da Esperança – Fajã do Ouvidor Grátis 1,50 €
Percurso Pedestre da Caloura Grátis 1,50 €
Percurso Pedestre da Ponta da Madrugada Grátis 1,50 €
Percurso Pedestre da Serra Devassa Grátis 1,50 €
Percurso Pedestre das Furnas Grátis 1,50 €
Percurso Pedestre das Sete Cidades Grátis 1,50 €
Percurso Pedestre do Pico da Vela Grátis 1,50 €
Percurso Pedestre do Sanguinho Grátis 1,50 €
Percurso Pedestre Pico da Urze – Fajã de Santo Cristo
– Fajã dos Cubres Grátis 1,50 €
Percurso Pedestre Ponta Garça – Ribeira Quente Grátis 1,50 €
Percurso Pedestre Praia – Lagoa do Fogo Grátis 1,50 €
OUTROS MATERIAIS
Bonés "Amigos dos Açores" 2,00 € 3,00 €
Casacos para Protecção da Chuva 10,00 € 11,00 €
Sweat-Shirt "Amigos dos Açores" 12,00 € 13,00 €
T-Shirt "Amigos dos Açores" 5,00 € 6,00 €
T-Shirt "Golfinhos" 4,00 € 5,00 €
T-Shirt "Salvemos o Pombo Torcaz" 3,00 € 4,00 €

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Rua e nº
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Nota: todos os pedidos deverão ser acompanhados do respectivo pagamento em cheque ou vale postal.
Para o estrangeiro ao valor total deverá acrescentado 2 €

AMIGOS DOS AÇORES- Avenida da Paz,14 9600-053 PICO DA PEDRA


Telefones - 296 498 004 Fax - 296 498 006 E-mail - amigosdosacores@gmail.com

Vidália 30 18
Novos Sócios
Os AMIGOS DOS AÇORES são uma asso- Porque é fundamental contribuir para a garan-
ciação regional de defesa do ambiente, inde- tia da existência de uma voz independente e
pendente do poder político-económico e aparti- firme na defesa do ambiente nos Açores, vimos
dária, que vem, desde 1984, trabalhando convidá-lo(a) a aderir aos Amigos dos Açores,
ininterruptamente a favor da conservação da para tal basta preencher a ficha que junto envia-
maior riqueza dos Açores: o seu património natu- mos e devolvê-la para:
ral.
No entanto, uma associação como esta, para AMIGOS DOS AÇORES
desempenhar ainda melhor o seu papel, tem de Avenida da Paz, 14
continuar a aumentar a sua principal base de 9600-053 PICO DA PEDRA
apoio: os seus associados.

BOLETIM DE INSCRIÇÃO
SÓCIO N.º _______Quota anual (mínimo 10 €)_________,____ € Donativo anual ________,____ €
(quota anual + donativo)
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LOCALIDADE______________________________CÓDIGO POSTAL ________________________
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PROFISSÃO ____________________________________ DATA DE NASCIMENTO ____/____/____
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TIPO DE COLABORAÇÃO____________________________________________________________
PARTICIPAÇÃO NOS PASSEIOS PEDESTRES: SIM________ NÃ0________
DATA____/____/____ ASSINATURA____________________________________________________
• A associação passará recibo dos donativos, os quais poderão ser deduzidos à colecta do ano para efeitos de IRS ou IRC.

AO BANCO _________________________________
Agência de _______________________________

_________________, ___ de ___________ de ______


Exmos.Senhores,
Por débito na minha conta com o NIB _______________________________ nesse Banco, soli-
cito que transfiram para crédito da conta dos AMIGOS DOS AÇORES com o NIB
001200009399438830116 (Agência de Ponta Delgada do BANCO COMERCIAL DOS AÇO-
RES), a importância de ___________ , ____ €, no primeiro dia útil de _________________ de
cada ano, até instruções minhas em contrário. Agradeço ainda que, ao efectuarem as trans-
ferências, indiquem sempre o nome completo e morada do ordenante. Esta ordem anula todas
as eventuais anteriores.

De V.Exas.
Muito Atentamente
_________________________________ _________________________________
(nome completo) (assinatura idêntica à existente no Banco)

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A TERRA QUE NÃO QUEREMOS

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